A Banqueta
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Gladyston Rodrigues/EM
MP inspeciona barragens em Rio Acima
Força Tarefa
Futuro
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Câmara cria CPI das barragens
Segurança em Nova Lima
incerto
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“Não podemos mais aceitar as tragédias em nossa cidade”
Coluna Bastidores
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Conquista do voto feminino completa 87 anos
Direito das Mulheres
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Vidas negras importam
Editorial
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A Banqueta Vidas negras importam
No Rio de Janeiro, uma mãe viu seu filho ser morto. Ela estava no hipermercado Extra e, de lá, seguiria para uma clínica de reabilitação com o filho, Pedro Henrique Gonzaga. Segundo a mulher, que não teve seu nome divulgado, o jovem era dependente químico e estava sob efeito de drogas, quando saiu agitado de perto dela e caiu na porta do estabelecimento. Isso gerou tumulto com os seguranças. Um deles, Davi Amâncio, imobilizou Pedro com o golpe “mata-leão” e se manteve sobre seu corpo por alguns minutos. Mesmo com os apelos do jovem, o segurança não soltou o rapaz. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou a morte por estrangulamento.
O vigilante já tinha passagens pela polícia e, devido às condenações, ele não poderia trabalhar na função que exercia. De acordo com o portal G1, Davi responde a processos de lesão corporal culposa, porte ilegal de arma e agressões cometidas contra a ex-companheira. Na ocasião da morte de Pedro, o segurança foi autuado por homicídio culposo, pagou fiança de R$ 10 mil e segue em liberdade.
Na tarde do dia 17 de fevereiro, parte da população promoveu atos em repúdio ao ocorrido, em frente às filiais da rede do hipermercado, em diferentes estados. Manifestantes simularam o enforcamento e ergueram cartazes com dizeres contra o racismo. O mote da ação foi o slogan “Vidas negras importam”, que se popularizou, primeiro, nos Estados Unidos, em decorrência do genocídio da população negra e o movimento negro brasileiro denuncia a relação de raça à morte ocorrida no hipermercado. Segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2017, no Brasil, a cada 100 vítimas de homicídio, 71 são negras. Os dados e casos mais recentes de homicídios demonstram a total desumanização do povo negro, que representa metade da população brasileira e é, constantemente, alvo dos crimes e violências praticados no país. As temperaturas elevam e o calor poderá organizar pancadas de chuvas. Possibilidade de pancadas de chuva à tarde
Possibilidade de pancadas de chuva à tarde
Possibilidade de pancadas de chuva à tarde
Sexta Mín: 17º Máx: 28º
Sábado Mín: 18º Máx: 30º
Domingo Mín: 17º Máx: 28º
Jornal A Banqueta de Notícias - 464ª Edição
Oportunidades de emprego
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Auxiliar de cozinha (Nova Lima) para Pizzaria Jambreiro. Sexo Com experiência. feminino. Interessados ligar 3581-7047.
Televendas (Belo Horizonte). Experiência com vendas, ensino médio completo. Sexo: masculino ou feminino. Salário: R$1.050 + VT + VR + comissão + assist. médica e odonto. Horário: 8h15 às 18h (seg a sex). Enviar currículo para o e-mail: genterhvendas@gmail.com
Estágio em Contabilidade (Belo Horizonte). Cursando Ciências Contábeis, conhecimento em faturamento ou rotinas de Sexo: Feminino. contabilidade. Salário: R$800 + VT + VR. Horário: 8h às 15h (seg a sex). Currículo para: genterh6@gmail.com
Consultor de captação (Belo Horizonte). Ensino superior em curso, experiência na área comercial (captação externa e fidelização de clientes). Salário: R$1.000 + VT + VR. Horário: 44h semanais (seg a sab). Enviar currículo para o e-mail: vagasembh@yahoo.com.br
Escoamento de água
Direto da Comunidade
“Eu estava em casa, aqui na rua Eugênia Clarck e, de repente, ouvi um estrondo. Pensei que fosse uma batida de carros, mas na verdade era o barranco desmoronando em cima do muro da minha casa e do poste. Quando chove, essa rua vira um mar. A água da BR desce e entra para minha casa e, agora, destruiu parte da minha propriedade.” Maria Aparecida Cascalho
Resposta - A Prefeitura de Nova Lima esclareceu que técnicos estiveram no local, junto à Defesa Civil, e constataram que a entrada de água da chuva se deve à queda do muro e passeio, mas que ainda serão Contato: 31 3541-5701
Alô Banqueta
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avaliadas as causas da destruição. Informaram que providenciaram um mecanismo provisório para desviar a água e diminuir o transtorno.
“Achei muito interessante a reportagem “Unidas pelo Amor”, porque colabora com a representatividade das pessoas LGBT’s e informa, não só a essa parcela, mas a todo mundo, sobre a importância e relevância dos direitos em relação as oficializações das uniões homoafetivas.” Cristiane Silva Centro
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CPI das barragens 4
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Minas Gerais já foi palco, diversas vezes, de desastres ambientais relacionados ao rompimento de barragens. Após o ocorrido em Brumadinho, no mês de janeiro deste ano, a preocupação com a iminência de novas tragédias é explícita, não só na população que mora nos arredores das áreas de minerações, e tem o seu cotidiano diretamente afetado pelo medo, mas também nos políticos do município. Por isso, vereadores da Câmara Municipal de Nova Lima criaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi aprovada pelos parlamentares da Casa, nesta última terçafeira (19), para investigar as condições das 26 barragens existentes na cidade.
Macacos
Na sexta-feira (8), os moradores das cidades de Barão de Cocais e Itatiaiuçu entraram em pânico ao ouvirem a sirene que avisava o risco de rompimento de barragens na região. No último sábado (16), foi a vez dos moradores do distrito de Nova Lima, em São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, que ficaram atordoados e evacuaram suas casas, às pressas. Para o presidente da Câmara Municipal, Fausto Niquini (PSD), os desdobramentos gerados pelo risco de rompimento não podem ficar impunes. “Macacos é um local de
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Segurança
turismo, se formos hoje lá, as pousadas estarão vazias, o comércio fechado, a rotina do lugar foi transformado e a população não tem acesso as informações. Nós não podemos permitir que isso aconteça”, afirma.
A comissão
Após o ocorrido, o vereador Tiago Tito (PSD) fez o requerimento para a criação da comissão, que é composta pelos parlamentares Silvânio Aguiar (SD) e José Guedes (DEM), além do autor da demanda. A comissão tem o objetivo de verificar as documentações existentes e, assim, conseguir acompanhar as condições das barragens presentes no município. O intuito é cobrar das autoridades competentes, e das mineradoras, as medidas que devem ser tomadas em casos de risco de rompimento, além do endurecimento da legislação. Em janeiro, uma Comissão Especial, com os mesmos propósitos, também foi criada pela Prefeitura de Nova Lima. “Esse é o ponto de início. Nós vamos unir forças, juntamente com o prefeito Vitor Penido (DEM), além das parcerias com o deputado federal Zé Silva (SD) e deputado estadual Wendel Mesquita (SD)”, conta Fausto Niquini.
A CPI
Segundo o artigo 35 do regimento da Câmara Federal, uma CPI é criada para investigar um fato que seja importante para a vida pública e para a
ordem constitucional, legal, econômica ou social do país. “É de extrema importância que a população tenha instrução. Não adianta a sirene tocar e não saber os passos a seguir após isso. Por isso é crucial a criação da CPI”, salienta Fausto. Entre as medidas a serem investigadas pelos legisladores estão: laudos técnicos, indenização dos comerciantes e moradores, divulgação maciça para as comunidades sobre rotas de fuga em casos de acidentes, sinalizações de alertas para instruir a população em momentos de pânico, além de exigir das empresas mineradoras a implantação dos planos de contingência.
Cidade minerária
Ainda segundo o presidente, a mineração já é histórica no país, mas a forma como ela tem sido executada precisa ser repensada. “Inclusive, a contribuição financeira do minério em nossa cidade é em torno de R$ 10 milhões por mês. Nós sabemos que se a extração for paralisada, nós teremos um déficit de arrecadação de R$ 100 milhões só no ano de 2019”, explica. De acordo com Fausto, em parceria com o poder Executivo, a organização para a diversificação da economia da cidade se faz necessária. “Estamos tentando abrir o leque para conseguir compensar a crise minerária, por meio do investimento no polo gastronômico, turístico e cervejeiro, para lutarmos por novas economias na cidade”, finaliza.
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ARQUIVO JORNAL BANQUETA
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Força tarefa Rio Acima
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) comandou, na última quarta-feira (20), uma inspeção nas barragens Mina Engenho I e II, do Complexo Mina Engenho, em Rio Acima. A promotora de Justiça, titular da 1ª Promotoria de Nova Lima, coordenadora da “força tarefa”, Dra. Cláudia Ignez, declarou que “o perigo é iminente”. A começar pelo fácil acesso ao local, que está completamente abandonado. Classificadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na categoria A, ou seja, com alto índice de rompimento e potencial elevado, as barragens da empresa Mundo Mineração, do grupo australiano Mundo Minerals, são consideradas as mais perigosas do país.
Cenário de risco
Na superfície da barragem de rejeitos, aparentemente sedimentada, uma placa avisa o risco de contaminação. Nota-se no ar a presença de substâncias químicas, possivelmente arsênico. Ao lado, há uma barragem de água de origem indefinida. Ambas recebiam subprodutos da exploração do ouro, que usa substâncias ainda mais nocivas que a extração de minério de ferro. O maquinário e toda a estrutura de exploração do minério estão totalmente abandonados, se deteriorando. Não se sabe o que pode haver dentro
Dicas
dos equipamentos, o que também representa riscos. Debaixo das estruturas de ferro, há uma quantidade de água empoçada que oferece, além do perigo de contaminação, a possibilidade de criadouros de mosquitos da dengue. De acordo com a promotora, a primeira ação a ser realizada é uma “contenção hábil a não deixar que as barragens se rompam”.
Ameaça aos rios
Outra grande preocupação da promotora é a chance de contaminação dos rios, que correm próximo ao local. Ainda que não se rompam, se o rejeito contaminado, em caso de perfuração das estruturas, chegar ao rio mais próximo (cerca de 200 metros), que passa por Honório Bicalho e deságua no Rio das Velhas, comprometerá o abastecimento da região. No local onde funcionava a mina a céu aberto está represada uma grande quantidade de água que aparenta não ser contaminada, mas também não se sabe a procedência. A promotora também solicitou uma análise dessa água.
Força tarefa
Após a vistoria, a titular da 1ª Promotoria de Nova Lima se reuniu com o gabinete de crise e demais promotores para informar as averiguações feitas. “Era necessário ter uma percepção própria para
fazer o trabalho todo e induzir, junto aos órgãos que serão responsáveis pela reabilitação ou reaproveitamento da estrutura, quem sabe, o novo direcionamento que será dado ao complexo. Eu vejo um nível de periculosidade impressionante”, disse Dra. Cláudia, afirmando que iniciará, o mais rápido possível, todo o procedimento que for necessário. Estiveram na vistoria o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Rio Acima, Marcos Reis, representantes da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar do Meio Ambiente e da Faculdade Milton Campos.
Descaso
O grupo australiano Mundo Minerals era responsável pelo complexo e encerrou suas atividades na cidade em 2012, sem a implantação correta de um programa de desativação das estruturas. Segundo informações do Ministério Público Federal, os acionistas majoritários da empresa teriam desaparecido do território nacional, deixando para trás os resíduos contidos nas barragens, o maquinário e demais estruturas. Desde então, não se tem informações de nenhum sócio, responsável ou representante da mineradora. As barragens da Mina Engenho estão entre as que não tiveram a situação de estabilidade concluída por falta de dados e/ou documentos técnicos.
Na foto ela tinha por volta de 2 anos, hoje tem 21. Mora no bairro Cristais. Estudou na Escola Estadual Augusto de Lima. Sua atividade predileta é dançar. Participou de um grupo de Jazz da cidade. Atualmente está cursando arquitetura.
Já sabe quem sou? Descubra na próxima edição!
O misterioso da última edição é Maicol Barbosa Bernardo, proprietário do Gordinho Açougue e integrante da banda Marcão.
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A Vale acionou, no último sábado (16), o nível 2 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, localizada em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), em Nova Lima. Com isso, foi preciso a evacuação de cerca de 200 pessoas, que residem em 49 edificações do distrito, que ficam próximas à barragem, além da implantação do plano de fuga para os moradores do distrito de Honório Bicalho que, em caso de rompimento da barragem, seria atingido pela lama. A mineradora garante que não foi encontrada, até o momento, nenhuma anomalia na barragem, mas que por medida de segurança, ações de prevenção devem ser tomadas, seguindo a legislação brasileira.
Divergências de informações
que atestou a estabilidade em novembro foi contratada. A partir das características divergentes entre os laudos, o nível de segurança da B3/B4 passou de 1 para 2 e por isso, as medidas de prevenção foram acionadas”, conta.
Mudança radical
Olhar tranquilamente pela janela e ver a vida passar em meio a um cenário natural exuberante. Motivos suficientes para que os moradores de Macacos não deixem a cidade e para que ela seja um destino muito procurado por turistas em busca de sossego. Mas, essa realidade não existe mais. Manifestações em busca de respostas da Vale e a insegurança fazem parte do novo cenário da população local, cuja rotina foi alterada radicalmente. A fim de facilitar o acesso a informação neste momento, o A Banqueta buscou esclarecimentos junto à Prefeitura de Nova Lima e a mineradora Vale referentes à situação de Macacos, Honório Bicalho e demais localidades envolvidas no plano de descaracterização de barragens dentro do município.
Transporte público
Barragem B3/B4
De acordo com o funcionário da Vale, Mauro Lobo, a decisão foi uma medida preventiva, ocorrida após divergências de informações de empresas especializadas contratadas para avaliar a segurança da Barragem B3/B4. Segundo ele, a declaração de conformidade da barragem de Macacos foi emitida em novembro de 2018 e é revalidada a cada seis meses. “Uma nova avaliação só seria feita em março de 2019. Mas, após a tragédia de Brumadinho, a Vale iniciou um processo de descomissionamento (remoção de todo o material da barragem). Com isso, uma empresa diferente da
Segundo a Prefeitura de Nova Lima, o transporte público municipal para Macacos está mantido nos mesmos horários, porém com destino final no Bairro Jardins de Petrópolis, onde vans disponibilizadas pela Vale ficam responsáveis por complementar a viagem. O órgão ainda afirma que o transporte intermunicipal tem funcionado da mesma forma: os ônibus chegam e saem do acesso próximo à BR-040 e as vans, também disponibilizadas pela empresa, complementam o transporte dos passageiros.
Acessos
A mineradora informou que as definições quanto aos acessos ao distrito estão sendo feitas juntamente com as Defesas Civis Estadual e Municipal e a Polícia Militar. Os acessos pela via AMG160 e pelo bairro Capela Velha já estão flexibilizados desde segunda-feira (18), no período de 5h às 20h. Já a estrada do condomínio Pasárgada pode ser utilizada normalmente. Além
disso, o traslado da população que precisa de transporte coletivo está sendo realizado pela empresa até o trevo da Mina de Mar Azul, com o monitoramento da Polícia Militar. A empresa afirma que, a partir desse ponto, os usuários devem completar o itinerário até Belo Horizonte utilizando a linha regular 3915.
UBS Macacos
A Unidade Básica de Saúde (UBS) de Macacos funcionou normalmente na segunda-feira (18). De acordo com a prefeitura, a Vale fornecerá uma van para o transporte dos funcionários da UBS no início e final do expediente. O órgão municipal afirma também que será mantida uma ambulância com médico no Centro Comunitário que fará a função de serviço de urgência e, se necessário, fará o transporte de Macacos para UPA ou hospital.
Escola municipal
A prefeitura informou ainda que as aulas estão suspensas na Escola Municipal Rubem Costa Lima, em São Sebastião das Águas Claras, por tempo indeterminado, a pedido de pais e responsáveis, que estão receosos de mandar seus filhos para a unidade. O mesmo ocorre na Escola Municipal Dalva Cifuentes Gonçalves e no Centro de Educação Infantil Nize Conceição Silva Ribeiro, em Honório Bicalho.
Honório Bicalho sob alerta
De acordo com o Secretário de Meio Ambiente, Danilo Vieira, estudos apontam que a lama da barragem B3/B4 - composta por, aproximadamente, 1,9 bilhões de metros cúbicos pode atingir Honório Bicalho no prazo de 56 minutos, após o rompimento da estrutura. “O estudo que a empresa nos disponibilizou, trabalha um cenário de rompimento com chuvas fortes, ou seja, inundação atrelada à lama. Temos esperança de que isso não aconteça, mas mesmo assim, trabalhamos para orientar as pessoas sobre o que
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precisa ser feito”, explica.
“Mancha” da lama
GOOGLE MAPS
Um dos trabalhos do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) é definir o trajeto que a lama da barragem seguirá em caso de rompimento (foto abaixo). Segundo o documento, o rejeito da Barragem B3/B4 segue o leito do Ribeirão dos Macacos, chega a Honório Bicalho, pela MG-030, bem próximo a entrada do bairro
o governo municipal, junto da Vale, reuniu-se com moradores de Honório Bicalho, na terça-feira (19), para orientá-los sobre as ações que devem ser adotadas caso a barragem, localizada em Macacos, se rompa. Entre elas, está a definição de quatro pontos de encontro para os moradores aguardarem transporte enviado pelas autoridades competentes durante a emergência: Campo do Internacional, Capela Nossa Senhora Aparecida, trevo de acesso ao bairro, na MG-030, e Trevo do Gaia.
moradores localizados nas áreas de inundação terão 56 minutos para evacuar de suas residências em destino aos pontos de encontro.
Sem previsão
A Defesa Civil Estadual afirmou que a retomada dos moradores de Macacos às suas casas, somente ocorrerá após a Vale atestar a segurança da barragem B3/B4 e os laudos forem analisados pelas agências reguladoras. Com isso, o nível de segurança da barragem sairia de 2 e voltaria para 1. A mineradora reitera que oferece toda a assistência e apoio necessários às famílias da comunidade do distrito, até que a situação seja normalizada.
Evacuação no Rio de Peixe
Simulação do trajeto da lama em caso de rompimento
Olaria, passa por trás do Condomínio Eco Ville, encontra com o Rio das Velhas, em frente ao condomínio, e segue o leito do rio em direção a Raposos.
Pontos de encontro
Além de orientações nas redes sociais da prefeitura,
Carros de aviso
A Vale não instalou sirenes em Honório Bicalho. Com isso, quatro carros foram disponibilizados pela mineradora para servir como sirenes. Caso a barragem se rompa, os carros vão soltar comunicados sonoros para avisar a população e os
Nessa quarta-feira (20), a Vale realizou a evacuação de 33 famílias, o que corresponde a cerca de 100 residentes permanentes, do complexo Rio de Peixe - mais precisamente do condomínio Solar da Lagoa e da Vila Codornas A e E - localizados a 52 km da sede do município. A remoção ocorreu em função do acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragens (PAEBM) das barragens Vargem Grande, do Complexo Vargem Grande, em Nova Lima, e Forquilha I, II e III e Grupo, na mina Fábrica, em Ouro Preto. A Vale reforçou que os centros urbanos das cidades de Ouro Preto, Nova Lima, Itabirito e Congonhas não são afetados pela remoção. A mineradora ainda ressaltou em nota que trata-se de uma medida preventiva para viabilizar a aceleração dos projetos de descaracterização das barragens a montante.
Central de Atendimento Vale: 0800 031 0831 - Site: vale.com
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FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Igualdade de Gênero
Há 92 anos, a Lei Eleitoral do Rio Grande do Norte garantiu às mulheres daquele estado o exercício do voto. Entretanto, o senado anulou os votos femininos daquela eleição, por considerarem não haver uma posição definitiva a nível federal. Em 1928, Alzira Soriano Teixeira foi a primeira mulher eleita prefeita - por votos masculinos - na cidade de Lajes, também no estado do Rio Grande do Norte. Em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres finalmente conquistaram o direito ao voto. Em 8 de janeiro de 2015, a data foi inserida no calendário oficial do Governo Federal, por meio da lei 13.086, pela primeira mulher presidenta do Brasil, eleita em 2010 e reeleita em 2014, Dilma Rousseff (PT). Mas, mesmo diante toda trajetória, os números evidenciam a falta de representatividade das mulheres na política.
Movimento sufragista
JOÃO VICTOR MORAES
A palavra sufrágio tem suas origens no latim, suffragium, que significa “voto”. O movimento sufragista iniciou nos Estados Unidos e Inglaterra, quando a mulher abrangeu suas áreas de atuação na sociedade, como, por exemplo, adentrar em indústrias e iniciar em jornadas de trabalho. Em relação ao voto, a Assessora Especial de Políticas Públicas de Nova Lima, Janaína Perez, conta que até o início do século XX, muitos países reservavam o privilégio da votação exclusivamente aos homens. Entretanto, não incluía toda a classe masculina. “Os que podiam votar eram homens alfabetizados, por
isso, o direito abarcava apenas àqueles que pertenciam às classes mais nobres”, informa.
Raça
Enquanto as mulheres brancas iniciavam suas vidas profissionais e reivindicavam exercer atividades fora do ambiente doméstico, as mulheres negras já tinham a mão de obra sendo explorada desde quando foram traficadas e submetidas à escravidão. Por isso, a diversidade das mulheres fica evidenciada não só em suas formas físicas, mas também em seus contextos sociais e opressões. “A mulher negra, além de enfrentar o machismo, tem que lutar contra o racismo, que é estrutural e está presente em diversas instituições. Observamos ainda que elas ainda não conseguem, por diversas questões, participarem de espaços na esfera pública e qualquer tentativa de combate ao racismo é visto como vitimismo”, opina.
Representatividade
Um levantamento feito, entre 2005 e 2016, pelo Projeto Mulheres Inspiradoras, que atua pelo envolvimento feminino nos espaços de poder, revela que as nomeações para cargos do alto escalão nos ministérios cresceram 4,5%. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no recorte por raça, a disparidade aumenta na Câmara dos Deputados: menos de 1% são mulheres negras. Em Nova Lima, apenas em 1959, Laura Paes Leme de Oliveira, foi eleita a primeira vereadora. “Temos cerca de 40 mulheres ocupando cargos no 1º e 2º escalão, na cidade. A representatividade feminina na política é importante
para que nos sintamos parte do processo. Reforça nossa capacidade de estar onde quisermos e lutarmos por pautas que só nós mulheres temos legitimidade para compreender e das quais somos alvo em potencial, como, por exemplo, a questão do feminicídio”, afirma.
Nova Lima
Ao entrar pela portaria da Câmara Municipal, um mural está disposto para observação. Fotografias de vários presidentes que tiveram sua história registrada pela casa estão estampados na parede. Para Janaína, ao passar por aquele corredor, o sentimento de profunda tristeza é inevitável. “A sensação é de exclusão das mulheres em todo o processo histórico da cidade de Nova Lima. É uma realidade que sinaliza o machismo explícito em nossa sociedade. E quando as mulheres conseguem ocupar esses cargos, elas tem dificuldades em alcançar posições de destaque, como a presidência dessas instituições”, avalia.
Igualdade de gênero
Em 1932, após muita organização e manifestações, as mulheres conquistaram o direito ao voto. Para a assessora, essa vitória foi um passo importante, mas ainda insuficiente para garantir a igualdade, visto que, para ela, essa discussão é muito mais ampla e precisa passar pelo entendimento da sociedade inteira de que o sexo masculino não é superior ao sexo feminino. “É preciso que homens e mulheres compartilhem dos mesmos direitos, deveres e oportunidades para que a igualdade de gênero deixe de ser utópica”, finaliza.
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Sem tragédias em nossas cidades
Hoje peço licença aos leitores desse espaço, onde sempre falamos sobre o esporte em Nova Lima e no estado, para podermos tratar de um assunto que tem afligido a todos nós: as barragens de rejeito das mineradoras.
Tenho acompanhado de perto, desde o meu primeiro mandato, sobre essa situação. No sábado estive em Nova Lima, acompanhando desde o primeiro momento a situação em Macacos.
Em julho do ano passado, afirmei na reunião da Comissão de Minas e Energia, que novas tragédias aconteceriam, como acabou acontecendo em Brumadinho. Por tudo que estudei e acompanhei nos oito meses de trabalho sobre o tema, não tinha dúvidas: o que ocorreu em 2015, em Mariana, iria se repetir e mais pessoas perderiam a vida.
O
nosso
projeto
apresenta
quatro
pontos
fundamentais. O primeiro é obrigar as mineradoras a não trabalharem com um método mais barato, mas sim com as alternativas tecnológicas mais seguras e modernas. O segundo ponto, é proibir o alteamento das barragens. O terceiro, garantir que as barragens não sejam construídas acima de cidades inteiras. O quarto é o endurecimento na liberação das licenças ambientais e do processo de fiscalização. Caso esses pontos não sejam incluídos na legislação, nada será resolvido e poderemos acordar, a qualquer momento, com outra tragédia das mesmas proporções ou ainda maior. Essa legislação permitirá uma forma mais sustentável de mineração e com a máxima segurança, igualmente usada em países de primeiro mundo.
Garanto, se medidas duras não forem tomadas, infelizmente, outras barragens vão se romper. Se tudo continuar como está hoje, volto a afirmar: outras tragédias acontecerão. Atualmente, em Minas Gerais, existem 432 barragens, algumas em Nova Lima e região, que posso chamá-las de bombas-relógio. Tenho a absoluta convicção que a mineração tem que continuar existindo. Mas, ela não pode continuar a ser feita de forma irresponsável, com a exposição
das pessoas. O que estamos tentando exigir é que a mineração adote um modelo mais justo com a vida das pessoas, com o Estado e com o meio ambiente.
Se, em atividade, as barragens já oferecem riscos, o que pensar quando essas forem desativadas e ficarem sem manutenção? Infelizmente, em Rio Acima, temos a barragem da Mundo Mineração, a barragem Mina do Engenho, que o Estado considerou “alto risco” de vazamento. O material dessa barragem é altamente tóxico, contendo arsênio e mercúrio, entre outros metais.
Temos a boa expectativa de iniciarmos a votação do nosso projeto hoje, instituindo assim, a política estadual de segurança de barragens. Ele é o mesmo que foi derrotado na votação de julho de 2018, na Comissão de Minas e Energia, com alguns aprimoramentos e avanços. Em lugar de uma lei tímida e claramente ineficiente, estamos propondo uma mudança de paradigma.
Depois de todas essas tragédias, principalmente as duas últimas, em apenas três anos, muito tem que mudar. Tenho a esperança de que, não só a minha voz, mas a da população seja ouvida.
No Fundo do Baú
Esta semana, vamos relembrar o Bronka Futebol Clube, do ano de 1979, campeão do Torneio do bairro Boa Vista. O presidente do time era Walter Loyd e o treinador era Pilú. Em pé: Quinho, Pedrão, João Bandinha, Baú, Maurinho e Montanha.
Agachados: Aleixo, Anisinho, Marquinho de Pica, Pierre, Catitú e Biliu.
Enquete - Quais foram os melhores jogadores do Bronka Futebol Clube, do ano de 1979? Envie sua resposta para o email: enqueteabanqueta@gmail.com. Participe!
Bronka
Resposta da enquete anterior - Os melhores jogadores do Rezenha, campeão da 1ª Copa Nogueirão, em 2019, foram: em 1º lugar, com 70% dos votos, Max, O Destruidor. Em 2º lugar, com 30% dos votos, Israel.
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Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 22 a 28 de fevereiro de 2019
Aniversário de Nova Lima
Na noite do domingo (17), a Prefeitura Municipal de Nova Lima organizou um show, do cantor Alexandre Pires, para que os nova-limenses pudessem comemorar os 318 anos da cidade em grande estilo. O público pôde festejar ao som das músicas do pagode romântico da celebridade, no Espaço Cultural, com muito conforto e segurança. Para abrir ao espetáculo, a dupla sertaneja Bruno e Léo e a banda nova-limense, Seu Genésio, fizeram dois grandes shows de abertura. O evento foi gratuito e, na ocasião, um grande número de espectadores prestigiaram a comemoração. Fotos: João Victor Moraes
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A Banqueta
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A Banqueta
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