NEWSLETTER FMVG N.º 8 DEZEMBRO 2017 | CULTURA ALGARVE

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newsletter n.º 8, Dez./2017

VIAGEM INTERIOR

2 Fernando Santos Pessoa homenageado em Faro

4 Entrevista a Telma Veríssimo | Viagem Interior: da exposição ao livro 7 Aplauso Internacional ouve-se na aldeia de Querença


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DESTAQUE

INTERVIR NA PAISAGEM

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2017 é o ano em que Fernando Santos Pessoa é homenageado na Academia de que foi forte impulsionador. É o ano em que lança mais um livro e em que co-assina um jardim botânico in situ no Algarve. Cláudio Torres, director do Museu de Arqueologia de Mértola, participou como um dos palestrantes no 2.º ciclo de conferências sobre arqui-tectura paisagista da Universidade do Algarve (UAlg) e como convidado na festa de aniversário de Fernando Santos Pessoa, no passado dia 16 de Novembro. “Ele é um tipo estranho. Em vez de aprender a construir, que é aquilo que o arquitecto é habitualmente ensinado a fazer, ele aprendeu a olhar de uma forma diferente. Este homem, o arquitecto Fernando Pessoa, vê o conjunto, vê o acidente e começou a ver o pormenor dentro da própria estrutura da paisagem. Uma pequena hortinha, uma velha oliveira, um muro fora do comum. Ensinou-nos a todos a olhar melhor a paisagem e a respeitá-la e a todos os elementos que habitualmente nos passam ao lado.” Amélia Santos, aluna de Fernando Pessoa, também não faltou à festa na UAlg: “Conheço o arquitecto há 30 e poucos anos. Foi meu professor e orientador de estágio na tese de licenciatura sobre

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Artigos de jornal, conferências e palestras fazem mais de duzentas páginas. Intervir na Paisagem é o mais recente livro do arquitecto paisagista Fernando Santos Pessoa e fala de actos políticos.

Celebração na Universidade do Algarve, Faro

intervenções no espaço público no Algarve. Ele conseguia cativar os alunos com 18, 19 anos sem recurso a tecnologias. A forma como se exprimia era muito envolvente e contava a sua experiência, a sua sabedoria. Foi sempre uma pessoa muito descontraída que, mais do que nos transmitir regras e imposições, nos transmitia uma cultura. Cultura do que é o mundo rural, a vida ligada à terra.” Foi em ambiente académico que Fernando Santos Pessoa apagou as velas do seu 80.º aniversário,

Sessão de autógrafos na Universidade do Algarve, Faro

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com direito a parabéns e salva de palmas de várias gerações de alunos. Marcos Evangelho, a frequentar o 3.º ano de Arquitectura Paisagista ouviu pela primeira vez o nome do arquitecto da Figueira da Foz no início do curso: “Logo no 1.º ano demos alguns projectos que fez.” O colega Filipe Serra, que assistiu à palestra de Cláudio Torres, fez a ponte entre a ruralidade mencionada e as matérias leccionadas: “Já apresentámos projectos tanto na serra como na cidade. Na serra era uma casa rural típica, com um jardim mediterrânico. Os nossos projectos contemplam alguns dos aspectos do mundo rural. É necessário fazer algumas hortas, seja para consumo próprio ou utilização comercial. Eu vejo-me a fazer tudo, aqui no Algarve.” Paula Medeiros, caloira na UAlg, trouxe do Brasil o sotaque e o horizonte de Mato Grosso: “Eu venho de uma região que é de pura agricultura mas mais focada na soja. Chega a ser preocupante porque é uma terra muito boa que poderia ter aproveitamento para tudo e focou-se só na soja! Estou aqui há um mês e ainda estou a descobrir tudo por aqui, mas gostei bastante desta conferência.” Sobre Fernando Santos Pessoa só sabe o que a professora ensinou na aula de introdução à arquitectura. Cláudio Torres, outro “peso pesado” do mundo rural, tenta ler o olhar dos alunos que participaram na conferência: “Neste momento, eu conheço mal a nova geração, mas há aqui uma coisa que é o respeito do jovem por esta personagem, por este homem que não é desconhecido, que faz parte de uma cultura geral. Senti isto hoje aqui pela forma como os jovens olham para ele.” A conferência antecedeu a homenagem “Toda a Paisagem é Cultural” e o lançamento do livro Intervir na Paisagem, lançado em Faro no passado dia 25 com a chancela da Argumentum. A iniciativa enalteceu o projectista, planeador, professor, escritor, divulgador, biógrafo, representante de relevantes cargos públicos, fundador da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas e criador do curso da UAlg. A homenagem, organizada pelas duas últimas entidades, reuniu cerca de 60 colegas, admiradores, amigos e ex-alunos


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ARTE POLÍTICA Um Mestre da Natureza em discurso directo. Oito décadas volvidas, Fernando Santos Pessoa diz-se orgulhoso do seu percurso.

SOBRE FERNANDO PESSOA Engenheiro silvicultor e arquitecto paisagista, começou por ser administrador florestal na Região Autónoma da Madeira e responsável pelo Jardim Botânico madeirense. Foi fundador e primeiro presidente daquele que é hoje o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Docente em várias academias, co-fundou o curso de Arquitectura Paisagística na Universidade do Algarve, ao lado de Emília Costa. Ao longo do seu percurso, assumiu uma nova linguagem no que diz respeito à protecção e conservação do ambiente. Introduziu o conceito de ecomuseologia. Recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Centenas de textos reflectem o seu pensamento e o seu olhar sobre as políticas públicas. Autor de inúmeros projectos associados ao ordenamento de espaços verdes e à construção de jardins, co-assinou recentemente o Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, a ser construído no complexo cultural da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, na aldeia de Querença.

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TV

que elevaram aquele que consideram o seu mestre. O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, marcou presença. Um almoço de confraternização selou a homenagem a Fernando Santos Pessoa.

Fernando Santos Pessoa recebeu uma Quercus canariensis, carvalho da flora algarvia ameaçado pelos fogos e que ajudou a preservar em Monchique

“ A arquitectura é

Qual a mensagem do livro Intervir na Paisagem? A mensagem desta obra é que a arquitectura paisagista, como dizia o professor Caldeira Cabral, é uma arte política, no sentido em que mexe com a Chegamos a velhos e lembram-se de nós e dessas vida das pessoas, dos seres vivos. Ao intervir na coisas todas. O que é bom é ver que tenho muitos paisagem, está-se a fazer um acto político. Todos amigos. Muitos foram meus alunos, sobretudo de os aspectos que têm a ver com a paisagem, sejam Évora e ver que já são doutores enche-nos de os incêndios, sejam as florestas, tudo isso interes- orgulho. Também este ano assina a co-autoria do Persa ao arquitecto paisagista. O facto de o livro ser apresentado na UAlg atri- curso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, bui-lhe um valor acrescido? a mais recente aposta da FMVG. O que representa Para mim tem um grande projectá-lo para Querença? significado. Eu olho para trás e, sem falsas modéstias, acho O facto de a Fundação ter um que nunca fiz nada extraordipatrono no campo da Antroponário, fiz aquilo que qualquer logia de quem fui muito amigo, Manuel Viegas Guerreiro. Por pessoa faria. Tenho pena de ter deixado de dar aulas. Nunoutro lado, o jardim in situ é ca fui professor, dei aulas. Projecção 3D do Percurso Eco-Botânico dedicado a Manuel Gomes Ajudei a criar o curso com a Guerreiro, engenheiro Manuel Gomes Guerreiro, Querença professora Emília Costa, silvicultor e ecologista que merece também ser perpetuado aqui. A terceira batemo-nos os dois por isso. Tenho uma certa paixão pessoal por esta Universidade e fui muito questão é que a flora do Algarve merece um local amigo do professor Manuel Viegas Guerreiro, que especial para ser valorizada e estudada. Mais do foi um dos meus grandes amigos, portanto esta que um jardim, trata-se de um percurso onde as universidade tem muito a ver comigo. pessoas podem ver a vegetação natural da região. Há aqui outra coincidência, o seu aniversário…

uma arte política

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ENTREVISTA

Natural de Faro,

TELMA VERÍSSIMO interessou-se pela possibilidade de deserto no Algarve ao ler nas notícias a sua própria história. O lugar antes ocupado pelos seus avós está abandonado e as novas gerações crescem no litoral algarvio. Viagem Interior cumpriu-se em exposição itinerante. Sai este mês em livro. Telma estudou fotografia no Porto e no regresso ao Algarve fotografou para o Público, Diário de Notícias, Casas de Portugal, outros periódicos e entidades nacionais e regionais. da terra, os períodos de seca são cada vez maiores, as árvores ressentem-se com a falta de humidade e sucumbem a doenças... São muitos factores a contribuir para a degradação e poucas soluções à vista. Porquê a escolha do preto e branco? O preto e branco foi uma escolha que surgiu com a evolução do trabalho. Gosto muito da fotografia a cores, mas as imagens e o tema pediam para ser a preto e branco e eu obedeci. Há algumas fotografias que a cores poderiam ser alvo de outro projecto? Não pensei nisso, mas se sentir que faz sentido nalguma situação concreta não hesitarei. Alguma zona ou fotografia a marca mais? Sim. As situações que me marcaram mais foram

ML

Porquê o tema da desertificação? A iniciativa de avançar com este projecto surgiu em 2016, depois de ter lido uma notícia sobre a ameaça de desertificação no Algarve. Tive a sensação de estar a ler as mesmas palavras de há 20 anos. Resolvi ir para o terreno procurar evidências do que está a acontecer. Em que momento despertou para o tema? Há cerca de duas décadas. O despovoamento é uma realidade que conheço de perto. Os meus antepassados são do interior e os locais onde eles viveram estão vazios, as gerações mais novas da minha família nasceram e cresceram no litoral. De que forma todo este processo, que durou cerca de um ano, foi também ele transformador para a Telma? Este processo ajudou-me a conhecer melhor os fenómenos de desertificação e despovoamento na região. Encontrei um território mais abandonado do que estava à espera. Isso surpreendeu-me porque não pensava encontrar um cenário particularmente animador. Há freguesias que estão simplesmente a desaparecer. O número de crianças é cada vez mais reduzido e não há forma de evitar que assim seja. Não há empregos, é difícil viver

SENSIBILIZAR É PRECISO

José Carlos, coveiro em Salir há 18 anos, Loulé. Viagem Interior: “vazios”

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aquelas que revelaram o carácter volúvel e frágil da vida. Por exemplo, uma foi a do coveiro de Salir a lamentar o desaparecimento das pessoas da terra. Outra aconteceu quando encontrei dois funcionários da junta de freguesia de S. Bartolomeu de Messines a auxiliar um cão que ficou abandonado depois de o dono ter tido um AVC. Impressionou-me também encontrar um casal idoso e doente, sem apoio familiar, ou verificar como as consequências de um incêndio se manifestam vários anos depois de este ter acontecido. Qual tem sido a reacção do público a esta realidade do Algarve? Nem todas as pessoas reagem bem. Há quem considere que só se deve mostrar o bom e o bonito. Por outro lado, há quem fique emocionado porque tem a oportunidade de reencontrar um interior que pertence à sua história de vida e também pelo confronto com a degradação e o abandono. É matéria para pensar e pesar. Houve várias pessoas que vieram agradecer-me e eu não estava à espera. Um estrangeiro residente disseme: “Obrigado, esperei muitos anos por isto”. Vários visitantes, portugueses e estrangeiros, pediram para pôr este trabalho em livro.


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Por onde já passou a exposição? Por oito espaços no Algarve, de Alcoutim a Aljezur. Passou por Querença, S. Bartolomeu de Messines, S. Brás de Alportel e, no Verão, pela Assembleia da República, Lisboa. A exposição tem o alto patrocínio da Assembleia da República. Qual a importância desse apoio? Este apoio valida o projecto e confirma a importância de pensar nestes problemas, porque são multifacetados, complexos e podem ter efeitos muito negativos a longo prazo. Sensibilizar é o primeiro passo e é isso que esta exposição pretende fazer. Que locais estão previstos receber a exposição em 2018? Para já, a exposição está requisitada para a sede do Parque Natural da Ria Formosa, na Quinta do Marim, Olhão e para a Casa do Sal em Castro Marim. Pode falar-nos um pouco sobre o livro? A realização de um livro foi planeada desde o início e, com os vários pedidos feitos nesse sentido, tornou-se obrigatória. O livro reproduz quase na íntegra as imagens e os textos da exposição e pode ser encomendado online em www.viageminterior.pt. Em que fase de produção é que se encontra? O livro está na gráfica e, portanto, deve estar pronto na primeira ou segunda semana de Dezembro. Onde e quando irá ser lançado? Neste momento, o que está previsto é ir fazendo a apresentação do livro nos locais por onde a exposição for passando. Está marcada uma apresentação para o dia 6 de Janeiro de 2018 às 16h30 no Parque Natural da Ria Formosa, na Quinta de Marim. Outras apresentações serão anunciadas no site.

Família muda-se da cidade, Lagos, para o campo, Monchique. Viagem Interior: “contracorrente”

“ É matéria para pensar e pesar ”

Telma Veríssimo na Assembleia da República durante a exibição de Viagem Interior

VIAGEM INTERIOR EM QUERENÇA A exposição que retrata o despovoamento e a desertificação do interior, bem longe da realidade de Verão que os portugueses e estrangeiros transportam no seu imaginário, está patente na FMVG até ao final do ano, com entrada gratuita. Por ocasião do 2.º Festival Literário Internacional de Querença, em Maio deste ano, esteve presente o conjunto de painéis que completa a colecção de 67 fotografias que integra o livro lançado este mês no Algarve. Para memória futura, Telma Veríssimo fixa a cultura dos saberes ancestrais nas imagens desta “viagem interior”. Saberes que tendem a desaparecer juntamente com a paisagem.

Por outro lado, reflecte também alguns projectos que combatem a sua perda total e contrariam o isolamento das populações do Algarve interior. A exposição que já percorreu Odeleite, Alcoutim e outros pontos mais a Norte da região, começará o novo ano a visitar a beira ria. É para lá que está agendada a apresentação de Viagem Interior, versão livro, na sede do parque Natural da Ria Formosa, Olhão. Mais sobre a sua viagem em: http://viageminterior.pt/exposicao-itinerante

Operação Montanha Verde, responsável pela plantação de 5 800 árvores há um ano, em Silves. Viagem Interior: “contracorrente”

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NOTÍCIAS A experiência de uns e a visão de outros expostas num ciclo de conferências. Reunir um painel de pensadores e “homens do terreno” para pensar um Algarve mais coeso e aguerrido resulta no mote “Território e identidade: Desafios para o séc. XXI”.

ALGARVE FUTURO Ao primeiro encontro do ciclo de conferências “Território e identidade: Desafios para o séc. XXI”, foram chamados nomes bem conhecidos da praça, a começar pelo advogado e professor catedrático, Adriano Moreira. Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, entrou na conversa via Skype e ilustrou com nomes de poetas e pensadores algarvios a paleta cultural da região. Para pensar um Algarve Futuro, compareceu ainda Paulo Teixeira. Vindo da área jurídico-política, é o rosto do futuro Museu Zero, o primeiro centro de artes digitais do mundo, Tavira, que apresentou

como sendo um exemplo de que é possível fazer e inovar no Algarve. O antigo reitor da Universidade do Algarve lembrou que a região não tem sabido congregar objectivos para se projectar como autónoma. Arquivo Histórico de Albufeira Idálio Revez, vice-presidente da FMVG e moderador de serviço, lançou para título os muitos dias de Sol que o Algarve soma mas que o mantêm na sombra ao longo dos anos. O auditório da Escola Secundária João de Deus, com cerca de 250 pessoas, ouviu com atenção e na hora do debate muitos foram os que não perderam a oportunidade para evidenciar o seu pensamento e criticar o que vai mal no Algarve.

Em 2018, as áreas da economia, ambiente, cultura, educação e cidades estarão em análise e em processo crítico de construção ao longo deste ciclo sobre o Algarve, Portugal e o Futuro. A segunda sessão tem data de 26 de Janeiro e terá a economia como tema central. Da lista de convidados fazem parte André Jordan e Vítor Neto. António Rebelo de Sousa também estará presente para apresentar o livro O Algarve em Números. “Território e identidade: Desafios para o séc. XXI” é uma iniciativa do Rotary Club de Faro e da editora Sul, Sol e Sal.

FORMAÇÃO

ATELIERS NA FMVG

Serigrafia de Catarina Castel-Branco

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A Fundação Manuel Viegas Guerreiro prepara-se para acolher dois ateliers de artes plásticas em Janeiro de 2018. Um será de serigrafia e outro de pintura a aguarela, ministrados por Catarina Castel-Branco e Ana Viegas. Siga-nos em www.fundacao-mvg.pt ou em www.facebook.com/ManuelViegasGuerreiro Na próxima edição da newsletter da FMVG também publicaremos toda a informação relativa a estas formações.


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DIA DO APLAUSO extensa lista de pessoas a quem agradece por fazerem dela uma menina feliz. A Inês é grata pelas férias de Verão. O Miguel pela comida boa que a mãe lhe faz. As crianças agradecem aos pais porque abraçam, ao irmão porque muito brinca. O gesto e a palavra foram celebrados com uma salva de palmas à hora marcada, às 10h15, em sintonia com o Município, com outros pontos do país e do planeta.

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A escritora Teresa Rita Lopes disse um dia que também se faz poesia com gestos. Foi o que aconteceu em Querença quando os alunos da Escola JI/EB1 deixaram as suas mensagens de agradecimento no Mural do Aplauso, sob o mote: "Eu agradeço a...". A pretexto do Dia Internacional das Cidades Educadoras, assinalado a 30 de Novembro, todos foram desafiados a agradecer a alguém: ao carteiro, ao médico da aldeia, à vizinha, ao pai ou à mãe. Ao periquito ou ao cão Anda Cá, que persegue o dono à saída do café da D. Rosa. Corre sempre ao seu lado, à boleia da motorizada, seguindo veloz com os dentes presos à bota do dono. Mas os meninos e as meninas da escola de Querença agradeceram a entidades mais elevadas e também às que, cá na Terra, lhes dão carinho e atenção. A Maria Carolina agradeceu a todos os que partilham o conhecimento com ela. A Leonor tem uma

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Foi assim que no Dia Internacional das Cidades Educadoras, Querença lembrou uma das três palavras mágicas aprendidas na infância: "Obrigado". Todos sabiam a lição e compreenderam que a felicidade que sentiam ao desenhar e agradecer àqueles que amam é para manter ao longo da vida. Loulé é um dos cerca de 60 municípios pertencetes à Rede Nacional Cidades Educadoras e integra a Associação Internacional, num total de 37 países e 490 cidades. No concelho algarvio há mais de 20 associações, instituições e organismos a pensar a educação e a partilhar vários projectos no exercício da cidadania. Pode seguir as suas acções no Facebook em Loulé Cidade Educadora. No Facebook da FMVG poderá ver como foi comemorado o Dia Internacional em Querença, com direito a aplauso na aldeia.


FICHA TÉCNICA Edição: Textos e Paginação: Marinela Malveiro Fotografia: Mário Lino, Marinela Malveiro, Filipe da Palma e Telma Veríssimo Secretariado: Fátima Marques Impressão: Gráfica Comercial - Arnaldo Matos Pereira, Lda. | Zona Industrial de Loulé Lt. 18, Loulé, Faro | T. 289 420 200

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