Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS)
Relatório de Atividades e Gestão Ano de 2018
Índice Introdução .5 I. CICA .11 1. Os acervos: acolher, tratar e disponibilizar .13 1.1. Tratamento técnico e gestão de plataformas digitais
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1.2. Apoio a investigadores .15 1.3. A FIMS enquanto espaço de formação/partilha de conhecimento
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II. Comunicação .19 .20 1. Dinamização cultural e artística: estudar, debater e divulgar 1.1. Em torno dos acervos recentemente acolhidos na FIMS
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1.1.1. Alfredo Matos Ferreira .22 1.1.2. Fernando Lanhas .24 1.1.3. Raúl Hestnes Ferreira .26 1.1.4. As doações de Carlos Carvalho Dias e Álvaro Cancela Meireles
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1.2. Mostrar, pensar, debater: outras iniciativas propostas pela FIMS
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1.3. A FIMS em rede: acolhimento, colaboração, apoio
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1.3.1. Na sede da Fundação .36
1.3.2. Colaborações e/ou partilha de documentação FIMS
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1.3.3. Apoios à divulgação .43 -
2. Atividade editorial
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2.1. Projetos promovidos pela FIMS .44 2.1.1. Edições impressas .45 2.1.2. Edições digitais .45 2.1.3. Edições em preparação .45 2.2. Distribuição comercial e ações promocionais
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2.3. Apoios a projetos editoriais externos
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3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação .48 III. Património .51 1. Prática de restauro e intervenção pública
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2. Património Imóvel: gestão corrente
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2.1. Casas-Sede da Fundação .53 2.2. Outros imóveis .53
IV. Contas .54 Conclusão
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Introdução A Fundação Instituto Arquiteto José Marques da Silva (FIMS) tem como desígnio ser uma instituição de referência no domínio da cultura arquitetónica, a nível regional, nacional e internacional. Congrega um conjunto de circunstâncias que a tornam única: ancorada na missão de promover científica, cultural, formativa e artisticamente o património arquitetónico de José Marques da Silva, assim como proceder à classificação, preservação, investigação e divulgação do seu acervo arquitetónico, artístico e bibliográfico legados pela sua filha e genro – os arquitetos Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva – tem vindo a reunir, no espaço onde estas duas gerações de arquitetos implantaram os seus lugares de vida e de exercício profissional, um corpo documental cada vez mais expressivo pela dimensão dos múltiplos suportes documentais que integra e pela relevância crescente do seu conteúdo, decorrente da incorporação de acervos de outros arquitetos e de um intensivo e cuidado trabalho de classificação, estudo e divulgação. Um processo iniciado em 2011, com a receção do arquivo profissional e bibliográfico do arquiteto Fernando Távora, seguido pela doação dos acervos de José Carlos Loureiro, Alcino Soutinho, João Queiroz, Manuel Teles, Alfredo Matos Ferreira, Octávio Lixa Filgueiras, José Porto, Alfredo Leal Machado. Em 2018, esse corpo documental registou importantes contributos passando a contar com os arquivos profissionais e núcleos bibliográficos de Fernando Lanhas, Raúl Hestnes Ferreira e Rui Goes Ferreira, arquitetos que na singularidade dos seus percursos e pela geografia dos seus ateliers, designadamente, Porto, Lisboa e Madeira, ampliaram a abrangência e o sentido do corpo documental da instituição. Ainda que parciais, mas relevantes pelo seu simbolismo foram também as doações de registos documentais produzidos no âmbito do Inquérito à Arquitetura Regional em Portugal, pelo arquiteto Carlos Carvalho Dias, e os registos académicos e profissionais doados pelo arquiteto Álvaro Cancela Meireles, referentes a trabalhos desenvolvidos para a cadeira e Arquitetura Analítica, lecionada por Octávio Lixa Filgueiras na Escola Superior de Belas Artes do Porto, e ao levantamento do castelo de Vila Nova de Cerveira. Destaque-se ainda o acolhimento da coleção Pessoana de Fernando Távora, iniciado em 2017, a mais importante coleção particular de manuscritos, dactiloscritos e impressos reunida em torno de Fernando Pessoa, extensiva a outros nomes da geração de Orfeu, como Mário de Sá Carneiro, Alfredo Guisado ou Ronald de Carvalho e com particular relevância para Raúl Leal, com documentos inéditos e essenciais para o reposicionamento desta figura no panorama literário português. Um alargamento traduzido no interesse já expresso por investigadores provenientes de domínios que extrapolam o estrito âmbito da arquitetura e do urbanismo. Para materializar o potencial da documentação produzida e realizada por arquitetos e ateliers de arquitetura, em termos informacionais, a instituição tem vindo a implementar e a testar, conjuntamente com a Universidade do Porto, entidade tutelar, a aplicação da teoria sistémica. Esta orientação metodológica implica a definição de
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uma estrutura orgânico-funcional para cada Sistema de Informação, compreendendo a inter-relação da generalidade dos componentes constituintes de cada um desses Sistemas (documentos em papel, desenhos, livros, periódicos, maquetas e outros suportes), entre si e em plataformas digitais específicas onde é garantida a relação entre documento e/ou objeto físico, documento digital original e cópias digitais. É de destacar que, em 2018, foi disponibilizado na plataforma AtoM, onde se encontra alojado o Arquivo Digital da Instituição, o acesso online a mais um Sistema de Informação, o do arquiteto Alfredo Matos Ferreira, reflexo da conclusão do tratamento informacional de 4,62 m/l de peças escritas e fotografias, 2099 peças desenhadas, 19 maquetas e 6 painéis produzidos no âmbito do SAAL. A Fundação tem vindo igualmente a aliar ao trabalho de acolhimento, classificação, preservação e conservação destes significativos acervos documentais de arquitetura, ao estudo e divulgação desses elementos, cuidando ainda da sua valorização científica, cultural e social no quadro de uma reflexão sobre a ideia de cidade e a sua evolução. Uma visão que passa pela acolhimento e promoção de projetos de investigação, pela dinamização de uma linha editorial que fixa conhecimento e dá voz aos investigadores, pela planificação de um conjunto diversificado de ações que sublinham a importância da preservação da memória documental como via de questionamento e compreensão da realidade que marca o presente dos espaços onde decorre a nossa vida, pela partilha pontual mas contextualizada de documentos e informações relativas ao percurso dos arquitetos representados na instituição, pelo incentivo a um olhar informado sobre o património construído. O ano 2018 foi também nesta perspetiva um caminho de consolidação e simultaneamente de expansão e crescimento: - Citem-se as exposições que deram a ver e a conhecer documentação própria, como as iniciativas em torno do acervo de Alfredo Matos Ferreira, iniciadas ainda em 2017, com as instalações-exposições “Construir um Paraíso Perdido”, na FIMS, e “Da condição da Arquitetura como expressão e sentido do comum”, na FAUP, ou a exposição dos desenhos de viagem de Fernando Távora, em Guimarães, na Sociedade Martins Sarmento, passando pela primeira mostra substantiva do núcleo de desenhos produzidos por José Marques da Silva durante a sua passagem por Paris, na exposição “Desenhos de Marques da Silva no Atelier de Victor Laloux”, patente na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, pela colaboração nas exposições de temáticas tão distintas como “A Estação de Porto S. Bento e a obra de Jorge Colaço” (Átrio da Estação de S. Bento, Porto), “Arquitetas XIX-XX” (Universidade da Beira Interior, Covilhã), “Dominicanos, Arte e Arquitetura: Diálogos com a Modernidade” (Convento de S. Domingos, Lisboa), a exposição organizada na sede da OASRN, “O percurso associativo dos arquitetos portugueses”, ou mesmo a apresentação no Porto de “os Universalistas” (Casa da Arquitectura, Matosinhos), depois de Paris, e o apoio à exposição dedicada à obra de Rui Goes Ferreira “Imagem de uma obra interrompida” (Porta 33, Funchal); um ano que iniciou a construção de uma ponte com a Colômbia
e Espanha, no sentido de criar condições para a realização de uma exposição itinerante que parte da obra de três arquitetos: Barney, Távora e Coderch, a concretizar em maio de 2019; bem como a preparação da exposição que, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, para o ano de 2019, apresenta um olhar sobre os projetos de carácter museológico de Alcino Soutinho. - Refira-se a proposição de fóruns de reflexão, caso de mais uma edição das Conferências Arquiteto Marques da Silva, em 2018 com o arquiteto Nuno Valentim e o tema “Arquitetura e Património: sem redoma de vidro”, o encontro “Cidade inventada-Cidade continuada”, que colocou os arquitetos, no salão nobre do Palácio do Bolhão, a debater o que significa projetar, nos dias de hoje, sobre o projetado, ou seja, uma e outra ação a suscitar o debate sobre o papel do arquiteto e a importância da prática projetual na transformação que a cidade do Porto atualmente presencia, ou a apresentação, na FIMS, do trabalho de investigação desenvolvido em parceria com a EAUM, “Reclaiming the use of Fernando Távora’s Municipal Market of Santa Maria da Feira”, a sinalização do Dia Internacional dos Museus com “Diálogos sobre Fernando Lanhas” e a participação nas Jornadas Europeias do Património, com a sessão que fixou a doação do acervo de Rául Hestnes Ferreira “Cinco dedos de uma mão”, a receção de um dos momentos do projeto Autofocus 2018, com o encontro “Bridging Crossroads on Architectural Exhibitions”; e refira-se ainda o debate desencadeado no contexto do lançamento do livro do arquiteto José Forjaz, na FIMS, onde como o título indica de concretizou a ação de “Pensar Arquitetura”. - Mas também os convites para uma visita aos espaços expositivos ou ao território, para confrontar o construído com as leituras que a produção de conhecimento sobre eles permite fazer, num escopo alargado de propostas, encabeçada pelas visitas aos espaços que constituem a sede da FIMS e passando pela visita ao Centro urbano de Guimarães e ao Mercado da Feira, em articulação com os Municípios locais; - A linha editorial, registou o lançamento de novos títulos que não só transportam um novo entendimento sobre a documentação preservada na instituição, como mantêm a aposta no aprofundamento e alargamento de temáticas sobre o pensar e fazer arquitetura, sobre a evolução do espaço urbano. Refira-se “Construir um Paraíso Perdido”, coordenado por Manuel Mendes, “Escritos Escolhidos”, de Giorgio Grassi, ou os textos de Andrew Saint e Elisabeth Essaïan, produzidos a propósito do programa dedicado ao centenário da Avenida dos Aliados, no Porto, neste último caso, em versão digital; - A vigilância dedicada à obra dos Arquitetos cujo acervo se encontra representado na instituição passou pelo despoletar de processos de classificação de imóveis que se encontram, presentemente em curso, mas em fases diferenciadas: o Palácio de Comércio, da Maria José e David Moreira da Silva, no Porto, em fase de instrução na Direcção-Geral do Património; a Casa da Igreja, em Mondim de Basto, de Fernando Távora, em fase de construção de um parecer fundamentado, de forma a integrar o resultado da investigação que decorre no âmbito de um trabalho de doutoramento;
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- As efemérides, seja das datas de nascimento dos arquitetos integrados na FIMS, às datas internacionalmente celebradas, como, a título de exemplo, o Dia do Livro, da Poesia, do Teatro, ou até o 1º de maio, constituíram igualmente a oportunidade para chamar a atenção para a riqueza da documentação preservada na instituição Neste enunciar não exaustivo de iniciativas e ações, com acontecimentos que marcaram a sua passagem por lugares tão distintos quanto Porto, Lisboa, Guimarães, Lisboa, Covilhã, Santa Maria da Feira ou Matosinhos, se infere que 2018 foi um ano demonstrativo da vitalidade deste projeto institucional e da sua missão, da sua capacidade para continuar a expandir as fronteiras da sua intervenção, mantendo parceiros privilegiados e fazendo crescer a sua rede colaborativa com outras entidades, a nível regional, nacional e internacional. Foi também um ano de expressão da sua maturidade e confirmação de possibilidade de renovação. De forma inesperada perdeu um dos seus membros do Conselho Geral, o Professor e Arquiteto Francisco Barata Fernandes, que oportunamente, pela temática e pelo orador, foi homenageado nas Conferências Arquiteto Marques da Silva. Nesse mesmo Conselho deu entrada um novo membro, o Professor Arquiteto Alexandre Alves Costa. Mas não só foi tranquilamente assegurada a renovação dos seus Orgãos Sociais, como também se procedeu à transição para um novo Conselho Diretivo que assume como sua principal missão o desenho de um plano estratégico que possa assegurar o desenvolvimento sustentável da FIMS e o acolhimento, a breve prazo, de mais fundos documentais, bem como o apoio especializado aos acervos da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Os resultados obtidos e que são matéria do presente Relatório decorrem e refletem a aplicação de uma visão estratégica integradora das várias linhas estruturantes do seu funcionamento: Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA), Comunicação, Património e a gestão financeira. Ressalve-se ainda que a instituição continua a manter um reduzido, mas flexível e polivalente quadro de recursos humanos - 4 elementos na sede do Porto; 2 elementos para cuidar do património rural em Barcelos – apoiado por colaborações externas, muito em particular de entidades e personalidades, maioritariamente prestadas a título gracioso ou no contexto de parcerias e apoios. -
I. CICA O Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA) da Fundação Marques da Silva é uma unidade orgânico-funcional especificamente criada para promover e garantir a preservação, a valorização e a divulgação dos acervos recebidos pela instituição, organizados numa perspetiva sistémica. No cumprimento da sua missão, tem vindo a assegurar o tratamento contínuo dos sistemas de informação que tem à sua guarda. Para além dos acervos fundadores - os dos arquitetos José Marques da Silva, Maria José e David Moreira da Silva -, conta, desde 2018, com 19 sistemas de informação, em fases diferenciadas de tratamento. A saber: os acervos dos arquitetos Fernando Távora, José Carlos Loureiro, Alcino Soutinho, João Queiroz, Manuel Teles, Alfredo Matos Ferreira, José Porto, Octávio Lixa Filgueiras, Alfredo Duarte Leal Machado, Fernando Lanhas, António Menéres, Álvaro José Cancela Meireles, Carlos Carvalho Dias, Raúl Hestnes Ferreira e Rui Goes Ferreira. De natureza diferenciada, mas complementar, registam-se os acervos, doados pelo historiador António Cardoso, de particular importância para documentar o processo de investigação desenvolvido sobre a obra de José Marques da Silva, bem como a documentação digital cedida pela família do engenheiro Alberto Álvares Ribeiro. Exclusivamente de carácter bibliográfico, são as doações do arqueólogo e arquivista Manuel Real do fotógrafo Luís Ferreira Alves e da arquiteta Margarida Coelho. O arquiteto Alexandre Alves Costa ofereceu, em momentos distintos, livros e peças desenhadas que fazem agora parte do acervo da instituição. Cabe ao CICA proceder à análise, tratamento e organização destes sistemas de informação segundo as premissas do modelo científico adotado e de acordo com normas nacionais e internacionais de descrição arquivística, bibliográfica e museológica, bem como garantir a conservação, integridade e acondicionamento adequado das várias espécies documentais que os compõem; cabe-lhe ainda elaborar instrumentos de pesquisa que possibilitem o acesso à informação, organizando, gerindo e comunicando conteúdos, tanto aos investigadores que presencialmente os procuram, quanto ao público em geral. Os acervos: acolher, tratar e disponibilizar Ao longo do ano de 2018 foram rececionados os acervos profissionais de Raúl Hestnes Ferreira e Rui Goes Ferreira, bem como doações parcelares dos arquitetos Álvaro José Cancela Meireles e Carlos Carvalho Dias. Daí resultou a incorporação de cerca de mais 100 m/l de documentação e 6 caixas relativas a entradas bibliográficas associadas ao acervo Raúl Hestnes Ferreira, a que acrescem 43 novos títulos para a biblioteca da FIMS. As plataformas Aleph e AtoM (esta em open access) continuam a ser consideradas ferramentas privilegiadas para gestão e divulgação de conteúdos documentais, tendo vindo a ser maximizada a sua utilização.
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O acolhimento de estágios curriculares, de doutoramento e pós-doutoramento, designadamente afetos à investigação dos acervos de Fernando Lanhas e Raúl Hestnes Ferreira, constituíram também importantes contributos tanto para um melhor conhecimento da documentação, quanto para obter um ritmo mais célere no seu tratamento arquivístico e consequente disponibilização pública. A resposta aos vários pedidos de cedência documental no âmbito de projetos expositivos e outras ações de divulgação foi assegurada, da mesma forma que garantida a resposta a todos os pedidos de consulta presencial. -
1.1. Tratamento técnico e gestão de plataformas digitais O fundo arquivístico, bibliográfico e museológico custodiado pela FIMS, estruturado segundo uma abordagem sistémica, integra um extenso e diversificado conjunto de documentação e de objetos, em múltiplos suportes e de diferentes proveniências. Forma, sobretudo, um corpo informacional de particular relevância enquanto memória e referencial de uma época que se estende de finais do século XIX à atualidade, intimamente ligada à cidade e à Arquitetura, à Escola e aos arquitetos do Porto, sem perda de sentido nacional e internacional. No Centro de Documentação reúne-se documentação relativa a 13 acervos de arquitetos e documentação parcial relativa a mais 4 arquitetos, 1 engenheiro, 1 historiador, muitos deles com núcleos bibliográficos associados. O quadro seguinte reflete as entradas documentais e bibliográficas registadas em 2018:
Sistema de Informação
Biblioteca (nº de títulos)
Arquivo (unidades de descrição)
Áreas temáticas
Álvaro José Cancela Meireles (1941-)
0
1 caixa de documentação e 34 peças desenhadas
Arquitetura: documentação relativa a trabalhos académico para Arquitetura Analítica e levantamento da envolvente do Castelo de Vila Nova de Cerveira
Carlos Carvalho Dias (1929-)
0
3 caixas de documentação
Arquitetura: documentação relativa ao Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa
Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018)
0
Cerca de 99 m/l de documentação escrita Peças desenhadas: 23 caixas de rolos + 2 armários verticais de arquitetura Maquetas: 49
Arquitetura, urbanismo, docência, design mobiliário: documentação do Atelier
Rui Goes Ferreira (1926-1978)
6 cx
0,5 m/l de documentação escrita Peças desenhadas: 2 armários Maquetas: 9
Arquitetura: documentação do Atelier
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A incorporação de trabalhos académicos (em formato impresso e/ou digital), desenvolvidos sobre a documentação FIMS e das edições lançadas pela instituição, seja pelas ofertas decorrentes de apoios e permutas, seja ainda por aquisição de títulos relacionados com as principais áreas temáticas contabilizou a entrada de 43 novos títulos para a Biblioteca corrente da Instituição. Tal como nos anos transatos, a política de gestão quotidiana do CICA continua a pautar-se pelo objetivo bem definido de ir ao encontro do utilizador, abrindo-se a todas as potenciais comunidades de investigadores, proporcionando uma utilização facilitada, permanente, intensiva e extensiva dos acervos. Um trabalho de mediação entre Utilizador e Informação assegurado pela implementação de procedimentos sincronizados que tanto permitem agilizar o acesso, a recuperação e a reutilização da informação, quanto estabelecer canais de divulgação e partilha da informação, no quadro da prossecução da missão traçada para a instituição. Daqui resultou igualmente o esforço de atualização permanente das bases de dados e o crescimento contínuo da informação disponibilizada à comunidade através das plataformas digitais, criadas a partir de parcerias com diversas unidades orgânicas da Universidade do Porto. Manteve-se assim a utilização do AtoM para a documentação arquivística, destacando-se, em 2018, a conclusão da catalogação e disponibilização online do acervo do arquiteto Alfredo Matos Ferreira, assim como início do tratamento da nova documentação dos acervos de: Fernando Lanhas, Manuel Teles e Octávio Lixa Filgueiras. No que respeita ao arquivo digital da FIMS, foi ainda definido um novo plano de preservação digital, que passa pelo aumento de espaço no servidor da Universidade do Porto para acolhimento/gestão dos ficheiros digitais, resultado de processos de digitalização, iniciados em meados de 2005. Esta plataforma conta atualmente com 8.680 descrições arquivísticas. Durante o ano de 2018, foram registadas 11.786 visitas ao Arquivo Digital; 3.549 pesquisas; visualizadas 89.202 páginas; e o número de downloads cifrou-se em 192. A plataforma digital Aleph, utilizado para a documentação bibliográfica destinada a armazenar e disponibilizar os registos bibliográficos referentes aos diversos sistemas de informação, conta atualmente com 6.445 registos. Foi dada continuidade à inserção de registos da biblioteca Fernando Távora (mais 100 registos) e do Arquiteto Alcino Soutinho (mais 100 registos), num total global de 200 registos. A biblioteca Fernando Távora, incorporada em 2017, foi, durante o ano de 2018, alvo de tratamento técnico (desde higienização, acondicionamento e inventariação), de onde resultou um inventário a ser inserido, numa segunda fase, na plataforma Aleph Foi também alvo de tratamento a documentação solta incorporada juntamente com a biblioteca Fernando Távora (inventariação e acondicionamento). Trata-se da coleção de manuscritos, alguns inéditos, adquiridos ao longo da vida de Fernando Távora, que são de particular relevo no quadro da geração de Orfeu.
No âmbito do projeto Quimera, que teve como objetivo a criação de um sistema integrado de gestão das bibliotecas da U. Porto e suas unidades orgânicas, foi iniciada a revisão integral do catálogo bibliográfico da FIMS no sentido de promover a sua convergência para o catálogo único da U. Porto. Nesse sentido, este ano procedeu-se ao ajustamento da linguagem de 150 registos do catálogo da biblioteca Marques da Silva/Moreira da Silva. A plataforma Index Rerum encontra-se temporariamente suspensa e em fase de transição para um modelo que permita responder às especificidades das múltiplas espécies museológicas a abranger, em consonância com as normas de descrição internacionais e as singularidades de cada uma das entidades museológicas que se encontram sob tutela da Universidade do Porto. 1.2. Apoio a investigadores Em 2018, foram recebidos 92 novos investigadores para consulta presencial, o que representa um aumento de 12 % relativamente a 2017. Número ampliado pelo apoio via webmail e/ou telefone garantido a investigadores que se encontram geograficamente impossibilitados de o fazer. E número que deve ser associado aos numerosos utilizadores que elegem a consulta virtual e autónoma das plataformas disponíveis (AtoM, Aleph e página eletrónica da FIMS) como acesso preferencial aos conteúdos documentais. As consultas foram, maioritariamente, no domínio temático da Arquitetura (82%), viagens (8%) e urbanismo (4%) dos Sistemas de Informação Fernando Távora (45 %), Marques da Silva/Moreira da Silva (30 %) e Alcino Soutinho (11%). Abrangendo um leque muito diferenciado de investigadores, foram realizadas no contexto de trabalhos académicos, maioritariamente mestrados e doutoramentos, mas também de projetos de investigação de natureza diversa, incluindo editoriais e expositivos. São de registar, igualmente, consultas que visaram obter informação para projetos de índole pessoal ou profissional. No âmbito das investigações em curso, de projetos expositivos e do programa editorial, efetuaram-se, em 2018, 1.189 digitalizações de documentos (1.111 na FIMS e 78 recorrendo a contratação externa), que passaram a constar do arquivo digital da Instituição, tendo sido associadas aos respetivos acervos.
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1.3. A FIMS enquanto espaço de formação/partilha de conhecimento No mês de abril foram prestados apoio técnico e esclarecimentos ao Circulo José de Figueiredo no que respeita ao tratamento do acervo documental do Eng. Bernardo Ferrão, tendo em vista uma possível integração futura na Plataforma AtoM. Em setembro prestou-se colaboração a uma aluna de Mestrado em Informática, especialidade em Sistemas de Informação - Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique, no âmbito da elaboração da dissertação em Informática: “Os desafios da implementação do ICA-AtoM no Arquivo Histórico de Moçambique (AHM) para descrição arquivística e a disponibilização dos arquivos permanentes”, através do preenchimento de um questionário dirigido a instituições que utilizam o ICA-AtoM. Este inquérito foi dirigido a 13 instituições portuguesas que utilizam a referida plataforma, no intuito da sua validação e utilização no Arquivo Histórico de Moçambique. Foram ainda asseguradas as condições necessárias para se acolher o projeto de pós-graduação da Prof.ª Doutora Alexandra Saraiva, integrado na bolsa de pósdoutoramento atribuída pela Fundação Ciência e Tecnologia, “A monumentalidade revisitada - Hestnes Ferreira, entre intemporalidade europeia e classicismo norteamericano (1974-2018)”. Uma colaboração inestimável para o trabalho de inventariação e descrição do acervo de Raúl Hestnes Ferreira, a desenvolver no âmbito e em consonância com as linhas orientadoras do CICA. Com um estatuto diferenciado, pelo que daí reverte para o tratamento da documentação associada ao acervo de Fernando Lanhas, está a ser acompanhada a investigação realizada por Catarina Alves Costa, orientada pelos Professores investigadores Luís Viegas e Rui Américo Cardoso. François Dufaux, arquiteto e professor da Université Laval, no Québec, Canadá, foi recebido durante o primeiro semestre de 2018, enquanto investigador residente, para desenvolver um projeto de investigação continuada sobre o Sistema de Informação Fernando Távora, como base preparatória de uma futura tradução para língua francesa do livro “Organização do Espaço”, da autoria de Fernando Távora. A arquiteta e investigadora Helena Barranha, enquanto curadora da exposição que o Museu do Neo-Realismo de Vila Franca de Xira vai apresentar, em parceria com a Fundação Marques da Silva, colaborou em estreita colaboração com a equipa da FIMS e a arquiteta Andrea Soutinho. Deste projeto resultou também a integração e descrição de novos registos e a recuperação de materiais nativos originais em suporte digital. -
II. Comunicação Decorrente da estratégia assumida nos últimos anos e do surgimento de novas realidades e instituições congéneres em território nacional, o posicionamento externo da Fundação tem em vista a consolidação de uma imagem que reforce o seu papel enquanto memória e referencial de uma época que se estende de finais do século XIX à atualidade, intimamente ligada à cidade e à Arquitetura, à Escola e aos arquitetos do Porto, sem perda de sentido nacional e internacional. Assim, com base nestes princípios e em cumprimento das linhas orientadoras traçadas no Plano de Atividade gizado para 2018, o programa de dinamização cultural e artística desenhado e concretizado ao longo deste ano traduziu-se num conjunto de ações, amplo e diversificado, que passou pela realização ou participação em conferências, exposições, encontros, projetos editoriais e multimédia, visitas orientadas, a atualização contínua dos suportes informativos e comunicacionais, e uma presença assídua nas redes sociais. Pautou-se por tentar, com intuitos cívicos, culturais, formativos, e assente em propósitos e conteúdos informacionais cientificamente fundamentados, destacar o valor específico e identitário do percurso e obra de cada um dos arquitetos representados na Instituição, sublinhar o interesse de se estabelecerem leituras transversais e complementares proporcionado pela oportunidade única que representa a reunião dos vários acervos nela salvaguardados, demonstrar uma particular atenção às dinâmicas do tempo presente e dar a conhecer não só o trabalho desenvolvido na e pela FIMS, como alimentar e ampliar uma rede de colaborações potenciadora do alcance público das suas ações e da sua representatividade externa. No seu conjunto, estas iniciativas/acontecimentos, realizados a partir ou nos próprios espaços-sede da instituição, confluíram no objetivo comum de contribuir para consolidar a relevância do projeto institucional e revelar o manancial informativo dos acervos preservados na instituição. Decorreram dentro e fora das suas portas. Exploraram as valências dos espaços-sede e da Casa-Atelier José Marques da Silva em particular, mas percorreram e convocaram outros espaços, outros territórios urbanos. Tentaram dar voz aos investigadores, enquadrando e dinamizando projetos de investigação, difundir conhecimento, promover a reflexão e o debate, participar e afirmar a presença da FIMS no processo de transformação urbana que em particular a cidade do Porto atravessa e na reflexão sobre o contributo da arquitetura para a definição do espaço. Foram vários e invariavelmente qualificados os interlocutores convidados a colaborar na sua organização e concretização, seja a um nível nacional ou internacional, maioritariamente associados a reconhecidas Escolas de Arquitetura. É também de sublinhar a franca cooperação das instituições com as quais a FIMS tem vindo a desenvolver projetos em parceria. Em 2018, a íntima colaboração com a Faculdade de Arquitetura da U. Porto e a Secção Regional Norte foi reforçada, mas muitos outros agentes e instituições estiveram presentes. Uma disponibilidade e adesão que decorre da partilha de interesses, mas também do reconhecimento do trabalho desenvolvido por esta Fundação de igual forma expresso nos pedidos de apoio e colaboração dirigidos à Instituição. -
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1. Dinamização cultural e artística: estudar, debater e divulgar O acolhimento e tratamento de novos acervos e conjuntos documentais e bibliográficos, bem como a vontade de dar a conhecer e chamar a atenção para o percurso e obra desenvolvida pelos arquitetos representados na FIMS, suscitando um renovado interesse e continuadas pesquisas constitui a principal âncora no delinear de ações de divulgação e dinamização cultural, artística e patrimonial. Em 2018 tiveram destaque acontecimentos a partir dos acervos de Alfredo Matos Ferreira, Fernando Távora, Fernando Lanhas, Raúl Hestnes Ferreira e o casal Maria José e David Moreira da Silva, mas, de uma ou de outra forma, saíram notícias relativas a cada um dos arquitetos e respetivos acervos representados no Centro de Documentação da Instituição. O contexto para a sua realização proveio da sinalização dos atos de doação ou da receção da nova documentação, assim como da participação da FIMS em programas de âmbito nacional/internacional, como sejam o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, o Dia Internacional dos Museus ou as Jornadas Europeias do Património, ou tão somente da evocação do Dia do Livro, da Poesia, do Teatro, do 1º de maio e da Arquitetura. Manteve-se ainda, ao longo de 2018, a tradição de evocar a data de nascimento dos arquitetos FIMS, através de notícias que lançam um olhar sobre o trajeto pessoal, obras ou documentos. À imagem do que tem vindo a ser realizado, também neste ano de 2018, a instituição participou na sinalização do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, do Dia Internacional dos Museus, das Jornadas Europeias do Património, do Dia do Livro e da Poesia. Para além de ações pontuais de evocação de efemérides relativas à vida e obra dos arquitetos representados na FIMS, realizou-se a 12ª edição do Ciclo de Conferências Arquiteto José Marques da Silva. Foi ainda assegurada a colaboração solicitada por entidades externas, mas afins aos interesses e áreas de ação da instituição, em função da natureza dos projetos que pretendiam desenvolver. A presença no universo digital foi também reforçada com a partilha de vários e-books, a fixar conteúdos reunidos no âmbito de iniciativas concretizadas na FIMS. A intenção de enquadrar e dinamizar a investigação no domínio da cultura arquitetónica, como canal prioritário de promoção e valorização científica e cultural de todos os sistemas de informação atualmente custodiados pela FIMS, ficou igualmente expressa na dinâmica impressa à atividade editorial desenvolvida pela, a partir ou com a instituição. -
1.1. Em torno dos acervos recentemente acolhidos na FIMS A entrada de novos acervos constitui uma circunstância privilegiada para um primeiro momento de apresentação pública da obra desenvolvida, mediada e incentivada pela instituição, com o objetivo de promover o seu conhecimento generalizado, um estudo continuado e a valorização futura, seja da memória documental, seja da obra construída. Propostas inevitavelmente distintas e em consonância com a singularidade e carácter próprio de cada um destes Sistemas de Informação, isto é, do estado de receção e dimensão da documentação e/ou peças e livros recebidos, condicionantes dos ritmos de pesquisa, da existência prévia ou em curso de projetos de investigação, do sentido da obra e da figura que documentam. O ano de 2018 foi assim marcado por um conjunto de iniciativas desenhadas a partir da doação de quatro importantes acervos: Alfredo Matos Ferreira, cumprindo neste caso concreto os objetivos anunciados ainda em 2016 e assegurando a conclusão de projetos iniciados em 2017, Fernando Lanhas, incorporado em 2017, e Raúl Hestnes Ferreira, incorporado já em 2018. Porém, foi ainda assegurada a conclusão de projetos expositivos iniciados em 2017 referentes a Fernando Távora, bem como a colaboração em projetos desenvolvidos por outras entidades. Dentro e fora de portas, tentou-se promover igualmente o diálogo com a cidade e a obra construída, por um lado, e o estabelecimento de ligações a entidades congéneres para a promoção de redes de cooperação, por outro, participando em ações de divulgação, reflexão e debate nas áreas de atividade e interesse da Fundação.
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1.1.1. Alfredo Matos Ferreira O ano de 2018 correspondeu ao encerramento das iniciativas propostas pelo programa de sinalização da doação do acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira, formalizada em 20 dezembro de 2016, com o encerramento do segundo e terceiro dos três módulos expositivos previstos - “Alfredo Matos Ferreira. Da condição da Arquitectura como expressão e sentido do comum”, na FAUP, e “Construir um paraíso perdido”, na Casa Atelier José Marques da Silva, ambos sob coordenação do Prof. Doutor Manuel Mendes, cumprindo-se o calendário definido para as atividades a seguir discriminadas: 9 de janeiro - Visita guiada à exposição “Construir um paraíso perdido” / Por uma casa livre / Alfredo Matos Ferreira. Álvaro Siza / Habitação, Parede, projecto, 196167 / Desenrolar uma experiência de desenho / Como lugar de ensaio | Casa-Atelier José Marques da Silva A “Habitação Dr. Américo Durão”, projeto não construído da autoria de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza Vieira, à data profissionais tirocinantes, e que então partilhavam escritório, nas redondezas da Escola de Belas Artes, com António Menéres, Joaquim Sampaio, Luís Botelho Dias, Alberto Neves, desenvolvida entre 1961 e 1967, representou uma das primeiras realizações de arquitetos do Porto na região de Lisboa. Uma ação que revela informação original e pertinente para a compreensão do percurso de cada um dos seus autores, mas, sobretudo, constitui um momento operativo na crítica à abstração da Arquitetura Moderna e, simultaneamente, um ensaio a questionar e a ultrapassar as ressonâncias do “Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa” – à época ainda muito cultivadas na generalidade do contexto português –, ao encontro de uma Arquitetura clara, por uma casa livre. O dispositivo expositivo foi construído a partir de um exercício de confrontação da linguagem e da atmosfera de aparato, marca da Casa-Atelier José Marques da Silva, jogando com os seus preceitos de composição e disposição, forçando a arquitetura existente para outras experiências de espaço, de escala, de forma, de expressão, de sentido. A 9 de janeiro efetuou-se a segunda de duas visitas realizadas sob orientação do coordenador do projeto expositivo, Manuel Mendes. Tal como na primeira, também esta visita rapidamente esgotou o número limite de inscrições numa nota que confirma do interesse da sua realização. 18 de janeiro – Encerramento da exposição e lançamento do livro “Construir um paraíso perdido” / Por uma casa livre / Alfredo Matos Ferreira. Álvaro Siza / Habitação, Parede, projecto, 196167 | Casa-Atelier José Marques da Silva O livro, lançado a 18 de janeiro, com a participação do autor, Manuel Mendes e do arquiteto Jorge Correia, permitiu fixar o trabalho de investigação que deu corpo à exposição inaugurada em outubro do ano transato. A sua publicação resultou de uma parceria editorial entre a Fundação Marques da Silva, as Edições Afrontamento e o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP.
13 de janeiro - Visita guiada à exposição Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum | Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitetura da U.Porto Esta exposição, o terceiro módulo expositivo apresentado no contexto do programa de sinalização da doação do acervo de Alfredo Matos Ferreira à FIMS teve por objetivo propor uma abordagem ao todo da obra do arquitecto. Manuel Mendes tomou então como referência o que em 1994 Matos Ferreira escreveu numa das introduções de “Memória” – A via possível e talvez única é a de sistematizar um conjunto de conhecimentos que se situam, na área da arquitectura, dentro da tríade vitruviana, nas componentes funcional e técnica – utilitas e firmitas – para, dentro da terceira componente estética – venustas – não analisável como as duas primeiras, promover a pesquisa livre mas consciente e enraizada, no sentido de evitar o vazio e a sempre tentadora emergência de novos cânones – para proceder a uma desconstrução do que Alfredo Matos Ferreira partilhou como leitura pessoal da sua obra, mostrando o que o seu arquivo reservou de documentação de época relativa ao processo projetual de cada trabalho. A visita realizada sob orientação do coordenador deste projeto expositivo, Manuel Mendes, foi amplamente participada. 2 de fevereiro - Encerramento da exposição Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum | Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitetura da UP Inaugurada a 11 de dezembro de 2017, na Galeria de Exposições da FAUP, encerrou a 2 de fevereiro de 2018. É de destacar que a sua realização permitiu ampliar o corpo de documentos associado a este Sistema de Informação com a integração, nomeadamente de mais fotografia e documentação relativa ao período de formação académica.
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1.1.2. Fernando Lanhas Com a desmontagem do atelier da Avenida dos Aliados e o acolhimento da documentação na Fundação Marques da Silva, Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, docentes e investigadores da Faculdade de Arquitectura da U.Porto, foram convidados a comissariar um programa de sinalização deste acervo, com o duplo desafio de dar a conhecer possibilidades de investigação 18 de maio - Diálogos com Fernando Lanhas | Casa-Atelier José Marques da Silva Este encontro, proposto e moderado pelos Professores Arquitetos Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, comissários do programa que está em preparação para sinalizar a doação do acervo à Fundação Marques da Silva, assinalou participação da Fundação Marques da Silva no Dia Internacional dos Museus e constituiu um primeiro momento de reflexão e debate sobre o arquiteto Fernando Lanhas, promovido pela instituição. O encontro convocou a Arquitetura, a Ciência e a Arte como vias dialógicas, reunindo na Casa-Atelier José Marques da Silva um arquiteto, Luís Soares Carneiro, um físico, Manuel Marques, e uma historiadora de arte, Lúcia Almeida Matos. Testemunhos enquadrados pelas intervenções dos dois comissários e que permitiram lançar um primeiro conjunto de ideias e caminhos para futuras abordagens à figura e obra de Fernando Lanhas, um arquiteto artista com uma esfera alargada de interesses. 27 de novembro - A Casa do Espaço: Fernando Lanhas 1958/62 | Casa-Atelier José Marques da Silva Esta iniciativa, coordenada por Assucena Maria de Miranda, Rui Américo Cardoso e Luís Viegas, representou um segundo momento do programa organizado em torno da doação do acervo de Fernando Lanhas à Fundação Marques da Silva, integrada na edição 2018/9 da Oficina Didática The Thinking Hand, um projeto do DiPDArq/MDT/ CEAU-FAUP. Nesta sessão, as crianças do Jardim de Infância do Centro Escolar de Folgosa (Agrupamento do Levante da Maia) deslocaram-se à Casa-Atelier José Marques da Silva para imaginar a Casa do Espaço. Tinham à sua espera um físico, Manuel Marques, um escritor, José António Gomes, uma ilustradora, Elsa Lé, futuras arquitetas (Ana Gabriela Gomes, Rute Castro e Inês Giro) e até Pedro Lanhas, o filho do arquiteto Fernando Lanhas que, entre 1958-62 sonhou projetar uma Casa do Espaço. Juntos, continuaram a traçar os contornos dessa Casa que tinham já começado a sonhar, seguindo-se em 2019, o encontro na Faculdade de Arquitectura da U.Porto, para construção de modelos tridimensionais. -
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1.1.3. Raúl Hestnes Ferreira O arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, que tinha estado na Casa-Atelier José Marques da Silva em 2016, por ocasião da projeção do filme “A Encomenda”, faleceu em janeiro de 2018. Em julho procedeu-se à desmontagem do Atelier do Largo da Graça, em Lisboa, onde se encontrava um impressionante conjunto de registos que documentam o exercício ininterrupto da Arquitetura ao longo de quase 60 anos de atividade, complementado por testemunhos do seu tempo de estudante e do exercício da sua atividade docente. Com a exceção de algumas peças de mobiliário por si desenhadas, doadas ao MUDE, e das monografias doadas à Universidade Lusófona, os herdeiros de Raúl Hestnes Ferreira doaram todo o restante acervo à FIMS que, em setembro deste mesmo ano, organizou uma sessão pública para formalizar o ato e simbolicamente homenagear esta importante figura da Arquitetura Portuguesa.
28 de setembro - “Cinco dedos de uma mão: Conversa a partir do projeto de Raúl Hestnes Ferreira para a Escola de Benfica e mostra documental | Casa-Atelier José Marques da Silva A sessão, aproveitando a temática proposta para a edição de 2018 das Jornadas Europeias do Património, Partilhar Memórias, propôs-se organizar uma sessão de homenagem a Raúl Hestnes Ferreira, constituída pelo ato formal de assinatura do protocolo de doação entre os representantes da FIMS e da família do Arquiteto, e por uma conversa, moderada por Alexandra Saraiva, que contou, para além da intervenção da moderadora, com as intervenções de Anselmo Canha, designer, Manuel Esperança, diretor da Escola de Benfica, escola projetada por Raúl Hestnes Ferreira e que é hoje denominada “José Gomes Ferreira”, escritor e pai do Arquiteto, e Nuno Markl, antigo aluno, debater não só o projeto, mas questões como a memória, arquitetura e cidade. Para essa mesma ocasião, foi restaurada a maqueta em gesso do projeto e organizada uma amostra simbólica do acervo com a exposição, nas salas anexas do espaço onde decorreu a sessão, de peças desenhadas. Fotografias, maquetas, livros e periódicos relativos a esse e a outros projetos com ligação ao pai, ou expressivos da diversidade documental contida no acervo. -
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1.1.4. As doações de Carlos Carvalho Dias e Álvaro Cancela Meireles A documentação doada por estes dois arquitetos, com ligação direta à figura de Octávio Lixa Filgueiras, ainda que relativa a temáticas muito específicas, representa um contributo significativo no contexto da memória documental preservada na Instituição, igualmente importante para o conhecimento mais aprofundado das temáticas às quais se refere. No caso de Carlos Carvalho Dias - um dos protagonistas do Inquérito à Arquitetura Regional em Portugal, enquanto membro da equipa responsável pelo mapeamento da Zona 2, Trás-os-Montes e Alto Douro, chefiada por Octávio Lixa Filgueiras e da qual fazia ainda parte Arnaldo Araújo - doou à Fundação Marques da Silva os registos reunidos e recolhidos no âmbito do levantamento daquele território, realizado entre 1955 e 1956. São anotações, desenhos, imagens e depoimentos que não só registam uma paisagem em transformação, quanto revelam a metodologia seguida no trabalho de campo. Foram ainda doadas as maquetas de trabalho para composição gráfica e impressão do livro Memórias de Trás-os-Montes e Alto-Douro: nos 55 anos do “Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa”. Álvaro Cancela Meireles doou trabalhos para Arquitetura Analítica e o levantamento da envolvente do castelo de Vila Nova de Cerveira. Trata-se, num caso, de trabalhos académicos produzidos no âmbito da Operação Matosinhos, e no outro, do levantamento que tinha como finalidade estudar a possibilidade de integrar algumas das casas envolventes do castelo na sua adaptação a Pousada, no contexto de um estudo prévio sem continuidade. Posteriormente, Alcino Soutinho veio a ser o autor do projeto final, documentalmente representado no Sistema de Informação deste arquiteto. Estas doações, devidamente formalizadas, foram divulgadas através dos múltiplos canais de divulgação geridos pela Instituição. -
1.2. Mostrar, pensar, debater: outras iniciativas propostas pela FIMS Seguindo uma linha de intervenção que parte dos seus acervos ou da investigação que a partir deles se desenvolve, do trabalho desenvolvido internamente ou da atualidade de algumas temáticas ou efemérides, do interesse em promover o diálogo com a cidade e a obra construída, dentro e fora de portas, tentou-se promover e propor acontecimentos que não só permitem mostrar e divulgar a obra e os documentos produzidos pelos Arquitetos FIMS, mas também constituir-se em espaços de reflexão e debate focado nas áreas de atividade e interesse da Fundação. Sempre que possível integrando a colaboração de outras entidades. 27 de janeiro - Encerramento e visita guiada à exposição Viagem aos desenhos de viagem | Guimarães – Távora revisitado | Sala de exposições da Sociedade Martins Sarmento, Guimarães Inaugurada em novembro de 2017, esta exposição de desenho e fotografia coordenada pelo arquiteto José Bernardo Távora, teve como propósito revisitar a mostra realizada há cerca de 30 anos, ampliada com a inclusão de desenhos inéditos de outras viagens que expandiam o arco temporal até 1997, e com um conjunto de fotografias de Luís Ferreira Alves de obras de Fernando Távora em Guimarães. O projeto tornou-se pretexto para a organização de uma visita guiada que veio a realizar-se em 27 de janeiro, orientada pelos arquitetos José Bernardo Távora e Miguel Frazão. Constituiu também uma oportunidade privilegiada para se visitarem as praças e largos intervencionados por Fernando Távora, bem como a requalificação da Casa da Rua Nova.
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6 de março a 17 de junho - Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896 | Garagem Sul, Centro Cultural de Belém A Fundação Marques da Silva, em parceria com o Centro Cultural de Belém, com a colaboração de Joaquim Pinto Vieira e desenho expositivo de Ivo Poças Martins, produziu a exposição “Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896”, na Garagem Sul. A exposição, inserida na série Arquivo, constituiu a primeira exposição especificamente dedicada ao núcleo de desenhos produzidos por José Marques da Silva durante a sua formação em Paris e, em particular, enquanto aluno de Victor Laloux. São desenhos que permitem refletir e questionar o significado e importância desta coleção singular, que conta com cerca de 78 peças desenhadas e única em território nacional, que não se esgotam no tempo e modelos que os justificam, são trabalhos escolares que promovem também uma reflexão sobre a aprendizagem do ofício de arquiteto nos dias de hoje. Com esta exposição, a Garagem Sul iniciou a série Arquivo, uma linha de programação pensada para dar visibilidade a instituições que, tal como a Fundação Marques da Silva, se dedicam à salvaguarda, tratamento e valorização de acervos de arquitetos.
18 de abril - Visita às estações ferroviárias do Porto: de Campanhã a S. Bento | Estações de Campanhã e S. Bento A participação da FIMS no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de abril, foi programada conjuntamente com a IP-Infraestruturas de Portugal e a CP-Comboios de Portugal. Foi então organizada uma viagem ferroviária de ligação entre as duas estações que contaram com a visita guiada às duas gares, enquadrada pelo Prof. Doutor Domingos Tavares (em representação da FIMS), a arquiteta Paula Azevedo e o Eng. Fernando Pereira (da IP-Infraestruturas de Portugal) e da Dr.ª Ana Sousa e Dr. Luís Lopes (Arquivo Histórico da CP). Falou-se da construção da rede do Norte e do investimento nacional, das transformações que novas tecnologias e ciclos de vida foram impondo no desenho do território e nos afluxos de gentes que nele agiam ou o utilizavam. Citaram-se linhas que encerram e que ganham nova vida com novos projetos e funções.
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20 de abril - Reclaiming the use of Fernando Távora’s Municipal Market of Santa Maria da Feira Apresentação de livro e debate, Casa-Atelier José Marques da Silva 21 de abril Visita guiada ao Mercado Municipal de Santa Maria da Feira O Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, que Fernando Távora começou a projetar em 1953, foi o tema em debate na sessão do dia 20 de abril, na Casa-Atelier, primeira iniciativa de um conjunto de ações programadas a partir do projeto liderado por Vincenzo Riso, Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira. O resultado do projeto desenvolvido com um grupo de alunos do Curso de Arquitetura da Universidade do Minho, em colaboração com a Fundação Marques da Silva e o Município de Santa Maria da Feira, foi traduzido em livro. Livro e sessão de apresentação tiveram como propósito colocar em discussão formas possíveis e fundamentadas de abordar a obra e a sua requalificação, arquitetónica e funcional. O debate que, centrado num caso de estudo concreto, refletiu sobre vias e metodologias de abordagem à questão da preservação do património arquitetónico do Moderno nos dias de hoje contou com as intervenções os representantes das entidades envolvidas no projeto e com as comunicações de Vincenzo Riso, José Bernardo Távora, Carlos Machado e Eduardo Fernandes. No dia seguinte, realizou-se uma visita guiada ao Mercado sob orientação dos arquitetos José Bernardo Távora, Carlos Machado e Vincenzo Riso, tendo estado presente o Vereador da Cultura, dr. Gil Ferreira, ficando então firmada a vontade da municipalidade concretizar a requalificação deste equipamento.
21 de junho - Cidade Inventada – Cidade Continuada | Salão Nobre do Palácio do Bolhão Este encontro/debate visava fomentar a discussão sobre o papel da arquitetura e do arquiteto no processo de requalificação patrimonial em curso na cidade do Porto, sobre a cidade que existe e os valores que a contemporaneidade lhe pode acrescentar, a partir da apresentação de um conjunto de 8 projetos concretos por parte dos respetivos projetistas. Tratou-se também de uma iniciativa que exprimiu a vontade de a Fundação Marques da Silva, entidade organizadora, de alargar a sua ação de apoio à investigação de arquitetura, promovendo a cultura da cidade e do património edificado, a produção e divulgação do saber disciplinar da arquitetura. O programa foi estruturado em dois momentos. Durante a manhã, um primeiro bloco agrupou escritórios e equipamentos: o edifício 156 da Avenida dos Aliados, o edifício “A Nacional”, o “Liceu Alexandre Herculano” e o Mercado do Bolhão. O segundo bloco, durante a tarde, agrupou projetos direcionados para residência e serviços, nomeadamente uma moradia na rua Duque de Terceira e o Guindalense e a unidade urbana Bonjardim-Formosa-Sá da Bandeira. Quatro observadores - Domingos Tavares, João Paulo Providência, Manuel Mendes e Nuno Brandão Costa - tiveram como função sublinhar aspetos mais relevantes das ações em curso, bem como moderar o debate que encerrou cada bloco. A anteceder a sessão da tarde, o arquiteto José Gigante apresentou, em formato de visita guiada, o projeto de requalificação do local de acolhimento, o Palácio do Bolhão
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28 de outubro - Conferência Arquiteto Marques da Silva: Arquitetura e Património: sem redoma de vidro | Auditório Fernando Távora, Faculdade de Arquitectura da U.Porto A décima segunda edição deste ciclo anual de Conferências realizou-se no dia 28 de outubro, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, instituição parceira desde a primeira edição, e teve como conferencista convidado,o Prof. Doutor Nuno Valentim, um arquiteto que alia a prática do projeto à investigação. Partindo de uma revisitação panorâmica de um conjunto de obras por si desenvolvidas ao longo da última década, Nuno Valentim refletiu sobre cinco formas distintas de se construir no já construído. Foram muitas as notas que teceu na sua exposição em torno da relação de tensão entre, por um lado, a singularidade de cada objeto e as circunstâncias onde se inscreve, condicionadoras das intervenções adotadas, e, por outro lado, o passado e o presente que, no todo complexo que é a obra arquitetónica, são postos num diálogo dinâmico, fundamental para uma transformação com um sentido de futuro. A abertura desta sessão das Conferências Marques da Silva, a cargo do Prof. João Pedro Xavier, em representação do Diretor da Faculdade de Arquitetura, assinalou também a primeira intervenção pública da Vice-Reitora Fátima Vieira na qualidade de Presidente da Fundação Marques da Silva, proporcionando a ocasião para apresentar a sua visão da instituição, do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e de novos objetivos a cumprir neste mandato. Esta Conferência, que continua a revelar-se um espaço de debate internacional e atual, integrou a programação da ARQ OUT, promovida pela Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos para celebrar outubro como Mês da Arquitetura e contou com o apoio da TVU, que procedeu à gravação e edição em vídeo. O registo videográfico encontra-se disponível ao público através das páginas web da FIMS e da TVU.
15 de novembro - Conversa com estudantes sobre Giorgio Grassi | Auditório Fernando Távora, Faculdade de Arquitectura da U.Porto A pretexto do recente lançamento do livro Escritos Escolhidos, 1965-2015, uma co-edição FIMS e Edições Afrontamento da mais completa antologia de textos de Giorgio Grassi, com tradução e nota introdutória de José Miguel Rodrigues, trouxe o autor, de novo, ao Porto e à Faculdade de Arquitetura da U.Porto. Resultado de uma parceria entre a Fundação Marques da Silva e o projeto Matéria. Conferências brancas, Giorgio Grassi veio participar numa sessão que elegeu os estudantes como seus principais interlocutores. Antecedida por uma conversa informal realizada a 13 de novembro, a sessão integrou ainda a participação de José Miguel Rodrigues – autor, coordenador e tradutor do projeto de tradução integral da obra escrita de Giorgio Grassi para português (Giorgio Grassi, opera omnia sic) – e três arquitetos e professores da FAUP ligados, por razões diferentes, à obra de Giorgio Grassi: Eduardo Souto de Moura, Carlos Machado e Marco Ginoulhiac, para além dos representantes da FAUP, Prof. Doutor João Pedro Xavier, e da FIMS; Prof.ª Doutora Fátima Vieira.
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1.3. A FIMS em rede: acolhimento, colaboração, apoio A Fundação Marques da Silva tem previsto no seu Plano Estratégico o estabelecimento de ligações a entidades congéneres e a promoção de redes de cooperação enquanto prática a ser implementada sempre que possível para conjugação de esforços e de recursos no domínio da intervenção cultural, artística e arquitetónica. Iniciativa que permitam valorizar e reconhecer a importância dos arquivos de arquitetura e da sua relação com a construção das cidades e dos espaços urbanos. 1.3.1. Na sede da Fundação 11 de maio - Apresentação do livro José Forjaz • Pensar Arquitectura | Casa-Atelier José Marques da Silva A Casa-Atelier José Marques da Silva foi o local escolhido por José Forjaz, autor do livro, para o seu lançamento no Porto. Coeditado pela Caleidoscópio e pela editora Kapicua, reúne um conjunto diverso de textos que José Forjaz foi produzindo ao longo dos anos, ditados por diferentes circunstâncias, mas produzidos na particularidade do seu regresso a Moçambique, em contexto pós-colonial, e que traduzem a evolução do seu pensamento, das suas perspetivas e perceções na condição de arquiteto. A apresentação esteve a cargo dos arquitetos Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda.
9 de outubro - Bridging Crossroads on Architectural Exhibitions | Casa-Atelier José Marques da Silva A edição 2018 do projeto Autofocus, uma iniciativa do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, unidade I&D – projecto estratégico 2015-2020 financiado pela FCT Fundação para a Ciência e Tecnologia - desenvolvido em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, as Faculdades de Arquitectura, de Ciências e de Letras, e os institutos i3s, CEAU, Fundação Instituto Marques da Silva e o MMUS Mestrado em Museologia, trouxe Juahni Pallasmaa e Petra Čeferin, acompanhados dos Professores da FLUP Paula Menino Homem e Pedro Borges de Araujo, à Casa-Atelier José Marques da Silva. A sessão teve como tema central uma reflexão sobre o significado das exposições de arquitetura finlandesa promovidas entre 1957 e 1967 a partir do Museu de Arquitetura Finlandesa, um dos mais antigos museus do mundo a dedicar-se inteiramente à Arquitetura segundo uma linha de pensamento universal, liberta do confinamento a uma mera expressão de natureza local.
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de janeiro a dezembro - Visitas guiadas à sede da FIMS | Casa-Atelier José Marques da Silva, Palacete Lopes Martins, Pavilhão e Jardins A crescente visibilidade da Fundação traduziu-se no número de solicitações para conhecer o espaço onde se encontra instalada - um conjunto edificado de raro valor patrimonial, histórico e cultural - e o seu projeto institucional. Entre janeiro e dezembro, foram recebidos, par além das visitas guiadas aos projetos expositivos aí apresentados, cerca de três centenas de visitantes, entre grupos e visitantes individuais, de estudantes do secundário a grupos organizados por universidades seniores ou associações direcionadas para atividades de interesse cultural.
1.3.2. Colaborações e/ou partilha de documentação FIMS 26 de fevereiro - Jorge Colaço - Conhecer, Divulgar e Preservar | Museu de Cerâmica de Sacavém A conferência inaugural do Programa de comemoração dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço (1868-1942) teve lugar no dia 26 de fevereiro, no Museu de Cerâmica de Sacavém, assinalando o arranque de um conjunto de ações que se estendem até 2019. Esta iniciativa congregou um conjunto alargado de entidades, entre as quais, a Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva, que esteve representada na sessão pela então Presidente do Conselho Diretivo, Prof.ª Doutora Fátima Marinho. 14 de abril e 10 de junho - Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a Modernidade | Convento de S. Domingos (Alto dos Moinhos, Lisboa) Este projeto que passou por uma exposição, visitas guiadas e conferências, desenvolvido por ocasião da passagem de 800 anos sobre a abertura do primeiro convento da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em Portugal, pretendeu sublinhar o contributo da encomenda dominicana na renovação da arte sacra e da arquitetura do século XX, enquanto expressão de um sentido de aproximação à modernidade. Organizada pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa e pelo Instituto de São Tomás de Aquino, deu a conhecer igrejas e conventos edificados no Porto, Fátima, Ourém e Lisboa reunindo maquetas, desenhos, fotografias e obras de arte provenientes de diferentes arquivos e instituições, entre as quais a Fundação Marques da Silva, com documentação relativa a dois projetos da autoria do Arquiteto Fernando Távora: o Centro Cívico de Marechal Gomes da Costa, desenvolvido numa fase inicial de carreira, ainda na qualidade de colaborador da Câmara Municipal do Porto; e o anteprojeto para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, desenvolvido em 1962, mas que acabaria por não vir a ser construído.
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13 de abril a 19 de agosto - Os Universalistas: 50 anos de arquitectura portuguesa | Nave Expositiva da Casa da Arquitectura Reposição da exposição apresentada na Cité de l´Architecture et du Patrimoine, em 2016, por ocasião da celebração dos 50 anos da presença da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, nela estiveram representados arquitetos cujos acervos se encontram preservados na FIMS: Fernando Távora, Alcino Soutinho e José Carlos Loureiro. 7 de junho - Mesa redonda “Barney/Távora. Correspondências | Casa Cor de Rosa da FAUP Comunicação do Professor e investigador da Universidade de San Buenaventura, em Calí, Andrés Erazo, seguida de debate com a participação de Sergio Fernandez e Carlos Machado. A iniciativa foi programada pelo grupo de investigação ATPH - Arquitectura: Teoria Projecto História do CEAU-FAUP, tendo o investigador sido previamente recebido na FIMS para complementar a sua investigação sobre Fernando Távora. Daqui resultou a assinatura de um protocolo de colaboração entre a U.Porto e a Universidade de Calí, bem como as bases para um projeto expositivo a concretizar em 2019, uma exposição itinerante sobre Barney, Fernando Távora e Josep Coderch, sobre Modernidade e Tradiação, a iniciar no Museo La Tertulia (Colômbia), comissariada por Andres Erazo Barco, Manuel Mendes e Antonio Armesto, que reúne FIMS, FAUP, Universidade de San Buenaventura e a Universidade Politécnica da Catalunha. 14 a 16 e 21 e 22 de setembro - Espírito do Lugar 4.0: Brasília | Shopping Brasília Neste projeto desenvolvido pela Companhia Circulando, a FIMS cedeu imagens digitais pertencentes ao Sistema de Informação de José Marques da Silva (Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular) para integrarem o documentário efémero a exibir no âmbito dos espetáculos programados para exibição no Shopping Brasília. 1 de outubro - Prémio Fernando Távora: conferência do vencedor da 13ª edição e anúncio do vencedor da 14ª edição | Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos A conferência de Isa Clara Neves, vencedora da 13ª edição do Prémio Fernando Távora, com o título “História computacional na arquitetura. Desde as racionalidades modernas. Entre a Europa e Estados Unidos da América”, decorreu numa sessão que contou, pela primeira vez, com o apoio institucional da FIMS, enquanto entidade responsável pela preservação do acervo profissional e bibliográfico de Fernando Távora. Carla Garrido, Filipa Guerreiro e Pedro Bragança forma os vencedores da 14ª edição com o projeto “Pelo estremo: Viagem pela viagem de Duarte d’Armas, perspetivas presentes e territórios limiares”.
28 de outubro a 3 de dezembro - A Estação de Porto - S. Bento e a obra de Jorge Colaço | Átrio da Estação de S. Bento A Exposição, inserida no programa de celebração dos 150 anos do nascimento do pintor e caricaturista Jorge Colaço, teve lugar no átrio da Estação de Porto-S. Bento. Conjuntamente organizada pela IP - Infraestruturas de Portugal, CP-Comboios de Portugal, Fundação Marques da Silva, Museu de Cerâmica de Sacavém e pela investigadora Cláudia Emanuel, teve por objetivo lançar um breve olhar sobre a cidade do Porto, na transição para o século XX, numa revisitação do processo que viabilizou a construção da Estação de S. Bento, da sua importância para a definição do eixo ferroviário das linhas do Douro e Minho e do seu impacto para a consequente reconfiguração urbana do centro histórico da cidade.
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20 de novembro de 2018 a 11 de fevereiro de 2019 - O percurso associativo dos Arquitectos portugueses | Sede da OASRN Com curadoria da Dr.ª Ana Isabel Ribeiro e da Arquiteta Cláudia Antunes, esta exposição propôs uma abordagem à história associativa dos Arquitectos portugueses e ao reconhecimento e valorização da profissão de Arquiteto, do século XV ao século XXI. A Fundação Marques da Silva, entidade detentora de um expressivo conjunto de documentos relativos a este percurso, com particular destaque para registos relativos à ação desenvolvida por José Marques da Silva e pela sua filha e genro, Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, associou-se à celebração dos 20 anos da Ordem dos Arquitectos, disponibilizando documentação e apoiando a divulgação desta iniciativa que deu a conhecer os momentos fundamentais de um processo iniciado em 1863, com a fundação da Associação dos Arquitectos Civis Portugueses. “O PERCURSO ASSOCIATIVO DOS ARQUITECTOS PORTUGUESES” Exposição integrada nas comemorações dos 20 anos da Ordem dos Arquitectos que aborda a história, o reconhecimento e a valorização da profissão de Arquitecto em Portugal, do século XV ao século XXI. Inauguração
Local
29.11.2018—18h00
Sede da OASRN Rua Álvares Cabral, 144 4050-040 Porto
Período
29.11.2018—28.02.2019
Contactos
Horário
222 074 250 global@oasrn.org
Segunda a Sexta 10h00—19h00
Design: rubiopereira.com
1998——————— —2018
Organização
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17 de janeiro a 14 de abril - Rui Goes Ferreira. Imagem de uma obra interrompida | Porta 33, Funchal Esta exposição, com curadoria de Madalena Vidigal e fotografia de Duarte Belo, promovida pela Porta 33 e apoiada pela FIMS e pela Fundação Calouste Gulbenkian, inaugurou a 27 de janeiro, com uma conversa que contou com a participação de Madalena Vidigal, Duarte Belo, André Tavares e Sergio Fernandez. Desenvolvida a partir do trabalho de investigação de Madalena Vidigal, integrou, para além de uma seleção de documentos do acervo de Rui Goes Ferreira, que em agosto de 2018 foi transferido para a Fundação Marques da Silva, de um conjunto de fotografias de Duarte Belo. Pretendeu divulgar um legado ímpar no contexto da Arquitetura dos anos 60 e 70 no Arquipélago da Madeira mostrando, pela primeira vez, uma obra que esteve interrompida e desprotegida por mais de 30 anos.
1.3.3. Apoios à divulgação Ao longo do ano de 2018, a Fundação Marques da Silva continuou a ser abordada no sentido de conceder apoio à divulgação de iniciativas, em diversas tipologias e temáticas, por parte de entidades (reforçando laços que, formal ou informalmente, têm vindo a ser estabelecidos), que consideraram este apoio importante, potenciador de angariação de público ou mesmo qualificador da própria ação. Seguindo uma linha de intervenção, que parte dos seus acervos ou da investigação que a partir deles se desenvolve, do trabalho desenvolvido internamente ou da atualidade de algumas temáticas ou efemérides, foram ainda propostas e/ou concretizadas as seguintes ações, alinhadas por ordem cronológica da sua realização: - Ações várias promovidas no quadro da Faculdade de Arquitectura da U. Porto Ciclo Aulas de Autor que, na sua quarta edição, teve como tema “Narrativas Desenhadas”, inserido no âmbito do projeto “Coleção de Desenhos. Escola de Arquitectura do Porto”; lançamento do livro “A Vida entre Edifícios” de Jan Gehl; PNUM 2018 – A Produção do Território: formas, processos, desígnios, 7ª conferência anual da Rede de Morfologia Urbana; Ciclo internacional de Conferências, Contexto(s) na Arquitectura Contemporânea: 5 Continentes; Ciclo Matéria. conferências brancas; lançamento do livro de José Cabral Dias, A evolução de Tomar – de Sellium a Carlos Ramos; - Ações várias promovidas pela Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Norte Citem-se: Prémios Arquétipo; 4ª edição de Outro Prisma – Arquitectura e Cor, prémio de fotografia que utiliza a plataforma Instagram; My own private Phospenes – Patrimónios Imaginados, exposição itinerante, Ciclo de conversas Partilhar Memórias. - Outras iniciativas Semana Doutoral Primavera 2018 do IST; Remade X – não cobiçar coisas alheias, exposição comemorativa do 10º aniversário do projeto Remade em Portugal; 70 anos da Associação Cultural Amigos do Porto; The politics of tradition, Colóquio IASTE 2018; -
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2. Atividade editorial O plano editorial da Fundação Marques da Silva, nas suas várias coleções e formatos, constitui um canal privilegiado de afirmação da instituição ao promover a divulgação de investigação realizada na instituição ou produzida no contexto de ações por si promovidas, mas também a divulgação de textos e obras que refletem leituras e perspetivas inovadoras, com particular relevo no campo da arquitetura, urbanismo e arte. Sem abdicar de um reconhecido rigor editorial e identidade gráfica de qualidade, tem tentado encontrar formas de promover a sua máxima difusão, desde parcerias com editoras, caso das Edições Afrontamento, com quem tem vindo a promover o lançamento de um número já expressivo de publicações, ao recurso ao suporte digital como forma de agilizar a divulgação de textos breves e de livre acesso. O apoio ou resposta a iniciativas editoriais promovidas por outras entidades continuou também a ser assegurado ao longo de 2018. Sendo uma entidade tutelada pela U. Porto, a FIMS tem igualmente participado em ações de comunicação e/ou divulgação, onde, para além das plataformas virtuais, se destaca a participação na Mostra da UP e da Feira do Livro do Porto.
2.1. Projetos promovidos pela FIMS 2.1.1. Edições impressas Em 2018 foram lançados 2 livros: - “Construir um paraíso perdido” / Por uma casa livre / Alfredo Matos Ferreira. Álvaro Siza / Habitação, Parede, projecto, 196167, da autoria de Manuel Mendes, produzido e lançado no contexto da exposição realizada na Casa-Atelier José Marques da Silva, segundo momento editorial do programa de sinalização da doação do acervo de Alfredo Matos Ferreira à FIMS. Trata-se de uma co-edição FIMS, Edições Afrontamento e do CEAU – FAUP. - Escritos Escolhidos, 1965-2015, de Giorgio Grassi. com tradução e nota introdutória de José Miguel Rodrigues. Constitui o volume 3 da coleção “Giorgio Grassi: opera omnia sic” e o segundo título a ser publicado no âmbito deste projeto editorial que foi alvo de um protocolo estabelecido entre o autor, o tradutor, a FIMS e a FAUP, por ocasião da sua vinda ao Porto, em novembro. Esta publicação foi coeditada pela FIMS e as Edições Afrontamento. -
Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza / Como lugar de ensaio
Os lançamentos de novos títulos continuaram de igual forma a converterem-se em iniciativas de divulgação com uma vertente pedagógica e científica, auferindo, regra geral, de grande impacto público. Também as promoções procuraram ter uma base de sustentação justificada em conteúdos ou momentos de significado no contexto dos acervos ou apoios da FIMS.
“Construir um paraíso perdido” Por uma casa livre Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza Habitação, Parede, projecto, 1961-67 Desenrolar uma experiência de desenho Como lugar de ensaio
Manuel Mendes
2.1.2. Edições digitais Em 2018 foram publicados mais 2 títulos, ambos produzidos no contexto do programa “No Centenário da Avenida”, vertente Conferências, que podem ser livremente consultados na página web da FIMS: - An English Architect - Planner in Oporto, de Andrew Saint. Um texto que procura responder a duas questões: quem era Barry Parker e por que razão acaba por ser chamado ao Porto, primeiro como consultor, depois como autor de um Plano para a futura Avenida da Cidade. - From bulvar to magistral. Crossed history of words and form in Russian and soviet urban design, de Elisabeth Essaïan. Um texto que aborda a forma como também Moscovo se procura reconverter, através do ordenamento da rede viária e da monumentalização da sua arquitetura. 2.1.3. Edições em preparação Ao longo do ano de 2018, ainda que com lançamento previsto para 2019, encontram-se em fase de produção mais três livros: - Poética urbana. A cidade da palavra literária, texto de Marta Llorente referente à edição de 2016 das Conferências Arquiteto Marques da Silva, com tradução de Paula Abrunhosa. - Reedição da monografia presentemente esgotada no circuito livreiro, Estação S. Bento, da autoria de António Cardoso, ampliada com os textos de Domingos Tavares e Cláudia Emanuel. - A publicação da tese de Gonçalo Canto Moniz, O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1930-1970). Um livro que dá continuidade à linha editorial iniciada em 2013 com a publicação da obra O mundo ordenado e acessível das formas da arquitetura, da autoria de José Miguel Rodrigues, tendo em vista a divulgação de estudos originalmente desenvolvidos em contexto académico, mas cujas temáticas e abordagens permitem enriquecer a reflexão e questionamento do quadro disciplinar, teórico e formativo, da Arquitetura. -
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2.2. Distribuição comercial e ações promocionais O universo de livros e outras publicações comercializados pela FIMS é constituído por: Edições impressas: livros 7 títulos chancela IMS (esgotados 2 títulos: Estação de S. Bento e O aluno, o Professor, o Arquiteto) 5 títulos livros da coleção “Conferências Marques da Silva” (esgotado 1 título: O Liceu Alexandre Herculano, no Porto) 3 títulos da coleção “Monografias de Marques da Silva” (1 em parceria com Ed. Afrontamento) 3 títulos da coleção “Fernando Távora: ‘minha casa’” (em parceria com FAUP e Reitoria UP) 2 títulos da coleção “Giorgio Grassi – opera omnia sic” (em parceria com Ed. Afrontamento) 4 títulos da coleção genérica de livros sobre arquitetura (3 em parceria com Ed. Afrontamento) Edições impressas: outras publicações e merchandising 6 litografias chancela IMS (esgotada a litografia Estação de S. Bento) 2 cadernos de notas 1 puzzle Livros em consignação: 4 títulos (2 de J. Carlos Loureiro; 1 de Ana Cotter; 1 de Domingos Tavares) Apoios: 2 títulos da editora Quidnovi (coleção Arquitectos Portugueses) 2 títulos editados pela Casa de Arquitetura (no âmbito do projeto Modernidade Permanente, esgotados) De forma a poder garantir a divulgação das suas edições, a Fundação Marques da Silva manteve uma rede de 16 pontos de distribuição para venda, em regime de consignação, dos livros e merchandising por si editados, com a exceção dos livros resultantes da parceria estabelecida com Edições Afrontamento, que são distribuídos no mercado nacional por esta editora, e das edições em consignação ou existentes em função de apoios. Para contornar as restrições logísticas da venda de publicações na sede da Fundação, tem-se reforçado a dinamização da loja online onde estão, para além das publicações distribuídas em regime de consignação externa, disponíveis os livros editados em parceria com Edições Afrontamento e os livros em consignação interna sobre ou da autoria de José Carlos Loureiro, o livro da autoria de Ana Cotter sobre uma obra de Fernando Távora e o livro que Domingos Tavares apresentou na Casa-Atelier José Marques da Silva. O catálogo da exposição Modernidade Permanente e Diário de Bordo, os dois títulos editados pela Casa da Arquitetura, já atingiram o número máximo de vendas pelo que não constam da lista de edições disponíveis.
Sempre que possível, a FIMS participa em ações promocionais e/ou de divulgação editorial, bem como incentiva a criação de laços de cooperação com outras entidades, de forma a promover canais de comunicação e difusão das publicações FIMS. Em 2018, à imagem do que tem vindo a suceder, esteve presente na Mostra UP, que decorreu nos pátios interiores do ICBAS/FFUP, de 12 a 15 de abril, e, juntamente com as edições U.Porto Edições, na Feira do Livro do Porto, que esteve patente ao público nos jardins do Palácio de Cristal, de 7 a 23 de setembro. No ano de 2018 foi ainda iniciada uma parceria com a Editorial Blau para participação na Feira do Livro de Lisboa, que decorreu de 25 de maio a 13 de junho. 2.3. Apoios a projetos editoriais externos A documentação contida nos acervos à salvaguarda da Fundação Marques da Silva é frequentemente requisitada para cedência de imagens digitais para publicações de caráter científico ou de divulgação, académicas ou para finalidade comercial, de caráter nacional e internacional. Destacam-se em particular os apoios às seguintes publicações: - Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira Publicação coordenada pelo Prof. Doutor Vincenzo Riso que, tomando o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, projeto da autoria de Fernando Távora, como caso de estudo, dá a conhecer o resultado do trabalho de investigação desenvolvido por um conjunto de alunos do 5º ano do Mestrado Integrado da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho. O trabalho, enquadrado por uma linha programática que tem por objetivo suscitar uma reflexão sobre o património arquitetónico do século XX e as questões levantadas na sua preservação na contemporaneidade, reuniu ainda a colaboração de um conjunto de arquitetos e professores - José Bernardo Távora, Carlos Machado, Isabel Valente e José Luís Pita - que deixam igualmente o seu testemunho nesta publicação, onde acresce também a perspetiva de Álvaro Siza sobre a obra de Fernando Távora. - Guia de Arquitetura do Porto 1942-2017 Editado pela “A+A Books”, foi apoiado pela Fundação Marques da Silva. Trata-se do segundo volume da coleção Cities e teve como editores científicos Michel Toussaint e João Paulo Rapagão. A sessão de lançamento decorreu a 1 de fevereiro nos Paços do Concelho do Porto. A publicação integra obras de arquitetos representados na Fundação Marques da Silva, como Fernando Távora, Alcino Soutinho, José Carlos Loureiro ou Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva. Foram ainda cedidas imagens digitais de documentação FIMS para projetos dos seguintes autores e/ou entidades: Direção Geral do Património, Bruno Gil, Eduardo Fernandes, Eduardo Português, Nuno Brandão Costa, Teresa Ferreira, Luís Urbano, Manuel Graça Dias, François Dufaux e Pedro Baía.
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3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação A definição, execução e monitorização da estratégia comunicacional da Fundação Marques da Silva continua a ter como objetivo sensibilizar e divulgar junto de um espetro cada vez mais alargado de públicos as atividades por si desenvolvidas ou apoiadas. Foram ainda assinaladas as datas de aniversário de arquitetos representados na Instituição e utilizadas como pretexto para divulgar obras e/ou ações, em complemento com a partilha de documentos inéditos ou pouco conhecidos por eles produzidos, nomeadamente: David Moreira da Silva, Alfredo Matos Ferreira, Manuel Teles, João Queiroz, Octávio Lixa Filgueiras, Marai José Marques da Silva, Fernando Lanhas, José Porto, José Marques da Silva, Alcino Soutinho, Rui Goes Ferreira, Raúl Hestnes Ferreira, José Carlos Loureiro e Alfredo Leal Machado. Também efemérides como o Dia Mundial do Teatro, do Livro, 1º de maio foram circunstância para divulgar documentação ou trabalhos produzidos por alguns dos arquitetos da Casa. Em 2018, nomeadamente divulgando informações relativas aos acervos de José Marques da Silva, João Queiroz e Alfredo Matos Ferreira. Nesta perspetiva e em consonância com as grandes linhas orientadoras da Instituição, tem sido assegurado: - a publicação regular de uma Newsletter em formato digital, num total de 6 números editados durante o ano de 2018; - a permanente atualização, em português e em inglês, da página web da FIMS que, no final de 2018, registava 245.664 visitas acumuladas, número que traduz um aumento de 2% face aos números registados em 2017; em 2018 foi possível ampliar a galeria de obras de José Marques da Silva com um texto dedicado ao projeto para o edifíciosede da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, da autoria do Professor Eduardo Fernandes; - que todas as iniciativas promovidas pela FIMS e por entidades parceiras sejam objeto de divulgação na página de facebook, que conta com 5.293 seguidores, e no twitter, que conta com 271 seguidores, tendo as iniciativas de maior relevância sido igualmente divulgadas através de correio eletrónico.
III. Património A Fundação Marques da Silva considera a intervenção no campo da preservação do património arquitetónico e urbanístico construído, nomeadamente de acompanhamento a ações de transformação ou perante contextos de degradação ou perda de sentido patrimonial de obras projetadas por arquitetos representados na Instituição, como uma área de enorme importância. Pretende ainda ver reconhecida a sua disponibilidade para tomar parte no debate das grandes questões colocadas aos arquitetos, contribuindo para a produção de conhecimento que possa refletir-se na prática projetual. Para além da organização de lugares de reflexão e debate, já referidos, faz questão de exercer uma prática de restauro e reabilitação que se pretende exemplar no património imóvel sob gestão direta da FIMS. A elaboração de pareceres e proposição de processos de classificação patrimonial é outra das vertentes da sua atuação neste domínio, sobretudo procurando intervir junto das entidades proprietárias dos imóveis e influenciar a implementação de projetos capazes de potenciar a valorização patrimonial. -
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1. Prática de restauro e intervenção pública Consciente da necessidade de exercer uma prática de intervenção perspetivada no contexto programático e estratégico da instituição, de respeito pelo legado material e imaterial a salvaguardar, e assegurando a aplicação de uma metodologia assente em parâmetros de qualidade e rigor, onde se promove o estabelecimento e valorização do diálogo com as fontes documentais que registam a génese das obras a intervir, a Fundação tem vindo, desde 2009, a intervir sobre o património edificado que tem sob gestão. No ano de 2018, foi entregue à Fundação Marques da Silva Em 2018, a 13 de março, foi entregue ao Atelier 15 e à FIMS a menção honrosa atribuída no âmbito da 17ª edição do Prémio João Almada pelo projeto de reabilitação da CasaAtelier José Marques da Silva. Em 2018, para além de ter vindo a ser garantida a manutenção e requalificação do património imóvel sob sua direta gestão, prosseguiram os contactos com a Câmara Municipal do Porto, para o desenvolvimento de um programa de sensibilização dos moradores do Bairro de Ramalde e do Grémio dos Merceeiros, dada a constatação de uma perda acentuada de características essenciais e identitárias do projeto matricial. Foi dedicada uma particular atenção ao projeto de reabilitação do Palácio do Comércio, de Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, tendo sido emitido um parecer da autoria do Prof. Doutor Manuel Mendes sobre um projeto prévio e acionado um processo de classificação junto da Direção Geral do Património, sobre o qual se aguarda decisão. Para a Casa da Igreja, em avançado estado de degradação, está igualmente a ser preparada uma candidatura que tem com objetivo avançar com uma proposta de classificação. O processo integra os dados reunidos por David Ordoñez, doutorando da FAUP, para a sua fundamentação técnica, tendo já decorrido reuniões com representantes do Município local para articulação de uma ação conjunta. -
2. Património Imóvel: gestão corrente Com imóveis localizados nas áreas urbanas do Porto e de Barcelos e constituindo estes a principal fonte de rendimento do projeto institucional, a Fundação Marques da Silva tem como responsabilidade assegurar a articulação da vertente da preservação patrimonial com a vertente da rentabilização decorrente da sua exploração/utilização. Neste sentido, prosseguiu a estratégia de otimização de rentabilidade que, tendo por base uma diligente e cuidadosa manutenção, bem como um forte investimento na recuperação/remodelação de imóveis para arrendamento, permitiu manter a quase total alocação dos imóveis sob sua gestão. 2.1. Casas-Sede da Fundação Foram realizados alguns trabalhos de manutenção, nomeadamente no Palacete Lopes Martins. Prosseguiram os trabalhos de arranjo e manutenção dos jardins, que voltaram a estar integrados no Roteiro de Camélias do Porto. 2.2. Outros imóveis Em resposta aos problemas detetados, resultantes do desgaste normal do património construído, e à necessidade de tornar os imóveis comercialmente mais atrativos, incrementando a sua viabilidade económica, foram efetuadas diversas intervenções, a seguir discriminadas: - Intervenções nos prédios da Rua das Carmelitas e da Rua de Ferreira Borges, no Porto, e no prédio da Rua de Barjona de Freitas, em Barcelos, na sequência da reclamação de vários inquilinos. - Foi substituído o sistema de intercomunicação do prédio da Rua de Ferreira Borges, n.º 69, no Porto.
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IV. Contas As contas que acompanham este relatório, o Balanço e a Demonstração de Resultados permitem evidenciar o esforço de cumprimento do orçamento previsto para o ano de 2018, apesar da conjuntura económica adversa nomeadamente ao nível da rentabilidade das aplicações financeiras. As receitas com Rendas tiveram um aumento de 3,29 % para 270.257 €, devido à reapreciação e renegociação de alguns dos contratos de arrendamento. Os gastos com pessoal excederam em 16.628 € o valor orçamentado devido à indemnização por rescisão de um contrato de trabalho e à transferência dos restantes para o Regime de Trabalho em Funções Públicas, decorrente da aplicação do disposto na Lei-Quadro das Fundações. O resultado líquido do exercício diminuiu para (-78.757 €), mantendo-se, no entanto, um resultado operacional (EBITDA) francamente positivo de 42.121 €, o que traduz a sustentabilidade da FIMS e a capacidade de pagar os fortes investimentos que têm sido feitos nos últimos anos.
Conclusão A Fundação Marques da Silva encerra o ano de 2018 com o registo de resultados que traduzem a maturidade da Instituição, a sua capacidade para continuar a expandir o território de atuação e a promessa de implementação de um plano estratégico que não somente acautele o desenvolvimento sustentável da FIMS como providencie condições necessárias para levar a cabo o acolhimento, a breve prazo, de mais fundos documentais. A visão integrada dos acervos preservados na FIMS e no Centro de Documentação da FAUP, enquanto núcleos pertencentes à Universidade do Porto, começa também a ser equacionada como forma de potenciar a representatividade e expressão desta documentação no universo da Arquitetura Portuguesa, em particular do seu papel enquanto memória e referencial de uma época que se estende de finais do século XIX à atualidade, intimamente ligada à cidade e à Arquitetura, à Escola e aos arquitetos do Porto, sem perda de sentido nacional e internacional. Com uma já longa história a comprovar as suas capacidades e competências, a instituição prepara-se para, em 2019, celebrar 25 anos da criação do Instituto Marques da Silva, 10 enquanto Fundação e, ainda, a 18 de outubro, os 150 anos do nascimento do Arquiteto José Marques da Silva, figura tutelar da instituição. O ano de 2018 consolidou caminhos. Classificar, preservar, disponibilizar, investigar, relacionar, divulgar continuam a ditar orientações estruturantes da sua prática, tal como a sedimentação e ampliação de parcerias e plataformas colaborativas. O diálogo entre memória documental e obra construída, a disponibilidade para contribuir para uma reflexão fundamentada sobre como intervir no património que nos é legado, património do Moderno incluído, começou ganhou novos contornos em 2018 com a proposição de espaços de debate num tempo em que a competência e o pensar do arquiteto se tornam determinantes para a reformulação do espaço urbano e, em particular o do Porto, alvo de uma conjuntura de profunda transformação do centro histórico, da sua envolvente e com repercussões já bem visíveis na periferia. As fronteiras geográficas de circulação da documentação, sem mencionar o reforço do investimento na partilha à esfera digital, continuam a ampliar-se contribuindo também as ações onde se integram para firmar a representatividade a uma escala regional, mas sobretudo nacional, internacional. O balanço destas ações torna-se ainda mais relevante se se considerar que foi alcançado num contexto de contenção económica e financeira, com um número reduzido de recursos humanos e condicionantes do espaço físico que o futuro vai equacionar. Por todo o exposto, é convicção do Conselho Diretivo da FIMS que o Relatório de Atividades e Gestão e os demais documentos da prestação de contas, elaborados de acordo com o SNC-AP e as normas e os princípios contabilísticos geralmente aceites, reproduzem de uma forma verdadeira e apropriada o resultado das operações da Fundação, pelo que se propõe que sejam aprovados. Propõe-se que o resultado líquido negativo apurado no exercício de 2018, no montante de (-78.756,68 €), seja transferido, na sua totalidade, para a conta de resultados transitados. Porto, 2 de maio de 2019 O Conselho Diretivo