Todavida

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ano 1 > abr/mai/jun 2015

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Como (sobre)viver num mundo em colapso? Conversamos com grandes especialistas para descobrir como manter o controle sobre a própria vida e o futuro.

saúde Xô, sofá!

Se você quer sair do sedentarismo, aqui está o seu guia.

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finanças Exclusivo

Gustavo Cerbase, o maior autor brasileiro de best sellers sobre finanças, conta o que fazer em tempos nebulosos.

especial Show na pista

A dança de salão vai dar outro ritmo à sua vida

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Editorial

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Contemplar, em uma mesma revista, assuntos tão distintos quanto dança de salão e a crise em amplo sentido que assola o universo à nossa volta parece ser, a princípio, uma incoerência. Afinal, o momento é de austeridade ou de celebração? A resposta: é de ambos. E tanto melhor se não encararmos essa condição como um momento, mas sim como uma premissa da própria vida. Dançar conforme a música pode ser um gesto encarado como covardia e resignação. Mas também como uma atitude que comprova nossa capacidade de nos adaptarmos bravamente às circunstâncias, e isso, muitas vezes, exige mais coragem e inteligência do que tentar mudar a música ou se recusar a entrar na dança. Por isso, essa segunda edição de Toda Vida tem assuntos que parecem ir aos extremos: vamos dos pecados (por vezes mortais) do sedentarismo aos devaneios inebriantes da arte; da preparação para uma terceira idade feliz à necessidade de cuidados com as finanças hoje; de alertas de agressão à natureza a mensagens de otimismo e superação, como no caso de um dos personagens mais marcantes que encontramos na confecção de nossas matérias: Eddy Stile. Você não o conhece? Pois deveria. Aliás, você irá conhecê-lo nas próximas páginas. Ele não só sabe dançar com categoria qualquer tipo de música, como também dança se não houver música. E nos serve de modelo, porque a vida é feita da leveza da música e da austeridade da partitura, da doce fluência da melodia e da rigidez do ritmo. O equilíbrio está na capacidade de sabermos lidar com os extremos. E não é por acaso que o encadeamento bem equilibrado dos sons se chama harmonia. Que nossas matérias tragam mais harmonia para a sua vida.

“Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro.” Fernando Sabino

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índice capa

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Crise

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Instruções para um mundo em estado de emergência

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Participe da Toda Vida enviando sua sugestão, dúvida ou crítica para comunicacao@fcopel.org.br

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EXPEDIENTE Lindolfo Zimmer Presidente José Carlos Lakoski Diretor Financeiro Paulo Cezar da Silva Machado Diretor de Administração e Seguridade Beatriz de Medeiros Gerente de Comunicação Institucional Danielle Furlan Coordenação Editorial Editorial Design Projeto Gráfico e Editoração Mario Lopes Reportagens Carlos Romaniello Direção de Criação Claudio Thiele Designer Responsável

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s


se

viva bem

especial

finanças

Previsões futuristas para daqui a pouco

No caminho certo

Conselhos para ter uma velhice invejável.

Dois pra lá, dois pra cá.

Bolso blindado

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atualidades

undo ência

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A dança de salão vai dar outro ritmo à sua vida.

Gustavo Cerbasi explica o que fazer com seus recursos

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Brasileiro e dinheiro: separados pela negligência Perfil do depressivo Gengivas x Alzheimer

Mexa-se!

cultura

cartas

Arte

A primeira impressão...

O sedentarismo com os dias contados.

Afinal, eu preciso mesmo disso?

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O que os leitores estão achando de Toda Vida.

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As informações expressas nessa revista são fruto de pesquisa e reportagens que visam promover a discussão saudável e não necessariamente representam a opinião da Fundação Copel.

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Atualidades

2 Cinco sinais que indicam depressão

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Conheça descobertas recentes da ciência e de institutos de pesquisa que podem afetar sua saúde, longevidade e qualidade de vida.

Fontes: * Lifehack ** British Medical Journal *** Época Negócios e Portal Meu Bolso Feliz

Identificar uma pessoa deprimida, mesmo que seja você próprio, é tarefa complexa, mas necessária, pois exige tratamento. O portal Lifehack divulgou quais são os sinais essenciais de quem está sendo acometido por este problema*.

1 As matérias desta revista têm conteúdos extras no www.fcopel.com.br/toda-vida . Acesse e saiba mais. Você tem em mão duas revistas: uma impressa e outra virtual. Faça bom uso de ambas.

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ALIMENTAÇÃO IRREGULAR

(comer demais ou de menos)

DESINTERESSE,

inclusive por atividades que antes se apreciava

CANSAÇO CONSTANTE

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MELANCOLIA E APATIA

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IRRITABILIDADE E IMPACIÊNCIA

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Busca por aplicativos de saúde pessoal Procura por smart TVs

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Busca por roupas tecnológicas que monitorem a saúde

Brasileiro não tem controle das finanças

admitem dificuldade no controle das finanças

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Gengivas doentes podem quadruplicar a chance de Alzheimer

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} de 12x

Aumento

} de 28% } de 3x

Aumento

TV

Aumento

Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada com 662 consumidores em 27 capitais brasileiras, revelou que somos um povo com uma dificuldade séria em controlar receitas, despesas e investimentos. Tanto que apenas 4% dos consumidores utilizam aplicativos de controle financeiro***.

69%

ê

is a*.

Estamos chegando na metade do ano e as previsões dos futurólogos de plantão começam a ser postas em xeque. O Google publicou um estudo com 100 bilhões de buscas dos usuários revelando as grandes tendências tecnológicas**.

não se consideram organizados

Contra o Alzheimer

escove bem os dentes

37%

64%

não tratam o controle financeiro como prioridade

PREVINA-SE

pratique exercícios

tome suco de frutas

Muito se engana quem acredita que não escovar os dentes pode render só cáries. A perda precoce de dentes pode gerar o Mal de Alzheimer, segundo um estudo levantado pela University of Southern California/EUA. Praticar exercícios físicos e beber suco de frutas também são hábitos que ajudam a prevenir a doença**.

Atualidades

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Previsões tecnológicas apontam um mundo cada vez mais conectado

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Uma terceira idade de

Primeira

Viva Bem

As atitudes que vocĂŞ deve adotar hoje para ser mais feliz amanhĂŁ

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Envelhecimento bem sucedido é uma luta contra as doenças crônicas Hipertensão, diabetes, arteriosclerose, osteoporose, câncer e doenças neuropsiquiátricas (como a demência e a depressão) estão na lista negra de quem quer envelhecer com qualidade. Elas têm um componente genético que não é mais importante que o componente comportamental. É preciso buscar atitudes que nos levem a ter menos doenças.

Estilo de vida saudável começa cedo Desde a vida intra-uterina somos acometidos por atitudes que vão impactar em nosso futuro. Por exemplo: em uma gravidez que a mulher tenha ganho muito peso, seu filho terá maior propensão de contrair diabetes na velhice. Também uma criança obesa por volta dos três anos de idade tem grande chance de sofrer de arteriosclerose na velhice. Atenção: em ambos os casos, estamos falando de um aumento de probabilidade e não de uma certeza. Também é importante lembrar que o câncer está muito ligado a estilos de vida pouco saudáveis, como má alimentação, vícios e sedentarismo.

É preciso uma postura positiva diante da vida e aceitar a idade que se tem Vivemos em uma sociedade muito jovial, que valoriza quem é mais novo. Mas é preciso se esquivar do preconceito e aceitar a nova identidade que vamos tomando com o passar dos anos. Não é maravilhoso quando ouvimos um “os anos te fizeram bem”? Pois então, isso é possível quando moldamos essa nova identidade a nosso favor, somando experiência a bom humor e brilho no olhar. O tempo sorri para quem o encara com entusiasmo.

Viva Bem

O

Dr. Marcos Cabrera é um geriatra que espanta o estigma de que velhice e tédio são sinônimos. Palestrante habilidoso e bem humorado, ele consegue animar suas plateias com conhecimentos úteis que não se dissipam ao término do evento, sendo levados na memória por todo o decorrer da vida. O tom leve e divertido é apenas uma forma que o Dr. Cabrera encontrou para tornar mais palatável e assimilável uma série de conteúdos importantíssimos, que ajudam as pessoas a viverem mais e melhor, preparando-se para uma terceira idade feliz, saudável e plena. Fomos conversar com ele para saber quais são os conselhos fundamentais para a tal “melhor idade”. Veja o que ele nos relatou e confira se a sua vida anda nos rumos indicados pelo geriatra.

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Não deixe de lado a busca pelo prazer Todos temos referenciais particulares e não podemos confundi-los com os coletivos. O potencial de prazer de uma pessoa com 70 anos de idade é percebido como muito pequeno. É preciso quebrar esse paradigma, incluindo o que se refere ao prazer sexual. Na velhice, as pessoas acabam exercendo a busca pelo prazer de maneira muito limitada, porém, as possibilidades chegam a ser mais amplas do que antes.

Identifique não só as perdas, mas também os ganhos

Viva Bem

É fácil percebermos que o cabelo está caindo e que nossa pele não tem mais o mesmo viço, mas é preciso saber olhar também o que se está ganhando com o passar dos anos. O processo não passa por uma ruga na testa que você conserta com botox. O processo de transição é muito mais complexo e concentrar a atenção apenas nos elementos de vaidade pessoal desvia nossa atenção daquilo que realmente importa. Claro que é importante sustentar a auto-estima, mas é preciso fazer o dimensionamento correto, ou seja, deixar de valorizar excessivamente a questão estética, pois o processo de envelhecimento não tem volta.

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Considere as vantagens de envelhecer A falta de maturidade e de sensibilidade de quem é mais jovem se soma à dificuldade de concentração, de focar naquilo que é importante. Quando estamos aos 60 anos vamos direto ao ponto e não nos iludimos com modismos. Fica, portanto, muito mais fácil construir um ser melhor do que quem éramos quando jovens.

Não abra mão de se informar O desenvolvimento de habilidades e a capacidade de aprender é maior e melhor que antes, além de nos tornarmos mais seletivos. O acesso aos novos meios de comunicação (redes sociais, por exemplo) deve ser exercitado. É preciso continuar se sentindo parte do mundo e protagonista da própria história. A festa não acabou!

Resumindo 1

Privilegie um estilo de vida saudável, com boa alimentação, prática de exercícios físicos e ausência de hábitos nocivos à saúde

2 Saiba lidar com o processo de perdas e ganhos, pois ele faz parte da vida. 3 Não perca o protagonismo da sua vida. 4 Enfim, mantenha-se ativo fisicamente, mentalmente e espiritualmente.

Viva Bem

Uma velhice feliz depende mais do seu comportamento do que de seu corpo.

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Tirando a ferrugem das

Juntas

Bote o sedentarismo para

H

Viva Bem

á uma crença bastante disseminada nas academias de que se não há dor, não há resultado. Ou seja, para ficar com a saúde em dia e perder aqueles quilinhos indesejáveis é preciso fazer o coração saltar pela boca. Obviamente que essa ideia afasta qualquer um que não seja chegado a rituais masoquistas, criando uma legião de sedentários que adotam como único exercício o “halterocopismo” (um trocadilho com copos e halterofilismo, ou seja, a atividade física que se resume a forçar os bíceps só para levar a caneca

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CORRER

de chope até a boca). A boa notícia é que esse conceito de esforço radical, que faz as academias se assemelharem para muitos às masmorras com aparelhos de tortura da idade média, não é bem verdade. Aliás, o que ocorre é justamente o contrário: atividade física dá prazer. Duvida? Bom, se você está lendo esse texto de pernas para o ar no conforto do seu sofá, calçando chinelos e vestido com um moleton cujo elástico na cintura já esticou, é bom deixar a dúvida de lado e prestar muita atenção às nossas recomendações.

Nossos especialistas em saúde e condicionamento físico Dr. Luiz Henrique Furlan Médico Especialista em Saúde Coletiva, Cardiologia e Gestão de Saúde

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Cintia Sayuri Machado Nutróloga Especialista em nutrição esportiva

Leonardo Albuquerque Personal Trainner Bacharel em Educação Física

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É fácil encontrar exemplos de pessoas que melhoraram muito sua qualidade de vida a partir da prática de exercícios físicos. Lucia Mieko Suzuki, profissional da área de suporte de TI, pratica tênis, futsal e muay thay, uma combinação que não apenas garante sua boa forma como ajuda a manter seu constante bom humor. Já a analista financeira Cleuza dos Santos Carvalho é faixa preta de karate, tendo escolhido essa modalidade em função da disciplina e auto-controle que proporciona ao praticante.

O aposentado Nelson Sordi começou a correr aos 55 anos de idade e hoje pratica uma média de 30 quilômetros por semana, participando também de um grupo que lhe estimula a aprimorar ainda mais seu desempenho. E o gerente de divisão Laercio Pereira de Jesus, adepto da natação, da corrida e do ciclismo, também credita à boa companhia o incentivo para a prática de exercícios: no caso dele, a companhia é o próprio filho, hoje um triatleta de 22 anos que muito orgulha o pai. Enfim, cada qual com sua motivação, mas todos com uma mesma certeza: a vida é bem melhor para quem não deixa o corpo parado.

A vida é bem melhor para quem não deixa o corpo parado. Os 12 passos para a saída do sedentarismo estão divididos em duas fases: Preparação e Prática, respectivamente representadas pelas cores vermelha e laranja. Isso torna mais fácil a percepção sobre o que deve fazer antes de começar uma atividade física e durante sua prática. Aliás, também o ajuda a perceber em que fase você se encontra no passo a passo.

Entre no ritmo e dê um chega pra lá naquele

seu sofá sedutor TodaVida_03Final.indd 11

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Escolha a atividade física ideal (para você!)

Identifique e combata a sua desculpa esfarrapada Há um par de desculpinhas sem-vergonha que todo sedentário tem na ponta da língua: 1ª) falta de tempo; 2ª) não gostar de atividade física. O tempo você consegue, caso a atividade físicas seja colocada como prioridade na sua vida, pois é possível adequar sua rotina, tomando atitudes para manter a prática. Já se o seu caso é não gostar de exercícios, confira o próximo passo.

A atividade certa é aquela que dá a você prazer ao executá-la. Caso você não saiba que atividade seria essa, pesquise. Leia e faça aulas experimentais nas academias (geralmente são gratuitas). Mas, caso pretenda se exercitar em casa (com esteira ou bicicleta ergométrica, por exemplo), você pode praticar a atividade ouvindo música ou assistindo a um programa na TV, contanto que não se desconcentre, logicamente.

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2 É necessário consultar um médico antes de se iniciar uma atividade física. Caso seja necessário um planejamento alimentar ou adequação de dieta, é preciso recorre a um profissional da área nutricional. Personal trainners também são agentes muito importantes nesse processo de ingresso à atividade física, pois prestam orientações de acordo com cada necessidade e perfil.

Compre roupas leves e adequadas à sua atividade, dando sempre muita importância à aquisição de um par de tênis apropriado e de qualidade. Caso você decida por se exercitar em casa, um personal pode prestar consultoria para a aquisição dos equipamentos certos, pois o ele faz o levantamento de vários orçamentos e indica os produtos de mais qualidade e maior resistência.

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Viva Bem 12

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Adote uma rotina mais saudável Avance 4 casas

Volte 2 casas

Consulte um especialista

Adquira trajes e equipamentos corretos

JÁ FOI AO MÉDICO.

PREGUIÇA?

Elimine o álcool e o tabaco, pois eles prejudicarão seu desempenho, além de logicamente promoverem malefícios à sua saúde. E atenção: cerca de 70% do resultado em emagrecimento se dão pela alimentação, o que nos leva à conclusão de que é preciso realmente se reeducar diante da mesa.

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Faça exames para saber como está sua saúde A necessidade de avaliação médica é imprescindível para casos de atividades esportivas de alto desempenho, em especial quando se trata de modalidades competitivas como corridas, ciclismo ou futebol. Também é essencial a avaliação médica para as pessoas que já tem uma doença cardiovascular ou osteomuscular, visando a orientação da modalidade esportiva mais segura. A definição de exames depende do histórico de problemas pré-existentes do sedentário.

TEVE UMA RECAIDA?

Volte 5 casas.

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Aqueça-se antes, alongue-se depois Antes de qualquer atividade é preciso fazer um aquecimento para estimular articulações e o corpo de uma forma geral. Já o alongamento ajuda na postura e evita lesões, as quais podem fazer você ter de se afastar por dias do seu treino, gerando o risco de voltar a ser sedentário.

PARABÉNS!

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Teime para fazer a atividade aderir ao seu cotidiano Uma pessoa sedentária leva até três meses para gostar de verdade da prática da atividade física. Portanto, persista.

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VOCÊ SAIU DO SEDENTARISMO

Coma certo antes e depois do treino Faça uma refeição leve cerca de uma hora antes da atividade física. Esta refeição deve sempre conter carboidratos de baixo a moderado índice glicêmico. Por exemplo: maçã, goiaba, pera, pães, torradas integrais, aveia e granola. Após o treino, faça uma refeição com índice glicêmico mais alto, como arroz branco, mel, sucos, melancia e banana.

Beba mais água Ingira de 200 a 400 ml de água, de 30 a 60 minutos antes da atividade física, além de 150 ml a cada 20 minutos de treino. É importante uma ingestão diária de 1,5 a 2 litros de água por dia.

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Melhore sua alimentação

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Avance 2 casas.

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Ouça seu coração

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Existe um cálculo simples da frequência cardíaca máxima que você deve atingir em uma atividade física: 220 menos a sua idade. Por exemplo: para uma pessoa de 43 anos, sua frequência cardíaca máxima seria de 177 batimentos por minuto, ou seja, ele não pode exceder esse limite. A faixa segura de frequência cardíaca seria em torno de 80% da frequência máxima, portanto, 140 batimentos por minuto no caso da pessoa de 43 anos. Há relógios com recursos de monitoramento cardíaco que podem ajudar, dando alertas sonoros quando se excede o limite.

Viva Bem

É importante que se tenha uma alimentação equilibrada com todos os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) bem distribuídos, independentemente da atividade física. Alimentos gordurosos e fibras em excesso devem ser evitados antes do treino. O ideal é fazer de 5 a 6 refeições por dia, com intervalos de aproximadamente 3 horas.

TOMOU BASTANTE ÁGUA.

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Nos

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Vida

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A dança pode fazer tanto por você que dar show na pista vira só um detalhe

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chegam com depressão e, em pouco tempo, passam a interagir, aprendendo a tocar no outro, a se motivar e a ingressar no grupo. Muita gente procura a dança para voltar à vida!”, explica entusiasmada. Vivian Fanton, gerente financeira da Fundação Copel que pratica dança de salão há cerca de um ano, confirma: “me ajudou a lidar muito melhor com a minha ansiedade e fui vencendo a timidez”. Nadia também reforça o caráter democrático da dança: “todos podem dançar, o idoso, o jovem, o deficiente físico, enfim, não há restrição para a dança de salão”, confirmando sua afirmativa com um exemplo da própria academia: um grupo de cegos angolanos que dança de forma tão precisa que parecem estar vendo as pessoas e o ambiente à sua volta.

Todos podem dançar, o idoso, o jovem, o deficiente físico, enfim, não há restrição para a dança de salão

Especial

O

cinema já criou muitas fantasias em torno do universo da dança: os grandes musicais, as cenas antológicas, John Travolta, Fred Astaire, Gene Kelly, dentre outros gênios das pistas. Mas, deixados os virtuoses um pouco de lado, podemos ouvir uma música com atenção no rádio e perceber que ela não deve ser apenas admirada, mas também praticada. As escolas de dança de salão estão aí para isso. E é o tipo de escola que não dá nota, mas que empolga todo mundo a estudar com paixão. Prova disso é que seus alunos, via de regra, se tornam entusiastas que levam a dança para dentro de seu universo pessoal e dificilmente a tiram dele. É o caso de Nadia Gugik, diretora administrativa da Conceito, escola de dança com nove professores e mais de 150 alunos. Ela ingressou na dança com sete anos de idade. Fez ballet, axé, dança do ventre e de salão. O tempo passou, Nadia se formou em administração, mas a dança sempre a puxou como um ímã, tanto que voltou a trabalhar no ambiente onde ela impera. “Funciona inclusive como correção postural e terapia, pois temos alunos que

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Especial

Tempo de dançar

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Um outro exemplo presente na academia é o professor Eddy Style. Vítima de um acidente na infância que o atingiu de forma severa na face e em um dos braços, Eddy encontrou na dança o estímulo que precisava para viver em plenitude. Aos oito anos de idade se pegou impressionado com as coreografias de Michael Jackson que viu na TV. A partir de então, passou a agir como um auto-didata, aprendendo uma grande variedade de passos, vindo a dar aula quando tinha apenas 15 anos de idade. Mais recentemente, Eddy impressionou todo o Brasil ao se apresentar em um programa de talentos da Rede Record no qual foi a grande sensação, recebendo aplausos eufóricos do auditório, dos jurados e, com certeza, também do público em casa.

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Daniel Berton, professor e sócio-proprietário da Conceito, entrou no mundo da dança por mero acaso, através de seu tio, que o levou a fazer aula quando tinha 14 anos. Aprimorouse rápido e passou a dar aula ainda adolescente, período em que conheceu sua atual esposa, que também é professora de dança. “A dança proporciona uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Aqui não há brigas ou desafetos, ou mesmo pessoas de mal com a vida. Cria-se amizades, as pessoas se unem e comparecem a bailes juntas”, relata o professor, com a autoridade de quem conseguiu tudo através da dança, incluindo a pessoa amada. Mas citando exemplos como os de Nadia, Eddy, Daniel e sua esposa,

vem à tona a impressão de que a dança precisa ser obrigatoriamente iniciada logo na infância ou adolescência, o que não é verdade. O técnico financeiro da Copel Emerson Cordeiro tem 52 anos e começou a praticar há menos de uma década, por conta de uma contusão no futebol. A propósito, mesmo fazendo contatos profissionais frequentes por telefone com nossa outra entrevistada, Vivian Fanton, Emerson só foi conhecê-la pessoalmente na academia que frequenta, vindo a saber por acaso que a colega de trabalho era a mesma com quem estava dividindo a pista de dança, numa prova de que realmente é uma atividade que une as pessoas.

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Cuidados antes de pisar na pista A dança de salão consegue unir alunos de diversas idades: a academia de Ana Maria teve uma aluna de 10 anos e conta, no atual momento, com um aluno de 86 anos, O Seu Nuno, um senhor de origem oriental que, apesar de possuir próteses na bacia e nos dois joelhos, dança com disposição e um sorriso largo e sereno no rosto. Típico de quem descobriu na dança o verdadeiro elixir da longa vida.

Quando o prazer vira competição Em algumas situações, os praticantes da dança de salão se esmeram e se aperfeiçoam tanto que acabam ingressando em competições. É o caso do engenheiro Vinícius Thiago Chlogel Santos, que participou de quatro campeonatos de West Coast Swing, uma modalidade de dança polivalente com passos que se adéquam aos mais variados ritmos, chegando à final já no primeiro e ficando sempre entre os cinco melhores nos demais. Dentre suas principais conquistas nas pistas, estão dois campeonatos vencidos na cidade de Fort Launderdale, na Flórida.

Especial

A dedicação quase sem limites à dança também pode ser testemunhada na professora Ana Maria Caliman Filadelfi. Bióloga por formação, professora e pós-graduada em dança de salão, dá aula na escola Oito Tempos. “A dança é um momento de esquecer o mundo conturbado ao redor e a ansiedade que rege nossas vidas”, garante. Apesar de todo o entusiasmo e de recomendar irrestritamente a prática da dança, ela faz um alerta: “Há pouca legislação em aulas de dança, o que pode ser um problema, pois se o condutor das aulas não for alguém experiente, o aluno pode ter até lesões”. Segundo ela, as pessoas não buscam orientação, por acharem que dançar é algo absolutamente inofensivo. Ana Maria recomenda que se busque informações sobre as escolas, e isso pode ocorrer na Internet e também indo pessoalmente à própria academia, indagando alunos e profissionais que trabalham no local. Ela acredita que a dança pode funcionar até mesmo como terapia de casal, “exceto se um dos lados censura o outro quando se erra o passo”, alerta.

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VocĂŞ na era da

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Incerteza

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“O mundo está se deteriorando num piscar de olhos. Acho mesmo que quem pensa em ter um filho nesse mundo está cometendo um ato frio de crueldade”.

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frase é do protagonista do filme “A Rocha”, um especialista em armas bioquímicas interpretado por Nicolas Cage, dita momentos antes de ele saber que a namorada está grávida. O filme foi produzido há quase 20 anos e, na época, grupos terroristas como o IRA, o ETA e as FARC barbarizavam em nome de suas causas, enquanto Nelson Mandela acabava com o Apartheid na África do Sul. O tempo passou, os terroristas agora são outros, os conflitos raciais persistem e o Brasil se vê diante de mais uma crise. Porém, a impressão é que tudo está agora mais confuso, grave e interligado, num emaranhado de peças corroídas de uma engrenagem completamente comprometida em seu funcionamento. Se, na época, a frase do herói hollywoodiano suscitava sérios questionamentos quanto à validade de se viver em um mundo assim, será que hoje ela adquiriria ainda maior impacto e credibilidade, em especial em nosso país?

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Recessão no setor produtivo e demissões | Crise profissional

Maior custo de energia | Crise financeira

Toda Vida conversou com autoridades e especialistas para entender cada área de maneira específica (Crises energética, hídrica, ambiental, financeira e profissional), identificando também o que podemos fazer para nos preservar e contribuir para conter as crises. A má notícia é que a sensação de colapso não é mera percepção psicológica. A boa é que podemos reagir para reverter a situação. E a ótima é que isso já está acontecendo.

Maior acionamento de termelétricas gerando poluição | Crise ambiental

Menos fornecimento das hidrelétricas | Crise energética

Menos abastecimento | Crise hídrica

Como podemos conviver com tantas crises simultâneas sem perder a cabeça? Se elas nos afetam, será que também podemos afetá-las? O que é possível fazer por nossas vidas e pelo mundo quando tudo parece estar quase que irremediavelmente trilhado na direção do caos?

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Reservatórios baixos

“A boa notícia é que podemos reagir para reverter a situação”

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A primeira lição a se tomar com o panorama tenebroso que estamos contemplando é a de que muito dificilmente uma crise se instaura por um único motivo. Sempre há uma cadeia de fatores envolvendo diversos elementos. Para ficar mais simples de se entender essa premissa, basta fazermos um comparativo com a sua casa. Vamos supor que, ao fazer exame de sangue, foi constatado que os integrantes da sua família estão com níveis de colesterol ascendentes e preocupantes. O desencadeador do problema certamente reside numa alimentação inadequada, mas não é só: o sedentarismo, a desinformação quanto ao teor de gordura do que é consumido e a ausência de acompanhamento de um profissional de nutrição podem ser alguns dos coadjuvantes da crise. Levando para o campo político e administrativo, vemos algo similar: a crise hídrica teve São Pedro como bode expiatório, mas é certo que a baixa densidade pluviométrica não foi a única culpada dos problemas de abastecimento, pois “essa falta de água ocorre pela combinação de poucas chuvas no passado recente, com alguma eventual deficiência dos sistemas de captação, armazenamento, tratamento e distribuição”, explica Francisco Gomide, ex-Ministro das Minas e Energia. Os elementos de uma crise específica também geram outras crises, como num efeito dominó. É o que podemos perceber se analisarmos os agravamentos que a crise energética tem gerado no campo ambiental. O Presidente da Copel, Luiz

“O cenário atual demonstra que, além de adotar medidas de racionalização, eficientização e redução do desperdício, é preciso, com urgência, diversificar a matriz energética do país, para impedir que o baixo nível dos reservatórios possa comprometer o fornecimento de energia no futuro”. Luiz Fernando Vianna Presidente da Copel

Fernando Vianna, afirma que “devido à estiagem no Brasil nos últimos dois anos, houve uma limitação da produção hidrelétrica – principal matriz energética brasileira, o que faz com seja necessário o acionamento de usinas térmicas, muito mais caras”. Mais caras e, de acordo com Clóvis Ricardo Schrappe Borges, Diretor Executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), mais poluentes também. Resumindo: com os reservatórios em estado crítico, temos o abastecimento de água comprometido e também o de energia elétrica, gerando crise ambiental e desembocando em custos de produção que acabam elevando a conta para o consumidor lá na ponta. Se formos um pouco além, veremos que esses custos adicionais de energia e água, bem como a instabilidade em seu fornecimento, geram crise nas indústrias, resultando em demissões. Pronto, temos todas as crises abordadas por esta matéria englobadas neste exemplo. Por isso, nenhuma das crises pode ser tratada de forma isolada. Caso contrário, algum dos elementos da reação em cadeia colocará tudo a perder.

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Tudo está ligado

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A maior de todas as crises

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Logicamente que, em uma situação calamitosa, todos querem sempre encontrar um culpado, alguém em quem descarregar sua ira e que possa ser extirpado do processo com a maior urgência possível, a fim de se restaurar a normalidade. Mas e se a normalidade for justamente o estado que aí está? E se o culpado não for alguém em específico, mas sim toda uma sociedade? É o que insinuou (ou afirmou), no final do ano passado, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quando criticou a “cultura social” brasileira, colocando que a classe política é um “reflexo da sociedade” que escolhe seus representantes e “depois os reprime sem olhar para si”. A declaração gerou polêmica, mas não se trata de um conceito novo. Em seu livro “O Futuro Chegou”, o autor Domenico de Masi (entrevistado da edição anterior de Toda Vida) lembra que um dos nossos maiores intelectuais, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, já sustentava um discurso desesperançado: “o brasileiro, em sua opinião, é constitucionalmente malandro; os movimentos, apenas aparentemente reformadores, partiram quase sempre do alto e as reformas, realizadas de modo imaturo, foram acolhidas com indiferença por um povo inconsciente”. Mito ou realidade, a índole ao mesmo tempo oportunista e negligente (aplicada tanto ao povo brasileiro quanto a seus líderes) parece ser o maior desencadeador de todas as crises.

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Sendo mais claro, o vilão que tem ocasionado esse estado de instabilidade, corrupção e incompetência crônico em nosso país não é alguém de carne e osso. É uma outra crise: a moral. Ela se mostra presente em todas as esferas do poder público e mesmo da iniciativa privada. E engloba também o fator “incompetência”, afinal, ao se assumir um cargo sem capacidade para exercê-lo, não se está incorrendo em delito similar à falsidade ideológica? O fato é que sentir-se explorado e engolido por essa gigantesca engrenagem de incorreções é o fardo de gerações e gerações de brasileiros. “O Brasil é líder no ranking de quem mais paga imposto e menos recebe em contrapartida”, ressalta Sérgio Itamar, professor do ISAE/FGV, escancarando assim que o sentimento de injustiça é fundamentado em uma situação real difícil de ser contestada. E que não é de hoje. Mas é claro também

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“Os governantes não têm nem sensibilidade nem interesse, dado o seu lamentável foco no curto prazo eleitoral. Hidrólogos costumam chamar de “Ciclo Hidro-ilógico” o fenômeno de as pessoas só apoiarem a execução de obras de infraestrutura depois de sofrerem as consequências de sua falta”. Francisco Gomide Ex-Ministro das Minas e Energia

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As soluções As autoridades e especialistas que entrevistamos foram desafiados a apontar ações que cada um de nós pode exercer no cotidiano para ajudar a conter ou reverter as crises instauradas no país. Para o Presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna, “o consumidor sempre deve usar a energia de modo racionalizado, consciente, sem desperdiçá-la. Isso não significa privar-se de conforto, mas evitar excessos desnecessários, como deixar ligados eletrodomésticos e lâmpadas que não estão sendo usados. Assim, além de otimizar o uso de energia, o consumidor consegue, também, economizar na conta de luz”. Já o ex-Ministro das Minas e

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Energia, Francisco Gomide, acredita que “temos de passar a fazer as coisas direito: dentro das nossas casas, não desperdiçar água. Mais do que não desperdiçar, poupar. Reutilizar sempre que possível. Também ajuda captar água da chuva para usos como descarga de vasos sanitários, lavagem de calçadas e limpeza em geral”. Clóvis Ricardo Schrappe Borges, Diretor da SPVS tem convicção de que o poder público não é cobrado por ações que envolvam causas ambientais, e que, por isso, não há austeridade: “Precisamos ter a noção de que recursos naturais são finitos, é necessário ter respeito pelo patrimônio natural, estando atentos ao entorno e denunciando áreas em estado de degradação”, conclama.

“O estado tem perdido cada vez mais o controle das grandes corporações. E o discurso da sustentabilidade se tornou demagógico. Há uma irresponsabilidade estabelecida e que permeia todos os setores da sociedade. Estamos abafando a solução, e não perseguindo-a”. Clóvis Ricardo Schrappe Borges Diretor Executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS)

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que não podemos nos conformar com a crença de que a sina de ser eterno explorado-explorador nos pertence. É preciso reagir e buscar soluções. O engenheiro eletricista e também professor do ISAE/FGV, Gianfranco Muncinelli, afirma que “a sustentabilidade se mostrará importante como negócio, pois as pessoas estão precisando se reinventar com a crise hídrica”. Ou seja, se é para justificar nossa fama de espertos, que seja no melhor sentido do termo: encontrando oportunidades em meio à crise que possam reverter em lucro pessoal e social.

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O professor Sérgio Itamar acredita que o remédio será amargo: “o impulso consumista tem de ser controlado. O problema é que quando a população deixa de consumir, o comércio deixa de vender e precisa demitir”, mas tira um alento do bolso da camisa: “Apesar do cenário crítico, é preciso sustentar um olhar otimista. Essa crise vai passar”. Quando? Difícil afirmar, mas certamente isso não ocorrerá ainda em 2015. Por fim, o professor Gianfranco Muncinelli dá conselhos práticos sobre o campo profissional: “Quem busca seu lugar no mercado deve especializar-se. E quem está empregado precisa continuar produzindo bem. Quanto mais você se fecha, mais se torna alvo. É necessário empolgação. Quem fica apático porque acredita que será demitido, apenas reforçará ainda mais as razões da empresa para excluí-lo de seus quadros”. Então, que nos sobre empolgação e otimismo, pois, como já dizia o ator Leonardo DiCaprio no filme “A Última Hora”: “é tarde demais para sermos pessimistas”.

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Reclame menos, aja mais.

Cobre e cobre-se.

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“As áreas profissionais mais valorizadas serão aquelas que envolvem criatividade e pró-atividade. Ganhará predileção quem tiver o perfil de intra-empreendedor: um colaborador que trabalha na companhia assumindo o olhar do dono”. Gianfranco Muncinelli Engenheiro Eletricista e professor do ISAE/FGV

Além de preservar nossos recursos hídricos, usar racionalmente os energéticos e cuidar do meio ambiente, das finanças e da própria carreira, há constatações importantes sobre a postura que devemos adotar no dia a dia para manter a integridade e a conduta próativa diante do conturbado cenário atual. Aqui estão cinco que merecem reflexão e inclusão na ordem do dia de quem não se contenta em acompanhar as crises se avolumando nos noticiários da TV.

Sim, esta é velha. E continua válida. Aliás, sempre válida. Os entrevistados desta matéria são a prova. Atingiram alto grau de respeitabilidade e ganharam voz e poder nas esferas em que atuam. Não se retraíram, se resignaram ou se limitaram a botar o dedo em riste. Se sua reclamação não se torna ação, ela se assemelha ao trecho de uma canção do grupo mineiro Skank: “a nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa as janelas de nossas casas”. Manifeste-se, seja postando conteúdos de denúncia e alerta nas redes sociais, seja batendo diretamente na porta do político que você ajudou a eleger. Só não se esqueça de que você também deve se encarar com franqueza na frente do espelho. Não adianta botar a boca no mundo se você estaciona em vaga destinada a idosos ou joga lixo na rua. Nem reclamar da poluição se você é fumante; ou da corrupção, se pirateia sinal de TV por assinatura. Lembre-se que a crise maior (e que gera todas as demais) é a moral, então não faça parte dela.

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“A crise econômica e a corrupção agravaram o sentimento coletivo de injustiça. E as grandes consequências ainda estão por vir. Cerca de 60% dos brasileiros possuem dívidas, sendo que entre 20% e 25% não têm como pagá-las”. Sérgio Itamar| Professor do ISAE/FGV

Não confunda otimismo com alienação, nem pessimismo com realismo.

Conquiste equilíbrio e segurança

Se você acha que está tudo bem no cenário atual e que as coisas vão melhorar ainda mais, provavelmente você não é um otimista, mas sim um desinformado. Em contrapartida, se você acha que nada presta e que a única saída é fugir no próximo vôo (para Marte), possivelmente você não é um realista, mas sim um pessimista de carteirinha. Entenda que nenhuma das duas posturas ajuda em nada e procure, mais do que pintar cenários idílicos ou dantescos, entender em que você pode contribuir para melhorar as coisas. Você não conseguirá jamais deixar sua vida imune às contingências ao redor. Mas pode construir um universo harmonioso e mais controlado e previsível para você e sua família. Uma rotina organizada e saudável, um ambiente de respeito e uma postura regida por princípios (éticos, religiosos e/ou morais) geram não só segurança mas também inspiração para outras pessoas. Não se deixe contaminar. Como dizia Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Leia os textos das autoridades e especialistas entrevistados pela Toda Vida, tratando especificamente sobre cada uma das crises, no www.fcopel.org.br/toda-vida

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Cuide, primeiramente, da própria vida.

Há uma instrução básica de primeiros socorros que vale tanto para acidentes na estrada quanto para desastres aéreos: antes de proteger o outro, cuide de si mesmo. Coloque a máscara de oxigênio em você e depois em seu filho pequeno, estacione seu carro em segurança antes de correr para salvar os acidentados de outro veículo. A princípio, este parece ser um pensamento egoísta. Mas não é. Você precisa antes estar bem e seguro para depois ajudar quem precisa. Caso contrário, também você pode entrar em apuros, e daí só vai agravar o problema. Salvar o mundo é uma tarefa que começa da porta para dentro.

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Proteja essa Fauna Viver com arte Cultura

Apreciar arte ĂŠ mesmo importante? Consultamos sete especialistas para dar a resposta.

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ocê passa cada dia da semana trabalhando por horas seguidas em tarefas que exigem o uso de seu intelecto e sensibilidade. Então, encerrada uma jornada extenuante, o que você mais quer é justamente se afastar de tudo o que possa exigir esforço mental ou que o exponha a sentimentos difíceis de digerir, afinal é seu momento de folga e você precisa recarregar as baterias. Então, qual a razão de ler “A Metamorfose” de Franz Kafka e se deprimir com a história de um cidadão que é transformado em barata? Ou o motivo de ir a uma exposição do pintor abstrato Wassily Kandinsky e tentar entender um emaranhado de cores e formas aparentemente indecifrável? Que vantagem eu levo em trocar o Candy Crunch ou a cerveja com os amigos por um filme experimental ou um concerto de música clássica? Enfim, por que motivo é importante ler, assistir e apreciar obras de arte? De um modo ou de outro, todos consumimos arte, mas estamos nos referindo aqui às manifestações mais eruditas e aos clássicos, as peças consideradas “obrigatórias”. Toda Vida conversou com sete intelectuais ligados à arte para saber o que teriam a dizer sobre o supostamente indispensável consumo e apreço que devemos ter por livros, músicas, filmes e congêneres tão elogiados. Nós nos tornamos pessoas melhores? Ficamos mais inteligentes? Afloramos nossa sensibilidade? Para não nos perdermos em uma infinidade de indagações, fechamos em algumas poucas questões essenciais que foram repetidas a todos os entrevistados e selecionamos trechos das respostas mais curiosas, inspiradas e instigante.

Cultura

V

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O que originou seu interesse pessoal pela arte?

Qual a diferença entre arte e entretenimento?

Nossos entrevistados revelam uma situação comum entre si e até previsível: quem cresce com arte acaba tendo-a como companheira por toda a vida. O compositor Ulisses Galetto, por exemplo, vem de uma família de músicos. A atriz Laura Haddad também vem de uma família de artistas e o professor e curador Fernando Bini é neto de um grande apreciador de música, que introduziu o neto em mundos tão distintos quanto os de Mozart e Belarminho e Gabriela. Já o escritor Eloi Zanetti é um apreciador da arte que conseguiu perceber uma aplicabilidade prática dela em seu trabalho: como consultor de marketing, notou que o bom repertório e entendimento de arte que possuía o inspirava a dar brilho às marcas que ajudou a construir, como é o caso da franquia de perfumes mais famosa do país, O Boticário. O pintor José Antonio de Lima, ao contrário dos demais, veio de uma origem muito simples, na área rural e filho de pais semi-analfabetos, tendo contato muito restrito com a arte desde pequeno, o que exigiu dele um esforço bastante considerável para assumir a carreira de artista, o que ocorreu aos 33 anos de idade, quando já era casado e tinha três filhos. Mas o fato é que o convívio com a arte em família e desde a infância potencializa as chances de sermos bons apreciadores quando adultos.

Saber distinguir uma coisa da outra pode ser relevante por traçar uma fronteira entre o que é edificante e o que é mera diversão. Porém, essa percepção inicial acabou não se confirmando em algumas das respostas. Laura Haddad prefere não fazer esse tipo de distinção, colocando que não nos cabe julgar e segregar. Eloi Zanetti compartilha da mesma percepção, afirmando que “um dos erros dos publicitários é julgar a estética alheia”. Seu xará, o cineasta Eloi Pires Ferreira, não se posicionou com exatidão: “A linha é muito tênue e, em certas vezes, nem existe. Não há uma métrica”, afirma. Já o jornalista José Carlos Fernandes acredita que no entretenimento não se faz presente o campo da discussão, o qual considera fundamental. E José Antonio de Lima se posicionou firmemente a respeito do assunto: “Arte é algo mais pensado, mais pesquisado. O entretenimento tem cunho meramente comercial, usando de fórmulas prontas para simplesmente vender”.

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A arte serve para mostrar a beleza do mundo

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Apreciar arte é algo que deve ser ensinado. E há o refinamento, que é quando se passa a entender a arte de forma mais apropriada.

Aqui houve uma unanimidade. Todos os nossos entrevistados concordaram que qualquer pessoa, independentemente de seu grau educacional ou seu repertório pessoal a respeito de obras eruditas, é capaz de tomar gosto pela arte e saber interpretá-la. Mas há uma ressalva: é necessário dedicação, disciplina e um interesse legítimo. “A arte precisa do silêncio, do vazio e do ócio para ser assimilada”, alerta José Carlos Fernandes, com Fernando Bini manifestando opinião praticamente idêntica. Ulisses Galetto cita um exemplo pessoal que atesta o lado democrático da arte: o grupo Fato (do qual é mentor e contrabaixista) é dono de um repertório considerado sofisticado e complexo, mas sua música foi muito bem recebida em comunidades bastante humildes no projeto “Fato vai à Escola”, revelando que bons ouvintes (e, por conseguinte, bons apreciadores de arte) estão por toda parte. Eloi Zanetti complementa: “Apreciar arte é algo que deve ser ensinado. E há o refinamento, que é quando se passa a entender a arte de forma mais apropriada”. E complementando o raciocínio de Eloi, José Antonio de Lima coloca que “Quando as crianças são levadas aos espaços de arte, passam a criar o gosto pela coisa. Para quem não foi educado com este hábito, é possível adquiri-lo”, trazendo para a discussão a modesta adesão dos profissionais de educação em trazer seus alunos para museus e salas de exposição.

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Somos todos capazes de apreciar arte?

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Pra que serve a

Arte?

Sendo esta a questão central de nossa matéria, deixamos os nossos entrevistados fazerem suas colocações sem buscar elementos em comum. E as respostas são realmente estimulantes e convidativas para nos inserirmos nesse universo dominado pela criatividade humana:

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José Antonio de Lima Artista Plástico

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Eloi Pires Ferreira Cineasta

“Você chora, você ri, você viaja, é uma coisa fantástica. A arte leva você por mundos infinitos. Arte serve para desenvolver as sensibilidades. Todas as sensibilidades possíveis”.

“É uma forma de nos conduzir à transcendência, ou seja, de irmos além daquilo que está visível aos nossos sentidos”.

“Não sei qual o sentido prático da arte. Mas acredito que seja o deleite, o prazer de compreender a loucura do outro”. Ulisses Galetto Músico e Compositor

Laura Haddad Atriz e Produtora Cultural

“A arte é educativa, é o patrimônio de um povo. Ela serve para mostrar a beleza do mundo. É embelezadora. Tudo tem sua beleza, a arte apenas dá aquele zoom”.

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“Todos nós, de certa forma, produzimos e consumimos arte. À medida que nos entregamos à arte e a conhecemos, mais a apreciamos e nos envolvemos com ela. E mais ela nos dá em troca”.

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Fernando Bini Curador e Professor

Eloi Zanetti Consultor de Mkt e Escritor

“O conhecimento técnico tem limites, mas a cultura estabelece o diferencial. Ninguém cresce se não tiver uma boa bagagem de literatura. A falta de leitura trava o crescimento de vocabulário e poda a criatividade. Com arte, a vida se torna muito mais múltipla e rica, você passa a observar a tudo com maior atenção”.

“Essa eu vou preferir responder com uma frase que não é minha: ‘A arte é o domingo da vida’ (Benito Oliva)”.

Porém, em uma outra indagação, José Carlos Fernandes fez duas colocações que consistem em ótimos argumentos para a sociedade se estimular a consumir arte e a incentivar sua prática: pessoas mais filantrópicas e que mais cuidam da alimentação são as mais cultas; a outra colocação é a de que o mercado de arte e cultura é o terceiro maior do planeta, perdendo apenas para o de armas e o automobilístico – se esse ranking fosse invertido, você teria alguma dúvida de que estaríamos vivendo em um mundo melhor?

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Cultura

José Carlos Fernandes Jornalista e Professor

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Proteja essa Fauna

Finanças

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uem assistiu “Até Que A Sorte Nos Separe”, protagonizado pelo humorista Leandro Hassum, certamente deu boas risadas com o marido inconsequente e descontrolado quando o assunto é finanças pessoais. Sim, é divertido na ficção, mas crise financeira não tem lá muita graça na vida real. Vamos da comédia para o drama assim que saímos do cinema e nos damos conta de que a pipoca foi mais cara que o ingresso do filme. E vamos para a tragédia quando chegamos em casa e somos informados dos aumentos de preços. O filme citado se tornou grande sucesso de bilheteria, mas fenômeno maior foi o livro que o inspirou: “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, obra de não-ficção que superou a marca de um milhão de exemplares vendidos. A façanha é de Gustavo Cerbasi, uma máquina de best-sellers no campo das finanças. E, certamente, um guru a ser consultado nesse momento tão polêmico, conturbado e economicamente instável que estamos vivendo. Por isso, Toda Vida fez uma entrevista exclusiva com Cerbasi para trazer à tona respostas a perguntas que não querem calar. Vamos a elas.

O que fazer com o dinheiro na atual conjuntura? É tempo de quitar dívidas, comprar ações, pensar em investimentos a longo prazo? O que fazer com a grana neste ano?

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Vamos levar em consideração que 2015 é um ano de cenário imprevisível e de muita ansiedade por parte dos empresários. Estamos vivendo turbulências em vários aspectos, não só no econômico, mas também no político e no institucional. Então, a grande estratégia em 2015 é a da defesa. Nós sempre ressaltamos a oportunidade que está por trás da crise, de ser um momento de fazer compras de ativos a preço baixo. É hora de comprar ações baratas. Porém, é preciso ter a ressalva da maior acessibilidade aos recursos, maior liquidez, que é justamente a grande recomendação quando o tema é a defesa. Então, no momento em que o Governo eleva a taxa de juros, ainda com possibilidade de aumentos, encontramos boas oportunidades na renda variável e também uma boa remuneração na renda fixa, que se mostra hoje muito mais atraente do que o dinheiro na bolsa ou a compra de um imóvel – obviamente não a renda fixa popular, na caderneta de poupança, mas a renda fixa nos títulos públicos e a negociação de CDBs com os bancos para quem tem valores maiores, porque o diferencial desses

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produtos é bastante significativo em comparação com o rendimento da poupança. Outra estratégia de defesa oportuna: não é o momento para comprar com financiamentos devido aos juros altos. Quem tem a necessidade de trocar de carro ou de comprar casa por algum motivo, a recomendação é que se reduza a expectativa do padrão de consumo, ou seja, que se adquira um veículo ou uma casa de padrão inferior ao que o bolso pode pagar, aumentando a verba para um consumo de lazer, de educação e de cultura, evitando parcelamentos de prazo muito longo porque, diante da inflação, nós precisamos ter de onde tirar recursos para um imprevisto. Então, prever verbas para o futuro é uma atitude pensada e a recomendação, de certa forma, é otimista, pois, quando eu proponho que as pessoas consumam mais lazer, mais cultura, mais cuidados pessoais, mais experiências enriquecedoras, isso até colabora para nos prepararmos melhor para um período de instabilidade. Geralmente as pessoas que adotam esse comportamento mais conservador ficam mais tranquilas, com as reservas menos afetadas, com condição para depois aproveitar a recuperação da economia com muito mais consistência, enquanto outros passarão pelas dificuldades de um endividamento ou parcelamento de difícil quitação.

Finanças

Gustavo Cerbasi nos conta como segurar o dinheiro em tempos rebeldes.

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Finanças

Como você vê a situação da inadimplência no cenário atual?

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A inadimplência deve aumentar. A inadimplência que existe hoje é derivada de um trabalho bem sucedido dos lobistas. Em um primeiro momento, os automóveis; em um segundo momento, a linha branca (os eletrodomésticos). Estimularam o consumo com reduções de IPI, gerando aquisições fora do planejamento tradicional das famílias. As pessoas estavam trocando de carro a toda hora, por exemplo. Ocorreu um fator que não foi previsto, mas que é bastante compreensível: a pessoa procurava comprar um carro mais popular, mas, com a redução do IPI, acabou se endividando tanto quanto antes, comprando um carro de padrão melhor. E esse carro de padrão melhor traz toda uma cadeia de consumo maior, com IPVA, seguro, consumo de combustível e manutenção, resultando em despesas extras não previstas e que estão jogando as famílias no endividamento. Isso vale para um automóvel e também para as consequências de um eletrodoméstico novo ou mesmo um smartphone, com as pessoas comprando aplicativos, ou ainda a assinatura de TV a cabo. É uma nova experiência de consumo que não fazia parte das famílias e que as está fazendo aprenderem com seus erros. Isso está jogando as famílias no cheque especial, no cartão de crédito. A perspectiva, num cenário de dúvida e turbulência, com a tendência de desemprego, é de que a inadimplência cresça nos próximos meses. Por isso, a mesma recomendação de que se crie reservas de emergência, diminua seu consumo de gastos fixos e aumente seu

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consumo de gastos variáveis, para que você tenha como manobrar seu orçamento.

Você afirma que “Não existe um único investimento perfeito, e sim maneiras mais indicadas de investir de acordo com as necessidades de cada pessoa”, mas em cenários ameaçadores como o atual, não há investimentos mais e menos indicados? O cenário de turbulência é aquele em que as pessoas com pouca experiência em investimentos mais são castigadas Elas ouvem falar que ações estão baratas ou que o preço dos imóveis recuou e passam a achar que farão bons negócios. Só que acabam fazendo maus negócios que geram péssimos resultados. Os preços das ações caíram, mas continua não sendo fácil saber se serão bons negócios ou não porque o bom negócio é o de uma empresa lucrativa que está barata, e não o de uma empresa que gera prejuízos. É importante entender esses papéis. O mercado de imóveis é a mesma coisa: eu posso comprar uma excelente oportunidade de alguém que está desesperado para vender, por estar mudando para o exterior ou se desfazendo de bens, mas cair num financiamento de juros muito mais altos que alguns meses atrás e perder qualquer oportunidade de ganhos que eu tinha nessa boa negociação. Então, o melhor é o conservadorismo. Aliás, não seria nem conservadorismo, a palavra certa é intuição. Siga a intuição de que este momento de ansiedade e de temor deve fazer a gente dar um passo atrás e se retrair, buscando um perfil mais conservador. Mesmo para mesmas categorias de investimentos.

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Há alguma forma simples de orientar as pessoas na organização de suas finanças não só nesses tempos difíceis que estamos atravessando, mas também por toda a vida? Nos meus livros, eu oriento as pessoas a formarem três camadas de investimentos, nesta sequência:

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Reserva

2

Planejamento

3

Investimento

Antes de pensar em previdência ou oportunidades, eu tenho que formar uma reserva de emergência, principalmente quando se torna maior a imprevisibilidade do cenário e da minha renda, nunca sendo esta reserva inferior ao período de dois a três meses do meu consumo mensal, ou seja, se eu gasto R$ 5.000,00, devo ter uma reserva de R$ 10.000,00 a R$ 15.000,00, acessível, com liquidez, para me ajudar a filtrar os efeitos dos imprevistos e das turbulências.

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E, eventualmente, se eu já tenho a minha reserva de emergência e minha contribuição regular com meu plano de previdência, entra o dinheiro que posso poupar a mais e que pode ser levado para investimentos em ações, terrenos, imóveis, pequenos negócios, etc. Porém, essa terceira camada de investimento, diante da incerteza do cenário, eu estaria colocando na renda fixa para aguardar os fatos se consolidarem, pois a instabilidade institucional do Brasil precisa se acomodar para que eu possa fazer investimentos mais consistentes. É lógico que os imóveis estão baratos, mas deverão continuar baratos por mais alguns meses, então eu acho que não é preciso ter pressa para fazer uma boa escolha, porque a tendência é a economia andar de lado nos próximos tempos.

Finanças

Depois de ter constituído essa reserva de emergência, eu vou me preocupar em estruturar um planejamento para a minha aposentadoria, para a minha previdência, procurando produtos de pensão e outros para complementar minha carteira com este objetivo.

Para ler a entrevista de Gustavo Cerbasi na íntegra, acesse www.fcopel.org.br/toda-vida

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A primeira

impressão... Proteja Participe da Toda Vida enviando sua sugestão, dúvida ou crítica para comunicacao@fcopel.org.br

Fauna essa

Li todas as matérias "de cabo a rabo" e ainda "lambi o prato" como dizem os interioranos. Realmente, fazia tempo que não lia uma revista deste porte, com as legendas bem apropriadas para os aposentados e com a distribuição fotográfica muito boa. Gostei da entrevista com o Domenico de Masi e das sugestões de livros, músicas e filmes. Meus Parabéns. Ademar Castro

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Não é demagogia. Há tempos precisávamos de orientações desta ordem. Estou pré-aposentada e carecia de informações assim. Sou mais ou menos equilibrada, mas esclareci pontos importantes para mim e para meu marido nessa edição, aguardando as próximas. Parabéns pela iniciativa! Celina Maria de Campos Parabéns pela nova publicação. Achei interessante, com bom conteúdo, enfim, agradou! João Gualberto Kowalski

!

Recebi a revista e concordo que o conteúdo é de meu interesse, porém, na minha opinião, a revista pode ser eletrônica, disponibilizando um link no site da Fundação enviado para o e-mail dos participantes, na periodicidade pertinente. Nilson José de Lima Não faço questão de receber essa revista. Acho que gera um custo a mais que eu não estou disposta a pagar. As informações que eu preciso eu busco no site e acho que essa é uma moderna e excelente forma de informação. Além do papel que compromete o desenvolvimento sustentável, essa revista só gera um volume a mais de tudo o que eu tenho para ler e acabo não lendo. Nilséa de Lourdes Riboski Sugiro que parem de perderem tempo, e custo, com essa revista, tem muita coisa boa para fazer dentro da nossa Fundação. Euclides Antonio Wuicik

Parabenizo a equipe pelo novo veículo de comunicação que é, sem sombra de dúvida, o melhor desde que comecei a receber os informativos da Fundação Copel. Sebastião F. Macedo

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A Fundação Copel, em especial a equipe responsável pela Toda Vida, agradece os elogios e as críticas feitas à sua primeira edição da revista. Por meio deles é que poderemos atingir o resultado que mais almejamos: a sua satisfação.

..

Dia 7 a 10 de abril, solicitamos a votação em nossa enquete questionando:

“Qual a sua avaliação da nova revista da Fundação Copel – Toda Vida?”. Aqui estão os resultados. Até o fechamento desta edição, o resultado é o constante no gráfico abaixo.

45,3%

41,9%

Bom

0,5%

Péssimo

7,4% 4,6% Ruim

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Regular

Cartas

Execelente

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