FOTO DE CAPA: Manuel Viegas Guerreiro
newsletter n.º 13, Mai./2018
MANUEL VIEGAS GUERREIRO “Pura vadiagem de antropólogo” ENTREVISTA com Luísa Martins
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MM
ENTREVISTA
MVG: O ESPÓLIO Luísa Martins, historiadora, encontra-se a refazer as incursões de MVG por África. O trabalho de inventariação fotográfica, fonográfica e documental decorre na Fundação de que o antropólogo é patrono, em Querença, o espólio está doguardado. Leocádia onde Quaresma no lançamento seu livro na FMVG Recorda-se do primeiro contacto com o trabalho de Manuel Viegas Guerreiro (MVG)? Não me lembro se foi em Loulé por ocasião de alguma conferência ou se em Lisboa, na sequência de aulas que ia dar a convite do Professor Alberto Carvalho, na disciplina de Literaturas Africanas. Em que momento é que o seu percurso académico se cruzou com o legado do antropólogo? Os estudos sobre a presença portuguesa em África e a reacção das sociedades africanas ao processo de colonização levaram-me inevitavelmente ao conhecimento dos estudos antropológicos de Jorge Dias, Margaut Dias e Manuel Viegas Guerreiro. A Antropologia é uma ciência fundamental para a compreensão do devir histórico das sociedades e ajuda a esclarecer os conteúdos dos documentos arquivísticos, dos relatórios de viagens, das memórias, dos relatórios coloniais e toda uma panóplia de fontes documentais que adquire
mais sentido se a abordarmos de uma forma holística e pluridisciplinar. Na sua opinião, qual a faceta mais relevante de MVG: de antropólogo, de etnógrafo ou de linguista? Acima de tudo, a faceta de humanista. Depois, todas as outras, pela mesma ordem com que foram apresentadas. Um investigador que sabia cumprir o desígnio da pura “vadiagem” do antropólogo, no entender de Orlando Ribeiro e de Jorge Dias. Sabia estar com as pessoas e tanto dormia numa enxerga ao pé dos animais de um estábulo no Norte de Portugal como seria capaz de adormecer no chão quente das terras secas das sociedades Maconde, no Norte de Moçambique. Que peso é que a investigação de MVG tem entre os investigadores nacionais? E entre académicos estrangeiros? As publicações do Professor continuam a ser fonte de estudos para os investigadores, quer nacionais quer internacionais. É curioso o inwww.fundacao-mvg.pt | +351 289 422 607
teresse dos estudiosos brasileiros pelo percurso experimental de Viegas Guerreiro, quer para a antropologia quer para a etnografia. Todos ficam surpreendidos quando lhes falo no espólio fotográfico, fonográfico e documental que existe na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, o que revela que esse peso pode vir a ser maior. Como historiadora, qual lhe parece a forma mais adequada de explicar às pessoas a importância dos Estudos Africanos? Esta é a pergunta mais difícil de todas porque, primeiro, teríamos de explicar às pessoas a importância dos Estudos Portugueses, na sua ligação com a História das sociedades dos territórios de Angola e de Moçambique. Depois teríamos de explicar o valor, o devir e a importância da História de Angola e de Moçambique (falo apenas destes dois países porque foi nos seus territórios que MVG desenvolveu os estudos; mas também poderíamos incorporar aqui a África do Sul), das variadas e complexas sociedades que compõem a unidade territorial destes países.
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Seguir-se-ia a necessidade de explicar a importância de se conhecer o devir histórico das sociedades africanas e o modo como se ajustaram e/ou reagiram à implementação colonial e, posteriormente, ao imperialismo colonial. Haveria também que explicar às pessoas como foi possível manter-se um território colonizado por tanto tempo, enganando e ignorando populações na “metrópole” e nas “colónias”, quando não só alguns políticos mas também cientistas, como foi o caso de MVG e de Jorge Dias tanto avisaram da necessidade de se alterar o rumo da política colonial portuguesa. Seria preciso explicar que os Estudos Africanos são um espelho a que Portugal deve recorrer para se compreender a si próprio, para se aceitar como é e para delinear o seu futuro. E, para finalizar, será necessário ainda percebermos que os Estudos Africanos não podem tomar uma postura neocolonizadora mas que devem desenvolver-se com parceiros dos países de língua portuguesa para que vários olhares bidirecionais proponham leituras coerentes e transversais. É autora do livro Manuel Viegas Guerreiro: Moçambique, 1957, publicado em 2017. Um ano depois voltou a "reencontrar-se" com o espólio de MVG. Pode descrever o trabalho que tem vindo a desenvolver na FMVG? Actualmente estou a elaborar uma lista exaustiva de todos os materiais do espólio: diapositivos, gravações sonoras, fotografias, manuscritos. O passo seguinte será, no âmbito da excelente relação institucional que a FMVG mantém com outras instituições, nomeadamente com a Câmara Municipal de Loulé, conseguir a efectivação do Inventário, da recuperação e preservação de todo este material para que fique devidamente disponível para divulgação e recurso de toda a comunidade científica mundial.
Anotações de Manuel Viegas Guerreiro no verso da fotografia de capa
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SOBRE LUÍSA MARTINS
Luísa Martins na Biblioteca da FMVG
A FMVG é detentora de um espólio único no mundo e irrepetível. É dever da Fundação, de todas as instituições algarvias e nacionais e ainda, de todos nós, preservarmos e darmos a conhecer o espólio de MVG para que possa ficar disponível à investigação, para que também o nome e o trabalho do Professor não caiam no esquecimento. O que se seguirá? Gostaria muito que, numa agregação de vontades e de esforços, a Fundação e os seus parceiros institucionais, nomeadamente a Universidade do Algarve, a Universidade de Lisboa e a Universidade do Porto realizassem uma exposição maioritariamente ilustrativa do espólio audiovisual do Professor, que homenageasse em simultâneo o Professor, o Humanismo e os Direitos Humanos, o Património, a Cultura e a Educação ao longo da vida, áreas em que MVG assentou os seus estudos e o seu percurso pessoal e profissional. Sem deixar de vista o Mar e a Língua Portuguesa, dois elos de ligação que nos unem, com tudo o que de bom e de mau a nossa história tem para se falar, sem complexos. O que gostaria ainda de fazer ou de ver ser feito, no que diz respeito ao legado de MVG? Tanto que não caberia nestas páginas. Mas posso, à partida, sonhar com um Encontro bianual sobre História e Cultura dos países de língua portuguesa, a republicação dos estudos do Professor, a presença anual de jovens investigadores portugueses, angolanos e moçambicanos a desenvolver as suas pesquisas, mestrados e doutoramentos em Querença, à luz de protocolos de estágio. E ainda, um Centro de Estudos sobre o Algarve, com investigadores que se reúnam em Querença uma vez por mês para falar dos seus estudos, fazendo homenagem às memórias de Manuel Viegas Guerreiro e de Luís Guerreiro.
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Luísa Martins nasceu em Moçambique em 1965 e viveu em Loulé até 1998. Actualmente reside em Faro. Doutorada em História Contemporânea, área de Estudos Africanos e da Presença Portuguesa em África, pela Universidade de Évora (2010), tem mestrado em Descobrimentos e Expansão Marítima, pela Universidade de Lisboa (UL) e em Alimentação - Fontes, Cultura e Sociedade, pela Universidade de Coimbra (UC). Possui ainda pós-graduação em História Regional e Local e licenciatura em História (UL), tendo iniciado o seu percurso académico como professora do Ensino Básico no Magistério Primário de Faro. Como trabalhadora estudante leccionou no Algarve, Lourinhã e Lisboa. Em 1996 fez o curso de extensão universitária
Scripta Volant: Medicos y Curanderos de Libros, Documentos: Restauracion de Pergamino y Papel, na Universidade de Sevilha e no ano de 1998, o curso de Marketing Cultural, no Centro Cultural de Belém. Em Setembro de 1999, regressa ao Algarve, integrando até hoje a Câmara Municipal de Loulé. Primeiro como Técnica Superior na Divisão de Cultura e Património, depois como directora de Departamento de Intervenção Local e Gestão da Informação e, desde 2013, como Chefe de Unidade Operacional de Promoção da Cidadania e da Cidade Educadora. Na qualidade de investigadora é, desde 2000, membro integrado do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora e, desde 2011, investigadora colaboradora do projecto Diaita da UC do Centro de Estudos Clássicos. Há 25 anos que participa em conferências nacionais e internacionais. Entre elas, os Encontros Nacionais e Internacionais sobre História de África na Universidade de York, em Toronto, na Universidade de Avinhão, na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade Cândido Mendes (também no Rio de Janeiro), na Universidade de Elche, Espanha, Universidade de Tours, França e em instituições portuguesas: UL, UC, ISCTE, UAlg, Universidade de Évora, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Fundação Calouste Gulbenkian, Instituto de Investigação Científica Tropical, Clube de Tavira e Arquivo Municipal de Loulé. Tem vários artigos científicos publicados em revistas científicas e em suportes electrónicos de instituições científicas, bem como em publicações de carácter geral.
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PARCERIAS
“Felicidade. Sinto-me feliz!”
SOB AS ESTRELAS O dia de estreia está a chegar. Cerca de 88 bailarinos, dos 4 aos 80 anos preparam-se para o próximo 7 de Junho, dia em que o Cine-Teatro Louletano abrirá portas ao espectáculo que celebra a inclusão.
A
performance representa o culminar de um ano de parceria entre a escola EB1/JI Professor Manuel Martins Alves, Loulé, UNIR - Associação dos Doentes Mentais, Famílias e Amigos do Algarve e Centro Ambiental (CA)/Câmara Municipal de Loulé (CML). Uma parceria que é coreografada por Inês Mestrinho, bióloga marinha, professora de dança criativa e dança terapêutica. Formada pela Escola de Dança Sarabanda, Itália, colabora com o município de Loulé há cerca de 10 anos. Lina Madeira, a articular entidades a partir do CA, contextualiza: “O Sob as Estrelas surgiu no presente ano lectivo como uma das ofertas de acções integradas no plano anual de actividades do CA, mas a CML trabalha ininterruptamente com a Inês Mestrinho desde 2008. Começou com o projecto Da Serra ao Mar, seguiram-se, Os Cinco Elementos na Rocha da Pena, Habitats, Movimentos d’Água e Adaptações. Todos um sucesso.” O Sob as Estrelas arrancou em 2017 e a sintonia
foi conseguida desde o início: “Rapidamente se criaram laços, confiança e amizades entre todos Leocádia Quaresma no lançamento do seu livro na FMVG os participantes. Um dos grandes objetivos deste projecto é o de integrar diversos públicos: crianças, idosos e os nossos bailarinos da UNIR, além de pretender instruir e sensibilizar, ao longo do ano, para as diversas temáticas ambientais trabalhadas.” O corpo de bailarinos é constituído por jovens e adultos da UNIR e crianças do 4.º ano do 1.º ciclo. São os 24 alunos da professora Ana Jacinto: “A reacção inicial foi de entusiamo e de euforia. Desde o início que se nota um excelente relacionamento entre todos, com momentos de riso e de brincadeira. É importante que estejam a adquirir o conhecimento de que existem pessoas diferentes, mas que são igualmente humanos muito carinhosos e, na opinião dos miúdos, muito divertidos.” Uma experiência que tem contribuído para a desinibição de alguns dos alunos através da dança e do trabalho em grupo. Efeitos positivos que também “contagiaram” Ana Jacinto: “Tem sido um
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processo de aprendizagem bastante enriquecedor a nível pessoal, emocional e profissional. Sem dúvida!”. Sebastião, a menos de um mês de perfazer 10 anos de idade, data que já lhe inspira planos, participa nos ensaios do Sob as Estrelas desde o primeiro momento. Confessa que no início não foi fácil, porque gosta mais de jogar futebol e ténis mas, após mais de seis meses de projecto, sorri quando fala deste. “Aprendi que se deve poupar água. Quer dizer, isso já sabia, mas fiquei a saber que há pessoas que não têm mesmo água, que sofrem e que estão sempre a caminhar à procura de água e de alimentos.” E como tem sido ensaiar com as pessoas da UNIR? “São simpáticos e estão sempre de bom humor. Querem estar sempre connosco” - responde de imediato. Antes de assumir a sua posição no relvado para mais uns chutos na bola perguntamos como se sente quando está nos ensaios, a aprender a coreografia da professora Inês Mestrinho. Volta a sorrir: “Felicidade. Sinto-me feliz!”.
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DAR FORMA AOS SONHOS Inês Mestrinho coloca miúdos e graúdos a dançar “sob as estrelas”. O projecto criativo e inclusivo transporta uma mensagem de respeito pelo outro e pelo Planeta. Há quanto tempo promove dança criativa? Dou aulas desde 2006/2007 a pessoas dos 3 aos 80 anos em diversos contextos sociais, em diversas instituições e inseridos em diferentes projectos. Uns mais artísticos, de dança inclusiva, de dança como ferramenta terapêutica, entre outros. Como surgiu o projecto de aliar crianças com diferentes desenvolvimentos cognitivos e/ou físicos? A ideia de inserir os utentes da UNIR surgiu da professora Antonieta que, sendo mãe de um rapaz utente da associação, nos abriu o caminho para esta parceria que se mantém até hoje. Pode fazer uma breve descrição do projecto? Sob as estrelas é um projecto de criação artística e dança com base na relação do Homem com o Ambiente. Em cada local da nossa casa comum - a Terra - diferentes povos se relacionam especificamente com o ambiente em que vivem. Desde o princípio dos tempos que a humanidade, tal como as outras espécies, luta pela sobrevivência, adaptando-se, fugindo, migrando, criando raízes, combatendo outros da própria espécie pelo domínio do território, da água, umas vezes vivendo, outras sobrevivendo com diferentes crenças, invocando ajuda e força para continuar na tentativa de existir o melhor possível, cada um de nós e todos juntos, sob as estrelas. Ensinar através da arte, da dança, é ensinar totalmente. É fazer com que as pessoas vivam, sintam, experienciem com o corpo o que a mente aprende em teoria. Pensar por si próprio, imaginar, questionar e depois criar. Sob as estrelas faz parte de um projeto maior de dança e ambiente/educação pela arte, realizado desde o ano letivo de 2010/2011, mas que todos os anos muda de tema e de turma escolar. Como têm sido as reacções por parte de alunos e utentes da UNIR? Brincam e aprendem muito uns com os outros e penso que também se surpreendem com as capacidades, criatividade e conquistas dos colegas. Existe espírito de equipa e apoio mútuo. As crianças quando bem direccionadas são óptimas a inserir os utentes da UNIR, fazem-no de forma
Inês Mestrinho
bastante natural. Temos momentos de partilha muito bonitos! Quais os principais benefícios que afere da realização de um projecto desta natureza? Tantos… A experiência de criar algo de raiz, algo artístico que contém algo de seu é fortíssima e inesquecível para todos. A capacidade de se colocar em jogo, de assumir as suas vontades, dificuldades, felicidades e expectativas. Enfim, além do reforço da auto-estima, todos os benefícios associados à dança, a nível físico, mental, de coordenação, lateralidade, memória, ritmo, relação com a música, com o espaço, com os outros, com os objectos. Também a parte social, da pesquisa, da partilha, da aceitação e integração das diferenças. Por outro lado, a vertente ambiental e artística! É um projecto que os torna mais fortes, mais seguros e lhes abre a mente em várias direcções: natural, humana, artística e pessoal. Sim, porque nestes processos aprendemos muito sobre nós próprios também! Que outros parceiros se aliam ao projecto, além da Escola, da UNIR e do CA/Câmara? Há convidados, alunos meus de outros contextos que incluí no projecto há 3, 4 anos atrás por forma a enriquecê-lo e a fazê-lo crescer. Nomeadamente, alunos séniores do projecto Clube Avô de Albufeira, alunos da Associação Semente de Alfarroba de Tavira, do ATL - A Pimponeta, Faro e do Estúdio de Bordeira. Desta forma, ligamos várias gerações e localidades do Algarve, porque a diversidade nos torna maiores e mais ricos.
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Tem sido fácil a relação entre os vários parceiros do projecto? Sim sempre, com total sinceridade! Tenho a sorte de ter colocado o meu primeiro projecto Da Serra ao Mar (em 2010) nas mãos da Eng.ª Lina Madeira da CML, a quem de entre todos os elementos da equipa mais directa, agradeço especialmente, por ter acreditado e apoiado de todas as formas possíveis, desde o início. A partir daí a equipa foi crescendo. Temos sempre um representante da Almargem que alterna anualmente e o Zé Paulo, técnico da Unir, que também é já um grande amigo. A Elizabete Ribeiro traduz em imagens e filmes as minhas ideias e mensagens, o que o faz de forma brilhante. No dia da apresentação conto com a ajuda de várias pessoas, normalmente mães ou amigas que cuidam das crianças, ajudam com os figurinos, entradas e saídas em palco, refeições... O que se pode esperar da apresentação de Junho no Cine-Teatro Louletano? Nada!!! Ahhh.... apareçam sem expectativas! De mente e coração abertos. Consegue dizer-nos o que é a dança em meia dúzia de palavras? Movimento consciente realizado pela totalidade de um ser que se expressa. Acho que neste momento é isto... Volte a perguntar daqui a uns anos e vamos ver se algo mudou!
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ACONTECEU NA FMVG
12.º ENCONTRO DE GENEALOGIA DO ALGARVE EM QUERENÇA De manhã uma incursão pelo interior do concelho de Loulé. À tarde, a sessão de trabalho na FMVG. O 12.º Encontro de Genealogia do Algarve decorreu no passado dia 21 de Abril e o interior de Loulé foi assinalado no percurso dos genealogistas. Júlio de Sousa, director municipal da Câmara Municipal de Loulé e organizador do Encontro, elenca os locais visitados: “A capela de Nossa Senhora da Glória em Benafim, com a identificação dos elementos da cultura judaica presentes e as ruínas do castelo de Salir onde se identificaram alguns elementos da cultura mourisca naquela vila.” Querença surge como opção natural do roteiro: “Além de ser considerada uma das aldeias mais emblemáticas do concelho e reunir - na Fundação Manuel Viegas Guerreiro - excelentes condições para uma iniciativa desta natureza, quisemos também que a este 12.º Encontro ficasse associada a memória do Engenheiro Luís Guerreiro, o “Engenheiro das Letras”, nas palavras do Professor Joaquim Magalhães. O Engenheiro Luís Guerreiro era conhecido de muitos dos participantes e foi presidente da Fundação até ao dia do seu falecimento, em 14 de agosto de 2017.”
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A chuva forte não demoveu os de mais de trinta genealogistas em prospecção pelo interior de Loulé. A origem dos Faísca fez parte da agenda.
No regresso da experiência gastronómica em Querença e antes do início dos trabalhos na FMVG
A tertúlia genealógica em Querença lançou luz sobre um dos ramos da família Faísca, a partir de um casamento que ocorreu em Vale de Alcaide, berço dos Faíscas de Querença. Rui Pereira respondeu assim ao repto lançado no Encontro ante-
rior, em S. Brás de Alportel. O próximo realizarse-á em Aljezur, quem sabe, com novas informações sobre a família Manuel Viegas Guerreiro. O desafio foi lançado em clima de festa por Gabriel Gonçalves, presidente da FMVG.
Oito alunas da Universidade Sénior de Loulé elevaram as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen em Querença, na tarde de sábado, 28. "Temos que fazer coisas!", recordava o encenador José Teiga no início da apresentação, evocando Luís Guerreiro, as conversas e os tempos em que ambos organizavam "coisas" na Fundação Manuel Viegas Guerreiro. Ficou a mensagem de que estas ainda se continuam a realizar, apesar da sua ausência física. A Fundação Manuel Viegas Guerreiro reconhece e agradece a amizade e o profissionalismo de todos os que fazem o caminho da Cultura com esta Casa.
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SOPHIA - A SENHORA DO MAR, PELA UNIV. SÉNIOR DE LOULÉ
Final da apresentação de poesia e textos de Sophia de Mello Breyner Andresen no auditório da FMVG
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Adrina, 12 anos e o irmão Adrin de sete são nepaleses. Há três anos que chegaram a Portugal. Harnoor também tem sete anos mas veio da Índia. Joelma, 15 anos e a irmã Isménia de 13 são guineenses mas vivem em Almancil. Estão em Portugal há um ano. Leonardo, 27 e Charly, 23, representaram a juventude venezuelana. Juntaram-se Leandra e Kendry, adolescentes da República Dominicana. Ao todo, 14 imigrantes a residir no concelho de Loulé, representantes de seis nacionalidades não europeias, marcaram presença em Querença, no passado dia 25 de Abril, pela mão da Fundação António Aleixo, ao abrigo do projecto de integração de estrangeiros Loulé sem fronteiras. Numa parceria com a FMVG e a Associação Cívica Tomaz Cabreira, fez-se o elogio à Liberdade sem restrições e observou-se a sua apropriação pelos mais jovens. A integração das várias nacionalidades participantes com os portugueses e habitantes de Querença aconteceu ao longo da manhã na acção Pintura entre Culturas. Vio Roussier e Paula Rocha ajudaram na dinamização. Já perto da hora do almoço, o grupo do Loulé sem Fronteiras e coordenadores assistiram à ante-estreia da exposição de fotografia de Diogo Margarido: Graffitis e cartazes do PREC –
ORGANIZAÇÃO:
MM LSF/FAA
ainda patente na Biblioteca da FMVG. Usando da sua liberdade de pensamento e acção, Cristiano Almeida, nove anos, natural de Cabo Verde decidiu nesta altura cantar os Parabéns a Você a Dulce, que nasceu a 25 de Abril. Em tom festivo observaram e comentaram os 20 painéis tratados por alunos da Escola Secundária de Loulé (ESL), incubadora da exposição, através de uma parceria entre a escola e a Câmara Lúcida - Associação de Estudos Fotográficos. A turma de multimédia, orientada pelo professor Júlio Ribeiro tratou e digitalizou todo o material exposto. A foto de despedida impôs-se e Cristiano soltou de novo a palavra. No momento de dizer “cheese” optou por “Liberdade”. Ficou na fotografia de t-shirt verde, pintada de cravos vermelhos oferecidos. A tertúlia Conversas Informais obteve a atenção da plateia. Da mesa fizeram parte Gabriel Guerreiro Gonçalves, presidente da FMVG, Nelson Dias, consultor do Banco Mundial, Ivone Silva, educadora da Casa da Primeira Infância, Luís Barriga, escritor, Maria Teixeira e Daniela Rodrigues, alunas da ESL. José Dantas, presidente da Associação Cívica Tomaz Cabreira assumiu a moderação. A partilha de pensamento, valores e experiências perdurou ao longo do almoço-convívio no restaurante Tasquinha do Lagar, participado por mais de 40 pessoas.
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Período Revolucionário em Curso de 25 Abril de 1974 a 1977, organizada por Dulce Margarido e
LSF/FAA
LSF/FAA
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LB
Representantes de seis nacionalidades não europeias coloriram Abril em Querença. O encontro de culturas deu-se através da pintura, da palavra, do gesto e do olhar.
MM
ABRIL SEM FRONTEIRAS
APOIO:
BREVES
TV
LUÍS GUERREIRO HOMENAGEADO EM LOULÉ
Em dia de actos solenes, o Município louletano presta homenagem a várias personalidades. Entre elas, o anterior presidente da FMVG, Luís Guerreiro, o “Engenheiro das Letras”, como o Professor Joaquim Magalhães o reconheceu.
A placa toponímica com a inscrição “Rua Luís Guerreiro | 1960 - 2017 | Engenheiro Civil, Bibliófilo e Investigador de História Local” será descerrada às 12h00 de dia 10 na Urbanização Boa Entrada, onde residia em Loulé.
H2O POUPA-ME Querença irá receber cerca de 400 alunos dos Agrupamentos de Escolas Padre João Coelho Cabanita, EB 2, 3 Engenheiro Duarte Pacheco, Escola Secundária Dra. Laura Ayres (concelho de Loulé) e Escola Secundária João Belchior Viegas (S. Brás de Alportel). Os alunos apresentarão os trabalhos realizados junto dos 25 professores que constituem a turma deste ano do Centro de Formação de Professores de Loulé. O tema é a água e o projecto dá pelo nome de H2O Poupa-me.
OFICINAS DOS SENTIDOS
PRÓXIMAS DATAS: 7, 19 e 21 de Maio MM
Os ateliers de pintura que têm vindo a ser regularmente dinamizados em Querença desde o início do ano apresentam novas datas para o mês da Espiga. Às segundas-feiras, dias 7 e 21 de Maio, terão lugar entre as 14h30 e as 17h00. No sábado, dia 19, entre as 10h30 e as 13h00. No passado dia 28 de Abril, os trabalhos realizados até à data estiveram em exposição no 2.º Encontro de Artistas da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim. Recordamos que todo o material necessário para participar nos ateliers é fornecido gratuitamente no local.
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FICHA TÉCNICA: Edição: Textos: Marinela Malveiro Paginação: Marinela Malveiro Fotografia: Luís Barriga, Loulé sem Fronteiras / Fundação António Aleixo, Manuel Viegas Guerreiro, Marinela Malveiro, Telma Veríssimo, cedência de Inês Mestrinho e CA/CML Secretariado: Fátima Marques Impressão: Gráfica Comercial - Arnaldo Matos Pereira, Lda., Zona Industrial de Loulé Lt. 18, Loulé, Faro | T. 289 420 200