Tempo Livre Janeiro 2015

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N.º 20 | Janeiro 2015

Solidariedade INATEL Entrevista a Eugénio Fonseca Presidente da Cáritas Portuguesa Desporto

Cultura

Sucesso do Yoga Concursos Laboral conquista de Artes INATEL outras empresas 2014

Hotelaria

Viagens

Carnavais INATEL Luso, Natureza, repouso românticos e inesquecíveis e gastronomia


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TL Janeiro 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

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Solidariedade e tradição voltadas para o Futuro

Notícias

8 Entrevista Eugénio Fonseca

10 Cultura Concursos de Artes INATEL 2014

12 Tema de capa Solidariedade INATEL

14 Desporto Sucesso do Yoga laboral

16 Hotelaria Unidade Hoteleira do Luso

17 Turismo Carnavais inesquecíveis

I

natel mais solidária. A nossa oferta de lazer e os outros serviços aos associados decorrem da natureza social de toda a nossa atividade. Não somos um mero operador turístico, e as atividades turísticas que prosseguimos são instrumentais para a realização do objetivo fundamental de proporcionar aos trabalhadores e aos menos favorecidos o acesso ao lazer, pelo turismo, cultura e desporto, numa perspetiva inclusiva e de aperfeiçoamento da cidadania. Por isso lançámos o projeto da Aldeia dos Sonhos, que proporcionou já aos habitantes de Ouguela (Campo Maior) uma visita saborosa à Capital, que não esquecerão. E no Natal fomos mais longe, lançando o Mealheiro Solidário e associando propostas de turismo a esforços de solidariedade. Ao mesmo tempo, abrimos os nossos restaurantes à população menos favorecida, convidando em parceria com Autarquias Locais e IPSS os cidadãos que estas sinalizaram e, assim, pudemos proporcionar a cerca de um milhar de pessoas uma refeição natalícia com boa animação festiva e convívio fraternal, trazendo até às nossas unidades muitos que vivem literalmente ao seu lado sem nunca as terem visitado até agora. Tradição com futuro. Entrados em 2015, iremos

comemorar ao longo do ano o 80.º Aniversário da nossa Fundação. Como é conhecido, foi em 1935 que o Estado Novo decidiu criar a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), querendo enquadrar as massas trabalhadoras, à moda da época, e subtraí-las à influência do livre sindicalismo da I República, querendo reorientar a sua ânsia de liberdade para práticas menos politizadas. Como sucede amiúde, a criatura foi muito para além da intenção do criador e a FNAT tornou-se num espaço de genuína promoção cultural e desportiva da população trabalhadora. Essa mesma tradição chegou à Fundação Inatel e vem demonstrando ter cada vez mais futuro. Por isso, caros leitores, convido-vos desde já a participarem com alegria nas atividades que irão assinalar, por todo o país, o nosso aniversário, ao longo dos próximos meses e até ao 13 de junho, a data oficial de criação da FNAT no longínquo ano de 1935. Votos de Bom Ano Novo, na companhia da nossa Fundação!

Presidente da Fundação INATEL

18 Os Contos do Zambujal

// TOME NOTA

19 Em cena no Trindade

Nova loja INATEL em Lisboa

20

Está prevista a abertura de mais

grande variedade de programas

Língua Nossa// Tempo Digital

uma loja INATEL, dia 5 de

com diferentes motivações:

fevereiro, no edifício do Teatro da

religiosas, gastronómicas,

21

Trindade, que vai oferecer uma

culturais ou desportivas para

Ecrãs: novos filmes em cartaz

ampla gama de produtos e

descobrir o melhor de Portugal e

em grupo, ou participar em

serviços na área do lazer para

do mundo.

diversas atividades de tempos

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satisfazer as necessidades de

A loja no coração do Chiado, além

livres.

Motor// Palavras Cruzadas//

associados e não associados, em

das lojas de Alvalade e Rossio,

Com esta inauguração a

Sugestões

Lisboa.

vai facilitar o acesso a todas as

Fundação Inatel passará a ter 26

Este novo equipamento da

pessoas que pretendem preparar

pontos de venda em todo o

Fundação apresentará uma

uma viagem, individualmente ou

continente e ilhas.

Jornal Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenadora de edição: Teresa Joel Logótipo: Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: Isabel Santiago Henriques Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, Gil Montalverne, João Cachado, Joaquim Diabinho, José Lattas, Mário Zambujal, Sílvia Júlio Publicidade: Direção de Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: FLAT FIELD, Marketing e Promoções Lda., Campo Raso – 2710-139 Sintra – tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 90.562 exemplares


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4 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Janeiro 2015

Trupe Euterpe vence Festival INATEL 2014

Protocolo INATEL/ Fundação de Cardiologia “Com vista ao desenvolvimento de uma cooperação institucional mútua no que respeita às atividades de lazer,

Curso de construção de Viola Beiroa

cultura e desporto, ligadas ao aproveitamento dos tempos livres dos seus associados”, a Fundação Inatel e a Fundação Portuguesa de

Trupe Euterpe, representante de Portalegre, ganhou o Festival INATEL 2014, realizado a 29 de novembro, com a apresentação, no Teatro da Trindade, de duas músicas de cariz popular, a Giesteira e a Machadinha. Gente jovem animou com “muito fôlego” – como frisou o júri – o público que se deixou contagiar pelo que ouviu tocar. “Temos muito orgulho em ter vencido e representado a nossa região. Estamos numa região desfavorecida do interior, mas mostrámos que temos capacidade e conseguimos fazer coisas boas. Somos amadores, mas a definição de amadores é aqueles que amam, e nós fazemos as coisas com muita paixão”, salienta, visivelmente satisfeito, João Brasão. Para o representante do grupo de Portalegre, “a iniciativa da Fundação é excelente, porque permite aos grupos mostrarem o trabalho em representação do que é a cultura portuguesa e que é fundamental mantermos viva. É importante este tipo de eventos para que um grupo como o nosso, que é recente, possa mostrar o que está a fazer. É crucial haver quem represente a cultura popular e quem a consiga transmitir”, afirma.

A

Homenagem ao Cante Nesta segunda edição do festival, o cante alentejano foi também homenageado. O Grupo Coral e Etnográfico Cubense Amigos do Cante recebeu uma insígnia das mãos do

presidente da Fundação Inatel. “Já estava programada a participação deste grupo de excelente qualidade de Cuba que trouxe cante alentejano ao festival, e houve esta coincidência feliz que nos permitiu homenagear a consagração mundial que a UNESCO fez ao cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade”, sublinha Fernando Ribeiro Mendes. Augusto Duarte, porta-voz dos Amigos do Cante, não escondeu a emoção no palco da Trindade: “É uma felicidade, uma alegria para todos os alentejanos e para o Alentejo em si.” Neste dia de festa para a Inatel, subiram ainda ao palco outras artes que representaram a cultura portuguesa, em especial a popular. “Muitas vezes – recorda o presidente da Fundação – esquecemonos de assimilar o património cultural que é a marca identitária de qualquer comunidade, e este festival destaca as práticas culturais mais significativas dos Centros de Cultura e Desporto (CCD), coletividades associadas da Inatel”. No festival participaram ainda, para além dos distritos de Portalegre (Sociedade Musical Euterpe) e Beja (Grupo Coral Amigos do Cante), representantes de Braga (Grupo Cénico Cultural e Beneficente de Arentim), Leiria (Sport Operário Marinhense), Setúbal (Acção Teatral Artimanha), Viseu (Grupo Cultural e Recreativo de Santo Amaro de Azurara) e da região da Madeira (Grupo de Folclore Monte Verde).

Cardiologia assinaram um protocolo, no passado dia 21 de novembro, durante o 24.º Encontro de Conselhos da FPC, no Centro Ismaili, em Lisboa. O acordo formaliza, ainda, a cedência de um conjunto de vantagens Inatel aos Amigos da Fundação Portuguesa de Cardiologia. A Fundação Inatel esteve representada pelo seu presidente, Fernando Ribeiro Mendes, e pelo vogal do conselho de administração, Álvaro de Sousa Carneiro. Pela Fundação de Cardiologia assinou o seu presidente, Manuel Oliveira Carrageta.

I

ntegrado no projeto de revitalização da Viola Beiroa, desenvolve-se desde julho de 2014 o curso de construção artesanal deste instrumento, promovido pela Associação Recreativa e Cultural Viola Beiroa com o apoio da Inatel e da autarquia de Castelo Branco. O curso de construção de viola beiroa tem como objetivo garantir o retorno à região de construtores locais, sedimentando conhecimentos e práticas do património cultural local num trabalho focalizado na configuração e nas dimensões dos instrumentos musicais sobreviventes e de recuperação, com exatidão, da legítima denominação da beiroa em termos formais e tímbricos. Em dezembro assinalou-se o término do curso, orientado pelo professor Eduardo Loio, que partilhou, com catorze formandos, métodos e técnicas de construção inovadores e saber artesanal, para a criação de réplicas da viola beiroa identificadas por Ernesto Veiga de Oliveira, na obra Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Dotados de novos instrumentos e de qualidade, construídos pelos próprios, os alunos que frequentaram este curso, encontram-se habilitados para promover outra componente de salvaguarda desta viola de arame, relacionada com processos de fabrico e materiais utilizados, partilhando com o público uma relação privilegiada com as “suas” beiroas. O curso de construção de viola beiroa continua em fevereiro, com a duração de seis meses, e a oficina, localizada na sede da Associação Recreativa e Cultural Viola Beiroa, encontra-se em atividade dando resposta a encomendas e reparações ou restauro de cordofones.


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TL Janeiro 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 5

// COLUNA DO PROVEDOR

Manuel Camacho provedor.inatel@inatel.pt

is-nos chegados a mais um novo ano. Mais uma vez aquela sensação estranha que nos acontece ano após ano de que tudo pode melhorar, sofrer uma alteração positiva. Tudo parece encher-se de uma nova harmonia que leva ao otimismo e à esperança. No entanto, também muito frequentemente, depressa nos apercebemos de que este espírito vai perdendo dinâmica, força, e afinal acaba por não acontecer nada que mereça sequer ser evidenciado como alguma coisa de “novo”. Ainda assim vale a pena acreditar nas pessoas e é por isso que continuo a ser otimista. Tivemos um exemplo disso no passado mês com o “Toca a Todos”, um movimento solidário de apoio a crianças em risco. E foi muito motivante ver gente conhecida, mediática ou simplesmente anónima irmanada na mesma vontade de ajudar, da forma que melhor sabia e podia. Rendeu muitos empenhos, muitos apoios e cerca de 410.000 euros. Que bonito é, quando remamos “todos” para o mesmo lado! Só é pena que não seja sempre assim… Um 2015 mais solidário para “todos”.

E 21 de abril a 4 de maio, no Brasil 15.º Encontro Luso-brasileiro A Fundação Inatel e a Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade (ABCMI) organizam a 15.ª edição do Encontro Luso-Brasileiro de Turismo Sénior/Melhor Idade, de 21 de abril a 4 de maio, no Brasil

D

estinada a participantes com idade superior a 60 anos, a iniciativa tem já forte tradição e decorre alternadamente nos dois países, visando estimular o convívio e fortalecer os laços entre Portugal e o Brasil e promover o bem-estar e qualidade de vida dos seniores. Fomentar o debate centrado em torno das questões que preocupam todos os que estão direta, ou indiretamente, envolvidos no trabalho junto dos cidadãos seniores, também é outro objetivo. O Encontro Luso-brasileiro deste ano é também uma oportunidade para visitar o Brasil com a qualidade do parceiro desta edição, o SESC (Serviços Sociais do Comércio), organização brasileira congénere da Inatel, que tem o objetivo de proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos associados de todos os estados brasileiros. A Educação, Saúde, Cultura e Lazer

50

na Anos EL INAT

são as suas principais áreas de atuação. De Porto Alegre a Belo Horizonte O programa de 14 dias inclui visitas a Porto Alegre, Gramado, Florianópolis e Belo Horizonte, com alojamento nas unidades hoteleiras do SESC. Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, é uma cidade rica em cultura e história e um dos centros urbanos mais arborizados do país. De realçar que um conjunto de múltiplas expressões, origens étnicas e religiosas faz de Porto Alegre um raro espaço onde imigrantes de todo o mundo, católicos, judeus, protestantes, muçulmanos, foram bem acolhidos. Porto Alegre, multicultural por natureza, é terra de grandes escritores, inteletuais, artistas e políticos que marcaram a história do Brasil. A paragem seguinte será Gra-

mado, uma das mais charmosas cidades da Serra Gaúcha, onde se destacam os parques, a arquitetura e a gastronomia. Chegados a Florianópolis serão dois dias para participar nas atividades do Encontro. Florianópolis, considerada “o melhor lugar para se viver no Brasil”, é um destino cada vez mais procurado devido às suas praias perfeitas, marisco delicioso, e à combinação de uma grande cidade moderna com fortificações coloniais do século XVI, com mercados e parques tranquilos. Belo Horizonte, outra das cidades do programa, é uma cidade que também mistura modernidade com ruralidade. Localizada entre montanhas, rodeada por cascatas e cidades históricas, a capital de Minas Gerais conta com um valioso património arquitetónico que mistura construções clássicas com as linhas curvilíneas de Oscar Niemeyer.

Completam, no mês de janeiro, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: Angela Ferreira Neves, João Ferreira Neves, Manuel Nascimento Mendes, de Lisboa; Carlos Branco Sebastião, de Sintra; Luis Almeida Silva, de Oeiras; Zeferino Silva Costa, de Loures.


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6 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Janeiro 2015

Fundação INATEL e INFOTUR em Cuando Cubango e Namibe

Angola aposta no Turismo Social Na sequência de uma iniciativa do Governo de Angola, em parceria com a Fundação INATEL, no sentido de implementar, no território angolano, programas de turismo social, decorreram no passado mês de novembro, visitas técnicas nas províncias de Cuando Cubango e Namibe

O

s trabalhos foram realizados pela equipa técnica do Instituto de Fomento Turístico angolano e pela equipa técnica da Fundação Inatel, constituída por Rui Paulo Calarrão, Igor Gomes Neto e Paulo Canário. As visitas tiveram, ainda, a participação da equipa interministerial para a implementação do Turismo Social em Angola, composta por representantes dos ministérios envolvidos no projeto de Turismo Social, e responsáveis de agências de viagens, por forma a contactarem diretamente com a realidade turística das províncias visitadas. A equipa técnica, acompanhada por especialistas da direção provincial do Comércio, Hotelaria e Turismo, realizou um trabalho de levantamento das infraestruturas e das condições existentes para a prática do turismo na província de Cuando Cubango. No conjunto dos trabalhos desenvolvidos incluiu-se uma receção promovida pelo vicegovernador, Ernesto Fernando Kiteculo, e reuniões de trabalho com as direções provinciais da Cultura, Educação e Transportes. As visitas de prospeção tiveram como objetivo principal avaliar as condições existentes no terreno para a prática do Turismo Interno, com grupos constituídos por 50 pessoas, bem como reunir com os operadores de turismo e unidades hoteleiras que atuam no município de Menongue.

“Turismo Interno – Uma Aposta de Futuro” O resultado dos trabalhos realizados na província de Cuando Cubango foi apresentado num seminário, intitulado “Turismo

Turismo Jovem, destinado a participantes entre os 18 e 35 anos de idade; Turismo para Famílias; e Turismo Sénior, destinado a pessoas com mais de 50 anos. Interno – Uma Aposta de Futuro”, que decorreu no dia 18 de novembro, na sala de reuniões do governo provincial, presidido pelo administrador de Menongue. O diretor de Inovação Social da Fundação Inatel, Rui Calarrão, apresentou o plano estratégico para a implementação do Turismo Social em Angola, com um programa-tipo de turismo para a província de Cuando Cubango, bem como os programas de Turismo Social previstos para serem desenvolvidos naquele país, nomeadamente, Turismo Júnior, destinado a jovens entre os 7 e os 17 anos;

Impacto económico No dia 19 de novembro, a equipa de trabalho deslocou-se no 1.º comboio de Turismo Social, de Menongue para Namibe, através da linha de caminhos-de-ferro de Moçâmedes, acompanhada de estudantes de Cuando Cubango, e, a 20 de novembro, já no Namibe, a equipa foi recebida pelo governo provincial tendo como objetivo a apresentação, àquele órgão, do plano estratégico para implementação do Turismo Social em Angola. Nesse mesmo dia, a equipa foi acolhida pelo administrador do município de Bibala, para uma visi-

ta de trabalho às instalações das águas termais de Montipa, onde foram apresentadas soluções de aproveitamento daquele local para a prática de turismo termal. No dia 21, realizou-se um novo seminário, “Turismo Interno – Uma Aposta de Futuro”, com cerca de 250 participantes, no Hotel Infotur Namibe, onde foi sublinhada a importância do Turismo Social para a província do Namibe. Do resultado destes primeiros trabalhos concluiu-se que a implementação do Turismo Social será um incentivo para o desenvolvimento de Angola. A equipa técnica pretende alargar este trabalho às restantes províncias daquele país, convicta da contribuição que o Turismo interno poderá oferecer à dinamização da economia angolana.


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TL Janeiro 2015 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // 7 // À CONVERSA COM...

Férias e viagens Nas viagens da Fundação tenho encontrado pessoas que me têm marcado muito, são realmente amigos e companheiros. Sobre os programas de

OFICINAS dos Tempos Livres

turismo sénior sublinha que viaja, normalmente, “acompanhada por Nesta edição o TL conversou

amigas. Estes passeios são

com Marco Sá Vieira, 36 anos,

uma forma de convívio,

inscrito na INATEL do Funchal,

colmatando os momentos de

desde 2012, “por sugestão de

solidão que são trocados por

amigos e também por que as

dias radiantes envoltos de

vantagens eram evidentes,

muita alegria e diversão, sem

entre outras, os preços nas

esquecer a gastronomia e a

unidades hoteleiras para

riqueza de conhecermos aquilo

passar uns dias de férias, e os

que é nosso, do nosso

descontos em combustível com

Portugal”.

o cartão BP”.

Fala da Fundação como “uma

Para este novo associado, a

família numerosa muito

Fundação representa “férias,

acolhedora”, elogiando os seus

lazer, ar livre, diversão”.

serviços, particularmente no

Agradam-lhe, particularmente,

Funchal, onde conta com a

as ofertas de hotelaria e as

“simpatia e boa organização de

viagens, “já passei – recorda –

todos os colaboradores.

uns dias nas unidades

Observo – que a atividade

hoteleiras de Porto Santo,

desenvolvida ao longo de

Oeiras e Santa Maria da Feira,

quase 80 anos pela Fundação

e todas são recomendáveis.

tem sido um trabalho brilhante

Quando fiquei alojado em

nas mais diversificadas

Oeiras achei o sítio fantástico,

aéreas”.

gosto muito de estar à beira mar e apreciar as paisagens”. Também para Maria Rodrigues Freitas, 79 anos, inscrita no início de 2012, viajar é o seu principal interesse na ligação à Inatel. Desde então, diz, já fez “cerca de 35 viagens, nacionais, internacionais, turismo

NAO FIQUE PARADO NO TEMPO

Horta Ponta Delgada Braga Coimbra Faro Lisboa Porto Viana do Castelo

INSCRIÇÕES A DECORRER

para todos, e também turismo sénior, entre as quais, uma das viagens que recordo com especial carinho foi a África do Sul.

MAIS INFORMAÇÕES:

www.inatel.pt


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8 // ENTREVISTA // TL Janeiro 2015

Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa

“É importante crescermos na cultura da solidariedade” Eugénio Fonseca, 57 anos, natural de Setúbal, filho de um pescador e de uma operária conserveira analfabeta, contrariou a ideia de que a pobreza geracional é uma fatalidade, tal como ainda hoje muitos acreditam. Os livros por onde estudou eram emprestados pelo Grémio das Conserveiras e devolvidos no final do ano letivo para outros os utilizarem. Em entrevista ao Tempo Livre, o presidente da Cáritas Portuguesa realça o dever de todos em contribuir para a construção do bem comum. Um grande propósito para 2015 e para os anos vindouros resceu no Bairro Santos Nicolau, onde ainda se junta com os amigos de sempre para os almoços de domingo. Hoje não esconde que também foi pobre – embora já tivesse tido vergonha de assumir aquela que foi a sua condição na infância. Nos seus tempos de menino, ansiava que chegasse o sábado para poder comer a “sopa mais consistente com feijão e massa ou arroz”. A sua vivência não o revoltou mas deu-lhe força anímica para ajudar a reerguer os que estão na periferia da sociedade portuguesa. Testemunhou de perto o combate de D. Manuel Martins, conhecido como o “bispo vermelho”, na defesa dos mais pobres. Foi pela mão daquele prelado que chegou à Cáritas. A solidariedade é um bom propósito para 2015 e para o resto das nossas vidas? A solidariedade não tem de ser apenas um propósito, tem de ser uma forma de ser. Uma coisa é termos um gesto solidário, outra coisa é sermos solidários. Ser solidário é sentir que o outro é parte de mim mesmo e eu sou parte dele. Ambos não podemos viver um sem o outro, estamos feitos para a interdependência. Só seremos felizes e conseguiremos alguma realização na medida em que, à nossa volta, outros se realizam e são felizes. É importante

C

crescermos na cultura da solidariedade. A solidariedade educa-se, não se ensina. Como é que se educa para a solidariedade? Pelo testemunho. Eu tornei-me mais solidário, porque vi um bispo a fazer estas coisas. Embora lá em casa sempre houvesse isso, mas na perspetiva da esmola, não do Direito. Lá em casa, mesmo na pobreza, partilhava-se com os pobres. Recordo-me que a 1 de novembro, Dia de Todos os Santos, os pobres estavam à porta do cemitério e o meu pai dava-nos umas moedinhas para distribuirmos por cada pobre. Eu tinha uma visão – como muitos hoje têm – da fatalidade da pobreza, que nascíamos naquela condição e não merecíamos mais que aquilo. A pobreza é fruto de uma injustiça, do egoísmo. A pobreza pode desaparecer do mundo, se quisermos. É por isso que se deve dar muita importância às práticas de solidariedade. Em 2015, cada um deve fazer o propósito de ser parte da construção do bem comum, que não passa apenas pela solidariedade. Passa também por onde? Passa pela corresponsabilidade, e isso faz com que muitos tenham a coragem de abdicar de privilégios que não fazem sentido nenhum e de recursos que são excessos. Esta

crise que estamos a viver deixou um rasto de sofrimento e vamos ter de repensar a forma como estávamos a construir Portugal. Depois desta crise, Portugal não será o mesmo. Nós temos de fazer uma opção por critérios de sobriedade para não termos austeridade. Os portugueses são um povo solidário. Ainda é possível partilhar com os parcos recursos de muitas famílias portuguesas? Dizia há pouco que, mesmo sendo oriundo de uma família pobre, na sua casa partilhava-se com os mais pobres… Ao longo do ano, temos sempre a partilha de gente anónima que até nem quer recibos para deduzir em IRS. Quando me escrevem, dizem: “É pequenino o meu contributo, a minha reforma também é baixa, mas haverá pessoas a sofrer mais que eu.” Mas a partilha não é só dinheiro. Ficar no desemprego, não é apenas perder salário, é perder-se estatuto social, é ganhar a convicção que se é ninguém. Isto não se paga com dinheiro – pagase com a presença, com a dádiva do tempo. Há dias participei num programa em que um dos interlocutores dizia que ninguém o podia obrigar a ser solidário, desde que pagasse os seus impostos. Isto é uma visão redutora da participação dessa tal corresponsabilização. Acho que o

primeiro ato de solidariedade para a construção do bem comum é pagar os impostos. Mas isso só não basta. Depois, tenho de agir. Ser solidário é uma das expressões de cidadania, porque eu não posso deixar de lutar pela justiça, pela dignidade das pessoas. Considera que, por vezes, as pessoas são mais solidárias com receio de poderem também elas um dia cair numa situação de grande fragilidade? Já ouvi expressões como “dou a ajuda que agora posso, amanhã não sei se serei eu a precisar”. É uma forma de motivação… A solidariedade tem se ser algo genético em nós. Somos feitos pelos outros e, portanto, não pode ser apenas o conjunto de atitudes solidárias. Mas o contrário, sim. Nestes últimos três anos tenho tido muitos testemunhos de gente, que até criticava os pobres e essa célebre medida do Rendimento Mínimo Garantido – que tem sido tão ostracizada em Portugal –, que hoje diz “nunca pensei chegar aqui, agora é que eu compreendo”. Ao optarmos pelo estilo de vida solidário, estamos a garantir o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos, porque criamos uma coesão social mais forte e os recursos são melhor distribuídos. Adquirimos uma consciência da sobriedade de não entrar em excessos. A nossa solidariedade nunca pode ter


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TL Janeiro 2015 // ENTREVISTA // 9

razões interesseiras, mas podemos ter a convicção de que aquilo que fazemos nos segura e segura os nossos vindouros. O perfil das pessoas que procuram a Cáritas está a mudar muito? Mudou radicalmente. Por isso eu digo que Portugal vai mudar. O grande desafio que está a ser colocado aos grupos de ação social, à Segurança Social, à Igreja, é que nós não vamos só ter de trabalhar a questão da pobreza geracional ou dos que têm baixas qualificações e baixos salários. Esta crise bateu no coração da sociedade. A classe média não é a mesma de há 20 anos, porque evoluiu nos conhecimentos escolares. Tivemos pessoas com licenciaturas a pedirnos apoio: advogados, professores, arquitetos… As pessoas com esta cultura trazem uma perceção da sua condição diferente daquelas que julgam que caíram numa casta e não merecem mais do que isto. Estas pessoas têm o sentido dos seus direitos. Perante as novas circunstâncias, qual é o grande desafio para o futuro? O grande desafio agora é termos a possibilidade de dar voz aos pobres, porque os pobres hoje têm condições para se fazer ouvir. Assim nós o queiramos. Esse desafio passa pela requalificação dos nossos agentes da ação social. A maior parte desses agentes

sociais são voluntários que têm dado muito, mas a idade também já vai trazendo limitações; a criatividade, a capacidade de risco e de sonhar baixam. Algumas destas pessoas não têm preparação académica capaz para entrar em diálogo com este novo tipo de pessoas. Todas as instituições – mesmo o Estado – têm de mudar a sua metodologia de intervenção. Também não se deve esquecer a justiça para não cairmos no tal assistencialismo, que gera dependência. Não quero um Estado paternalista que faça tudo pelas pessoas, em vez delas. Eu defendo a democracia. Democracia é a participação de todos que não se limita à dimensão representativa. A Cáritas e a Inatel têm em comum a missão de promover a inclusão de todos, embora o façam em âmbitos diferentes. Como olha para o papel que a Inatel tem tido na sociedade portuguesa? Já tenho participado em muitas e variadas ações da Inatel. É um organismo que procura a inclusão por uma vertente que é fundamental e nem sempre valorizada: o acesso à vivência da cultura. Os muitos programas da Inatel têm o denominador comum de fazer com que as pessoas se juntem e tomem este sentido de sociabilidade. Quando vejo um grupo de pessoas com malas numa

“Quando a Inatel dá qualidade aos seus equipamentos e à prestação dos serviços está a valorizar as pessoas”

estrada da minha cidade, penso logo que estão à espera do autocarro da excursão Inatel. Se calhar, aquelas pessoas encontraram-se ali pela primeira vez e começaram logo a criar laços de amizade – isto é integração. A Fundação Inatel percebe que o tempo de vida tem de ser um tempo vivido de forma sadia. Sendo um tempo de ocupação dos tempos livres, junta a isso a qualidade do tempo. Que opinião tem das unidades hoteleiras da Fundação Inatel? Conheço algumas unidades hoteleiras e acho muito interessante que todas pugnem pela qualidade, sabendo eu que são para públicos muito específicos. E isso contraria o que perpassa em muitas mentalidades: “Para os pobres, qualquer coisa serve.” Quando a Inatel dá qualidade aos seus equipamentos e à prestação dos serviços está a valorizar as pessoas, porque os beneficiários da Inatel não são os que têm possibilidades de ir para um hotel

de 5 estrelas. Valorizo também na Inatel a capacidade de parceria, o trabalhar em rede. É um organismo que percebe que só se constrói em conjunto. Nunca houve desafio nenhum que tivesse feito à Inatel, na utilização de instalações, na colaboração para eventos, em que a resposta não fosse outra senão esta: “Vamos tratar disso.” Por exemplo? Tive de receber uma delegação de jovens com algumas precariedades económicas e logo se abriram as portas da unidade da Costa de Caparica. E as pessoas ficaram agradadas não só pelo espaço, mas pelo acolhimento. Há este saber de que as instituições não existem para aqueles que as orientam, mas para os outros. Uma vez participei num encontro promovido pela Secretaria de Estado da Cooperação Portuguesa, realizada na unidade de Santa Maria da Feira, que é excelente, e pensei cá comigo: não haveria a possibilidade de a Inatel proporcionar férias a famílias pobres, que nunca viram o mar ou alguns monumentos, beneficiando daquelas condições todas, onde há piscina, podem jogar futebol e fazer outras coisas? É curioso estar a referir isso, porque recentemente a Inatel proporcionou a realização de sonhos dessa natureza a habitantes das aldeias mais isoladas do país… Isso é trabalhar a autoestima das pessoas. É investir na valorização das pessoas. Uma última pergunta: Como é que o presidente da Cáritas ocupa os seus tempos livres? Tenho poucos. Quando os tenho é para estar em casa a ler. Gosto muito de ler, alternadamente, biografias – tenho devorado todas as que têm saído do Papa Francisco – e temáticas sociais, económicas e de justiça. Noutros tempos livres, gosto muito de estar com amigos. Todos os domingos almoço com a família que eu chamo de afetos. Somos 27 pessoas à mesa. É uma alegria. Sílvia Júlio


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10 // CULTURA // TL Janeiro 2015

Concursos de Artes INATEL 2014

O

mês de dezembro assinalou projetos distinguidos com prémios e menções nos Concursos de Artes INATEL ART-IN: Novos Textos/Teatro (18.ª edição), Artes Plásticas (10.ª edição) e Vídeo (9.ª edição), promovidos a nível nacional com o objetivo de estimular e incentivar a criação e produção artística nas áreas de vídeo, dramaturgia e artes plásticas. A Mostra do Concurso de Vídeo e respetiva entrega de prémios decorreu nos dias 13 e 14 de dezembro, no Cinema City Alvalade, em Lisboa. O júri deste ano, constituído por Rui Simões, Rita Redshoes e Maria do Carmo Piçarra – com base numa pré-avaliação pela responsável pelo Setor da Cultura na Comissão Nacional da UNESCO, Clara Bertrand Cabral, das obras concorrentes ao Prémio Património Imaterial, género documental – considerou vencedor o documentário “Poço das Almas”, uma produção da Escola Superior de Cinema, com realização de Filipa Pinto, que nos transmite, sem recurso a palavras, vários momentos do dia-a-dia num cemitério. Um filme a preto e branco, corajoso e desassombrado, que contrasta com a cor e vivacidade de

“Imaginarium”, de Pedro Resende, Carlos Quesada e Helena Vizcaino, vencedor do Prémio Fundação Inatel, no género ficção, obra tecnicamente irrepreensível, que combina live-action com cinema de animação. Já João Cristóvão Leitão arrecadou o Prémio Jovem Realizador, pela sua arrojada obra, “O Retrato de Mónica”. O júri atribuiu ainda menções honrosas aos filmes “A Carruagem”, de João Vasco e Anne Victorino D’Almeida, e “Flutuando”, vídeo com a chancela da Palha de Abrantes – Associação de Desenvolvimento Cultural (CCD Inatel). Teatro e Artes Plásticas A entrega de prémios dos Concursos de Teatro/Novos Textos e de Artes Plásticas decorreu no dia 19

de dezembro, na Galeria da Associação Portuguesa de Escultura e Pintura, em Lisboa, incluindo o lançamento da edição dos textos vencedores, com sessão de autógrafos, e a inauguração da exposição das obras de arte selecionadas e premiadas. Promovido com o objetivo de estimular novos autores para a escrita de textos originais em língua portuguesa e de distinguir novos valores literários na área do teatro, o concurso de Teatro Novos Textos, na sua 18.ª edição, reuniu 32 textos originais concorrentes. O júri, composto por Claúdia Lucas Chéu, Diogo Dória e Maria José Pascoal, decidiu por unanimidade premiar os textos “Os Renegados”, da autoria de José Manuel da Silva Barros (Grande

Prémio), e “No dia em que te foste, arranquei o meu coração e dei-o a comer aos porcos” da autoria de Paulo Jorge Rodrigues de Freiras (Prémio Miguel Rovisco). Foram ainda distinguidos com menção honrosa os textos “A Vítima”, da autoria Isabel Teles Menezes, e “Lá Fora”, da autoria Ana Lúcia Teixeira Magalhães. Aberto a todas as expressões de artes plásticas, indo ao encontro das várias manifestações artísticas que definem a arte contemporânea, o Concurso de Artes Plásticas, na sua 10.ª edição, reuniu 141 obras concorrentes nas categorias de pintura, escultura, instalação, fotografia e desenho. Destas obras, foram selecionados 25 trabalhos que se encontram expostos e patentes ao público até 17 de janeiro, na Galeria da Associação Portuguesa de Escultura e Pintura. O júri, constituído por Domingos Rego (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa), Fabrice Ziegler (artista plástico e programador cultural em Artes Visuais) e Jaime Silva (Sociedade Nacional de Belas Artes), distinguiu as obras “One and four concrete perspectives” de Segismundo (instalação) e “Construção I” de Fátima Teles (escultura).

FESCÉNIA – 2ª Mostra de Teatro INATEL Santarém

Conquistar novos públicos de teatro

N

uma organização da Fundação Inatel, decorreu, entre 14 de novembro e 20 de dezembro, a 2.ª Mostra de Teatro INATEL Santarém – FESCÉNIA com o objetivo de aprofundar as relações de cooperação com as coletividades associadas da Fundação. A mostra procurou promover e dar palco ao teatro associativo e divulgar o trabalho desenvolvido pelos grupos de teatro CCD Inatel, valorizando a atividade teatral e a

formação cultural local, refletindo as artes performativas no distrito. Foram apresentadas oito peças de teatro em outras tantas salas de espetáculo, com a participação dos grupos de teatro Veto Teatro Oficina, Ultimacto, Teatro Meia Via, Te-Ato, Olimpo Teatro, Companhia Poucaterra e Associação Aqui Há Gato /Teatrinho. Estes grupos apresentaram diversas propostas artísticas e géneros teatrais variados dirigidos a públicos adultos, infantis e

juvenis, fazendo desta iniciativa uma expressiva montra do trabalho desenvolvido em contexto associativo. A FESCÉNIA desafiou a comunidade a aproximar-se da produção cultural das associações igualmente com o objetivo de conquistar, cativar e formar novos públicos para o teatro. Nesse sentido, a aposta na oferta de espetáculos de entrada gratuita, abrindo portas a toda a comunidade, reve-

lou-se gratificante tanto para os grupos participantes, como para a Inatel, como entidade promotora. Para além do empenho e a qualidade de trabalho demonstrado pelos grupos envolvidos, a Fundação salienta a colaboração das autarquias e salas de espetáculo, bem como das instituições e meios de comunicação locais, que se associaram contribuindo para o sucesso desta iniciativa, que contou com cerca de um milhar de espectadores.


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TL Janeiro 2015 // ARQUIVO HISTĂ“RICO // 11

Elevação cultural pelo lazer: Serão para trabalhadores

espectĂĄculo, documentado nas fotografias apresentadas, teve uma assistĂŞncia superior a duas mil pessoas e contou com as participaçþes, entre outras, da Orquestra TĂ­pica Portuguesa e dos quartetos feminino e masculino da Emissora Nacional. A aposta no bem-estar dos trabalhadores e suas famĂ­lias, proporcionando-lhes tempo de lazer de qualidade como forma de combater a monotonia no trabalho e fomentar a produtividade – desde sempre preocupação da F.N.A.T. /INATEL –, foi ensaiada precisamente naquela povoação, no Ăşltimo quartel do sĂŠculo XVIII, pela mĂŁo do empresĂĄrio inglĂŞs William

Stephens (1731-1803), fundador da Real FĂĄbrica de Vidros da Marinha Grande. Segundo Lord Holland (1773-1840) – reputado estadista inglĂŞs que visitou aquelas instalaçþes em finais de 1808 e cujo diĂĄrio se encontra disponĂ­vel em portuguĂŞs –, Stephens â€˜â€Śmantinha os seus operĂĄrios em tal estado de disciplina e apego Ă sua pessoa, que fez deles mĂşsicos e actores. Construiu um teatro razoavelmente grande, onde costumava exibir Ăłperas italianas bastante boas, sem grande despesa para alĂŠm dos trajes e dos cenĂĄrios.’ JosĂŠ Baptista de Sousa [O autor escreve de acordo com a

apresenta

D GH] ‡ 4 ª a s å b 2 1 h 3 0 ‡ dom18h00 ‡ M 12

DEUS, O CRIADO DE CAMUS de Afonso Cruz

antiga ortografia]

SALA ESTĂšDIO

R

ealizou-se em 25 de Maio de 1945, no Mercado Municipal da Marinha Grande, o 143.Âş SerĂŁo Cultural para trabalhadores, dedicado aos operĂĄrios da indĂşstria vidreira. O

Bibliografia: Lord e Lady Holland; John Allen, TrĂŞs diĂĄrios de viagem em Portugal em 1808-1809 / Invest., trad., intr. e notas JosĂŠ Baptista de Sousa (Lisboa: CaleidoscĂłpio /CETAPS, 2011), p. 138; Brito Aranha, ‘A Fabrica de Vidros da Marinha Grande: I’, in: Archivo pittoresco, vol. 11 (1868), pp. 44-46. Fotos: Avis. – Fundação INATEL | Arquivo FotogrĂĄfico

D GH] ‡ 4 ª a s å b 2 1 h 4 5 ‡ d o m 1 7 h 0 0 ‡ M 16

teatrotrindade.inatel.pt


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12 // TEMA DE CAPA // TL Janeiro 2015

De Ouguela, Aldeia dos Sonhos

“Hoje vi outras coisas e sinto-me feliz…” A Fundação Inatel realizou os sonhos dos habitantes de Ouguela, vencedora do programa Aldeia dos Sonhos. Pombares recebeu uma das menções honrosas e as suas gentes tiveram, igualmente, a oportunidade de concretizar o que há muito acalentavam. Em maio, caberá à aldeia de Pereiros concretizar o sonho de viajar no rio Douro

P

elo sonho é que vêm. Ouguela foi eleita a Aldeia dos Sonhos pela Fundação Inatel e os seus habitantes visitaram Lisboa para realizar os desejos de uma vida. Tomás Raimundo, 82 anos, está pela primeira vez junto da Torre de Belém, onde um dia outros portugueses sonharam novos mundos. Este octogenário avistou ali um outro mundo: “Isto é muito bonito; não basta passar a vida no campo. Este projeto foi muito bem feito, senão não víamos nada, não é? Não temos posses para vir cá. As reformas são pequeninas, não dão para a gente ir gozar.” Isabel Moacho, 61 anos, quis visitar o interior da Torre de Belém. Acena para os seus conterrâneos e levanta o polegar para mostrar o seu contentamento. «Gostei de ver tudo. A gente assim já sabe dizer que veio cá», conta, orgulhosa. Alguns dos moradores desta aldeia isolada do país já conheciam a capital por virem a consultas médicas. O hospital era dos poucos destinos onde iam sempre que vinham a Lisboa.

Solidariedade O projeto Aldeia dos Sonhos mostrou outras rotas: “A Fundação Inatel tem uma característica muito importante, que é o seu sentido de solidariedade na sua ação, para ajudar aqueles que têm dificuldades em aceder a certos serviços e bens que tornam os momentos de lazer mais agradáveis e criativos. Sabemos que há populações em Portugal que

vivem em pequenas aldeias e pequenos lugares que sofrem de muito isolamento, e isso levou-nos a pensar na possibilidade de concretizar um pequeno sonho. Cumprimos a nossa missão que é de ajudar à inclusão de todos através de atividades de tempos livres”, sublinha Fernando Ribeiro Mendes, presidente da instituição que, em 2015, celebra 80 anos de existência. Esta iniciativa Inatel já está a impulsionar a concretização de outros sonhos antigos desta população: “A nossa aldeia está a sofrer uma intervenção que se chama ‘Revitalizar Ouguela’ por parte do município e da junta de freguesia, e este projeto da Fundação Inatel foi a rampa de lançamento para tudo o que se está a pensar fazer por lá. Em janeiro, iniciam-se as obras de requalificação e reconstrução da muralha do castelo e de toda a sua envolvente. Vamos recuperar também os passeios pedestres, como a rota dos contrabandistas e dos grous”, garante Miguel Tavares, 40 anos, presidente da junta de freguesia. Miguel Tavares sublinha o “enorme potencial turístico da aldeia, quer pelas suas paisagens quer pelas suas gentes extraordinárias, que sabem receber. Estes projetos vão deixar marcas positivas na população que vai visitar Ouguela”. Os 62 habitantes permanentes desta aldeia, no interior profundo de Portugal, esperam um novo futuro. O isolamento começa agora a ser quebrado. Até já houve contactos de operadoras de comunicação móveis

interessadas numa maior cobertura de rede naquela que foi considerada a Aldeia dos Sonhos. “Nós iremos colocar Ouguela como uma aldeia de referência em circuitos turísticos para o alto Alentejo”, realça Ribeiro Mendes. Esse é um dos grandes sonhos de Vanessa Encarnação, 25 anos, que não quer que a sua aldeia fique esquecida do resto do país. Mas o sonho que a traz a Lisboa é ir “à catedral ver o Benfica ganhar”. Enquanto viaja no autocarro que a conduz ao estádio da Luz, insere fotografias nas redes sociais através do telemóvel: “Estou a publicar a foto da minha mãe junto da Torre de Belém para os meus irmãos que estão no estrangeiro verem…”, conta. A mãe, Maria Clotilde Encarnação, 63 anos, mãe de 10 filhos, veio cumprir o seu sonho: “Adoro o Benfica; vou adorar ver Jesus e Luisão. Se não fosse isto, nós nunca tínhamos vindo ver estas coisas todas. Era impossível. Não estávamos à espera de ganhar, porque a nossa aldeia é muito pequenina e está abandonada, quase em Espanha.” Carlos Alfacinha, 75 anos, está comovido com tudo o que está a viver. “Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida”, conta. A emoção, justifica, é “porque ainda se faz o bem”. O sonho de ver o mar… O grupo vindo de Pombares, uma das aldeias que recebeu a menção honrosa, juntou-se aos habitantes de

Ouguela na Luz. Afonso Domingos, 43 anos, representante da União das Freguesias de Rebordainhos e Pombares, visita o Museu Cosme Damião, do Benfica com um sorriso largo: “É a primeira vez que estou aqui. É um grande orgulho poder


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fazer esta visita ao fim de tantos anos. Tinha este anseio desde miúdo.” De Pombares vieram 14 habitantes. Outros foram ao Porto e a Viana do Castelo. Enquanto uns realizavam os sonhos no estádio da Luz,

outros foram assistir à revista “Tudo isto é fardo”, no Teatro Maria Vitória. Também aqui os habitantes das duas aldeias se misturaram num saudável convívio. António ‘Camões’ – é assim conhecido em Ouguela –, 84 anos, ficou deslumbrado com o espetáculo: “Já não via [uma revista] há 60 anos. É uma coisa de louvar fazerem estas coisas. Para quem passa a vida encolhido só a olhar para as azinheiras… Hoje vi outras coisas e sinto-me feliz.” É chegado o momento de os habitantes de Ouguela regressarem à sua aldeia de peito cheio. Os de Pombares ainda ficam mais um dia para realizarem mais sonhos. Diana Alves, 12 anos, está pela primeira vez em Lisboa: “O meu sonho era ver o espetáculo dos golfinhos. Adorei, foi lindo.” Ramiro Augusto Pires, 77 anos, parece uma criança, tal o espanto que expressa no rosto: “Eu nunca tinha estado em Lisboa. Adorei ver o jardim zoológico, as focas, os golfinhos. Adorei ir ao Benfica; fomos também a Fátima... Gostei de ver tudo o que já vi.” Quem está ansioso para regressar a Pombares e contar tudo o que viu é o Bruno Tomé, sete anos, o habitante mais novo desta aldeia do concelho de Bragança, que visitou o Oceanário. O seu receio é que os colegas não acreditem que viu tubarões: “Eu disse na escola que ia ao Oceanário e eles não acreditaram. Vou contar o que se passou nesta viagem, se eles acreditarem, fico feliz.” Ana da Conceição Diegues, 52 anos, nem quer acreditar que já cumpriu o seu sonho de ver o mar. A viagem oferecida pela Inatel levou os habitantes de Pombares também à Foz do Arelho. “Fiquei maravilhada. Para mim, olhar para o mar é transparência e imensidão. Gosto de me sentir como o mar: transparente, simples e forte.” Pelo sonho é que vieram os habitantes de Pombares. Depois de cumprido, talvez tenham vontade de repetir o que um dia Sebastião da Gama escreveu: “Chegamos? Não chegamos? Partimos. Vamos. Somos”. Sílvia Júlio

Eventos solidários Jantares Solidários INATEL para famílias carenciadas No âmbito de um conjunto de jantares solidários em diversos pontos do país, a Fundação Inatel ofereceu um lanche de Natal a um grupo de 120 idosos de fracos recursos económicos, no Restaurante

como mensagem solidária a causa

da Sede, em Lisboa, no dia 22 de

humanitária “Banco de Leite de S.

dezembro.

Tomé e Príncipe”, apoiada em

Esta iniciativa, em colaboração com a

Portugal por Frei Fernando Ventura,

Junta de Freguesia de Arroios,

permitindo a alimentação de forma

pretendeu abranger alguns dos

contínua e direta a mais de 40

vizinhos em situação de maior

crianças do Orfanato de São Tomé e

vulnerabilidade social, e contou com

à distribuição de leite diário a mais de

a presença da presidente da Junta de

2 mil crianças de todos os infantários

Freguesia, Margarida Martins, e o

naquele país irmão (2,5 toneladas de

presidente da Inatel, Fernando

leite recolhidas entre 2013 e 2014).

Ribeiro Mendes.Os jantares solidários Inatel abriram as portas a cerca de

“1 mochila, 2 sorrisos”

um milhar de pessoas carenciadas,

A Associação AMA patrocina, ainda,

nas unidades hoteleiras de Entre-os-

outros projetos de solidariedade junto

Rios, São Pedro do Sul, Vila Nova de

da comunidade de São Tomé e

Cerveira, Vila Ruiva, Luso, Piódão,

Príncipe. O Projeto de Solidariedade

Oeiras, Castelo de Vide, Albufeira,

“1 mochila, 2 sorrisos” visa estimular

Caparica e Santa Maria da Feira.

a economia local através da produção e distribuição de 2000 mochilas

Zumba solidária em Évora

escolares, totalmente produzidas na

Dia 7 de dezembro realizou-se na

região das Neves (Obra Social da

Fundação Inatel de Évora – Palácio

Irmã Lúcia), em São Tomé e Príncipe.

do Barrocal, uma Master Class de

A parceria entre a Associação AMA e

Zumba. O evento teve uma

a Fundação Inatel envolve a

componente solidária, no qual os

distribuição das referidas mochilas

participantes contribuiram para o Lar

pelos pontos de venda Inatel em

de Santa Helena, fazendo a sua

cada capital de distrito.

inscrição através da oferta de bens Zumba apoiaram a causa e cerca de

Academia INATEL atribui bolsas de mérito

meia centena de pessoas participou

No âmbito dos cursos promovidos

no evento .

pela Academia Inatel, juntamente

alimentares. Cinco professores de

com a Fundação GDA, foram

“Banco de Leite de S. Tomé e Príncipe”

atribuídas duas Bolsas de mérito a

A Inatel premiou, de novo, uma

Musical – Formação de Atores.

instituição nacional por boas práticas

Margarida Santos, de 18 anos, e

sociais/solidárias. Em 2014, a

Soraia Tavares, de 20 anos de idade,

entidade premiada foi a Associação

ambas de Lisboa. As bolseiras deste

Alma Mater Artis (AMA), sediada na

curso de Teatro Musical vão, assim,

freguesia de Águas Santas (concelho

poder frequentar esta formação sem

da Maia).

quaisquer custos.

A AMA participou, assim, na Grande

Nos cursos de Turismo e Animação

Festa de Natal da Inatel, com cerca

Cultural e de Teatro Musical –

de 50 crianças e jovens, dos 6 aos 23

Formação de Atores é concedido

anos, que integram o espetáculo

um benefício de 50% de desconto

itinerante “Mam´Africa 2014” que tem

aos formandos desempregados.

duas alunas do curso de Teatro


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14 // DESPORTO // TL Janeiro 2015

Sucesso do Yoga Laboral conquista outras empresas O Yoga Laboral, lançado em 2013 como projeto-piloto do Desporto Laboral na Sede da Fundação Inatel, destinado aos seus colaboradores, foi, posteriormente, aberto ao exterior e é intenção da Direção de Desporto prosseguir o alargamento da bem sucedida iniciativa aos colaboradores de outras empresas

N

a prossecução dos estatutos da Fundação (a promoção das melhores condições para a ocupação dos tempos livres e do lazer dos trabalhadores, no ativo e reformados, desenvolvendo e valorizando o turismo social, a criação e fruição cultural, a atividade física e desportiva, a inclusão e a solidariedade social), a Direção do Desporto assumiu este projeto como essencial para melhorar o bem-estar dos colaboradores. O projeto Yoga Laboral pretende desenvolver e dinamizar o desporto no local de trabalho, procura melhorar a qualidade de vida dos trabalha-

dores e do clima organizacional das empresas e visa reduzir o desgaste físico e mental dos colaboradores. Mais do que prevenir de doenças, o Yoga Laboral surge como um meio para se adquirir e manter hábitos de vida saudáveis. O projeto tem sido um enorme sucesso, mantendo-se a realização de uma aula de yoga por semana desde o seu início. Saúde e autoconhecimento O Yoga proporciona um caminho para o autoconhecimento e para uma vida motivada, saudável e produtiva, através da harmonização do corpo com a mente, melhorando a flexibilidade do corpo,

aumentando a sua vitalidade e reduzindo possíveis doenças cardiovasculares. Além disso, é uma das técnicas mais usadas para a diminuição dos efeitos nocivos do stress. No fim de contas, fortalece o corpo e a mente aumentando a auto-estima de cada colaborador e o seu controle emocional. Os colaboradores da Fundação demonstram sinais de melhorias a todos os níveis, nomeadamente: social, mental e físico. Pode afirmar-se que terminar este projeto neste momento seria “uma calamidade” para a maioria dos inscritos na classe. Estes colaboradores só faltam às aulas quando realmente os

compromissos profissionais não possibilitam a prática. Assim, são colaboradores mais assíduos, relevando níveis inferiores de absentismo. “O yoga é um desporto que melhorou a minha qualidade de vida, tanto a nível físico como psicológico”, conta-nos Ondina Martinho, colaboradora do GREP”. “Tenho 52 anos e – sublinha – desde os meus 30 anos que me foi diagnosticado espondilose lombar e artrite reumatoide, sempre fiz desporto na area da natação, mas há 3 anos que não fazia desporto e o meu estado de saúde agravou-se, tinha dificuldades em fazer a minha rotina principalmente de


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TL Janeiro 2015 // DESPORTO // 15

INATEL Albufeira Night Trail 2014 Mais de 150 pessoas marcaram presença na primeira edição da prova de Trail Running que a Fundação organizou no concelho de Albufeira. Com partida de Paderne para a prova de Trail Curto e

Resultados desportivos online

partida da unidade hoteleira para a prova de Trail Longo, o INATEL Albufeira Night Trail teve como objetivo a organização de uma prova com um grau de dificuldade baixo que levasse os participantes a percorrer os trilhos urbanos deste concelho. Agendado para as 16h, este era um evento que seria percorrido na sua maioria num horário noturno que, em conjunto com as condições atmosféricas adversas que se registaram,

manhã quando me levantava. Diariamente tomava anti-inflamatórios e mesmo assim era penoso, as dores e o uso dos medicamentos causavam-me depressão. Entretanto, este ano, comecei a fazer yoga e para minha surpresa tenho vindo a verificar grandes melhoras no meu dia a dia e a recuperar das dores que já não me afeta com tanta intensidade. Quando me levanto já não sinto as pernas dormentes nem dores intensas na zona lombar, o meu início do dia é praticamente normal.” Novos horizontes Sendo intenção da Direção de

Desporto alargar horizontes deste projeto, com o apoio da EPS foi possível encontrar empresas preocupadas com os seus colaboradores e disponíveis para receber este projeto nas suas instalações. Atualmente, o projeto Yoga Laboral chega à REN em Lisboa e à TotalStor em Alfragide. São mais de 40 colaboradores que utilizam a hora de almoço para praticar uma atividade física e assim desfrutar dos benefícios que esta proporciona, nomeadamente a prática do Yoga. Se tem interesse, procure-nos para saber como pode ter Yoga no seu local de trabalho.

seriam as grandes dificuldades encontradas pelos participantes. Na prova de 47km (Trail Longo), Bruno Bondoso foi o grande vencedor ao percorrer esta distância em 3 h e 44 m, cabendo a Isabel Moleiro a vitória na classificação feminina com 4 h e 47 m. Já na prova de 20km (Trail Curto), o grande vencedor foi Jorge António com 1 h e 18 m, sendo Liliana Veríssimo a vencedora da classificação feminina com 1 h e 35 m.

á se encontra online a nova plataforma de resultados desportivos da Direção Desportiva. Em “inatel.desporto.pt” todos os nossos associados poderão consultar os resultados das modalidades coletivas organizadas pela Fundação em cada um dos distritos. Sendo uma aplicação recente, as competições estão a ser introduzidas progressivamente, pelo que se conta o mais breve possível ter todos os campeonatos online. Também os CCD serão chamados a colaborar e a atualizar a informação sobre as suas equipas, pois poderão colocar os seus emblemas, equipamentos, plantel, marcadores e muito mais, contribuindo assim para um site mais dinâmico e apelativo. A Direção Desportiva da Fundação, espera assim ir de encontro à necessidade manifestada pelos seus associados de ver os seus resultados e classificações atualizados e disponibilizados online.

J


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16 // HOTELARIA // TL Janeiro 2015

INATEL Luso Natureza, repouso e gastronomia O verde que descansa o olhar. O ar que oxigena os pulmões. A energia que renova por dentro. Na pacata vila do Luso, onde se bebe a famosa água da Fonte de S. João, também conhecida como a “fonte das onze bicas”, sacia-se a sede. De viver

Q

uem passa por esta vila, do concelho da Mealhada, recebe um sopro de vida. A estância termal indicada, em especial, para quem tem problemas respiratórios ou renais traz muitas pessoas à vila. Mas há mais vida para lá das termas. Susana Maia (na foto em cima), 41 anos, que trabalha há 22 na Fundação Inatel, é responsável pela unidade hoteleira do Luso e desmistifica a ideia – errada – que este é um destino para os mais velhos: “O Luso tem uma zona maravilhosa para fazer caminhadas no Buçaco. As pessoas mais novas gostam muito de ir a pé para lá”, conta. A Mata Nacional do Buçaco tem uma das melhores coleções dendrológicas da Europa com cerca de 250 espécies de árvores e arbustos. É uma das mais ricas em património natural, arquitetónico e cultural. Esta mata pode ser dividida em três unidades de paisagem: Arboreto, Jardins e Vale dos Fetos e Floresta Relíquia. O Guia Turístico do Concelho da Mealhada pisca o olho aos visitantes, lembrando que a mata é um conjunto monumental, classificado como Imóvel de Interesse Público, que abrange o Palace Hotel do Buçaco, o Convento de Santa Cruz, as ermidas de habitação, as capelas de

devoção e os Passos que compõem a Via Sacra, a Cerca com as portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco (travada entre as tropas anglo-lusas e o exército francês em 1810, na Serra do Buçaco), os cruzeiros, as fontes (a Fonte Fria é a dileta da nossa anfitriã Susana, um “lugar de grande serenidade”) e as cisternas, os miradouros (o da Cruz Alta é ponto mais alto do concelho, de onde se avista uma panorâmica de cortar a respiração) ou as casas florestais. Rotas para recordar Pode ainda conhecer outros lugares ali nas proximidades e ficar com mais

um pedaço de mundo. A responsável pela unidade hoteleira do Luso sugere alguns percursos que vão deixar boas recordações: “A Rota do Vinho da Bairrada e, claro, comer o famoso leitão; a Curia que fica muito próxima, a zona dos Sangalhos que tem um museu belíssimo – o Museu Aliança Underground…” Perto da vila do Luso, estão as cidades da Mealhada (aqui pode saborear as quatro Maravilhas da Mesa da Mealhada: água, pão, vinho e leitão), Anadia, Coimbra, Santa Comba, Águeda, Oliveira do Bairro, Cantanhede e Aveiro. A não perder: uma visita ao Museu do Vinho em Anadia, ao parque, termas e campo de golfe na Curia, ao Museu da

// INATEL LUSO INATEL Luso

Coordenadas GPS:

68

40º 23’ 08’’ N

Quartos

Bar

08º 22’ 33’’ O

Restaurante Sala

de reuniões

Outras informações

Wi-fi

Viagens com destino ao Luso:

Piscina

Dia 14 de fevereiro

Capela

Partidas de Viana do Castelo,

Parque

de estacionamento

Braga e Porto

Contactos:

Mais informações: Agências/

T. 231 930 358/

Lojas/ turismo@inatel.pt/

inatel.luso@inatel.pt

www.inatel.pt

Pedra em Cantanhede, à Casa Quinhentista na Pampilhosa, ao Mosteiro do Lorvão em Penacova. Sophia de Mello Breyner Andresen dizia que “viajar é olhar”. Depois de os olhos se iluminarem com tudo o que viram e de o peito se encher de ar, é hora de regressar a um aconchego que aqueça o corpo, serene a mente e encha a barriga. As viagens costumam dar fome. E nada melhor que um descanso semelhante àquele lá de casa. Aqui, a carteira e as opções pessoais são quem mais ordena, no momento de escolher qual o melhor lugar para ficar. Susana puxa a brasa à sua sardinha: “Esta unidade hoteleira é muito familiar. Quem vem para aqui gosta do ambiente, da simpatia dos colaboradores… As instalações são antigas, mas as pessoas apreciam a limpeza e a qualidade do serviço. É a casa delas.” A unidade hoteleira do Luso, que conta com o apoio de 25 colaboradores, é também “a casa” da Susana, que se orgulha do trabalho que está a fazer e fica de peito cheio quando ouve palavras de reconhecimento dos clientes que saem dali satisfeitos. O acolhimento que sentem fá-los repetir, não raras vezes: “Vamos voltar!” A isto se chama missão cumprida. Silva Júlio


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TL Janeiro 2015 // VIAGENS // 17

Carnavais inesquecíveis Para recordar alguns dos mais românticos carnavais europeus, podemos, em 2015, optar por visitar duas cidades: Veneza, com as misteriosas máscaras e trajes que recriam o século XVII, numa atmosfera de encantamento; e Verona, imortalizada por Shakespeare em “Romeu e Julieta”, para comemorar o dia dos namorados

V

eneza celebra o carnaval com uma surpreendente festa que se estende pelas ruas e canais, verdadeiros labirintos ornamentados por palácios que parecem autênticos cenários de ópera, com músicas, desfiles e espetáculos. Nesta viagem além de Veneza e Verona, com o estatuto de Património Mundial da UNESCO por ser uma fascinante encruzilhada de culturas e períodos históricos, conheceremos também Bolonha, frequentemente conhecida pela sua gastronomia, terra do afamado ‘molho à bolonhesa’. Esta cidade medieval é também uma referência cultural por ser sede da mais antiga universidade da Europa, fundada em 1088.

Nice, Las Palmas, Funchal Outros destinos se oferecem à nossa escolha de viagem, é o caso da celebrada Côte d’Azur, cenário de luxo e sofisticação, onde o singular Carnaval de Nice se tornou célebre desde o século XIX pela Batalha e desfile de Flores. Inicialmente organizados para divertir os turistas, hoje servem também para homenagear os produtores locais promovendo a qualidade e variedade da Riviera floral, já que oitenta por cento das flores utilizadas são produzidas localmente. Nesta viagem de seis dias, iremos também à Festa dos Limões em Menton, capital da fruta, onde um hotel organizou, em 1929, uma exposição de flores e frutas cítricas nos jardins e o sucesso foi tanto que no ano seguinte o festival saiu para a rua. Se o espetáculo é magnífico durante o dia, torna-se extraordinário à noite, com os “Jardins de Lumières”. Por fim,

conheceremos Cannes e as suas belas praias, a Promenade de la Croisette ou o Musée de la Castre, para viver de perto o glamour da Côte D’Azur. Outra opção, ainda, Las Palmas de Gran Canária, onde se festeja um dos mais emblemáticos carnavais espanhóis. Num programa de cinco dias assistiremos à famosa “La Noche de la Sábana”, em que os foliões pouco mais vestem do que uma folha, e à eleição da Rainha do Carnaval. As festas mais importantes realizam-se em redor de um grande palco ao ar livre no Parque de Santa Catalina onde acorrem milhares de pessoas. Las Palmas possui uma rica herança histórica e cultural concentrada sobretudo no bairro de Vegueta, classificado como Património Mundial da Humanidade. Além do

// Viagens INATEL Carnaval em Veneza, Dia dos Namorados em Verona 13 a 18 fevereiro Desde 995 € Carnaval de Nice e Festa dos Limões de Menton 14 a 19 fevereiro Desde 1.135 € Carnaval em Las Palmas 15 a 19 fevereiro Desde 880 € Carnaval no Funchal 13 a 17 fevereiro Desde 657 €

Carnaval, Las Palmas tem sol, praia, património e gastronomia à nossa espera. Por fim, uma viagem até ao Funchal, onde se festeja um dos melhores e mais animados carnavais de Portugal. Por isso, propomos uma viagem memorável de cinco dias para participar no “Desfile do Trapalhão”, onde foliões de todas as idades se mascaram mantendo em traços gerais as tradições ancestrais que definem o seu cariz popular, e assistir ao contagiante “Cortejo Alegórico”, com escolas de samba a inundarem as principais ruas de música, alegria e milhares de figurantes contagiando a multidão. Conheceremos também os mais belos locais da ilha da Madeira, com provas de iguarias regionais, entre outras, bolo de mel e poncha.


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18 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Janeiro 2015 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

Ida e volta

B

oa surpresa foi ver desocupado de carros os quatro metros de rua mesmo à porta do Café-Bar Sesinando. E de uma própria e antiga residência, terceiro andar, no prédio do estabelecimento. Tentou lembrar-se se alguma vez tinha encontrado livre e convidativo aquele pedaço de chão. Nunca, durante o ano e quatro meses que morara ali. Só por este bom começo de dia já tinha valido a pena. O senhor Sesinando abriu os braços e um sorriso espantado quando o viu entrar: – Olha quem! Há quanto tempo, meu amigo, há quanto tempo não tenho o gosto de lhe pôr a vista em cima. Abraçaram-se. – O que vai ser? – Um café. – Só o café? Vai permitir que lhe ofereça um licor de poejo, este ainda não conhece. – Vá lá. Mas uma gota. Sesinando ardia em curiosidade mas travava a língua no receio de ser indiscreto. Por fim, considerou que não seria abusivo informar: – A doutora Helena é que vejo todos os dias. Galão, pastel da nossa terra e o café. – Como sempre – disse João Eduardo. – Deve estar aí a aparecer, Fixou um olhar de inspecção na porta que tinha na frente e suspendeu a interrogação que lhe assomou à boca: vocês falam-se? Teve resposta quando a cliente surgiu na moldura da porta, olhou, pareceu ter respirado fundo e foi sentar-se diante de João Eduardo. – Bom dia, disse. – Olá, Helena, como estás? – Muito bem, João. E tu? – Tenho-me adaptado. – Adaptado? – Ao princípio custou-me a

adaptação a uma zona da cidade que me era estranha. E tive saudades, confesso. Helena demorou uns segundos, a meditar como devia entender. Por fim, quis saber: – Saudades de quê, de quem, João? – Desta rua, do bar, do senhor Sesinando, do quiosque dos jornais, um tipo habitua-se e depois sente a falta. Tu, Helena, não sofreste essa sensação de perda. – Não perdi, de facto, nada do que dizes. O que estranhei foi teres levado tanto tempo para fazeres o que vieste fazer hoje: levar o resto dos teus pertences. Livros, discos, a gabardina, dois pares de sapatos pretos… nem sei que mais. – Quanto a livros e discos, comprámo-los juntos, escolhe tu, Helena, os que te agradarem mais. Podem ser todos. É verdade, tínhamos aceitado este encontro para acertar trocas e baldrocas – ignoro se notaste que, misturado com as minhas camisas, levei um vestido teu. O amarelo, cintado, curto, descobria-te as pernas até ao meio das coxas. – E daí? Incomodava-te a visão das minhas pernas? – Disparate. Só podia incomodar-me não ver a metade de cima. – Deixa-te de lérias. Bem te ouvi que o vestido era indecente e atraía

demasiadas atenções. Ciumeiras parvas, João. – Não foram os meus ciúmes que nos separaram, mas sim os teus. A tua bela carinha torcia-se de desconfiança quando eu saía à noite para me encontrar com um amigo. E, de súbito, o estrondo. Eu nem podia conceber mas foste bisbilhotar no meu telemóvel e endoideceste ao ler um sms: “Nove e meia na minha casa. Espero-te. Maria Graça”. Não me disseste uma palavra, acredito que pelo pudor de confessares a feia atitude de me policiares o telemóvel. A partir daí, a nossa casa gelou. Espantado, o que passei a receber de ti foram má cara e palavras secas. Quando pedi explicações o que ouvi foi que estavas farta de mim. E insultos. Então, é verdade, irritei-me e contrataquei furioso. – Foi horrível. Não podíamos continuar juntos. – Sim, dissemos horrores. Eu e tu. Hoje vim cá porque assim tínhamos combinado, mas pouco ou nada me interessam os livros, os discos, acho que pertencem à casa. Bem entendido, julgo que vou levar os meus sapatos pretos. – Calou-se mas, ante o silêncio de Helena, acrescentou: - A não ser que tenhas namorado e tão sortudo que até calça o mesmo número que eu.

Finalmente, ela riu-se. – Não tenho namorado, João Eduardo. E tu? Com quem vives? – Sozinho com os meus pensamentos. Esperavas o quê? Uma Maria da Graça? Olha, menina: só depois de sair, irado, confesso, me lembrei que tinhas gritado um nome sem eu entender. Mais tarde, passando em revista os sms, percebi tudo. Estive a ponto de voltar atrás para fazer luz na tua cabecinha. Mas já nos tínhamos insultado a um ponto indesculpável. E lá se foi. Helena passa as mãos pelo cabelo, parece ir falar mas logo volta a um silêncio de embaraço. – Não compreendo o que dizes, João, só sei que me atiraste palavras demasiado cruéis. Sim, também me culpo, perdi a cabeça. E agora dizes que depois de saíres fulo, alucinado, pensaste em voltar? Pela primeira vez nessa hora de reencontro, João Eduardo segurou as mãos de Helena. – Quando percebi, quis que percebesses. Bastava mostrar-te o sms que te tinha desvairado e ligar para o número de onde provinha. Saberias, então, que a Maria da Graça inventada pela tua mente desconfiada era um equívoco. O M. Graça, da assinatura era, tão simplesmente, o Miranda Graça, um amigo de infância. Ele quis reunir, num jantar, companheiros de juventude, desencontrados há muitos anos. Vou chamá-lo. Agora. – Não, por favor, desculpa. Podias ter esclarecido logo, evitavase a zanga insanável. – Insanável, Helena? – Tu não achas? – Acho que não vou levar os sapatos, devolvo-te o vestido indecente e, se estiveres de acordo, subimos para a nossa casa. – Queres mesmo, João? – Não vim cá para outra coisa.


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TL Janeiro 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 19

// EM CENA

Abrir o pano ao teatro e à música Além do prolongamento da carreira de “A Bela e O Monstro” até 25 de janeiro, o destaque deste mês vai para Heiner Muller, na Sala Estúdio, e o regresso do maestro António Victorino e Almeida ao Trindade, dando forma cénica ao trabalho de divulgação musical que o consagrou junto do público televisivo Isabel Santiago Henriques

“A

Bela e o Monstro”, produção da Yellow Star Company, esgotou sessões durante todo o mês de dezembro obrigando a uma reposição até 25 de janeiro. O espetáculo encenado por Paulo Sousa Costa e João Didelet, com Marta Andrino, Joel Branco, Sissi Martins, Ruben Madureira, Carla Salgueiro, Pedro Ribeiro, Carlos Martins, João Hydalgo, Júlio Mesquita, José Neto, Soraia Tavares, e David Fernandes, trouxe milhares de crianças ao teatro, que receberam com grande entusiasmo este clássico da literatura infantil. O primeiro espetáculo do ano na Sala Estúdio, “Inutilidade”, em cena até 8 de janeiro, é construído a partir de textos de Heiner Muller, importante autor alemão, nascido em 1919 e desaparecido em 1995. Muller que escreveu e encenou, considerado por muitos um discípulo e seguidor de Bertolt Brecht, criou uma obra que reflete sobre a história do seu país e da Europa. Wagner Borges e Tiago Bôto criaram um espetáculo que encenam e interpretam em que dois corpos distintos, individual e coletivamente, submergem no passado e nos seus fantasmas de outrora, numa herança que se dirige de forma indireta ao pesadelo da guerra e ao processo de cicatrização das feridas que ela provocou. Há uma violência exposta que é verbal (a que decorre do texto de Muller) mas também visual (imagens reais e de televisão) e física (uso do corpo até ao limite da banalização). Estes dois homens são fragmentos que devem ser preenchidos pelo espectador que é assim desafiado a estabelecer

tação de aspetos da vida e obra do convidado, a uma conversa entre este e os anfitriões sobre diversos excertos de música, que poderá em alguns momentos ser tocada ao vivo. O primeiro espetáculo será no dia 27 de janeiro, às 18h30.

uma conexão entre narrativas aparentemente desconexas, associando-as a um ambivalente desejo de destruição. O espetáculo venceu a categoria “mais festa” no Festival Internacional de Teatro de Setúbal, em 2014 . “Ouvir e Falar” O maestro António Victorino e Almeida, consagrado junto do grande público pelo seu trabalho de divulgador de música na tele-

visão, irá trazer ao Trindade uma série de seis espetáculos integrados no programa “Ouvir e Falar”, tendo por base a presença de um convidado especial, figura de prestígio pela sua vida e obra. Tendo como anfitriões o Maestro Victorino e Almeida e Miguel Leite (professor e divulgador musical, natural de Braga com um intenso trabalho desenvolvido no Norte do país), iremos assistir, para além de apresen-

CABIDE – Revista ao Vivo De 7 a 8 de fevereiro a 2.ª edição de CABIDE – Revista ao Vivo, iniciativa cultural que na pluralidade de linguagens junta e confronta jornalistas, académicos, políticos, empresários e artistas num mesmo espaço, irá ser apresentada no Teatro da Trindade. Em cada edição de CABIDE – Revista ao Vivo, uma questãotema de relevância e atualidade incontestáveis desafia o elenco de convidados para uma reflexão e um debate ao vivo, na hora e em pleno palco.


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// LÍNGUA NOSSA

// TEMPO DIGITAL

Concordâncias

Recordar músicas… conservar imagens

H

C

oje venho propor um autêntico Memorandum das concordâncias que, devidamente observado, vos permitirá afinar e sofisticar a expressão verbal e escrita. Importando que nos detenhamos sobre matéria verdadeiramente essencial, começarei por chamar a atenção para o primeiro dos dois casos a tratar, o da concordância do verbo com o sujeito. Se a regra geral, muito simples e automaticamente assumida, determina que o predicado concorde com o sujeito em número e pessoa, situações há, que apresentando-se com alguma frequência, merecem particular cuidado para que não incorram nos erros em que, infelizmente, a comunicação social é tão pródiga. Ora bem, pode haver problema quando os plurais são introduzidos por um substantivo colectivo ou, por exemplo, palavra como conjunto, que, de algum modo, os resume ou representa uma sua parte. Em tais circunstâncias, como o predicado tanto pode assumir a forma de singular como de plural, cumpre ter em consideração que ficará no singular sempre que se pretender destacar o conjunto como uma unidade. João herdou um conjunto de propriedades que lhe assegura um bom rendimento anual. Para o plural irá o predicado quando se pretendem evidenciar os vários elementos que compõem o todo. João herdou um conjunto de propriedades que lhe asseguram um bom rendimento anual. Passemos ao segundo caso, o da concordância entre o substantivo e o adjectivo. Com substantivos do mesmo género no singular, o adjectivo ficará no mesmo género, singular ou plural. Recorrendo a um exemplo muito habitual, língua e cultura portugue-

sa, língua e cultura portuguesas. Se os substantivos forem de género diferente no singular, a concordância far-se-á com o adjectivo no género do substantivo mais próximo singular, o governo e a administração portuguesa, ou pondo o adjectivo no masculino plural, o governo e a administração portugueses. Verifiquem como, nos casos seguintes, se obedece aos mesmos princípios. Com substantivos de géneros diferentes no plural, o adjectivo ficará no género do substantivo mais próximo plural, os recursos e as características portuguesas ou no masculino plural, os recursos e as características portugueses. Se os substantivos forem do mesmo género mas de número diferente, a concordância processa-se colocando o adjectivo no número do substantivo mais próximo, os recursos comerciais e o comerciante português, ou no plural, os recursos comerciais e o comerciante portugueses. Finalmente, na presença de substantivos de géneros e números diferentes, o adjectivo ficará no género e número do substantivo mais próximo, o Cante e as planícies alentejanas, ou no masculino plural, o Cante e as planícies alentejanos. Complicado? Olhem que não. Uma simples questão de lógica…

omo resultado das características da tecnologia digital em velocidade e aperfeiçoamento daquilo que existe ou existiu, podemos agora ter o melhor do passado e algo que será vulgar no próximo futuro. No início de 2015 há mais um dispositivo, apesar de não ser o primeiro, que permite a todos os que ainda conservam os seus velhos discos de vinil, voltar a ouvi-los numa qualidade sonora que nada tem a ver com a que tinham nos também velhinhos gira-discos com muito ruído na reprodução das nossas músicas preferidas. Os tempos mudaram e todos querem um som puro. Pois os novos gira-discos Pro-ject trazem o prazer da reprodução analógica aos entusiastas dos discos de vinil. Em vermelho, branco ou preto, oferecem uma reprodução de som ímpar a preços que até agora não existiam para tal qualidade. Um braço em ‘S’ de 8,6”, feito a partir de carbono, sistema “anti-skating” e um prato especial assente em rolamentos de cerâmica. Eis a possibilidade de ouvir os nossos antigos discos de vinil, como talvez nunca os tivéssemos ouvido. Gira-discos com desempenho de topo a um preço que está

ainda ao alcance da maioria dos entusiastas do som analógico, ideal para quem possui LPs e até pretende, acompanhando a moda, aumentar a sua colecção.

fessor, técnico superior e dirigente,

Cartão SD Mobi Caminhando agora para um futuro no qual ainda mais do que hoje todos os nossos dispositivos vão comunicar entre si, sem qualquer tipo de cabo, estejam eles perto ou longe uns dos outros, chega-nos o cartão SD Mobi, lançado pela Eyefi, que substitui os que usávamos até aqui, incluindo agora funções de partilha e acesso à nuvem. Quem já perdeu uma máquina fotográfica conhece a sensação de nunca mais poder ter acesso às fotografias que lá estavam armazenadas: perde imagens de férias inesquecíveis, de momentos especiais passados em família e todas essas recordações. Este novo cartão que funciona em qualquer câmara fotográfica ou de vídeo, permite transferir as imagens, à medida que vão sendo captadas, para smartphones e tablets de sistema operativo Android ou iOS, para computadores via WiFi ou mesmo para um serviço na nuvem, designado Eyefi cloud. Deste modo, poderá partilhá-las com qualquer dispositivo e a qualquer altura, esteja onde estiver. Todo o seu passado ficará presente na totalidade dos dispositivos.

nos Ministérios da Educação e dos

Gil Montalverne

Negócios Estrangeiros. É autor de

[O autor escreve de acordo com a

materiais didácticos para o Ensino

antiga ortografia]

[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

*Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi pro-

de Português no estrangeiro.


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TL Janeiro 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 21

// ECRÃS

// LIVROS

Cinco cineastas de “culto” a abrir o novo ano Diga-se o que se disser são raros os meses que trazem às salas duma assentada uma mão cheia de realizadores tão consensuais entre os públicos como, Clint Eastwood, Michael Mann, Alejandro González Iñárritu, Abel Ferrara e Nuri Bilge Ceylan EDIÇÕES INATEL Bandeiras Portuguesas de Domínio – Heraldicamente Ordenadas Affonso de Dornellas, INATEL, 2008 (224 pp.) Preço c/ desconto p/ Associados: € 47,70 À venda na Sede e lojas INATEL. Mais informações:

Cinema

mabreu@inatel.pt/ T. 210027182

Pasolini, de Abel Ferrara | França / Itália, 2014, 1h26

A

grande importância para a

como é seu timbre habitual, o desenho da “realidade” é mais sombrio do que luminoso.

a da frágil fronteira da “legalidade” em tempo de guerra. Blackhat: Ameaça na Rede, de

Com: Willem Dafoe, Ninetto Davoli,

história da heráldica autárquica

Maria de Medeiros. Em exibição.

Sono de Inverno, de Nuri Bilge

Michael Mann | EUA, 2014

portuguesa, da coleção de

Evocação do poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (“O Evangelho Segundo S. Mateus”, “Teorema”, “Medeia”) assassinado numa praia em Ostia, nos arredores de Roma, na noite de 2 Novembro de 1975. Ferrara visualiza o que terão sido as derradeiras horas de vida de Pasolini, o autor do controverso e provocatório, “Salò ou os 120 dias de Sodoma”, seu último filme que lhe ditou, de certo modo, o trágico fim.

Ceylan | Turquia, 2014, 3h16

Com: Chris Hemsworth, Holt

Com: Haluk Bilginer, Melisa Sözen,

McCallany, John Ortiz, Viola Davis.

Demet Akbag. Estreia a 8.

Estreia a 22.

Um dos poucos cineastas que sabe dissecar com mestria a complexidade dos comportamentos humanos. Num hotel sitiado pelo rigor do inverno uma família presta-se ao ajuste de contas sentimentais. Impossível não gabar os dotes narrativos e plásticos – ímpares – do cinema de Nuri Ceylan.

O cineasta das tecnologias de ponta (recorde-se o recurso às câmaras de alta-definição em, “Inimigos Públicos”…) regressa à ambiência do “thriller” urbano com uma história em redor de uma rede de cibercrime global que opera entre os EUA, Hong Kong e Indonésia. A destacar: a (habitual) intransigência estética e a firmeza da narrativa.

desenhos objeto destes comentários, reside no facto de documentar claramente o seu processo de formação. NOVIDADES EDITORIAIS Para Isabel Antonio Tabucchi, D. Quixote, 2014 (112 pp.) PVP: 13,90 € (à venda nas livrarias)

Birdman, de Alejandro González

American Sniper, de Clint

Primeiro

Iñárritu | EUA, 2014, 1h59

Eastwood | EUA, 2014, 2h14. Com:

inédito

Com: Michael Keaton, Emma Stone,

Bradley Cooper, Sienna Miller, Luke

Still Alice, de Richard Glatzer,

publicado após

Edward Norton, Naomi Watts.

Grimes, Kyle Gallner. Estreia a 22.

Wash Westmoreland | EUA, 2014,

a morte do

Estreia a 8.

1h51. Com: Kristen Stewart,

autor. O leitor

Que traz de novo o autor de “Babel” para se enveredar na comédia em tom de humor negro? Traz – e tanto é – a odisseia de um actor, outrora famoso, que planeia montar uma peça teatral na esperança de recuperar os tempos de glória, reconciliar-se consigo próprio e com a família. Não se espere de Iñárritu grandes mudanças:

Inspirado num livro – “American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History – o filme narra a história real de Chris Kyle, um atirador de elite dos “marines” celebrizado (e condecorado) pela morte de mais de 150 pessoas ao longo de dez anos. Por certo, um Eastwood às voltas com as velhas questões morais e políticas, designadamente

português reconhece neste livro uma geografia familiar (Lisboa, Barcelos, Cascais e Arrábida), mas a ação deslocase também para o extremo Oriente (Macau), para a Suíça e Itália.

Julianne Moore, Kate Bosworth, Alec Baldwin. Estreia a 22.

Drama familiar centrado na doença (de alzheimer) de um dos seus membros e no reforço dos afectos que une mãe/filha de forma mais intensa. Joaquim Diabinho [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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// MOTOR

// SUGESTÕES

Novo Mazda: tecnologia e conforto

Rui Lança Coach e formador

D

esenvolvido em torno de toda a gama de tecnologias Skyactiv, o novo Mazda CX-5 está equipado com os novos motores a diesel que produzem mais 20% de binário com menos 20% de combustível. Por exemplo, o novo motor diesel Skyactiv-D 175cv desenvolve um impressionante binário de 420 Nm com um consumo de apenas 5,2l/100 km/hora. Estes motores cumprem a norma de emissões Euro 6. Além disso, beneficia de transmissões manuais e automáticas suaves que melhoram a eficiência do consumo de combustível, de um chassis leve e ágil e de uma estrutura de carroçaria rígida dotada de uma das melhores proteções contra impactos da atualidade. Mais ecológicos, mais leves, mais fortes e mais potentes, as tecnologias Skyactiv tornam a condução de Mazda CX-5 muito mais divertida. O novo Mazda CX-5 oferece um interior altamente eficaz, simultaneamente confortável e “user-friendly”. O espaço é utilizado de forma eficiente, e as características funcionais estão dispostas de forma inteligente. Os engenheiros da marca nipónica desenvolveram, por exemplo, bancos de novo design e formato, para colocar condutor e passageiro na mesma posição ideal. O CX-5 recebeu também o melhor em termo de flexibilidade do espaço da carga, com o primeiro assento traseiro do mundo rebatível em 4:2:4, com função de rebatimento remota para todas as três secções.

rmlanca@gmail.com

O desporto como escola de vida O desporto é ainda um dos poucos contextos sociais onde vence e

Tudo se resumia em encontrar o melhor design ergonómico e melhorar aquilo que faz com que as pessoas se sintam bem, para um maior e mais puro prazer de condução. Apesar do seu exterior compacto, o CX-5 é extremamente espaçoso por dentro. A largura do CX-5 (1.840 mm) e a distância entre eixos (2.700 mm) são medidas líderes do segmento. Típico para um SUV, o condutor senta-se numa posição de comando no CX-5. Mas a Mazda foi ainda mais longe, encontrando o ponto preciso onde o condutor obtém a melhor visão da estrada, podendo em simultâneo operar os pedais e os controlos com um conforto absoluto. Estes esforços valeram a pena, o CX-5 oferece o melhor ângulo de visão da classe, em termos horizontais e verticais. O novo Mazda CX-5 destaca-se na estrada pelo poder da sua presença. Mas pode ser personalizado exatamente como se quiser, com um conjunto de acessórios de alta qualidade, e pode ser adquirido em Portugal a partir dos 31.861 euros. Carlos Blanco

ganha quem faz mais por merecer. Onde o treino, esforço e dedicação tem um peso elevado no que conseguimos alcançar. Onde o trabalho compensa e o talento apresenta-se como aliado e não apenas como o único indicador de sucesso. Onde o rendimento é quase sempre reconhecido sem grandes hiatos por quem treina e lidera. A razão por que várias crianças e jovens devem continuadamente realizar atividade desportiva está longe de se esgotar nos benefícios físicos e relacionados com a saúde. A prática desportiva em clubes, escolas ou associações, proporciona uma aprendizagem prática, individual e coletiva, de valores pessoais e sociais que serão para sempre importantes no desenvolvimento da personalidade, do saber ser e estar, que serão transversais no modo

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas

VERTICAIS: 1-Contratempo. 2-Berço; Derriço. 3-Grinalda; Prefixo de origem grega, com o sentido de superioridade, acima de. 4-Preposição (inv.); Filha de Inaco, rei de Argos e amada de Zeus; Níquel (s.q.); Contracção de preposição e artigo. 5-Fizera socalcos em. 6-Sufixo formador de adjectivos, com sentido de força, abundância, extensão; Rádio (s.q.); Nota musical. 7-Arranja; Bancas. 8-Fingis; Igualdade em farmácia. 9-População do extremo oriental asiático, que habita as ilhas Sacalina, Curilas e Hokkaido; Terreno liso e duro, mais ou menos circular, onde se põem a secar os cereais ou legumes. 10-Califa árabe, filho de Ali e Fátima, filha de Maomé (625-69); Figura. 11-Podarias.

como nos comportamos e no que 1

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fazemos. Nelson Mandela afirmou que o desporto era talvez uma das áreas

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sociais mais justas, interdependente

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e onde existiam menos questões

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raciais, religiosas ou territoriais. Um

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olhar rápido para a nossa sociedade,

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sobretudo, no que se vai passando no sistema educacional e no

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mercado de trabalho, permite

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perceber que muito daquilo que nos

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faz falta, existe numa prática regular

10 11

de desporto: foco, motivação, objetivos, dedicação, superação, cooperação e liderança.

Soluções 1-A; DESAFIARA. 2-DOIDO; AMI; P. 3-VOA; COZINHA. 4-E; DIAS; TOAR. 5-R; EOLO; ASSA. 6-SAM; C; VI; SR. 7-IMANARAS; AÍ. 8-DO; IRAR; ENA. 9-ARA; A; ANI; S. 10DERA; FIARA. 11-ESCOLAS; ARE.

HORIZONTAIS: 1-Provocara. 2-Extravagante; Assistência Médica Internacional (sigla). 3-Desaparece; Designação do caldo-verde, em Coimbra. 4-Existência; Retinir. 5-Deus dos ventos, filho de Júpiter; Queima. 6-Nome artístico do cartoonista português Samuel Azavey Torres de Carvalho (192493); Número seis, em numeração romana; Senhor (abrev.). 7-Magnetizaras; Lá. 8-Clemência; Agastar; Interjeição. 9Altar; Cidade em ruínas, capital de antiga Arménia. 10Infligira; Garantira. 11-Doutrinas; Medida agrária.

Se todos os outros contextos tivessem as mesmas regras coletivas do desporto estávamos certamente rodeados de pessoas mais focadas e desejosas de mais e melhor.


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Motores em forma chegam mais longe.

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