Tempo Livre Maio 2015

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N.º 24 | Maio 2015

Festas Inatel É de Fones! – Sons de identidade na paisagem urbana 23 de maio

Nham Nham – Um delicioso musical de 13 a 21 de junho

Travessia no Tejo 20 de junho

Encontro Nacional de Jogos Tradicionais 28 de junho

Noite de Luz e Fogo 18 de julho

Noites de Fado Vadio 11, 18, 26 e 27 de junho

Dia da Criança – Atividades gímnicas 4 de julho

Fórum Europeu de Turismo para Todos de 21 a 23 de outubro


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TL Maio 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

4 Notícias

6 Entrevista: Bruno Cochat

8 Cultura “Desafios” em Ponte de Lima

10 Inovação Social Festivais INATEL

13 Viagens Quatro praias de sonho

14/15 Tema de capa Comemorações 80 Anos

17 Desporto: Reativar o Desporto em Trás-os-Montes

19 Hotelaria Inatel Porto Santo Hotel

20

Por favor, save the date!

D

esde 1935 a valorizar o tempo livre para todos, a nossa Fundação está a celebrar o 80º aniversário realizando o ambicioso programa de comemorações a que dedicamos boa parte desta edição do TL. Como se explica a longevidade da instituição, que atravessou diferentes regimes políticos e mudanças sociais profundas, ao longo deste período, sem se descaracterizar e sabendo adaptar-se aos novos tempos? Só os historiadores saberão dar explicações cabais do facto, mas julgo não errar ao associar a nossa resiliência à afirmação imparável, ao longo de todo o século XX, do direito ao lazer como um direito social universal inscrito no contrato social moderno. E porque assim é, as modernas atividades de lazer democratizaram o consumo de bens culturais e os mercados adaptaram-se às procuras sociais de ocupação dos tempos livres. Assim nasceram indústrias culturais de turismo de massas, de entretenimento, que projeta cada vez mais pelo multimédia as artes performativas, e de desporto, o qual organiza espetacularmente a competição de destreza física entre indivíduos. No novo século, novas dinâmicas tecnológicas e

sociais colocaram no centro da ocupação dos tempos livres a exigência de acesso universal às “experiências” cognitivas e emocionais pelo consumo dos bens culturais oferecidos nos mercados da era pósindustrial. Mas os mercados não conhecem o que seja a justiça social, pelo que os excluídos de tais experiências são muitos. Por isso, há e haverá sempre lugar para respostas sociais inclusivas de ocupação dos tempos livres, tornando acessíveis a todos as ofertas das indústrias culturais e contrariando a massificação alienante com propostas criativas e proativas de lazeres onde todos têm lugar. As festas por ocasião do nosso aniversário serão, sobretudo, a afirmação desta perspetiva enriquecedora e libertadora dos tempos livres, conferindo à efeméride todo o seu real significado histórico e cultural. Por isso, apelo a que todos tomem boa nota nas agendas da sucessão de eventos que sinalizam as festas dos 80 anos da INATEL – por favor, save the date!

Presidente da Fundação INATEL

Os Contos do Zambujal

21 Culturando

// TOME NOTA

22 Em cena no Trindade//

Turismo e Voluntariado em São Tomé e Príncipe

Arquitetura dos Tempos Livres A República de São Tomé e

Príncipe, prevista em setembro,

ambiental, sustentabilidade e

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Príncipe, um dos destinos

integra as comemorações do 80.º

inclusão.

Língua Nossa// Tempo Digital

africanos que alguns portugueses

aniversário da Fundação Inatel

O programa prevê que os turistas,

escolhem para usufruir de umas

com o espírito da missão de

ao mesmo tempo que desfrutam

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férias tranquilas, com paisagens

responsabilidade social,

de dias de férias com as

Ecrãs: novos filmes em cartaz

maravilhosas e um povo

habituais atividades (visitas,

acolhedor, é ao mesmo tempo

experiências, lazer), possam

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um dos países da CPLP onde a

dedicar algum tempo de

Motor// Palavras Cruzadas//

maioria da população vive abaixo

voluntariado e contacto direto

Sugestões

do limite da pobreza.

com a comunidade local. Dar e

A primeira viagem de Turismo e

receber é o melhor resultado

Voluntariado em São Tomé e

destas ações.

Jornal Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenação editorial: Teresa Joel Logótipo:Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: José Frade, Isabel Santiago Henriques (colaboradora) Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169-062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, Ernesto Martins, Eugénio Alves, Gil Montalverne, João Cachado, José Baptista de Sousa, Joaquim Diabinho, José Lattas, Mário Zambujal, Sílvia Júlio, Sofia Tomaz Publicidade: Comunicação e Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA., Rua Consiglieri Pedroso, n.º 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 93.165 exemplares


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4 // NOTÍCIAS // TL Maio 2015

// COLUNA DO PROVEDOR

Protocolo INATEL/Área Metropolitana de Lisboa A Fundação Inatel celebrou um protocolo de colaboração

Manuel Camacho

com a Área Metropolitana de

provedor.inatel@inatel.pt

Lisboa (AML), em março

Medalha dos 80 anos INATEL

último, com o objetivo de desenvolver uma cooperação

s referências que nos acompanham ao longo da vida, sustentadas por valores, conceitos, obra e atitudes, acabam por conviver connosco tão naturalmente que nem equacionamos a hipótese de perdê-las. O tempo encarrega-se de alimentar, fazer crescer e consolidar a admiração que nos transmitem, e quando partem é sempre com pesar e tristeza que encaramos essa realidade. Recentemente partiram duas referências da cultura portuguesa que gostaria de lembrar neste espaço, pela sua importância na poesia e na “7ª Arte” portuguesas. Herberto Hélder – Poeta madeirense que soube viver intensamente o seu tempo e agarrou, na sua poesia forte entre o místico e o mágico, o pulsar de uma geração de contrastes. Manoel de Oliveira – Homem simples, grande cineasta, mas também artista nato que viu a sua obra reconhecida com inúmeros prémios, ganhos muito mais no estrangeiro do que no seu país. Assim foram e continuarão a ser, porque a semente que deixaram de certeza não foi em vão.

A

50

na Anos EL INAT

institucional mútua no que respeita às atividades de lazer, cultura e desporto, relacionadas com o aproveitamento dos tempos livres dos seus associados. Através do acordo celebrado os funcionários da AML podem usufruir das unidades hoteleiras, viagens, parques de campismo, atividades desportivas, culturais e de

Maquete da Medalha comemorativa dos 80 anos da Fundação (visualização 3D) da designer Fernanda Soares

formação, em suma, podem aceder a inúmeras vantagens em todos os domínios das atividades da Fundação Inatel. A Fundação esteve representada pelo presidente, Fernando Ribeiro Mendes, e vogal do conselho de administração, Álvaro de Sousa Carneiro. Pela Área Metropolitana de Lisboa rubricou o secretário metropolitano, Filipe Miranda Ferreira.

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o seguimento da parceria entre a Fundação Inatel e os CTT para a emissão de um postal comemorativo, de que lhe demos conta no último número do Tempo Livre, a medalha dos 80 anos é o corolário de um protocolo de colaboração com a ImprensaNacional Casa da Moeda (INCM), assinalando uma longa relação institucional caraterizada por uma efetiva partilha de valores. Esta peça de arte, cunhada em prata e acabamento proof, com 36 mm de diâmetro e cerca de 25 gramas de peso, estará à venda nas lojas da INCM, pelo valor de 43,05 euros, a partir do próximo dia 13 de junho, por ocasião das comemorações do 80.º aniversário da Fundação Inatel. Em virtude do acordo com a INCM, que prevê um desconto

para a Fundação Inatel, os nossos associados podem adquirir a medalha pelo preço de 35 euros. Além disso, se encomendarem até 12 de junho terão um desconto adicional, cujo valor será de 30 euros. Atendendo ao número de exemplares emitidos, as encomendas serão limitadas a duas medalhas por associado.

// Reserve já a sua! Para garantir a aquisição de um exemplar da medalha dos 80 anos da Fundação Inatel, os associados podem fazer uma reserva nas lojas INATEL, ou através dos seguintes contactos: Tel. 210027143 celebrar80anos@inatel.pt.

Completam, no mês de maio, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: Maximino Pereira Gonçalves, de Coimbra; Maria Anunciação Ribeiro, de Évora; Rosalino Santos Castro, do Porto; Maria Antonieta Gouveia, de Lisboa; José Rodrigues Valido, do Seixal; Maria Cândida Lavado, de Sintra; Raúl Silva Júnior, Maria Alice Melo, de Vila Nova de Gaia; Maria Luz Abrantes, de Vila Real.


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TL Maio 2015 // NOTÍCIAS // 5

Outubro 2015, em Albufeira

Fórum Europeu de Turismo para Todos

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Fundação Inatel será a anfitriã, em outubro próximo, em Albufeira, do Fórum Europeu de Turismo para Todos, este ano dedicado à Inovação. O futuro do Turismo Social, hoje designado como Turismo para Todos, passa pela sua capacidade de inovação, seja ela social ou tecnológica, pois só com ela se abrem novas oportunidades de crescimento para o turismo. Congressistas de toda a Europa trabalham a Inovação em várias vertentes como na criação de produtos, na comunicação, na distribuição e nos métodos organizacionais do Turismo para Todos. Um dos pontos de discussão passa pelo conceito de responsabilidade social empresarial, ou seja, sobre a responsabilização numa base voluntária, de preocu-

pações sociais e ambientais, sempre em conexão com o Código Mundial de Ética do Turismo. No Algarve, entre 21 e 23 de

outubro, estarão presentes os mais importantes atores de Turismo para Todos a nível europeu, bem como especialistas na área para

procurarem respostas para o futuro de um turismo que se quer cada vez mais responsável, inclusivo, acessível e sustentável.


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6 // ENTREVISTA // TL Maio 2015

Bruno Cochat, formador na Academia Inatel

“Ser ator hoje significa fazer muitos projetos” “Nham Nham – Um delicioso musical” é o nome de um espetáculo de Claudio Hochman e Bruno Cochat em coautoria com os alunos do curso de Teatro Musical da Academia Inatel. Cochat, o autor das coreografias, fala sobre a peça que estará em cena na sala principal do Teatro da Trindade, de 13 a 21 de junho. Naquela dança da vida, todos nos podemos ver retratados com muito humor humor e o amor à arte estão refletidos nos formandos do primeiro curso de Teatro Musical. Este não vai ser um espetáculo de escola como que a pedir desculpa se alguma coisa falhar. Este é o espetáculo de atores, entre os 18 e os 52 anos, que estão a ser preparados para nos deixarem com fome… de teatro musical. A exigência, a qualidade e o profissionalismo vão refletir-se no prato que nos vão servir, garante Bruno Cochat. ‘Nham Nham’, já estamos com água na boca! Como estão a decorrer os ensaios com os alunos do curso Teatro Musical para o espetáculo de junho? Os ensaios estão a decorrer conforme o esperado. Os alunos e professores estão empenhadíssimos, numa fase de ebulição. É um espetáculo criado a partir dos alunos. São eles que estão a escrever as letras das músicas a partir das cenas propostas, o que é muito exigente. O espetáculo chama-se “Nham Nham”… Vai ser mesmo um delicioso musical? Vai ser delicioso e sobre as delícias. É um espetáculo ligado à comida. Passa-se à volta da mesa de um restaurante. Pode subir o pano e desvendar um pouco mais sobre o que vai ser esta peça? Haverá muitos encontros,

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desencontros, relações… Todos os alunos – agora vamos deixar de lhes chamar alunos –, todos os atores vão encarnar várias personagens. Ora são empregados de mesa, ora clientes, ora alguém que vem de fora, ora pessoas que se conhecem muito bem ou que se encontram pela primeira vez… Há aqui muitas histórias. Isto é uma história da própria construção de uma peça de teatro e de um musical. Trata-se de um espetáculo feito com os alunos da primeira edição do curso de Teatro Musical, mas isso não significa que seja menos exigente e que a fasquia não seja elevada… A ideia da Academia Inatel surgiu simultaneamente com a intenção de apresentar um espetáculo final na sala principal do Teatro da Trindade. Logo à partida, soubemos que seria um espetáculo em cena vários dias. Não vai ser uma amostra de escolas, muito menos uma apresentação de final de curso. O nível de exigência e as condições técnicas, logísticas e artísticas, não só dos atores, como também dos músicos e das criações que são originais, é profissional. Não há fasquia nenhuma rebaixada. O facto de o espetáculo estar em cena de 13 a 21 de junho será uma mais-valia, porque vão ter uma experiência de espetáculo mais robusta.

É uma mais-valia para todos. Repetir um espetáculo faz parte do amadurecimento e da aprendizagem. Fazer o espetáculo no dia a seguir e no outro dia a seguir… vai ensinar-lhes muito. Há um voltar a apresentar as coisas como se fosse a primeira vez. Não podemos esquecer que, para o público, é sempre a primeira vez, mesmo que tenha

“Este curso tem a pretensão ambiciosa de munir estas pessoas de ferramentas para estarem à altura do próximo desafio. Para umas será já um desafio profissional para outras será outro curso, seja na Academia ou noutro sítio” vindo na véspera, virá com outros olhos. Noutros países há espetáculos que estão em cena um, dois, dez anos e um ator tem de aprender a fazer esse trabalho: como é que eu vou dizer isto outra vez como se fosse a primeira vez? No ano em que a Inatel comemora oito décadas, este espetáculo vem coroar a celebração do aniversário… E, ainda por cima, comemora oitenta anos com uma coisa muito nova. Este espetáculo não mostra alguma coisa que a Fundação já tenha feito no passado. Pelo

contrário, é uma coisa feita no presente e que quer fazer no futuro. É uma boa maneira de comemorar um aniversário. O Bruno é formador de Movimento/Expressão Dramática/Dança. Encontrou muitos pés de chumbo? [Risos] Não havia pés de chumbo no sentido de dançarem mal, havia pessoas que não tinham ainda travado conhecimento com o seu potencial, e têm evoluído brutalmente. Estes alunos têm-no surpreendido? Muito. Pela entrega, pela descoberta… Na Expressão Dramática, no trabalho de corpo, trabalhamos muito a confiança neles próprios e nos outros. Variamos a expressão através do movimento e, de repente, as pessoas acabam por surpreender os outros ou a elas próprias em coisas que nunca tinham pensado fazer. E isto também acontece na interpretação e no canto. De vez em quando, temos ali uma espécie de revelações. Obviamente que temos expetativas e sabemos onde é que gostávamos de chegar, mas às vezes chegamos mais longe do que tínhamos pensado inicialmente. Tendo em conta que a formação tem de ser um processo ao longo da vida… Tem de ser para toda a gente. Um professor, um matemático, um


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TL Maio 2015 // ENTREVISTA // 7 José Frade

cientista, um pintor tem de estar sempre a aprender. A Academia Inatel é uma parte da sua formação. Não dizemos em lado nenhum aos alunos que não precisam de fazer mais nada nem que esta frequência é suficiente. Se estes alunos quisessem repetir o curso para o ano, não iam tomar banho no mesmo rio. O rio já não seria o mesmo nem a água. Nem as pessoas já seriam as mesmas. Vai haver espaço para estes atores – como lhes chamou logo desde o início da entrevista – num país que liga pouco à cultura? Eu trabalho no ensino artístico vocacional e, seja aqui ou na Escola de Música do Conservatório Nacional, tenho de trabalhar como se houvesse. Os atores, músicos e bailarinos não podem trabalhar só para o seu país. Costumo dizer que um artista não emigra, internacionaliza-se. O mundo é muito grande. As pessoas fazem a sua formação aqui e nós também podemos receber alguns estrangeiros. Sabemos que a vida

lá fora não é fácil nem para um ator de musical nem para um ator de teatro. Mas as coisas podem mudar. E ser ator hoje em dia significa fazer muitos projetos. Provavelmente não vão estar a vida toda numa companhia. Estes alunos vão sair e trabalhar... A Academia vai dar-lhes algum apoio ainda durante algum tempo. Em que moldes? Para já, a própria Academia oferece dois estágios remunerados durante um ano aos dois melhores alunos. Quantos alunos tem o curso? Neste momento está com 13. E os restantes? Não vão necessariamente ficar de fora. Não ganhar o concurso não é a mesma coisa que o ter perdido. A Academia conseguiu várias parcerias e beneficiou também dois alunos que são bolseiros. Há aqui dois benefícios à chegada e à partida. Quanto aos restantes alunos… ainda não temos muito bem a certeza qual vai ser o futuro da Academia. Pode vir a ter mais cursos. Pode vir a ter uma

“Em Portugal não há nenhum outro curso de Teatro Musical onde tenham aulas de canto individuais, porque encarece o curso. Isso marca a diferença”. companhia. Está tudo em aberto. Que balanço faz deste primeiro ano de curso? Está a correr muito bem. Não há cursos nem escolas perfeitas e, para uma segunda edição, há alguns ajustes a fazer, nomeadamente na carga horária. Penso que o curso está muito bem estruturado, porque um ator de teatro tem de ser ao mesmo tempo ator, bailarino e cantor. Estas pessoas têm de ser quase como atletas de alta competição. Têm de ter muitas aulas regulares, aulas individuais de canto... Em Portugal não há nenhum outro curso de Teatro Musical onde tenham aulas de canto individuais, porque encarece o curso. Isso marca a diferença. Há coisas a melhorar, mas no meu entender é sempre para

acrescentar mais trabalho aos alunos. O que diferencia este curso de atores em relação aos demais, para além desse investimento ao nível do canto individual que referiu? Não é mais um em relação a tantos outros que já existem? Este curso de Teatro Musical não segue nenhuma das correntes. É uma criação nova. Queremos que estes alunos tenham formação em muitas coisas, para depois estarem disponíveis para aquilo que lhes for pedido. Temos alunos que vêm de outras escolas e eles podem vir a fazer A, B ou C muito bem, mas não estão preparados para fazer D, E ou F…Saindo daqui, já estão mais preparados, porque já experimentaram improvisar, já experimentaram técnicas de relaxamento, maquilhagem, interpretação, corpo, canto, coro, leitura musical, história do Teatro Musical, gestão de projetos… Estas pessoas saem muito mais alerta. Nunca esquecendo que estamos a falar de um ano letivo. Ninguém vai ficar a saber tudo, mas vai perceber para onde é o caminho. Este curso tem a pretensão ambiciosa de munir estas pessoas de ferramentas para estarem à altura do próximo desafio. Para umas será já um desafio profissional para outras será outro curso, seja na Academia ou noutro sítio. Outro curso na Academia? O que pode, desde já, ser adiantado? Vai haver um curso de Teatro Físico. Vai ter corpo, voz e interpretação. Este vai ser um curso em que, porventura, as pessoas poderão fazer antes ou depois do Teatro Musical. É um curso que se pode acumular a outro. Vai ser uma formação mais genérica. Pretende desenvolver o potencial de cada aluno, mostrarlhe outras opções dentro do mundo do Teatro e tentar ajudá-lo a perceber qual o “Teatro” que mais gosta; se a Dança/Teatro, Teatro Físico, Teatro “Clássico” ou Teatro Musical. Sílvia Júlio


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8 // CULTURA // TL Maio 2015

Porto festejou “Poesia em Sophia” Mais de dez mil pessoas celebraram o Dia Mundial da Poesia com a Fundação Inatel, num reencontro da cidade do Porto com a sua poetisa

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umprindo o desígnio de valorização do património literário português, designadamente através da renovação e afirmação pública do valor da poesia nos nossos quotidianos, a Fundação Inatel celebrou o Dia Mundial da Poesia com uma homenagem inédita a Sophia de Mello Breyner Andresen. O convite lançado pela Inatel à população da cidade do Porto de reencontro com a sua poetisa e com a sua incontornável obra literária provou que a expressão poética pode ser vivida de forma festiva e partilhada coletivamente, envolvendo comunidades diversas (artísticas, científicas, associativas, edu-

cativas) e estimulando a livre participação como forma de tributo, de descoberta ou de aprendizagem. A convocação do universo literário e do imaginário simbólico de Sophia estimulou a conceção de um programa dirigido a todos os públicos, incluindo concertos (OAP – Orquestra Académica Portuguesa), coreografias (Grupo Etnográfico Mil Raízes) dramatizações e encenações de rua (Grupo Dramático Mérito Avintense, Rancho Folclórico do Porto), formas animadas (NTheias) e oficinas de artes plásticas (Grupo Etnográfico de Areosa), representados em palcos imprevistos nos Jardins do Palácio de Cristal, plenamente participados por mais

“Obrigado, Sophia” – Encerramento pelo vice-presidente e vogal da Fundação Inatel, José Manuel Soares e Jacinta Oliveira

Leitura do “Manifesto pela Poesia”, por António Capelo

de 10.000 pessoas que, na tarde de 21 de março, se congregaram em torno de “Poesia em Sophia”. Cumprindo o desígnio da poetisa de celebração da poesia na rua, de destacar mais um dos momentos altos de concentração, a que se juntaram milhares de pessoas para ouvir pela voz do ator António Capelo, a leitura do Manifesto pela Poesia, texto original de Maria Andresen “Que este instante permaneça”, concebido especificamente para assinalar a data. Aclamado efusivamente por uma assistência de centenas de pessoas, o espetáculo original dedicado a Sophia de Mello Breyner Andresen, criado e encenado para celebrar a data no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, congregou um elenco notável de figuras públicas emblemáticas da cidade que se associaram à iniciativa, exprimindo o valor da palavra, da leitura e da escrita, entre os quais, Aurora Cunha, Carlos Magno, César Santos Silva, Eduarda Maio, Gonçalo Ribeiro Telles, Júlio Magalhães, Katty Xiomara, Miguel Pereira Leite e Óscar Branco, complementados pelo contributo de Rita Sousa Tavares, neta da poetisa, com testemunho da vivência afetiva com Sophia. Para além da mobilização de associações culturais da INATEL e de agentes educativos e escolas (alunos das Escolas Básicas do 1.º Ciclo, Escola Bento de Jesus Caraça), da colaboração de entidades científicas (Pedro Eiras, Faculdade de Letras da Universidade do Porto), e artísticas da cidade do Porto (Balleteatro Escola Profissional), o evento, realizado em coorganização com a autarquia portuense, beneficiou das parcerias com a Porto Lazer e com o Grupo RTP, assim como do apoio da família de Sophia, que manifestou imediata recetividade ao projeto.

Encontro Nacional de Concertina e Cantadores

“Desafios” em Ponte de Lima

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o longo do fim de semana de 9 e 10 de maio, a Fundação Inatel apresenta “Desafios – Encontro Nacional de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio”, em co-organização com o município de Ponte de Lima, através de um programa diversificado com uma componente expositiva e de conversa aberta sobre os principais agentes e protagonistas desta manifestação cultural. Com uma componente performativa de rua e de palco, a iniciativa integra um espetáculo de Danças Ocultas no Teatro Diogo Bernardes, decorrendo o Encontro de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio pelas ruas da vila de Ponte de Lima e no palco “Desafios”. Inserido nas comemorações dos 80 anos de atividade da INATEL, o evento evoca o primeiro encontro promovido em 1996, no Castelo de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, que contou com a participação de cerca quarenta tocadores e cantadores, com o objetivo de reabilitar esta prática e de recentrar o papel da concertina e dos cantares ao desafio nas manifestações populares. O encontro promove o espírito do movimento de redescoberta da concertina e a difusão por todo o país de encontros regionais de tocadores que se caracterizam,


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TL Maio 2015 // ARQUIVO HISTÓRICO // 9

O fascínio das irmãs Remartinez

F Programa SÁBADO, 9 DE MAIO 10h30 - Inauguração da Exposição “Desafios – Encontro Nacional de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio”, no Museu do Brinquedo Português. Exposição patente até 30 de junho. 14h00 - Tertúlia “Concertinas e Desgarradas: narrativas”, no Auditório do Centro Comercial Rio Lima. Oradores: José Machado, Domingos Morais, Artur Fernandes, Barros Lopes (tocador), rapper “NTS”, entre outros. 22h00 - Concerto “Danças Ocultas”, no Teatro Diogo Bernardes. DOMINGO, 10 DE MAIO 10h30/14h30 - Rusgas pela vila e atuações no palco “Desafios”, na Avenida dos Plátanos.

atualmente, pela participação e envolvimento de milhares de pessoas de diferentes escalões etários e sociais.

alámos no número anterior do «Tempo Livre» das «Irmãs Meireles», duas estrelas da música ligeira portuguesa que animaram os Serões Culturais para trabalhadores da F.N.A.T. na década de quarenta. Não seria justo nem de bom-tom recusar idêntico tratamento às não menos célebres e talentosas «Irmãs Remartinez», que, de resto, precederam e influenciaram as primeiras. Originárias de uma família de músicos – o pai fundara a «Orquestra Remartinez» de jazz na década de vinte –, Fernanda Remartinez Quilez de Freitas França (19161955) e sua irmã Nini, aliás Maria Carolina (1919-), estrearam-se como cançonetistas em 1941, na Rádio Peninsular, tendo sido distinguidas com o prémio de melhor conjunto vocal no Concurso de Artistas Ligeiros da Emissora Nacional em 1943. As irmãs Remartinez participaram em inúmeros Serões Culturais promovidos pela F.N.A.T. nos anos quarenta, em duo ou separadamente, ou, ainda, integradas num quarteto vocal dirigido pelo Maestro Belo Marques, de que faziam parte Maria da Graça (Neves) e Milú (Maria de Lurdes Lemos). À semelhança das «Irmãs Meireles», também as «Irmãs Remartinez» fizeram a sua incursão pelo cinema, tendo participado na longa-metragem «Ladrão, Precisase…», de Jorge Brum do Canto (1946).

O duo «Remartinez» extinguiuse em 1955 com a morte de Fernanda. A irmã, Nini Remartinez, que conserva admirável lucidez apesar dos seus 96 anos, é associada da Fundação INATEL e reside actualmente na Casa do Artista. José Baptista de Sousa Fotografias: Avis. - Fundação INATEL | Arquivo Fotográfico

Foto de cima: Irmãs Remartinez, Maria da Graça ao centro, e Maestro Belo Marques à direita, Serão Cultural n.º 144, Liceu Camões, 5.6.1945, dedicado à Casa do Ribatejo. Em baixo, Irmãs Remartinez com Maria da Graça e Milú, Serão Cultural n.º 148, Setúbal, 14.7.1945, em colaboração com o Concurso dos Vestidos de Chita


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10 // INOVAÇÃO SOCIAL // TL Maio 2015

Festivais INATEL 2015 No ano de 2015, no âmbito dos projetos dinamizadores da atividade social dos Centros de Cultura e Desporto, propomos a realização de três festivais com o objetivo de dar a conhecer os costumes e tradições de diversas áreas de expressão artística, do nosso país

Saúde e Termalismo Sénior 2015/2016 Mantendo os objetivos das edições anteriores pretendemos proporcionar aos participantes a oportunidade de cuidar da

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ontribuindo desta forma para uma maior inclusão social e com o objetivo de grande participação no Festival INATEL irão ser criadas viagens com saída prevista a partir de todas as capitais de distrito para o local da realização dos festivais. Um euro do valor pago por viagem irá reverter a favor do “Mealheiro Solidário”. A Direção de Inovação Social, recorde-se, é a principal estrutura responsável pelo desenvolvimento da política de índole social da fundação, através da organização e gestão de programas sociais, que visam estimular a participação de cidadãos de menores recursos e potencialmente mais expostos ao fenómeno de isolamento, solidão e exclusão social. Neste sentido, os programas e projetos desenvolvidos assentam num princípio de diferenciação positiva, através do escalonamento dos pagamentos em função dos rendimentos dos participantes – pagando mais, quem dispõe de maiores rendimentos e pagando menos, quem dispõe de menores rendimentos – independentemente do conjunto de serviços ser igual para todos.

saúde e, em simultâneo, desfrutar de muitos momentos de lazer e de convívio, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Propomos períodos de férias de 13 dias e 12 noites, em regime de pensão completa com a possibilidade de usufruir de todos os benefícios das águas termais. Em concordância com os programas anteriores, os valores de inscrição encontram-se diferenciados segundo os escalões de rendimentos do participante, e se este é ou não associado INATEL, situandose entre 485€ e 600€. As inscrições para a nova

terá lugar no mês de setembro, serão apuradas as apresentações, de cada um dos distritos/regiões mencionados, que participam na final do Festival INATEL. No dia 8 de novembro, na Casa do Artista, após todas as atuações, será selecionada a mais representativa e mais criativa participação, escolhida por um júri nomeado para o efeito. Inscrições até dia 30 de junho.

Festival Costumes e Tradições Dando continuidade à primeira edição realizada em junho de 2013, a terceira edição deste festival é apresentada como uma mostra dos costumes e tradições de todos os distritos e regiões de Portugal, nas mais diferentes áreas de expressão. Nesta edição teremos atuações dos distritos/regiões dos Açores, Coimbra, Guarda, Porto, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real. Durante a fase distrital/regional, que

Festival da Canção A primeira edição do Festival da Canção pretende, de forma inovadora, ser uma mostra específica dos talentos mais relevantes na área do canto. Iremos ouvir este ano as vozes dos distritos/regiões de Aveiro, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Lisboa e Madeira. À semelhança do Festival INATEL, as melhores atuações de cada distrito/região mencionados serão

escolhidos durante a fase distrital/regional, no mês de setembro. No dia 7 de novembro, na Casa do Artista, na final nacional serão apresentadas as intervenções apuradas e será selecionada a mais representativa e mais criativa participação, escolhida por um júri nomeado para o efeito.

edição do programa Saúde

Inscrições até dia 15 de junho.

participantes cujos primeiros

e Termalismo Sénior iniciam no dia 19 de maio para todos os participantes cuja 1ª letra do primeiro nome se encontre ente a letra “A” e “J”, inclusive. No dia seguinte, 20 de maio, podem inscrever-se todos os nomes comecem com as

Os Melhores Talentos Portugueses Distinto dos outros Festivais, este concurso pretende escolher os talentos mais relevantes em diversas áreas artísticas, como o canto, a dança ou a música. Apresentadas as intervenções de cada distrito/região será selecionada a mais representativa e mais criativa participação, escolhida por um júri nomeado para o efeito. A final da 1ª edição irá decorrer na Casa do Artista, no dia 7 de novembro. Inscrições até dia 15 de julho.

restantes letras do alfabeto, ou seja, entre a letra “K” e “Z”, inclusive. Após esta data as inscrições são livres.

Mais informações Direção de Inovação Social inatelsocial@inatel.pt Tel. 210 027 142.


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TL Maio 2015 // INOVAÇÃO SOCIAL // 11

Turismo Júnior não residencial

E

ste verão, entre os meses de junho e setembro, o Turismo Júnior está de regresso. Os campos de férias não residenciais são dirigidos a todas as crianças e jovens entre os 6 e 17 anos que pretendam aproveitar os seus dias de férias para vivenciar momentos únicos de alegria, partilha e aprendizagem. No Parque de Jogos 1.º de Maio, entre 2ª e 6ª feira, das 8h30 às 19h, preparamos diversas atividades onde a diversão vai imperar. Todas as semanas as atividades correspondem a um tema específico, de maneira a permitir a vivência de diferentes experiências aos participantes que nos queiram acompanhar por mais que uma semana.

Nesta edição os valores de inscrição encontram-se divididos pelos escalões de rendimentos do agregado familiar do participante, pela antecedência da reserva de participação e, como habitualmente, por associado ou não associado INATEL. Os valores de inscrição situam-se entre 90 e 150 euros, com os seguintes serviços incluídos: refeições, monitores, seguro, atividades. Inscrições a partir de 19 de maio, através do preenchimento do formulário de inscrição online, disponível no site da Fundação Inatel, ou presencialmente nas Lojas INATEL de Alvalade e Rossio, e outras agências de viagens aderentes.

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TL Maio 2015 // VIAGENS // 13

Quatro praias de sonho Próximo de Portugal continental existem ilhas para passar férias de sonho em que a sensação de fuga à rotina é uma certeza. No ‘campeonato’ de paraísos acessíveis destacam-se três ilhas, a portuguesa, Porto Santo, e as espanholas Canárias e Maiorca. Para quem preferir a Riviera francesa, La Napoule tem belíssimas praias para relaxar junto ao mar

P

ara os defensores das ilhas Canárias, estas são o lugar com o melhor clima do mundo e onde se pode usufruir de umas férias excecionais em qualquer época do ano. As suas praias, a natureza vulcânica, o animado e hospitaleiro estilo de vida e a possibilidade de escolher todo o tipo de atividades ao ar livre, fazem com que a maioria dos seus visitantes volte à ilha para repetir a experiência. Quem ama Maiorca e a sua capital, Palma de Maiorca, afirma que este é um destino fantástico, com maravilhosas praias que, complementadas pelo ameno clima da ilha, se transformam num verdadeiro cenário de sonho para quem quiser passar umas férias relaxantes. Apesar de ser um destino turís-

tico movimentado e frequentado por visitantes oriundos de todo o mundo, atraídos pela possibilidade de encontrar todos os ingredientes necessários para as férias inesquecíveis que todos procuramos. Mas Porto Santo tem armas fortes para ser a ilha escolhida como o melhor destino de ilhas perto do continente. Em primeiro lugar a longa praia de areia dourada, estendida ao longo de nove quilómetros desde a Vila Baleira até à Ponta da Calheta, diz-se mesmo que é um areal com propriedades terapêuticas e por isso é possível ver pessoas enterradas na areia até ao pescoço. Em segundo lugar a água, aquecida pelas correntes do Golfo, que permitem longos banhos de mar, a Calheta, por exem-

// Viagens INATEL Porto Santo De junho a setembro. Desde 697€ Palma de Maiorca De junho e setembro Desde 636€ Canárias Em setembro Desde 749€ La Napoule Em julho e setembro Desde 995€ Para mais informações: Tel. 211 155 779/ Lojas INATEL turismo@inatel.pt www.inatel.pt

plo, é um dos melhores locais da ilha para nadar, e por fim, as temperaturas amenas, a simpatia dos ilhéus e o movimento dos turistas vindos de todo o mundo. Desde que o turismo existe as pessoas procuram ilhas para relaxar, pedaços de terra cercados de mar por todo o lado, que dão aquela sensação de grande viagem e de fuga às grandes cidades. Mas nem todos gostam da sensação insular, por isso, para os que têm alguma fobia a ilhas paradisíacas existe outro destino de sonho: La Napoule, conhecida pelas águas azuis e praias de areia branca, a dois passos de Cannes, na famosa Riviera francesa. Uma estância balnear a preços acessíveis, porém com o glamour do Mediterrâneo.


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14 // TEMA DE CAPA // TL Maio 2015

Comemorações do 80.º Aniversário

Festas INATEL Um vasto programa que inclui eventos de natureza institucional, e outras iniciativas, no país e em Lisboa, assinalando o diversificado leque de atividades da Fundação – Turismo, Cultura, Desporto, Inovação social, Academia – vai marcar as comemorações dos 80 anos de existência da INATEL Isabel Santiago Henriques

D

estacam-se, entre outros, a valorização dos instrumentos musicais tradicionais, com “É de Fones! – Sons de identidade na paisagem urbana”, em maio, estreia do espetáculo “Nham Nham – Um delicioso musical”, com alunos do curso de Teatro musical da Academia Inatel, Noites de Fado Vadio, Travessia no Tejo, Jogos Tradicionais, em junho, Atividades gímnicas, Noite de Luz e Fogo, em julho, convidando à participação da grande festa Inatel.

É de Fones! – Sons de identidade na paisagem urbana Cumprindo a missão de entidade responsável pela salvaguarda do património cultural imaterial, a Fundação promove a primeira edição de “É de Fones! – Sons de identidade na paisagem urbana”, dia 23 de maio, em Lisboa Esta iniciativa de valorização do património musical coletivo, nomeadamente dos instrumentos musicais tradicionais portugueses, irá celebrar de forma inédita as sonoridades, técnicas e formas de execução das quatro famílias de instrumentos que fazem parte da nossa paisagem sonora: cordofones (instrumentos de corda), aerofones (instrumentos de sopro), membranofones (instrumentos de percussão), idiofones (instrumentos de vibração). “É de Fones!” envolverá músicos, profissionais e amadores, professores e alunos de música e tocadores populares, com a capacidade de se implementar como uma referência inovadora na progra-

mação de eventos em Lisboa, concretizando-se numa verdadeira invasão da cidade pelos instrumentos musicais tradicionais. Partindo de quatro praças do centro histórico da Baixa Pombalina – Praça da Alegria (e dos Cordofones), Praça Martim Moniz (e dos Idiofones), Praça do Comércio (e dos Aerofones), Praça de Luís de Camões (e dos Membranofones), as várias classes de instrumentos atuam em desfile rumo à Praça do Rossio (de todos os Fones), palco da concentração e de um espetáculo singular que congrega todos os músicos e tocadores. Em co-organização com a autarquia lisboeta, à Fundação Inatel associam-se João Paulo Rodrigues e Pedro Alves, como apresentadores, Carlos Guerreiro e os Gaiteiros de Lisboa, na qualidade de “Embai-

xadores”, Amélia Muge, “Guardiã” das quatro famílias de instrumentos, e os CCD Inatel, organizados sob a forma de orquestras instrumentais ou de tocadores individuais, a que se juntarão as suas diversas comunidades de proximidade. Uma oportunidade de assistir a uma manifestação cultural ímpar, abrangente e de acesso gratuito.

// Viagens INATEL Estão previstas viagens para assistir ao espetáculo “Nham Nham – um delicioso musical”, Noites de Fado, Noite de Luz e Fogo, Travessia no Tejo, com partidas de várias capitais de distrito. Mais informações: Lojas INATEL/ Tel. 211 155 779.

Nham Nham – Um delicioso musical O espetáculo “Nham Nham – Um delicioso musical”, de Cláudio Hochman e Bruno Cochat, em coautoria com os alunos do curso de Teatro Musical, da Academia Inatel, encenação de Cláudio Hochman, coreografias de Bruno Cochat, direção musical de Carlos Garcia, conta com um elenco dos 18 aos 52 anos, constituído por Ana Franco, Andreia Rodrigues, Catarina Vargas, Célia Celas, Christophe Santos, Flávio Jovchelevich, Gonçalo Beja, Henrique Laurentino, Margarida Silva, Sofia Assis, Soraia Tavares, Tânia Lopes e Teotónio Bernardo. Em cena no Trindade até 21 de junho, quarta a sábado, às 21h30, domingo às 18h. Segundo Claudio Hochman, “Nham Nham fala de lugares comuns e de comportamentos


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TL Maio 2015 // TEMA DE CAPA // 15

Sábado, 13 de junho

Comissão de Honra

10h00

16h00

21h30

Cerimónia de

Cerimónia Solene das

Estreia do espetáculo

Sua Excelência o Presidente da

lançamento de Postal

Comemorações do

“Nham Nham – Um

República, Aníbal Cavaco Silva,

dos CTT e de Medalha

80.º Aniversário, Teatro

delicioso musical”,

presidente da Assembleia da

cunhada pela INCM

da Trindade.

sala principal do

República, Assunção Esteves,

Trindade.

primeiro-ministro, Pedro Passos

comemorativos dos 80 anos da Fundação

Coelho, presidente do Tribunal

Inatel, Parque de

de Contas, Oliveira Martins,

Jogos 1.º de Maio.

ministra das Finanças, Maria Luís de Albuquerque, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota José Frade

tilhado com toda a população. Dia 28 de junho, em Aveiro, Bragança, Borba e Tavira.

Soares, provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos,

Dia da Criança – Atividades gímnicas

secretário-geral da UGT, Carlos

Esta iniciativa será um momento de boa disposição e movimento, com a participação de elementos das variadas classes do Parque de Jogos, convidando à experimentação de várias modalidades desde Taido, passando pelo Hip Hop, Zumba, entre outras. Dia 4 de julho, Parque de Jogos 1.º de Maio, a partir das 10h.

Antigos presidentes da

Silva. Fundação Inatel, Eduardo Graça, Joaquim Fernandes Marques, José Alarcão Troni, Luís Garcez Palha, Ruy Seabra, Vítor Ramalho. Entre as diversas personalidades convidadas destacam-se, ainda, Afonso Pires Diz, Amândio de Azevedo, Ana Martinha, António Guterres,

humanos nos restaurantes”. A ideia de que o público possa jantar após este “delicioso musical” parece-lhe interessante, sobretudo, “pela possibilidade de (re)descobrirmos muitos dos lugares comuns da cultura portuguesa… Podemos ficar mais atentos, por exemplo, à quantidade de vezes que ouvimos a frase: ‘mais alguma coisa?’. Além disso, o espetáculo vai abrir o apetite!”. Sobre o singular papel dos atores neste musical (atenção à entrevista nesta edição de Bruno Cochat), Hochman defende que “é importante que os atores saibam também tocar um instrumento, dançar, cantar, porque todos estes recursos podem servir para qualquer espetáculo”.

Noites de Fado Vadio Nos jardins do Palácio da Independência, em Lisboa, será recriado um ambiente de Fado

Vadio, com serviço de jantar típico, onde o público pode participar. No início de cada sessão um musicólogo fará uma breve apresentação sobre as origens desta expressão espontânea do Fado. Dias 11, 18, 26 e 27 de junho.

Travessia no Tejo Um passeio no Tejo que relembra as primeiras viagens de lazer para a Costa da Caparica, do cais do Sodré a Cacilhas, com destino à unidade hoteleira da Caparica, onde haverá churrascada e animação. Dia 20 de junho, partidas de Lisboa e Santarém.

Noite de Luz e Fogo

António Bagão Félix, António

A Praça do Comércio será o palco de um espetáculo de vídeo mapping, com interações de diversos artistas e momentos de pirotecnia, onde se apresentará a história da FNAT/INATEL, destacando os acontecimentos mais marcantes ao longo de 80 anos (1935-2015). Dia 18 de julho, pelas 22h.

Victorino d’Almeida, António Simões, António Filipe Pimentel, António Ponces de Carvalho, Álvaro Barreto, Domingos Morais, Eduardo Ferro Rodrigues, Fernanda Rollo, Fernando Dacosta, Francisco Lacerda, Helena André, Isabel Pires de Lima, José Vieira da Silva, José Carlos Valente, José

Fórum Europeu de Turismo para Todos

Silva Peneda, José Alberto

A Fundação Inatel será a anfitriã, entre 21 e 23 de outubro, em Albufeira, do Fórum Europeu de Turismo para Todos, este ano dedicado à Inovação (ver página 5).

Isidro, Joaquim Silva Pinto, João

Sardinha, João Didelet, Júlio Brenha, João Proença, Luís Morales, Luís Mira Amaral, Maria João Valente Rosa, Marcelo Rebelo de Sousa, Mário Zambujal, Manuel Machado,

PATROCINADOR

Manuel Carvalho da Silva, Marco Chagas, Paulo Pedroso, Pedro Cegonho, Pedro Tochas, Pedro

Encontro Nacional de Jogos Tradicionais

Mestre, Raúl Moreira, Rui Carp,

Vários CCD de todo o país vão dar a conhecer diversos jogos tradicionais, celebrando um reencontro com os jogos de antigamente par-

Carvalho, Rui Mendes, Rosa

Rui Vieira Nery, Ruy de Mota, Simone de Oliveira, Tiago Pereira, Tomaz Correia.


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16 // DESPORTO // TL Maio 2015

Com jogos, danças e passeios no Parque 1.º de Maio

1500 crianças celebraram 80 anos INATEL Durante um dia, repleto de aventuras, 1500 crianças e professores ‘viajaram’ dentro do Parque de Jogos 1.º de Maio, no passado dia 20 de março, para comemorar os 80 anos da Fundação Inatel

manhã, todos puderam experimentar coisas diferentes, desde modalidades como rugby, futebol, basquetebol, atletismo, hóquei e patinagem, canoagem, minigolfe, ténis, arborismo e jogos tradicionais, a atividades como passeio de burro e pónei, passeios em charrete, matraquilhos humanos, escalada e rapel, yoga, corridas em carrinhos de rolamentos, corridas de trotinetes, slackline, autocarro lúdico Playbus, trampolins, insufláveis e danças. Diversão ao máximo, era o que se pretendia! Além de dar a conhecer o Parque de Jogos 1.º de Maio, esta “viagem no Parque” promoveu a

4, 5 e 6 de setembro 2015

180 km

42 km

21km

15

km caminhada

ação do Mealheiro Solidário, para fazer chegar a mensagem a outros públicos e captar apoios para quem mais precisa. Este evento contou com vários parceiros de longa data, como o Clube de Rugby São Miguel. O Sport Lisboa e Benfica esteve presente a dinamizar hóquei e patinagem. O Clube Sportivo Carcavelos facilitou os saltos nos trampolins. A Tubeline, a Quinta do Magoito e o Playbus também dinamizaram atividades para as crianças. Outras entidades deram igualmente o seu apoio, nomeadamente, GStep, REN, Amanhecer, Serra da Estrela,

Panrico & Donuts, Ambulâncias 111 e Excelência Pipocas. Nos 80 anos da Inatel O evento também tinha o objetivo de comemorar os 80 anos da Fundação, do qual se destaca a realização de um logotipo humano formando o número 80. Um momento alto do fim do dia, pouco antes de regressar a casa, em que as 1500 crianças e professores formaram o número 80 para dar os parabéns à Fundação Inatel. A fotografia fala pelos participantes e será com certeza um momento inesquecível para todos.

*two *two mountains mountains one challenge. challenge.

A

lgumas escolas da Área Metropolitana de Lisboa aceitaram o convite e no último dia de aulas do 2.º período, 1500 crianças dos 3 aos 12 anos de idade, professores e auxiliares de educação, descobriram, brincaram, aprenderam e experimentaram o Parque de Jogos 1.º de Maio. Para muitos, até ao evento o “estádio dentro da cidade” era um local desconhecido, agora sabem que o Parque de Jogos é um local de excelência dentro da cidade de Lisboa que oferece um leque muito variado de atividades para todas as idades. Após a chegada, no início da


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TL Maio 2015 // DESPORTO // 17

Piódão Ultra Trail 2015 em calendário nacional

Reativar o Desporto em Trás-os-Montes Reconhecendo o passado, fortalecendo o presente e alicerçando o futuro do desporto com a chancela da Inatel, em outubro último a Fundação reforçou a

A

pós duas edições, em 2013 e 2014, o INATEL Piódão Ultra Trail regressou aos trilhos da Serra do Açor, no passado dia 28 de março, com a particularidade de este ano a prova de Trail (21 km) ter integrado o calendário nacional da Associação de Trail Running Portugal, reunindo 750 participantes na aldeia do Piódão. O tiro de partida foi dado às 9 horas e, cerca de 300 participantes partiram para a sua prova. Com pouco mais de 5 horas e 30 minutos de prova, Diogo Fernandes foi o primeiro a cruzar a meta. Decorridos 19 minutos, chegou Paulo Silva Lopes segundo classificado. Milton Gonçalves, terceiro, concluiu os 50 km de prova com pouco mais de 6 horas. Na prova de UltraTrail feminino, a grande vencedora foi Natércia Silvestre que concluiu a prova com um fantástico tempo de 6 horas e 38 minutos, conseguindo o décimo tempo da classificação absoluta. O segundo lugar, com um tempo de 7 horas e 22 minutos, foi para Tuxa Negri, ficando o pódio fechado com a atleta Carmen Henriques que terminou com o tempo de 7 horas e 38 minutos. Na prova de Trail, que apresentava o extra de ser pontuável para o circuito nacional de Trail (distâncias até 21 km), os mais de 300 participantes partiram, pouco depois das 9h15, para um total de mais de 1400 metros de acumulável positivo. Sendo uma das 10 provas pontuáveis do circuito, uma parte do pelotão desta prova procurava conquistar o máximo de pontos possíveis para o campeonato nacional da especialidade. Com a grande dificuldade a ser o Alto de São Pedro do Açor, a mais de 1200 metros de altitude, esta prova teve como grande desta-

que a proximidade de tempo que os três primeiros classificados masculinos tiveram na conclusão da prova. O grande vencedor foi Vítor Cordeiro que com 2 horas e 11 minutos de prova terminou na frente do vencedor de 2014: Uwe Borsdorf. Depois de vencer a edição de 2014, Uwe Borsdorf concluiu a prova de 2015 com um tempo de 2 horas e 12 minutos, seguindo-se de Luís Semedo com o tempo de 2 horas e 13 minutos. Na prova de Trail feminino, a vencedora foi a Patrícia Carreira que concluiu a sua prova com o tempo de 2 horas e 33 minutos. O pódio ficou fechado com a Fernanda Verde, no segundo lugar com o tempo de 2 horas e 44 minutos, e Maria Isabel Areias, no terceiro lugar com o tempo de 2 horas e 51 minutos. Em paralelo com as duas provas de competição, teve lugar uma caminhada de 15 km, com centena e meia de participantes. Com a organização conjunta da Fundação Inatel e do CCD Associação O Mundo da Corrida, a edição de 2015 do UltraTrail teve ainda como parceiros a câmara de Arganil, a Junta do Piódão, Aldeias Históricas de Portugal, Projeto AçorNatura, Água Serra da Estrela, Mercearias Amanhecer, Boutique da Tuxa e Saber Intemporal.

aposta no fomento da prática desportiva nos distritos de Vila Real e Bragança, afetando um gestor de Desporto, a essa missão. Ao longo deste novo e ainda curto período, a sua ação centrou-se no contacto com os associados Inatel e também por uma comunicação inaugural dirigida a todos os municípios e outros parceiros institucionais, tendo em vista o reforço da proximidade e o alargamento da nossa ação no seio do mundo associativo. A dinâmica que está a ser implementada assenta nos pilares fundamentais do nosso Projeto de Desporto para a região (Desporto Social Competitivo; Desporto Saúde, Bem Estar e Grupos com Necessidades Especiais; Desporto Formativo e Recreativo; Desporto Laboral). Em Bragança e Vila Real a atividade da Fundação Inatel proporcionou – recorde-se – ao longo dos tempos, experiências únicas aos nossos associados em diferentes modalidades desportivas, das quais destacamos o Futsal, Futebol, Tiro, Pesca, Jogos Populares, Ciclismo, BTT, Caminhadas e Corridas de “carros de pau” e que, ainda hoje, constituem marcos de reconhecida importância desportiva, lúdica e social. Calendário O calendário desportivo em curso comporta os seguintes eventos: Pesca Desportiva, com a participação de mais de três dezenas de associados em três locais, Sobreira, Murça (rio Tua), 24 de maio; Bico da Ribeira, Torre de Moncorvo (rio Sabor), 7 de junho; Mirandela (rio Tua), 21 de junho; Torneio de Tiro em Lordelo, 9 de maio; Prova ciclista UP and Down, a 23 de agosto em Mesão Frio. Estão abertas, até final de outubro, as inscrições para as equipas dos nossos CCD de Bragança e Vila Real, que queiram participar nos campeonatos da nova época, 2015/2016, nas modalidades de futebol, futsal e basquetebol. Patrique Alves


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18 // HOTELARIA // TL Maio 2015

Inatel Porto Santo Hotel Ou Apetece caminhar nas areias douradas e pousar o olhar no mar azul de Porto Santo.

C

aminhamos nove quilómetros por um areal limpo enquanto ouvimos a respiração. Inspiramos e expiramos suavemente. É um sopro de vida. Anima-nos o que vemos e sentimos. E continuamos o caminho que se faz caminhando. Mas quase sem esforço. Há uma leveza no ar que parece descansar. E nos faz esquecer o bulício de onde vimos. As tonalidades azuis das águas calmas e cristalinas convidam à prática de desportos náuticos, nomeadamente o mergulho. Apetece tanto chegar às profundezas. Também às do nosso interior. A temperatura, agradável, ajuda-nos a dar outros passos. A desbravar novos lugares. E há paisagens para onde vale a pena olhar com atenção. Deixamo-nos guiar pelas palavras da diretora do Inatel Porto Santo Hotel: “O contraste do litoral com nove quilómetros de areias douradas e um mar azul com uma planície amarela e verdejante, exemplo campestre que anuncia a subida à montanha, através de caminhos por vezes íngremes mas que, em que em cada curva, desvelam uma paisagem, sucessivamente, mais forte e impressionante. É

// INATEL Porto Santo Hotel*** Contactos Tel. 291 980 300 / inatel.psanto@inatel.pt Coordenadas GPS 33º 02’ 14’’ N | 16º 21’ 54’’ O > 36 quartos > Bar

Viagens com destino

> Restaurante

ao Porto Santo: Dias 14, 21 e

> Wi-fi

28 de junho, partida de Lisboa.

> Piscina > Parque infantil

Informações

> Parque de estacionamento

Lojas INATEL

também terra de picos, de pontas e de agressivas escarpas que traduzem a alma da ilha.” O Inatel Porto Santo Hotel está a cerca de 100 metros da praia. A vista, essa, é à escolha dos que querem ali passar uns dias revigorantes: “Estamos localizados entre a montanha e a praia, pelo que a tipologia dos seus quartos se divide entre ambas, privilegiando desta forma a opção dos clientes”, informa Fernanda Martins, que dirige a unidade hoteleira há cinco anos.

O ambiente é acolhedor e familiar. E o conforto ajuda a retemperar as energias: “As nossas suites foram totalmente remodeladas há três anos e são compostas por quarto e sala, marcando desta forma a diferença em relação aos quartos das outras unidades hoteleiras da ilha do Porto Santo.” A partir dali, há visitas imperdíveis nesta ilha de contrastes naturais, que agrada aos amantes do sol e da natureza: “Os nossos clientes podem optar por passeios pedestres, circuitos em jipe ou carrinha

por toda a ilha, tendo como alternativa os passeios de barco, que nos transportam ao passado e à aventura, deixando à imaginação de cada um a descoberta do Porto Santo, sendo todos estes momentos de lazer acompanhados por guias experientes.” É recomendável ainda que visite a Casa Colombo. Acredita-se que nesta casa de pedra, que é hoje um museu, tenha vivido Cristóvão Colombo. Segundo os registos históricos, o navegador foi à Madeira em 1478. Um ano depois, casou com Filipa Moniz, filha do primeiro Capitão Donatário do Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo. A História aguça os apetites e as viagens fazem fome. Adaptamos o conhecido ditado para “quem não é bom para comer, não é bom para viajar”. A barriga está a dar horas. Deliciamo-nos com a gastronomia típica. Eis um festival de sabores: “Tanto podemos encontrar pratos tão variados, como o Filete de Espada com Molho de Maracujá ou o Bife de Atum com Milho Frito, como podemos degustar a Espetada de Carne Regional ou Carne de Vinha d’Alhos, sempre acom-


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TL Maio 2015 // HOTELARIA // 19

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ro sobre azul O descanso mora aqui panhados pelas Lapas Grelhadas e o famoso Bolo do Caco”, sugere Fernanda Martins. A gastronomia vai persistir na memória. Madeira tão perto… Quem regressa ao Continente, pode trazer na bagagem para os amigos o artesanato tradicional (miniaturas de moinhos, chapéus de palha e trabalhos em madeira e conchas). Mas antes de voltar para Portugal Continental, pode ainda visitar a ilha da Madeira. A ligação efetua-se por via aérea e marítima. Tome nota destas dicas úteis: “Se optar pela via aérea, pode viajar com a transportadora AeroVip, sendo o tempo de duração da mesma de 15 minutos. Pode-se aceder ao site da companhia para consulta de horários, tarifas e reservas. Em alternativa, se quiser desfrutar de uma ligação por mar, pode viajar no ferry boat ‘Lobo Marinho’ com partidas diárias com origem no Funchal para o Porto Santo ao início da manhã e regresso ao final da tarde, com a duração de duas horas e meia por viagem. Para consulta de horários, tarifas e reservas, pode aceder ao site da Porto Santo Line.”

A diretora desta unidade hoteleira, que trabalha há 41 anos na Inatel, está de braços abertos, com uma equipa de 12 colaboradores efetivos, à espera de mais visitantes. E puxa pelos galões: “O Inatel Porto Santo Hotel foi distinguido, nos últimos cinco anos, com os Certificado de Prata e Ouro, pelas excelentes práticas de higiene alimentar, e pelo Prémio Booking 2014, em resultado das opiniões dos clientes da plataforma de reservas on line e que estiveram alojados nas nossas instalações.” Em Porto Santo há um porto de abrigo para dias santos de descanso. Abençoada viagem! Por falar em bênçãos, por ali também já foi celebrado um casamento. Um casal, que gozava férias na unidade, aproveitou a oportunidade para ali contrair matrimónio. “Pela discrição que nos foi solicitada pelos clientes, providenciámos no jardim um espaço onde apenas foi colocado o equipamento essencial para o evento, com um pequeno apontamento decorativo e a oferta de uma garrafa de espumante para celebração do ato.” As férias aqui têm mesmo um final feliz! Sílvia Júlio


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20 // LAZER // TL Maio 2015 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

O Conto

O

Lopes é um homem amável e paciente mas, naquele momento, a voz dele reflectia alguma inquietação: – Então, Ricardo, o conto? Ainda não mandaste o conto! Não compreendo e manifesto estranheza: – Tenho mais três dias, não? Ainda estamos a 17! – Qual 17, pá! É dia 20, queremos fechar a revista, só falta o raio do conto. Está escrito, julgo eu. – Nem pensado. – Homem, desembrulha-te. Tens até à meia-noite para me fazeres chegar o conto, via on-line, bem entendido. Despacha-te. Aplica-te. Corro para o pequeno gabinete onde habitualmente escrevo, a tempo e horas. Desta vez sinto-me entalado. Um conto? Assim, do pé para a mão? Detesto escrever pressionado embora reconheça: a pressão gera adrenalina criativa. Desde que consiga concentrarme, o que não é fácil com a barulheira da música e vozes que cai do piso de cima, logo haveria de ser hoje a festa da arromba. Tento desviar a atenção mas não consigo, o chinfrim é demasiado intenso e desvairado. Que faço? Subo os doze degraus que me separam do piso acima e primo o botão da campainha. Nada. Nem devem ouvir a campainha, sufocada pelo seu próprio barulho. Então bato na porta – palmadas fortes e reclamativas. A resposta não é o silêncio – é apenas o mesmo barulho. E ninguém que apareça a saber porque toco, bato e reclamo. Desço. A meio do trajecto para voltar a casa, páro, mão na cabeça. Um conto? Assim a mata-cavalos? Teria imaginado um enredo se soubesse que hoje é dia 20 e não dia 17. Sento-me de novo à secretária, tapei os ouvidos com bolas de algodão. Pouco atenuam a baru-

lheira, mas vamos lá, vamos lá. Talvez uma história de má vizinhança, gente sem respeito pela comodidade dos outros. Comodidade? Qual comodidade! Eu preciso é de sossego e cabeça limpa para escrever um conto Começo a enervar-me. Chamo a Polícia? Não adianta, dizem-me que até à meia-noite cada um, em sua casa, pode fazer o cagaçal que lhe der na veneta. Espera, parece que abrandaram. Ou é o algodão que me engana? Esperemos um pouco. Terá de ser pouco, faltam cinco para as dez, o limite é a meia-noite. E se eu escrevesse uma historiazinha de amor? Qual amor, no estado de espírito em que estou não há amor que triunfe. Mas tentarei serenar. Um momento, o que é isto? Do andar de baixo chega-me um zumbido de panela de pressão a descomprimir sem poupar nos decibéis. Coisa de máquina. Varinha mágica? Secador de cabelo? Serra eléctrica? Seja o que for, zumbe alto, mau som. Agora desço. Toco a outra campainha, de outra porta. Sem resposta, volta à opção dos murros na madeira. Pedirei delicadamente: cara vizinha, importa-se de desligar essa gaita? Sabe, quero escrever um conto e esse zunido não me

deixa nem pensar. É o que lhe digo se a excelentíssima assomar à porta. Mas não assoma. Sinto-me entre dois fogos, baleado por cima e por baixo, é uma conspiração malvada para eu falhar o compromisso de entregar o conto. Para grandes males, grandes remédios. Vou mesmo chamar a Polícia. Olha, nem de propósito: a Polícia chega no elevador, logo dois guardas, aliás um e uma. Obrigado por terem vindo. Salta do apartamento de baixo a vizinha mouca aos meus apelos e grita para a autoridade: – Fui eu que chamei a Polícia. Este senhor anda por aqui a dar murros nas portas, não se aguenta. Fico apalermado, nem sei o que dizer, agora vem o vizinho do andar de cima e aponta-me um dedo acusador: – Eu também chamei a Polícia e

Corro para o pequeno gabinete onde habitualmente escrevo, a tempo e horas. Desta vez sinto-me entalado. Um conto? Assim, do pé para a mão? José Frade

fi-lo para me queixar de pancadas insuportáveis na porta do meu apartamento. – Volta-se para mim: – o senhor está bêbado? – Eu? Eu só queria escrever um conto… O duo policial dá o assunto por resolvido, recomenda calma e boa vizinhança, retira-se. Volto ao meu pequeno escritório, espremo as meninges. Um conto? Ora deixa ver que horas são: onze e meia! Tenho meia hora para escrever e enviar um conto? Deixem-me rir, ou antes, deixem-me chorar. No entanto, ainda não atirei a toalha ao chão, como se faz no boxe quando um desgraçado se escusa a levar mais pancada. Esforço-me, bolas, esforço-me, será que não merecia um adiamento no prazo? Prazo… pode ser uma ideia, prazos que crescem, prazos que encolhem. Vamos a isto. Chiça, agora o telefone. Quem me telefone a hora tão inconveniente? Levanto o auscultador e resmungo: – Estou. Soa-me a voz do Lopes: – Ainda bem que estás. Onde estavas? É a quinta vez que ligo e não atendes. – A quinta vez? Ainda não é meia-noite… – Mas estou farto de ligar para te dizer que não te preocupes. Para a página em branco vai uma notícia de última hora, assunto importante. Já tinhas escrito o conto? Minto despudoradamente: – Todinho. – Claro, aí nessa tranquilidade, sozinho em casa, um conto é canja. – Exacto. Às onze já o tinha pronto. Mas, sendo assim, não é preciso enviar, pois não? – Nem terias escrito se atendesses o telefone. Mas tudo bem. – Espero que me paguem o trabalho...


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TL Maio 2015 // LAZER // 21

// CULTURANDO

A cultura a que temos direito “A arte e a cultura – não necessariamente da mesma maneira nem com as mesmas possibilidades – servem para que, na vida de cada um de nós, o futuro esteja presente e o tédio ausente, a ludicidade aconteça e a barbárie se afaste.” 1 acesso à cultura constitui um valor de civilização inerente aos Estados de direito, significando que o exercício do poder público obedece a normas e procedimentos jurídicos que regulam a conduta não só das comunidades como a do próprio Estado. Este “Estado de direito” é um “Estado democrático” baseado na participação activa dos cidadãos para a resolução das questões nacionais, no acompanhamento informado do exercício desse poder e no desenvolvimento da democracia económica, social e cultural. É um compromisso, processual, desenvolvido por duas partes. O acesso à cultura determinado na Constituição Portuguesa 2 é um direito fundamental inscrito ao nível dos “direitos, liberdades e garantias” e ao nível dos “direitos e deveres económicos, sociais e culturais”, que investe o Estado na responsabilidade de assegurar a criação cultural, a fruição cultural, a participação nas políticas públicas de cultura e a fruição do património cultural, a par dos direitos económicos e sociais, da promoção do bem-estar e da qualidade de vida. Como princípios universais,

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em última instância alicerces de atitudes e acções, os direitos culturais, leia-se indispensáveis para a dignidade humana, encontram-se declarados e proclamados desde 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Pacto Internacional Relativo aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, de 1966, e na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO, de 2001. Por alguma razão, o reconhecimento público destes direitos é cumulativamente objecto de revisões, actualizações, amplificações, relembrando a prevenção contra autoritarismos estéreis e reclamando a possibilidade de futuro e a presença da dimensão lúdica nas nossas vidas. Sofia Tomaz [A autora escreve de acordo com a antiga ortografia]

1 - António Pinto Ribeiro, “Teatros & Arenas” in Ser feliz é imoral? Ensaios sobre cultura, cidades e distribuição, Lisboa: Edições Cotovia, Colecção Três Razões, 2000 2 - Constituição da República Portuguesa (Sétima revisão constitucional - 2005)


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// EM CENA NO TRINDADE

Retratos com música Em maio há “Menos Emergências”, a partir de textos de Martin Crimp, com encenação de Ricardo Neves-Neves, na sala principal; “Portugal não é um país pequeno”, espetáculo de André Amálio e Pedro Salvador, na sala estúdio; e a presença, a 26 de maio, também na sala principal, do cardeal-patriarca D. Manuel Clemente, com António Victorino d’Almeida ao piano DR

“M

enos Emergências”, a partir de três peças de Martin Crimp, debruça-se sobre a miséria humana, contada pela voz do que poderá ser uma certa burguesia florida e suburbana europeia. Um olhar atento, mas ingénuo, crédulo e simples sobre a paisagem social e intelectual, as oscilações de bem-estar e de poder, numa realidade desconhecida. Um texto político e moralmente incorreto, onde a pobreza de espírito das personagens espelham uma certa mediocridade entre as relações humanas e a forma como lidam com a violência e a crueldade. Peça fria, sofisticada, porém bárbara, hesitante e um excelente retrato sobre a hipocrisia educada e elegante, presente nas relações humanas. Ricardo Neves-Neves assina uma encenação que explora a simplicidade nos vários elementos cénicos num espetáculo onde a dimensão musical é uma presença forte através de um coro de quarenta elementos. O Teatro do Eléctrico é uma das novas estruturas de criação nascidas na primeira década do milénio (2006) e tem já um assinalável trabalho que se distingue também pela ousadia do trabalho de encenação de Ricardo Neves-Neves que se alia a um grande rigor na direção de atores. Neste espetáculo para além de um elenco com onze atores, Bernardo de Almeida, Catarina Rôlo Salgueiro, Custódia Gallego, Filomena Cautela, Márcia Cardoso, Marco Mendonça, Sílvia Figueiredo, Rafael Gomes, Tânia Alves, Teresa Coutinho e Vítor Oliveira, há ainda um coro de quarenta elementos e uma pequena orquestra.

Sala Estúdio “Portugal não é um país pequeno” Na Sala Estúdio apenas dois atores em cena. André Amálio, criador do espetáculo e autor do texto, e Pedro Salvador (criador da música) propõem-nos uma reflexão sobre a Ditadura e a presença portuguesa em África. Em particular, a vida dos antigos colonos portugueses através dos seus testemunhos reais, num processo que utiliza fielmente as palavras dos entrevistados, analisando o impacto da história recente de Portugal nas vidas dessas pessoas. Cenografia de Pedro Silva, assistência de encenação e coreografia, Tereza Havlícková. Produção Hotel Europa. De 13 a 24 de maio, 4ª a sábado 21h45, domingo 17h | M12.

“Ouvir e Falar” com D. Manuel Clemente O Ciclo de Conversas com Música, que tem como anfitriões Miguel Leite e António Victorino d’Almeida, receberá o Patriarca de Lisboa, na sala principal, dia 26 de maio, às 18h30. A proposta é uma conversa informal em torno da sua vida e obra, entrecortada por diversos momentos musicais, alguns dos quais tocados pelo maestro Victorino d’Almeida, no estilo que nos habituou nos seus programas televisivos. “The Illusion of Memory” Após uma apresentação internacional, em Edimburgo, Los Angeles e Nova Iorque, Leandro Morgado apresenta um espetáculo de mentalismo e ilusionismo que se debruça sobre a memória.

Sala Principal, de 14 a 31 maio, 4ª a

No Salão Nobre, de 7 maio a 26

sábado, 21h30, domingo 18h | M16.

junho, quinta às 19h e sexta às 24h.


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// ARQUITETURA DOS TEMPOS LIVRES

Mente sã em corpo são

Dia do Trabalhador, 1 de Maio de 1974 | Fotografia: Óscar Coelho da Silva, Fundação INATEL | Arquivo Fotográfico

Estado Novo recuperou da antiguidade clássica a importância de recuperar o corpo e o espírito expresso na máxima 1: “mente sã em corpo são”. Com base neste espírito foram criados o Estádio Nacional (inaugurado em 1944) no vale do Jamor destinado ao desporto de alta competição e o Estádio da FNAT no coração de Lisboa destinado à prática do desporto, para promover o tempo livre dos trabalhadores portugueses por forma a assegurar-lhes o maior desenvolvimento físico e a elevação do seu nível intelectual e moral. O Bairro de Alvalade em construção, com base no plano urbanístico de Guilherme Faria da Costa, e o Estádio da FNAT inaugurado em 1959, constituem um marco na História da arquitetura e do Urbanismo em Portugal.

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De bandeira do Estado Novo a palco de novo país repleto de esperança Celebra-se mais um aniversário (41.º) desde que se realizou a maior manifestação jamais realizada em Portugal, no Estádio que a partir do 1.º de Maio de 1974, em que terá reunido no seu interior mais de

100 mil pessoas entoando a palavra de ordem “O povo unido nunca mais será vencido”, passa a designar-se Estádio 1.º de Maio. Desde que foi inaugurado, o Parque de Jogos 1.º de Maio serve uma vasta população na prática desportiva e cultural em atividades tão diversas como futebol, andebol, ténis, basquetebol, rugby, atletismo, ginástica, natação, ténis de mesa, manutenção, minigolfe, judo, taido, ioga, hidroterapia, hidroginástica, Pilates, danças… O Parque de Jogos 1.º de Maio oferece também diversos programas culturais e está aberto a todos os que queiram disfrutar do lazer assente numa arquitetura, vulgarmente designada de arquitectura do Estado Novo, destinada à ocupação dos tempos livres dos trabalhadores. Ernesto Martins 1- Do latim, Juvenal, Sátiras, 10, 356 – mens sana in corpore sano

Acesso à tribuna do Estádio do Parque de Jogos 1.º de Maio


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24 // LAZER // TL Maio 2015

// TEMPO DIGITAL

// LÍNGUA NOSSA

Evoluções

Uma palavra da vida urbana… oje, de algum modo, uma deriva ao figurino que tem vigorado nesta rubrica. Veremos como a aceitam… É uma omnipresença, escrita no asfalto das ruas e avenidas de quase todas as localidades por onde circulam transportes colectivos. Trata-se de BUS, cuja origem suscita algumas dúvidas. Neste contexto, a situação que tenho presenciado com maior frequência é a da criança, nos primeiros tempos de escola, deparando com aquelas três letras garrafais, que não fazem parte de nenhuma das sílabas com que se vai familiarizando. Normalmente, os adultos mais à mão, esclarecem que se trata da palavra inglesa para autocarro, usada em todo o mundo, indicando a faixa destinada à circulação de autocarros e similares. Se assim for, enfim, não dirão um tremendo disparate enquanto, rapidamente, satisfazem a curiosidade dos garotos. Em tais circunstâncias, embora a explicação seja aceitável, parece interessante – já não direi importante – ter uma noção correcta e precisa acerca do enquadramento de uma palavra tão presente no quotidiano da vida urbana. Ainda no domínio do parentesco inglês, cumpre acrescentar que é forma reduzida de autobus e também de ‘omnibus’. Aquele mesmo termo ‘omnibus’, também na acepção de autocarro, foi adoptado pelos franceses, na designação ‘voiture omnibus’.

H m dos processos de evoluir nestas tecnologias é melhorar o que já existe e torná-lo mais acessível. Quando um fabricante coloca no mercado um smartphone com qualidade igual a outros de grandes marcas por um preço muito inferior está a evoluir. Ganhamos nós e ganha ele. Acontece com a WIKO ao lançar o seu Ridge 4G. Com capacidades dos melhores telemóveis do mercado, um teste intensivo que fizemos mostrou desempenho sem falhas num brilhante ecrã de 5”, resolução HD de 720x1280 pixéis. Devido à memória disponível, o seu processador de 1,2 Ghz consegue performance gráfica superior aos smartphones de processadores 1,7. Extremamente fino com uma espessura de 7,5 mm e 127 gramas de peso é bastante cómodo na mão. Poder e elegância não lhe faltam. Pode usar 2 cartões e SD de memória até aos 32 Gigas a juntar aos 16 que já traz de memória interna. Com 2 câmaras, a principal de 13 megapixéis até fotografa em HDR e faz vídeo Full HD. Um potente flash LED também serve de lanterna. Com apps do Sistema da última geração Android 4.4.4 Kitkat, outras do Google e as nativas evoluiu para o que há de melhor. Outro tipo de evolução é criar

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algo que não existia mas que é útil no presente. As televisões já não servem apenas para ver os canais nem os comandos para fazer zapping. A Esotérico apresentou o SmartZapper, um pequeno comando com o mínimo de botões, ideal para uma utilização por toda a família, dos mais novos aos mais idosos. Colocado sobre a mesa entre o sofá e o televisor, controla-o apenas com 9 teclas programáveis. A parte “smart” do dispositivo é uma app gratuita (Android e iOS) que transforma qualquer smartphone ou tablet num poderoso centro de controlo de todo o equipamento audiovisual que se possua, incluindo amplificadores, consolas, “set-top boxes” dos operadores portugueses, sistemas de cinemaem-casa, etc. que o Zapper controla por infravermelhos, comunicando com os dispositivos móveis através de Bluetooth. A app móvel dá acesso directo a um EPG ou guia electrónico de programação que no caso da TV permite navegar pela agenda de programas e aceder a toda a informação adicional, imagens de filmes e séries, elenco, sinopse, etc.

Gil Montalverne [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

No Brasil, todos o sabem, passou a ‘ónibus’. E, aqui chegados, ainda serão capazes de não terem suspeitado que língua respira BUS por todos os poros? Pois bem, é da nossa matriz latina que provém o termo. Não sendo este o lugar para entrar em grandes derivas etimológicas, bastará lembrar que, na declinação de ‘omnis’, [tudo, todo], a forma ‘omnibus’ corresponde ao dativo plural ‘para todos’. Em BUS, segmento final, apenas se verifica uma redução de conveniência. Muito naturalmente, já todos entenderam que, no tal dativo plural ‘para todos’, se inclui a noção do colectivo transporte que, pelos ingleses, lhe foi colada em 1909 e, em França, cerca de oitenta anos antes. Não terminarei sem vos lembrar que este elemento «bus» é usado na composição de certos vocábulos, como aerobus, bibliobus, electrobus ou troleibus. Terei esclarecido capazmente? Fi-lo, acreditem, com o gosto que admito na satisfação da vossa curiosidade. Ou terei presumido erradamente? João Cachado [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

*Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi professor, técnico superior e dirigente, nos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. É autor de materiais didácticos para o Ensino de Português no estrangeiro.


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TL Maio 2015 // LAZER // 25 // LIVROS

// ECRÃS

EDIÇÕES INATEL

“Provas” de vida

Colunas do Provedor Kalidás Barreto, Fundação Inatel, 2015 (70 pp.) Preço: 5€ (4€ p/ Associados) À venda nas lojas INATEL.

Um

Será que muitos dos espectadores do cinema de apelo popular se sentirão um pouco curiosos ou levemente estimulados para a “descoberta” em sala de uns quantos filmes “diferentes” e “fora do habitual”?

conjunto de textos

publicados entre 2008 e 2014, durante o exercício de funções de Provedor, onde Kalidás Barreto “foi sinalizando, edição após edição do ‘Tempo Livre’, muito do que a nossa instituição

Cinema

ia melhorando nos seus

Força Maior, de Ruben Östlund |

serviços, incorporando neles o

Suécia, 2014, 2h. Com: Johannes

que o sentido crítico e a

Kuhnke, Lisa Loven Kongsli, Clara

reclamação fundada dos

Wettergren. Estreia a 7.

Associados sinalizavam como

NOVIDADES EDITORIAIS

Um drama psicológico, ora em tom trágico e cómico ora satírico e a pender para o sociológico sobre o estado da “dita” família moderna e ocidental, as suas crises e conflitos. Filme-catástrofe? Só se for em sentido figurado…

Papa Francisco – As Lições de

L'homme qu'on aimait trop, de

Liderança

André Téchiné | França, 2014, 1h56

Arménio Rego, Miguel Pina e

Com: Catherine Deneuve, Adèle

Cunha

Haenel, Guillaume Canet. Estreia a

Edições Sílabo, 2015 (168 pp.)

14 (Monumental).

Preço: 13,90 € (à venda nas

Não se pense que Téchiné perdeu as suas capacidades (enormes) e talentos ao filmar, pela “enésima” vez, uma ligação amorosa – no caso, “a paixão de uma mulher ávida de amor” – a resvalar para a tragédia. Deneuve e Canet sólidos como o betão armado. Subtil, meticuloso e original.

fator de melhoria” (Prefácio, Fernando Ribeiro Mendes, Presidente da Fundação Inatel).

livrarias) O

livro

interessa a crentes, ateus ou agnósticos interessados em aprofundar a

Se Eu Fosse Ladrão Roubava, de

compreensão dos fenómenos da

Paulo Rocha | Portugal, 2011, 1h40

liderança e o potencial da

Com: Luis Miguel Cintra, Chandra

mesma para a construção de um

Malatitch, Isabel Ruth, Lima Duarte.

mundo mais sustentável.

Estreia prevista a 14.

Derradeira obra do cineasta co-

fundador do “cinema novo” (anos 60), e esteta, puro e duro, que não cedeu a formalismos nem a “modas” de ocasião, falecido em 2012 aos 77 anos. Trata-se de uma evocação dos anos de juventude de seu pai, no Portugal do início do séc. XX.

nos anos 70/80 – deu a ver as integrais de Rossellini, Visconti e Coppola na tela gigante do grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. Astérix: O Domínio dos Deuses, de Alexandre Astier | França, 2014 Animação. Estreia a 21.

National Gallery, de Frederick Wiseman | EUA / França, 2014, 3h Documentário. Estreia a 21.

Wiseman convida-nos a uma viagem – fantástica e apaixonante – ao coração do célebre museu britânico, uma instituição artística que alberga cerca de 2400 obras maiores dos grandes mestres da pintura da cultura ocidental, com destaque para os períodos da idade média e séc. XIX.

As aventuras dos irredutíveis gauleses estão de volta e em registo de “desenho-animado”. Celebre-se o facto, quanto mais não seja por averbar trunfos em ritmo, inventiva, perfeccionismo técnico e grafismo. Timbuktu, de Abderrahmane Sissako | Mauritânia / França, 2014, 1h37. Com: Abel Jafri, Hichem Yacoubi, Toulou Kiki. Estreia prevista a 21.

João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei, de Manuel Mozos | Portugal, 2014, 1h15. Documentário. Estreia a 21.

Evocação da memória de Bénard da Costa, cinéfilo “de culto”, actor, admirador de Mozart, católico-progressista, fruidor de Proust, Musil e outros “tais”, amante de arte (pintura, arquitectura…), das igrejas, das mulheres, da serra e do mar da arrábida, foi 18 anos director da Cinemateca Portuguesa e antes, –

De intolerância e extremismo religioso (jihadista) fala “Timbuktu”. O que interessa a Sissako, estimável realizador africano, é a condenação da violência e a defesa do direito à vida e à paz e da coragem que é preciso ter para as defender, contra a barbárie e (todos) os fundamentalismos. Uma magnífica e emocionante “prova” de vida. Joaquim Diabinho [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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26 // LAZER // TL Maio 2015

// MOTOR

// SUGESTÕES

Jeep Cherokee: um novo patamar

Elisa Pedro Vice-Presidente da SPAIC*

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urante uma recente deslocação a Angola, tive a oportunidade de fazer um ensaio em diversos tipos de estrada e piso com o novo Jeep Cherokee. É um carro que eleva a fasquia, com um comportamento em estrada, um manuseamento e uma economia de combustível de alto nível, uma capacidade 4x4 ímpar e recurso a tecnologia exclusiva. Este veículo destina-se aos condutores que procuram forma e substância. O primeiro registo da expressão "sport utility", associada a um veículo, remonta a 1974 e constou do catálogo do primeiro Jeep Cherokee. Volvidas quatro décadas a marca americana reinventa este modelo, que vai já na sua quinta geração. O mundo automóvel é cada vez mais segmentado em categorias e subcategorias. Mas, há ainda mais construtores de automóveis a reivindicarem a "paternidade" destas imensas classes. A dos SUV de dimensão média, por exemplo, é apontada pela Jeep como uma criação desta marca, em 1984, quando surgiu a segunda geração do Cherokee. Isso mesmo foi recordado agora por ocasião do lançamento da quinta geração deste modelo, que já não é assim tão "médio", com 4,62 metros de comprimento, ainda que as formas arredondadas da carroçaria o façam parecer mais pequeno, de tal modo que quando nos sentamos a bordo, ficamos surpreendidos com o espaço disponível bastante generoso. Hoje a Jeep, pela segunda vez na sua longa

Alergias de Primavera (III)

história de mais de 70 anos, é uma marca dominada por um construtor europeu. Depois da Renault, nos anos 70 e 80, é a Fiat quem manda nos destinos da companhia que deu nome a toda uma categoria de veículos: os jipes. Consoante os mercados, o novo Jeep Cherokee está disponível com duas opções turbo-diesel, que consistem em versões distintas da mesma unidade de quatro cilindros em linha com 2,0 litros, com potência de 140 e 170 cv, mas que se distinguem ainda por disporem de tração dianteira ou integral. Adicionalmente há ainda uma motorização a gasolina: um V6 de 3,2 litros, com 271cv, que somente é fornecido com tração integral, mas que também permite optar entre uma versão "dócil", ou uma mais adequada para o uso fora da estrada que dispõe de redutoras! A quinta e última geração do Jeep Cherokee, a série KL (o seu nome de código), foi recentemente apresentada no centro de ensaios da Fiat em Balocco, no norte de Itália. Carlos Blanco

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas HORIZONTAIS: 1-Município no extremo NO de Portugal, que se estende ao longo do Rio Minho; Sistema de televisão a cores, adoptado por Portugal. 2-Espada; Intervalos. 3-Falso monge russo (1873-1916), que exerceu uma influência maléfica sobre a família imperial russa. 4-Arcaboiço; Cálcio (s.q.). 5-Dizse dos animais que se reproduzem por meio de ovos (fem. plural); Devaneia. 6-Três letras de agulha; Lamentação. 7-Consolar. 8-Abonador; Forma verbal do verbo agir, considerada ainda, por muitos gramáticos, como interdita. 9-Sódio (s.q.) (invertido); Reingressar. 10-Um dos elementos do nome de político chinês (1893-1976); Correcto. 11-Criaturas; Acasos.

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Soluções

1-CAMINHA; PAL. 2-ARAME; FUROS. 3RASPUTINE; D; 4-P; TORAX; CA. 5-OVIPARAS; LÊ. 6-AGU; A; AIS. 7-ACALENTAR; P. 8GARANTE; AJO. 9-AN; REENTRAR. 10-TSE; LIMADO. 11-PESSOAS; SES.

VERTICAIS: 1-Pulso; Nome de letra. 2-Pedra de altar; Vago. 3Comer; Sigla do corpo criado por Hitler, para sua segurança pessoal. 4-Que desagradam ao povo. 5-Neurastenia; Nome de letra. 6-Dança de movimento rápido, do Sul de Itália. 7-Prega; Jogo, que se joga com bola e raquetas, num terreiro dividido ao meio por uma rede. 8-Maltrapilho (invertido); Túlio (s.q.). 9Processo Revolucionário em Curso (sigla); Patetas. 10Contracção de preposição e artigo; Lá; Pedra muito dura, que é um silicato natural de alumina e cal, que é muito utilizada na execução de obras de arte. 11-Derivado do ácido lisérgico, que actua como alucinogénio; Órgãos reprodutores das plantas criptogâmicas.

A Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), fornece semanalmente o Boletim Polínico com informação sobre os níveis de pólenes existentes na atmosfera em várias regiões do país, através do site www.rpaerobiologia.com ou www.spaic.pt. Esta informação é importante para os doentes alérgicos a pólenes. Apesar da evição completa dos pólenes não ser possível, algumas medidas podem ajudar a minimizar os sintomas durante a época polínica, nomeadamente: - Estar atento à divulgação dos boletins polínicos; - Evitar áreas de elevada concentração polínica; - Evitar atividades no exterior de manhã muito cedo, altura em que há uma maior concentração de pólenes; - Manter as janelas da habitação e do automóvel fechadas quando as contagens de pólenes forem elevadas e nos dias de vento forte; - Usar óculos de sol; - Evitar praticar desportos ao ar livre; - Evitar caminhadas em grandes espaços relvados e evitar cortar relva. O tratamento da alergia aos pólenes (polinose) passa por medicamentos tópicos inalados como os corticosteróides nasais ou brônquicos e os broncodilatadores, anti-histamínicos ou antileucotrienos que permitem o controlo da doença e a melhoria da qualidade de vida do doente. Em casos selecionados as vacinas antialérgicas, tratamento específico para a alergia que pode modificar a evolução natural da doença, podem estar indicadas. Em conclusão, os doentes alérgicos devem estar informados de modo a prevenir as manifestações clínicas, controlar os sintomas fazendo a medicação recomendada pelo seu médico, melhorando assim a sua qualidade de vida. SPAIC – Fundada a 10 de Julho de 1950, como Sociedade Portuguesa de Alergia, a SPAIC (Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica) é a maior associação científica nacional que agrega especialistas médicos (Imunoalergologistas), investigadores e técnicos dedicados ao estudo da alergia, asma e imunologia clínica, organizando e patrocinando regularmente uma gama alargada de programas de formação e desenvolvimento profissional nestas áreas.


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