Banco de Livros principalmente em redação e linguagem. “Antes, 40% dos apenados entregavam a folha de redação em branco. Em 2016 e 2017, apenas uma folha voltou em branco”, revela Neli, que completa ter conhecimento de quatro apenados estarem cursando faculdade no modelo de Ensino à Distância (EAD), nos cursos de Direito, Pedagogia, Sociologia e Ciências Agrícolas.
Um livro fechado é uma história que ninguem conhece Somente em 2021, o Banco de Livros, presidido por Waldir da Silveira, doou 28.732 exemplares, para 107 instituições. No exercício, ainda remodelou as suas instalações e desenvolveu diversos projetos, atendendo, desde escolas infantis até unidades prisionais.
Além disso, o projeto Passaporte para o Futuro foi desdobrado em um subprojeto, que está em fase de elaboração de sua quinta edição: o livro Vozes de um Tempo, que será lançado na Feira do Livro de Porto Alegre de 2022. A publicação reúne textos de apenados, que são livres para se expressar. No início, em 2012, o número de textos não chegava a 100. Agora, são 350.
O Banco tem executado um importante papel na sociedade: oportunizar a expansão de horizontes por intermédio da leitura. Assim é no projeto Passaporte para o Futuro, executado desde 2012 e abrangendo, hoje, 104 unidades prisionais do Estado, impactando mais de 43 mil apenados. “Temos vários relatos de apenados que mudaram sua visão e perspectiva de melhoria de vida. Já ouvimos que a biblioteca na unidade prisional é como um oásis ou que foi o maior presente recebido. Isso é muito gratificante”, conta Neli Miotto, bibliotecária do Banco de Livros.
Em 2021, o projeto proporcionou aos apenados algumas atividades online de dicas literárias, contação de histórias e mediação de leitura. As atividades eram gravadas na sede do Banco de Livros e encaminhadas para as unidades prisionais, para que os beneficiários não ficassem sem o incentivo à leitura.
O impacto positivo pode ser medido pelo aumento nas notas dos apenados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) carcerário, 67