Revista Toda Vida Ed.01/2015

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Editorial

Encarar o amanhã não depende do amanhã. Depende de você. Você vai envelhecer. Existem duas maneiras de encarar esta afirmação: ela pode ser uma benção ou uma maldição. Será uma benção se você encarar as próprias rugas como motivo de orgulho, se o passar dos anos não for percebido como um fardo, mas sim como um privilégio, se souber planejar o amanhã sem deixar de viver o hoje. Mas será uma maldição se você tratar a saúde de forma tão relapsa ao ponto de ser inevitável encarar o bisturi, se usar o dinheiro de forma tão negligente que feche o mês no vermelho e isto se torne uma regra e não exceção, se envelhecer for para você um processo de se tornar obsoleto e não de acúmulo de experiências e bons momentos. Saber viver e saber envelhecer são praticamente sinônimos. Quem sabe viver sabe envelhecer e vice-versa. Mas, acima de tudo, são duas artes. Exigem habilidade, conhecimento e disposição para aprender e aplicar na prática o aprendizado. E, como a vida não tem bula ou manual de instruções, cada dia é uma espécie de desafio à nossa capacidade de autoaprendizado. Mas aprender sozinho pode ser penoso e desgastante. Além disso, não basta viver mais, é preciso viver melhor. Por isso, a Fundação Copel criou a Toda Vida: uma revista para ser colocada na prática. Ela pretende ser a parceira fiel nas suas empreitadas diárias, dando conselhos e dicas valiosas, e principalmente, práticas, para aumentar sua longevidade e qualidade de vida. Sendo o maior fundo de pensão do sul do Brasil, a Fundação Copel não poderia se omitir da responsabilidade de contribuir para uma vida feliz e saudável para milhares de pessoas, de modo que esse compromisso não se restrinja aos já desafiadores e importantes serviços de saúde e assistência previdenciária que presta. Isso porque a vida é repleta de descobertas e necessidades de nos reinventarmos a todo tempo. Sendo tão ampla, ela é também tão misteriosa e exigente quanto à nossa performance e responsabilidade com nosso tempo aqui na Terra. Então, façamos bom uso dele. Façamos de cada ação uma peça que edificará nossos sucessos e o de quem amamos; façamos isso a todo tempo, em todo lugar e por Toda Vida. BOA LEITURA.


índice capa

Domenico

DeMasi entrevista internacional

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Participe da Toda Vida enviando sua sugestão, dúvida ou crítica para atendimento@todavida.com.br

saúde

cultura

especial

Chocolate faz bem para a memória

Pequenas doses de saúde

Chá

Previdência

Não acredite que o gostoso não é saudável

Cultura, tradição e sabor

Aposentadoria na ponta do lápis

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atualidades

EXPEDIENTE Lindolfo Zimmer Presidente José Carlos Lakoski Diretor Financeiro Paulo Cezar da Silva Machado Dir. de Administração e Seguridade Beatriz de Medeiros Gerente de Comunicação Institucional Danielle Furlan Coordenação Editorial Editorial Design Projeto Gráfico e Editoração Mario Lopes Reportagens Carlos Romaniello Direção de Criação Claudio Thiele Designer Responsável

Os prós e contras do beijo

Falta de sono envelhece o cérebro Dinheiro é causa de conflito para 16,7% dos casais

Seu corpo nos eixos

Viaje sem sair do lugar

Para não ficar só na promessa

Cuidados que você deve ter com a sua coluna

Quer conhecer o mundo? Acredite, nunca foi tão fácil (e rápido)

Planejamento para cumprir suas promessas de ano novo

As informações expressas nessa revista são fruto de pesquisa e reportagens que visam promover a discussão saudável e não necessariamente representam a opinião da Fundação Copel.


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Os prós e os contras do beijo

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Falta de sono envelhece o cérebro

Queima calorias Aumenta a imunidade Reduz stress e alergias Elimina bactérias nocivas aos dentes

Fontes: * Revista Microbiome ** Site Huffington Post *** Universidades de Swansea, País de Gales; Universidade de Toulouse, França; e Revista Occupational and Environmental Medicine **** Columbia University Medical Center e Revista Nature Neuroscience ***** SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), portal Meu Bolso Feliz e Jornal Valor Econômico

Troca de 80 milhões de bactérias Mais de 700 tipos diferentes de bacterias

A Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada divulgou um estudo que aponta ocorrer uma transferência de até 80 milhões de bactérias em um simples beijo*. Mas nada de pânico... um outro estudo revela que beijar queima calorias, elimina bactérias nocivas aos dentes, ajuda a relaxar e até atua contra agentes que desencadeiam alergias**. Ah, e a troca de bactérias pode até aumentar a imunidade corporal. Ou seja, relaxe, você não precisa ficar só no “selinho”.

anos

mal dormidos

05

10 segundos de beijo

Conheça descobertas recentes da ciência que podem afetar sua saúde, longevidade e qualidade de vida.

10

= 06

anos de

envelhecimento cerebral

Relógio Biológico

anos

trabalho

é o tempo de recuperação

sono

Uma pesquisa revelou que uma jornada de trabalho instável (em horários antissociais e com privação de sono) causa envelhecimento no cérebro, podendo gerar ainda outros males, como câncer de mama e diabetes***.

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Chocolate faz bem para a memória

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Dinheiro é causa de conflito para 16,7% dos casais

Recomendação: meio amargo

50%

de cacau

O neurologista americano Scott Small apresentou um estudo comprovando que o cacau revigora a memória devido à presença de alguns antioxidantes (flavonoides) e ao estímulo da irrigação sanguínea em uma área do cérebro importante para a memória****.

Efeitos Colaterais: diminuição das atividades.

lazer

programa a dois

romance

Uma pesquisa, divulgada no segundo semestre de 2014, revelou que 16,7% dos brasileiros casados entram em conflito por causa de dinheiro. As crises aumentam quando o casal se endivida e não sabe dizer “não” aos filhos*****.

Atualidades

Atualidades

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M

uita gente acha que deixar a comida saborosa e nutritiva é um ato que se restringe ao preparo dos alimentos. De fato, é na escolha dos ingredientes e na forma de cozinhá-los que se obtém as combinações mais agradáveis ao paladar e os elementos nutricionais que farão bem ao organismo. Mas, no momento em que a família se senta para saborear a refeição, o processo de adicionar sabor e saúde prossegue. É quando temperos e condimentos vão à mesa para que cada um dê seu toque pessoal aos pratos, podendo deixá-los ainda mais nutritivos. Ou não, pois certas opções podem comprometer o gosto e até estragar as propriedades benéficas da comida, já que as escolhas tendem muitas vezes a enveredar por gorduras, sódio e outros elementos pouco indicados a uma dieta adequada.

Pequenas doses de

Saúde

Saúde

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Não acredite que o gostoso não pode ser saudável ou vice-versa. A primeira orientação é a de que você esqueça aquele velho bordão de que tudo o que é bom engorda. Os temperos que colocamos à mesa não podem se restringir a dar um gostinho a mais na comida. Hoje em dia, privilegia-se cada vez mais os ditos alimentos funcionais, que possuem reais propriedades benéficas ao organismo (exemplos: o alho protege o sistema imunológico contra infecções, já o azeite de oliva evita o acúmulo da gordura que provoca doenças cardiovasculares). Para a Chef Instrutora Iracema Bertoco, especialista em cozinha Diet & Light e Gastronomia Funcional, é plenamente possível aliar sabor e saúde, mesmo quando se fala em alta gastronomia (aquela mais restrita ao público gourmet, concentrado em apreciar quase que exclusivamente as propriedades gustativas dos alimentos). Ela garante que é possível surpreender com sabor, cores e texturas no uso de condimentos que são ao mesmo tempo gostosos e funcionais.


Aliás, Iracema assegura também que, usados de forma correta e criativa, todo e qualquer tipo de ingrediente funcional pode tornar a comida mais saborosa. “Quando se fala em dieta, as pessoas ficam mal humoradas, mas ela não se trata de privação e sim de se permitir experimentar novos alimentos”, provoca, afirmando que, ao se usar os temperos certos é possível melhorar a disposição, o funcionamento do intestino e até mesmo a sensação de felicidade, pois “há alimentos que podem elevar os níveis de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar)”. A Dra. Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga que atua como diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), complementa essas colocações alertando para o equívoco recorrente de se tentar tornar alimentos naturais mais aprazíveis a partir da

adição de complementos industrializados: “a salada é extremamente saudável, e pode ser muito saborosa, mas quando se adiciona a ela sal e molhos industrializados altamente calóricos , o ‘saudável’ vai embora e só fica o sabor”, afirma. Para a Dra. Marcella, os aditivos de saúde e sabor são simples e democráticos: “Você sempre vai ter à mão um limãozinho, uma pimentinha caseira, um azeite de oliva, enfim, alimentos isentos de conservantes e acidulantes e que são bons para o paladar e para o organismo”. Ela ainda ressalta que o ecletismo no paladar se forma logo cedo, o que salienta a importância de estimularmos as crianças a adotarem uma alimentação variada e saudável. Acompanhe, na tabela ao lado, a diferença de uma mesa com adições saudáveis e outra com temperos e condimentos comprometedores.

Saúde

Pequenos cuidados

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Há situações em que mesmo o mais saudável dos alimentos pode ser prejudicial. Um exemplo é o abuso da pimenta por parte de quem sofre de hemorroidas, úlcera estomacal, gastrite ou hérnia de hiato, doença em que parte do estômago se projeta para dentro do tórax através de uma abertura do diafragma, consistindo em uma área sensível a alimentos picantes. Fica o alerta também quanto a alergias, pois algumas são sutis e podem manifestar efeitos mais graves ao longo do tempo. Então, esteja atento às reações do seu organismo, consultando um médico sempre que se fizer necessário.

Consuma com saúde e prazer Ervas: hortelã, salsinha, manjericão e outras hortaliças podem se integrar aos alimentos de maneira harmoniosa. Pimenta: dando preferência a molhos de pimenta caseiros, à pimenta inteira ou ainda à pimenta do reino moída na hora. Sal temperado: com uma combinação caseira de sal grosso (que é mais saudável que o refinado) batido no liquidificador com alecrim, tomilho e orégano, você reduz o consumo de sódio. Farinha funcional: de banana verde ou de combinações de grãos saudáveis ou mesmo de nuts, como nozes e castanhas moídas. Limão: contém vitamina C e dá um gostinho especial às saladas. Vinagre: além de dar sabor, age na higienização dos alimentos. Azeite de oliva: privilegiando os extra-virgens e evitando os mistos. Aceto balsâmico: é saudável (embora contenha uma certa quantidade de sódio). Alho triturado: pode ser adicionado a quase todos os alimentos e apresenta benefícios em áreas tão distintas quanto a perda de peso e a prevenção do câncer de próstata.

Consuma com muita moderação Sal: o sódio é especialmente contraindicado para hipertensos, mas, qualquer que seja a situação da sua saúde, evite. Molhodepimentaindustrializado: como todo alimento processado, há perda de nutrientes e inclusão de aditivos químicos. Queijo ralado: dê preferência a queijos brancos e também àqueles com percentual menor de gordura. Refrigerante: altas concentrações de açúcar, gases, conservantes, corantes, etc. Catchup e mostarda: reserve esses condimentos apenas para os lanches, e ainda assim de forma moderada. Maionese industrializada: evite o uso para temperar saladas e o consumo rotineiro. Molho para salada: veja bem o rótulo, pois a maioria contém sódio, gordura, conservantes e outros componentes químicos. Molho shoyu: há uma crença de que é saudável pelo fato de ser feito à base de soja, mas geralmente possui uma alta concentração de sódio, então procure diluir o shoyu em uma porção de água filtrada, pois isso o torna “light”.

Ficou com água na boca e vontade de saber mais? Então, acesse www.todavida.com.br e conheça outras orientações da Dra. Marcella Garcez Duarte e receitas de temperos e alimentos da Chef Iracema Bertoco. Simples e práticas, elas irão adicionar mais sabor e saúde às suas refeições.

Saúde

“Você sempre vai ter à mão um limãozinho, uma pimentinha caseira, um azeite de oliva, enfim, alimentos isentos de conservantes e acidulantes e que são bons para o paladar e para o organismo”.

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Saúde

Seu corpo

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A fisioterapeuta Patrícia Branco e o médico ortopedista e perito da Fundação Copel, Dr. Gustavo Petrus esbanjam bom humor,

nos

Eixos

Adotando cuidados com a sua coluna durante cada situação, local e momento do dia.

disposição, sagacidade de raciocínio e um interesse na vida, nas pessoas e no acúmulo e compartilhamento de conhecimentos úteis. Esse apreço por compartilhar originou um farto acervo de informações sobre coluna e boa postura que procuramos disponibilizar de forma simples e organizada nesta matéria. E a relevância do assunto é enorme: “80% da população mundial sofre ou sofrerá de dores lombares”, alerta o Dr. Gustavo e complementa: “o absenteísmo (faltas ao trabalho) tem como um de seus principais motivos as dores músculo-esqueléticas”. A melhor forma de tentarmos evitar fazer parte desta estatística é “buscar informação e adotar atitudes preventivas”, garante Patrícia Branco, com a autoridade de quem é recorrentemente convocada a prestar consultoria sobre saúde postural e ergonomia a empresas de grande porte. A seguir, você terá acesso a um guia útil nas 24 horas do dia. Afinal, não há nenhum momento da sua rotina em que você se desligue da sua coluna vertebral ou em que possa negligenciar a boa postura.

80% da população mundial sofre ou sofrerá de dores lombares.

Saúde

H

á um problema para o qual quase todos nós damos as costas. Literalmente. Estamos nos referindo às dores e danos na coluna decorrentes de nosso descaso com a boa postura. Os malefícios da coluna torta ou arqueada se irradiam por todo o corpo, debilitando a saúde e somando danos no organismo ao longo dos anos. Se você acha que estamos exagerando, confira os dados presentes nesta matéria, mas, principalmente, preste atenção às orientações sobre como preservar a boa postura em toda e qualquer situação. Os benefícios talvez sejam um pouco discretos, mas os malefícios de uma má postura ficam bem evidentes. Talvez, a melhor maneira de se flagrar claramente o quanto é mais saudável adotar a boa postura seja observando os dois profissionais de saúde que colaboraram com esta matéria.

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Guia da

Ao acordar, faça como os gatos: espreguice-se. O alongamento irá despertar seu corpo todo, estimulando a circulação e a hidratação de seus discos intervertebrais, compensando a desidratação natural que ocorre com o passar dos anos. Não pule da cama, acorde aos poucos.

06h05

90º

Saúde

Sentado em uma cadeira comum, mantenha a coluna reta e uma angulação de 90º entre coxas e panturrilhas. Os móveis residenciais comumente são projetos para proporcionar elegância e conforto, ficando a ergonomia em segundo plano. Isso porque você não passa horas sentado na cozinha. Mesmo assim, manter a boa postura é fundamental, e, neste caso, ela depende totalmente de você.

07h11

Quem fica em pé por longos períodos precisa usar um sapato adequado, de salto baixo (até 5 cm), com solado de borracha para absorver o peso corporal, reduzindo a pressão tanto nas pernas quanto nas vértebras da coluna. O traje também não pode “amarrar” os movimentos. Uma calça apertada é capaz de afetar a mobilidade e o conforto na região da coluna e até alterar o padrão respiratório.

Para assistir TV no sofá ou na cama, ou seja, deitado, o aparelho deve estar em uma posição mais elevada. Assistir TV deitado implica em um esforço da coluna cervical, forçando excessivamente o pescoço e gerando uma tensão que enviará a informação de dor para outros agrupamentos musculares, irradiando o problema para todo o organismo. Evite também mexer por muito tempo no celular, tablet ou notebook enquanto estiver deitado.

12h42

20h19

08h15

110º

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Coluna

Acompanhe as orientações a seguir, referentes a como devem ser seus cuidados com a coluna nas diversas situações, locais e horas do dia.

Coxa e ombro formam um ângulo de 90º. Se o banco estiver muito baixo, esse ângulo diminui; se estiver muito alto, ele aumenta – daí o motivo de ser aconselhável você privilegiar a compra de carros com banco que ofereça regulagem de altura. A angulação entre coxa e panturrilha também deve ser de 90º. Puxe o banco para frente ou para trás, de modo que seus pés possam pressionar os pedais com segurança. Mas o principal na regulagem para frente e para trás é a proximidade com o volante, pois ela deve deixar os cotovelos flexionados, formando uma angulação de aproximadamente 90º. Você pode também regular a altura do volante, caso este recurso esteja disponível no veículo, aproximando o máximo que puder os cotovelos da cintura. O encosto das costas deve formar um ângulo de 110º. Não confunda o encosto de cabeça com “descanso de cabeça”, ele serve para amortecer o efeito chicote em uma eventual colisão do veículo, não é um item de conforto do carro. Deixando a cabeça recostada no encosto, você estica os braços e compromete sua visibilidade dos espelhos retrovisores. Perceba também que deve apoiar a parte de trás da cabeça no encosto e não a nuca.

18h14 O carona e os passageiros do banco de trás não possuem muitas opções para aprimorar seu conforto e postura. Ou melhor, o carona tem uma: a regulagem do encosto das costas, que deve ser de 110º. Já os passageiros do banco de trás devem se preocupar apenas no caso de viagens longas, pois os bancos têm inclinação próxima de 90º e podem ocasionar dores e desconforto, então é recomendável levar um travesseiro pequeno e denso, pois o mesmo pode ser usado como apoio na parte baixa das costas. 90º

110º

21h43 Procure deitar sempre de lado. Use um bom travesseiro, que tenha conforto e firmeza suficiente para não ceder ao longo da noite. O colchão deve ser de boa densidade, trocado a cada década e virado a cada ano. Coloque um travesseiro entre os joelhos e, preferencialmente, também um outro entre os braços.

110º

Saúde

90º

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C

onsiderado um dos maiores pensadores de nosso tempo, Domenico De Masi é o sociólogo mais mal interpretado pelos leitores de orelhas de livros, que o rotulam como uma espécie de guru da ociosidade. De fato, suas obras ostentam títulos que sugerem o apreço pelo dolce far niente, como é o caso de “Desenvolvimento Sem Trabalho” e o de sua obra mais aclamada: “O Ócio Criativo”.

O homem que viu o amanhã (e descobriu que ele é hoje)

O autor chega a se referir à nossa sociedade como um modelo quase idealizado, no qual a tolerância e a índole pacífica servem como referência para o resto do mundo. Se somos o país do futuro, e o futuro chegou, devemos ter o que celebrar, mas, principalmente, o que perguntar sobre esse novo e inquietante momento que estamos vivendo. Numa conversa franca com esse entusiasta do tempo livre em prol da criatividade e do trabalho, pudemos ter o privilégio de saber um pouco mais sobre seus pensamentos a respeito de assuntos como Brasil, futuro, economia, ócio criativo e fatores que afetam direta e indiretamente nossa vida e a sociedade. Leia com atenção, será útil no futuro, ou melhor, no agora.

Capa

A verdade é que, ironicamente, De Masi é um pensador que trabalha demais, lecionando, escrevendo, pesquisando e palestrando por diversos países, dentre eles o Brasil, terra pela qual possui uma confessa admiração. Esse apreço por nosso país está evidenciado de forma bastante clara em seu mais recente trabalho: “O Futuro Chegou”. O livro dedica um capítulo inteiro à narrativa de nossa irregular, cruel, trágica, confusa e apaixonante história.

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Os gregos elaboraram uma distinção muito interessante entre dois modelos de pensamento e de comportamento: tesis e metis. Tesis era o pensamento linear, racional, rígido, retilíneo, unidirecional, representado como uma flecha lançada de um arco; Metis era o pensamento flexível, curvilíneo, pluridirecional, representado como uma serpente rastejando de modo sinuoso e imprevisível.

Quando conquistaram a América do Sul, os espanhóis implementaram em suas colônias um modo de pensar catalão, similar a Tesis; planificaram as cidades, os cursos d´agua, organizaram o trabalho de um modo racional. Sergio Buarque de Hollanda (um dos mais importantes historiadores brasileiros de todos os tempos), em “Raízes do Brasil”, diz que eles procederam como pavimentadores de estrada com sistematização. Ao contrário os portugueses, implementaram no Brasil um modo de pensar lusitano similar a Metis. Cada problema sendo enfrentado e resolvido com base na situação contingente, sem uma estratégia precisa e sem uma rígida planificação. Sergio Buarque de Hollanda diz ainda que eles procederam como semeadores, espalhando as sementes ao vento sem se preocupar com o local da queda. Desta raiz antropológica, e de sua mistura com a matriz indígena e a africana, deriva o comportamento amigável e pacífico que prevalece no povo brasileiro. Por si só, isso representa um grande diferencial. Mas, somado ao “jeitinho brasileiro”, pode determinar um resultado negativo, marcado pela aproximação com o desleixo e a insegurança. A minha cultura napolitana é muito similar à brasileira, por isso conheço bem os perigos a que está exposta e que consistem, principalmente, na possibilidade de transformar a amigabilidade e o pacifismo em acomodação ou fragilidade, das quais derivam a corrupção e o atraso.

Embora o Brasil tenha prosperado, não somos uma ilha e continuamos dependendo em muita coisa do mercado internacional e da volatilidade econômica mundial. O senhor acredita que um país (em especial, o nosso) tem condições de ficar blindado e invulnerável às interferências externas, sejam elas positivas ou negativas? No cenário atual, da sociedade pós-industrial e globalizada, nenhum país pode iludir-se de ser independente da interferência externa. Agora dependemos todos de todos, mas a troca permanece desigual. O primeiro mundo produz e exporta sobretudo ideias, graças à criatividade e à pesquisa; os países emergentes produzem e exportam sobretudo bens materiais, graças à produtividade e às fábricas; o terceiro mundo produz e exporta sobretudo matérias-primas, graças aos seus recursos naturais. Se o Brasil deseja ficar no primeiro mundo, no qual está inserido há pouco tempo, deve ser um grande produtor de ideias, transformando o “jeitinho” em flexibilidade e a amigabilidade em colaboração, promovendo a alfabetização da população e elevando constantemente o nível cultural do país com as suas universidades e com seus canais de mídia, que estão já hoje entre os melhores do mundo. Como o senhor acredita que deva ser o perfil básico do profissional apto a se desempenhar com sucesso no “país do futuro”? Para o Brasil, o perfil básico necessário para ser atualmente um “país do futuro” consiste em uma economia plural, isto é, desenvolvida seja no setor agrícola, seja no industrial, seja no pós-industrial. Mas desenvolvido de maneira autônoma, coerente com a cultura brasileira e não subalterna à europeia ou à norteamericana. Para o profissional brasileiro, o perfil básico deve consistir em uma base humanística para todos, valendo também

para quem exerce profissões científicas. A força do Brasil, de fato, é o humanismo corporal, assim como a força da Índia é o humanismo espiritual. Por humanismo entendo a consciência da cultura clássica do oriente e do ocidente, a história e a arte do Brasil, a filosofia e a antropologia. Sobre esta base, igual para todos, pode-se então construir uma profunda especialização para cada profissão, continuamente informada sobre o progresso mundial de cada área.

Se o Brasil deseja ficar no primeiro mundo, no qual está inserido há pouco tempo, deve ser um grande produtor de ideias, transformando o “jeitinho” em flexibilidade e a amigabilidade em colaboração. A população da terceira idade tem crescido muito no Brasil (o IBGE chegou a apontar que quadruplicaremos o número de pessoas com mais de 65 anos até 2060). Um assunto que volta e meia vem à baila é o de um eventual conflito entre gerações, com os mais jovens se rebelando contra certos privilégios concedidos aos mais velhos. O senhor acredita que no Brasil haja terreno para este tipo de embate? Segundo a edição 2014 do Pocket World in Figures, publicado pelo The Economist (jornal semanal britânico), na Europa, os habitantes abaixo dos 15 anos representam 15% da população, e os acima de 60 anos, 24%. Na Itália, os abaixo de 15 anos representam 14% e os acima de 60 anos representam 27%. No Brasil, os habitantes com idade abaixo dos 15 anos representam 25,5% e aqueles acima de 60 anos representam 10%. Então, me parece prematuro que o Brasil se alarme com o assunto neste momento.

Capa

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O fato de sermos um povo amigável e pacífico é tido pelo senhor como um exemplo de sociedade que usa essas características para perpetuar uma convivência harmoniosa, resultando também na conquista do título de “país do futuro” que tanto nos foi atribuído no passado. Mas o senhor não acredita que esse excesso de tolerância possa gerar acomodação ou fragilidade?

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Capa

Hoje existe uma clara diferença entre países como os Estados Unidos, líder absoluto na criatividade científica e tecnológica, e países como a Itália ou a França. São líderes na criatividade estética e humanística. O Brasil, assim como a Itália, tem uma pequena criatividade científica e tecnológica, mas, em compensação, tem uma boa posição na graduação dos países esteticamente criativos. Hoje, o cinema, o design e a moda brasileira são muito apreciados no mundo todo, mais do que o Brasil imagina. Mas, como dizia Nelson Rodrigues, “o Brasil é pouco conhecido no Brasil”.

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O conceito de “ócio criativo” o tornou extremamente conhecido no Brasil. Em seu livro, o senhor cita a poesia, a filosofia e até mesmo a política como atividades consideradas “ociosas” no passado (expressões mentais dignas somente dos cidadãos de primeira classe). O senhor acha que as pessoas irão algum dia ter apreço por esse ócio “produtivo” ou a tendência dos cidadãos de “segunda classe” é realmente ocupar o tempo livre bebendo cerveja na frente da TV? Como tenho explicado muitas vezes, eu acredito ser errado usar uma única palavra para indicar muitas atividades diferentes entre si. Nós, na Itália, dizemos que um metalúrgico trabalha, um empregado trabalha, um cientista trabalha.

Mas o metalúrgico é um operário que realiza trabalho físico. Um empregado realiza trabalho intelectual do tipo executivo; e o cientista se exprime de um modo criativo. Enquanto os deveres do metalúrgico e dos empregados são quase sempre alienantes, mesmo de formas diferentes, a atividade criativa assemelha-se mais a diversão do que a um trabalho. Hoje, na Europa e nos Estados Unidos, os operários e os agricultores representam um terço de toda a população ativa; os empregados que desenvolvem trabalhos intelectuais mais executivos representam um outro terço; os cientistas e os artistas, os profissionais que fazem um trabalho criativo são o último terço. Operários e empregados serão cada vez mais substituídos por máquinas e computadores.

Como dizia Nelson Rodrigues, “o Brasil é pouco conhecido no Brasil”. Ao contrário, o percentual dos criativos será cada vez maior. Quem atualmente realiza atividades criativas pode rapidamente transformar esta atividade em ócio criativo, de modo que se converta em trabalho, gerando riquezas, em estudo com o qual se promove conhecimento, e em lazer com o qual se fomenta senso de bem estar. Mas difícil é transformar em ócio criativo o trabalho executivo dos operários e dos empregados porque a criatividade precisa de liberdade. Para melhorar a condição de vida dos operários e dos empregados, necessita-se reduzir, cada vez mais, suas horas de trabalho e aumentar sempre seu tempo livre e o seus níveis culturais de um modo que, não se podendo transformar o trabalho em ócio criativo, possam, ao menos, praticar ócio criativo nas horas em que não estão trabalhando.

Em que o senhor acredita que a sociedade mais ganhará com a ascensão das relações digitais no trabalho e no lazer, e em que a web e os recursos virtuais serão mais perniciosos para com nossas profissões e nosso tempo livre? Eu acredito que a web e as relações digitais oferecem a possibilidade de acrescentar aos atuais canais de comunicação (oral, escrito, radiofônico, telefônico) um novo nível, mais rápido, mais preciso, mais universal, mais flexível, menos custoso. Depende de nós a forma de usar este novo nível comunicativo fazendo com que seja um instrumento de saber e de liberdade ou degradá-lo, transformando-o em um instrumento de divisão digital e de nova escravidão.

Quem atualmente realiza atividades criativas pode rapidamente transformar esta atividade em ócio criativo, de modo que se converta em trabalho, gerando riquezas.

horas. Portanto, a economia e a sociedade funcionam muito bem. Ao contrário, na Itália, na Espanha, em Portugal e na América Latina, os managers (executivos), preferencialmente masculinos, ficam no trabalho por muitas horas além do fim do expediente sem receber por este período extra de atividade. Também por isso, a economia e a sociedade funcionam mal. Todavia, entre todos os países que conheço, o Brasil é aquele que apresenta mais inclinação para o ócio criativo. A sua cultura, a sua antropologia e a sua miscigenação o direcionam para mesclar o trabalho com o lazer, o induzem a divertir-se também enquanto trabalha. Por este motivo, o meu livro “O Ócio Criativo” obteve tanto sucesso. A predisposição ao ócio criativo faz do Brasil um dos países cuja vida é mais agradável e um dos países mais amados do mundo. Não existe a menor possibilidade de que uma potência estrangeira pratique contra o Brasil um atentado como aquele das duas torres contra os Estados Unidos.

No Brasil, temos a percepção de trabalho como algo penoso, que dignifica o homem mas custa-lhe o suor no rosto, os calos nas mãos e a falta de tempo para a vida pessoal. Isso fatalmente gera sentimento de culpa quando se fala em compatibilizar trabalho e lazer. O senhor acha que somos menos ou mais aptos que o resto do mundo para aplicar o “ócio criativo” em nossas vidas? O “workaholismo” (estrangeirismo ligado ao termo “workaholic”, que significa compulsão por trabalhar, vício em trabalho) é uma doença presente sobretudo nos países de cultura católica. Nos países protestantes é uma preocupação limitada ao top manegement. Na Alemanha, todos os trabalhadores, incluindo os dirigentes, encerram suas atividades ao término de oito

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Se em várias áreas o Brasil se tornou próspero e influente, em outras parece ter ocorrido uma estagnação e até um retrocesso. É o caso do campo das artes, pois no passado tivemos momentos revolucionários como a bossa nova e o cinema novo, além de artistas que se projetaram para todo o mundo com seu talento, mas hoje parece que estamos nos tornando cada vez mais importadores de tendências e de produtos culturais e de entretenimento. A que o senhor atribui esse quadro em um país habitado por gente tão criativa?

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Suas ideias não seriam mais facilmente aplicáveis para profissionais liberais, que têm maior autonomia e liberdade para administrar o tempo e carreira, e de difícil viabilidade para aqueles que estão subordinados a empresas que atuam dentro do modelo convencional? Sim. Para concluir, seu mais recente livro afirma já na capa que “O Futuro Chegou”, e há nele um capítulo confirmando a máxima de que o Brasil é “o país do futuro”. Mas como será o futuro do futuro? Ou melhor, como o senhor vê nosso país até o final desta década e além? Eu acredito que o Brasil não é mais o “país do futuro”, mas, já agora, o país do presente. Por isso intitulei o meu livro como “O Futuro Chegou”. Os países no mundo são 196. O Brasil é o quinto país em superfície, em população, em produção industrial e em exportação. O que precisa mais para estar já no futuro? Estou conduzindo, com a colaboração de 11 grandes intelectuais brasileiros, uma pesquisa sobre como será o Brasil em 2025. Quando estiver terminada, poderei dizer como será, muito provavelmente, o futuro do futuro deste extraordinário país. E esperamos, nós, desenvolvedores e leitores da Toda Vida, ter o privilégio de, em uma nova oportunidade, obter acesso e (quem sabe) em primeira mão às conclusões tão preciosas que esta pesquisa poderá nos trazer. O “país do hoje” agradece.

Capa

O Brasil é aquele que apresenta mais inclinação para o ócio criativo. A sua cultura, a sua antropologia e a sua miscigenação o direcionam para mesclar o trabalho com o lazer, o induzem a divertir-se também enquanto trabalha.

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Cultura

Cultura, tradição e sabor

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ertos hábitos estão tão ao nosso alcance que chegam a parecer excessivamente triviais, mas ao mesmo tempo são tão sofisticados, elegantes e culturalmente ricos que chegam a parecer aristocráticos. É o caso do chá. Prepará-lo é relativamente simples, adquiri-lo também, mas as possibilidades em combinações, a história por trás de sua capilaridade mundial e as propriedades benéficas que gera fazem de cada xícara um oceano de conhecimento. Tanto que já existe uma categoria profissional especializada em desvendar suas propriedades gustativas e sua capacidade de promover encontros sociais ou momentos de puro prazer: o designer de chás. Dani Lieuthier faz parte desse segmento profissional um tanto quanto atípico. Os conhecimentos foram acumulados em viagens para destinos tão distantes quanto exóticos, como: Tailândia, China, Taiwan e Marrocos. Todos têm em comum a tradição da produção ou do consumo do chá com um apreço que chega à beira da devoção. E é dessas viagens por aromas, sabores e culturas que Dani nos traz alguns conhecimentos curiosos a respeito do chá e de suas diversas variantes e formas de consumo. Formada em Publicidade, e já tendo atuado como chef de confeitaria, ela identificou um nicho de mercado até o momento quase inexplorado no Brasil: o de confecção e degustação de

chás gourmet. Ao ter morado na França e na Argentina (onde se formou como designer de chá), percebeu que nesses países havia um tipo de estabelecimento nada comum no Brasil, o de casas de chá.

Como o padrão de consumo e exigência do brasileiro evoluiu (o que se mostra flagrante na ascensão das vendas de vinhos e de cafés gourmet), o chá encontra terreno favorável para o crescimento. Ao identificar esta tendência, voltou ao Brasil e cursou um MBA visando se preparar melhor para ingressar no novo negócio. E foi assim, unindo instinto comercial com paixão por uma bebida milenar, que ela acumulou muito conhecimento, compartilhando aqui algumas informações muito úteis tanto para quem já consome a bebida quanto para quem ainda não se sente atraído por ela. No Brasil, costumamos categorizar e entender o chá de forma um tanto limitada: o chá verde, o chá preto, o chá mate, etc. Em compensação, nos países orientais há uma diversificação enorme em cada uma dessas bebidas, ou seja, lá existem os chás verdes, os chás pretos, etc. “Posso mostrar 100 chás pretos, sendo todos uns diferentes dos outros”, ela afirma.

Cultura

Chá

Tudo isso em um único e saudável hábito que você pode praticar diariamente e a todo momento.

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De certo modo, o chá se assemelha ao vinho, que é composto de uma enorme variedade de combinações de elementos, fazendo com que cada rótulo tenha uma identidade própria.

Cultura

A rigor, o chá é uma planta denominada cientificamente como Camellia sinensis (quando não está presente na bebida, então estamos degustando uma infusão, e não um chá), mas suas subespécies dão origem a bebidas com cor, paladar e aroma bastante distintos. Há uma grande gama de outras variantes, como a forma de cultivo, a temperatura do local, a altitude do terreno, a umidade e a forma como o chá é produzido. Fazendo combinações entre estes elementos, chegaremos à conclusão de que os tipos de chás são praticamente infinitos. Também as colheitas de estações diferentes são percebidas e apreciadas de forma distinta. Idêntico ao que ocorre com os vinhos, que são identificados por suas safras.

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Nesse ponto se identifica uma outra semelhança entre as duas bebidas: quando as diferenças são muito sutis, apenas um degustador experiente se mostra capaz de identificá-las. Porém, encontra-se aqui uma questão de treino do paladar. Quanto mais você consumir e apreciar o chá com real interesse em conhecer suas variantes, mais se tornará capacitado a fazer uma interpretação gustativa de suas diversas nuances.

Saber apreciar o chá é uma habilidade que envolve mais do que o treino das papilas gustativas. Trata-se de uma experiência, um ritual e um evento. Ele promove a reunião entre amigos, o encontro consigo mesmo, o aproveitar de um momento único. Para muitos, é uma pausa, um alívio em meio à correria. Em outras palavras, o chá traz consigo uma aura e um modo de consumo que não se aplicam a qualquer outra bebida. É praticamente um companheiro. Na China, ele é percebido quase como se fosse poesia. Não por acaso muitas culturas o tratam de modo quase religioso, chegando a utilizá-lo em celebrações. No Japão, a cerimônia do chá cuida de cada movimento com extremo esmero e cuidado, prestando-se atenção desde a forma como se serve a bebida até a maneira com que os participantes se sentam. É a filosofia zen em meio líquido. Daí se faz alusão ao chá com a afirmativa de que “nenhum momento se repete duas vezes”, ou seja, aproveite, deguste como se a bebida e o momento fossem únicos – e são mesmo, pois cada chá e cada instante vivido jamais terá outro similar no futuro.

Gostou? Quer mais uma “colher de chá” sobre o assunto? Nós temos um bule inteiro de informações adicionais no www.todavida.com.br. Acesse e confira.

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FILMES sobre histórias na estrada

Cultura

Bem-vindo ao cocoon way of life: o modo de vida dentro do casulo, ou seja, dentro de sua própria casa.

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Você já ouviu falar de Cocoon Style? Talvez não conheça o termo, mas possivelmente você já faz parte deste fenômeno. A gente explica. As pessoas têm passado cada vez mais tempo confinadas em seus lares para vivenciar experiências em segurança ao invés de se arriscar viajando por aí. Por outro lado, há quem queira conhecer o mundo todo, mas esbarra em dois impeditivos: falta de dinheiro ou falta de tempo (ou ambos). Pensando nestas e em outras situações, entramos no dilema de como viajar e conhecer novas realidades sem precisar botar o nariz para fora de casa. Então, bem-vindo ao cocoon way of life: o modo de vida dentro do casulo, ou seja, dentro de sua própria casa.

Com o advento das TVs HD, dos home-theatres, dos canais digitais e dos disk-pizza, disk-isso, disk-aquilo, ficar no conforto do lar parece cada vez mais tentador, o que faz deste estilo de vida algo bastante natural nesses tempos modernos. O fato é que, se você gostaria de saber como é caminhar pela badalada avenida de Paris, a Champs-Élysées ou conhecer o jeito de viver de um cidadão em Kuala Lampur, capital da Malásia, aqui está uma lista com mais de 50 “destinos” que você pode fazer sem sair de casa. Basta acionar o PC, o DVD player/blu-ray, o aparelho de som, o fogão e a carteirinha da biblioteca. Sim, é possível girar o mundo entre quatro paredes. Sente na poltrona, afrouxe o cinto e boa viagem.

Coração Selvagem (Wild at Heart, 1990)

A Encruzilhada (Crossroads, 1986)

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Nicolas Cage viola sua condicional e pega a estrada com muito rock, bizarrices e...O Mágico De Oz. É de esfolar o coração no asfalto.

Ralph Macchio cruza os States com um guru do blues em busca da sonoridade perfeita. Chega ao inferno e trava com o virtuose Steve Vai o maior duelo de guitarras do cinema. É de pedir bis.

Estrada Para Perdição (Road to Perdition, 2002)

Duets – Vem Cantar Comigo (Duets, 2000)

Uma história de gangsters e paternidade baseada em uma história em quadrinhos. Sensível e ao mesmo tempo visceral. O destino reserva um dos finais mais angustiantes já vistos na telona.

Vários artistas amadores indo para um concurso de karaokê. Acredite, vale mais que muito show de rock star por aí. A trilha é cantada pelos próprios atores, e eles arrasam.

Central do Brasil (1998)

Diários de Motocicleta (2004)

Viajar é um ato de coragem capaz de despertar nosso lado desbravador. Fernanda Montenegro tão vigorosa e emblemática que chegou a concorrer ao Oscar. Uma viagem pelo Brasil que o Brasil não gosta de ver.

Ernesto (antes de se tornar “Che Guevara”) faz uma viagem de moto pela América do Sul e descobre seu lado revolucionário ao se deparar com várias injustiças. O filme tem a direção do brasileiro Walter Salles.

Cartas para Julieta (Letters To Juliet, 2010)

Onde está a Felicidade? (2011)

A opção mais romântica da nossa lista. Uma boa moça querendo fazer um trabalho de cupido da terceira idade pelas belas paisagens da Itália, e tendo um galã por motorista. Confesse, você já está suspirando.

Mais um representante brazuca, apesar de a história não ocorrer por aqui. O filme narra a odisseia bem humorada de personagens que percorrem o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007)

Meia-Noite em Paris (2011)

Baseado em uma história real, esta obra exibe a comovente saga pelos Estados Unidos de um jovem recém-formado, culminando com uma dramática e solitária luta pela sobrevivência.

OK, este não é um road-movie. Mas é uma viagem no tempo e no espaço. É a história de um roteirista que vai a Paris e volta aos tempos em que era frequentada por alguns dos maiores gênios da humanidade.

Cultura

Road-movie (filme que se passa na estrada) é o perfeito espírito da viagem. Portanto, aqui vai uma lista com alguns dos mais emocionantes filmes de estrada de todos os tempos.

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que são um passaporte

Vamos combinar que “ler é a maior viagem” é um grande clichê. Mas não deixa de ser também uma grande verdade. Portanto, aqui vão títulos que levam o leitor a destinos distantes e epopeias no universo da imaginação.

100 Cidades que Mudaram a História do Mundo (Christianne Beckner) Para quem quer mais história do que paisagens, onde você pode ver juntas Teerã e Nova York sem nenhum conflito.

Praticamente um diário de bordo, relatando como era ser um “sem destino” nos Estados Unidos da contra-cultura.

A Volta ao Mundo em 80 Dias (Julio Verne)

Mil Lugares para Conhecer antes de Morrer (Patrícia Schultz)

“20 mil Léguas Submarinas”, “Viagem Ao Centro Da Terra”, “Viagem À Lua”... Verne não conhecia fronteiras e se mostrava (muito) à frente de seu tempo.

MÚSICAS

Cultura

A cabeça nas nuvens e os pés na estrada

Ficou semanas na lista dos mais vendidos do New York Times e é considerado guia imprescindível.

Na ponta do Aqui estão reunidos discos de músicos e que souberam jogar na coqueteleira o swing de diversas partes do globo. Ou melhor, estão aqui alguns dos mais bem sucedidos. Viaje nas ondas sonoras.

King Of Bongo (Mano Negra)

Moon Safari (Air)

Álbum daquele que talvez seja o grupo musical mais cosmopolita já criado, misturando rock a ritmos do mundo todo e cantando em diversos idiomas.

Trabalho de uma dupla francesa intimista e sutil em suas referências, incursionando por vocais soturnos e sussurrados.

Graceland (Paul Simon)

Dimanche À Bamako (Amadou et Mariam)

O ex-dupla de Art Garfunkel provou que não era apenas bom compositor como também um corajoso explorador sonoro, mergulhando nas raízes africanas. 28

On The Road (Jack Kerouak)

Disco do casal de Mali descoberto por Manu Chao: são cegos mas têm um ouvido que vale por todos os demais sentidos, e conseguem ser vibrantes e ritmados, com estilo contagiante.

Afinal, quem sai ganhando no cabo de guerra entre economias e despesas na aposentadoria?

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Antes de começar a ler esta matéria, responda a si mesmo: quem se aposenta passa a gastar mais ou a economizar mais? Se você já é aposentado, provavelmente já sabe a resposta. Se não é, deve ter uma opinião a respeito, mesmo que baseada apenas em uma percepção intuitiva. Mas, para responder a esta questão de forma técnica e especializada, a revista Toda Vida conversou com o empresário, administrador e especialista em finanças pessoais Altemir Farinhas.

Colunista, escritor e vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Paraná, Altemir acumula 25 anos de experiência e contato com histórias que o ajudaram a entender com clareza o perfil das finanças pessoais de aposentados. Aqui as algumas das principais constatações, sendo que algumas delas certamente poderão ser úteis no seu planejamento de aposentadoria, ou mesmo para rever e agir sobre seu gerenciamento atual de finanças pessoais, caso já esteja aposentado.

Especial

LIVROS

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O assédio

Ser aposentado por um Fundo de Pensão é bem mais confortável e seguro do que pelo INSS. Isso se deve ao fato de, neste segundo caso, haver uma discrepância cada vez maior entre a contribuição e a contrapartida que se recebe. Mesmo as contribuições mais elevadas na previdência pública desembocam em um retorno frustrante para o aposentado. Então, aqui reside já um aspecto essencial: independentemente dos gastos na terceira idade, quem se previne com um bom plano de previdência privada sai na frente em termos de ganhos, podendo manter assim um padrão de vida.

Tanto filhos quanto netos e outros familiares passam a se aproximar de idosos muitas vezes com interesses financeiros, ou seja, para solicitar que façam empréstimos consignados em seu nome. E o que é pior: esse dinheiro dificilmente volta para o aposentado. O calote em família gera, portanto, mais uma despesa que antes não ocorria, com a ressalva de que ela pode ser evitada se o aposentado souber se posicionar e dizer “não”.

Especial

Uma questão de transferência

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O pensamento inicial é o de que as despesas caem na aposentadoria. E esse raciocínio se justifica em algumas constatações simples: meia-entrada em espetáculos, não se paga para andar de ônibus, deixa-se de comer fora durante a semana, não há mais deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa, enfim, há realmente uma série de economias derivadas de um estilo de vida que passa a ser mais tranquilo e pautado por alguns privilégios. Porém, Altemir garante: “na verdade, as despesas se deslocam. Passa-se a gastar mais com outras despesas, como medicamentos, lazer, viagens e eventos sociais”. Segundo ele, as pessoas tendem a querer preencher o tempo ocioso e isso gera também despesas extras. Os convites para festividades familiares aumentam, pois agora há filhos, netos e sobrinhos, o que resulta em mais viagens, gastos com roupas, presentes e outros itens inerentes a uma vida social ativa. Um exemplo claro de deslocamento de despesas é o que Altemir define como “adoção financeira”: “eu deixo de gastar com meus filhos e passo a gastar com meus netos”.

Veja algumas transferências de gastos que podem ocorrer na passagem da vida profissional para a vida de aposentado.

Gastos antes:

Gastos depois:

Deslocamentos no trabalho. Almoçando fora. Com os filhos. Contribuição previdenciária. Capacitação profissional.

Viagens. Remédios. Com os netos. Planos de saúde. Hobby e lazer.

A hora de desacelerar

Com a palavra, quem vive a vida de aposentado

O aposentado pode continuar trabalhando. Mas porque quer e não porque precisa. Quando continua produzindo por necessitar de uma complementação financeira, é sinal de que seu planejamento para esta fase da vida foi frustrado. “Mais de 80% dos aposentados trabalham porque precisam e não porque querem”, afirma Altermir. Mas se é para trabalhar por desejo próprio, que seja em uma atividade executada com prazer, sem o ritmo mais pesado de um profissional da ativa. “O problema é quando o aposentado acha que tem capacidade para montar um negócio, mas não possui experiência gerencial”, alerta.

E o que tem a dizer aqueles que, há um bom tempo, já sentem, no dia a dia, os gastos cotidianos depois que se pendura as chuteiras?

A vez de gastar consigo mesmo Aposentadoria é o momento de desengavetar sonhos. Mas eles também correspondem a despesas. Então, o ideal é deixar de gastar com filhos e netos e adotar uma postura um pouco mais egoísta (no bom sentido do termo). Altemir é enfático: “É a hora de viver a vida que eu sempre sonhei, fazendo a viagem que tanto quis ou reformar minha casa”. Resumindo: depois de passar a vida se dedicando aos outro, o aposentado e seu cônjuge devem encarar o momento como a oportunidade de se dedicarem a si mesmos.

Nadir Farias Madruga 51 anos, aposentado desde 12/2013

Antonio Otelo Cardoso 73 anos, aposentado desde 12/93

Gasta mais ou menos do que nos tempos em que estava na ativa? “Gasto mais”. Em que gasta mais e em que gasta menos? “Gasto mais em viagens. E gasto menos em combustível”. Um conselho: “Quem vai se aposentar precisa saber gastar dentro do seu orçamento. Na verdade, isso vale tanto para quem está na ativa quanto para quem é aposentado. Quando não há controle, a pessoa se afunda”.

Gasta mais ou menos do que nos tempos em que estava na ativa? “Gastei mais no começo, porque me aposentei e continuei trabalhando por um período. Depois que me aposentei de vez, passei a gastar mesmo que gastava antes”. Em que gasta mais e em que gasta menos? “Gasto menos em vestuário e mais em lazer, medicamentos e cuidados com a saúde”. Um conselho: “Para quem ainda não se aposentou: estude e veja se com o valor que você vai ganhar terá condições de sustentar uma vida digna”.

Olaumir Pedro “Tuka” Guerios 70 anos, aposentado desde 08/95 Gasta mais ou menos do que nos tempos em que estava na ativa? “Gasto no limite (um pouco para menos)”. Em que gasta mais e em que gasta menos? “Gasto mais com os estudos da minha filha. Gasto menos com hospital e farmácia. Atribuo isso a minha boa alimentação. Parei de fumar há 34 anos. Caminho bastante e faço trabalhos voluntários, isso me dá muita satisfação”. Um conselho: “Aperfeiçoe-se em alguma atividade. É importante descobrir e praticar uma atividade paralela à profissão. É bom ter um hobby. Meu passatempo, por exemplo, é escrever contos e poesias. Com certeza uma mente em constante atividade fica imune contra a depressão, e, no meu caso, eu gasto menos até na farmácia”.

Ademar Pereira dos Santos 62 anos, aposentado desde 08/97 Gasta mais ou menos do que nos tempos em que estava na ativa? “Passei a gastar menos, pois meus filhos não estão mais em casa”. Em que gasta mais e em que gasta menos? “Gasto mais com a alimentação (atribuo isso à inflação). Pratico atividade física todos os dias correndo com minha esposa. Acredito que isso evita que eu gaste com medicamentos”. Um conselho: “Evite gastar com supérfluos. Sou bastante controlado e tenho uma poupança. Pago à vista, preferencialmente, e jamais entro no vermelho em minha conta corrente. Cuido no início do ano, pois é um momento de despesas extras, como IPTU e IPVA”.

Especial

Previdência: Pública x Privada

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“Que tudo se realize no ano que vai nascer!”

I

Especial

Promessa 32

Como cumprir suas promessas, para ter muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender, etc., etc. e etc.

Baixado o frenesi (e o álcool), damos aquela adiada nos planos de entrar na academia ou aprender um novo idioma, afinal o ano mal começou. Óbvio que precisamos represar as energias e curtir as férias, além do mais todo mundo sabe que o ano só começa depois do carnaval. Chegamos a março e a prioridade passa a ser o colégio das crianças, o acerto com as contas das viagens, dos impostos, do seguro, então damos um empurrãozinho com a barriga naqueles compromissos (quais eram mesmo?). Inverno é péssimo para correr no parque, julho é a vez daquela viagem para visitar os familiares, agosto é mês do desgosto, então é melhor não sair de casa para não cruzar com gato preto (ou cachorro louco). O segundo semestre passa voando! Agora é apertar os cintos senão Papai Noel vem magrinho. Cinco, quatro, três, dois, um... “Que tudo se realize no ano que vai nascer!”. Lá vamos nós para mais um réveillon. O ano passou e você nem viu. Mas agora, há!, agora sim vai dar certo, o próximo ano vai ser diferente!

Especial

Para não ficar só na

nevitável tanta empolgação diante de toda a pirotecnia, champanhe, abraços e, oxalá!, do vasto repertório de simpatias que fazem da virada do ano um evento irresistível em termos de euforia coletiva. Todo mundo relembrando os momentos felizes e projetando os próximos. O réveillon é aquele momento em que passamos uma borracha nas frustrações passadas e prometemos, a nós mesmos, que tudo dali em diante vai ser diferente. Emagreceremos, pararemos de fumar, seremos promovidos, compraremos um carro zero, mudaremos de casa, de figurino, de classe social, de estado civil, de vida!

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Aliás, janeiro vem de Jano, que é o guardião mitológico dos portões, então é o mês que representa um começo. E este personagem tem duas faces: uma voltada para a frente e outra para trás. Ou seja, é o período de analisar o que se fez e o que virá pela frente”. Segundo ela, na antiga Roma havia uma relação do calendário com o cultivo, com as colheitas, então a data tem um significado muito simbólico.

Transferindo esta simbologia para nossa vida, podemos nos indagar: “ora, como foi o meu ano? Se eu plantei pepinos, vou colher pepinos”, brinca (com seriedade, logicamente, pois a analogia se enquadra com perfeição). Cruzamos as opiniões de nossos quatro entrevistados para fazer um resumo dos 10 elementos essenciais para cumprirmos tudo aquilo que prometemos.

Para que seu ano novo não vire um bicho de sete cabeças, leia, reflita e aplique os ensinamentos a seguir.

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Toda Vida conversou com quatro especialistas em saúde mental, motivação e liderança para investigar porque as nossas promessas e as dos políticos têm tanto em comum. Nosso quarteto é composto pela Médica Psiquiatra e Psicoterapeuta Regina Perusselo, pelo Head Trainer de Liderança Sergio Garcia de Souza, pela Especialista em Psicopedagogia Tisa Paloma Longo e pelo Practitioner em Programação Neurolinguística Paulo Sergio Lemos, estes três últimos do Instituto Nacional de Excelência Humana (INEXH). Abrindo nossa matéria, aqui vai um esclarecedor e curioso relato da Dra. Regina sobre o contexto histórico das festas de passagem de ano, e sua implicação em nossas vidas: “o ser humano tem a necessidade de alinhar seus projetos em uma ordem cronológica com início, meio e fim. E temos também uma necessidade de concretizar nossos planos. A finalização de ano representa o fechamento de um ciclo. Sua criação se deu com os romanos, quando Julio César estabeleceu que o primeiro de janeiro passaria a ser a data instituída para o início de um novo ano.

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Considere que todo dia é dia de ano novo

Um ano é muito tempo e a distância do objetivo torna remota a atratividade da recompensa. Pense menos no que você pode fazer amanhã e mais no que você pode fazer hoje.

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Aprenda a suportar frustrações menores

Para a Dra. Regina Perusselo, “quem não sabe lidar com frustrações, pode sucumbir na primeira adversidade”, mas completa: “as frustrações são necessárias e inevitáveis, o importante é saber trabalhá-las”.

2

Fragmente um objetivo em vários objetivos menores

“Tenha uma meta para hoje, outra para a semana e outra para o mês”, aconselha Sérgio Garcia de Souza. As conquistas pequenase paulatinas darão combustível para se atingir os objetivos maiores.

4

Descubra novos caminhos

Quando se acumulam desventuras ao cumprir com suas metas diárias, pode ser sinal de que você precisa buscar mais conhecimentos e recursos, deixando de pensar que é autossuficiente.

Especial

Especial

Se de algum modo você se identificou com o resumo de 365 dias da página anterior, então essa matéria é para você. Está na hora de quebrar esse ciclo vicioso e doloroso.

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5

Aja, resista, persista

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Certifique-se de que seus desejos são mesmo seus

Se você teve um revés, persista diante das adversidades. Se está acumulando resultados inexpressivos, repense e adote novas alternativas. Só não pare. Aja na direção do seu objetivo.

Saber o que quer de verdade é o primeiro passo para estabelecer uma estratégia promissora.Querer aparentar para o vizinho que você é bem sucedido não torna você um sucesso. Procure satisfazer a si mesmo.

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Seja merecedor

Especial

Se seus ganhos atuais impedem uma conquista desejada, invista primeiramente em você: faça cursos, aprenda idiomas, aprimore-se para subir na carreira. Ou seja, canalize a promessa para você.

Última DICA 36

6

Analise se seus objetivos são realmente viáveis

Não coloque em seus objetivos uma Ferrari se seus rendimentos só dão conta de um Corcel 73. Tisa Paloma Longo afirma: “O objetivo não pode ser algo impossível. É preciso distinguir sonho de objetivo”.

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Saiba que preço você tem a pagar

Meça bem o que você terá de fazer para conseguir o objetivo, se você está apto a desempenhá-lo e se valerá a pena. “Muita gente vê o carro, mas não a dificuldade para tê-lo”, alerta Paulo Sergio Lemos.

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Ligue o resultado ao prazer em fazer

Evite colocar, na lista de objetivos, tarefas que serão um fardo na sua vida e não casam com seus talentos naturais. Ou esteja ciente de que seu empenho terá um grau bastante alto de esforço.

Uma rotina espartana (vem de Esparta, a terra mitológica dos guerreiros altamente disciplinados) torna mais propensa a sua chance de êxito. Sim, é sinônimo de sacrifício, mas se você tem grandes objetivos, grandes também terão de ser os seus esforços. Atenção: não confunda essa característica com inflexibilidade. A capacidade de nos adequarmos às circunstâncias é essencial, em todos os 365 dias do ano – “às vezes é preciso recalcular a rota para sabermos chegar ao final”, explica a Dra. Regina. Ah, e não esqueça de se cuidar, pois manter a saúde em dia resulta em disposição e prevenção de doenças, as quais podem levar nossos projetos para o ralo.


RECORDAR É VIVER

FICAR NO PASSADO, NÃO

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