nº 05 ano 2 - 2016
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Cirurgia bariátrica
Investimentos saudáveis
Gestação Saudável
Tudo o que você precisa saber sobre a operação
O ano de 2016 começou positivo
Programa já acompanhou mais de 200 gestantes
ÍNDICE 18
Como o esporte pode ajudar a vencer obstáculos
EXPEDIENTE Lindolfo Zimmer Presidente
Amanda Burda
José Carlos Lakoski
Revisão de texto
Diretor Financeiro
Contenido
Claudia Cristina Cardoso de Lima
Projeto Gráfico e Editoração
Diretora de Administração e Seguridade
Marcos Lins
Priscila Grein Orreda
Direção de Criação
Gerente do Departamento de
William Lopes
Comunicação e Relacionamento
Diretor de Arte
Romiana Oyama
Liris Weinhardt
Coordenação Editorial
Reportagens
Mantenha a qualidade de vida durante a aposentadoria
Programa Gestação Saudável já acompanhou mais de 200 gestantes 9
Cuidados com a saúde 13
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Investimentos Saudáveis 35
Aposentadoria com tranquilidade 30
Qualidade de vida dos beneficiários da Fundação Copel que fizeram cirurgia bariátrica é tema de estudo em universidade
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Comportamento
“Adicionar qualidade de vida aos anos de vida que já foram adicionados”, este é um dos princípios adotados pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1990, com relação aos nossos idosos. Tal preceito visa assegurar maior atenção às pessoas da terceira idade, para que estas desfrutem de uma vida digna, ativa, de maior independência e de autorealização. Hoje, nos países desenvolvidos, oito em cada dez pessoas ultrapassam os 65 anos. No Brasil, isso acorre entre seis de cada dez homens e sete de cada dez mulheres. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entidade brasileira que se dedica ao estudo sobre fatores econômicos e sociais do país, a previsão é de que o número de brasileiros na faixa da terceira idade, com idades entre 60 e 79 anos, que era de 17,54 milhões em 2010, salte para 42,48 milhões em apenas 30 anos. Já o número dos com mais de 80 anos deve chegar aos 13,42 milhões no mesmo período. Isso significa que a nossa população tem apresentado ganhos expressivos em sua longevidade, algo
que pode ser reconhecido como uma conquista social, e se deve em grande parte ao progresso da medicina. Pode-se dizer que essa fatia da população esteja não só vivendo mais, mas também melhor. A incorporação de hábitos mais saudáveis, o acesso aos serviços de saúde, a participação em programas de educação continuada, a valorização da inserção social e recursos econômicos são instrumentos essenciais para viver os anos longevos com qualidade. Para Fernanda Gutierrez Magalhães, doutora em psicologia experimental e também professora da Universidade Positivo, a qualidade de vida entre os idosos está intimamente ligada à autonomia funcional destes indivíduos, isto é, ao fato de terem condições de gerenciar a própria vida, a própria casa, manter relações sociais ativas, desenvolver atividades de lazer e laborais. “Há que se distinguir envelhecimento cronológico do envelhecimento funcional. Os fatores relacionados à autonomia funcional são fundamentais para quem está envelhecendo e quer manter a sua qualidade de vida”, explica. Segundo a psicóloga, a população que está começando a entrar na terceira idade atualmente, se deparou com uma condição na
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Com a aproximação da terceira idade, é natural que a pessoa enfrente mudanças em seu meio social e no seu papel dentro do âmbito familiar. Mas existem pontos que podem ser revistos e práticas a serem perpetuadas para lhe ajudar a enfrentar essas transições e a nova fase da vida
5 Fernanda Gutierrez Magalhães é doutora em psicologia experimental.
Qualidade de vida se cultiva qual o envelhecimento cronológico não levou necessariamente a uma saúde debilitada: “eles estão potencialmente ativos”.
Para Fernanda, cultivar estes momentos de lazer e optar por atividades como a prática de esportes ao longo da vida são essenciais para as pessoas e podem representar ganhos quando se está próximo de atingir a terceira idade.
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Vera Lúcia Costa Vargas é copeliana há 26 anos. E agora já começa a pensar em sua aposentadoria e como se seguirão os anos que ainda estão por vir. “No final do ano eu poderia me aposentar, mas continuarei trabalhando. Portanto, tenho um tempo ainda, para me acostumar com a ideia. Depois disso penso que será o momento de maior dedicação a mim para que eu possa continuar tendo uma qualidade de vida muito próxima da qual tenho hoje”, conta.
Vera ingressou na Copel em 1990. De recepcionista a gerente na área de licitações e contratos, ela dedicou e ainda dedica parte da vida trabalhando para a empresa, com muita satisfação e orgulho. Mas ao longo desse tempo ela também deu grande importância a algo que sempre amou: o esporte. “Eu sempre fui muito saudável e atuante com relação à prática de exercícios. Meus anos na Copel foram marcados pela prática esportiva, em especial pelo voleibol. Desde que entrei na Companhia integrei no time e até hoje continuo praticando”.
6 Vera e o neto Fernando.
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Comportamento
Fernando e Carolina.
A relação familiar Segundo Fernanda, a convivência familiar intensa com filhos e netos pode garantir melhor qualidade de vida para a pessoa da terceira idade ou que está se aproximando desta fase da vida. “Constituir uma família é algo que traz um sentimento de realização muito grande nas pessoas. E o nascimento dos netos é, em geral, narrado pelos avós como o suprassumo dessa sensação”, diz a psicóloga. Mas para que filhos e netos representem de fato uma melhor qualidade de vida para as pessoas, tem que haver convivência, trocas e compromissos mútuos. “É preciso construir laços de tal forma que, para filhos e netos, essa relação também seja necessária. É comum observar pais que não sabem o que conversar com seus filhos, que não sabem o que eles fazem ou não valorizam seus êxitos”, explica Fernanda. Vera possui uma filha, Carolina Vargas Scharf, de 30 anos, e o neto Fernando, de nove. Apesar da relação com Carolina nem sempre ter sido fácil – a falta de tempo, na maioria das vezes dedicada ao trabalho, é algo que a marcou bastante –, como avó ela se vê bastante presente na vida do neto e acredita que a convivência é algo que beneficia ambas as partes. “Sou uma mulher bastante ati-
A convivência familiar intensa com filhos e netos pode garantir melhor qualidade de vida para a pessoa da terceira idade ou que está se aproximando desta fase da vida. va, e o lado bom disso é que eu faço coisas com o meu neto das quais ele terá recordações muito boas. Procuro incluí-lo nas minhas práticas esportivas: estou ensinando ele a surfar, andamos e corremos juntos, incentivo-o na prática do futebol, enfim, temos uma relação maravilhosa. Isso tem sido muito gratificante para mim, porque percebo nele certo orgulho da vó”, conta ela. Para Carolina, os laços existentes entre sua família são, sem dúvida, essenciais para todos. “Minha mãe me dá muito suporte com relação ao Fernando. Tenho sorte de poder conviver tão próximo dela no meu dia a dia, e meu filho também. Muitos avós convivem com os netos apenas em ocasiões especiais ou férias. O Fernando pode curtir a presença dela todos os dias”. Contudo, apesar de Vera estar muito bem com a presença diária da filha e do neto atualmente, alguns receios também passam por sua cabeça. “Eu sei que vai chegar um momento em que a minha ficha vai cair, que os dois vão tomar outros rumos, e este será um momento muito difícil para mim”, diz ela. De acordo com a psicóloga, se os pais entenderem e acompanharem o movimento de emancipação dos filhos, eles poderão construir uma relação com novas bases, que os façam perceber que a independência deles não representa uma aniquilação, mas, simplesmente, a entrada de uma nova fase da vida.
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O nascimento dos netos é essencial nesse processo. É a prova final de que os filhos de fato cresceram. É, portanto, um momento de renovar a relação com eles e de descobrir quem é a avó ou avô diante desse neto. O modo de criar mudou e a função dos avós também. Hoje, uma criança não é semelhante àquelas que nasceram no século passado. A educação, as famílias e os valores mudaram. Para os que conseguem entender essa dinâmica, a vivência com filhos e netos proporciona um sentimento profundo de realização.
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Fernanda Gutierrez Magalhães, doutora em psicologia experimental.
Novos pensamentos diante de um mundo novo É inevitável que na terceira idade a pessoa comece a fazer um balanço da sua vida: suas escolhas, realizações e conquistas. O resultado dessa reflexão pode ser o de satisfação, mas também o de amargura, ao sentir que não dá mais tempo de fazer o que não foi feito antes. “Um meio de prevenir esse tipo de coisa é realizar esses balanços ao longo da vida. Toda idade é marcada por crises, nas quais a pessoa questiona o que deve mudar em seu comportamento e o que deve se manter para ser feliz”, explica Fernanda.
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Para Vera, os balanços que tem feito a fazem pensar que a aposentadoria, a nova fase que está por vir em sua vida, será o momento em que ela terá tempo integral para si mesma e para poder
se dedicar a atividades que antes dividia com o tempo dedicado ao trabalho. “Não tenho nada planejado, mas penso em algumas possibilidades. Quero continuar a praticar esportes, viajar mais, curtir a família. Talvez eu vá morar na praia. Quero dedicar parte do meu tempo a algum serviço social voluntário. E certamente vou preservar a relação com minha filha e meu neto. Mas, como sempre me dediquei muito ao trabalho, quanto à aposentadoria, sinto que tenho que me preparar psicologicamente para tudo isso”, diz. Fernanda explica que tais mudanças e receios são normais. As reflexões que fazemos nessa fase da vida podem ser difíceis e muitos até evitam fazê-las, uma vez que, implicam em reconhecer que erramos, que temos defeitos e limites. “Nós podemos adiar esse acerto de contas indefinidamente, até que na terceira idade ele se torna inevitável. Resolver nossos conflitos, descobrir o que queremos para a nossa a vida e o que não queremos, flexibilizar nossos valores entendendo que o mundo muda, a cultura muda e as pessoas mudam é o que pode garantir que a pessoa adapte-se ao seu tempo e consiga manter-se ativa, conectada com o mundo ao seu redor e não apartada dele”.
Há cerca de um ano, a professora Cristiani Kusma Rocco, de 38 anos, ficou grávida de Manuela, sua segunda filha – a mais velha, Helena, já tem cinco anos. Mas o primeiro trimestre da gestação passou bem longe de ser tranquilo. “Passei por um início de gestação bem complicado. Tive descolamento de placenta e precisei ficar os primeiros três meses da gravidez em repouso absoluto”, conta. A placenta é um órgão que se forma durante a gravidez, com a função de nutrir e fornecer oxigênio ao bebê. O deslocamento prematuro desse órgão é uma complicação grave, fator que pode por a vida do feto em risco. Cristiani teve sangramentos constantes nessa fase e precisou conviver com o medo de perder o seu segundo filho. “O primeiro trimestre é
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sempre mais delicado. Em minha gravidez anterior, neste mesmo período, tive os mesmos problemas, e que resultaram em um aborto espontâneo. Eu estava um pouco assustada e as dúvidas surgiam diariamente. Fazer parte do programa me ajudou muito ao longo da gestação”, conta. O programa ao qual a professora se refere é o Gestação Saudável, relançado em novo formato em outubro do ano passado pelo Departamento de Gestão e Regulação à Saúde, da Fundação Copel. O projeto consiste no acompanhamento das gestantes, beneficiárias dos planos de saúde da Fundação Copel, por meio do contato telefônico. O telemonitoramento é feito por uma enfermeira obstetra e um médico responsável, que avaliam as necessidades individuais de cada grávida e acompanham todas as fases de sua gestação.
Como funciona o programa Cristiani e suas duas filhas, Manuela e Helena.
De acordo com a assistente social Denise Lorencini Bazzo, responsável pelo Gestação Saudável, em muitos casos é difícil fazer o acompanhamento das gestantes desde o início da gravidez, uma vez que para contatá-las é preciso fazer o rastreamento no sistema dos planos de saúde da Fundação Copel, onde estará registrada a primeira ecografia da paciente, bem como outros exames relacionados. “É deste modo que conseguimos identificar as gestantes. Mas desta maneira, o contato acontece apenas por volta do terceiro mês de gestação”, diz.
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Outra maneira de participar do programa é por demanda espontânea. “Estamos trabalhando para difundir o Gestação Saudável entre todos os nossos beneficiários. Procuramos dar informações constantes em todos os nossos canais de comunicação, assim, quando a mulher descobre que está grávida, ela pode nos ligar ou mandar e-mail para que sua inscrição seja feita”, explica Denise.
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O programa Gestação Saudável serviu como um amparo para mim. Foi uma atenção extra que recebi durante a gravidez, em um momento muito delicado da minha vida. A enfermeira estava sempre a par do que acontecia em cada período gestacional. Hoje a Manu está com três meses, crescendo e se desenvolvendo do jeitinho dela, mas está bem. Cristiani Kusma Rocco
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Planos - Saúde e Previdência
A Fundação Copel conseguiu rastrear Cristiani por meio do sistema do plano, verificando a realização da sua primeira ecografia obstétrica. Seu marido, André, é engenheiro eletricista e já trabalha na Copel há pelo menos sete anos. “Teve um dia que meu marido chegou do trabalho com um kit do programa, que continha algumas informações sobre o Gestação Saudável. A partir daí, me ligou uma enfermeira que me explicou bem certinho como iria funcionar o programa. Mas neste período eu já estava de cinco meses, e minha gestação já estava mais tranquila”, conta a professora. Denise explica que ao serem cadastradas no programa, as gestantes recebem a carteirinha, um kit composto por cartões informativos sobre a gravidez, um diário e um CD. “Antes de realizarmos o contato telefônico, a beneficiária também recebe uma correspondência, para estar ciente de que em breve receberá a ligação da enfermeira”. Cristiani conta que mesmo depois dos três primeiros meses, sua inclusão no programa foi de suma importância e fez toda a diferença no restante de sua gravidez. “Primeiro a enfermeira me ligou, se apresentou, e explicou como funcionava o Gestação Saudável. Ela perguntou se eu gostaria que ela continuasse me ligando com frequência, para saber como eu estava, para fazer o acompanhamento. Desde então, tive o monitoramento contínuo durante a minha gestação. As ligações aconteciam principalmente logo após as consultas e os exames, o que me ajudou a entender melhor todos os processos pelos quais eu estava passando. Ao longo da gravidez, a Manuela também teve dificuldades para se desenvolver dentro do útero, ela não estava ganhando peso. Para mim, foi muito bom ter outra pessoa, além do meu obstetra, para dividir minhas dúvidas e compartilhar esses momentos”.
Mãe de primeira viagem Tássia da Silva Giasson Meier tem 29 anos, é gerente de departamento na área de Recursos Humanos na Copel. Ela já é copeliana há dez anos e agora vive sua primeira gravidez. “Este é meu primeiro filho e estou com seis meses de gestação”, conta. Quando ficou grávida, Tássia já sabia da existência do programa e vem passando por uma gestação tranquila e saudável. “Resolvi entrar em contato com a Fundação Copel quando eu estava próxima de completar os três primeiros meses. Sei que este início de gestação é mais complicado, e o risco de sofrer um aborto espontâneo é alto. Fiquei mais à vontade em começar o acompanhamento após esse período. A experiência está sendo muito boa”. A gerente conta que recebe ligações da enfermeira todos os meses. Com ela, Tássia divide os resultados de seus exames, fala sobre sua saúde, a do bebê e sobre as consultas que realizou com seu obstetra. “A enfermeira também se coloca à disposição para tirar as minhas dúvidas e sugere dicas para aliviar eventuais desconfortos que eu venha a ter. Caso ela não consiga entrar em contato comigo pelo telefone, por qualquer motivo, obtenho sua atenção por e-mail, onde também recebo todo mês os informativos sobre as fases da gestação”, conta.
Acompanhamento às gestantes Antes do ano passado, o programa Gestação Saudável já era gerenciado pela Fundação Copel, mas em outro modelo. “Eram palestras presenciais na unidade da Fundação Copel, mas assim não conseguíamos atender todas as nossas beneficiárias, que estão em todo o Paraná. Foi por conta disso que, em outubro, a ideia do telemonitoramento foi elencada como a melhor alternativa”, explica Denise.
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O contato contínuo com a gestante é o grande diferencial para as beneficiárias da Fundação Copel. Assim o programa consegue atender de forma personalizada todas as necessidades da mãe cadastrada, bem como fazer o acompanhamento ideal para cada caso. Até o mês de junho deste ano, o Gestação Saudável chegou a acompanhar mais de 200 gestantes.
Crédito: Fundação Copel
Além de receber ligações e e-mails periodicamente, as gestantes ainda contam com o atendimento 24 horas. “É um canal onde um médico e uma enfermeira obstetra ficam de plantão para atender qualquer dúvida ou ocorrência. No caso de eventuais identificações de emergência, os profissionais encaminham a gestante para a maternidade ou hospital mais próximo, para que realize o atendimento o mais rápido possível. É mais uma rede de suporte para elas”, diz a assistente social.
Cuidados com o seu bebê Dez dias depois de dar à luz, a mãe recebe a visita da enfermeira. Denise explica que o encontro é feito para examinar o bebê, orientar a amamentação e também para avaliar a saúde da mãe. “O desligamento da beneficiária do programa é feito 30 dia após o nascimento da criança. Mas antes disso, temos a certeza de que as beneficiárias estão bem, prontas para iniciar uma nova etapa em suas vidas”.
Entre em contato com o programa Gestação Saudável pelo e-mail (fundacao@fcopel.org.br) ou pelos telefones (41) 3883-6177, em Curitiba, e 0800-6020225, no interior no Paraná.
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“A ideia de ter alguém ao seu lado, acompanhando a sua gravidez é bastante reconfortante. Assim você tem a certeza de que o seu médico está pedindo os exames completos, que não tem nada faltando. Se a Fundação Copel ainda não tiver entrado em contato com você, vale a pena ir atrás e se cadastrar no programa. É uma proposta muito bacana e carinhosa”. Tássia da Silva Giasson Meier
12 Mãe de primeira viagem, Tássia tem contado com a ajuda do programa Gestação Saudável para uma gravidez mais tranquila.
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Com a intenção de cuidar da sua saúde e de seus dependentes, a Fundação Copel oferece planos de saúde com cobertura em todo o Paraná. Eles possuem assistência completa e são uma ótima opção para os empregados das patrocinadoras e seus familiares. Os planos, classificados como PROSAÚDE II e PROSAÚDE III, são registrados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e mantidos por um sistema de autogestão multipatrocinado. Ou seja, ambos são custeados por seus participantes e empresas patrocinadoras: Copel, Institutos Lactec, Elejor, Compagás, Tradener, Ueg Araucária e a própria Fundação Copel. Para os beneficiários que residem fora a trabalho, é garantido o atendimento através da rede de reciprocidade conveniada com a Fundação Copel. Nesta edição, vamos saber um pouco mais sobre o PROSAÚDE III. O plano visa a prestação continuada de serviços e inclui assistência médica, hospitalar com obstetrícia, além da assistência odontológica e farmacêutica aos seus beneficiários inscritos, bem como coberturas adicionais, em conformidade com sua regulamentação. O PROSAÚDE III é um plano do tipo coletivo empresarial e garante apartamento individual no seu padrão de acomodação em internação.
Conheça nossas coberturas
Confira algumas das situações nas quais nossos beneficiários são assegurados:
Cobertura Ambulatorial A cobertura ambulatorial pelo PROSAÚDE III abrange serviços médicos que devem prestar o primeiro atendimento à maioria das ocorrências, com caráter resolutivo para os casos de menor gravidade e encaminhando os casos mais graves para um serviço de urgência e emergência, ou para internamento hospitalar. Consultas – abrange as consultas médicas e com nutricionista, além de consultas obstétricas para pré-natal. Terapias – sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, além de consultas psicológicas (em número limitado a 52 sessões por ano e necessidade de autorização prévia da Fundação Copel a cada dez sessões) e sessões de psicoterapia (em número limitado a 18 sessões por ano).
• Internamentos Clínicos; • Cirurgia Ortopédica; • Cirurgia Cardíaca, entre outros, desde que sejam solicitadas por escrito e devidamente justificadas e autorizadas pela Fundação Copel. Como beneficiário da Fundação Copel, você ainda dispõe de assistência odontológica e farmacêutica. ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA: sua saúde bucal A cobertura odontológica compreende todos os serviços odontológicos, diante de realização da perícia prévia – com restrições a procedimentos estéticos. Também são garantidas as coberturas para cirurgias Odontológicas Buco-Maxilo-Facial e dos procedimentos que necessitem de internações hospitalares, desde que realizados por profissional habilitado e autorizado pela Fundação Copel. Confira alguns dos serviços assistidos pelo plano:
Exames – exames clínicos e ambulatoriais reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina – CFM; exames prescritos por cirurgião-dentista.
Cobertura Hospitalar Abrange a cobertura de despesas médico-hospitalares em unidades credenciadas. No caso de internações, a assistência contempla acomodação hospitalar individual, sem gerar coparticipação.
• Próteses odontológicas; • Cirurgias Buco-Maxilo-Faciais; • Diagnóstico e planejamento para tratamento odontológico; • Radiografia; • Manutenção periodontal; • Restauração; • Implantes. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: programa de medicamentos
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Contempla a cobertura assistencial para medicamentos prescritos por médicos, cirurgiões dentista e nutricionistas.
Planos - Saúde e Previdência
MEDICAMENTOS
COBERTURA
Medicamentos de uso eventual
Cobertura de 50% do valor dos medicamentos empregados no tratamento de doenças eventuais.
Medicamentos especiais
Cobertura de 90% do valor do medicamento para os portadores de síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), artrite reumatoide, transplantados, mal de Parkinson, Alzheimer, asma, hepatites virais e doenças terminais.
Medicamentos para Neoplasia Maligna (câncer)
Cobertura de 100% do valor do medicamento para os portadores de neoplasia maligna (câncer), assim como os medicamentos para o controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento.
Medicamentos imunobiológicos
Cobertura de 100% do valor dos medicamentos para pacientes com doenças autoimunes inflamatórias ou doenças reumatológicas, desde que apresente solicitação médica de terapia imunobiológica endovenosa ou subcutânea.
Medicamento para patologias de uso contínuo
Cobertura de 60% dos medicamentos para tratamento de doenças crônicas incuráveis.
Medicamento para emagrecimento não estético
Cobertura 50% para os portadores de IMC (índice de massa corporal) superior a 35, desde que associado a alguma patologia. E para os portadores de IMC acima de 40.
Vacinas
Cobertura de 50%, sendo consideradas as patologias e não os tipos/marcas das vacinas. As vacinas dessensibilizantes, por série de tratamento, têm cobertura de 50% e ainda limitadas a 40% do salário mínimo vigente à época da aplicação. A Fundação tem um referencial interno de vacinas, o qual segue como padrão para a cobertura das mesmas.
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Mais agilidade e facilidade para os beneficiários da Fundação Copel! Desde o dia 1º de abril de 2016, entrou em vigor o novo processo de liberação automática de medicamentos de uso contínuo. Agora, nosso Programa de Medicamento de Uso Contínuo – PMUC possui uma medida mais simples, de inclusão automática. Para beneficiários portadores de algumas doenças crônicas, a mudança significa que não é mais preciso preencher o termo de uso contínuo na Fundação Copel. Ao sair do consultório, é possível ir diretamente à farmácia, já que a receita médica é digitalizada apenas na primeira vez. Contudo, o beneficiário deverá manter a receita em todas as compras, para fim de conferência de dados. A partir da data de emissão das receitas, ela terá validade automática de 12 meses. Durante esse período, o beneficiário pode efetuar suas compras normalmente. Para que você possa usar o benefício com tranquilidade, um alerta será emitido no cupom fiscal 90 dias antes do prazo expirar. Na compra dos medicamentos, é obrigatório que a receita siga um padrão: -
Nome completo do beneficiário. Descrição do medicamento, miligramagem e posologia. Data (a falta da mesma impossibilita a venda do medicamento). Carimbo e assinatura médica.
Para pacientes diabéticos que utilizam as lancetas e tiras/fitas de glicemia as mesmas encontram-se liberadas automaticamente no processo de uso contínuo. Importante: confira a lista de doenças crônicas que recebem cobertura no PMUC no site da Fundação Copel (www.fcopel.org.br).
O que não muda? O processo de liberação permanece o mesmo para o tratamento de Alto Custo, Specialty, Convida, Emagrecimento e para os medicamentos que necessitam de avaliação, com o preenchimento do termo ou justificativa médica e anexo de laudos e exames. 16
Planos - Saúde e Previdência
Cobertura Adicionais
E quanto ao plano PROSAÚDE II?
O plano PROSAÚDE III também dispõe de coberturas adicionais, como o Programa de Assistência Domiciliar (Home Care) e o Programa de Avaliação Médica Para Aposentado (Check-Up).
O PROSAÚDE II está fechado para novas adesões. Mas os beneficiários que já são assegurados pelo plano podem contar com algumas novidades que, cumprindo as exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS), o tornam ainda mais completo. Todas as coberturas realizadas pelo PROSAÚDE III, visto que foi formulado a partir do plano já existente, também estão disponíveis para os beneficiários do PROSAÚDE II.
Programa de assistência domiciliar (Home Care) Cobertura destinada aos portadores de doenças que sejam crônicas graves, incapacitantes ou terminais, em substituição ou complementação ao internamento hospitalar, quando recomendado pelo médico.
Programa de avaliação médica para aposentado (Check-Up) Para ter um futuro com mais qualidade de vida, os aposentados são estimulados a realizar consultas e exames. A assistência é destinada aos aposentados que estejam recebendo complementação de aposentadoria pela Fundação Copel. Também estamos trabalhando para que o benefício seja estendido ao seu cônjuge ou companheiro(a). O check-up é importante, pois incentiva o diagnóstico precoce de doenças, permitindo tratamentos com maior chance de cura e menos invasivos.
Em caso de dúvidas ou para buscar mais informações sobre o seu plano de saúde, consulte o regulamento disponível no site da Fundação Copel (www.fcopel.org.br).
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No ano de 2004, Marco Antônio Cwiklinski Rissatto foi vítima de um acidente de trânsito. Ele estava de moto, percorrendo seu habitual trajeto ao trabalho, e foi atingido por um carro que cruzou sua preferencial. O episódio deixou sequelas: a quarta e a quinta vértebras do pescoço quebradas, uma luxação externa no joelho esquerdo e ferimentos na perna direita e na mão. Hoje, aos 38 anos, Marco Antônio depende de uma cadeira de rodas ou de muletas para se locomover. Contudo, as mudanças em seu estilo de vida não o impediram de ingressar em novos desafios.
Marco Antônio passou no concurso da Copel em 2012. É funcionário do Call Center, no bairro de Santa Quitéria, em Curitiba. Além disso, também se dedica ao esporte: o triathlon é uma atividade fundamental para sua vida. Porém, diferente de muitos brasileiros em condição de deficiência, que viram no esporte a única chance de carreira – por conta da exclusão sofrida no mercado de trabalho –, os treinos diários de Marco Antônio são mais uma possibilidade de encarar a vida. Na entrevista abaixo, ele fala sobre sua trajetória de vida, as possibilidades no mercado de trabalho, a paixão pelo esporte e os motivos que encontrou para superar as dificuldades impostas pelos traumas do acidente. Fundação Copel – Há quanto tempo trabalha na Copel? Pode nos contar um pouco sobre sua carreira na Companhia? Marco Antônio: Já estou há quatro anos na Copel. Antes de entrar aqui eu trabalhava em outro lugar, mas fiquei sabendo de um concurso só para deficientes e fiz. Achava que não ia passar, mas no fim deu certo. Depois disso, fiquei um ano e meio trabalhando em dois empregos. Acabei saindo do outro porque também queria dedicar parte do meu tempo ao esporte. Fundação Copel – Você acredita que a Copel desempenhou um papel importante na sua vida, em termos de inclusão social? 20 Marco Antônio: Certamente. A questão da inclusão é bem importante. O concurso pelo qual eu entrei foi apli-
cado exclusivamente para pessoas com deficiência. Fui selecionado junto a outros 40 novos funcionários, incluindo pessoas que já prestavam serviços terceirizados à empresa. Depois da minha turma, soube de novos processos que aconteceram e que trouxeram mais pessoas em condições parecidas com a minha para dentro da Copel. Iniciativas como estas são importantes para reintegrar o deficiente na sociedade. Lá fora o preconceito ainda é uma grande barreira a ser vencida. Já passei por experiências difíceis. Teve uma vez que me inscrevi em uma vaga para a qual eu tinha qualificação e conhecimento para desempenhar as funções exigidas. Mas não me chamaram, e a vaga nem foi ocupada de imediato. O que pesou foi a questão da mobilidade, pois a empresa queria uma pessoa que não tivesse tanta dificuldade de locomoção. Fundação Copel – E dentro da Copel, há questões a serem revistas ou melhoradas, como a acessibilidade, por exemplo? Marco Antônio: Não tenho do que reclamar daqui. Acho que o espaço é bem resolvido. Podemos estacionar dentro do local, a estrutura é plana e os banheiros são todos adaptados. Trabalho ao lado de deficientes visuais que possuem mesas adaptadas, por exemplo. Então, não vejo nenhum empecilho, nenhum problema.
Crédito: Fundação Copel
O episódio deixou sequelas: a quarta e a quinta vértebras do pescoço quebradas, uma luxação externa no joelho esquerdo e ferimentos na perna direita e na mão.
Depois de um acidente de carro, em 2004, Marco Antônio encontrou no esporte a força para superar a deficiência física.
Entrevista Fundação Copel – No começo da sua entrevista, você mencionou que também se dedica à prática de exercícios. Pode contar mais sobre sua relação com o esporte? Marco Antônio: Comecei no esporte profissional durante a minha reabilitação. Fazia fisioterapia duas vezes por dia, além de realizar exercícios em casa também. Na hidroterapia eu vi que podia atravessar a piscina sem maiores dificuldades. Foi então que eu procurei a natação, fiquei por volta de três ou quatro anos em um clube. Até que um dia uma cadeirante me abordou na rua, perguntando se eu não queria participar de um clube voltado para deficientes. Não precisava pagar mensalidade e fiquei sabendo que até podia ganhar dinheiro nadando. Desse 2006 eu faço parte deste clube. Hoje sou o terceiro melhor paratleta do Brasil na modalidade. Outra prática minha é o triathlon, que tive a oportunidade de começar a fazer depois de conhecer a bicicleta adaptada, por meio de outros atletas. Isso aconteceu em 2013, e no final deste ano pude comprar meu próprio equipamento. Na época, eu e meu pai fizemos também uma cadeira de corrida, que eu não tinha condições de comprar por ser muito cara. Em 2014 fiquei em terceiro lugar no ranking brasileiro de paratriathlon e no ano passado, em quarto. Só não tive chance de me inscrever nas Paraolimpíadas do Rio para este ano, devido a falta de patrocínio. Mas a gente continua na luta.
Marco Antônio: Antes do acidente eu já era bastante ativo. Fazia capoeira, dança folclórica polonesa, jogava bola toda semana e também sempre gostei de pedalar. Esta condição me ajudou muito após o acidente, estar em forma foi essencial para a minha recuperação. O esporte também me fez encarar a vida de uma forma diferente. No começo, ficava desconfortável em sair de casa com a cadeira de rodas. Tinha vergonha de ir aos shoppings ou ao mercado. Mas desde que entrei no clube para deficientes, percebi que muitas pessoas, na maioria das vezes em condições bem mais graves do que a minha, já haviam superado essas barreiras há muito tempo e conseguiam ser felizes independente disso. Fundação Copel – Nesta segunda etapa da vida, você acredita ter encontrado mais força de superação? Marco Antônio: Eu sempre quis reverter a situação de estar em uma cadeira de rodas. Hoje posso dizer que sou um homem completamente independente. A cadeira não me prende mais em lugar nenhum. Mas essa conquista se deu, principalmente, pelas minhas filhas. Eu sempre tentei ser um paizão, e precisei ser forte para ficar do lado delas e poder estar perto enquanto cresciam. Na época, brincar na cadeira de rodas era o que eu podia fazer para entretê-las. Agora já sou até avô. O apoio da minha família e amigos foi fundamental para que eu pudesse encontrar novos sentidos na vida, para ser persistente.
Fundação Copel – Pode-se dizer que participar dos eventos desportivos paraolímpicos é um objetivo seu para o futuro?
Fundação Copel – Independente das competições, você acha que o esporte foi fundamental para superar sua nova condição de vida após o acidente?
Crédito: Fundação Copel
Marco Antônio: É um objetivo, sem dúvidas. Para todo mundo que está no meio do esporte, a ideia é sempre querer chegar lá. Às vezes a burocracia e a falta de dinheiro são desanimadoras. Este ano acabei desistindo pela falta de patrocínio.
Hoje, Marco Antônio divide seu tempo entre o trabalho na Copel e os treinos de triathlon.
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Saúde
Em 2015, alunas do 4º ano de medicina da Universidade Positivo – Carolina de Araújo S. Nascimento, Flávia W. Silva, Mariangela Coltro, Monique O. Possamai e Nathalia L. Steinke de Solza – realizaram uma pesquisa de satisfação entre pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pela Fundação Copel. Os resultados dessa análise foram avaliados recentemente pela equipe e mostram alguns aspectos bem interessantes e positivos para aqueles que realizaram a operação. O Departamento de Gestão e Regulação à Saúde desenvolveu o projeto com o objetivo de avaliar a qualidade de vida desses pacientes, tendo em vista que os planos de saúde oferecem cobertura para tratamentos de obesidade mórbida, incluindo procedimentos cirúrgicos – desde que cumpridos os requisitos. O estudo teve supervisão de Luiz Henrique Picolo Furlan que, além de ser o médico responsável técnico da Fundação Copel, também é professor na universidade e orientou o trabalho das estudantes. “A sugestão da pesquisa foi por conta de uma necessidade da Fundação Copel, pois, em alguns casos, fazemos a liberação para que a cirurgia bariátrica seja realizada. Como nosso trabalho por vezes se restringe a avaliar a necessidade do paciente e a liberar procedimentos, na maioria dos casos não conseguimos acompanhar o indivíduo para saber se aquele tratamento foi efetivo, se trouxe o resultado esperado”, conta Furlan.
A pesquisa foi feita no ano passado, e acompanhou o quadro de pouco mais de 300 pacientes, beneficiários do plano de saúde da Fundação Copel, que haviam se submetido à cirurgia bariátrica há pelo menos seis meses. Deste total, 66% do público eram mulheres e 34% homens. Outros relatos mostram que 60% dos pacientes que submetem-se à cirurgia bariátrica são mulheres, em especial, por conta do apelo à questão estética. “Geralmente, os homens aceitam a cirurgia quando há algum comprometimento à saúde, como hipertensão de difícil controle, lombociatalgia ou diabetes que não estão respondendo aos tratamentos medicamentosos”, explica o médico. Os resultados da análise formaram uma base sólida de dados, que permitirão ao Departamento de Gestão e Regulação à Saúde fazer uma avaliação adequada sobre os ganhos na qualidade de vida dessas pessoas, além de também ajudar na identificação de possíveis problemas pós-operatórios. “Observamos que, no geral, as pessoas ficaram bastante satisfeitas. O que nos traz a tranquilidade de estarmos ajudando os beneficiários ao liberarmos o procedimento cirúrgico, quando devidamente indicado”, aponta o médico.
A pesquisa foi feita no ano passado, e acompanhou o quadro de pouco mais de 300 pacientes, beneficiários do plano de saúde da Fundação Copel, que haviam se submetido à cirurgia bariátrica há pelo menos seis meses. Deste total, 66% do público eram mulheres e 34% homens.
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Para se chegar aos resultados Segundo Furlan, para que fosse possível analisar o impacto da cirurgia bariátrica na qualidade de vida dos pacientes, a equipe fez uso de um método chamado BAROS (Bariatric Analysis Reporting Outcome System). É um sistema que permite a avaliação de maneira global e padronizada dos relatos pós-cirúrgicos dos pacientes, com base em três principais quesitos: perda do excesso de peso, melhora da comorbidez (doenças relacionadas à obesidade) e melhora da qualidade de vida. “Este instrumento de pesquisa nos ajuda a avaliar, por exemplo, a dimensão funcional, autoestima e desempenho sexual daqueles que realizaram a cirurgia bariátrica”, diz.
Luiz Henrique Picolo Furlan, médico responsável técnico da Fundação Copel.
Confira alguns dados trazidos pelo médico, encontrados por meio da pesquisa.
Perda de peso
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Crédito: André Rodrigues
No geral, os resultados mostram que a perda de excesso de peso entre os pacientes foi bastante expressiva e satisfatória. Antes da realização da cirurgia bariátrica, o peso médio entre os indivíduos era de 113 Kg, enquanto após o procedimento este valor baixou para 76 Kg. De acordo com Furlan, o sucesso do procedimento é definido por um índice de massa corporal (IMC) menor que 35 ou por uma perda maior que 50% do excesso de peso pré-operatório. Contudo, também levou-se em consideração que alguns dos pacientes também registraram reganho de peso, em média de 7,52 Kg.
Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica obesidade quando o IMC – padrão internacional, cujo valor é o peso dividido pela altura ao quadrado: kg/m² – fica acima de 30.
IMC (Índice de Massa Corporal) Obesidade de grau I: IMC entre 30 e 34,9 Obesidade de grau II: IMC entre 35 e 39,9 Obesidade de grau III (também conhecida como obesidade mórbida ou severa): IMC maior que 40
IMC dos pacientes submetidos à cirurgia Antes da cirurgia (40,87)
Depois da cirurgia (27,37)
Baixo peso
0
Normal
65 (31%)
Sobrepeso
97 (45%)
Obesidade I
8 (4%)
43 (20%)
Obesidade II
91 (42%)
7 (3%)
Obesidade III
115 (54%)
2 (1%)
Melhora das Comorbidades Entre as doenças mais comuns relacionadas à obesidade estão a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia (que é a taxa alta de gordura no sangue – colesterol alto), doenças articulares, apneia do sono, além de depressão e isolamento social.
Após a cirurgia bariátrica foi possível observar uma melhora significativa das comorbidades entre os pacientes.
Hipertensão arterial
Diabetes
Apneia do sono
Dislipidemia
Doenças articulares
Melhorada
127
87
105
130
160
Sem melhora
3
1
4
2
14
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Melhora da qualidade de vida De maneira geral, muitos pacientes demonstraram melhora da autoestima, do relacionamento social e da disposição para o trabalho, por exemplo, passando a ter uma vida social mais ativa devido à satisfação corporal. De acordo com a análise, 65% dos participantes classificaram a melhoria na qualidade de vida como excelente, e 25% como muito boa.
Muito melhor
Melhor
Igual
Pior
Muito pior
Autoestima
74%
20%
5%
0,5%
0,5%
Condição física
69%
25%
4%
1,4%
0,9%
Social
43%
27%
28%
1,5%
0,5%
Trabalho
54%
31%
14%
1%
0
Sexual
36%
32%
27%
4%
1%
A cirurgia bariátrica é indicada para você?
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De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que constam na pesquisa orientada por Furlan, somente em 2010 foram realizadas mais de 64 mil cirurgias no país. Apesar da boa aceitação entre a comunidade médica e da comprovação de melhoria da qualidade de vida para os pacientes, a indicação do procedimento só pode ser adotada diante da análise minuciosa de diversos aspectos clínicos da pessoa obesa.
“Se olharmos para a pesquisa realizada na universidade, ficamos convencidos de que a cirurgia bariátrica deve ser liberada para todos, em vista da melhoria da qualidade de vida dos nossos pacientes. Mas o tratamento da obesidade é complexo e multifatorial. Não basta a pessoa ter IMC igual a 35 para receber indicação imediata para realizar o procedimento. É importante destacar que a cirurgia é apenas uma opção, e não a única, para o tratamento da obesidade. E
Saúde
essa escolha depende do quadro do paciente, do grau de obesidade e das outras doenças relacionadas”, argumenta o médico. A cirurgia bariátrica é coberta pelo plano de saúde para pacientes com idade entre 18 e 65 anos, com falha no tratamento clínico realizado por pelo menos dois anos e obesidade mórbida instalada há mais de cinco anos. Segundo Furlan, também é preciso que ao menos um dos seguintes critérios seja preenchido: IMC entre 35 e 39,9, com comorbidades que ameacem a vida do paciente; e IMC igual ou maior que 40, com ou sem comorbidades. O tratamento exige a avaliação de uma equipe interdisciplinar, que prescreva de forma correta e individual a adaptação do paciente. A terapia inclui intervenções farmacológicas, nutricionais e psicológicas associadas ao exercício. Somente quando essas opções terapêuticas não revertem a obesidade é indicada a cirurgia bariátrica. Por isso, a avaliação pré-operatória deve ser realizada por uma equipe de profissionais formada por endocrinologistas, nutricionistas, cardiologistas, psiquiatras, psicólogos, entre outros.
Para o tratamento cirúrgico é preciso seguir critérios bem específicos. Confira algumas das principais indicações: Ser maior de 18 anos. IMC maior ou igual a 35, com presença de doenças associadas (apneia do sono, diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e dificuldades de locomoção). IMC maior a 40, sem necessidade de comorbidade associada. Falhas repetidas de outras abordagens terapêuticas de emagrecimento. Ausência de causas endócrinas de obesidade (hipotireoidismo ou Síndrome de Cushing). Ausência de alcoolismo, outros vícios ou psicopatologias importantes. Capacidade de tolerar bem a cirurgia através da autorização prévia de um psiquiatra (pacientes têm que suportar transformações radicais de comportamento impostas pela operação).
O tratamento não é recomendado nos seguintes casos:
Pneumopatias graves Insuficiências renais Doenças graves do coração Cirroses hepáticas Distúrbios psiquiátricos Dependência de álcool e drogas 27
Tipos de cirurgia De acordo com publicações feitas pelo médico Caetano Marchesini – uma das maiores referências em cirurgia bariátrica em Curitiba –, atualmente, existem cinco técnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina e Ministério da Saúde. São elas: Gastrectomia Vertical ou Sleeve; Bypass Gástrico ou Cirurgia de Fobi-Capela; Derivação Biliopancreática com Duodenal Switch; Derivação Biliopancreática ou Cirurgia de Scopinaro; e Banda Gástrica Ajustável. Furlan ainda destaca que o pós-cirúrgico demanda monitoramento periódico de no mínimo uma vez ao ano, principalmente por conta de complicações tardias após a operação, que podem acontecer de algumas semanas a vários anos após a cirurgia bariátrica. “É importante deixar claro que a cirurgia bariátrica é só uma fase do tratamento da obesidade. As deficiências nutricionais, por exemplo, podem ocorrer em até 44% dos pacientes, vários anos após a operação. Por isso, exames devem ser feitos periodicamente”, recomenda. Além do monitoramento feito com nutricionistas, o acompanhamento com psicólogos e psiquiatras também deve ser levado em consideração. Em muitos casos, antes de se submeterem à cirurgia, os pacientes já apresentam alguns distúrbios, como depressão ou transtornos do comportamento alimentar, como a compulsão. “Após a cirurgia o paciente passa por uma série de restrições alimentares. Aqueles que comiam compulsivamente podem passar a desviar este comportamento para outros vícios, como acontece comumente com o álcool ou outras drogas”, explica Furlan. 28
Obesidade A obesidade pode ser definida como uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura em nível comprometedor à saúde, associando-se ao desenvolvimento de outras doenças. É um conceito multifatorial, que pode envolver aspectos comportamentais genéticos, metabólicos, endócrinos, nutricionais, psicossociais e até culturais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões obesos.
Saúde
Muito além da saúde: como a sua mente é influenciada pela doença “Observamos que grande parte dos pacientes que procuram pela intervenção cirúrgica no tratamento da obesidade são motivados pela melhora estética, como fator fundamental para o aumento de sua autoestima. A pessoa com sobrepeso, em muitos casos, é vítima de bullying, o que não justifica a sua opção pela cirurgia bariátrica, mas também não exclui a importância do tema no tratamento do problema”, coloca Furlan. Atualmente, a sociedade está imersa em uma cultura onde o culto à beleza e ao corpo perfeito são determinantes para a integração do indivíduo no convívio social. Além de doença, a obesidade mórbida também acaba sendo um fator de exclusão, relacionado ao estigma, preconceito e discriminação. A busca pela identidade pessoal faz parte de um complexo sistema de relações sociais. No caso dos obesos mórbidos, muitos tiveram que encarar o excesso de peso desde a infância, e o rótulo que os define não abre espaço para que possam encontrar outras identificações sociais. Em uma sociedade marcada pelas preocupações com as questões estéticas do corpo, em especial sua forma e tamanho, a imagem do corpo na obesidade passa a ser rejeitada dentro deste imaginário. A cirurgia pode ter uma indicação necessária, mas suas razões estão relacionadas à saúde fisiológica do paciente. Os traumas psicológicos acumulados ao longo do tempo não serão devidamente tratados com a operação. É por isso também que o acompanhamento psicológico e psiquiátrico se faz tão necessário, possibilitando encarar outros fatores relacionados à obesidade.
Atitude saudável Obesidade é uma doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos e costuma vir acompanhada de outros males. Para preveni-la ou tratá-la é preciso ter uma alimentação balanceada e apostar nas atividades físicas. A opção da cirurgia bariátrica nem sempre é o melhor recurso, já que toda intervenção cirúrgica apresenta riscos. Aqui vão algumas dicas para deixar a sua vida mais saudável. Alimente-se melhor: insira frutas, verduras e legumes na alimentação diária e reduza a gordura, o açúcar e o sal. Estabeleça intervalos regulares entre as refeições principais, evitando beliscar alimentos pouco nutritivos. Também procure alimentar-se em locais adequados, e evitar fazer outras atividades enquanto come, como ver tevê ou ler jornal, por exemplo. Movimente-se: reduza o seu tempo sentado! Pequenas mudanças fazem diferença, como deixar um pouco de lado escadas rolantes ou elevadores e andar a pé sempre que possível; opte pela prática de exercícios ou esportes que lhe tragam prazer.
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Hoje, aos 59 anos, Jorge Festa já é aposentado da Fundação Copel. Ele ainda presta serviços de consultoria para a entidade, mas se vê plenamente satisfeito com as conquistas que teve ao longo da vida. Para isso, começou a cuidar do futuro desde cedo. Tudo começou quando conseguiu seu primeiro emprego, aos 14 anos, na Companhia Força e Luz do Paraná. “Entrei em 1972. Naquela época, ainda era permitido que pessoas menores de idade trabalhassem. Mas uma das exigências era que eu também fosse bem nos estudos, não podia reprovar na escola”, lembra. No ano seguinte, quando a empresa foi incorporada pela Copel, Festa ocupou um novo cargo – o de mensageiro. Desde então, passou por diversos setores dentro da Companhia, até receber um convite para trabalhar diretamente na Fundação Copel, onde se aposentou em 2009.
Previdência para o futuro
De olho no futuro Desde que começou sua carreira, Festa sempre optou por uma maneira de guardar parte da renda. Primeiro foi com uma poupança. Depois, em 1973, quando passou para a Copel, informou-se sobre os planos de previdência e assistência da Companhia. Para o aposentado, o primeiro grande passo para começar seus investimentos foi buscar informação: “Alguns dos meus familiares já trabalhavam na empresa – meu avô, meu pai e meus tios –, então foi mais fácil para que eu começasse a me envolver com o assunto, pois já tinha uma ideia de como a instituição funcionava”, conta. Em 1989, aos 31 anos, Festa investiu em seu primeiro plano de previdência complementar, que hoje é conhecido como o Plano Unificado. Anos mais tarde, fez a opção de migrar para o Plano III, o mesmo que hoje fornece parte de sua renda previdenciária. “Por conta disso, além da minha aposentadoria básica, eu posso contar com um benefício complementar. E ainda sou ativo em outro emprego, atualmente também leciono na Universidade Federal do Paraná”, diz.
O que a Fundação Copel oferece para você hoje? Festa, que hoje pode contar com uma boa aposentadoria em sua vida, dá algumas dicas para garantir tal tranquilidade no futuro: “Um plano de previdência complementar é sempre uma boa alternativa”. Para que seus investimentos possam lhe garantir um benefício maior quando chegar a hora, o ideal é que o planejamento comece o mais cedo possível. “Para se ter uma renda lá na frente, geralmente, levamos quase uma vida para juntar recursos. São pequenos sacrifícios que precisamos fazer enquanto ainda estamos ativos em nossos empregos. Essa visão a gente não tem enquanto é jovem. Mas pela minha experiência, se eu pudesse aconselhar quem está começando agora, eu diria que quanto mais cedo você começar a planejar seus projetos futuros, mais tranquilidade você terá”, afirma.
Para que seus investimentos possam lhe garantir um benefício maior quando chegar a hora, o ideal é que o planejamento comece o mais cedo possível.
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O Plano III é um plano de previdência complementar, por meio do qual é possível formar um fundo de reserva financeira durante a vida profissional. É uma forma de investir no futuro. Glewerson Caron é Gerente do Departamento de Benefícios Previdenciários da Fundação Copel e explica que, diferente dos planos de previdência abertos, o Plano III conta com suporte de empresas patrocinadoras. “Além da própria Fundação, temos patrocinadoras como a Tradener, Institutos Lactec, Elejor, Ueg Araucária, Compagas e a Copel. Então, quando uma empresa decide nos patrocinar, ela está patrocinando um plano de previdência para nossos titulares”, explica. Mas o que isso significa? Segundo Caron, a cada contribuição que você faz, a patrocinadora contribui com o mesmo valor. Ou seja: “Para cada um real que você contribuir, a patrocinadora coloca o mesmo valor para te ajudar no futuro”, conta. Jorge Festa, aposentado da Fundação Copel.
De acordo com o gerente, a reserva formada será transformada em benefício no momento da aposentadoria. E conforme ressalta Festa, como os planos fechados têm um limite de contribuição estabelecido pela própria patrocinadora, é interessante pensar na possibilidade de rechear a sua reserva com outras contribuições, como, por exemplo, aportes, contribuições extras mensais e aumentar sua contribuição do plano previdenciário de 2% para 4%.
A importância da sua contribuição para um benefício maior no futuro Alteração de contribuição de 2% para 4% Você tem a opção de alterar o percentual da primeira faixa de contribuição do plano previdenciário de 2% para 4%, com o objetivo de aumentar o saldo da sua poupança previdenciária. Nesse caso, a patrocinadora também contribui com o mesmo percentual, mas uma vez feita a mudança não é possível retornar à opção de 2%.
Contribuição extra mensal Além das contribuições normais feitas mensalmente, você também pode efetuar contribuições adicionais, de qualquer valor, e com a comodidade do desconto em folha de pagamento. A única diferença da contribuição extra mensal em relação à normal é que, no primeiro caso, não haverá contrapartida da patrocinadora.
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Crédito: André Rodrigues
Aporte O aporte é uma contribuição financeira de qualquer valor, que pode ser feita a qualquer momento com o intuito de aumentar o saldo da poupança previdenciária. Como se trata de um subsídio facultativo, nesse caso a patrocinadora não contribui com a mesma quantia. “O aporte é uma decisão sua, ele é algo a mais que você faz pelo seu benefícios previdenciários”, explica Caron.
Previdência para o futuro
Quem já investiu em aportes
Além de aumentar o saldo de sua reserva da poupança previdenciária e, consequentemente, ter um valor de benefício de aposentadoria maior, todas as contribuições feitas podem ser deduzidas da base do Imposto de Renda (IR) até o limite de 12% de sua renda bruta anual, caso opte pelo modelo de declaração completa.
Aqui vão algumas dicas do nosso Gerente do Departamento de Benefícios Previdenciários para aumentar a sua reserva de poupança:
Glewerson Caron, gerente do Departamento de Benefícios Previdenciários da Fundação Copel.
• Se você se organizar financeiramente, também é possível fazer uma pequena contribuição extra. • Sempre que puder, faça um aporte em sua poupança previdenciária. Quanto antes você começa a incrementar sua reserva, mais capitalizado fica o seu recurso e maior será seu benefício no futuro.
Crédito: André Rodrigues
• Que tal destinar um percentual do seu 13º salário, abono, férias ou participação em resultados ao seu fundo de reserva? Essas são ótimas ocasiões para pensar no assunto.
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A Fundação Copel pode te ajudar a dar estes passos para um futuro tranquilo Sabemos da importância de tudo o que você conquistou até aqui, e dos esforços realizados para poder se aposentar com tranquilidade. Quando o assunto são os seus bens, a incerteza é normal na hora da tomada de decisões sobre, por exemplo, como realizar investimentos ou se as ações que são propostas a você são seguras. Para Jorge Festa, procurar pela ajuda de especialistas é uma ótima alternativa para quem quer cuidar bem de seus investimentos e ainda tem dúvidas sobre o assunto: “Acho que as pessoas deveriam conversar mais com quem entende do tema, para tentar esclarecer questões e até aprender mais sobre as possibilidades oferecidas. Aqui na Fundação Copel existem vários profissionais que podem informar o trabalhador, e que estão capacitados para dar qualquer tipo de orientação financeira”. Caron reforça a opinião do aposentado, e diz que está de portas abertas para atender aqueles interessados em educação previdenciária: “Aqui a gente tem um corpo técnico especializado. Podemos garantir que o dinheiro que você investiu no seu fundo previdenciário é vitalício. Aconteça o que acontecer, independentemente da situação financeira do país, você pode ter a certeza de que irá receber seu benefício com tranquilidade”.
Educação financeira
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Pensando em um benefício maior no futuro, é fácil se convencer de que o investimento em um plano complementar e a realização de aportes são opções vantajosas a serem levadas em consideração. Mas para que isso aconteça, é preciso se planejar. “Se a pessoa tem uma boa
educação financeira, ela já está muito perto de uma boa educação previdenciária”, afirma Caron. Então, antes de começar a fazer seus investimentos futuros, que tal colocar a casa em ordem? Para te ajudar a ter mais controle sobre sua renda, e assim dispor de uma parcela do seu orçamento para aplicar em fundos de previdência, o economista Lucas Dezordi, sócio da Valuup Consultoria e professor da Universidade Positivo, dá algumas dicas sobre finanças pessoais: Faça o controle do seu orçamento: comece fazendo uma previsão dos próximos três meses, contabilizando entrada e saída de recursos. Assim é possível adaptar seus gastos ao que você ganha. As despesas fixas (como luz, água, condomínio e educação, por exemplo) podem ser previstas e priorizadas. Assim fica mais fácil para distribuir a outra parte do seu dinheiro entre os demais itens e serviços dos quais precisa, além de reservar um pouco para seus investimentos e reservas. Alerta vermelho para o cartão de crédito: sabemos que o pagamento à vista nem sempre é possível, e nessas horas o cartão de crédito pode quebrar um galho. Mas evite comprometer sua renda com parcelas muito longas. O ideal é que, na medida do possível, parcelamentos a crédito sejam feitos no máximo em até três vezes. Esteja sempre atento com relação às taxas de juros: procure saber as condições do banco com o qual você trabalha e se preocupe com as condições oferecidas a você. Além de ter controle sobre o seu orçamento é importante discutir o que é prioridade dentro da renda familiar: se o momento financeiro não está favorável, gastos com itens supérfluos devem ser revistos; controle a compra de produtos importados no supermercado; viagens e passeios mais longos de lazer podem ser melhor planejados.
A Fundação Copel se preocupa em proporcionar uma aposentadoria tranquila e um seguro de vida ideal a cada um dos seus beneficiários. Por isso, nossa administração é feita considerando as características de cada plano, sempre em busca dos melhores resultados possíveis, mesmo em cenários econômicos adversos e de crise. Trabalhar de forma transparente também faz parte de nossos valores. Para nós, é de grande importância que você fique por dentro da saúde financeira de seus investimentos. Nesta edição, trouxemos um breve panorama dos resultados do primeiro quadrimestre de 2016 e as tendências para os próximos meses, apresentadas pelo Diretor Financeiro da Fundação Copel, José Carlos Lakoski, referentes aos planos previdenciários – o Plano Unificado e o Plano III –, e também ao Plano Pecúlio, de seguro de vida. Lembre-se: a Fundação Copel possui uma política de investimentos de longo prazo, portanto os resultados devem ser observados em horizontes maiores.
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Fique por dentro do rendimento do seu plano Plano Unificado O Plano Unificado é um plano de previdência que está fechado para novas adesões. Ele se enquadra na modalidade de Benefício Definido (BD), com valor previamente estabelecido, que é pago vitaliciamente, dependendo da concessão do mesmo pela Previdência Oficial. Seu custeio é determinado atuarialmente, de forma a assegurar a concessão e manutenção do plano. A carteira de investimentos do Plano Unificado é formada majoritariamente por títulos públicos federais atrelados à inflação. Sendo assim, os compromissos a serem pagos ao longo do ano podem ser calculados com razoável grau de precisão. Seus títulos são contabilizados na curva, ou seja, valorizados pela taxa a que foram adquiridos, sem variar conforme as oscilações das taxas de juros diárias de mercado – hoje eles representam cerca de 90% do patrimônio deste plano.
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Gestão dos investimentos
Contudo, como há uma exposição muito pequena às variáveis de risco no mercado, a rentabilidade do plano varia menos. Neste primeiro quadrimestre, sua lucratividade foi em torno de 6%, o que significa que a avaliação atuarial apontou situação superavitária – cerca de R$ 307 milhões no fechamento do exercício de 2015 –, ou seja, valor superior ao necessário para o pagamento das obrigações do plano. Por conta da baixa variabilidade de seus rendimentos e dos resultados dos primeiros quadrimestre do ano, a tendência para os próximos meses é de que o superávit do Plano Unificado aumente ainda mais.
Plano Pecúlio O Plano Pecúlio é um plano de seguro de vida cujo pagamento do benefício é de prestação única em caso de morte e de até 50% em caso de invalidez. Sua manutenção é feita apenas com a contribuição dos participantes – ativos e aposentados. Ele apresenta uma gestão somente de renda fixa. Para o participante ativo, o capital segurado é contratado em função de múltiplos do Salário Real de Contribuição (SRC). Já para o participante assistido (aposentado), o capital segurado é estabelecido em múltiplos do benefício. No primeiro quadrimestre de 2016, o plano apresentou uma rentabilidade positiva de aproximadamente 6%. Isso significa que suas receitas e despesas (contribuição dos participantes e indenizações pagas) estão bem equilibradas e que os níveis de contribuição praticados têm sido suficientes para dar cobertura aos capitais segurados. 37
Até o momento, a rentabilidade do plano tem se mantido estável. O importante é que no longo prazo ele ainda esteja desta forma, no sentido de aumentar o fundo para dar maior segurança nos pagamentos dos sinistros ocorridos.
Plano III O Plano III é um plano de previdência denominado Contribuição Variável (CV), que contempla duas modalidades. Na fase de formação de reserva, quando o participante ainda está em atividade, apresenta formato de um plano de Contribuição Definida (CD). Na fase em que o participante já está aposentado, apresenta um formato de um plano de Benefício Definido (BD). O benefício é determinado por meio da rentabilidade mínima da aplicação sobre o saldo do fundo previdenciário acumulado pelo participante e patrocinador, durante a fase de contribuição. Benefício que, depois de concedido, é pago vitaliciamente.
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Embora se trate de um mesmo plano, as modalidades apresentam rentabilidades diferentes, tendo em vista que há estratégias distintas para as duas fases do plano. No caso da modalidade da Contribuição Definida, realizada por participantes ativos, o custeio é determinado atuarialmente, de forma a assegurar a concessão e manutenção do plano. Ela está mais exposta às condições da conjuntura econômica do país, que influenciam na renda variável, na bolsa de valores e nos títulos de renda fixa. O título público está marcado a mercado, ou seja, os títulos são valorizados pelo preço em que são negociados diariamente. Assim, mesmo sendo papéis de renda fixa, variam de acordo com o cenário econômico do país. Neste primeiro quadrimestre, a rentabilidade do período para a modalidade de CV foi de 10% em termos nominais – o que representa um aumento na reserva de poupança do participante ativo. Já nos próximos meses, os resultados devem ser fortemente impactados pelo cenário econômico que, por sua vez, tem reflexo no quadro político. Se observada uma melhora deste contexto, o plano deve ter uma rentabilidade de crescimento ainda mais constante.
Gestão dos investimentos
Com relação à modalidade de Benefício Definido, praticada por participantes aposentados ou pensionistas, o custeio é determinado atuarialmente, de forma a assegurar a concessão e manutenção do plano. Seus títulos em grande parte estão contabilizados na curva, ou seja, valorizados pela taxa a que foram adquiridos, sem variar conforme as oscilações das taxas de juros diárias de mercado. Hoje estes títulos representam cerca de 65% do patrimônio desta parcela. No primeiro quadrimestre de 2016, a rentabilidade do plano foi próxima de 8% em termos nominais, o que signigica que os valores do período estão acima da meta atuarial. Ou seja, o resultado está acima da rentabilidade mínima necessária para o pagamento dos benefícios, gerando um superávit no balanço final do orçamento. Em 2015, o plano apresentou resultado de equilíbrio com pequeno déficit de R$ 11 milhões – lembrando que o plano tem um patrimônio total de R$ 3,2 bilhões. Neste ano, como os saldos atuais são positivos, espera-se fechar 2016 com resultados superavitários.
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