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N.º 235 Março 2012 Mensal 2,00 €
TempoLivre www.inatel.pt
Entrevista com a pedagoga Maria José Araújo
Deixem brincar as crianças
Destacável Viagens Primavera Verão 2012
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Sumário
Na capa Foto: Humberto Lopes
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CARTAS E COLUNA DO PROVEDOR
ENTREVISTA
Deixem Brincar as Crianças Maria José Araújo, investigadora e doutorada em Ciências da Educação pela Universidade do Porto, com obra publicada sobre os chamados tempos livres das crianças explica, em entrevista à TL, como a forma de ocupação dos tempos livres das crianças tem sido negativa para a actividade de brincar, com sério prejuízo para as vivências infantis. Para Maria José Araújo, assim como para as crianças com quem tem trabalhado, "brincar é viver, brincar é respirar".
22 EDITORIAL
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NOTÍCIAS CONCURSO DE FOTOGRAFIA
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MEMÓRIA
Zita Duarte
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OLHO VIVO A CASA NA ÁRVORE O TEMPO E AS PALAVRAS
OS CONTOS DO ZAMBUJAL
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Viseu Cidade central do planalto beirão, Viseu alberga um centro histórico merecedor de demorada visita. Antigos Solares, a Sé Catedral e o Museu Grão Vasco são ícones de uma cidade de muita e privilegiada história. Do seu ducado viseense, retirou o Infante D. Henrique importantes rendas para a gesta da nossa Expansão. Boa e singular gastronomia, aliada a uma estadia de 1ª classe no Inatel Palace (S.Pedro do Sul), são bons motivos para rumar "a caminho de Viseu…"
30 VIAGENS
CRÓNICA Alice Vieira
DESTACÁVEL DE 12 PÁGINAS
O Senhor dos Pastéis Há uma década que a Pastelaria Garcia é uma referência em Bruxelas. Os famosos pastéis de nata e o pão regional português garantem a frequência fiel da gente lusitana radicada na capital belga. E não só, já que a doçaria da casa se tornou popular entre outras comunidades.
TERRA NOSSA
Maria Alice Vila Fabião
Viagens Primavera/Verão 2012
DIÁSPORA
BOA VIDA CLUBE TEMPO LIVRE
Passatempos e Novos livros
Palma de Maiorca Jóia mediterrânica, próxima da costa ibérica, Palma de Maiorca tem os ingredientes necessários - mar, montanha, património e gastronomia - para uma reconfortante estadia. Viagens Inatel tem um atractivo e acessível programa de sete dias, com pensão completa, para Março e Abril.
Revista Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Vítor Ramalho Vice-Presidente: Carlos Mamede Vogais: Cristina Baptista, José Moreira Marques e Rogério Fernandes Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Director: Vítor Ramalho Editor: Eugénio Alves Grafismo: José Souto Fotografia: José Frade Coordenação: Glória Lambelho Colaboradores: António Costa Santos, António Sérgio Azenha, Carlos Barbosa de Oliveira, Carlos Blanco, Gil Montalverne, Humberto Lopes, Joaquim Diabinho, Joaquim Magalhães de Castro, José Jorge Letria, José Luís Jorge, Lurdes Féria, Manuela Garcia, Maria Augusta Drago, Maria João Duarte, Maria Mesquita, Pedro Barrocas, Rodrigues Vaz, Sérgio Alves, Suzana Neves, Vítor Ribeiro. Cronistas: Alice Vieira, Álvaro Belo Marques, Artur Queirós, Baptista Bastos, Fernando Dacosta, Joaquim Letria, Maria Alice Vila Fabião, Mário Zambujal. Redacção: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169-062 LISBOA, Telef. 210027000 Publicidade: Direcção de Marketing (DMRI) Telef. 210027189; Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA - Rua Consiglieri Pedroso, n.º 90, Casal de Sta. Leopoldina, 2730-053 Barcarena, Tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484. Registo de Empresas Jornalísticas na D.G.C.S. nº 214483. Preço: 2,00 euros Tiragem deste número: 150.908 exemplares
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Editorial
V í t o r Ra m a l h o
Pensar as crianças
A
vida prega-nos muitas vezes partidas. Uma destas deixou-nos com o coração apertado. Faleceu no passado mês de Janeiro um homem bom, profissional de excelência, sempre solidário para com os colegas e que colocava a defesa dos interesses da Fundação Inatel como se fossem os seus próprios. Refiro-me ao Dr. Castro Ferreira, director dos Serviços Jurídicos da nossa Fundação e a quem esta tanto deve. Não poderia deixar de o evocar neste editorial, o primeiro que escrevo depois do infausto acontecimento, reiterando os pêsames à família enlutada, em nome de todos quantos trabalham na Inatel. A vida porém continua. E porque é assim a grande pedagoga Dra. Maria José Araújo fala-nos, neste número, da importância do lazer para as crianças, influenciando o tema da capa sob o título "Deixem brincar as crianças", porque como dizia o nosso grande Fernando Pessoa o melhor do mundo são as crianças. Para brincar, digo bem, tanto que para esse efeito foi inaugurado recentemente no Parque de Jogos 1º de Maio um espaço multidisciplinar onde os familiares das crianças podem promover festas de aniversário e outros eventos de mero convívio, a preços acessíveis. Os adultos também poderão beneficiar da fruição deste espaço. Nem sequer falta nele uma ampla cozinha, adequada a todo o tipo de iniciativas que nele se podem realizar. A inauguração do espaço coincidiu com a valorização do campo principal de jogos, que passa agora a beneficiar de um relvado sintético.
Os investimentos, avultados, realizados no Parque de Jogos 1º de Maio destinam-se a servir ainda mais e melhor os beneficiários. Esta lógica, de reforçar a excelência, está aliás presente quer na programação das viagens para a Primavera e para o Verão do corrente ano quer no exemplo que é a unidade termal de S. Pedro do Sul, da Inatel, onde os nossos beneficiários poderão descansar, caso se sintam motivados pela reportagem que a revista apresenta sobre Viseu, face à proximidade da Unidade Hoteleira com esta bela cidade.
E
screver em 2012 é ter presente o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade Intergeracional, objectivo aliás prosseguido pela Inatel desde a sua criação. Daí a escolha do perfil da Dra. Graça Andrade, nossa associada, que aos 80 anos continua a dar consultas no Centro de Reabilitação e Paralisia Cerebral, que ajudou a criar há cerca de 40 anos, tendo sido a primeira mulher a especializar-se como médica nesta área. Falar dos portugueses, das viagens e da Solidariedade Intergeracional, é porém insuficiente por não traduzir totalmente a alma do que somos enquanto povo. E isto porque o que somos é indissociável da nossa diáspora, espalhada pelos quatro cantos do mundo. Temo-la por isso também na pessoa de um nosso emigrante que na capital da U.E., Bruxelas, é conhecido pelo "Senhor dos Pastéis" - os de Belém, claro, que lá fora continuam a adoçar-nos a alma. n
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Cartas A correspondência para estas secções deve ser enviada para a Redacção de “Tempo Livre”, Calçada de Sant’Ana, nº. 180, 1169-062 Lisboa, ou por e-mail: tl@inatel.pt
Acordo Ortográfico Seja permitido a este associado aproveitar o ensejo da publicação da crónica mais recente de Maria Alice Vila Fabião, em que a autora se junta com o seu grito de alma ao rol das centenas ou milhares de tomadas de posição de pessoas muito qualificadas que ao longo de largos anos têm vindo a opor-se sem desfalecimentos à consumação dessa barbaridade insana - e perdoe-se a veemência, filha da revolta - que dá pelo nome de Acordo Ortográfico, para manifestar o seu apreço por uma coluna de opinião que constitui um autêntico hino de amor à nossa língua materna e à vida, afinal, isento dos laivos de chauvinismo ou exclusivismo que os defensores da tris-
te criatura perfidamente teimam em assacar a todos quantos não alinham pela sua cartilha. António Torres, Lisboa
Embaixador de Angola No título e texto de abertura da entrevista com o Embaixador de Angola em Portugal, na “TL” de Fevereiro passado, o primeiro nome e parte do apelido transcritos não correspondem ao exacto nome do ilustre diplomata. Apresentamos, pelo lamentável e involuntário erro, as nossas desculpas ao Sr. Embaixador José Marcos Barrica. EA
Coluna do Provedor Permito-me repetir um texto que publiquei
Kalidás Barreto provedor@inatel.pt
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neste espaço há alguns anos. Como verificarão os estimados associados, o tempo passou, mas a realidade é a mesma e não sou bruxo nem adivinho. Tenham a paciência de reler: "Há 2 dias falava-me um "jovem sénior associado, na alegria de ter "descoberto" o computador e a dimensão de contactos, que através dele, lhe são proporcionados. É uma nova forma de espaço de comunicação, rápido e que abre novos horizontes, novos conhecimentos, solidariedades. Este nosso associado só lamentava que, ao mesmo tempo, tenha verificado a quantidade de "palha" que lhe é enviada, diariamente, desde a anedotária de toda a espécie, a propaganda e propostas de toda a natureza. Este é o lado mau do progresso - diz - e observa que há mesmo os doentes do "mail", que por tudo e por nada estão a enviar missivas, dando ideia que nada mais tem que fazer; classifica-os de mailistas compulsivos com desejos de afirmação. São os custos do progresso e da globalização! Mudando de assunto gostaria de realçar a crescente preocupação dos seniores sobre o futuro dos "velhos". A despeito de algumas políticas tendentes a resolver o problema que hoje representa o envelhecimento populacional, chegam ecos de todo o lado, para a forma como funcionam alguns lares de terceira idade; as notícias na comunicação social alertam para o trata-
mento, algumas vezes pouco humano, nesses lares. Isto de ser empregado num lar de "velhos" não é só para se ganhar um ordenado; exige algo mais: amor, carinho e compreensão. E, se for possível, ouçam o testemunho de quem se queixa dos filhos que maltratam os pais; e dos que despejam os pais em lares e pouco querem saber deles. Temos cada vez mais velhos cujos filhos não os amam e são estorvo; e lembra-nos a história do velho que ia para o monte conforme a tradição, com a manta, para morrer. E, quando chegado ao monte, transportado pelo filho, este ouviu do pai que lhe devolvia a manta: "Fica com ela porque um dia te será precisa - filho és, pai serás; assim como fizeres, assim acharás!" É tempo de refletir sobre esta problemática. É que ela já nos diz respeito e nem que seja por autodefesa, temos que preparar os caminhos do futuro que já são presente e que tem de ser humanizados! " "Filho és, pai serás...". Hoje também parece termos acordado para a violência em sociedade, deixando idosos abandonados nas suas residências, sem visitas, sem carinho, sem palavras, sem nada: até morrerem! E a forma como há medidas que estão a ser conduzidas sobre os velhos que necessitam do Serviço Nacional de Saúde! Estamos na Primavera; saudemo-la com o renascer da vida e do humanismo! n
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Notícias
Espaço Multidisciplinar no Parque de Jogos 1º de Maio l Está
já disponível para os associados beneficiários um conjunto de novas instalações no Parque 1º de Maio. O novo edifício, localizado nas traseiras da bancada central do estádio, apresenta-se como um espaço versátil e jovem, onde várias actividades se entrecruzam, possibilitando múltiplas aprendizagens e interacções. Porque, actualmente, o tempo escasseia e é reduzida a oferta de serviços complementares à formação dos jovens e à ocupação dos tempos livres de indivíduos de diferentes faixas etárias, a Inatel apresenta soluções 'chave na mão' e a preços que só a Fundação consegue praticar. O novo Espaço no PJ 1º de Maio tem como missão a disponibilização de serviços de excelência na área da Educação, Formação e do Lazer, direccionados aos associados e não associados da Fundação INATEL, com especial ênfase no público infanto-juvenil, mas também nos adultos em idade activa e seniores. Neste momento, o espaço oferece vários produtos inovadores, como festas de aniversário temáticas para crianças, cedência de espaço para reuniões e acções de formação, ateliers educativos, atividades para as férias escolares e muitas outras que serão lançadas brevemente.
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Temáticas (Cooking, Top Model e Disco).
Novo relvado
Estamos desde já em condições de oferecer ao nosso publico Associado e não associado (com preços diferenciados) festas de aniversário infantis com os seguintes Temas: Festas Desportivas (actividades aquáticas, Rugby e Futebol); Festas
Foi ainda concluída em Fevereiro a instalação de um relvado sintético de elevada qualidade no PJ 1º de Maio. O novo relvado vai permitir a realização, em melhores condições desportivas e financeiras, de boa parte dos jogos do torneio de Futebol da Inatel, designadamente por parte das equipas da região de Lisboa, e das festas desportivas no âmbito do novo espaço multidisciplinar agora ianugurado.
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Protocolo Inatel/Associação Salvador l O funcionamento, no Parque de Jogos 1º de Maio, de um espaço no interior do actual ginásio para a prática de actividades físicas para pessoas com mobilidade reduzida é um efeitos do protocolo assinado pela Fundação Inatel com a Associação Salvador e que prevê, também, a criação de condições para utilização dos recintos desportivos exteriores por parte dessas mesmas pessoas. No âmbito deste projecto, a Associação Salvador - representada no acto de assinatura do acordo pelos seus directores Salvador Mendes de Almeida e Lourenço Vieira Barbosa - dispõe de um conjunto de equipamentos adaptados à prática de cardiofitness, musculação, ciclismo, ténis e basquete, e cuja utilização é cedida à Fundação Inatel durante a vigência do protocolo. O equipamento cedido pela Associação Salvador pode, em alguns casos, ser utilizado por outros frequentadores do ginásio, sendo que o acesso deverá ser prioritário para pessoas com mobilidade reduzida. Para terem livre acesso ao ginásio,
"Vinte Rostos Dois Mil Anos" l Inaugurada
no passado
dia 9 de Fevereiro, na Galeria do Palácio do Barrocal (sede da Agência Inatel em Évora), a exposição "Vinte Rostos Dois Mil Anos", uma colecção de fotografias de Augusto Baptista, pode ser vista até 21 de Maio próximo.
durante a vigência do acordo, os portadores do Cartão "Amigos da Associação Salvador", com mobilidade reduzida, terão de se tornar a inscrever na INATEL, adquirindo a qualidade de equiparados aos seus beneficiários associados e beneficiando do acesso às outras actividades e iniciativas da Fundação no âmbito do lazer e cultura. Os beneficiários da Fundação ficarão, por sua vez, isentos de pagar a mensalidade livre-trânsito "Musculação". Está ainda prevista a organização anual do "Dia dos Desportos Adaptados" e a realização de um ciclo de palestras sobre desporto e nutrição que exemplifiquem a importância da actividade física.
As imagens expostas retratam vinte pessoas centenárias na viragem do milénio. São vinte registos do "tempo que passa e dois mil anos de sabedoria", de Augusto Baptista, um jornalista que cruza várias escritas: texto, fotografia e desenho. Após a exposição "Fundação Inatel na génese do Turismo Social em Portugal", que deu a conhecer o novo espaço no Palácio do Barrocal, esta Galeria terá a partir de agora programação regular, numa colaboração estreita entre a Direcção Cultural e a Agência de Évora.
Árbitros Inatel l Integrada
no projecto de formação dos agentes de
arbitragem para as diversas modalidades desportivas praticadas na Inatel, teve lugar uma acção de formação para árbitros de basquetebol, cujos certificados de participação foram entregues pelo vogal da Administração da Fundação, José Moreira Marques, no passado dia 20 de Fevereiro no Parque de Jogos 1º de Maio. Os novos árbitros, de campo e de mesa, Eticar Madeira, Jorge Furtado, Mário João Barros, Ricardo Alves Marques e Telmo de Sousa, tiveram como formadores o árbitro internacional Pedro Rola e o oficial de mesa Eduardo Azevedo. MAR 2012 |
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Notícias
Exposição de fotografia na UL " homenageia Orlando Ribeiro l Deambulações
- diálogos fotográficos com Orlando Ribeiro", uma exposição realizada no âmbito do Centenário de Orlando Ribeiro e do Centenário da Universidade de Lisboa pode ser vista até 9 de Março no Átrio da Reitoria da UL. Orlando Ribeiro, referência cimeira da Geografia portuguesa e mundial, professor durante várias décadas na UL e fundador, em 1943, do Centro de Estudos Geográficos, é um nome sobejamente conhecido no seio da comunidade científica, que não apenas a geográfica. Ao longo do último ano, levaram-se a cabo numerosas e diversificadas
iniciativas de comemoração do centenário do seu nascimento e é, neste contexto, que tem lugar a presente exposição. A faceta de fotógrafo de Orlando Ribeiro é também conhecida tanto na Academia Portuguesa como entre aqueles que se interessam pelas questões da cultura e da arte. O seu espólio fotográfico de cerca de 11 mil fotografias, pertença do Centro de Estudos A Natureza cativou-o intensamente, particularmente os vastos horizontes paisagísticos, as formas de relevo mais vigorosas. Nos anos 50, acompanhou in loco as erupções dos
vulcões do Fogo (Cabo Verde) e dos Capelinhos (Açores). O mundo rural era porventura o território da sua predilecção mas o tema do mar mereceu, igualmente, alguma atenção da sua parte, sobretudo as fainas da pesca e de outras tradições associadas às comunidades piscatórias.
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Pavilhão Inatel reabre em Guimarães lO
pavilhão do Inatel em Guimarães reabriu ao público no
início do corrente mês, depois da realização de várias obras de beneficiação. Jogos de andebol e voleibol com velhas guardas do desporto vimaranense assinalaram a reabertura do pavilhão, assim como exibições de dança, judo e patinagem artística. Palco, há mais de quatro décadas, de memoráveis jornadas desportivas que integram a história do desporto vimaranense, o pavilhão, situado junto
A ideia central da exposição, com um total de 63 fotos (incluindo as de alguns destacados fotógrafos nacionais, amadores e profissionais), é a de, fazendo jus ao engenho fotográfico de Orlando Ribeiro, procurar projectar o seu legado para lá da Academia.
ao Estádio D. Afonso Henriques, passou a ser gerido pela Inatel, nos termos do protocolo celebrado entre a autarquia e a Fundação Inatel.
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Notícias
Inatel Santarém l Instalada
numa praça central da cidade, está já em funcionamento a nova sede da Agência Inatel de Santarém. Dotadas de modernos equipamentos e com fácil acesso para os associados beneficiários, as novas instalações foram inauguradas em Fevereiro último pelo Presidente da Fundação, na presença de representantes da autarquia e de outras instituições locais.
ARTIS 12 na Galeria do Casino l Encontra-se
patente ao público, até 27 do corrente, na
Galeria de Arte do Casino Estoril, a exposição ARTIS 12, que integra trabalhos de duas dezenas de artistas. Estão presentes nesta colectiva de pintura, escultura e gravura, nomes consagrados como, os pintores, Manuel Cargaleiro, Artur Bual, Maluda, António Joaquim, Eduardo Alarcão, Branislav Mihajlovic, Ricardo Paula e Vítor Pinhão, e os três mais importantes ilustradores dos livros de Jorge Amado, Carybé, Floriano Teixeira e Calazans Neto. Estão ainda representados artistas jovens, já premiados, como Gil Maia, Ana Pais Oliveira, Emanuel de Sousa, Diogo Navarro, Flávio Silvestre, Lara Roseiro e Ricardo Graça. A modalidade de escultura está representada por Carlos Ramos, Rogério Timóteo, Jorge Pé-Curto, Ricardo Gigante e Gabriel Seixas.
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Clube de Oficiais da Marinha Mercante lA
Fundação Inatel e o Clube de Oficiais da Marinha
Mercante (COMM) celebraram em Fevereiro último um protocolo de cooperação nas vertentes de cultura, lazer e desporto. Com base no acordo, os associados do Clube representado no acto de assinatura pelo seu presidente, Cmdt Orlando Mota Duarte - terão o acesso às instalações desportivas e culturais e aos programas de lazer da Inatel nas condições dos associados beneficiários da Fundação. O COMM compromete-se, por sua vez, a divulgar entre os seus associados as actividades e iniciativas da Inatel, incentivando-os a nelas participar.
“Largada das Naus” l Chegou
já às livrarias "Largada das Naus - História de
Portugal - Volume III", do Prof. António Borges Coelho (Ed. Caminho), apresentado em Fevereiro na Livraria Leya na Buchholz, em Lisboa, pelo Prof. António Marques de Almeida. O terceiro volume da História de Portugal de ABC narra a gesta expansionista do pequeno país ibérico para quem "o mar deixa de ser o limite (…) milhares de navegantes portugueses sulcam o Atlântico nas armadas e nos navios de comércio. Descobrem e cartografam; usam os ventos e as correntes marítimas; aprendem a situar pelas estrelas o lugar e a rota dos navios; registam o valor das mercadorias; usam intérpretes africanos; caçam e resgatam escravos. Levam a cruz pintada nas velas, mas podem cair sobre a presa como o albatroz. Trocam gestos, cerimónias, roupas, vocábulos. Experimentam as armas e os corpos. O barco é o veículo, a casa, a fortaleza, o templo, a oficina, o armazém, o porta escravos, o porta navios, o caixão…" Natural de Murça, António Borges Coelho (1928), antigo Professor Catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, é um dos mais prestigiados historiadores portugueses, autor de uma vasta e riquíssima bibliografia (em que se inclui também a poesia, o teatro e a ficção).
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Fotografia
XVI Concurso “Tempo Livre” [1]
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[ 1 ] José Cavalheiro, Sra. da Hora Sócio n.º 508922 [ 2 ] Maria Silva, Cacém Sócio n.º 493267 [ 3 ] Luis Martins, Cova da Piedade Sócio n.º 434018
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Regulamento 1. Concurso Nacional de Fotografia da revista Tempo Livre. Periodicidade mensal. Podem participar todos os associados da Fundação Inatel, excluindo os seus funcionários e colaboradores da revista Tempo Livre. 2. Enviar as fotos para: Revista Tempo Livre - Concurso de Fotografia, Calçada de Sant’Ana, 180 - 1169-062 Lisboa. 3. A data limite para a recepção dos trabalhos é o dia 10 de cada mês. 4. O tema é livre e cada concorrente pode enviar, mensalmente, um máximo de 3 fotografias de formato mínimo de 10x15 cm e máximo de 18x24 cm., em papel, cor ou preto e branco.
Menções honrosas [ a ] Eduardo Ribeiro, Maia Sócio n.º 103583 [ b ] João Vasconcelos, Caldas da Rainha Sócio n.º 371353 [ c ] Rui Cid, Corroios Sócio n.º 310651
[a]
5. Não são aceites diapositivos e as fotos concorrentes não serão devolvidas. 6. O concurso é limitado aos associados da Inatel. Todas as fotos devem ser assinaladas no verso com o nome do autor, morada, telefone e número de associado da Inatel.
[b]
7. A «TL» publicará, em cada mês, as seis melhores fotos (três premiadas e três menções honrosas), seleccionadas entre as enviadas no prazo previsto. 8. Não serão seleccionadas, no mesmo ano, as fotos de um concorrente premiado nesse ano 9. Prémios: cada uma das três fotos seleccionadas terá como prémio duas noites para duas pessoas numa das unidades hoteleiras da Inatel, durante a época baixa, em regime APA (alojamento e pequeno almoço). O prémio tem a validade de um ano. O premiado(a) deve contactar a redacção da «TL».
[c]
10. Grande Prémio Anual: uma viagem a escolher na Brochura Inatel Turismo Social até ao montante de 1750 Euros. A este prémio, a publicar na «TL» de Setembro de 2012, concorrem todas as fotos premiadas e publicadas nos meses em que decorre o concurso. 11. O júri será composto por dois responsáveis da revista T. Livre e por um fotógrafo de reconhecido prestígio.
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Entrevista
Maria José Araújo Pedagoga
“Estamos a hipotecar o presente das crianças” Maria José Araújo é investigadora na área da educação e professora na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade do Porto, tem desenvolvido trabalho de investigação sobre os chamados tempos livres das crianças, de que resultou a publicação de três livros – «Crianças: Sentadas! – Os trabalhos de casa no ATL», «Crianças Ocupadas: como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos» e «O Quê… Os Adultos não Sabem?» (em parceria com Catarina Mendes e várias crianças). A investigadora tem participado em numerosos debates que têm contribuído para a discussão pública sobre como a forma de ocupação dos tempos livres das crianças tem sido negativa para a actividade de brincar, com sério prejuízo para as vivências infantis. Para Maria José Araújo, assim como para as crianças com quem tem trabalhado, “brincar é viver, brincar é respirar”.
Começando pelo que pode ser lido como um ponto de partida do seu percurso. As preocupações que orientam o seu actual trabalho de investigação têm um historial e são constituídas a partir ou a par de outras experiências. A sua anterior experiência como animadora foi determinante? A preocupação com o descanso das crianças, com o brincar, com o tempo livre, com o que elas fazem diariamente, é uma preocupação que vem do tempo em que eu era animadora em centros de actividades de tempos livres. Há vinte anos atrás, na animação que nós fazíamos com crianças – sobretudo nos bairros sociais, porque eu trabalhei sempre em bairros de habitação social –, a preocupação era estar com os miúdos, acompanhá-los, brincar com eles, fazer actividades, mostrar coisas a que não tinham tanto aces16
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so. Por exemplo, não tinham facilidade em ter tintas, papéis de texturas variadas, não tinham brinquedos ou não conseguiam construir os seus próprios brinquedos porque não tinham materiais. E partia-se muito do trabalho que se fazia na rua. O primeiro trabalho que eu fiz com crianças de um bairro de habitação social foi a construção de uma biblioteca na rua. O que nós tínhamos era um carrinho de chá, andávamos com o carrinho de chá de um lado para o outro e os miúdos construíam as suas próprias histórias, contavam histórias aos avós... E essas experiências foram decisivas para a percepção das questões que hoje se levantam com o brincar? Foi fundamental na medida em que, com o tempo, essas actividades foram sendo institucionalizadas. As actividades, que eram de ar livre,
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que eram actividades intergeracionais, actividades de descoberta, de experiências muito suscitadas pelos próprios miúdos, que vinham também muito das suas próprias vivências, acabaram por ser institucionalizadas. Com a institucionalização do tempo livre e com a abertura da escola a tempo inteiro tudo foi institucionalizado; as crianças passaram do ar livre para espaços fechados, as actividades passaram a ser organizadas pelos adultos em vez de serem organizadas por elas e com elas. Era uma animação organizada no contacto com a vida real, tanto quanto possível. Sim, tanto quanto possível. E fui percebendo duas coisas mais ou menos contraditórias; por um lado, as actividades foram institucionalizadas, começaram a ser orientadas e estruturadas em função da escola e da escolarização, e não em
função da vida das crianças, da experiência das crianças. Em vez de ser uma actividade lúdica, uma actividade co-construída com elas, passou a ser mais uma actividade escolar. Por outro lado, se a preocupação com o insucesso escolar leva a que as crianças tenham mais actividades, também é verdade que há agora mais sensibilidade para se falar no assunto do que havia há vinte anos. E fui descobrindo que quando as crianças eram deixadas em paz, as coisas corriam melhor. Quando a preocupação com as crianças é muito grande, elas têm uma vida menos fácil. Esta é que é a contradição. As crianças estão no centro da atenção, mas, na verdade, não estão. E estas mudanças começam a acontecer quando? Mais ou menos há 20 anos. Nos últimos seis ou sete anos, com a escola a tempo inteiro, são ainda MAR 2012 |
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Entrevista
mais evidentes, e mais ainda quando olhamos para o tempo das crianças na escola pública porque as instituições privadas sempre as tiveram muito tempo fechadas a estudar e a fazer trabalhos de casa. Os pais preocupam-se com os filhos em função daquilo que eles próprios querem. Preocupam-se pouco com os filhos em função daquilo que são os seus direitos. ...O Código Penal, Havia diferenças substanciais no artº 152º, relativamente à situação actual das crianças? criminaliza o excesso Havia. Nós tínhamos liberdade de actividade das enquanto animadoras, por exemcrianças… plo, para levar os miúdos a passear até ao café mais próximo, ou ao supermercado, e fazíamos livros de histórias com eles a partir das coisas que eles viam e liam no supermercado, saíamos muito dos espaços fechados. Essas experiências fazem lembrar de certa maneira as objecções que Ilich fazia às formas de aprendizagem escolar e as suas propostas de alternativas à formação escolarizada… Sim. Mas o meu trabalho é sobre o espaço que fica fora da escolaridade obrigatória. Eu trabalho sobretudo com crianças entre os seis e os dez ou onze anos de idade. E sobre a questão dos tempos livres e sobre as actividades que elas fazem
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durante o tempo livre, ou que deveriam fazer. Eram actividades desenvolvidas com metodologias muito particulares… Uma actividade vale pela relação que temos com ela e não pela actividade em si. Se nós tivermos uma relação que nos permita usufruir da actividade, ela pode ser sempre interessante. Não podem ser sempre as mesmas, nem estruturadas da mesma forma e em função da escola, nem demasiado orientadas, não deixando para as crianças nenhum espaço para a exploração. De forma a que se possam identificar com o brincar? O brincar é para as crianças uma actividade em que são elas que estruturam a actividade. Elas descobrem o que querem fazer nesse tempo e descobrem umas com as outras. Ora, a escola tem cinco horas, depois todo o tempo que resta dessas cinco horas é tempo livre. E as crianças deveriam ter o direito de usufruir desse tempo livre… A regulamentação foi feita tendo em conta a idade das crianças. São cinco horas, não são seis… Ora, tudo o que acrescentarmos a essas cinco horas significa um desrespeito pelo tempo das crianças, mesmo que a justificação seja que “as actividades são muito boas”. A verdade é que elas só ficam na escola porque os pais estão a trabalhar. Podemos concluir daí que as crianças, apesar
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de todo o aparato legislativo e da retórica institucionalizada sobre a infância e sobre os direitos das crianças, elas enfrentam hoje mais dificuldades, e dificuldades diferentes, em ter o seu lugar e os seus direitos reconhecidos pela sociedade? Claro, porque ninguém está preocupado com as crianças. Ninguém está preocupado com a opinião delas, nem com os seus interesses, nem com o seu direito a usufruir do tempo livre. Aliás, o Código Penal, no artº 152º, criminaliza o excesso de actividade das crianças. Os adultos que baterem nas crianças, as tratarem mal, as violentarem, as obrigarem a estar muito tempo a fazerem a mesma coisa são punidos por lei. O Código Penal prevê isso e nós continuamos a fazer de conta que não é nada connosco. A legislação é feita para ser cumprida pelos adultos (para os pais e para a escola), é feita a pensar nesse tempo que os adultos pensam que é prejudicial. A pensar que as crianças não têm outra hipótese a não ser estarem ocupadas com o que os adultos acham que é importante para elas. Estamos perante uma institucionalização - no sentido também em que são as próprias instituições agentes activos dessa exclusão - de práticas que excluem os interesses das crianças e o ethos infantil das suas próprias vivências… Completamente. As vivências das crianças
dependem daquilo que os adultos acham que devem ser as suas vivências. Porque ninguém está preocupado em avaliar se as actividades organizadas para as crianças são benéficas para o seu bem-estar. Mesmo quando parece que as crianças estão receptivas? As crianças acabam por aceitar tudo. E quando não aceitam, Quase todos os demonstram-no pelo comportaavós pensam que as mento. De uma maneira geral, crianças trabalham elas gostam. E aqui é que está o demais para a paradoxo. Porque quando alguém escola… lhes diz que vão fazer uma actividade lúdica, ou vão para o ballet, ou vão para a ginástica, as crianças em princípio escolhem, porque elas gostam de escolher e escolhem – quando as deixam escolher. Mas a escolha que se lhes dá é uma escolha muito limitada. Na Escola a Tempo Inteiro é, de facto, importante. Porque se não houvesse Música, talvez muitas crianças não tivessem acesso a educação musical. Mas depois como é que é feita essa avaliação? Será que as crianças tiveram acesso a educação musical? Ou tiveram apenas lá alguém a entretê-las nessa área? A avaliação que se faz raramente tem em conta o interesse da criança. A avaliação é quase sempre em função do desempenho do docente,
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Entrevista
ou do desempenho do animador, ou do currículo. Raramente é do usufruto da criança. As crianças aí podem ser diplomáticas? Podem dizer que gostaram sem ter gostado? Claro. As crianças às vezes têm relações interessantes com essas pessoas. Mas o usufruto da actividade por parte da criança é que pode não acontecer. O que eu constatei é que aquilo que era prioritário para mim quando eu comecei a trabalhar com elas deixou de o ser quando eu comecei a prestar mais atenção. Por exemplo, quando eu perguntava o que gostavam de fazer no tempo livre. Diziam: “Gosto de ir ao supermercado, gosto de ir tomar um pingo com a minha avó…”. Eu tive um miúdo que me disse que ia ao café. Eu perguntei-lhe: “Então tu ao sábado vais ao café?”. E ele disse que não, que não ia ao café. “Mas então tu disseste agora mesmo que ias ao café com a tua avó”. Ele respondeu: “Não, a minha avó é que vai ao café, eu só lá vou tomar o pingo”. A compreensão deles vai muito mais longe do que a nossa neste aspecto. Quem é que vai ao café? É a avó. Se a avó não fosse ao café, ele não ia. Há imensas coisas a que não prestamos atenção. Conversar é Mas a natureza das actividades talvez a actividade também é importante, afinal... mais interessante As actividades que as crianças para se ter com as consideram como coisa delas crianças, e a de que estão fora das actividades de as crianças mais expressão que são fornecidas pela gostam… escola. Para elas isso é mais escola. Nós podemos dizer que “as actividades são muito interessantes porque de outra maneira elas não teriam este tipo de experiências”. Mas isso é o que nos preocupa? Então devíamos deixar que elas tenham experiências em coisas que gostem. Se nós estivéssemos, de facto, preocupados com as experiências das crianças, então devíamos deixá-las escolher. Uns gostariam de dança, outros de música – e outras de estar no recreio a brincar. A organização dos espaços é outro aspecto problemático nesse enquadramento constrangedor das actividades das crianças… Se os espaços onde as crianças são obrigadas a estar durante a tarde, ou durante a manhã, quando os pais estão a trabalhar, fossem pensados em função daquilo que são os interesses das
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crianças, da sua capacidade de estar parada ou de correr, ou de pensar, etc., não tinham tanta mesa, nem tanta cadeira, nem eram tão organizados e decorados. Seriam espaços onde as crianças poderiam circular também em função dos seus interesses. Um outro aspecto crítico reside na forma como as crianças são, ou não, parceiras nas actividades. Eu sou crítica quanto à forma como as actividades são organizadas, mas acho que é um benefício existir música, dança, ginástica na escola. O que eu acho é que se são no tempo livre das crianças e já não no tempo lectivo, as crianças devem ter uma palavra a dizer e poder participar na sua organização. Participar na organização é, também, uma actividade. Opõe-se o brincar ao estudar e liga-se o estudar ao aprender. Não estão aqui, nestas formulações, as falácias fundamentais que legitimam este estado de coisas? Claro. Porque para as crianças estudar é brincar e brincar é estudar. As crianças não precisam dessas divisões. Nós é que as fazemos. Nós é que criamos disciplinas, nós é que criamos conteúdos e temos necessidade de compartimentar. Para elas, brincar é quase tudo. Estudar também é brincar, comer também pode ser brincar. Brincar é viver, brincar é respirar. As crianças não brincam para aprender… aprendem porque brincam. Para elas, estudar, brincar, correr é tudo a mesma coisa. Elas não precisam dessas arrumações, dessas categorizações. Para elas, brincar é uma actividade natural. E não confundem as actividades que lhes são propostas na escola com as actividades que elas gostam de fazer. Mas o que interessa é a relação que se tem com as actividades e o que condiciona isso é o espaço ou são os adultos. Que as crianças sejam impedidas de brincar dentro do espaço e tempo da escola, entende-se, tendo em conta os desígnios dos programas escolares e seus autores, mas por que razão, por exemplo, acontece os pais condicionarem ou coibirem os tempos de brincar? Deve haver factores e contextos muito diferentes. Essa também foi uma discussão que eu tive muito com os miúdos. Havia crianças que diziam: “A minha casa”; outros referiam-se à “casa da minha avó” ou à “casa dos meus pais”.
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Para alguns miúdos, a casa não é deles. A sala é dos professores, a casa é dos pais, e eles não têm espaço. E quando eles não têm um espaço próprio, vivem em “suspenso” e não se envolvem. Aceitam com muita facilidade as ordens “não podes fazer” ou “não podes desarrumar a sala”. Os pais e os adultos controlam tudo, espaços e tempos. Mas há pais diferentes, famílias diferentes e crianças diferentes. E o que eu tenho constatado no trabalho que vou fazendo com as crianças é que é muito proveitoso conversar com elas. Conversar é talvez a actividade mais interessante para se ter com as crianças, e a de que as crianças mais gostam. E ninguém valoriza isso. Conversar significa ouvir com atenção, e um dos aspectos do meu trabalho com as crianças é respeitar uma coisa que a escola e a sociedade não valorizam muito, que é a possibilidade de termos em consideração o que eles dizem sobre as suas vidas. Os contextos familiares são, como disse, muito variados… Quando conversam uns com os outros, os miúdos começam a perceber as diferenças de funcionamento dos espaços. “Mas a casa é mesmo tua?”. Há miúdos que dizem “o quarto é meu, a minha mãe deixa-me fazer o que eu quiser no meu quarto”; ou “a minha mãe deixa-me sempre brincar um bocadinho antes de ir para a cama”.
Normalmente, os avós são mais permissivos e compreensivos, relativizam mais, não estão tão preocupados com o futuro, há aí uma relação com a vida e com a infância diferente. Os avós têm uma visão crítica das formas de vivência da infância hoje? Sim, há avós que dizem: “Quando eu era nova brincava e hoje as crianças estão sempre fechadas em casa, não brincam nada”. Eu diria que quase todos os avós pensam que as crianças trabalham demais para a escola. Mas eu refiro-me às pessoas que vão aos debates em que tenho participado, e essas são as que já estão muito preocupadas com este assunto. Estão preocupadas com uma certa histeria que os miúdos começam a ter porque não têm sossego, porque andam a correr de um lado para o outro, porque andam cansados, porque não têm espaços seus, porque não têm nada de seu, a casa não é deles, o espaço não é deles, o tempo livre não é deles. Pessoas preocupadas com esta obsessão de que as actividades sejam pedagógicas e didácticas e em função da escola. Uma perspectiva utilitarista, afinal, na organização do tempo livre das crianças… A que atribui esta Para as crianças, pressão sobre o acto de brincar? brincar é quase tudo. O que sustenta esta lógica de Estudar também é apropriação abusiva dos tempos brincar, comer das crianças? também pode ser São preocupações com outras coibrincar. Brincar é sas que não a vida das crianças. viver, brincar é Preocupações com o emprego, respirar… com a formação das crianças, com a entrada no mercado de trabalho. Os pais não pensam no presente das crianças, pensam no futuro que eles podem vir a ter. Sacrifica-se o tempo da infância por um futuro incerto... Sim. Claro que a preocupação que os adultos têm é uma preocupação legítima. Mas é uma preocupação excessiva e em função da matéria escolar. Porque se pensa que a formação é uma coisa externa aos interesses individuais de cada um que vai resolver todos os problemas, o que não é verdade. Estamos a hipotecar o presente das crianças em função de um futuro cada vez mais incerto. n Humberto Lopes (texto e fotos)
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Diáspora
O senhor dos pastéis Há uma década que a Pastelaria Garcia é uma referência em Bruxelas. Os famosos pastéis de nata e o pão regional português garantem a frequência fiel da gente lusitana radicada na capital belga. E não só, já que a doçaria da casa se tornou popular entre outras comunidades. ra a década de 80 e difíceis os tempos em Portugal. Uma taxa de desemprego elevada, a economia à espera de melhores dias, o fado a cantar eternos infortúnios. E a esperança, gata de mil vidas, a (des)iludir-se, lusitanamente, com os pequenos nadas que substituem resoluções fecundas. Era assim, nesse tal tempo. Mas não para um jovem alentejano de vinte e dois anos, de Lavre, uma aldeia do concelho de Estremoz: sem maior bagagem do que a vontade férrea de deixar para trás a cepa torta, Rui Garcia meteu-se à boleia num camião, rumo a Bruxelas. Ia, como na prosa de Irene Lisboa, com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Ao fim de um ano, Rui Garcia teve de voltar a Portugal - "questões de papéis" impediam-no de continuar a trabalhar por conta de outrem na capital belga. Ao fim de muito pouco tempo regressou a Bruxelas e contou, então, com a cooperação de um belga, colega de profissão, que o ajudou a começar a trabalhar por conta própria
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na actividade que era a sua, a de padeiro. Duas décadas depois, o esforço, o profissionalismo e o empenho que o animaram a sair de Portugal acabaram recompensados: a Pastelaria Garcia é uma referência da confeitaria portuguesa em Bruxelas e é frequentada por portugueses, belgas, espanhóis e gentes de outras nacionalidades. Os pastéis de nata são a estrela principal, certamente, mas no universo de especialidades da casa brilham outros regalos da doçaria regional portuguesa, como os pastéis de Tentúgal. Mesmo ao lado, no espaço que acolheu antes uma padaria belga centenária, a Padaria Garcia produz algumas das mais afamadas variedades de pão tradicional português, o pão alentejano, o pão saloio e a broa de milho.
Um cenário alentejano A Pastelaria Garcia fica na Avenue de la Couronne, na zona de Ixelles, e abriu as portas em 2001. Paredes-meias, com ligação pelo interior, na esquina com uma ruela que vai em direcção à Place Flagey, está a Padaria, a outra
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metade do empreendimento de Rui Garcia. Em ambos os estabelecimentos o ambiente e a decoração têm timbre português, com azulejaria e outros elementos. Na padaria há, por exemplo, um painel com uma representação de mulheres amassando o pão, enquanto o padeiro o vai retirando, já cozido, dos fornos a lenha. Mas é a Pastelaria que é verdadeiramente emblemática no que toca à reconstituição de cenários lusitanos. Na sala com soalho de madeira vê-se, de um lado, uma fonte alentejana, também com azulejos, e a sua música de água. No lado oposto, a fachada de uma casa alentejana a toda a largura da parede, uma porta azul com um saco de pão pendurado na maçaneta, o nº 25 por cima, um beiral com telha a sério e ninhos de andorinha por baixo. "A inspiração foi a de eu estar aqui e poder sentir que estou lá", confessa Rui Garcia. "É a minha casa que está ali, aquela porta foi a porta por onde eu passei durante vinte e dois anos... quantas vezes eu puxei aquele atilho!". Recusou imitações: "Isso era o que os arquitectos queriam, mas eu preferia mesmo uma porta verdadeira. O meu velhote tinha substituído a porta e esta estava lá para queimar... É uma
porta a sério". E em jeito de confidência: "Até os ninhos de andorinha são alentejanos, vieram mesmo de lá". E o número por cima da porta? Também é genuíno? "Foi a minha filha que escolheu. É a soma de datas de nascimento da família, tudo somado dá 25". Quanto ao fontanário – "os azulejos foram fabricados no Azeitão e a pia foi feita à medida e veio de Portugal" –, o leão de pedra que assobia um fio de água tem o seu simbolismo no meio de outros elementos: "O leão é para os sportinguistas, o azul é para os portistas e o Benfica... esse está aqui no coração!" Sobre as mesas há frasquinhos de canela. Mesmo os não lusitanos cedo aprendem que as natas são multiculturais e combinam com a especiaria oriental. O odor da canela vai bem com as guitarras portuguesas que soam, discretas, distantes. Rui Garcia descreve a atmosfera que acolhe habitualmente os clientes da Pastelaria: "Se vierem aqui passam a tarde a ouvir a água a correr, o passarinho a chilrear e a Amália a cantar ao fundo... um paraíso". Mas olha-se à volta e falta qualquer coisa no cenário. A gaiola não está no sítio dela. "O canário vai ter uma morada
A Pastelaria Garcia abriu as portas em 2001
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Diáspora
nova, moderna, são ideias do professor Carvalho Rodrigues".
Dez mil pastéis de nata O "pai" do satélite lusitano é um frequentador habitual e já fez, aliás, o lançamento de um livro seu na Pastelaria, e também a portuguesa Livraria Orfeu ali tem promovido a apresentação de algumas das suas edições. A clientela é que não se resume à gente lusitana radicada na capital belga. Há belgas, gregos, espanhóis e italianos, uma diversidade que acontece, sobretudo, ao fim de semana. Durante a semana, que é quando aparece por lá gente do Parlamento para degustar uma bifana ao almoço, muitos dos que se sentam à mesa são belgas. "Até chineses já me apareceram aqui... com um papelinho do hotel, a perguntar se é aqui que há pastéis de nata. Deve haver um roteiro para os turistas que inclui Pastelaria Garcia". Os pastéis de nata da casa ganharam popularidade e podem, aliás, ser encontrados em vários pontos da cidade, incluindo a cafetaria de uma das mais importantes livrarias da capital belga, a
O Café Portugal de Albano Figueiredo
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Filigranes, na Avenue de la Loi. A Pastelaria Garcia produz cerca dez mil pastéis de nata por semana, que são distribuídos sobretudo por cafés e restaurantes. O consumo da guloseima na sala da Pastelaria Garcia é modesta se comparado com o volume de encomendas que saem para outras pontos de venda. "Temos uma carrinha e a mais de metade dos pastéis vão para fora. Mas o que estamos a fazer nesse caso é, sobretudo, divulgação. Há coisas que temos em Portugal que são muito boas e que temos que promover e defender".
O Café que é um (quase) estádio Uma parte dos pastéis de nata que saem da Pastelaria Garcia não vai para longe. Atravessa a rua e fica no Café Portugal, um café restaurante famoso por ser palco de reunião de adeptos dos principais clubes de futebol portugueses. Quando são os jogos da selecção nacional, há enchentes e muitas bandeiras a agitar-se exterior. E uma grande bandeira que ocupa quase toda a fachada. É como se o Café Portugal se transformasse num estádio, tantos são os adeptos que acorrem àquela esquina da Avenue da la Couronne. Por ocasião do Euro 2008, "até a rua foi cortada pela polícia para acolher os adeptos...", revela Albano Figueiredo, o actual proprietário. O Café Portugal está nas mãos de Albano Figueiredo desde 2000. Já estava, anteriormente, em mãos portuguesas, com a designação de Le Soleil du Nord. A troca de nome trouxe muitas outras mudanças, designadamente a condição de restaurante atento à gastronomia tradicional portuguesa. Diariamente, há dois pratos emblemáticos, e, ao domingo, a ementa reforça a identidade com argumentos de peso: leitão à Bairrada, cabrito assado no forno e cozido à portuguesa. Sentam-se muitos belgas à mesa, mas a maioria dos comensais é mediterrânica: portugueses, espanhóis, italianos e gregos. Tal como muitos outros portugueses que se radicaram na Bélgica, Albano Figueiredo não está arrependido: "Uma das coisas boas que há aqui é a saúde. Não precisamos de estar meia hora para sermos atendidos no hospital. O modo de vida é bom para quem quiser trabalhar. O país é bom, não é preciso fazer sacrifícios para ter uma vida razoável". n Humberto Lopes (texto e fotos)
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Terra Nossa
A caminho de Viseu É muito antiga, não se sabe exactamente quanto. Certo é que sob os romanos ganhou dimensão e importância. Disso dá conta um troço de muralha, delimitativa da cidade no século IV, descoberto na rua Formosa há não muitos anos e um acampamento militar de grande dimensão, conhecido pelo equívoco nome de Cava de Viriato. Por essa altura chamava-se Vissaium, que facilmente identificamos como remota antecessora de Viseu. e olharmos um mapa da região, Viseu ocupa uma posição central num vasto território planáltico, delimitado ao longe por um anel de montanhas. Como acontece com os lugares que têm a sorte do centro geométrico, tornou-se, naturalmente, desde a época romana, um entroncamento de estradas, uma rotunda da região. Isso reforçou-lhe a relevância. Assim, Viseu, é um íman que atrai e um centro que irradia. Do centro da região, avancemos para o centro da cidade, o Rossio, ou respeitando a toponímia oficial, Praça da República. Detenhamo-nos aqui. Praça ampla com enormes tílias, demarcada de um dos lados pelos Paços do Concelho, edifício da segunda metade do século XIX, enquanto do lado
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oposto corre um extenso painel azulejar. Sob um fundo branco perfila-se uma galeria de figuras, contidas, solenes, melancólicas, que em tempos cruzaram o largo. Obra de um realismo datado (1931), olhar o painel é fazer uma viagem no tempo. Virada para a Praça, noutra extremidade, a igreja dos Terceiros de São Francisco, frontaria branca enriquecida por graníticos ornamentos, num jogo de curvas e contracurvas que dão ritmo e alegria à fachada. Por detrás, o Parque Aquilino Ribeiro, homenagem ao escritor que tantas vezes levou para as páginas dos seus livros as paisagens e gentes da sua querida Beira. Alargando o raio de acção, seguindo em direcção ao edifício dominante da cidade, a Sé Catedral, temos toda a cidade nuclear. Até lá chegarmos - e podemos fazer uma volta larga, ou tomar um caminho rápido - vamos encontrar uma cidade transbordante de azáfama, nalgumas ruas, deserta e adormecida noutras, pontuada por palacetes, jardins e estátuas. Comecemos pelos palacetes, pela importância que têm no tecido urbano. Quase todas com esplêndidas fachadas, onde o granito se destaca em elaboradas molduras de janelas e em ombreiras de monumentais portas. Foram na origem moradias de senhores possuidores de título nobiliárquico, ou de avultados rendimentos, a maioria do século XVIII. Solar dos condes de
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Prime, solar dos Treixedo, solar dos Mendes, solar dos Peixotos, casa de São Miguel, casa da Calçada, são alguns desses edifícios, singulares pelas características cenográficas que transmitem à cidade.
Ao encontro de Grão Vasco Apontemos agora à sé catedral. São várias as ruas que conduzem até lá. Se escolhermos ir pela rua Formosa, a "mais comercial artéria de Viseu", no final encontraremos o jardim de Santa Cristina, onde o olhar cai de imediato na figura imponente de D. António Alves Martins, bispo e político. Na coluna que sustenta a estátua está traçado o seu perfil: "Devotado liberal, evangélico prelado e austero estadista". Precisamente pelas ideias liberais que abraçava foi condenado à morte por fuzilamento, em 1834, não tendo sido executado por nesse ano ter triunfado o liberalismo. Próximo, sinalética indica o caminho até ao quarteirão da antiga judiaria. Avançando nessa direcção entra-se no perímetro que na época medieval era abraçado pela muralha, de que subsistem pequenos trechos e duas das sete portas, a Porta do Soar e a Porta dos Cavaleiros. Já estamos no núcleo retorcido de ruas em volta da Praça de
Dom Duarte, onde belas janelas manuelinas ornamentam alguns prédios. Na Praça de Dom Duarte, a estátua do rei, muito aprumado, envolto numa discreta solidão. Nascido em Viseu a 31 de Outubro de 1391, durante uma estada da Corte, em memória desse acontecimento a cidade erigiu a estátua ao autor do Leal Conselheiro e do Livro da Ensinança de Bem Cavalgar a Toda a Sela. A formidável massa granítica composta pela Varanda dos Cónegos, Sé Catedral, igreja da Misericórdia e Paço dos Três Escalões, não dista mais que alguns passos, a que rapidamente se chega. A amplidão do Adro da Sé mostra o conjunto em toda a sua grandeza: igreja da Misericórdia, do século XVIII, o Passeio dos Cónegos, do mesmo século, o Paço dos Três Escalões, iniciado em finais de Quinhentos, e a Sé, um somatório de elementos de diferentes épocas. Por onde começar? Depende de cada um, embora Sé e Museu estejam ligados pelos fios da História. O Museu, instalado no Paço dos Três Escalões, foi construído com o fim ser Paço Episcopal e seminário, a catedral foi o destino inicial das obras icónicas do Museu, as pinturas de Grão Vasco. MAR 2012 |
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Terra Nossa
GUIA
poucos quilómetros de Viseu.
de restaurantes, tanto na zona
A unidade dispõe 77 quartos
histórica como nos novos
totalmente equipados, bar,
bairros.
INFORMAÇÕES
restaurante, sala de jogos,
O Cortiço: Rua Augusto
Posto de Turismo: Av.
espaço infantil, biblioteca, sala
Hilário, 43-47; Tel: 232 423 853
Gulbenkian, Tel: 232 420 950
de reuniões e WI-FI. Parque de
Tia Iva: Rua Silva Gaio, 16; Tel:
estacionamento privativo.
232 428 761
DORMIR
Pensão Rossio Parque
Inatel Palace S. Pedro do Sul,
COMER
/Restaurante: Rua Soar de
em S. Pedro do Sul, dista
A cidade tem uma boa oferta
Cima, 55; Tel:232 422 085
Comecemos catedral. Salta à vista a riqueza e profusão de elementos distribuídos pelas três naves, mas, facilmente, a abóbada, com a originalidade das ogivas decoradas por um esguio cordoamento atado em nós, ganha destaque. Se o visitante tiver a sorte de entrar durante um concerto, ou durante um ensaio, de imediato chega à conclusão que a igreja tem boa acústica. Fora do alcance do primeiro olhar, mas acessível a quem quiser aprofundar o conhecimento sobre a catedral, fica o coro alto, com elaborado cadeiral, e o tesouro, parte integrante do Museu de Arte Sacra. Agora o claustro, uma referência do Renascimento em Portugal, espaço intimista a que não falta ritmo e leveza geral, induzido pelas colunas jónicas e pelo painel de azulejos, grande mancha azul branca a decorar as paredes. Seguindo o percurso da pintura de Grão Vasco, a que foi executada para o retábulo da capela-mor 28
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da Sé, é curta a viagem até ao sítio onde a podemos apreciar agora: o Paço dos Três Escalões, casa que domicilia o Museu Grão Vasco. Um exterior despido, embora monumental, um interior acolhedor e organizado, a que não é alheio a intervenção do arquitecto Souto Moura, entre 2001 e 2003. Pelas amplas salas distribui-se cerâmica, ourivesaria, mobiliário, estatuária e pintura portuguesa dos séculos XIX e XX. Mas é inevitável que o pensamento fuja para a obra de Vasco Fernandes, aliás, Grão Vasco. É por via das pinturas que executou para a Sé de Viseu (e para outros recintos) que o pintor acabaria fixado na História. A Grão Vasco é dispensada a atenção devida aos Mestres: as suas pinturas, têm espaços próprios. São Pedro, a mais icónica obra do artista, onde se evidência a "poderosa caracterização do rosto" e a riqueza do panejamento, brilha sozinha numa sala. Os 14 painéis, executados para o retábulo da Sé, (tudo indica tratar-se de uma obra oficinal coletiva, sendo Grão Vasco um dos intervenientes), recebem a mesma distinção. Na Adoração dos Magos, um dos painéis, o rei Baltazar é representado como um índio brasileiro, um exercício de originalidade e arrojo por parte do artista. Noutra sala, denominada Grão Vasco e os Seus Colaboradores, estão reunidas mais algumas pinturas que reforçam a narrativa em volta do artista. O interesse de Viseu não se esgota em Grão Vasco, já o vimos, mas a cidade beneficia claramente por ter sido o abrigo do nome maior da pintura portuguesa quinhentista. n José Luís Jorge (texto e fotos)
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Viagens
Palma de Maiorca Uma jóia mediterrânica
Capital da Comunidade Autónoma das Baleares - arquipélago constituído por quatro ilhas principais, Maiorca, Minorca, Ibiza e Formentera, e numerosas ilhotas -, Palma de Maiorca é uma singular 'jóia" ibero - mediterrânica, distante cerca de uma centena de quilometros de Valência.
carácter mediterrânico desta Comunidade Autónoma, de 700 mil habitantes tem em Palma a sua mais forte expressão. História, cultura, gastronomia e lazer são os elementos capitais duma formosa e populosa cidade, que ao longo dos anos tem atraído multidões de viajantes dos vários continentes. Muitos deles, sobretudo alemães e ingleses, acabaram por aí fixar residência, contribuindo para o aumento crescente da população local, cerca de 380 mil habitantes. O apreciador de largas caminhadas tem, na ilha Maiorca, uma rara quantidade de quantidade de percursos e caminhos naturais bem assinalados, sobretudo o interior da Serra de Tramontana. O percurso entre Palma e Soller, através de estrada montanhosa e com paisagens fascinantes, é um dos mais concorridos. O percurso junto à costa é igualmente agradável quer pela proximidade do mar quer pela descoberta de diferentes paisagens rurais e pequenas aldeias típicas. Um passeio a cavalo pela ilha é outras das atractivas possibilidades de Maiorca, com preços simpáticos e guias sociáveis e competentes.
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Viagens Inatel A Inatel Turismo tem programadas viagens para Palma de Maiorca em Março e Abril com partidas de Lisboa, Porto e Faro (a pedido) com preços desde 379,00 euros por pessoa em quarto duplo, em pensão completa e hotel de 4 estrelas, Incluindo: 7 (sete) noites de alojamento em pensão completa (com bebidas); Voo Lisboa|Palma|Lisboa; Transferes do aeroporto ao hotel e vice versa; Uma excursão de dia inteiro. PROGRAMA: 1º DIA - LISBOA ou PORTO ou FARO | PALMA DE MAIORCA
Comparência no aeroporto 120 minutos antes da hora da partida. Formalidades de embarque e partida com destino à Ilha de Maiorca. Chegada e assistência. Transfer para o hotel. Jantar e alojamento.
Destaque, ainda, na Ilha de Maiorca e nas pequenas ilhas circundantes, para os parques naturais de Dargonera, Mondragó, S'Albufera de Maiorca e para a Paisagem Nacional e Marítima de Cabrera. O Aqualand, situado no Arenal, é o principal Parque Aquático da Europa. Os viajantes mais atentos ao património histórico-cultural não perderão a oportunidade de visitar a Catedral de Palma, de estilo gótico, construída ao longo dos séculos XIII, XIV e XV. A oferta, obviamente mais procurada pelos visitantes mesmo fora da época estival - respeita às suas muitas, variadas e tranquilas praias de areia dourada e pequenas enseadas. Praias urbanas ou semi-urbanas, praias isoladas e praias de nudistas, pequenas calas, praias virgens... tudo isto perto da cosmopolita Palma, de noites animadas e divertidas, proporcionadas pelos seus múltiplos bares e pubs. Os clubes e discotecas ficam, maioritariamente, no Passeio Marítimo de Palma. Outros centros urbanos como Pollença, Llucmajor, Magaluff e Alcudia têm também a sua própria vida nocturna. Originalmente, a cozinha de Maiorca tinha uma grande componente rural, fruto da influência da colonização ibérica, e ainda a mantém, em parte, devido ao frequente uso da banha de porco. Nas ementas sobressaem o peixe e marisco de qualidade, boa fruta e legumes, mas é obrigatório provar o tradicional "asado de lechón" (leitão assado), fácil de encontrar nos restaurantes típicos de Palma. Deliciosas são, ainda, as sopas, geralmente feitas à base de pão, cebola e legumes. n
2º DIA AO 7º DIA - PALMA DE MAIORCA
Estada em hotel de 4* estrelas, em regime de pensão completa. Dias livres para actividades de carácter pessoal. Inclui uma excursão de dia inteiro. 8º DIA - PALMA DE MAIORCA | LISBOA
Pequeno-almoço. Em hora a indicar localmente, transfer para o aeroporto. Formalidades de embarque e partida com destino ao aeroporto seleccionado. Chegada e fim dos nossos serviços. Itinerário da excursão:
A localidade de Inca situa-se na região de Es Raiguer, no interior da ilha e encontra-se entre as primeiras cidades da ilha com maior número de habitantes. Aqui realiza-se todas as quintas-feiras, um dos mais importantes mercados da ilha de Maiorca. Continuação para visita panorâmica de Palma de Maiorca. Informações Gerais: telef. 210072384. Reservas: Agências Inatel www.inatel.pt
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Ano Internacional do Envelhecimento Activo
Graça Andrada “Mirar limpio” aos 80 anos No Ano Internacional do Envelhecimento Activo e da Solidariedade Entre Gerações, fomos conhecer Graça Andrada (n. 1932), pediatra, especialista em reabilitação e neurodesenvolvimento.
os 80 anos, continua a trabalhar como voluntária no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), que ajudou a fundar nos anos 70 e transformou num símbolo de excelência do tratamento da paralisia cerebral infantil [ver caixa] e da educação especial inclusiva. Bolseira em Nova Iorque, em 1959 e 1960, quando era possível ver Laurence Oliver e Vivien Leigh ao vivo, nos musicais da Broadway, a então jovem pediatra portuguesa estudou num dos mais conceituados institutos de reabilitação, fundado em 1948, por um médico veterano da IIª Guerra Mundial, Dr. Howard A. Rusk. Pioneira no desenvolvimento da reabilitação pediátrica em Portugal, Graça Andrada reconhece nas "crianças com deficiência os seus grandes mestres". Numa fotografia, tirada em Nova Iorque, Graça Andrada, na altura com 27 anos, pediatra estagiária no "Rusk Institute of Rehabilitation Medicine", aparece ao lado de uma menina muito sorridente que andava de muletas. "Era brasileira, tinha espinha bífida, um problema congénito que pode provocar paralisia das pernas. Um dia, disse-me: "eu corro! E como é que corres?, quis saber. Ela respondeu: "Eu corro com o carrinho de rodas". Nunca mais me esqueci." Sentada no seu gabinete do Centro de Reabilitação da Paralisia Cerebral Fundação Calouste Gulbenkian (CRPC/FCG), ao Lumiar, "onde trabalha desde a inauguração, em 1970", e foi nomeada "patrimó-
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nio do coração" por alguns dos que com ela aprenderam a diagnosticar, reabilitar e incluir as crianças e jovens deficientes na sociedade, a nossa gentil interlocutora, com 80 anos, pioneira na História da Paralisia Cerebral em Portugal, confessa com grande humildade que "as crianças com deficiência foram os seus grandes mestres".
Descobrir capacidades na criança com deficiência Partindo de uma atitude de profundo "respeito pela criança", em vez de impôr uma técnica ou limitar-se a prescrever receitas, a preocupação de Graça Andrada (distinguida com o "Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique", em 1988) tem sido a de "descobrir capacidades, ajudando os pais a não se fixarem nas deficiências". Durante o período em que foi bolseira ("Bolsa Pfizer"), em Nova Iorque, 1959 e 1960, aprendeu não só "a importância do trabalho multidisciplinar" na reabilitação da criança com deficiência mas reforçou a convicção de ser fundamental "o afecto". Sem comunicação, sem empatia, sem "considerar cada criança como um caso particular", sem brincar, é impossível fazer um diagnóstico e encaminhá-la para as várias terapias necessárias à melhoria da sua qualidade de vida: "a terapia da fala, a fisioterapia e a terapia ocupacional". "Lembro-me de uma criança, a quem dei uma máquina de escrever para ela desenhar; ao fim de algum tempo, excedeu por completo as minhas expectativas: batendo uma tecla de cada vez, ou
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No "Rusk Institute of Rehabilitation Medicine", New York University Medical Center, com uma menina brasileira, de espinha bífida, anomalia congénita que provoca paralisia das pernas.
Em Nova Iorque, durante o período de estágio no "Goldwater Memorial Hospital", hospital de doenças crónicas e com cuidados de reabilitação. Tinha 24 anos.
repetindo a mesma tecla, fez um conjunto de desenhos lindíssimos, com muitas tonalidades de preto e vermelho. [João Pombeiro licenciou-se em antropologia, alguns dos seus desenhos são visíveis na "internet"]. No livro "Raios de Vida", publicado em 2003, por ocasião das celebrações do "Ano Europeu da Pessoa com Deficiência", e enquanto Presidente da Direcção Nacional da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (DNAPPC), assinando o prefácio, Graça Andrada sublinha o valor das imagens poéticas e oníricas, concebidas por pessoas com paralisia cerebral. A título de exemplo, citamos um excerto do poema de Nelson Moniz, incluído nessa antologia: "Fico parado em frente de mil carros...; os bolsos semi-vazios impedemme de ir a onde a mente quer.// Rua cheia de passos (de pessoas), as rodas da cadeira não passam por entre a mente de quem nos ama".
"O caminho faz-se caminhando" Dividindo-se, durante muitos anos, entre o trabalho de investigação, consulta e formação de técnicos especializados no Serviço de Reabilitação Pedriátrica e Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (C.M.R.A.), fundado em 1966, CRPC/FCG, ao Lumiar, Graça Andrada empenhou-se em fomen34
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tar uma "mudança de mentalidade relativa à aceitação e inclusão do deficiente na sua própria família, caso das crianças abandonadas em hospitais, na escola e na comunidade". O seu lema de vida "o caminho faz-se caminhando", na linhagem do poeta andaluz António Machado [não há caminho, faz-se caminho ao andar], reforça-se no dia-a-dia, no diálogo e na superação de dificuldades das crianças, as pequenas grandes vitórias destes muitos "heróis", que são todas as pessoas com deficiência, tentando autonomizar-se, aperfeiçoar-se dentro das suas potencialidades, um princípio de vida que Graça Andrada valoriza e reconhece "na filosofia chinesa". E isto apesar de não ser muito voltada para a filosofia, no sentido de não ser uma estudiosa ou teórica porque é, sobretudo, "uma mulher de acção, disponível para os outros". Jubilada há uma década, continua a ir diariamente ao Centro de Reabilitação do Lumiar, acompanha jovens desportistas com deficiência e concilia ainda o trabalho de supervisão do Registo de Paralisia Cerebral em Portugal com os seus muitos interesses culturais, os cursos de arte, os espectáculos, e claro, a natação e o taichi. O facto de ter sido pioneira em Portugal não lhe deu sobranceria. Um dos seus objectivos foi "descentralizar", dividir tarefas, por isso é com
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No "Rusk Institute of Rehabilitation Medicine", Nova Iorque, companhava as crianças em recuperação durante algumas actividades lúdicas.
Graça Andrada exemplifica "como se avalia a actividade espontânea do bebé" numa criança sem deficiência, de forma a diagnosticar e intervir precocemente num diagnóstico de paralisia cerebral.
Graça Andrada foi fundadora do Serviço de Reabilitação Pediátrica e Desenvolvimento, do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão, que começou a receber crianças a partir de 14 de Julho de 1966. A escultura é de Martins Correia, simboliza a libertação da deficiência.
Durante a construção do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Fundação Calouste Gulbenkian, na Av. Rainha Dona Amélia. De frente para a fotografia, Graça Andrada, acompanhada do lado direito, pelo primeiro Presidente da Associação, Nuno Belmar da Costa e do lado esquerdo, pelo arquitecto Palma de Melo.
entusiasmo que fala do progressivo surgimento de associações de apoio à paralisia cerebral por todo o país, um movimento iniciado, sobretudo, após o 25 de Abril de 1974. É também com entusiasmo que sublinha necessária "a cooperação da equipa de terapeutas com os pais das crianças e os professores", de forma a ajudar a criança a desenvolver-se e autonomizar-se, de forma digna.
Paralisia Cerebral “A Paralisia Cerebral é causada por uma lesão, anomalia ou perturbação das estruturas cerebrais que afecta o cérebro em período de desenvolvimento pré-natal, perinatal e pós-natal, ou seja, nos primeiros anos de vida da criança. A deficiência motora é a mais visível dos seus efeitos mas existem, por vezes, dificuldades na fala e na aprendizagem”. Para mais informações consultar o site da Federação das
Uma colmeia feliz
Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC):
Numa época em que a "guerra do dinheiro" gera novos orfãos e crianças doentes na Grécia, berço da civilização europeia, parece de novo pioneira a defesa da integridade do ser humano, e em particular da pessoa com deficiência. Também a arquitectura do CRPC/FCG, construído por módulos em forma hexagonal, manifesta uma modernidade surpreendente. Graça Andrada recorda algumas das indicações fornecidas ao arquitecto Palma de Melo (1922-2003): deveria ser um espaço acolhedor, diferente de um hospital, onde não houvesse cortinas mas fosse preservada a privacidade da crianças em terapia, deveria ser um espaço de comunicação, com mobiliário adaptado mas discreto. Uma espécie de colmeia feliz, para "a mais feliz das crianças", que segundo o professor Torrado da Silva, pediatra estimado por Graça Andrada, também ele pionei-
www.fappc.pt ou contactar o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Fundação C. Gulbenkian, Av. Rainha D. Amélia Lumiar?1600-676 - Lisboa. Tel: 21 754 06 92 / 21 754 06 93?Fax: 21 756 89 78?E-mail: sede@apcl.org.pt
ro na área do neurodesenvolvimento, deveria "viver no século XXI". Desagradada com a falta de formação humana de muitos profissionais da saúde e a infantilização das pessoas nos hospitais e do deficiente, "a quem se fazem festas na cabeça mesmo já adulto", Graça Andrada garante que "dá saúde ter prazer no que se faz" E ir ao médico?, pergunto-lhe. "Evito", diz ela rindo e fazendo-nos rir prazeirosamente. Um amigo disse-lhe um dia que tinha um "mirar limpio". Tinha toda a razão. n Susana Neves MAR 2012 |
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Fundação INATEL Calçada de Sant’Ana, 180 1169-062 LISBOA t. 210 027 000 | f. 210 027 026 turismo@inatel.pt
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VIAGENS PRIMAVERA | VERテグ VIAGENS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
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VIAGENS NACIONAIS . INTERNACIONAIS
VIAGENS NACIONAIS E INTERNACIONAIS O QUE PODEMOS FAZER POR SI
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- O presente catálogo poderá sofrer alterações de preço e datas, pelo que não dispensa a leitura atenta do programa detalhado da viagem bem como as condições gerais do mesmo. Consulte regularmente a sua Agência INATEL para obter informações sobre novas viagens. Esteja atento(a) à revista Tempo Livre e www.inatel.pt
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A RAINHA REFRESCA-SE Aqueduto - Lisboa 26 MAIO PARTIDAS: ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA Desde: €61 Inclui: autocarro; assistente de viagem; almoço; seguro de viagem.
ROTA DO AZULEJO EM LISBOA
Palácio Nacional da Vila - Quinta da Regaleira - Cabo da Roca (pôr do sol)
20 JUNHO PARTIDAS: LEIRIA | SANTARÉM | LISBOA Desde: €59 Inclui: autocarro; guia acompanhante; visitas indicadas; almoço; jantar; seguro de viagem.
CAMINHOS DA MAÇONARIA EM LISBOA E SINTRA Cemitério dos Prazeres - Museu Maçónico - Cervejaria Trindade Quinta da Regaleira (Sintra)
02 JUNHO PARTIDA: LISBOA 30 JULHO Desde: €49 Inclui: autocarro; assistente de viagem; PARTIDAS: COIMBRA | LISBOA Desde: €80 almoço; seguro de viagem. Inclui: autocarro; almoço; visitas indicadas; guia acompanhante; seguro de viagem.
MERCADO MEDIEVAL EM TERRA DE SANTA MARIA DA FEIRA 03 AGOSTO PARTIDAS: LEIRIA | COIMBRA | AVEIRO Desde: €41 Inclui: autocarro; assistente acompanhante; almoço; seguro de viagem. Não inclui: ingresso no mercado medieval.
CRUZEIRO NOITE TROPICAL NO TEJO 03 AGOSTO PARTIDAS: ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA Desde: €86 Inclui: autocarro; cruzeiro; assistente de viagem; jantar; seguro de viagem.
MERCADO MEDIEVAL ÓBIDOS E CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DE ALJUBARROTA 05 AGOSTO PARTIDAS: BEJA | LISBOA | SANTARÉM Desde: €49 Inclui: autocarro; almoço; visita ao Centro de Interpretação Batalha de Aljubarrota; guia acompanhante; seguro de viagem. Não inclui: ingresso no mercado medieval.
ROTA DOS GOLFINHOS NO SADO 25 AGOSTO PARTIDAS: COIMBRA | LEIRIA | SANTARÉM Desde: €79 Inclui: autocarro; almoço; cruzeiro; assistente de viagem; seguro de viagem.
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VIAGENS NACIONAIS
VIAGENS NACIONAIS PASSEIO VÍNICO E GASTRONÓMICO NO OESTE E VISITA AO JARDIM BUDDHA EDEN 01 SETEMBRO PARTIDAS: ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA Desde: €55 Inclui: autocarro; almoço; guia acompanhante; seguro de viagem.
PARTIDAS: BRAGANÇA | VILA REAL | VISEU | COIMBRA Desde: €256 Inclui: alojamento; refeições; transfere com assistência; seguro de viagem.
FÉRIAS EM PORTO SANTO
PARTIDA: LISBOA 27 MAIO A 03 JUNHO CRUZEIRO NO ALQUEVA E 10 A 17 JUNHO SABORES DO GRANDE LAGO 17 A 24 JUNHO 29 SETEMBRO 24 JUNHO A 01 JULHO PARTIDAS: CASTELO BRANCO | 09 A 16 SETEMBRO PORTALEGRE | ÉVORA Desde: €488 Desde: €67 Inclui: alojamento; refeições; passagem aérea; Inclui: autocarro; almoço; cruzeiro; guia acom- taxas de aviação; transferes; seguro de viagem. panhante; seguro de viagem.
PRAIA EM ALBUFEIRA
PRAIAS PRAIA EM ALBUFEIRA INATEL Albufeira 21 A 27 MAIO PARTIDAS: COVILHÃ | CASTELO BRANCO | PORTALEGRE | BEJA 26 MAIO A 01 JUNHO PARTIDAS: GUARDA | VISEU | COIMBRA 01 A 07 JUNHO PARTIDAS: BRAGANÇA | VILA REAL | SANTARÉM 10 A 15 JUNHO PARTIDAS: LEIRIA | SETÚBAL | LISBOA | ÉVORA 12 A 19 SETEMBRO PARTIDAS: SANTARÉM | LISBOA | SETÚBAL 19 A 26 SETEMBRO
Hotel Vila Galé Atlântico 22 A 29 DE JULHO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO 12 A 19 DE AGOSTO PARTIDAS: COIMBRA | LEIRIA | LISBOA | BEJA Desde: €366 Inclui: alojamento; refeições; transfere com assistência; seguro de viagem.
PRAIA EM TAVIRA Hotel Vila Galé Atlântico 24 DE JUNHO A 01 DE JULHO PARTIDAS: VILA REAL | VISEU | GUARDA | COVILHÃ Desde: €325 Inclui: alojamento; refeições; transfere com assistência; seguro de viagem.
4 VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012
CIRCUITOS AS MAIS BELAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS - Pinhão - Porto - Aveiro - Lisboa 01 A 03 JUNHO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA Desde: €270 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
ROTA DA CORTIÇA - Algarve 04 A 06 JUNHO PARTIDAS: LISBOA | SETÚBAL | ÉVORA | BEJA Desde: €192 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
GIRO MAFRA E ERICEIRA com famosa mariscada 15 A 17 JUNHO PARTIDAS: COVILHÃ | GUARDA | VISEU Desde: €299 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
O CANTE ALENTEJANO - Serpa 22 A 24 JUNHO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO Desde: €291 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
FÉRIAS EM CERVEIRA Santiago de Compostela - Guimarães 18 A 22 JUNHO PARTIDAS: PORTO | BRAGA | VIANA CAS TELO 02 A 06 JULHO PARTIDAS: PORTALEGRE | LISBOA | LEIRIA | AVEIRO 23 A 27 JULHO PARTIDAS: FARO | BEJA | ÉVORA | SETÚBAL 06 A 10 AGOSTO PARTIDAS: PORTALEGRE | LISBOA | LEIRIA | COIMBRA 20 A 24 AGOSTO PARTIDAS: BRAGANÇA | VILA REAL | VISEU 10 A 14 SETEMBRO PARTIDAS: CASTELO BRANCO | COVILHÃ | GUARDA | PORTO 17 A 21 SETEMBRO PARTIDAS: SANTARÉM | LEIRIA | AVEIRO | BRAGA Desde: €285 Inclui: alojamento; refeições, autocarro; assistente acompanhante; seguro de viagem.
GUIMARÃES Capital Europeia da Cultura 28 JUNHO A 01 JULHO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM | COIMBRA 12 A 15 JULHO PARTIDAS: ÉVORA | LISBOA | LEIRIA | AVEIRO Desde: €399 Inclui: alojamento; refeições, autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
SEXTA-FEIRA 13 - Montalegre
HERÓIS MEDIEVAIS PORTUGUESES E VISITA À FEIRA MEDIEVAL DE ÓBIDOS
Desde: €226 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
D. Afonso Henriques - Pedro Julião - ROTA DAS TABERNAS D. Nuno Álvares Pereira (Coimbra ANTIGAS EM COIMBRA Leiria - Aljubarrota) 14 A 15 SETEMBRO 20 A 22 JULHO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM Desde: €224 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem. Não inclui: ingresso na feira medieval.
ENTRE LENDAS E TRADIÇÕES Vale do Sousa 27 A 29 JULHO PARTIDAS: LISBOA | SANTARÉM | LEIRIA Desde: €310 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
CORAÇÃO DO MINHO 31 JULHO A 02 AGOSTO PARTIDAS: CASTELO BRANCO | COVILHÃ | GUARDA | VISEU Desde: €272 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
A RAINHA REFRESCA-SE Aqueduto das Águas Livres - Lisboa 17 A 18 AGOSTO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO Desde: €189 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante e seguro de viagem.
13 A 15 JULHO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | ARRAIAL POPULAR NO MINHO PORTO 25 A 26 AGOSTO Desde: €268 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM | LEIRIA acompanhante; seguro de viagem.
PARTIDA: LISBOA Desde: €181 Inclui: alojamento; refeições, autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
PORTUGAL PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE 17 A 24 SETEMBRO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA Desde: €699 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
PRÍNCIPES DO GRANDE SÉCULO INFANTE D. HENRIQUE E D. JOÃO II Évora - Lagos - Alvor - Sagres 21 A 23 SETEMBRO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO Desde: €229 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
DESFOLHADA EM TRÁS-OS-MONTES 22 A 23 SETEMBRO PARTIDAS: BEJA | ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA 12 A 19 DE AGOSTO PARTIDAS: BEJA | LISBOA | LEIRIA | COIMBRA Desde: €221 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
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VIAGENS NACIONAIS
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VIAGENS NACIONAIS
VIAGENS NACIONAIS PELOS TRILHOS DE SANTIAGO ENTRE O SAGRADO E O ROMARIA DE NOSSA Passeios pedestres de baixa PROFANO - Corpus Christi Penafiel SENHORA D’AGONIA intensidade - oferta de diploma 30 SETEMBRO A 06 OUTUBRO PARTIDAS: LISBOA | LEIRIA | COIMBRA Desde: €839 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
FESTAS E ROMARIAS FEIRA DOS GRELOS EM CARAPELHOS
08 A 11 JUNHO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO Desde: €359 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
Viana do Castelo 17 A 21 AGOSTO PARTIDAS: LISBOA | AVEIRO | PORTO Desde: €405 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
CRUZEIRO NO RIO DOURO NOITE DE S. JOÃO 22 A 24 JUNHO PARTIDAS: FARO | BEJA | ÉVORA | LISBOA PARTIDAS: SETÚBAL | SANTARÉM | LEIRIA | COIMBRA Desde: €283 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; cruzeiro; guia acompanhante; seguro de viagem.
26 A 27 MAIO PARTIDAS: LISBOA | SANTARÉM | LEIRIA MERCADO MEDIEVAL Desde: €149 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia ÓBIDOS E ALJUBARROTA 27 A 29 JULHO acompanhante; seguro de viagem. PARTIDAS: BRAGANÇA | VILA REAL | VISEU | Não inclui: ingresso na Feira. COIMBRA Desde: €213 FEIRA MEDIEVAL BELVER Inclui: alojamento; refeições, autocarro; guia Alamal acompanhante; seguro de viagem. 08 A 09 JUNHO Não inclui: ingresso no mercado medieval. PARTIDAS: VISEU | COIMBRA | LEIRIA Desde: €118 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia MERCADO MEDIEVAL SANTA MARIA DA FEIRA acompanhante; seguro de viagem. 10 A 12 AGOSTO FESTA DA CEREJA NO FUNDÃO PARTIDAS: ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM 08 A 11 JUNHO Desde: €175 PARTIDAS: FARO | SETÚBAL | LISBOA Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia Desde: €315 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem. Não inclui: ingresso no mercado medieval. acompanhante; seguro de viagem.
6 VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012
VINHOS E SABORES GASTRONOMIA & VINHOS DO OESTE Genuíno, Enigmático, Surpreendente 25 A 26 MAIO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO Desde: €213 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
GASTRONOMIA & VINHOS DA BAIRRADA Floral, Frutado, Balsâmico 01 A 02 JUNHO PARTIDAS: PORTALEGRE | SETÚBAL | LISBOA | LEIRIA Desde: €205 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
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GASTRONOMIA & VINHOS DO ALENTEJO Sabor, Intensidade, Paixão 13 A 14 JUNHO PARTIDAS: PORTO | AVEIRO | LISBOA Desde: €222 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
ROTA DO ALVARINHO
A FESTA DO VINHO DO DÃO
FLORES E GRACIOSA
01 A 03 SETEMBRO PARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO Desde: €315 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem.
PARTIDA: LISBOA 26 A 30 JUNHO 10 A 14 SETEMBRO PARTIDA: PORTO 13 A 17 AGOSTO Desde: €615 Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; refeições; seguro de viagem. Não inclui: passeios.
CESTOS, CASTAS E CANTARES Vindimando Vinho Verde
07 A 09 SETEMBRO PARTIDAS: BEJA | ÉVORA | SETÚBAL | LISBOA FLORES 15 A 17 JUNHO Desde: €319 PARTIDA: LISBOA PARTIDAS: FARO | BEJA | ÉVORA | SETÚBAL Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia 07 A 11 JUNHO Desde: €328 acompanhante; seguro de viagem. 11 A 15 JULHO Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia 05 A 09 SETEMBRO acompanhante; seguro de viagem. ROTEIROS GASTRONÓMICOS PARTIDA: PORTO 15 A 20 JULHO NO PORTO GASTRONOMIA & Desde: €492 Francesinha - Tripas à moda do Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; VINHOS DO ALGARVE Porto - Bacalhau à Gomes de Sá refeições; seguro de viagem. Alegria, Delicioso, Caloroso 21 A 23 SETEMBRO Não inclui: passeios. 06 A 08 JULHO PARTIDAS: ÉVORA | LISBOA | SANTARÉM PARTIDAS: COIMBRA | LEIRIA | LISBOA Desde: €248 Desde: €253 Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia GRACIOSA Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia acompanhante; seguro de viagem. PARTIDA: LISBOA acompanhante; seguro de viagem. 18 A 22 JUNHO 23 A 27 JULHO 06 A 10 AGOSTO ROTA DÃO E BAIRRADA PARTIDA: PORTO Vinhos, Gastronomia e Cultura 25 A 29 JUNHO 20 A 22 JULHO 10 A 14 SETEMBRO PARTIDAS: FARO | BEJA | PORTALEGRE | Desde: €492 CASTELO BRANCO Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; Desde: €310 refeições; seguro de viagem. Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia Não inclui: passeios. acompanhante; seguro de viagem.
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ILHAS
SÃO MIGUEL
PARTIDA: LISBOA 23 A 27 JULHO - arroz de marisco - queijo da serra - CIRCUITO FUNCHAL 13 A 17 AGOSTO PARTIDA: LISBOA caldo verde - alheira Mirandela 17 A 21 SETEMBRO 01 A 05 JULHO - leitão Bairrada - sardinhas PARTIDA: PORTO 22 A 26 AGOSTO - pastéis de nata 16 A 20 JULHO PARTIDA: PORTO 24 A 27 JULHO 06 A 10 AGOSTO 22 A 26 JULHO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA Desde: €622 Desde: €674 Desde: €333 Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia passeios; guia acompanhante; refeições; se- 1 passeio de 1 dia à ilha; refeições; seguro de acompanhante; seguro de viagem. viagem. guro de viagem.
ROTA DO “FIEL AMIGO” Festival do Bacalhau em Ílhavo
FÉRIAS NO FUNCHAL
PARTIDA: LISBOA 17 A 19 AGOSTO 18 A 22 JUNHO PARTIDAS: BEJA | ÉVORA | LISBOA 20 A 24 AGOSTO Desde: €215 PARTIDA: PORTO Inclui: alojamento; refeições; autocarro; guia 13 A 17 AGOSTO acompanhante; seguro de viagem. Desde: €460 Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; refeições; seguro de viagem. Não inclui: passeios.
CIRCUITO AÇORIANO PARTIDA: LISBOA 22 A 29 JULHO 16 A 23 SETEMBRO PARTIDA: PORTO 30 JULHO A 6 AGOSTO 10 A 17 SETEMBRO Desde: €1100 Inclui: passagem aérea; alojamento; transferes; passeios; refeições; seguro de viagem.
VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012 7
VIAGENS NACIONAIS
Frescos, Elegantes, Românticos
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VIAGENS INTERNACIONAIS
VIAGENS INTERNACIONAIS
ESPANHA ROTEIRO GALIZA E ASTÚRIAS 25 AGOSTO A 01 SETEMBRO PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM | LEIRIA | COIMBRA Desde: €775 Inclui: circuito em autocarro; 7 noites de alojamento em hotéis 4* e unidades hoteleiras INATEL; 8 refeições; guias locais nas visitas; entradas no museu da Catedral de Santiago, Mosteiro de Samos, Sta. Maria Naranco e San Miguel de Lillo; guia acompanhante e seguro de viagem.
Desde: €545 Inclui: Circuito em autocarro; 5 noites de alojamento em hotéis 4*; 7 refeições; bebidas às refeições; entradas nas Cuevas de Altamira, Catedral de Oviedo, Santuário de Covadonga e no Museu de Altamira; guia acompanhante e seguro de viagem.
refeições; c/bebidas incluídas; visitas guiadas em Valladolid, Vitória, Burgos e Salamanca; visita e almoço em La Bodega Palacio em La Guardia; entradas no Museu do Vinho de Penafiel e Castillo, Catedral de Vitória e Burgos; guia acompanhante e seguro de viagem.
O LEGADO ANDALUZ CIDADES PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
01 A 06 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | SETÚBAL | FARO Desde: €625 Salamanca - Ávila - Segóvia Inclui: Circuito em autocarro; 5 noites de alo05 A 09 AGOSTO jamento em hotéis 4*; 7 refeições (inclui jantar PARTIDAS: LEIRIA | COIMBRA | AVEIRO + espetáculo Sevilhanas) c/bebidas incluídas; Desde: €525 visitas guiadas em Sevilha, Granada e Córdoba; Inclui: Circuito em autocarro; 4 noites em aloentradas na Catedral de Sevilha, Alhambra e CANTÁBRIA jamento e pequeno-almoço em hotéis de Mesquita de Córdoba; guia acompanhante e 3*/4*; 5 refeições c/bebidas incluídas; visitas 19 A 25 AGOSTO seguro de viagem. PARTIDAS: LISBOA | LEIRIA | COIMBRA | VISEU guiadas a Salamanca, Ávila e Segóvia; guia acompanhante e seguro de viagem. Preço a informar oportunamente ROTA DE D. QUIXOTE Inclui: circuito em autocarro; 6 noites de alojaDE LA MANCHA mento; 7 refeições; guias locais nas visitas San- CIDADES PATRIMÓNIO 10 A 14 JUNHO tander e Santillana de Mar; entradas no Museu DA HUMANIDADE PARTIDAS: COIMBRA | LEIRIA | LISBOA | Altamira e Mosteiro de San Toribio de Liébana; Toledo - Cuenca - Aranjuez SETÚBAL guia acompanhante e seguro de viagem. 01 A 05 JULHO Desde: €465 PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | AVEIRO | Inclui: Circuito em autocarro; 4 noites de alojaPICOS DA EUROPA VISEU | GUARDA mento em hotéis de 3*/4*; visitas guiadas a Toledo 08 A 14 JULHO Desde: €455 e Ciudad Real; entradas na Catedral de Toledo, PARTIDAS: SETÚBAL | LISBOA | SANTARÉM | Inclui: Circuito em autocarro; 4 noites de aloMuseu Cervantes e Hospital Santuário da CariCASTELO BRANCO | COVILHÃ | GUARDA jamento em hotéis 3*/4*; 6 refeições c/ bebidas dade; guia acompanhante e seguro de viagem. Desde: €640 incluídas; visitas guiadas em Toledo, Cuenca e Inclui: circuito em autocarro; 6 noites de aloja- Aranjuez; entrada no Palácio Real; guia acomEXPRESSO “DE LA ROBLA” mento em hotéis 3*/4*; 10 refeições; guias lo- panhante e seguro de viagem. 06 A 12 JUNHO cais nas visitas ; entradas Catedral de Burgos e 19 A 25 SETEMBRO Catedral de Oviedo; guia acompanhante e se- DE RIBEIRA DEL DUERO A RIOJA PARTIDA: LISBOA guro de viagem. 01 A 06 OUTUBRO Desde: €1045 PARTIDAS: LISBOA | SANTARÉM | COIMBRA | Inclui: circuito em autocarro; 3 noites de aloCANTÁBRIA E PICOS DA EUROPA VISEU | GUARDA jamento em hotel 4*; 3 noites de alojamento 25 A 30 JUNHO Desde: €565 no “Expresso de La Robla”; 13 refeições; entraPARTIDAS: VIANA CASTELO | BRAGA | Inclui: Circuito em autocarro; 5 noites de aloja- das no Museu Guggenheim em Bilbao; guia PORTO | VILA REAL | BRAGANÇA mento e pequeno-almoço em hotéis 3*/4*; 6 acompanhante e seguro de viagem.
8 VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012
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OUTROS DESTINOS EUROPEUS LAVANDA - A Provença Francesa no seu Esplendor 15 A 22 JULHO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1075 Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro; 7 noites de alojamento e pequeno-almoço; pensão completa, desde o jantar do 1º dia ao jantar do 7º; guia acompanhante até Nice; guias locais falando Português ou Espanhol para as visitas a Nimes e Aix-en-Provence; entrada na Arena Romana de Nimes, Abadia de Sénanque, Museu da Lavanda e Fábrica de Perfumes de Grasse; seguro de viagem e taxas de aviação.
TOUR DE FRANÇA 14 A 22 JULHO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €835 Inclui: circuito em autocarro de turismo; 8 noites de alojamento e pequeno-almoço; pensão completa, desde o jantar do 1º dia ao almoço do último; guia acompanhante; seguro de viagem e taxas de aviação.
Vitale, visita ao museu da Ferrari; 4 refeições; nos canais de Amesterdão; 8 refeições; guia guia; transferes; seguro de viagem e taxas de acompanhante; seguro de viagem e taxas de aviação. aviação.
ITÁLIA CLÁSSICA - Museu do Vaticano e Capela Sistina Veneza - Pádua - Verona - Florença - Siena - Assis - Roma - Vaticano 30 JUNHO A 07 JULHO 01 A 08 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1220 Inclui: passagem aérea; assistência nas formalidades de embarque; circuito em autocarro; guia; 7 noites de alojamento; todos os pequenos-almoços buffet; 5 refeições; guias locais em Veneza, Florença, Roma e Vaticano; seguro de viagem e taxas de aviação.
PÉROLAS DA EUROPA CENTRAL Berlim - Dresden - Praga - Bratislava - Viena - Budapeste
CÓRSEGA E SARDENHA 01 A 10 JUNHO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1445 Inclui: circuito de autocarro; travessias de ferryboat; passagem aérea no regresso desde Nice; 15 refeições; guia; guias locais para visitas a Alghero, Cagliari e Ajaccio; viagem de comboio em Corte; entradas na Catedral de Srª Maria Cagliari, complexo Barumini Nuraghe, Museu Fesch, Casa Bonaparte e Camara Municipal de Ajaccio; seguro de viagem e taxas de aviação.
À DESCOBERTA DE MALTA 23 A 30 JUNHO PARTIDA: LISBOA Desde: €950 Inclui: passagem aérea; visitas em autocarro de turismo com guias locais de língua espanhola; 7 noites de alojamento com pequenoalmoço; 3 refeições; transferes; seguro de viagem e taxas de aviação.
20 A 27 JULHO 03 A 10 AGOSTO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1025 Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro; guia; 7 noites de alojamento em hotéis 4*; pe- CORES DA SICÍLIA quenos-almoços buffet; 2 refeições; guias locais 07 A 14 JULHO em Berlim, Praga, Bratislava e Viena; seguro de PARTIDA: LISBOA viagem e taxas de aviação. Desde: €1240 CÔTE D’AZUR, TIROL Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro E GRANDES LAGOS de turismo; guia acompanhante de língua espaESCÓCIA E INGLATERRA Nice - St. Paul de Vence - Cannes - MoLiverpool - Cruzeiro no Lago Winder- nhola; 7 noites em regime de alojamento e penaco - Como - Lugano - Bellagio - St. queno-almoço; 7 refeições; transferes; seguro de mere - Glasgow - Edimburgo - Dur- viagem e taxas de aviação. Moritz - Innsbruck - Verona - Milão ham - York - Stratford-Upon-Avon 07 A 14 JULHO 04 A 11 AGOSTO Oxford - Aylesbury - Londres TOSCÂNIA PARTIDAS: LISBOA | PORTO 10 A 17 JUNHO Vinho e Monumentalidade Desde: €1130 01 A 08 JULHO 13 A 20 OUTUBRO Inclui: passagem aérea; assistência nas forma- PARTIDAS: LISBOA | PORTO PARTIDAS: LISBOA | PORTO lidades de embarque; circuito em autocarro; Desde: €1355 Desde: €985 guia acompanhante; 7 noites alojamento em Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro; hotéis 4*; todos os pequenos-almoços buffet; 4 de turismo; guia acompanhante; 7 noites de alojamento e pequeno-almoço em hotel 3*; 7 refeições; guia local em Verona; travessia de alojamento; 4 refeições; guias locais em Edimrefeições; guia; guias locais falando Português ferry de Cadennabia a Bellagio; cruzeiro de 2 burgo e Londres; restantes visitas orientadas ou Espanhol para as visitas às principais cidades; horas de Bellagio a Como; seguro de viagem e pelo guia acompanhante; seguro de viagem e seguro de viagem e taxas de aviação. taxas de aviação. taxas de aviação.
ITÁLIA - PATRIMÓNIO CULTURAL BÉLGICA E HOLANDA Bolonha - Ferrara - Modena Ravena - San Marino 04 A 08 JULHO PARTIDA: LISBOA Desde: €775 Inclui: passagem aérea; 4 noites de alojamento e pequeno-almoço; circuito em viatura de turismo com guias locais em português ou castelhano; entradas na Igreja de San Petronio, no Mausoléu de Gala Placidia e Igreja de San
Parque Keukenhof 25 A 30 ABRIL PARTIDA: LISBOA Desde: €1480 Inclui: passagem aérea; transferes; circuito em autocarro com guias locais; 5 noites de alojamento e pequeno-almoço em hotel 4*; visitas com guia locais em Bruxelas, Brugges; Antuérpia e Amesterdão; entradas nos Parques Madurodam e Keukenhof, e no Rijskmusuem; passeios
A ROTA DE BACH 07 A 10 JUNHO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €640 Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro; 3 noites de alojamento e pequeno-almoço; 3 jantares; guia acompanhante desde Frankfurt até Leipzig; guia local falando Português ou Espanhol durante a visita a Leipzig; entradas no Museu Bachhaus em Eisenach e Palácio de Köthen; seguro de viagem e taxas de aviação.
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VIAGENS INTERNACIONAIS
CIRCUITOS
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VIAGENS INTERNACIONAIS
VIAGENS INTERNACIONAIS
ÁUSTRIA
INDIA – Triângulo Dourado
6 A 12 MAIO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1085 Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro de turismo; 6 noites de alojamento e pequenoalmoço em hotéis 3* e 4*; 6 refeições; guia; guias locais nas visitas a Viena, Graz e Salzburgo; seguro de viagem e taxas de aviação.
08 A 14 JULHO PARTIDA: LISBOA Desde: €1500 Inclui: passagem aérea; transferes; circuito em autocarro de turismo; 5 noites de alojamento em meia-pensão em hotéis 4* e 5*; 1 almoço em restaurante; guia acompanhante; seguro de viagem e taxas de aviação.
CIRCUITOS
CANADÁ E EUA
08 A 21 SETEMBRO PARTIDA: LISBOA OUTROS DESTINOS Preço a informar oportunamente Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro INTERNACIONAIS de turismo; 13 noites de alojamento e peTURQUIA ESPECIAL - Istambul - queno-almoço em hotéis 3*; 23 refeições; guia acompanhante; guias locais nas visitas; Ankara - Capadócia - Konya - Antalya cruzeiro; seguro de viagem e taxas de aviação. VÁRIAS DATAS DE PARTIDA DE 10 ABRIL A 14 JUNHO O MELHOR CIRCUITO DE CUBA PARTIDA: LISBOA 16 A 27 JUNHO Desde: €595 Inclui: passagem aérea; 7 noites de alojamento PARTIDAS: LISBOA | PORTO em hotéis 4* ou 5* em regime de meia-pensão; Desde: €2040 circuito em autocarro com guia a falar portu- Inclui: passagem aérea em classe económica Porto ou Lisboa | Havana | Porto ou Lisboa; voo guês; seguro de viagem e taxas de aviação. interno entre Santiago de Cuba | Havana; circuito em autocarro de turismo; alojamento e TURQUIA ETERNA - Circuito 5* pequeno-almoço em hotéis de categoria turís07 A 14 JULHO tica superior; 15 refeições (regime de Tudo In21 A 28 JULHO cluído em Guardalavaca); guia acompanhante; PARTIDA: LISBOA guia local falando Português ou Espanhol duDesde: €1075 rante as visitas; entradas em monumentos; visto Inclui: passagem aérea; transferes; circuito / tarjeta de turismo (€25); seguro de viagem e em autocarro de turismo; 5 noites de aloja- taxas de aviação. mento e pequeno-almoço em hotéis 4* e 5*; 1 almoço; guia acompanhante; seguro de viagem e taxas de aviação.
10 VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012
CITY BREAKS PARIS 09 A 12 AGOSTO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €680 Inclui: passagem aérea; circuito em autocarro de turismo; 3 noites de alojamento e pequeno-almoço; 2 refeições; guia acompanhante em Paris; subida à Torre Eiffel; entrada no Palácio de Versalhes; seguro de viagem e taxas de aviação.
PRAIAS COSTA BRAVA 08 | 15 MAIO 22 | 26 MAIO 05 | 12 JUNHO 12 | 19 JUNHO PARTIDA: LISBOA Desde: €425 Inclui: passagem aérea; 7 noites de alojamento em hotel 4* sup. em Santa Susana; regime de pensão completa com água e vinhos incluídos; transferes; excursão de dia inteiro a Barcelona com almoço em bolsa; assistência no local; seguro de viagem e taxas de aviação.
FÉRIAS EM MARBELHA 09 A 16 JUNHO PARTIDA: SANTARÉM | LISBOA | SETÚBAL 07 A 14 JULHO PARTIDA: VIANA DO CASTELO | BRAGA | PORTO | AVEIRO 11 A 18 AGOSTO PARTIDA: COIMBRA | LEIRIA | LISBOA
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ESPANHA, TUNÍSIA, MALTA E ITÁLIA Tunis - La Valletta - Messina - Civitavecchia (Roma) - Génova 22 A 29 JULHO | 29 JULHO A 05 AGOSTO | 05 A 12 AGOSTO | 12 A 19 AGOSTO | 19 A 26 AGOSTO | 26 AGOSTO A 02 SETEMBRO | 02 A 09 SETEMBRO 01 A 08 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | PORTO PARTIDA: GUARDA | COVILHÃ | CASTELO Desde: €1335 BRANCO Inclui: passagem aérea; assistência nas forDesde: €520 malidades de embarque; guia acompaInclui: transporte em autocarro; 7 noites de alo- nhante; transferes em Barcelona; cruzeiro de jamento em hotel 4*; 10 refeições; guia acom- 7 noites em regime de pensão completa a panhante; guia local para visita de Málaga e bordo; visitas com guias locais em Tunis, e La Ronda; seguro de viagem. Valetta; nos restantes portos acompanhamento de guia aos locais de maior interesse; IBIZA transfere privativo em Roma, do Porto ao centro da cidade e regresso; taxas portuárias, de 20 A 27 JUNHO aviação e seguro de viagem. PARTIDA: LISBOA Desde: €540 Inclui: passagem aérea; 7 noites de aloja- ITÁLIA, GRÉCIA, TURQUIA mento em hotel 3* selecionado; transferes; 1 E CROÁCIA excursão de meio dia à volta da ilha; assistência de guia no destino; seguro de viagem e Veneza - Bari - Katakolon - Izmir - Istambul - Dubrovnik taxas de aviação. 08 A 16 JUNHO | 13 A 21 JULHO | 20 A 28 JULHO | 27 JULHO A 04 AGOSTO | ANTALYA 03 A 11 AGOSTO | 10 A 18 AGOSTO | 17 A SAÍDAS AOS DOMINGOS 25 AGOSTO | 24 AGOSTO A 01 SETEMBRO ENTRE 03 JUNHO E 09 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | PORTO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1360 Desde: €951 Inclui: passagem aérea; assistência nas formaliInclui: passagem aérea; alojamento de 7 noites dades de embarque; guia acompanhante; alojaem regime Tudo Incluído; oferta de tour panorâmento e pequeno-almoço de 1 noite em mico pela cidade de Antalya (válida para as parVeneza; transferes; cruzeiro de 7 noites em retidas até 09 de Setembro inclusive); transferes; gime de pensão completa; visitas guiadas em Veseguro de viagem e taxas de aviação. neza; Izmir (visto de grupo incluído), Istambul e Dubrovnik; nos restantes portos acompanhamento de guia aos locais de maior interesse; taxas portuárias, de aviação e seguro de viagem.
CRUZEIROS
LISBOA, MARROCOS, ITÁLIA E ESPANHA Casablanca - Barcelona - Génova - Málaga 13 A 21 ABRIL | 21 A 30 ABRIL | 28 SETEMBRO A 06 OUTUBRO |
ITÁLIA, GRÉCIA E CROÁCIA Bari - Katakolon - Santorini - Mykonos - Pireu (Atenas) - Corfú - Dubrovnik
12 A 19 AGOSTO | 19 A 26 AGOSTO | 02 A 09 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA Desde: €1165 Inclui: passagem aérea; assistência nas formalidades de embarque; guia acompanhante; transferes; cruzeiro de 7 noites em regime de pensão completa; visitas guiadas em Santorini, Atenas e Dubrovnik; transfere até ao centro de Corfú e regresso; nos restantes portos acompanhamento de guia aos locais de maior interesse; taxas portuárias, de aviação e seguro de viagem.
CRUZEIRO AOS FIORDES DA NORUEGA, ALEMANHA E DINAMARCA Hamburgo - Kiel - Flam - Bergen - Stavanger - Oslo - Copenhaga 23 JUNHO A 01 JULHO | 07 A 15 JULHO | 21 A 29 JULHO | 04 A 12 AGOSTO | 18 A 26 AGOSTO | 01 A 09 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1650 Inclui: passagem aérea; assistência nas formalidades de embarque; guia acompanhante; alojamento e pequeno-almoço de 1 noite em Hamburgo; autocarro para percursos; transferes; cruzeiro de 7 noites em regime de pensão completa; visitas guiadas em Hamburgo, Flam (exceto na partida de 18 de agosto que a visita é a Geirenger), Oslo e Copenhaga; visitas nos restantes portos acompanhados de guia aos locais de maior interesse; taxas portuárias, de aviação e seguro de viagem.
CRUZEIRO NO BÁLTICO Hamburgo - Kiel - Estocolmo - Tallin - S. Petersburgo - Copenhaga 16 A 24 JUNHO | 30 JUNHO A 08 JULHO | 14 A 22 JULHO | 28 JULHO A 05 AGOSTO | 11 A 19 AGOSTO | 25 AGOSTO A 02 SETEMBRO PARTIDAS: LISBOA | PORTO Desde: €1590 Inclui: passagem aérea; assistência nas formalidades de embarque; guia acompanhante; alojamento e pequeno-almoço de 1 noite em Hamburgo; autocarro para percursos; transferes; cruzeiro de 7 noites em regime de pensão completa; visitas guiadas em Hamburgo, Estocolmo, S. Petersburgo (visto de grupo incluído) e Copenhaga; visitas nos restantes portos acompanhados de guia aos locais de maior interesse; taxas portuárias, de aviação e seguro de viagem.
03 A 10 JUNHO | 22 A 29 JULHO | 29 JULHO A 05 AGOSTO | 05 A 12 AGOSTO | VIAGENS INATEL | NACIONAIS E INTERNACIONAIS | PRIMAVERA - VERÃO 2012 11
VIAGENS INTERNACIONAIS
06 A 14 OUTUBRO | 14 A 22 OUTUBRO PARTIDA: LISBOA Desde: €855 Inclui: assistência nas formalidades de embarque; guia acompanhante; cruzeiro de 8 noites em regime de pensão completa a bordo (9 noites na partida de 21 abril); visitas com guias locais em Casablanca, Barcelona e Málaga; nos restantes portos acompanhamento de guia aos locais de maior interesse; taxas portuárias e seguro de viagem.
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Memória
Zita Duarte Apaixonada, independente, solitária
Na Peça “À procura de Alberto”, apresentada na Sociedade Portuguesa de Autores
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uando a actriz Zita Duarte morreu em Janeiro de 2000, todos os directores, realizadores, actores que com ela trabalharam foram unânimes. Zita Duarte era "uma pessoa única, de uma rara delicadeza interior, de uma elegância e doçura extremas, e conseguia aliar isso a uma inteligência concreta, com um humor refinado", palavras de Luís Miguel Cintra que disse ainda "perante a câmara de filmar, tornava-se uma actriz diferente, criava um momento único, uma coisa irrepetível. Ela entrava e a cena enchia-se" E Carlos Avilez, com quem Zita ajudou a fundar o Teatro Experimental de Cascais e que foi um grande amigo seu, disse na hora triste da sua morte que ela era uma actriz extraordinária, uma mulher diferente, uma lutadora que faz muita
Q
falta ao teatro e ao cinema. Zita Duarte tinha 55 anos
Um raríssimo animal de cinema Foi o crítico de cinema, Jorge Leitão Ramos, quem a classificou assim. "Um raríssimo animal de cinema". E disse mais : "ela tem a chispa de erotismos profundos, coisas indizíveis, sempre que um realizador lhe agarra o rosto, o corpo, com justeza". Zita Duarte nasceu em Cascais, a 17 de Fevereiro de 1944, cursou o Conservatório e depois de uma breve passagem por Paris, junta-se a Carlos Avilez, Maria do Céu Guerra e João Vasco para a fundação do TEC, onde foi intérprete de várias peças de êxito ("Esopaida", de António José da Silva, "D. Quixote", de Yves Jamiaque, "Ivone, princesa de Borgonha", de
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Gombrowicz, entre outras). A actriz tentou ainda o teatro de revista, embora soubesse que não tinha nada a ver com o Parque Mayer. Passou pela Cornucópia para interpretar Genet e Brecht, pelo Nacional D.Maria II e por outros locais que ela própria "inventou" para espectáculos que produziu e interpretou.
A câmara procurava por ela Zita fez muito cinema. Os realizadores gostavam daquele rosto espantoso, "magnífico", disse Carlos Avilez, "o rosto da inocência", opinião de Fernando Lopes, e, mais do que tudo, "Zita tinha o dom de fazer a câmara procurar por ela", segundo Artur Semedo, que a dirigiu em "O Barão de Altamira" e "O Rei das Berlengas". Com quem, com que realizadores trabalhou Zita Duarte? Com quase todos dos anos 60/70: António de Macedo, Fernando Lopes, Matos Silva, Artur Semedo, José Fonseca e Costa, Paulo Rocha, António da Cunha Teles, Jorge Silva Melo, João Botelho, António Pedro Vasconcelos. "Por uma vez, todos os cineastas portugueses dos mais velhos aos mais novos sentiram que a Zita era um ser belíssimo e por isso a iam buscar ao teatro onde era uma grande actriz", uma vez mais é o realizador Fernando Lopes a falar.
tro (Sociedade Portuguesa de Autores, Roller Bar, Quarteto).
"Os becos têm sempre saída" Lutando com as dificuldades de quem arriscou trabalhar por conta própria, Zita Duarte adoptou para si a frase "os becos têm sempre saída" nem que seja a de saltar pelos telhados… Em entrevista ao jornal "A Capital", disse a Tito Lívio que no teatro como na vida fazia sobretudo aquilo de que gostava e, solitária por escolha, não punha de parte adoptar uma criança. "Gosto muito de crianças e já pensei adoptar uma quando tiver a vida mais organizada." Não teve tempo de realizar o seu sonho e, segundo confessou nessa conversa, havia uma constante no seu modo de viver a vida que se manteve sempre presente: a sua ligação à Natureza, sobretudo ao mar, correr junto ao mar, olhar o mar. "Quem, como eu, se encontra ligada à Natureza de uma forma tão estreita jamais sentirá o peso da solidão." n Maria João Duarte
Cena de “maria Stuart” com Guida Maria, em Setembro de 1984, no Trindade
Actriz, encenadora, empresária Zita Duarte, como se pode ver na sua biografia, não recusava trabalho, fosse drama ou comédia mas sempre com companheiros amigos e cúmplices. Considerava-se, apesar de tudo, uma actriz de comédia com tendência para o musical. Não se estranhe, por isso, vê-la a caminho da Alemanha, com uma bolsa da Fundação Gulbenkian, para estudar teatro musicado com Peter Stein. Regressada da Alemanha, produz e monta um espectáculo de cabaret, "Meu nome é som e fumo" e, mais tarde, "Cabaret" onde não dispensa a colaboração de alguns dos seus amigos (Fernanda Lapa, Carlos Avilez, Luisa Neto Jorge entre outros). Afastada dos grupos de teatro independente, procurando peças e textos que lhe agradassem, Zita Duarte sabia bem que dificuldades iria encontrar mas, mesmo assim, arriscou e, pode dizer-se, ganhou. O público não lhe faltou mesmo em locais fora do circuito habitual do teaMAR 2012 |
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Olho Vivo
A nova mosca Beyoncé
Velhas pipocas Os habitantes de Huaca Prieta, na costa norte do Peru, já comiam pipocas há 6700 anos. É o que provam os microfósseis encontrados na região por cientistas da Universidade Vanderbilt e da Academia Nacional de História peruana. O milho, domesticado no México há cerca de 9 mil anos, era consumido na América do Sul sobretudo como farinha, mas as novas descobertas provam que outras formas de consumo foram exploradas mais cedo do que se pensava.
Uma nova espécie de mosca, descoberta no nordeste da Austrália em 1981, foi batizada Scaptia Plinthina Beyoncea, em homenagem à cantora Beyoncé. O abdómen dourado do inseto recordou aos cientistas a imagem da artista no vídeo de Bootylicious. Apesar de ter um papel importante na polinização de várias plantas, a mosca Beyoncé é considerada uma praga pelos australianos. Na Austrália, já existia o caranguejo Agra schwarzeneggeri, em honra de Arnold Schwarzenegger, e a rã Hyla stingi, homenageando o vocalista dos Police, Sting.
O ano mais quente
Os fósseis de Darwin Estavam num armário da instituição científica de Keyworth, a British Geological Survey, os fósseis que Darwin recolheu na sua viagem com o "Beagle", em 1834, e que não foram estudados ao longo de 160 anos porque um paleobotânico da altura se esqueceu de os registar, no momento da entrega. Um paleontólogo da Universidade de Londres descobriu umas gavetas com o rótulo "plantas fósseis não registadas" e, curioso, abriu-as, dando com centenas de lamelas para examinar ao microscópio, identificadas como tendo sido entregues à instituição pelo autor da "Origem das Espécies". 42
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| MAR 2012
A NASA informou que 2011 foi o nono ano mais quente desde 1880, mantendo uma tendência segundo a qual nove dos dez anos mais quentes nos registos da meteorologia moderna ocorreram desde o início do milénio. Do século XX, só 1998 está na lista dos dez mais. O primeiro lugar é ocupado por 2010.
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A n t ó n i o C o s t a S a n t o s ( t ex t o s ) A n d r é L e t r i a ( i l u s t r a ç õ e s )
É só espécies
Nasceu uma ilha A 19 de dezembro de 2011, um vulcão submarino lançou colunas de lava a 30 metros de altura sobre o Mar Vermelho, no arquipélago de Zubair, 60 quilómetros ao largo do Iémen. Grandes nuvens de cinza e vapor de enxofre encheram as fotografias de satélite durante vários dias, até que a erupção abrandou e a NASA publicou as primeiras imagens de uma nova ilha formada por lava solidificada. Resta agora pintá-la nos mapas do Mar Vermelho.
Marte teve oceanos É oficial: Marte teve pelo menos um oceano, há muitos, muitos anos. Cientistas de Grenoble, na Suíça, e da Califórnia, Estados Unidos, estudaram os dados fornecidos pelo radar Marsis, datados de 2005, e concluíram que são visíveis sedimentos próprios de um leito oceânico, bem como marcas das margens de um oceano no planeta vermelho. Os mares existiram no árido planeta há uns 3 mil milhões de anos.
Vamos sair daqui A Nasa recebeu 6372 inscrições para o curso de astronauta que se inicia em 2013. Os candidatos são o dobro do habitual, que ronda os 3 mil todos os anos, e este é o segundo maior número da história da agência espacial, depois de em 1978 se terem inscrito 8000 jovens americanos desejosos de abandonar, nem que por momentos, o planeta Terra.
O ano de 2009 foi especial para a biologia: em todo o mundo foram descobertas 19232 novas espécies de plantas e animais. Mais de metade são insetos, mas há ainda quase 1500 aranhas, 41 mamíferos e sete aves. As espécies novas descritas em 2009 representam, só elas, o dobro das que eram conhecidas há 250 anos, quando o botânico sueco Lineu criou o sistema moderno de classificação, que hoje é vulgar... de Lineu.
Macaco escondido Um pequeno macaco da Indonésia, o langur grisalho de Miller, ou langur cinzento, que se julgava extinto em 2004, foi fotografado milhares de vezes pelas câmaras ocultas de cientistas que estudavam os orangotangos na floresta de Wehea, na ilha de Bornéu. Uma equipa de biólogos tentou encontrar a espécie, em 2008, mas sem êxito, porque procurou o grisalho a mil quilómetros do local onde agora foi redescoberto.
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A Casa na árvore Susana Neves
A mesa de Horácio Na lentidão forja-se a melhor asa e o mais saboroso xarope de ácer.
T
odos os áceres "dão" açúcar, até mesmo o comum Padreiro, também conhecido por bordo, zelha ou Plátano Bastardo (Acer Pseudoplatanus L.), frequente nos nossos jardins públicos e arruamentos urbanos, espontâneo nas regiões altas, a Norte do rio Tejo. Se ao menos os filmes de Western nos tivessem mostrado a cultura dos povos nativos da América, em vez de, por vezes, enaltecerem o seu genocídio, saberíamos agora, por certo, extrair esse açúcar da seiva do ácer, mas nunca produzilo em larga escala como o permite a espécie Acer
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Saccharum, cuja folha ornamenta a bandeira do Canadá. Segundo uma lenda dos índios Abenaki ou Albônak ("As verdadeiras pessoas") no princípio dos tempos, a seiva açucarada, constituindo o xarope de ácer, jorrava tão abundantemente do tronco que para o beber bastava ficar deitado de boca aberta. O consumo excessivo desta bebida natural e o ócio que provocou teriam, porém, irritado o Criador, levando-o a delimitar o período em que seiva é passível de ser colhida e a dificultar o processo da sua extracção. Ao invés de ocorrer durante todo o ano e a todo o instante, seria necessário esperar pela "estação do açúcar", no final do Inverno e início da Primavera, antes da neve derreter. Só nessa altura, seria viável perfurar o tronco do ácer para colher cerca de 10% da sua seiva num recipiente, mais tarde fervê-la e por evaporação da água obter finalmente as pedras de açúcar escuro. A partir dai, se produziria o "xarope de ácer original", cor de âmbar, reconhecido actualmente como benéfico à fixação do cálcio nos ossos. Distantes das florestas de áceres dos Estados Unidos e do Canadá, impossibilitados de facilmente partirmos à colheita do "açúcar do bosque" podemos, no entanto, deleitarmo-nos com o aparecimento das primeiras folhas verdes do Acer Pseudoplatanus ou do Acer Campestre, aguardar os seus cachos de flores, apreciar os seus frutos/sementes aladas (dissâmaras) ou "helicópteros" que o pintor Manuel Zimbro (1944-2003) tão bem soube desenhar em "A História Secreta da Aviação" e o escritor Frédérik Kiesel evocou em verso: "Para respirar durante todo o Verão/Estende-nos o ácer as suas mãos verdes./ Os seus largos dedos trabalham o ar/Pois ele confia ao vento./As inumeráveis asas /Dos seus amores, e dos seus filhos." Se o desenho das suas folhas e a metamorfose das cores (do verde ao amarelo luminoso, por vezes, ao rosa) não bastassem para satisfazer o gosto do esteta e do pintor, a qualidade da madeira do Acer Pseudoplatanus aguçaria a cobiça do fabricante de instrumentos de corda. É que esta
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Fotos: Susana Neves
madeira é a preferida na construção dos violoncelos e violinos, havendo notícia de os célebres Stradivarius em muito terem beneficiado das florestas de ácer do século XVI. Apesar da evidente associação dos áceres à História da Gula e da Arte (entre as espécies asiáticas, o Ácer-do-Japão ou Acer Palmatum fascinou igualmente os artistas de estampas japonesas e os mestres de bonsai), um estigma remontando à Antiguidade ocidental parece atingir estas árvores. De facto, segundo a mitologia grega, o ácer é a árvore de Fobos, deus do Medo, filho de Ares, deus da Guerra, que associando-se ao seu irmão Deimos, deus do Terror, enfraquecia os combatentes levando-os à morte. "Antes de tudo, a mesa de ácer, só depois canta a glória", defendera Horário (65 a.C-8 a.C.) mas nem o elogio do poeta romano salvou a árvore de uma conotação nefanda, associada à morte em combate. Alguns autores fundamentam esta negatividade na coloração vermelha que certas espécies (sobretudo de origem norte-americana e oriental) adquirem durante o Outono, memória do sangue alastrando num campo de batalha, onde as pontas das lanças romanas ou o mítico
Cavalo de Tróia poderiam ser de madeira de ácer como mais tarde hão-de passar a ser as coronhas de certas armas de fogo. A origem latina da palavra ácer significando simultaneamente duro, por referência à qualidade da madeira de algumas espécies, e aguçado, devido à ponta das folhas, parece antecipar e sublinhar um destino bélico. Nada mais estranho à experiência de um gourmet cosmopolita, um pintor colorista ou um artesão virtuoso. Na realidade, o Acer Pseudoplatanus, descendente da nobre família das Sapindaceae, primo da Lichia e do Castanheiro-da-Índia nada tem a ver com os infernos dos homens. Capaz de atingir 30 metros de altura, cresce lentamente para viver até aos 300 anos. Dotado de uma sexualidade complexa, com flores masculinas e femininas amadurecendo em tempos diferentes, garantia de uma polinização cruzada, o seu ritmo nunca poderia ser rápido. Porque é na lentidão que se cria a verticalidade e a leveza, essenciais ao voo. n
Ácer no Jardim das Amoreiras e, à direita, Sâmaras (frutos) do ácer
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57 CONSUMO Perante a crise financeira mundial, é imperioso garantir aos consumidores o acesso a serviços financeiros seguros, justos e transparentes. Pág. 48 l LIVRO ABERTO Em destaque, as reedições de "A Imortalidade", de Milan Kundera, "A Caixa Negra", do israelita Amos Oz, e "A Voz da Terra", de Miguel Real. Pág. 50 l ARTES A cerâmica como forma de diálogo com Fernando Pessoa é o tema da exposição de Teresa Cortez na Casa onde o poeta viveu, em Campo de Ourique (Lisboa). Pág. 52 l MÚSICAS De Pablo Alborán, o "artista do ano", em 2011, o álbum "En Acústico", com a participação de Carminho. Destaque ainda para "New Blood" do eterno Peter Gabriel. Pág. 53 l NO PALCO No Trindade, até 8 de Abril, "O Libertino", uma comédia "picante" e hilariante protagonizada por José Raposo e Maria João Abreu. Pág. 54 l CINEMA EM CASA Histórias de amores e desamores, vindas de França e dos EUA, integram a selecção deste início da Primavera. Pág. 56 l GRANDE ECRÃ "Extremamente alto, incrivelmente perto", fábula moderna sobre os nossos medos e a força que é preciso para os superar, confirma o talento de Stephen Daldry. Pág. 57 l INFORMÁTICO São vários os serviços de teleassistência destinados combater a solidão em que vivem pessoas de uma certa idade, caso do "Arquitectura de Teleassistência". Pág. 58 l AO VOLANTE Já em comercialização, o inovador e visionário Citroen DS5 apresenta-se como uma nova etapa no desenvolvimento da linha DS. Pág. 59 l SAÚDE A Ressonância Magnética é um exame imagiológico de grande relevância para a medicina, permitindo diagnósticos muito precisos. Pág. 60 l PALAVRAS DA LEI Um Acordão de 2011 do Tribunal Constitucional defende as pessoas com dificuldades financeiras e mantém a possibilidade do contraditório nos processos de Injunção. Pág. 61 l
BOAVIDA
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Boavida|Consumo
Onde está o dinheiro? Perante a crise financeira mundial, é imperioso garantir aos consumidores o acesso a serviços financeiros seguros, justos e transparentes. No Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores, a
Carlos Barbosa de Oliveira
O
Banco Mundial estima em 150 milhões o número de novos consumidores que, anualmente, entram no mercado dos serviços financeiros. Muitos destes novos consumidores vivem em países com baixos níveis de proteção, ficando com frequência agarrados a contratos que os prejudicam, mas mesmo naqueles onde os seus direitos estão melhor defendidos como é o caso da União Europeia- enfrentam sérias dificuldades para lidar com o mercado de serviços e produtos financeiros. A iliteracia financeira tem sido apontada como responsável por este relacionamento desigual entre consumidores e prestadores de serviços, mas a verdade é que existem muitos outros factores que condicionam uma sã convivência. Um dos mais perniciosos é a falta de concorrência, pois em muitos países os serviços financeiros são controlados por um pequeno grupo de entidades, o que leva muitos consumidores a ter a noção de que "são todos iguais" e não vale a pena mudar, porque não existe opção. Por outro lado, mesmo quando a concorrência é real, os
consumidores encontram alguns obstáculos que inquinam a possibilidade de escolha: - Falta de informação clara sobre as diferenças entre os serviços e produtos das diversas instituições; - Dificuldade em transferir os seus créditos e depósitos para outra instituição; - Morosidade do processo de transferência; - Custos relacionados com o processo de transferência; - Vinculação a contratos que exigem ao consumidor um compromisso em relação a um produto ou serviço, durante determinado período de tempo, sob pena de sofrer penalizações. Acresce que a complexidade de muitos dos serviços e produtos financeiros disponibilizados aos consumidores é tão intrincada, que torna quase impossível a sua compreensão. Estas limitações talvez sejam suficientes para perceber por que razão apenas 9% dos consumidores europeus (7,5% em França, cujo sistema bancário é o mais fechado dos países da União Europeia) mudou de instituição bancária em 2008, enquanto um em cada quatro europeus mudou de companhia de seguros e um em cada cinco escolheu um novo provedor de Internet.
Fixe bem…
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Obrigações de informação das
correctamente oferecidos.
conhecimento ao interessado das
instituições de crédito em Portugal
A informação deve permitir conhecer
respectivas condições.
Todas as instituições de crédito
taxas de juro, impostos, comissões,
Quando as instituições se
devem manter disponíveis, em
prémios de transferência, portes,
relacionarem com os consumidores
todos os balcões, em local e acesso
despesas de expediente e data-valor
fundamentalmente através de
directo e bem identificado, em
das operações.
contactos à distância, a informação
linguagem clara e de fácil
Se o consumidor tiver dificuldade
deve ser remetida para o domicílio
entendimento, informações
em interpretar a informação afixada,
do consumidor. A este propósito, as
permanentemente actualizadas das
o funcionário da entidade de crédito,
entidades que ofereçam produtos ou
condições gerais com efeitos
previamente à realização de
serviços que possam ser adquiridos
patrimoniais, ou seja, por exemplo,
qualquer operação ou à alteração
através da Internet devem
dos encargos a suportar pelo
das condições de uma operação já
possibilitar a consulta de toda a
consumidor para a realização das
efectuada que importe encargos
informação no seu "site" ou através
operações bancárias e dos serviços
para o cliente, deve dar
dele.
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ANDRÉ LETRIA
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SERVIÇOS FINANCEIROS EM TEMPO DE CRISE
A crise financeira demonstrou que a fraca protecção dos consumidores de serviços financeiros coloca em risco a saúde das economias. Os governos europeus e a própria Comissão têm por isso sentido necessidade de legislar, no sentido de tornar os serviços financeiros mais seguros, justos e transparentes e permitir uma escolha mais consciente por parte dos consumidores. Na sequência de uma análise realizada a 224 bancos (81% do mercado da UE) a ComissãoEuropeia publicou um Relatório sobre serviços financeiros de retalho, onde se concluiu que as estruturas de preços das contas correntes são muito opacas, tornando quase impossível aos consumidores saberem quanto pagam, ou compararem propostas diferentes. Da leitura do relatório infere-se ainda que 34% dos bancos analisados prestam informação deficiente, e em 66% dos casos a informação é pouco transparente ou de difícil
compreensão, obrigando a pedir informações e esclarecimentos adicionais. Por outro lado, as comissões bancárias cobradas variam consideravelmente nos 27 países da UE, sendo Portugal um dos países onde as comissões bancárias são mais baixas. Finalmente, o relatório conclui que os consumidores dos países com tarifas mais transparentes têm probabilidade de pagar preços mais baixos, mas têm dificuldade em obter aconselhamento adequado em matéria de serviços financeiros. Também as associações de consumidores vêm pugnando por legislação que promova a segurança e transparência dos serviços financeiros, tendo a diretorageral do BEUC - Bureau Européen des Unions de Consommateurs- afirmado: "Temos todos necessidade de serviços financeiros, quer se trate de uma conta bancária ou de um seguro. As regras aplicáveis ao sistema financeiro, porém, servem na maior parte dos casos exclusivamente os interesses da indústria financeira. Um elevado número de consumidores e a sociedade no seu todo sofrem os efeitos da crise financeira. Os instrumentos destinados a prevenir crises futuras ainda estão em discussão. Uma proteção adequada dos consumidores e uma supervisão apropriada estão frequentemente ausentes dos debates. Há mesmo produtos de investimento que são incompreensíveis para os empregados da banca que os vendem. Há práticas inaceitáveis por parte do sector financeiro que carecem de correção urgente". Estas palavras foram proferidas aquando da criação da Finance Watch, uma organização que pretende contrabalançar o poder de lobbying das instituições financeiras e reforçar a capacidade da sociedade civil para se fazer ouvir no debate sobre a regulamentação financeira. Saliente-se que surgiu como resposta ao apelo dos deputados do Parlamento Europeu encarregados de apreciar e propor regulamentação para os mercados financeiros e os bancos que, em Junho de 2010, desafiaram a sociedade civil a criar uma organização não-governamental capaz de promover uma ação de lobbying no tocante às actividades conduzidas nos mercados financeiros pelos principais operadores. Surge assim, em Julho de 2011, a Finance Watch. Constituída por mais de 40 organizações da sociedade civil e do mundo universitário, (sindicatos, associações de consumidores, institutos de investigação e associações de aforristas) de 12 países, congrega ainda 17 especialistas em finanças e professores universitários. n MAR 2012 |
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Boavida|Livro Aberto
Reflexão, História e Poesia em tempo de vacas magras Ainda em começo de ano, com o movimento editorial a ressentir-se fortemente da crise, devem os destaques de leitura ir para obras que nos ajudam a pensar o presente, o passado e o futuro, sempre numa perspectiva crítica que nos convoque para uma atitude de não-resignação.
José Jorge Letria
É
em épocas como esta que se tende a cair nos extremos: por um lado, a linguagem demasiado fechada e codificada e, por outro, a linguagem "light" do descomprometimento e da escrita entendida como mero entretenimento sem consequências. Daí que, nesta crónica se destaque a publicação, com a chancela da Campo da Comunicação, de "Elogio da Política, da República e da Globalização" e "Nova Galeria
de Quase Retratos", ambos de António de Almeida Santos, político, advogado, ex-governante e autor de reflexões profundas sobre este tempo sombrio e incerto. Nunca tendo renunciado a escrever para melhor nos propor a meditação sobre o tempo por vir, António de Almeida Santos edita, quase em simultâneo, dois livros que celebram os valores da memória e do pensamento crítico sobre a sociedade que construímos nas últimas décadas e que ninguém sabe como irá evoluir nos próximos tempos. A não perder.
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EM MATÉRIA DE FICÇÃO NARRATIVA, que o mercado continua a acolher sempre com expectativa, ainda que com menor número de títulos e menores tiragens, os destaques vão para as oportunas reedições, pela Dom Quixote, de "A Imortalidade", do checo naturalizado francês Milan Kundera, "A Caixa Negra", do israelita Amos Oz, e para a quarta edição de "A Voz da Terra", do português Miguel Real, ficcionista de eleição e nome de referência do pensamento português contemporâneo, que escreveu um romance histórico fundamental sobre o terramoto de 1755 e o Marquês de Pombal. Leituras a fazer ou a refazer. Destaque, igualmente, para o conseguido romance histórico "Frescos de Pompeia" (Editorial Presença), de Lívia Borges, nascida em 1971 e com um confessado amor pela Antiguidade Clássica, facto que este livro abundantemente comprova. PARA OS JOVENS e, na realidade, para públicos de todas as idades escreveu Hélia Correia "A Chegada de Tawny" (Relógio d'Água), com ilustrações de Rachel Caiano. Uma narrativa breve e muita bela de uma das grandes escritoras portuguesas contemporâneas. A não perder, como sempre. COM A CHANCELA da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, com uma política editorial reformulada e muito mais dinâmica que em épocas anteriores, surgem no mercado "A Poesia Ensina, a Cair", colectânea de textos sobre poetas e poesia de Eduardo Prado Coelho, inaugurando a biblioteca/colecção que passou a ter o seu nome. Da mesma editora é o pequeno, interessante e oportuno livro "Política da Língua", de Paulo Feytor Pinto, que analisa o que deveria ser a difusão e a defesa do nosso património linguístico, num tempo em que, mais do que nunca, importa assumi-lo como uma riqueza imaterial, material e de civilização que se projecta no futuro e pode ajudar a garantir a consolidar o nosso futuro. n
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Boavida|Artes “Pessoa, o Bairro e o Barro”
Pessoa segundo Teresa Cortez A cerâmica como forma de diálogo com Fernando Pessoa é o tema da exposição que a ceramista Teresa Cortez mostra até final do corrente mês na Casa onde o poeta viveu e que leva o seu nome, no Bairro de Campo de Ourique, em Lisboa. Rodrigues Vaz
D
e vários modos "Pessoa, o Bairro e o Barro", assim se intitula a exposição, é a homenagem merecida e possível ao grande poeta da "Mensagem", que, como lembra a artista, "fez das palavras o "barro" com que consegue criar e moldar universos poéticos, filosóficos, intimistas estados de alma, com uma singularidade literária e uma abrangência temática inigualada por qualquer outro pensador, a nível mundial". Razão tem Inês Pedrosa, que dirige o espaço, para afirmar que "Na obra de Teresa Cortez existe uma energia narrativa muito singular que nos envolve e absorve desde o primeiro olhar", pois é isto mesmo o que sentimos ao sentirmos evidente que nas suas composições há camadas sobrepostas de amor e humor, ironia e ternura - e o rigor da ciências que só os artífices experientes possuem. E tudo isto é igualmente visível noutra exposição que Teresa Cortez tem patente até fim de Maio próximo, no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, "Bicharada" de seu título, uma abordagem exaustiva à obra cerâmica da artista, através da temática dos animais que é transversal ao seu trabalho. ARTISTAS BRASILEIRAS NA GULBENKIAN
Neste ano em que Portugal e Brasil trocam iniciativas para dar a conhecer as suas culturas de um lado e do outro do Atlântico, vale a pena lembrar que Fernando Pessoa é igualmente objecto de uma curiosa exposição na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Gulbenkian, instituição que mostra, por outro lado, duas importantes 52
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exposições de artistas brasileiras, Beatriz Milhazes (Até 13 de Maio) e Rosângela Rennó (Até 6 de Maio). Enquanto Beatriz Milhazes se inspira no ambiente tropical, na história e na cultura do Brasil para criar motivos básicos das suas pinturas plenas de cor, o trabalho de Rosângela Rennó tem por base a fotografia, que recontextualiza, reenquadra, amplia e reimprime sob uma perspectiva conceptual e politicamente empenhada, expondo primordialmente vítimas de actos de violência e de exclusão social, desde presidiários a simples anónimos, mas denuncia também a fotografia como acto de manipulação. PAULO DAMIÃO EM LISBOA
Registo completamente diferente em método e objectivos é o do jovem artista Paulo Damião que na Galeria MAC - Movimento Arte Contemporânea, Lisboa, apresenta, até 24 do corrente, uma exposição intitulada "A Sombra dos Álamos", em que há um nítido retorno à chamada grande pintura. Diz o autor: "Esta exposição apresenta uma atitude mais serena da forma como organizo e resolvo as minhas inquietações. Expressa também a parte poética do comportamento das coisas, do efeito que as coisas simples exercem sobre nós e como nos podem afectar enquanto seres humanos, enquanto seres relacionais." Servindo-se de uma técnica refinada que joga habilmente com cores quentes e gradações ténues de cambiantes que cintilam como que a procurar luz na sombra das coisas esquecidas, consegue transmitir um sentimento de desconforto tendo como resultado uma dicotomia entre o belo e a inquietação do medo. n
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Boavida|Músicas
O novo Alborán e o inesgotável Peter Gabriel Aqui ao lado, em Espanha, o cantor e compositor Pablo Alborán foi considerado o "artista do ano", em 2011. A revelação ocorreu com o álbum "En Acústico" e contou com a ajuda de Carminho. No Reino Unido, Peter Gabriel lançou o CD "New Blood", um caso de infindável criatividade. Vítor Ribeiro
C
om cerca de 300 mil unidades vendidas em Espanha e mais de 15 mil em Portugal, Pablo Alborán, pouco mais de 22 anos, foi distinguido com três nomeações para os Latin Grammy: Artista Revelação, Melhor Álbum e Melhor Canção ("Solamente Tú"). Para este tão rápido sucesso (passou agora um ano sobre a chegada do cantor ao mercado), designadamente em Portugal, contribuiu de forma decisiva o tema "Perdonáme", interpretado por Alborán em dueto memorável com a portuguesa Carminho. Milhões de internautas, de resto, visionaram já o vídeo deste dueto disponível na internet. Pablo Alborán compõe e interpreta um tipo de música ligeira em que são perceptíveis algumas influências da música tradicional espanhola, nomeadamente ao recorrer a trinados vocais que nos remetem para o "cante jondo" andaluz. O álbum "En Acústico" integra um CD com 15 temas, um DVD que segue à risca o alinhamento do CD e um "making of" com aspectos da gravação.
tido comercial do termo. É que, felizmente, Peter Gabriel pode já dar-se ao luxo de criar apenas Música. ÓPERA PARA CRIANÇAS NO CAMPO PEQUENO E NO EUROPARQUE
"A Coragem e o Pessimismo- Uma grande aventura que Camões relatou" é o título da ópera para crianças, da autoria de Jorge Salgueiro (música) e Gonçalo M. Tavares (libreto), que subirá à cena no dia 14 de Março, no Campo Pequeno, em Lisboa, pelas 10h30 e pelas 14h30 e no Europarque, em Santa Maria da Feira, dia 21 de Março, pelas 09h30, 11h00 e 14h00. LESLIE FEIST EM LISBOA E NO PORTO
A cantora canadiana Leslie Feist estará em Portugal para efectuar dois concertos: dia 18 de Março, no Coliseu de Lisboa e dia 19 de Março, no Coliseu do Porto. Em ambos os casos a partir das 20h30. Este espectáculo tem por objectivo a apresentação do mais recente trabalho discográfico de Leslie, o álbum "Metals". n
O INFINDÁVEL PETER GABRIEL
Sem guitarra, sem viola baixo e sem bateria, o cantor e compositor britânico Peter Gabriel editou o álbum "New Blood". Gabriel fez-se acompanhar, "apenas", por uma pequena orquestra sinfónica - New Blood Orchestra- sob a direcção do maestro Ben Foster. Músico fundador dos ex-Genesis, em 1967, Peter Gabriel, 62 anos, continua na senda do habitualmente designado rock sinfónico e apresenta-nos um CD verdadeiramente notável. Com um talento inesgotável e uma maturidade criativa que só a experiência de muitos anos de trabalho possibilita, Peter Gabriel conseguiu colocar "New Blood" no patamar da chamada grande música. Os 14 temas que nos são propostos por Gabriel neste álbum formam um todo, como se estivéssemos perante uma sinfonia com os seus diversos andamentos. "New Blood" não é uma obra "fácil", se tivermos em conta o sen-
Capa do novo álbum de Peter Gabriel
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Boavida|No Palco
“O Libertino” passeia pelo Trindade… "O Libertino", uma comédia "picante" e hilariante protagonizada por José Raposo e Maria João Abreu está em cena, até 8 de Abril, na Sala Principal do Teatro da Trindade.
Maria Mesquita
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iderot, inveterado mulherengo, mas casado e feliz, decide afastar-se um pouco das suas aventuras e, optar por um possível retiro num castelo. Madame Therbouche, uma suposta retratista, também em permanência na habitação, quer desenhar Diderot, desde que este esteja "como veio ao Mundo". É o início de uma divertida relação, cheia de peripécias e desenganos. A juntar à festa, Diderot tem ainda que lidar com os constantes ciúmes da esposa, que sabe das suas infidelidades, e com a aparente obsessão da sua filha por engravidar de um homem mais velho. Por outro lado, a tentação ressurge também sob a forma da filha do Barão, jovem saudável e alegre e, muito menos ingénua do que parece. Para culminar a todos estes jogos de gato e rato, Diderot é convidado a escrever um artigo sobre "A Moral", para publicação na grande "Enciclopédia". Como resistirá o "libertino" a tantas provocações em seu redor? O texto é do consagrado escritor Eric Emmanuel Schmitt, conhecido do público português por êxitos apresentados no Teatro Nacional como: "Pequenos Crimes Conjugais", também encenado por José Fonseca e Costa, "Hotel dos Dois Mundos", encenado por Cucha Carvalheiro ou "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa", encenado por Marcia Haufrecht. FICHA TÉCNICA:Autor: Eric Emmanuel-Schmitt; Encenação e
tradução: José Fonseca e Costa;Cenografia e figurinos: José Manuel Costa Reis; Interpretação: José Raposo, Maria João Abreu, Teresa Madruga, Filomena Cautela, Diana Costa e Silva e o Tiago Aldeia GIL VICENTE NO TNSJ
"Alma", em cena até dia 1 de Abril no Teatro Nacional de São João (Porto), revela um outro Gil Vicente, o mestre da dramaturgia nacional, definido por Teixeira de Pascoaes 54
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como "o mais Anjo e o mais Demónio de todos os poetas portugueses". Nuno Carinhas tem feito o incrível trabalho de trazer e elaborar para o palco os grandes textos de autores lusos. Depois de "Breve Sumário da História de Deus", regressa a Gil Vicente no texto que foi escrito entre dois dos Autos mais conhecidos, "Barca do Inferno" e "Barca do Purgatório". Aqui se revela a diferença, de um Gil Vicente distante da sátira, trazendo-nos a peregrinação que fazemos ao longo da Vida, a provação, a mudança, a descoberta, as várias opções ou caminhos que poderemos seguir. Contudo, não estamos no contexto de pós-vida a que o autor nos habituou. Estamos a falar, sim, da própria Vida, das almas, da nossa Alma, considerando o passado e o futuro, o nosso destino (escolhido pelo acaso, ou escolhido por nós). O programa do TNSJ inclui ciclo de Conferências "Estados d'Alma", dias 17 e 27 de Março, com a presença de oradores convidados e do próprio encenador. "AVENTURAS DE JOÃO SEM MEDO"
Escrito durante a Ditadura, o texto "As Aventuras de João Sem Medo", de José Gomes Ferreira, retratam o imaginário do homem, enquanto ser humano frágil e medroso, que, não obstante também tem de ser fértil em ideias e resolução de problemas. Com encenação de João Mota, estará em cena na Sala Garrett do teatro Nacional Dona Maria II ao longo de todo o mês de Março. FICHA TÉCNICA: Autor: José Gomes Ferreira; Versão cénica,
dramaturgia e encenação: João Mota; Interpretação: Alexandre Lopes, Hugo Franco, Marco Paiva, Mia Farr, Miguel
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Sermão, Tânia Alves; Co-produção Comuna - Teatro de Pesquisa, Teatro da Trindade - Fundação INATEL DANÇA DE RODA
"Dança de Roda", de Arthur Schnitzler, peça proibida no século XIX, e que foi argumento para um filme de Stanley Kubrick, estará até 1 de Abril em cena, na Sala Principal do Teatro de Almada. "Dança de Roda" chocou, na época, a sociedade vienense. O comportamento dos personagens, a história sobre trocas de casais e comportamentos sexuais, foi o bastante para a sua proibição. Já no século XX, a sua primeira representação levou ao tribunal de Berlim o próprio autor. Schnitzler, a partir de então, proibiu-a de ser mais alguma vez levada aos palcos, enquanto fosse vivo. Quase um século depois, as semelhanças com a realidade foram razão para que Stanley Kubrick realizasse o filme "De Olhos Bem Fechados", onde os jogos sexuais, as trocas de favores e o Poder, se misturam em clubes privados da alta sociedade norte-americana. Quando Schnitzler a concebeu, pensava apenas e só nas consequências que
os comportamentos humanos poderiam causar, principalmente numa época em que a sífilis era a doença sexualmente transmissível… Nesta encenação de Rodrigo Francisco, participam jovens actores formados pela Escola Superior de Teatro e Cinema e da ACT - Escola de Actores, e que tiveram como primeiro grande desafio a peça "Santa Joana dos Matadouros", também no TMA (2011), e encenada pelo grande mestre de teatro Bernard Sobel. "JURAMENTOS INDISCRETOS"
Nesta peça de Marivaux, "Juramentos Indiscretos", pode o público ver até que ponto a influência dos outros, da família, amigos, desconhecidos, modifica as nossas decisões e a nossa vida pessoal. Em cena, no Teatro Carlos Alberto no Porto, até 18 de Março. Nesta peça, uma co-produção do Teatro dos Aloés e do TNSJ, é-nos contada a história de dois jovens, que sabendo do contrato entre os pais de ambos, decidem, contra as regras da época, encontrarem-se e discutirem os motivos que os possam levar a rejeitar tal união. n
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Boavida|Cinema em Casa
Histórias de Amor "Março amoroso faz o ano formoso", reza o provérbio. Razão certa para uma selecção que celebre o melhor dos sentimentos. De França, o excelente musical "Os Bem-Amados" e, do outro lado do Atlântico, três outras histórias de amores e desamores: "Amor Estúpido e Louco", com Steve Carrel e Julianne Moore; "Amigos Coloridos", com Mila Kunis e Justin Timberlake; e "A Lista dos Ex", com Anna Faris e Chris Evans. Sérgio Alves OS BEM-AMADOS
AMOR, ESTÚPIDO E LOUCO
AMIGOS COLORIDOS
Justin Timberlake, Patricia
Paris, Anos 60. Madeleine
Cal é um homem feliz - tem
Jamie é uma jovem nova-
Clarkson, Jenna Elfman,
vive, - em plena afirmação da
um bom emprego, uma boa
iorquina, agente de talentos,
Woody Harrelson; EUA,
emancipação feminina e do
casa e filhos excelentes - até
que convence Dylan a deixar
109m, cor, 2011; Edição: Pris
amor livre - o grande amor da
ao dia em que a esposa,
Los Angeles e aceitar um
sua vida. Segue-
Emily, pede o divórcio. A sua
novo emprego em Nova
A LISTA DOS EX
o até Praga,
vida, perfeita e organizada,
Iorque. Com muito em
Ao ler um artigo numa revista
casam, mas a
desmorona-se num ápice e ele
comum, eles passam muito
que sustenta que as mulheres
'traição' do
começa a frequentar o mesmo
tempo juntos e tornam-se
com mais de 20 parceiros se-
namorado fá-la
bar todas as noites na ânsia
amigos inseparáveis até que a
xuais tendem a acabar sós,
regressar à
de esquecer a ex-mulher. Aí,
atracção física os leva a dar
Ally quase entra em
cidade natal.
conhece um jovem sedutor
um passo na relação: fartos de
depressão. Alarmada com a
Londres, anos 90. A paixão de
profissional, Jacob, que o vai
relações emocionais desgas-
situação, pois já teve 19
Vera por um músico sofre os
ajudar a conhecer outras mu-
tantes que nunca acabam
rapazes diferentes na sua
efeitos da era da ausência e
lheres e a recuperar o sucesso
bem, decidem
vida, resolve fazer uma lista
fuga ao compromisso. É a
no amor. Mas ele não é o
tornar-se "ami-
dos seus ex-namorados para
história de duas mulheres,
único à procura de amor no
gos coloridos".
descobrir qual deles pode ser
mãe e filha, das suas paixões,
sítio errado e, apesar da
Tudo parece cor-
o grande amor da sua vida.
ilusões e desenganos, mas
mudança, o coração vai levá-
rer bem, até ao
Agora, com uma
também, dos homens que
lo ao ponto de
momento em
longa lista de
amaram numa ode à condição
partida.
que ambos se apercebem o
nomes e apenas
feminina e ao Amor.
Premiado pela
quão difícil pode ser o sexo
um "bónus" para
O regresso de Christophe
crítica norte-
sem compromisso e a gestão
gastar, Ally pede
Honoré foi um dos aconteci-
americana, o
das emoções numa relação
ajuda a Colin, o
mentos do cinema francês de
filme dirigido
assim. "Amigos Coloridos"
seu vizinho e amigo, para a
2011 com este romance, de
pela dupla
reflecte a natureza transitória
acompanhar nesta viagem ao
drama, magia e sedução, va-
Glen Ficarra e John Requa,
das relações na sociedade
passado. Protagonizado pelas
lorizado por um naipe de
"Amor, Estúpido e Louco" é
contemporânea, em sintonia
jovens estrelas Anna Faris e
grandes actores, como
uma das boas surpresas de
com o ritmo e o pulsar da
Chris Evans, "A Lista dos Ex"
Catherine Deneuve e a sua
2011 pela abordagem irónica
vida moderna, duma forma
é uma divertida comédia
filha Chiara Mastroianni e a
mas inteligente da questão da
divertida e descontraída.
romântica realizada por Mark
participação de Milos Forman.
separação.
Assinala, por outro lado, o
Mylod, jovem realizador
TÍTULO ORIGINAL:
TÍTULO ORIGINAL:
regresso das comédias român-
vindo da televisão TÍTULO ORIGINAL:
Les Bien-
Crazy,
Aimés; REALIZAÇÃO:
Stupid, Love; REALIZADOR:
ticas, na melhor tradição de
Christophe Honoré;
Glen Ficarra e John Requa;
Hollywood, com uma realiza-
Number; REALIZAÇÃO: Mark
COM:Catherine
COM:
ção segura e uma dupla em
Mylod; COM: Ana Faris, Chris
Deneuve,
Steve Carrel, Ryan
What´s Your
Chiara Mastroianni, Ludvine
Gosling, Julianne Moore,
grande forma: Mila Kunis e
Evans, Ari Graynor e Blythe
Sagnier, Louis Garrel e Milos
Emma Stone, Marisa Tomei;
Justin Timberlake.
Danner; EUA, 106m, cor,
Forman; França/GB/Repú-
EUA, 118m, Cor, 2011;
TÍTULO ORIGINAL:
2011; Edição: Pris
blica Checa, 139m, Cor, 2011;
EDIÇÃO:
Benefits; REALIZAÇÃO: Will
EDIÇÃO: 56
Clap Filmes
TempoLivre
| MAR 2012
Zon Lusomundo
Friends With
Gluck; COM: Mila Kunis,
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Boavida|Grande Ecrã
Ao gosto do grande público Para uma maioria dos espectadores portugueses que apesar da crise se mantém fiel às salas, o mês que ora se inicia vai ser bastante sumarento Ver para crer.
Joaquim Diabinho
F
ábula moderna sobre os nossos medos e a força que é preciso para os superar e seguir em frente, "Extremamente alto, incrivelmente perto" (estreia, dia 1) vem, antes de tudo o mais, confirmar aquilo que os temas e modos narrativos de "Billy Elliot", de "As Horas"e de "O Leitor"de algum modo já haviam enunciado: que Stephen Daldry, antigo director artístico de teatro, é um cineasta de talento a merecer continuada atenção. Baseado num romance, com o mesmo título, de Jonathan Safran Foer, o filme narra a história extraordinária de Oskar Schell, um jovem precoce de 11 anos (afectado pelo síndrome de Asperger), bastante inventivo e sensível, que perde o pai nos atentados às torres gémeas, na manhã de 11 de Setembro de 2001.Como não poderia deixar de ser, Daldry revela-se exímio na criação de atmosferas e seguro a gerir com eficácia e coerência narrativa a odisseia desse rapazinho pelas ruas de New York em busca de uma razão que o leve a entender - ou,
para sermos precisos, a aceitar - essa trágica e irreparável perda. Na verdade, "Extremamente alto..." não é sobre o fatídico "9/11". É sobre a catarse necessária para expurgar esse trauma. Excelentes são as interpretações, sobretudo de Max von Sydow, Zoe Caldwell, Tom Hanks, Sandra Bullock e do juvenilíssimo Thomas Horn, no protagonista. Emocionante e comovente. Adaptação de um enorme êxito da literatura brasileira da autoria de Jorge Amado, escritor de renome mundial e uma das personalidades cimeiras da língua portuguesa, "Capitães de Areia" (em cartaz, dia 29) possui não poucos motivos de interesse (p.ex., a vitalidade da interpretação juvenil e a ambientação de época) mas o seu dramático retrato de vida dos meninos de rua de Salvador da Baía nos anos 30 do século passado não atinge, nem de perto nem de longe, o fulgor e o recorte psicológico da obra literária. Mesmo assim, o filme é cativante e merece, como é óbvio, ser fruído por um vasto público. Uma curiosidade: a realizadora, Cecília Amado, é neta do escritor. n MAR 2012 |
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Boavida|Tempo Informático
Aproveite o que há de melhor Use e abuse do que as novas tecnologias lhe oferecem desde que sejam de confiança. E isso significa segurança. Segurança na Internet, segurança nos dispositivos que escolhe, segurança em tudo o que pode melhorar a sua vida desde que tenha os meios necessários para o alcançar. Faça contas, informese e decida-se pelo que pode fazer sem prejuízo para a sua subsistência.
Gil Montalverne
ajuda@gil.com.pt
S
ão vários os serviços de teleassistência destinados combater a solidão em que vivem pessoas de uma certa idade. O mais recente "Arquitectura de Teleassistência" tem a particularidade de permite apenas com toque num botão, comunicar com a exacta Instituição social de acompanhamento numa qualquer emergência ou apenas para conversar. Quem está do outro lado é alguém que o(a) acompanha no Apoio Domiciliário, nas idas ao médico, etc. Tem botões de pânico em pulseiras ou colares para que ao pressionar se inicie uma chamada telefónica de emergência. A versão familiar do sistema chegará ao mercado a 400 euros. Outro serviço de emergência muito útil, numa parceria entre a Vodafone e a Serviin, destina-se a auxiliar as pessoas que usam apenas a comunicação gestual. Com telemóveis 3G de videochamadas, basta marcar o nº 12742 e comunica-se gestualmente com um intérprete que fará depois a respectiva tradução para qualquer serviço aderente ao Portal do Surdo: chamar um táxi, solicitar algo do comércio local ou emergência médica. A chamada custa 1 cêntimo por minuto. Pode informar-se em www.portaldocidadaosurdo.com ALGO QUE PODE SER ÚTIL para poder ver na Internet e rua onde mora e até o prédio que habita, escolher o ângulo preferido e depois gravar e compartilhar a imagem. É um serviço grátis que não requer registo. Basta escrever no seu browser ou no google www.showmystreet.com. Aparece de imediato uma indicação para escrever o nome da rua e o nº
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| MAR 2012
da porta, tal como fizemos na imagem que se apresenta aqui para mostrar a sede da Fundação Inatel em Lisboa. DELICIEM-SE TAMBÉM com o novo Disco Multimédia da
Western Digital. Disponível em versões de 1, 2 e 3 Terabytes (1TB=1000 GB), é um sistema de armazenamento único, uma vez que foi concebido de raiz para poder ser partilhado numa rede doméstica e/ou ser acedido a partir do exterior, através da Internet. Equipado com um CPU interno para rápido processamento da informação, o WD MyBook Live está optimizado para streaming de conteúdos multimédia. Suporta iTunes, acesso a partir de apps de plataformas móveis, streaming directo para televisores e consolas de jogos, ao mesmo tempo que pode ser usado para realizar backups automáticos de todos os computadores a que tenha acesso. n
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Boavida|Ao Volante
Novo Citorn DS5 Já em comercialização, o Citroen DS5 apresenta-se como uma nova etapa no desenvolvimento da linha DS. Inovador e visionário, o terceiro elemento encaixa-se em perfeita coerência com a assinatura "Creative technologie" da marca, apresentando-se ainda mais assertivo em termos de estilo, arquitectura, sensações e requinte.
Carlos Blanco
T
al como os seus dois antecessores, os modelos DS3 e DS4, o novo DS5 destina-se a clientes que procuram produtos simultaneamente radicais e marcantes, que buscam uma perspectiva vincadamente moderna e "premium". Criação original, o modelo traduz o prazer de condução num automóvel de excepção, que surpreende e encanta pelo seu estilo, pela sua concepção e pela tecnologia que encerra. Produzido em França, o terceiro elemento da linha DS é, também, o primeiro modelo da marca a adoptar a tecnologia diesel "full hybrid" HYbrid4, oferecendo em simultâneo elevadas performances (200 cavalos em tracção integral), uma nova experiência de condução (condução eléctrica em circuito urbano, com aumento de aceleração), com redução das emissões para 99g/km de CO2. No seu lançamento o novo DS5 conta com dois blocos diesel sob a norma Euro V e equipados com filtros de partículas: o H-Di 110 Airdream (com caixa de seis velocidades manual) com a mais recente geração da tecnologia micro-híbrida Stop&Start, que reduz em 15% as emissões de CO2; e o HDi 160 (com caixa de seis velocidades manual ou automática) dotado de um desempenho relevante, para uma condução agradável e segura. No campo da gasolina, conta com dois blocos turbo com injecção directa, igualmente Euro V, e desenvolvidos em colaboração com a BMW: o THP 155 (com caixa de seis velocidades automática) e o THP 200 (com caixa de seis velocidades manual). Esta ultima versão oferece notáveis performances, graças à sua potência (200 cavalos) e binário máximos (275 Nm às 1770 rpm). O DS5 permite uma condução simultaneamente dinâmica e segura em todas as circunstâncias. Uma boa relação com a estrada que nos dá a sensação de ter as
rodas nos extremos. Gerador do imaginário, o modelo projecta os seus passageiros numa impressionante experiência de condução, com um posto de condução concebido dentro do espírito dum "cockpit" onde o sonho e a realidade se confundem. A bordo, todos são convidados a viver a sua própria história. Em termos tecnológicos, implementa também o que de melhor a marca do "double chevron" tem para oferecer, como o controle de tracção inteligente, a segunda geração do sistema de alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, a comunicação automática dos faróis em função do tráfego circundante, a transmissão de informações a cores no pára-brisas, ou a câmara traseira para estacionamento. Esta e outras soluções de segurança – activa e passiva – garantiram-lhe a conquista de 5 estrelas na avaliação a Euro NCAP, análise onde obteve também um registo de 97% nos sistemas de assistência à condução. Na sua concepção, estamos perante um automóvel que rompe com as normas, oferecendo uma nova visão do segmento "premium", apresentando-se num formato compacto que preserva a habitabilidade. O Citroen DS5 ultrapassa todos os compromissos habituais em termos de estética e prestações, combinando o prazer de condução com o bem-estar a bordo. n MAR 2012 |
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Boavida|Saúde
Ressonância magnética: alguns conselhos Já várias vezes tive doentes que se referiram à Ressonância Magnética Nuclear (RMN) como um exame de diagnóstico que não deixa boas recordações e que gostariam não ter de voltar a fazer.
M. Augusta Drago
A
medicofamília@clix.pt
RMN é um exame imagiológico de grande relevância para a medicina, porque permite obter imagens de elevada definição e muito esclarecedoras sobre o interior do corpo humano, permitindo diagnósticos muito precisos. Os doentes devem estar preparados para a sequência de procedimentos técnicos de rotina usados pelos profissionais que realizam este exame, mas que os pode assustar. O "aparelho" em que é feita a RMN é composto por uma marquesa confortável, que desliza para dentro de um tubo metálico largo, onde é gerado um poderoso campo magnético. Este equipamento está num espaço especial, protegido de radiações exteriores. De uma maneira geral, não é necessário fazer qualquer dieta, mas é recomendável que o doente coma previamente uma refeição ligeira, porque o exame pode ser demorado. Sendo necessário para "esclarecer" alguma imagem, pode ser administrado um contraste. Embora os efeitos secundários (alergias, nomeadamente) dos contrastes tenham uma incidência muito baixa, é pedido ao doente que assine um termo de responsabilidade para autorizar a sua administração endovenosa. O doente tem que se despojar de todos os objectos metálicos que traz consigo, tais como carteira e moedas, anéis, ganchos do cabelo, relógio, chaves, cartão de crédito e outros cartões magnetizados, piercings e próteses dentárias metálicas, e veste uma bata para impedir interferências dos objectos metálicos da roupa, como fechos, molas, colchetes, etc. A RMN é absolutamente contra60
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indicada em doentes que tenham próteses metálicas, pacemakers, implantes ou chips metálicos, porque correm o risco de o campo magnético gerado dentro do corpo poder deslocar as estruturas metálicas. Um aspecto importante da preparação do doente para o exame é a informação sobre como reage a estar num espaço fechado. Isto é, se sofre ou não de claustrofobia. Caso haja o risco de entrar em pânico, é-lhe administrado um tranquilizante. O doente só está preparado para fazer o exame quando soube como este funciona e que passos são dados. Assim, os procedimentos dentro da sala de exame devem ser acompanhados da sua explicação, de maneira a confortar o doente. O doente é deitado e imobilizado sobre a marquesa, que se desloca para o introduzir no tubo metálico. O exame pode durar de 20 a 90 minutos ou mais e, uma vez dentro do tubo, o doente deve permanecer imóvel e descontraído - qualquer movimento pode obrigar à repetição do exame. Não se deve assustar com os ruídos que vai ouvir à sua volta. Esses estalidos correspondem ao funcionamento normal do equipamento. Deve igualmente saber que não está sozinho o médico e o técnico encontramse fora da sala de exame, por causa das interferências, mas estão sempre atentos. O doente leva, na mão, uma campainha, que pode utilizar-se se sentir mal. A RMN é utilizada para detectar alterações específicas do corpo, tais como alterações nas articulações, ossos, tumores, problemas a nível da coluna, do coração, do cérebro e doutros órgãos. Pela sua importância não pode ser posta de lado só porque houve uma experiência negativa. n ANDRÉ LETRIA
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Boavida|Palavras da Lei
Falta de pagamento de taxa de Justiça em oposição a Injunção ?
Fui parte em processo de Injunção que me foi movido. Opus-me à mesma, mas não paguei a taxa de Justiça,
por desconhecimento da mesma. Entretanto, como não a paguei, devolveram-me a oposição, dizendo que não podia ser aceite por falta de pagamento. Não deveria ter-me sido dada a oportunidade de pagar a taxa, antes de a aceitarem ou não? Sócio devidamente identificado - Porto
Pedro Baptista-Bastos
C
onsiderada a situação social e económica em que vivemos, assistiu-se a um aumento de Injunções apresentadas por quem é credor de uma quantia. E, de facto, era prática por força de Lei que, se houvesse uma oposição a Injunção onde não se tivesse pago a taxa de Justiça, no momento da junção aos autos dessa mesma oposição, havia o chamado "desentranhamento" da peça processual, por falta do pagamento devido da taxa de Justiça. O nosso Código de Processo Civil, no seu artigo 486º-A, que dispõe sobre as consequências processuais da falta de documento comprovativo do pagamento de taxa de Justiça, e que vale como norma geral aplicável a todos os processos especiais, incluindo o processo de Injunção, determina nos seus nºs 2 e 3, que se concede um prazo especial de 10 dias para se efectuar o pagamento omitido, com acréscimo de uma multa de igual montante, não inferior a uma unidade de conta nem superior a dez unidades de conta. Por outro lado, se a secretaria judicial ou Juiz do processo - sendo, ao caso, a Secretaria-Geral de Injunções verificar que, encerrada a fase de apresentação de peças processuais não tiver sido feito o pagamento da taxa, ainda assim concede outro prazo de 10 dias, com uma multa de valor maior, no mínimo, dez unidades de conta, para que se regularize o pagamento - a título informativo, o valor da unidade de conta para 2012 é de 102,00 Euros. O Tribunal Constitucional, no seu Acórdão nº 587/2011, de 30/11/2011, processo nº 324/2011, determinou que a norma do artigo 20º do regime anexo ao
Processo de Injunção qua tale é inconstitucional, isto é, quando o processo de Injunção era distribuído e houvesse notificação desse acto para que o processo fosse tramitado como acção declarativa especial, sem que se pagasse a taxa de Justiça e não fosse concedido ao oponente os prazos acima referidos do artigo 486º-A do C.P.C., acarretando o desentranhamento da peça, não poderia continuar a subsistir, à luz do nosso Direito. Esta decisão é vantajosa para quem, por exemplo, tenha que se opor a uma Injunção, mas não tenha momentaneamente dinheiro para pagar a taxa, embora o possa ter dias depois. Defende as pessoas com dificuldades financeiras e mantém a possibilidade processual do contraditório nos processos de Injunção. Assim sendo, este nosso leitor deve, através de requerimento feito para o caso e elaborado por Advogado, expor este Acórdão, que tem força imperativa legal, devendo a Secretaria-Geral de Injunções tomar conhecimento e conceder-lhe prazo para pagamento da taxa de Justiça devida com as necessárias cominações. n MAR 2012 |
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ClubeTempoLivre > Passatempos Palavras Cruzadas | por José Lattas
1
HORIZONTAIS: 1-Pomba; Desertos. 2-Afagar; Substituição. 3-
1
Combinaram; Voz imitativa, de tiro de peça. 4-Beira; Imitara a linguagem árabe. 5-Dídimo (s.q.); Balandrau; Suf. Que traduz a ideia de ocupação, ofício ou emprego. 6-Fedor; Saia!; Escória. 7-Aloucados; Estima. 8-Quadra; Aquelas; Enleara. 9Trabalhador que vem de fora, para amanhar as vinhas; Escola Prática de Infantaria (sigla). 10-Farto; Indígena. 11-Oculto; Cálcio (s.q.); Acrescentar. 12-Embrião; Cozinhasses. 13Calejado; Mas; Achaque.
2
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 SOLUÇÕES (horizontais): 1-PALOMA; PÁRAMOS. 2-I; ALISAR; MUDA; E. 3-C; CASARAM; BUM; P. 4-ABA; ARABIZARA. 5-DI; OPA; OR; IR. 6-ACA; ALA; ESCUMA. 7-AVARIADOS; AMA. 8-IDADE; ÁS; ATARA. 9-PALECOS; EPI; M. 10-O; RICO; NATIVO. 11-SUMIDO; CA; ADIR. 12-FETO; COZESSES. 13-CALOSO; ORA; MAL.
VERTICAIS: 1-Ferroada; Árvores venenosas do arquipélago da Malásia. 2-Calha; Interjeição que exprime admiração. 3-Resina ou goma resinosa, obtida de muitas árvores do Oriente; Garantia; Lisonja. 4-Olaria; Nome masculino. 5-Nota musical (pl.); Análogos. 6-Alça; Advérbio; Caverna. 7-Altar; Em partes iguais; Afastado. 8-Divino; Concede; Cobalto (s.q.). 9Abundância; Ósmio (s.q.); Ensejo. 10-Antes do meio-dia; Existes; Prefixo de modo ou de lugar, quando a consoante é diferente de "b", "p" ou "m"; Érbio (s.q.). 11-Piropo; Bolo chato e circular de farinha de arroz e azeite de coco, usado na Ásia; Sociedade anónima (sigla). 12-Traz; Bonitos. 13-Chucha; Homogénea; Emprega-se para evitar repetição. 14-Concordar; Aponta. 15-Aparta; Apego.
Ginástica mental| por Jorge Barata dos Santos
N.º 35 Preencha a grelha com os algarismos de 1 a 9 sem que nenhum deles se repita em cada linha, coluna ou quadrado
N.º 35
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TempoLivre
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SOLUÇÕES
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ClubeTempoLivre > Novos livros
BERTRAND EDITORA
MATÉRIA-PRIMA ED.
Vasconcelos,
mulher os
o autor
filhos que não
DINHEIRO DE SANGUE
apresenta
pôde ter com
OS 50 GRANDES
David Ignatius No Paquistão, alguém anda a
paisagens
ela. Decidida a
ACONTECIMENTOS DA
rurais e
confrontá-lo
HISTÓRIA
matar os membros de uma
urbanas de
viaja para
Hugh Williams
Portugal do
unidade de
Montevedova, uma pequena
Personagens
inteligência da
séc. XX, enquanto refaz
aldeia da Toscana onde vive
e lugares que
CIA que tenta
percursos captados pela
a família que imagina ser
marcaram a
comprar a paz
objetiva do grande geógrafo.
feliz à sua custa. Mas a sua
história. De
decisão pode mudar não só
Jesus Cristo a
aos inimigos da América.
EDITORIAL PRESENÇA
aldeia.
Sophie, uma jovem agente, incumbida de
SCARPETTA
descobrir os culpados e as
Patricia Cornwell Kay Scarpetta é chamada a
suas motivações, depara-se
a sua vida como a de toda a
momentos basilares para
ESTRELA POLAR
examinar um
ATALHOS DO AMOR
onde nada é o que parece.
indivíduo ferido
Maria José Costa Félix O amor
na ala de
PRINCESA POPPY: BRINCA
NASCENTE
detenção
aparece
REIKI E A ENERGIA DE
psiquiátrica do
quando menos
CURA PELO AMOR
Hospital de
se espera. Ele
Carlos Campos A obra revela como a
AO CARNAVAL
Bellevue. O paciente conta-
é o principal
Janey Louise Jones
lhe uma história bizarra,
motor da vida e
passagem de
indicando que as suas
aquilo que revela o que
energia através
feridas foram infligidas no
realmente somos… por vezes
de um canal de
decurso de um crime... que
só o conseguimos ver
amor pode
não cometeu.
quando estamos noutra
um Curador Espiritual do
DO LADO DE CÁ DO MAR Crónicas de um americano
ajudar a recuperar a saúde. O autor,
dobra do tempo.
FONTE DA PALAVRA
Amor, utiliza a imposição das mãos para ajudar os seus
em Lisboa Poppy partilha peripécias e
compreender a sociedade atual.
com uma galeria de espelhos
BOOKSMILE
Ozymandias, de Ford T à Internet são 50 os
Philip Graham Uma viagem encantadora
BARCO ENCALHADO NA
pacientes.
AREIA
fantasias numa época de
pelos bairros, costumes,
Manuel Dias Duarte Pedro enche o peito de ar,
PERGAMINHO
carnaval, tempo de brincadeira e muita
gastronomia e
olha a Ponte 25 de Abril ao
COMO NÃO ESCREVER UM
animação. Recomendado
outros atrativos
longe, numa derradeira
ROMANCE
pelo plano Nacional de
de Lisboa
tentativa para desencalhar as
Howard Mittelmark e Sandra
Leitura.
habilmente
palavras. Decisivamente
CIRCULO DE LEITORES PORTUGAL LUZ E SOMBRA
descritos pelo autor, um
Leonor andava muito
Newman Com humor e perspicácia
americano que escolheu o
estranha, de há uns tempos
revela-se o que não devemos fazer quando queremos
nosso país para passar com
para cá. A
a família um ano.
morte do
escrever um
filho
romance
abalara-a.
elegante e
O país depois de Orlando Ribeiro
DOLCI DI LOVE
Duarte Belo Partindo do espólio de
Sarah-Kate Lynch Uma executiva em
Orlando Ribeiro e na esteira
Manhattan descobre que o
contratações e contactos
de figuras como Leite de
marido tem com outra
com editoras.
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eloquente. Inclui conselhos sobre
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VOGAIS
SETE LIÇÕES PARA
entre aquilo que
introdução à liturgia e à
LIDERAR EM TEMPOS DE
temos para fazer
catequese e pode ser usado
BELEZA ATORMENTADA
CRISE
e aquilo que
por acólitos em funções.
Cecilia Samartin O romance
Bill George
fazemos efetivamente. À
Um guia para
OS MÍSTICOS DAS
retrata o
empresários e
primeira vista a diferença
RELIGIÕES
sofrimento de
líderes que
parece óbvia, mas numa
Jamilet, uma
pretendem vencer
escrita finamente mordaz, o
José Luis Vázquez Borau O livro aborda a temática do
os desafios
autor prova o contrário num
misticismo nas diferentes
jovem que vive
divertido exercício literário.
numa aldeia mexicana
económicos. São sete lições
atormentada pela marca
que através de experiências
horrível que tem no corpo.
reais ajudam a fazer da crise a
PAULUS
concretos de
Mas a morte da mãe e a
maior força das empresas.
MANUAL PARA ACÓLITOS
modelos de fé e vida. Escrito de
VERBO
Diego Nicolás Pardo Motta Um manual ilustrado para as
forma acessível e bem
crianças que desejam tornar-
ilustrado é uma excelente
recusa em viver com a avó levam-na até aos EUA, onde descobre a beleza do amor e
religiões, com exemplos
da amizade ao conhecer Don
FAZER
se acólitos
base para qualquer curioso
Peregrino.
Paulo Morgado O autor explica
(coroinhas).
ou estudioso do tema.
detalhadamente a diferença
temáticas, serve de
Apresenta todas as Glória Lambelho
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O Tempo e as palavras M a r i a A l i c e Vi l a Fa b i ã o
À margem da (des)necessidade de um (des)acordo ortográfico (2)
Uma Questão de Prestígio
'Stamos em pleno mar… Abrindo as velas / Ao quente arfar das virações marinhas, / Veleiro brigue corre à flor dos mares / Como roçam na vaga as andorinhas… / / Donde vem? Onde vai? Das naus errantes / Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? […] Castro Alves, Navio Negreiro, Brasil, Abril de 1868.
O
meu primeiro contacto com a literatura brasileira foi com o poema "Navio Negreiro" de Castro Alves, declamado, gesto largo e semblante terrível, em pleno largo da vila, num fim de tarde da minha pré-adolescência, por um artista ambulante, de cabeleira revolta e lavallière negra enrolada no pescoço, onde o branco de um colarinho primava pela ausência. Do mistério daquela língua, em que os poucos vocábulos familiares se alongavam em demorados erres guturais, como o marrr e a florr, apenas as notas da sua "música secreta" ficaram a vibrar no diapasão da memória. Até que um dia, alguém me ofereceu o texto, letras negras em papel azul, e eu fiz minhas todas aquelas palavras que tão estranhas me tinham soado. Depois foi a leitura do E. Veríssimo, do Lins do Rego, da Lygia F. Telles, e outros, e dos poetas do Brasil, leituras nossas, da nossa adolescência nacional, na mesma língua "doce e viril" de "trovar ao sol e à lua" em que Mello Mourão escreveu a Invenção do Mar. E jamais tropeçámos na ortografia, jamais sentimos falta de consoantes mudas ou de um Acordo Ortográfico, como também jamais sentimos que elas nos sobravam nos textos dos autores pátrios, que é ciência de quem sabe ler ler como correcta a palavra mesmo que erradamente grafada. Assim se explica a nossa capacidade para lermos uma primeira edição do Eça ou do Camilo, que a importância da ortografia é directamente proporcional ao grau de alfabetização dos falantes. Vez por outra, é certo, afundávamo-nos no léxico, que o português de Portugal não é o português do Brasil, nem será jamais o português de qualquer outro país soberano, com direito a língua própria. Justifica o texto da Nota Explicativa anexa ao AO a necessidade de um acordo inter-nações pelo facto de "a existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, ter sido considerada como largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no mundo". (Sublinhado meu).
Crendo defender a língua em que escreveu Camões, escreve Carlos Reis: "Se queremos que o português tenha hipóteses […] de alguma concretização internacional em confronto com outras línguas, não podemos continuar a ignorar um cenário linguístico em que alegremente convivem duas ortografias […]. Vivi entre 1959 e 1965 nos Países Baixos, absolutamente integrada num meio universitário, onde se estudava o português e o espanhol. O espanhol era por esse então língua da moda, já que estudada pelo próprio marido e uma filha da Rainha. Havia, ainda, em Haia a "Associação Holanda, Portugal, Brasil", cujos sócios, pessoas de cultura, tinham vivido no Brasil e falavam correntemente o português brasileiro. Nas nossas frequentes conversas sobre a língua, nunca um estudante ou um membro da Associação se queixou de dificuldades decorrentes das diferenças ortográficas. Queixavamse, sim, da dificuldade em compreenderem o português falado, que consideravam uma língua "fechada", não favorável à comunicação oral, por ausência de vogais abertas. Daí, a falta de prestígio implícita na apreciação de C. Reis. Maria Helena Mateus faz notar que "no contexto da União Europeia" o português é frequentemente desconhecido ou confundido com o espanhol. Eu sei. Nesse caso, porém, a responsabilidade desse "desprestígio", dessa vergonha, cabe aos nossos eurocratas, sobretudo aos senhores comissários, que nos fora internacionais exibem o seu melhor inglês ou francês, confundindo, por vezes, rapidez com fluência, em vez de exigirem o respeito devido à sua própria língua, impondo-a orgulhosamente, como fazem comissários de outros países com línguas minoritárias. Uma coisa é certa: o prestígio do nosso português de forma alguma depende de um AO, da existência ou eliminação de consoantes mudas, de hífenes, ou de acentos, mas sim do prestígio dos nossos governantes, das nossas economias, do respeito de todos os que a falamos. n MAR 2012 |
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Os contos do
Cuidado com os telemóveis
O
banco ao lado é um lugar propício a observar quem conduz a viatura. Olha-se o perfil do condutor ou condutora, em regra imóvel na visão da estrada. Não é situação vulgar em circunstâncias
diferentes. Carol dava-se ao gosto de mirar o marido, Gonçalo, desse ângulo em que se olha sem ser olhado, enquanto ele acelerava a caminho do Porto. Acelerava, talvez demasiado, pois tinham partido duas horas mais tarde que o previsto. - Fui à oficina - justificou Gonçalo - ouvi uns barulhitos no motor e todos os cuidados são poucos. Afinal, limitou-se a uma afinação mas tive de esperar. - Podias ter telefonado - protestou Carol em tom carinhoso. - Não imaginei que demorasse tanto. Enquanto contemplava o marido, Carol saboreava a felicidade que tinham reencontrado. Nunca a teria perdido se não fosse a tendência para imaginar outras mulheres na vida de Gonçalo. Com uma e primeira explicação no SMS que surpreendera no telemóvel dele. Má hora aquela em que pegou no aparelho. Gonçalo demorava-se no duche e ela ouviu o toque de alerta para mensagem. Por instinto foi ver e estremeceu quando viu: "Às quatro lá estarei. Bjs. Lígia." Tombou no sofá, desorientada. Lígia? Ele tinha uma Lígia? A voz saiu-lhe rouca e agreste quando o interrogou, surgia ele de roupão: - Quem é a Lígia? Gonçalo encolheu os ombros e desenhou no rosto uma careta de ignorância: - Lígia? Não conheço nenhuma Lígia. - Ah! Não? Então como te confirma ela um encontro para as quatro? E adianta beijo! O marido riu-se. Rir é boa atitude quando se é alvo de acusação sem sentido. Leu a mensagem que Carol lhe exibia diante do nariz e abanou a cabeça: - É engano. Essa Lígia trocou os dedos. Parecendo preocupado em confirmar, apossou-se do aparelho e riu-se: 68
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- Apaga-se já! Veremos se essa misteriosa Lígia volta a dar sinais de vida. Mas não conte ela comigo às quatro - a essa hora estarei eu na complicada reunião com um cliente que não há meio de pagar as contas. Gonçalo passeava-se pela sala, bem disposto, como é próprio de quem sente tranquila a consciência. Afagou a cabeça de Carol e disse: -Tonta. Ela manteve-se em silêncio, um silêncio cheio de interrogações, mesmo quando Gonçalo a beijou nas faces, despedindo-se. De então em diante permaneceria aquela angustiosa dúvida e, a cada movimento dele, saltariam desconfianças. Como no dia em que Gonçalo informou que iria ao bar encontrar-se com os amigos do costume. O sobressalto de Carol nasceu do odor excessivo a água - de - colónia. Inquieta, não resistiu e telefonou para o bar: - Boa noite, pode informar-me se está por aí o doutor Gonçalo Freitas? - De momento, não, minha senhora. Quer deixar recado? Ela ficou num silêncio embaraçado e por fim disse: - Não. Peço-lhe mesmo que não o informe deste telefonema. Quero fazer-lhe uma surpresa. Foi a vez dela deambular de um lado ao outro da sala. "De momento, não?" Mas já tinha tempo de lá chegar. Ou seria outro o rumo dele? A custo deixou passar mais meia hora até nova ligação: - Desculpe, o doutor Gonçalo Freitas está? - Está, sim, minha senhora. Quer que o chame? - Não, não. E peço-lhe que nada diga sobre este telefonema. Talvez eu apareça aí e quero fazer-lhe surpresa. Desligou. Bom, pelo menos dessa vez ele falara verdade, não se raspara ao encontro da tal Lígia. Ou estaria com a Lígia no bar? Calma, calma, evitaria tombar num poço de ciúme sem justificação. Mais cresceu esta ideia quando viu Gonçalo voltar cedo, descontraído, até risonho quando contou: - Aconteceu algo de estranho. Duas vezes telefonou uma mulher a perguntar por mim, pedindo ao barman que não me informasse dos telefonemas. - Abriu uma pausa, esboçou um ar de mistério e disse, antecipando uma gargalhada: - Será a famosa Lígia que me anda a perseguir? Divertia-se com a ciumeira dela mas, de facto, no cérebro de Carol continuava a mover-se um medo chamado Lígia. Aquele SMS - "Às quatro lá estarei. Bj. - Lígia" - poderia apagar-se do telemóvel do marido mas não das inquietações dela. Atormentada, decidiu desabafar com Dina Luisa, amiga de confiança e mulher de longa experiência. Conversaram a uma mesa de esplanada e, depois de ouvir o relato, Dina Luisa aconselhou: - Mete-lhe um aparelho de escuta no telemóvel. ANDRÉ LETRIA
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- Como? O malandro do Pascoal fez isso comigo, a ver se me apanhava a falar com alguém que não devesse. - Desculpa, Dina, não percebo. - Eu também não percebia mas fiquei a saber. Trata-se de uma pequenina peça que se mete no telemóvel do parceiro e podemos ouvir no nosso todas as conversas dele. - Que horror! -gritou Carol. - o que aconteceu? - Um golpe de sorte. Por acaso estive dois dias sem falar ao telefone com o Bruno, um namoradito que eu tenho. E preparava-me justamente para lhe ligar quando deixei cair o telemóvel nas pedras da calçada. Olha, querida, espalharam-se peças pelo chão e valeu-me um senhor simpático e conhecedor do assunto para encaixar tudo nos lugares. Só que sobrava uma peçazinha e o homem olhou, olhou, riu-se, desvendou o mistério. Andava a ser escutada - revelou ele. - Mas isso é uma infâmia que não esperava do Pascoal! Nem eu. Mas, coitado virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Não só deixou de escutar as minhas conversas como passei a ouvir eu as dele. - Como assim? - Fácil. Dormia ele regaladamente quando lhe meti no telemóvel o presente que me dera a mim. - Inacreditável! E agora ouves os telefonemas dele e para ele? - Todinho. E até me deixa decepcionada porque a tara do malandro é ligar para esses números de chamadas eróticas e ouvir uma chica-esperta a dizer que lhe fazia isto e fazia aquilo. Gasta um dinheirão, o imbecil! –Tomou um golo da cerveja e propôs:
- Não queres meter um brinquedo desses no telemóvel do Gonçalo? - Que disparate, Dina! Eu teria vergonha de cometer tal acção! - Abanou repetidamente a cabeça, como que afastando ideia tão pérfida e acrescentou: - Aliás, nem sei onde é que isso se compra e como é que se faz... Pressurosa, Dina Luisa deu todas as informações a que juntou palavras de bem-querer: - É só para ficares descansada. Na noite seguinte, Gonçalo dormia na paz dos inocentes enquanto Carol se entregava à antipática tarefa de acrescentar o telemóvel dele com a sinistra e coscuvilheira peça. Assim passaram semanas. A cada toque, agitava-se Carol no receio de ouvir a voz da inesquecida Lígia desassossegando o seu homem. Mas nunca. Só conversas de trabalho, de amizade, brincadeiras e assuntos sérios. Só então, Carol retomou a serenidade, culpando-se de tantos pensamentos injustos. Olhava agora o perfil bem desenhado de Gonçalo e sentiu a tentação de lhe confessar que metera um ouvido dela no telemóvel dele. Seria ousado, poderia zangar-se e com razão. Numa outra noite acabaria com essa intromissão odiosa e só talvez quando fossem velhinhos contaria que, uma vez, quarenta anos atrás, cometera essa maldade. Sorriu ao antever tão longínquo momento. De súbito, a quietude da viagem foi quebrada pelo som chamativo de um telemóvel - Mudaste a musiquinha? – admirou-se Carol. - Não é o meu – disse Gonçalo. – Suponho que será o teu telemóvel. - De modo nenhum, conheço bem o toque do meu, é um trecho de ópera. Não sabes? - Claro que sei mas podes ter mudado. Então? Deve ter saído da rádio, esse som. É engraçado quando um locutor se esquece de desligar o telemóvel. Carol rodou o botão do rádio e o som continuava, agudo e persistente. - Bruxedo - disse Gonçalo. - Que raio de coisa - comentou Carol, rindo, enquanto se debruçava e corria a mão por baixo do banco em que se sentara. Acertou. Ali estava um telemóvel, igual a tantos telemóveis, e continuava a chamar. - Que é isto, Gonçalo? Tu tens um segundo telemóvel? perguntou sobressaltada. - Eu? Basta-me um para não ter sossego - tranquilizou Gonçalo, risonho. Carol segurou no misterioso objecto, premiu a tecla verde e ouviu uma voz feminina: - Lígia? n MAR 2012 |
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Crónica
Homens e Deuses Á l i c e Vi e i r a
P
or toda a parte se ouvem as mesmas notícias. Nas rádios, nas televisões, nos jornais. Atenas a ferro e fogo. Ouço palavras como "Syntagma" e "Omonia" e, de repente, estou sentada numa das suas esplanadas, bebo café, e os meus filhos, que ainda não têm dez anos, bebem copos de leite e riem porque vieram acompanhados de enormes copos de água, coisa que em Lisboa não acontece. Acabámos de chegar de mais uma ida ao Parthénon, estamos cansados. Aterrámos em Atenas há uma semana, no meio de um mês de Dezembro claríssimo e de uma aragem quase morna. Eles esmeram-se a dizer "kaliméra" quando entram na sala do pequeno almoço do hotel, e "kalispéra" no café onde lancham, embaralha-selhes um bocado a língua no "eukaristó", acham divertido que à laranja se chame uma palavra tão parecida com Portugal, e não param de rir quando ouvem dizer que "sim" é "ne", "uma coisa que se está mesmo a ver que é não!" É a sua primeira viagem de adultos. Nada de Badajoz ou Mondariz, onde às vezes vão, de carro, nas férias grandes. Desta vez meteu avião, transbordo para outro avião, e pisar uma terra de língua estranha, que eles conhecem apenas das histórias que o pai lhes conta. Estamos em Atenas sem nenhum programa, na época baixa, com raros turistas. Não nos integrámos em nenhuma excursão, ninguém orienta os nossos passos nem gere o nosso tempo. Por isso todos os dias subimos à Acrópole, aquelas escadas todas, as oliveiras de um lado e doutro, e eles a correrem por ali acima. (Nem nos passa pela cabeça que um dia isso venha a ser proibido, e os visitantes tenham de ficar a olhar tudo de muito longe…) Temos o privilégio de contar com a amizade de Teresa, uma guia só para nós - que fala um 70
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espanhol que conseguimos entender, e que os chama os dois pelo nome, assim que nos vê aparecer, depois de lhes ter explicado que têm ambos nomes de origem grega. Senta-se no meio deles e fala-lhes de Péricles, e do que significa a palavra "democracia". E fala dos heróis e dos deuses, e inventa histórias para todas aquelas pedras. Para cada dia tem sempre uma história diferente. Subir e descer a Acrópole dá-nos um cansaço bom, ao fim da tarde. E por isso nos sentamos na esplanada, o Soldado Desconhecido lá ao longe, a guarda nos seus trajos típicos. Dentro de dias voltamos a casa, Dezembro vai a meio e há que preparar o natal familiar. As crianças acabam de beber o leite, olham em volta, sabem que certamente não voltarão aqui tão cedo. Então oiço a voz do meu filho, a perguntar: – Ó mãe, onde estão agora os deuses? Lembro-me que me ri, que a irmã (possivelmente com vontade de fazer a mesma pergunta…) olhou para ele com aquele ar sobranceiro que um ano a mais lhe permitia e resmungou "és mesmo parvo!" E, na sequência das histórias de Teresa, devo ter inventado uma história qualquer num distante Olimpo, onde estariam todos a velar por nós, porque era esse o trabalho que competia a um deus. Sobretudo a um deus grego. Mas agora, de repente, diante dos meus olhos tenho as imagens de Atenas a ferro e fogo, as praças Syntagma e Omonia transformadas em campos de batalha, ruas incendiadas, lojas saqueadas, feridos, a polícia a carregar em quem protesta. E eu não sei por que de repente me lembrei destes dias de paz em Atenas, há mais de trinta anos, com um filho pequeno em cada mão. Se calhar, apenas por que de repente também me apeteceu perguntar: – Onde estão agora os deuses? n