A Banqueta 667

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Para elas,

a luta é todo dia

Avanço das pautas feministas contribuem para conquistas de direitos das mulheres. Entretanto, a equidade entre os gêneros ainda está longe de ser alcançada. Para encontrar soluções que atinjam toda a diversidade da classe é preciso desnudar a historicidade da misoginia e masculinidade tóxica da estrutura patriarcal

Edição Especial Págs. 02, 04, 08, 10, 11 e 14

8M é data política

O capitalismo coopta tudo Ou seja, absorve movimentos que, inclusive, podem ter como essência o próprio anticapitalismo e, dessa forma, esvazia os sentidos da pauta a tal ponto que se perca de vista o essencial do movimento Por exemplo, se antes era impossível as mulheres ocuparem um cargo de direção, hoje compram blusa - gerando lucro para uma marca que possui

pouquíssimas mulheres em posição de poder - com alguma frase sobre a importância delas em locais de decisão E para ficar mais trágico, utilizarão a camiseta na empresa em que trabalham, onde provavelmente sofrem violência psicológica e ou sexual e ganham menos que seu colega de trabalho, ainda que executem a mesma função. Outro exemplo, é que no Dia Internacional da Mulher compram flores, chocolates, jantares, oferecem Dia da Beleza, mercantilizando a data e esvaziando sua essência: reivindicar melhores condições de trabalho

A importância do feminismo

Apesar das feministas serem atacadas, inclusive por mulheres - mesmo porque são socializadas dentro do patriarcado, que as ensina a trabalharem para seus algozes, servindo como verdadeiras capitãs do mato, é por causa da produção de conhecimento e organização dessas mulheres revolucionárias que direitos básicos foram conquistados, como por exemplo, poder divorciar O exemplo mais recente dessas conquistas é a realização da laqueadura sem precisar de autorização do marido Essa notícia poderia ter estampado nos jornais antes de 1900, mas apenas hoje, em pleno século XXI, ela foi garantida por lei.

Na prática é outra história

Não desmerecendo a importância do avanço das leis no Brasil, mas uma coisa é o papel e outra é, de

fato, modificar a realidade das mulheres Por exemplo, a Lei Maria da Penha é um instrumento importantíssimo, que traz como medida protetiva o distanciamento do agressor Entretanto, na prática muitas morrem pela mão daqueles que deveriam respeitar a medida protetiva que estava em vigor O estupro é crime, mas apesar disso, mulheres são revitimizadas dentro do judiciário ou da instituição policial, mesmo quando a unidade é especializada na Mulher; quando duvidam de seu depoimento, quando questionam as roupas utilizadas por ela no dia da agressão, entre outras perguntas que culpabilizam a vítima

Os algozes

Para entender porque mulheres são as principais vítimas de determinadas violências, é preciso resgatar a história Não é à toa que grupos de oposição lutam e deturpam a importância do estudo de gênero e sexualidade dentro das escolas. Quanto mais conhecimento a respeito dessas temáticas for produzido e estiver em voga, quanto mais instrumentalizar as próximas gerações com essas informações, mais ameaçados estarão àqueles que hoje ocupam os espaços de poder E não se engane, quando o assunto é gênero, os algozes perpassam pelo patrão ao líder religioso, do pai ao esposo; mesmo porque, geralmente, o feminicídio é cometido por aquele que dorme ao lado Nesta Edição Especial, o Jornal A Banqueta de Notícias traz diversas matérias do universo da mulher e evidencia que ainda há muito trabalho pela frente

Jornal A Banqueta de Notícias - 667ª Edição

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Edição Especial

Laqueadura e vasectomia

Quebra de barreiras

A obstetra e ginecologista Márcia Braga tem a oportunidade de acompanhar diversas mulheres em diferentes momentos de suas vidas e, muitas vezes, esses momentos estão relacionados às decisões sobre a maternidade. “São várias as dúvidas e questionamentos que elas apresentam. Quando podem realizar a cirurgia de laqueadura, se precisam ter filhos para fazer e qual a idade ideal. Agora, a mudança na legislação representa não só o avanço no acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, mas também uma quebra de barreiras a esse acesso e devolve as mulheres o direito sobre seus corpos O acesso a métodos de esterilização cirúrgica são medidas de saúde pública”, ressalta

Principais mudanças

alteração na virilidade masculina Vasectomia não altera libido”, afirma

Métodos permanentes

A laqueadura é realizada em mulheres e a vasectomia em homens, sendo métodos contraceptivos permanentes feitos por meio de cirurgia que impedem o contato do espermatozoide com o óvulo. “No primeiro caso é feita a salpingotripsia ou salpingectomia, termo técnico de ligadura tubária. Podendo ser realizadas por métodos de cirurgia aberta ou por vídeo Já na vasectomia, o que se corta são os canais deferentes, que conduzem os espermatozoides”, explica Ainda segundo a Dra Márcia, a laqueadura requer de 24 a 48h de recuperação, já a vasectomia, o repouso pós-cirúrgico é de até 48 horas Após as cirurgias é necessário utilizar outro método contraceptivo durante, pelo menos, 90 dias

Disponível no SUS

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a laqueadura como método contraceptivo gratuito. O procedimento também pode ser coberto por planos de saúde, em clínicas particulares, podem variar de R$ 3 a R$ 10 mil Para realizar a laqueadura pelo SUS, a mulher interessada deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima à sua residência e agendar uma consulta com um ginecologista “Nessa consulta serão realizados exames e avaliações médicas para verificar se a mulher está apta a realizar o procedimento Após a primeira consulta, a pessoa é acompanhada por uma equipe multidisciplinar de enfermeiro, psicólogo e assistente social Toda essa equipe realiza a avaliação da paciente, e em seguida, caso positivo, autoriza a esterilização Para a laqueadura é necessário que a mulher realize o risco cirúrgico antes”, ressalta

Fila de espera

Nesse domingo (05), entrou em vigor a Lei 14 443 de 2022 que modifica as exigências para a realização de laqueaduras e vasectomias no âmbito do planejamento familiar no Brasil. As novas medidas visam garantir a segurança e a autonomia principalmente das mulheres em relação aos direitos sobre seu próprio corpo, evitando possíveis violações de direitos reprodutivos, trazendo mudanças significativas, como a eliminação da exigência de idade mínima e de filhos vivos para a realização do procedimento Além disso, a autorização do cônjuge ou companheiro deixa de ser obrigatória O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece as cirurgias e todos os estados brasileiros possuem estabelecimentos para a realização Diante do tema, que tem sido constantemente requisitado aos médicos e procurado pelo público em sites de saúde, o Jornal A Banqueta, traz as principais informações sobre as novas regras para o procedimento.

As alterações decorrentes da nova lei entram em vigor somente depois de 180 dias após sua publicação Antes da nova regra, pessoas casadas precisavam ter ao menos 25 anos ou dois filhos, além da autorização do cônjuge, para fazer o procedimento de laqueadura e vasectomia. Os solteiros só podiam passar pela esterilização depois dessa idade e se já fossem pais Agora, a idade mínima para a realização das cirurgias caiu para 21 anos e não há mais a exigência de ter filhos nem consentimento do cônjuge Outra mudança significativa é que a laqueadura, agora pode ser autorizada após a cesariana, desde que a solicitação tenha sido feita 60 dias antes do procedimento “Considero que as mulheres eram as mais afetadas pela antiga legislação A desinformação e escassez de educação em saúde faz com que as mulheres se submetam a um procedimento mais invasivo que os homens, como a laqueadura, pela crença dos homens de que a vasectomia está associada com a

Mesmo com a redução da burocracia, as pessoas interessadas devem enfrentar a fila do SUS para essas cirurgias De acordo com a Prefeitura de Nova Lima, a espera é de, no mínimo, 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, como preconiza as Leis Federais nº 14 443, de 02 de setembro de 2022, e nº 9 263, de 12 de janeiro de 1996 Os documentos necessários para a cirurgia são carteira de identidade, CPF, Cartão Nacional do SUS, comprovante de endereço dos últimos seis meses e certidão de nascimento dos filhos vivos.

Decisão bem pensada

Como se trata de uma decisão importante, a obstetra explica a cautela ao decidir optar pela esterilização O SUS não oferece o procedimento de reversão e além da laqueadura e da vasectomia, também oferta, de maneira gratuita, outros métodos contraceptivos que podem se adequar às necessidades relacionadas ao cuidado à saúde reprodutiva “As possibilidades e o sucesso da reversão são baixos Tendo em vista que se trata de um método definitivo, é fundamental a tomada de decisão baseada nesse fato Não se deve optar por um método pensando na possibilidade de reversão”, finaliza

Mudanças nas regras para esterilização, por meio de nova lei, garantem mais autonomia às mulheres que optam pelo procedimento, como a eliminação da exigência da autorização do cônjuge
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Revolução tecnológica na segurança de Nova Lima

Segurança inteligente é mais segurança para todos.

A Prefeitura de Nova Lima acaba de lançar o CIAP, um projeto inovador que irá revolucionar a segurança pública da nossa cidade São mais de 470 câmeras de alta def inição, instaladas em todo o município e monitoradas, em tempo real, pelo sistema inteligente do novo Centro Integrado de Ações Preventivas, que ajudará a Guarda Municipal e a Polícia Militar a cuidar ainda mais da nossa gente Inovação e integração na segurança pública, garantindo mais segurança para todos

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Trabalho desvalorizado

Após quase dez anos da PEC das Empregadas Domésticas, trabalhadoras ainda tem direitos desrespeitados. Principais são a falta da Carteira de Trabalho assinada e hora extra sem remuneração

“A senzala moderna é o quartinho da empregada” É fazendo essa analogia que a professora, rapper e escritora, Preta Rara, em seu livro “Eu, empregada doméstica”, levanta o tapete da família tradicional brasileira, expondo em como essa função ainda tem incrustado o ranço escravocrata do Brasil colonial Todos os anos diversos casos de trabalhadores em regime de escravidão estampam o noticiário que ainda insiste em tratar os fatos como “caso isolado” Segundo o Ministério da Economia a maioria das mulheres resgatadas geralmente realiza funções atreladas aos serviços domésticos

São seis milhões de trabalhadores domésticos no país, sendo 92% mulheres Dessas, 66% são negras, a maioria está acima de 40 anos e tem renda média inferior a um salário mínimo. Esses são dados do IBGE de 2019, apesar da PEC das Empregadas Domésticas, de 2013, já ter regulamentado a profissão De acordo com levantamento do Instituto Doméstica Legal, são 75,64% de trabalhadores domésticos informais Zelar pelo ambiente familiar demanda tempo e trabalho braçal, algo que é comumente terceirizado de forma precária no país. Ainda que a PEC preveja somente direitos básicos, muitos patrões enxergam as conquistas como exageradas

Sem folgas

Aline Oliveira, de 37 anos, tinha sido contratada para ser cuidadora de uma idosa com Alzheimer, quando teve sua função desviada e trabalhou exercendo as atividades de uma empregada doméstica “Me contrataram para cuidar da idosa, mas, com o tempo, as coisas mudaram Eu lavava roupa, fazia almoço, limpava a casa, dava banho na senhora, trocava fralda. Temos que ter um psicológico muito bom para dar conta dos afazeres da casa e cuidar

de uma idosa No fim das contas, cuidava da filha também, porque ela tinha depressão e bipolaridade”. Aline executava tudo pelo valor de R$ 1.500.

“Mulheres nunca se aposentam”

A filósofa Silvia Federici, autora de vários livros com temática feminista, como o Calibã e a Bruxa, salienta que “o trabalho doméstico vai de uma mulher para outra mulher, ou para uma criança ou filha Uma mulher deixa seu filho com outra mulher ou com sua mãe, e a mãe tem que seguir trabalhando Mulheres nunca se aposentam” Aline Oliveira trabalhava de 8h às 17h, de segunda a sábado “Aos domingos eu ia lá só para dar banho na senhora, mas ajeitava a casa e fazia almoço também Eu sacrificava estar com a minha família para cuidar de outra família e nunca fui fichada”, revela.

Racismo e outras violências

Foi nessa casa que Aline sofreu racismo e outros abusos “Falavam, pelas minhas costas, que eu recebia muito para fazer um trabalho que nem tinha certificado, mas eu tinha sim. Eu não tinha era folga, fui contratada para ser cuidadora, fazia todo o serviço da casa e ela ainda achava que me pagava muito Levava marmita porque não podia comer a comida da casa, só quando ela quisesse ou escondido Ela também tinha preconceito de cor, me chamava de neguinha, mas tudo isso pelas costas. Eu fiquei muito cansada psicologicamente”, lembra.

"Nunca mais”

A filósofa Djamila Ribeiro afirma que “enquanto mulheres brancas são vistas como frágeis, mulheres negras são tidas como detentoras de uma grande habilidade para suportar a dor física e emocional, motivo pelo qual não foram poupadas dos castigos cruéis e degradantes da escravidão Quando mulheres brancas lutavam pelo direito ao voto, ex-escravizadas negras reivindicavam ainda por condições básicas de dignidade Muito antes de mulheres brancas conquistarem espaço para trabalhar, mulheres negras já tinha sua força de trabalho massivamente explorada”. A terceira casa de família que Aline trabalhou, ela finalmente foi fichada “Foi a última Eu não quero nunca mais trabalhar como empregada doméstica”, desabafa

Sem hora para sair

Ficou um ano na residência. “A casa era enorme, de dois andares De tanto subir e descer escada tive bursite na perna esquerda Tinha que surrar o chão da garagem, as escadas, trabalho pesado de faxineira Lá tinha piscina, um jardim enorme que eu também tinha que molhar, porque o jardineiro não ia sempre, se o cachorro fugisse, eu ia atrás, lavava e passava roupas todos os dias, daí tive bursite no ombro também Os produtos que usava para limpar o chão era muito forte, acho que isso que desencadeou as crises de enxaqueca Além de limpar tudo, ainda olhava a criança Entrava 8h, mas não tinha hora para sair”

Desigualdade

Para a nova-limense, os empregadores não estão interessados na lei “As pessoas só permanecem na área porque acreditam que não tem opções, porque não tem estudo ou acham que ‘só’ sabem fazer isso Os patrões não valorizam o trabalho. Olhar criança é ainda mais difícil, porque filho dos outros é muita responsabilidade Tem atividades que a empregada

doméstica não deveria fazer, mas a patroa exige, elas não querem contratar um empregado para cada área, querem tudo numa só. Isso está errado. Pode ser que tenha patroas mais humanas, mas eu não encontrei”

PEC das Domésticas

Em 2013, a Emenda Constitucional nº 72, popularmente conhecida como PEC das Empregadas Domésticas, trouxe uma alteração significativa no art 7º da Constituição Federal. “A emenda passou a garantir a esses empregados vários direitos, como salário mínimo nacional, seguro desemprego, 13º, proteção salarial, entre outros Porém, em 2013, a emenda deixou pendente alguns desses direitos como FGTS, adicional noturno, controle de ponto obrigatório. Somente em 2015 veio a Lei Complementar nº 150, que trouxe a efetiva regulamentação desses direitos”, contextualiza o advogado trabalhista Rafael Azevedo

Diarista e faxineira

O advogado explica que empregador doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal, e de finalidade não lucrativa a pessoa ou a família, no âmbito residencial dessas, por três ou mais dias da semana “A faxineira faz o trabalho pesado, já a empregada doméstica ou diarista faz o trabalho do dia a dia, só que a diarista pode trabalhar até dois dias na semana, assim como a faxineira, e caso trabalhe mais dias pode caracterizar vínculo empregatício A faxineira e diarista não têm salário mensal, nem direitos trabalhistas exatamente por não ter vínculo empregatício, elas são consideradas autônomas e, por isso, a PEC não abrangem elas”, elucida.

Classe de trabalhadores

Mas não são apenas aquelas pessoas que fazem a limpeza da casa que são considerados empregados domésticos “Todo empregado que desenvolve suas tarefas na casa do empregador, atendendo essa pessoa e sua família, seja em área urbana, rural ou condomínio, é empregado doméstico Por exemplo, um auxiliar de enfermagem contratado para cuidar de um idoso, um piloto contratado para conduzir helicóptero da família, um porteiro do condomínio, ou um tratador de animal, todos são considerados empregados domésticos, lembrando que é preciso trabalhar três dias ou mais na semana, para caracterizar o vínculo empregatício”

Desafios

Ele conta que é comum esses profissionais dormirem no serviço, principalmente se a casa tiver crianças ou idosos. "Ainda que durmam no trabalho, tem que ser respeitado o horário de serviço, vale transporte, alimentação, benefícios, adicional noturno e de prontidão, pagamento de hora extra, folga, tudo isso tem que ser respeitado” Rafael evidencia que os profissionais da área têm direitos aos feriados civis e religiosos e, caso seja necessário trabalhar, “deverá ser pago com 100% a mais do que a remuneração habitual” Para ele, o principal direito ferido é a falta de pagamento de horas extras e a ausência de registro do profissional na carteira de trabalho "A PEC veio para melhorar, mas ela ainda é falha, porque há muita demissão e muita gente sem carteira assinada, infelizmente essa é a realidade", finaliza.

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Especial
Edição
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doméstica

O pilar central dentro da masculinidade hegemônica no Brasil é o repúdio às mulheres. Basicamente, ser homem é não ser “mulherzinha” Inclusive, feministas afirmam que a masculinidade é homoafetiva, já que os homens aprendem a idolatrar e imitar somente outros homens, sendo as mulheres objetos apenas de devoção, serviço e sexo “Tudo o que a mulher fazia antigamente para agregar valor na vida do cara - cozinhar, cuidar da casa - hoje é opressão A única coisa que sobrou é o sexo”, afirmou um componente do grupo supremacista masculinista MGTOW.

O avanço do feminismo revolucionário tem proporcionado uma transformação subjetiva e material na vida das mulheres. Mas há quem lucre ou tire vantagens com a subordinação do gênero feminino Desta forma, paralelamente, também cresce os grupos reacionários, masculinistas, misóginos e de extrema-direita, que disseminam a ideologia presente na base estrutural do feminicídio e violência doméstica O perigo maior disso é quando membros desses grupos ocupam espaços de poder e decisão, endossados por parte da população - já que a misoginia, em diferentes níveis, está presente na subjetividade de todo brasileiro - o que ameaça os direitos conquistados das mulheres

Calvo do Campari

A discussão sobre a misoginia e os grupos masculinistas esteve mais em voga após a viralização do vídeo de Thiago Schutz nas redes sociais, que ficou conhecido como o “Calvo do Campari” Para afirmar que as mulheres são manipuladoras, utilizou o exemplo de uma mulher, em um encontro, que ofereceu uma cerveja enquanto ele tomava Campari “A mulher tenta muito moldar o homem, como se fosse um teste, não é na maldade, é para ver até onde ele consegue manter a opinião. Será que o cara vai aceitar a cerveja só para agradar?” O vídeo foi replicado nas redes sociais em tom de deboche, mas o que pode

parecer inofensivo na verdade esconde uma ideologia misógina, que pode escalonar e se tornar mortal, já que naturaliza violências diárias sofridas pelas mulheres e objetifica o corpo feminino

Redpill

Thiago faz parte do movimento redpill, que acredita equivocadamente que as mulheres são privilegiadas, ainda que o Brasil seja o quinto país que mais assassina mulheres O termo surgiu em referência ao filme Matriz, onde um personagem precisa escolher entre a pílula azul - que o manteria a viver na ilusão e ignorância - ou a vermelha - que o libertaria do mundo ilusório, dando-lhe consciência para lutar contra as opressões “Obviamente o movimento masculinista e misógino deturpa o filme e usa discurso de ódio para atacar mulheres em reuniões, conferências e, atualmente, em páginas na internet Além da misoginia, os grupos são marcados também pelo racismo e pela LGBTQIA+fobia”, explica a advogada, presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da OAB/MG e fundadora do Projeto Direito das Minas direcionado à advocacia para mulheres em situação de violência, Isabella Pedersoli

Incels

Outro grupo que tem como base o repúdio às mulheres são os incels “Entretanto, o movimento redpill atesta que é necessário se aproveitar das mulheres e torná-las submissas para recuperar a virilidade masculina Já os incels se intitulam ‘celibatários involuntários’ e culpam as mulheres por não conseguirem ter relações sexuais, reforçando a violência contra qualquer grupo sexualmente ativo Alguns mais, outros menos radicais, mas todos unidos pela crença de que os homens estariam em desvantagem na sociedade moderna que se desenvolve sempre a favor das mulheres”, elucida

Homens sigmas

Alguns deles também se intitulam como homens sigmas. Se entendem como lobos solitários e itens raros, adorados e cultuados pelas mulheres “Quando vejo uma garota bonita na rua eu penso duas coisas: uma parte de mim quer sair com ela, conversar, ser muito gentil e tratá-la com carinho A outra parte imagina como seria sua cabeça decepada” Esse é um post do perfil Filosofia Sigma, com mais de 42 mil seguidores. A documentarista Sara Stopazzoli passou dias investigando o universo MGTOW, um dos maiores grupos misóginos de supremacistas masculinistas da internet brasileira, e ela é categórica: “Thiago Schutz, o calvo do Campari, é uma versão super light do que rola nos redutos que retroalimentam o ódio pelas mulheres”

Grupos de WhatsApp

A pesquisadora dos grupos de WhatsApps masculinos, psicóloga e estudiosa sobre gênero e masculinidades, Valeska Zanello, explica que o pilar central da masculinidade hegemônica no Brasil é o repúdio às mulheres. Portanto, ser homem é não ser “mulherzinha” “Isso é misoginia Só que existe a misoginia direta, de grupos neonazistas que dizem ‘tem que estuprar todas as mulheres porque todas são vagabundas’, é um discurso de ódio claro, mas

Edição Especial

Masculin

a principal forma, a mais popular que apareceu nos grupos de WhatsApp foi a objetificação sexual, que é ensinada desde a infância. O menino tem 2 anos, brincando com uma menina da mesma idade, e o pai faz o quê? Estimula ele a dar um beijinho, pergunta se é namoradinha, fala que ele é o garanhão. Isso é treinar objetificação sexual”.

Categorização das mulheres

Para que os homens se sintam em posição superior eles precisam diminuir as mulheres, categorizando-as; e o sistema é perfeito porque, subjetivamente, por causa da cultura patriarcal, a autoestima das mulheres está atrelada ao olhar desejante de um homem que as escolha e a centralidade de suas vidas é construída em prol de um relacionamento “E isso as vulnerabiliza psiquicamente Para serem escolhidas precisam estar próximas de um padrão moral e estético Mulheres negras, indígenas, com deficiência, gordas, mais velhas estão em posições desfavoráveis Daí, quanto mais insatisfeitas com seus corpos, maior será o consumo de intervenções estéticas. O homem só se aproxima de uma mulher gorda no final da noite, quando não conseguiu mais ninguém Eles não aprenderam outras formas de estarem com as mulheres a não ser objetificando-as, e isso tem a ver com controle e domínio”, conta a psicóloga

Masculinidade homoafetiva

Em contrapartida, os homens são avaliados pelos próprios homens “Diferente das mulheres, que são

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Com o avanço das conquistas femininas, cresce os grupos masculinistas, que disseminam ódio às mulheres, presente na base estrutural ideológica do feminicídio e violência

nidade tóxica

subjetivadas pelo amor, matrimônio e maternidade, os homens se subjetivam no dispositivo da eficácia Para eles, o trabalho e a capacidade sexual são os seus valores identitários Então, tem a virilidade laborativa, chancelada pelo sucesso do trabalho, e a virilidade sexual”, explica Zanello Para a filósofa Marilyn Frye, a masculinidade é homoafetiva. “As pessoas que eles admiram, respeitam, adoram, reverenciam, a quem honram, imitam, idolatram e formam profundos vínculos, a quem estão dispostos a ensinar e com quem estão dispostos a aprender, e cujo respeito, admiração, reconhecimento, honra, reverência e amor eles desejam, essas são, esmagadoramente, outros homens. Das mulheres querem devoção, serviço e sexo”

Instrumentos

Tudo isso fica claro nas conversas desses grupos “Qual é a razão para tu interagir com mulher? Sexo Porque para qualquer outra coisa, discutir hobbies e assuntos interessantes, tu chama teu camarada A mulher é sempre uma coisa sub, que não chega no mesmo nível”, compartilhou um integrante do MGTOW Mas essa ideia misógina está em camadas, menos explícitas, na população em geral, como nas piadas corriqueiras que colocam as mulheres como burras, péssimas motoristas, que devem ocupar apenas o tanque de lavar roupa, dentre outras ferramentas, como na indústria cultural, que, homeopaticamente, dissemina a misoginia que é absorvida pela sociedade, por meio de filmes, músicas, novelas, entre outros

Avanço feminista

precisassem existir e que pudéssemos viver uma vida em equidade e igual segurança”, avalia Isabella Pedersoli

Combater “pequenas” violências

Segundo ela, para combater os crimes mais violentos, como o feminicídio, é preciso enfrentar também as “pequenas” violências “As ações que mais parecem inofensivas, socialmente aceitas, que reforçam e desencadearão em violência sexual e morte É impossível erradicar o estupro se não considerarmos a gravidade da importunação sexual. É impossível erradicar o feminicídio se ainda há quem diga que ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’”, salienta a advogada

Manter-se vigilante

Para Isabella, há um perigo ainda maior, que é quando membros de tais grupos ocupam espaços de decisão e poder, endossados por parte da sociedade “Assim, nossos direitos conquistados estão verdadeiramente ameaçados. Por exemplo, o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil na gestão Bolsonaro, Ernesto Araújo, afirmou ser um ‘redpillado’ durante um evento A ascensão da extrema-direita e fascismo, que presenciamos no país nos últimos anos, é também combustível para o consequente crescimento dos grupos misóginos

Já dizia Simone de Beauvoir: ‘Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados Esses direitos não são permanentes Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida’”, alerta.

Corra desses homens

Para se proteger desse tipo de homem é preciso identificar sinais “Homens misóginos naturalizam o assédio; favorecem homens quando precisam escolher entre ele e uma mulher; acredita em papeis de gênero rígidos e tradicionais; ignora ou interrompe mulheres enquanto elas falam; culpa mulheres por seu fracasso amoroso e sexual ou por denunciar assédios ou abusos; se recusa a fazer atividades consideradas ‘femininas’; deixa de fazer alguma atividade, pois acha que vai afetar a sua ‘masculinidade’; expressa ódio ou desprezo pelas mulheres”, detalha

Criminalização da misoginia

Ainda assim, o movimento feminista tem avançado e a emancipação das mulheres tem se tornado cada vez mais evidente, de forma subjetiva e material “Temos conquistado mais autonomia, independência e direitos Ações culturalmente naturalizadas por anos agora se tornaram crimes tipificados, além da sociedade, de modo geral, tolerar cada vez menos violência e discriminação às mulheres, mas estamos longe do ideal. É difícil tentar entender o raciocínio de alguém que acredita que isso se trata de um privilégio A Lei Maria da Penha e todas as outras destinadas à proteção da mulher são uma necessidade. Na verdade, gostaríamos que elas não

A criminalização da misoginia, assim como acontece com o racismo e homofobia, é importante para que as condutas violentas saiam da invisibilidade. “No entanto, como o sistema de justiça brasileiro é racista e classista, não adianta criminalizar se somente homens negros e pobres forem penalizados, enquanto os brancos e ricos seguem impunes Foi apresentado, nessa terça-feira (7), um projeto de lei que criminaliza a misoginia, que está em análise. Pela proposta, a misoginia terá pena prevista de reclusão de um a três anos e multa, sendo agravada se o crime for cometido por intermédio dos meios de comunicação social, praticado com intuito de lucro ou de proveito econômico ou se o agente integrar ou associar-se a grupo voltado à disseminação e propagação de misoginia”, encerra.

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É guerreira ou sobrecarregada?

trabalhistas, não é reconhecido e nem remunerado

Carga mental

leve as mulheres a exercer esse papel, mas interessa aos homens que continuem a fazer esse trabalho de graça”, ressalta A partir da socialização patriarcal da mulher, que constrói subjetivamente no gênero feminino inclusive uma autocobrança em dar conta de tudo, surge a sobrecarga emocional “Elas desempenham multitarefas, sendo mãe, esposa, filha, profissional, cuidam de si, do outro, da casa, do relacionamento com o parceiro, tudo ao mesmo tempo”, salienta a psicóloga Simone Santos.

Mentalmente saturadas

É comum camuflarem a sobrecarga mental das mulheres chamando-as, como forma de elogio, de “guerreiras” ou “fortes”, principalmente no mês que celebra as mulheres. Na verdade, elas precisam se desdobrar em mil para darem conta da rotina do dia a dia, principalmente se forem mães Planejar, organizar, tomar as decisões da casa, cuidar dos filhos - atribuições normalmente assumidas por elas devido a estrutura patriarcal da sociedade - ao mesmo tempo em que precisam pedir aos “companheiros” uma “ajuda”, sendo que eles são adultos funcionais e também responsáveis pelo lar. Trazer a temática à tona é necessário para contribuir no avanço da discussão, para que, de fato, mudanças materiais possam ocorrer na vida do gênero feminino, principalmente porque a sobrecarga pode trazer consequências severas para a saúde mental e emocional das mulheres

Estrutura patriarcal

Desde a infância, as meninas são estimuladas a terem papéis de cuidadoras do lar, ao receberem de presente fogãozinhos e bonecas - que já ensinam quais locais sociais devem ocupar - enquanto aos meninos são dados brinquedos ligados à criatividade, profissões e atividades ao ar livre. Teóricos revolucionários, como Friedrich Engels ou Alexandra Kollontai, há um século já se debruçavam sobre essa temática, constatando que a subordinação resultante das mulheres na família patriarcal, reduziu-as à servidão. Para feministas revolucionárias, a família monogâmica, como uma unidade econômica, é o local da primeira divisão do trabalho e da primeira opressão de classe Sendo assim, a esposa é uma serva; seu trabalho está confinado à família privada e é em regime de escravidão porque não é protegido por leis

A carga mental vem de um conceito chamado Emotional Labor, criado em 1983 pela socióloga norte-americana Arlie Hochschild O termo é utilizado para abordar as questões relacionadas ao trabalho mental, sendo para além do executar uma tarefa, o trabalho constante de atenção, gerenciamento e planejamento de tarefas domésticas/profissionais - tudo ao mesmo tempo Para exemplificar o problema, a ilustradora francesa, Emma Clit, criou em 2017 um quadrinho: uma mulher vai limpar uma mesa e enquanto caminha pela sala, vê uma toalha no chão e a pega para colocá-la no cesto de roupas sujas O cesto está cheio, então ela leva as roupas para lavar; no caminho percebe que há itens a guardar na geladeira e ao abri-la, nota que acabou a mostarda que usaria no jantar O companheiro, ao percebê-la cansada, afirma que ela deveria ter pedido ajuda E é exatamente isso a carga mental: precisar pedir, pensar, calcular, organizar, planejar e executar

Corre-corre

Essa rotina está presente no dia a dia das mulheres e a história da aposentada Maria Stela Lacerda, que hoje tem três filhos adultos, confirma a sobrecarga mental na qual a classe sofre “O que pesa muito nessa sobrecarga é que além de executar tarefas, é preciso planejar como será feito, antecipar atividades, perceber as necessidades, saber a data de entrega de trabalhos escolares, etc. Lembro-me de sempre dizer que o meu tempo era cronometrado, nada poderia sair do programado senão não daria conta de fazer Trabalhava em Belo Horizonte e tinha que conciliar meu tempo na empresa, com as necessidades dos meus três filhos e os afazeres domésticos, mas na época tive condições financeiras de terceirizar alguns trabalhos”, compartilha. Mas e quem não tem?

Trabalho invisível

Esse trabalho de gestão é invisível, silencioso, pesado e não é reconhecido pela família ou sociedade, também não é remunerado e nem valorizado. Em uma entrevista dada por Emma, ela aponta a estrutura patriarcal da sociedade como origem do problema “Não existe nada biológico que

É necessário rever a educação de meninos e meninas de forma a evitar essa distribuição desigual de papéis sociais, para que a próxima geração chegue à vida adulta mais sensibilizada de que tanto a criação de um filho quanto os cuidados com a casa são tarefas conjuntas A psicóloga salienta como não conseguir dar conta de todas as exigências, que muitas vezes é feita pelos membros da família, torna a vida desgastante Ela afirma que assumir o fardo de uma vida familiar é pesado e, geralmente, o companheiro não age como um adulto funcional dentro de casa. “E a mulher sente sobrecarregada por cumprir uma dupla/tripla função É comum que muitas delas se sintam saturadas e a situação se agrava significativamente quando as crianças nascem, pois o trabalho mental se multiplica para cumprir seus cuidados e educação”.

Consequências

O perigo é que essa saturação mental pode ser associada a um cansaço comum. Como explica Simone, dentre os principais sintomas estão angústia, problemas de memória, dificuldade de concentração e de manter o foco, dores no corpo, insônia e apetite desregulado Além disso, é possível também adquirir depressão, ansiedade ou Bornout “Comecei a sentir um cansaço extremo, desânimo em relação a tudo, falta de paciência e irritabilidade constantes. Sabe aquela vontade largar tudo e ficar quieta em um canto só seu? Não associei à sobrecarga mental porque nem conhecia esse termo, pensei que era cansaço normal, de trabalhar muito dentro e fora de casa”, conta Stela

Para tentar mitigar

A psicóloga aponta a importância de acompanhamento psicológico e autocuidado, mas salienta que o principal é olhar para as atividades do dia a dia, ter consciência plena da rotina, distinguir e entender o que são atividades mecânicas daquilo que de fato gera prazer “Fui obrigada a encarar minha realidade porque cheguei numa idade que não consigo mais realizar os afazeres no mesmo ritmo, ao mesmo tempo em que tenho de lidar com a autocobrança”, revela Stela Entretanto, como o problema da sobrecarga mental é estrutural, não existe soluções individuais que resolvam o problema de forma coletiva. “Por ser algo socialmente imposto às mulheres, não acontece só comigo, mas com toda a classe; como cada mulher tem seu contexto de vida e econômico, essa carga pode impactar menos ou mais na vida dela, porque ela pode ter mais ou menos acesso financeiro a terapias e lazer. Por exemplo, hoje em dia não tenho as mesmas condições financeiras de quando meus filhos eram novos”, finaliza a aposentada.

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Além de executar as tarefas do lar, mulheres precisam gerenciar, planejar e também pedir ajuda para companheiros contribuírem na manutenção da casa. Excesso de carga mental traz consequências à saúde emocional
Edição Especial

Pais e responsáveis, na hora de contratar o transpor te escolar do seu filho, escolham sempre condutores legalizados.

No trânsito, escolha a vida.

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Villa Nova

O Villa Nova venceu, por 1 a 0, o time do Patrocinense, no último sábado (04), em Nova Lima, em confronto direto contra o rebaixamento à 2ª Divisão do Campeonato Mineiro, em 2024. Com o resultado, o time de Nova Lima garantiu, no ano que vem, as vagas no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão e a Série-D do Brasileirão. Agora, o Leão do Bonfim segue na disputa do Troféu Inconfidência, que dá ao campeão a vaga na Copa do Brasil, também em 2024 O Troféu Inconfidência é disputado, em sistema de semifinal, de ida e volta, do 5º ao 8º colocado da fase

de classificação do Campeonato Mineiro

O Leão do Bonfim, que terminou a fase de classificação na 6ª colocação, com 10 pontos, enfrenta o Democrata-GV, que terminou em 7º, também com 10 pontos, mas com uma vitória a menos do que o time de Nova Lima O Tombense, na 5ª colocação geral, com 11 pontos, enfrenta o Pouso Alegre, 8º colocado na classificação geral, com 10 pontos. Tabela: o primeiro jogo da semifinal do Villa será na próxima segunda-feira (13), às 20h30, no Mamudão, em Governador Valadares, contra a Pantera. O jogo de volta será no domingo (19), às 16h, no Alçapão do Bonfim. O Villa faz o confronto com a

vantagem Em caso de empate, o Leão segue na competição pois teve melhor desempenho na fase de classificação do Mineiro Copa do Brasil: se o Villa passar pelo Democrata, tem garantido o 2º lugar no Troféu Inconfidência, o que também pode dar a vaga à Copa do Brasil, pois caso um dos clubes mineiros - Atlético, Cruzeiro ou Américaconsigam a classificação para a Libertadores nesse ano, abre mais uma vaga na Copa do Brasil para o estado de Minas Gerais. Com isso, além da vaga garantida ao campeão do Troféu Inconfidência, o 2º colocado na competição também terá vaga na Copa do Brasil.

No Fundo do Baú

Esta semana, vamos relembrar o Kizumba Futebol Clube, do ano de 1987 O time foi criado no fundo da mina de Morro Velho pelos amigos Edson e Edmar Logo depois, o clube se expandiu para o bairro Cristais, onde o Bar do Zé Chico tornou-se ponto de encontro da equipe Moacir e Nozinho entraram para a diretoria do clube, formando trio com Edson, fundador do Kizumba

Enquete - Quais foram os melhores jogadores do Kizumba Futebol Clube, do ano de 1987? Envie sua resposta para o email: enqueteabanqueta@gmail com Participe!

Kizumba Futebol Clube

T Agachados: Ré, Antônio, Liquim, Raimundão, Carlinhos e Ratinho

Resposta da enquete anterior - Os melhores jogadores Seleção de Futsal do Senai, de 1982, foram: João Mazoca, em 1º lugar, com 50% dos votos. Neneco, em 2º lugar, com 30%. E, em 3º lugar, com 20%, Wiltinho Vacari.

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B A S T I D O R E S
Em pé: Patinho, Luciany, Joãozinho, Aguinaldo, Mário, Tuíca e Edson João Vitor Xavier
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Kits escolares

projeto-piloto contará com duas professoras e material didático especial da empresa Pearson, parceira nesta primeira etapa. Os alunos também vão receber uniformes personalizados, e a escola será toda ambientada em inglês”, explicou João Marcelo

Instalação de 470 câmeras de segurança

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo, está fazendo o maior investimento em segurança pública da história de Nova Lima A cidade contará com mais de 470 câmeras de segurança, ultramodernas, espalhadas por todas as regiões da cidade que irão formar o Centro Integrado de Ações Preventivas (CIAP), um amplo sistema de videomonitoramento, 24 horas por dia, com a participação da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar.

CIAP

A Prefeitura de Nova Lima iniciou nessa terça-feira (07), a entrega dos kits escolares distribuídos aos mais de nove mil alunos da rede municipal de ensino Os kits entregues contém mochila, caderno, estojo, lápis de cor, lápis de escrever, borracha, tesoura sem ponta, cola branca, apontador, régua, caneta esferográfica e garrafa d’água Já os uniformes escolares, por motivo de atraso no fornecimento, ainda não começaram a ser entregues e segundo o Governo Municipal a previsão é que a distribuição aconteça até o final de março, conforme cronograma de cada escola. Ainda, segundo a prefeitura, tanto os itens do uniforme quanto do material escolar podem variar, de acordo com o ano de ensino do estudante

Escola bilíngue

Desde terça-feira (07), estudantes do 1º e 2º ano da Escola Municipal Vera Wanderley Dias, no Mingu, passarão a ter todas as aulas do contraturno de terça e quinta-feira ministradas em Inglês Segundo o prefeito de Nova Lima, João Marcelo (Cidadania), o projeto tem duração de seis meses e, a partir dos resultados, será criado o modelo definitivo de escola bilíngue no município. “Aqui, em Nova Lima, estamos preparando nossas crianças para o mundo”, disse o prefeito, que tem o objetivo que todas as 14 escolas em tempo integral da cidade sejam contempladas

Embaixada Britânica

O projeto-piloto tem duração de seis meses, o que, segundo o prefeito, vai significar 54 dias de imersão na língua e, estão previstas, aulas de teatro e música, brincadeiras e jogos e aprendizagem criativa, além das aulas de inglês. “O projeto receberá a chancela da Embaixada Britânica no Brasil. Nova Lima teve a presença de imigrantes ingleses ao longo de sua história, e tem influência da cultura em sua arquitetura, culinária, arte O

Segundo o prefeito, as equipes de segurança ficarão de prontidão no CIAP e analisarão, em tempo real, as imagens O sistema inteligente avisa em caso de movimentações suspeitas e os agentes acionam as equipes mais próximas às ocorrências “As imagens ficam salvas e poderão ser utilizadas durante as investigações da Polícia Civil”, afirma João

Tecnologia de ponta

Ainda segundo o prefeito, o CIAP trata-se de uma revolução tecnológica na Segurança Pública de Nova Lima, ancorada em dois pilares de seu governo: inovação e integração “É tecnologia de ponta, com câmeras 4K, com rotação completa e zoom integrado de até 25x Todas as câmeras instaladas nas vias fazem reconhecimento de placas que são integradas ao sistema da Polícia Militar, que serão utilizadas, por exemplo, na identificação de carros roubados Além disso, serão instaladas câmeras com reconhecimento facial em pontos estratégicos da cidade”, finaliza o prefeito de Nova Lima

Câmara homenageia vereadoras

vêm exercendo mandatos brilhantes desde que assumiram seus cargos na Casa Legislativa. Elas são estudiosas, formadoras de opinião, muito responsáveis e inspiradoras. Assim como elas, Nova Lima está cheia de mulheres que possuem capacidade para ocupar gestões públicas e trabalharem pelo nosso município Precisamos de incentivá-las e auxiliá-las, pois este é um papel de todos”, afirmou Thiago Almeida (PT), presidente da Câmara

Mais um arranha-céu na MG-030

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Câmara Municipal de Vereadores de Nova Lima homenageou as parlamentares Viviane Matos (União) e Juliana Sales (Cidadania), durante a reunião plenária dessa terça-feira (07) “Ju e Viviane

Recentemente, a AngloGold Ashanti vendeu um terreno de sua propriedade, localizado às margens da MG-030, em Nova Lima, no quilômetro entre o Colégio Santo Agostinho e o Shopping Serena Mall, do outro lado da via. Os compradores foram as construtoras Patrimar e Caparaó, que possivelmente vão construir mais um mega empreendimento na área A equipe do A Banqueta de Notícias entrou em contato com a mineradora e construtoras para saber qual tipo de empreendimento será erguido no local, entretanto, até o fechamento desta edição, o jornal não recebeu nenhuma resposta

Eleições na ACE

Nesta sexta-feira (10), às 17h e 17h40, confira as entrevistas das duplas de candidatos a presidente e vice-presidente à Associação Comercial e Empresarial de Nova Lima (ACE-NL) no programa Banqueta em Foco, da TV Banqueta, no canal 6 da Net/Claro e também em todas as redes sociais da emissora: Facebook, Instagram e YouTube De um lado David Gurgel e Nathália Lourenço; e de outro, Rodrigo Fernandes e Amarildo Arruda Empresários e comerciantes não deixem de conhecer as trajetórias de vida e as propostas dos candidatos

Cidade bilionária

Na última semana, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) do município de Nova Lima. A receita prevista no orçamento é de, aproximadamente, UM BILHÃO e 200 MILHÕES de REAIS, e ainda, existe expectativas de, se chegar ao final do ano, em 31 de dezembro de 2023, com uma apuração ainda maior da receita

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