FIMS RA 2015

Page 1

RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 1

RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO ANO DE 2015 FUNDAÇÃO INSTITUTO ARQUITECTO JOSÉ MARQUES DA SILVA (FIMS)


INDICE:

INTRODUÇÃO

5

1. CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EM CULTURA ARQUITETÓNICA (CICA)

7

1.1 A gestão do acervo

8

1.1.1. Plataformas digitais e a divulgação da informação

10

1.1.2. Tratamento técnico dos acervos

11

1.1.2.1. Sistema de Informação Alcino Soutinho

11

1.1.2.2. Sistema de Informação José Carlos Loureiro

11

1.1.2.3. Sistema de Informação Luís Ferreira Alves

11

1.1.2.4. Sistema de Informação Marques da Silva / Moreira da Silva

13

1.1.2.5. Sistema de Informação Távora

14

1.1.3. Novas incorporações

15

1.1.3.1. Sistema de Informação Alberto Álvares Ribeiro

15

1.1.3.2. Sistema de Informação João Queiroz

15

1.2. Apoio a investigadores

16

1.3. A FIMS enquanto espaço de formação

16

1.4. Participação em congressos, conferências, etc.

16

1.5. Candidaturas de projetos

17

1.6. Serviços de consultadoria

17

2. DINAMIZAÇÃO CULTURAL E ARTÍSTICA

19

2.1. Nas instalações da FIMS

21

2.1.1. Iniciativas promovidas pela Fundação

21

2.1.2. Acolhimento de outras iniciativas

24

2.1.3. Visitas guiadas à sede da FIMS

24


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 3

2.2. Para além da Sede da FIMS 2.2.1 Iniciativas promovidas pela Fundação 2.2.2. Colaborações: Porto, Vila Nova de Cerveira, Braga, Coimbra, Matosinhos

25 26 332

2.2.3. Assinatura de protocolos

34

2.2.4. Apoio institucional

35

2.2.5 Efemérides e outros acontecimentos

36

2.3. Atividade editorial: Projetos promovidos pela FIMS e ações de comercialização e divulgação 2.3.1. Lançamentos

37 38

2.3.1.1 Edições impressas

38

2.3.1.2. Edições digitais

40

2.3.2. Projetos editoriais em preparação e desenvolvimento

41

2.3.3. Distribuição comercial e ações promocionais

42

2.3.4. Apoios a edições

43

3. GESTÃO DE PLATAFORMAS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

44

4. INTERVENÇÃO ARQUITETÓNICA: EM DEFESA DO PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO

45

4.1. Prática de restauro e intervenção pública

45

4.2. Classificação de bens imóveis

46

5. PATRIMÓNIO IMÓVEL: GESTÃO CORRENTE

47

5.1. Casas-Sede da Fundação

47

5.2. Outros imóveis

47

6. RECURSOS HUMANOS

48

7. CONTA

49

CONCLUSÃO

51


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 4


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 5

INTRODUÇÃO O ano de 2015 garantiu e reforçou a tendência de crescimento da instituição, refletida na consolidação e maior visibilidade pública de todos os eixos estruturantes do seu programa de ação, num claro reconhecimento do percurso feito e mérito de um esforço coletivamente desenvolvido ao longo dos últimos anos. Com a conclusão do restauro da emblemática Casa-Atelier e a consequente refuncionalização e abertura ao público do espaço, a instituição não só cumpriu um dos grandes desafios que a si se impunha, relativamente à gestão e operacionalização do património arquitetónico da autoria de José Marques da Silva sob a sua alçada, como adquiriu um lugar estratégico para implementação e afirmação da imagem institucional, mantendo-se fiel à estratégia traçada para cumprimento da sua missão e objetivos. Sem deixar de assegurar a sustentabilidade financeira futura, mas tendo em vista o desejo de se impor como uma instituição de referência, de projeção nacional e internacional, investiu de forma coerente e continuada, seja na vertente de acolhimento, preservação e tratamento documental, seja na vertente de divulgação e promoção do seus acervos através da disponibilização de informação aos investigadores, do lançamento de uma base para consulta digital da documentação especificamente adaptada à metodologia de tratamento arquivístico seguida pela instituição, bem como pela programação de atividades que, pela sua índole variada, entre lançamentos editoriais, conferências, encontros, visitas guiadas e exposições, por iniciativa própria ou em rede, se dirigiram a um público cada vez mais alargado e participativo. A ligação entre a componente documental e o património construído, preferencialmente em contexto urbano e incorporando o contributo de investigadores, foi igualmente alvo de particular atenção, desde logo no que se refere à manutenção e recuperação patrimonial dos imóveis, mas ficando igualmente plasmada na divulgação de um conhecimento acumulado sobre os edifícios visados e na luta pela salvaguarda de imóveis em risco ou sem proteção projetados pelos arquitetos representados nos acervos, caso do sucesso alcançado com a classificação do Posto de Abastecimento Duplo de Guimarães, da autoria de Fernando Távora.

A cooperação com outras instituições de referência e a internacionalização da instituição passou pelo alargamento de parcerias, pela assinatura de novos protocolos e pela presença de oradores de reconhecido mérito científico em múltiplas iniciativas da Fundação. Foi ainda preparada a colaboração em projectos expositivos a concretizar em 2016, num horizonte geográfico que se estende de Lisboa a Berlim, com passagem por Paris: um claro sinal de maturidade institucional com um trabalho de qualidade, rigor e confiança que, discreta e continuadamente, se tem vindo a impor no meio arquitetónico portuense, nacional e cada vez mais, internacional. O presente relatório apresenta o balanço das atividades previstas e concretizadas no âmbito do Plano de Atividades e respetivo Orçamento aprovados para o ano de 2015, bem como os projetos que, não estando aí expressamente previstos, foi possível materializar e lançar, em diversas áreas do seu desempenho, resultantes de ideias, propostas e oportunidades surgidas ao longo do ano de 2015. O alargamento do âmbito de intervenção da FIMS, ancorado na preservação e investigação dos acervos doados ou à sua guarda, foi reforçado com a doação de novos legados, designadamente a integração e formalização de receção do arquivo de João Queiroz, a incorporação de documentação digital relativa à Irmandade do Convento de S. Bento da Avé-Maria para construção da Estação de Caminho-de-ferro, propriedade da família de Alberto Álvares Ribeiro, aceitação do acolhimento futuro do arquivo profissional do Arq. to Manuel Teles e o início da incorporação de parte do acervo, físico e digital, do Arq.to José Carlos Loureiro. Novas doações que, dando cumprimento aos desígnios da fundadora, transportam um voto de confiança no trabalho desenvolvido pela Fundação e permitem aspirar a manter um crescimento sustentado, com uma clara afirmação do seu prestígio e do papel a desempenhar no plano da divulgação, preservação e valorização da cultura arquitetónica e artística dos séculos XX e XXI, ainda que, com especial incidência na obra dos arquitetos aqui representados.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 6


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 7

1. CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EM CULTURA ARQUITETÓNICA (CICA)

O Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA) da Fundação Marques da Silva é uma unidade orgânico-funcional criada para acolher, promover e garantir a preservação, a valorização e a divulgação dos acervos recebidos por legado testamentário da filha e do genro do Arquiteto José Marques da Silva, de novas doações e comodatos, para fomentar e apoiar o estudo e a investigação sobre a vasta obra destes e de outros arquitetos, em especial portugueses. No cumprimento dos seus objetivos, o CICA tem desenvolvido o tratamento contínuo dos acervos que tem à sua guarda, incluindo as novas incorporações, tem prestado o apoio à investigação através da consulta presencial e virtual por parte de todos investigadores que procuram informação para os seus trabalhos. Esta unidade orgânica tem colaborado em múltiplas iniciativas nacionais e internacionais e alargado as redes de contactos institucionais, no sentido de promover a divulgação dos acervos documentais, bibliográficos e museológicos e, assim, contribuir para o desenvolvimento de estudos em torno da arquitetura portuense e portuguesa. No ano de 2015 foi apresentado publicamente, dia 13 de outubro, o Arquivo Digital, que tem vindo a permitir o acesso livre à informação, bem como concluídas as obras de recuperação da Casa-Atelier e a consequente instalação dos serviços técnicos do CICA e criação de novos depósitos para a documentação.


8 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 9

1.1 A GESTÃO DO ACERVO

O CICA tem vindo a colocar em prática um conjunto de procedimentos técnico científicos que visam garantir a gestão integrada dos arquivos, sendo de salientar as medidas relacionadas com a preservação e conservação do seu acervo físico e digital, o tratamento técnico da documentação e a disponibilização contínua da informação em regime de acesso livre. As novas incorporações ocorridas em 2015, motivaram a necessidade da FIMS racionalizar os seus depósitos e de dotar a sua sede de novos equipamentos para acondicionar da documentação. Foi iniciada uma nova tarefa que visa otimizar os depósitos, reafectando as unidades de instalação existentes, aperfeiçoando o acondicionamento de todas as espécies documentais, dentro do quadro de boas práticas recomendadas pelas normas em vigor. Esta medida iniciou-se, concretamente, pelos armários horizontais existentes no Pavilhão, e garantiu, no imediato, o acondicionamento de 3624 documentos do Arquivo de Alcino Soutinho e de 464 documentos do Arquivo de João Queiroz, para além da documentação que ali já se encontrava acondicionada. A execução da tarefa tem sido reforçada pela realização de um índice topográfico, instrumento de gestão do acervo, que permite o estabelecimento de pontos de convergência entre o arquivo físico e o arquivo digital, bem como o diagnóstico dos itens que carecem de medidas imediatas de conservação e de restauro. Prevê-se, no decurso de 2016, alargar esta tarefa à totalidade do acervo da FIMS. Para além das medidas de preservação seguidas, salienta-se a realização de ações de conservação e de restauro esporádicas e também intensivas e extensivas. No primeiro caso, são de salientar os documentos cedidos em regime de empréstimo para atividades de outras instituições; e, no segundo caso, a higienização mecânica de 1911 documentos, pertencentes aos Sistemas de Informação Marques da Silva e João Queiroz, adjudicada à empresa “20/21”, por ter apresentado a proposta economicamente mais favorável.

A preservação digital assume, igualmente, um papel de destaque na ação quotidiana da FIMS. O número crescente de imagens digitais produzidas no âmbito dos projetos desenvolvidos e as imagens geradas no quotidiano, aliadas à utilização de várias plataformas digitais para comunicação e divulgação de conteúdos, têm vindo a evidenciar a necessidade de ser desenvolvido um plano de preservação digital consistente. Têm vindo a ser lançadas as bases para que tal ocorra no decurso de 2016 e, seguramente, que para tal concorrerá uma dissertação de mestrado que está em curso. No tratamento técnico da informação, cumpre realçar um dos principais objetivos do CICA, conducente à promoção e ao desenvolvimento de uma gestão integrada da informação arquivística, bibliográfica e museológica de cada um dos acervos. Na abordagem inovadora que tem vindo a ser implementada, o tratamento técnico da informação contempla a adoção de medidas concretas para anular a estanquicidade evidenciada pelas plataformas digitais, destinadas à comunicação dos acervos, e que decorre da especialização progressiva dos campos da Arquivística, Biblioteconomia e Museologia. Para além da elaboração e aperfeiçoamento constante dos quadros orgânico funcionais de todos os acervos – que visam contextualizar toda a informação arquivística, bibliográfica e museológica de cada um deles em 2015, assistiu-se ao reforço da análise e da aplicação do thesaurus comum às plataformas digitais, no sentido de promover a utilização de uma linguagem uniforme e controlada para toda a Instituição. Simultaneamente, têm sido disponibilizadas hiperligações nas três bases de dados, relacionando-as entre si, no sentido de fornecer ao utilizador a possibilidade de obter uma visão holística de cada um dos acervos.


10 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

1.1.1. PLATAFORMAS DIGITAIS E A DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO

As plataformas digitais são, assim, instrumentos incontornáveis no quotidiano do CICA. Atualmente, são utilizadas o AtoM para a documentação arquivística, o Aleph para a documentação bibliográfica, e o Index Rerum para as espécies museológicas. O AtoM é uma ferramenta open source concebida pelo Conselho Internacional de Arquivos (ICA) e tem vindo a ser utilizado pela FIMS no sentido de disponibilizar informação em regime de acesso livre. Neste processo contínuo de adequação e parametrização da base de dados deve ser salientado a prestimosa e contínua colaboração da equipa da U.P. Digital. No dia 13 de outubro, na renovada Casa-Atelier, foi apresentado publicamente o Arquivo Digital da FIMS, tornando possível a divulgação de informação dos Sistemas de Informação de Alberto Álvares Ribeiro, Alcino Soutinho, António Cardoso Pinheiro de Carvalho, José Carlos Loureiro, João Queiroz, Maques da Silva/ Moreira da Silva e de Fernando Távora. O Arquivo Digital conta atualmente com 4464 descrições arquivísticas, das quais 3048 com imagem digital associada e o ano de 2016 trará, seguramente, o reforço da disponibilização de informação para consulta. Durante o ano de 2015, registou 4718 visitas e 130.430 visualizações de páginas, sendo a maioria dos utilizadores residentes em Portugal, no Brasil e em Espanha, verificando-se, também, a consulta por utilizadores residentes em diversos países do continente europeu, americano e africano. A plataforma digital Aleph, destinada a catalogar e a disponibilizar registos bibliográficos pertencentes aos diversos sistemas de informação, conta atualmente com 4741 referências, sendo certo que no próximo ano este contingente será reforçado. Em junho de 2015, a FIMS passou a integrar o projeto Quimera, desenvolvido pela Universidade do Porto, que tem como objetivos a criação de um sistema integrado de gestão das bibliotecas pertencentes à UP e às

suas unidades orgânicas, sem prejuízo da autonomia de cada uma delas. A disseminação de boas práticas de gestão, a partilha de experiências e promoção da cooperação, bem como o melhoramento do serviço prestado à comunidade da UP, através da inclusão dos serviços diretos aos utilizadores, são os vetores principais deste projeto. Para a prossecução dos objetivos a que se propõe, numa primeira fase, foram migrados para uma nova versão da plataforma todos registos bibliográficos existentes, seguindo-se a sua verificação e consolidação; e, numa segunda fase, dedicada à reflexão, foram constituídos grupos de trabalhos para debater a representação da informação na plataforma digital, como por exemplo, a criação de registos de autoridade. A nova plataforma entrou em fase de produção em 12 de Dezembro. Prevê-se a conclusão do projeto no dia 4 de abril de 2016. O acervo museológico, também referido como “coleções artísticas”, é, na realidade, o conjunto de bens móveis pertencentes à Família Marques da Silva/ Moreira da Silva e legados pela arquiteta Maria José Marques da Silva, como referiremos mais adiante. A realização de um inventário consistente para a globalidade deste acervo é um dos grandes objetivos da FIMS. Para a inventariação e gestão desta parte do acervo, tem vindo a ser utilizada a plataforma Index Rerum, a qual conta com 919 fichas de inventário. Em outubro de 2015, a FIMS passou a integrar o grupo de trabalho do “Museu Digital da Universidade do Porto”, tendo participado em duas reuniões de trabalho. O objetivo principal do grupo de trabalho consiste em implementar uma plataforma digital comum para a gestão das coleções museológicas das unidades orgânicas da Universidade do Porto, tendo em vista o acesso on-line e a interação com os museus da U.P. (acervo e serviços). Prevê-se a entrada em produção desta nova plataforma no decurso de 2016. Neste âmbito, e como primeiro contributo, foram validadas as fichas de inventário do Index Rerum, prevendo já a futura migração para a nova plataforma digital; e selecionadas três peças representativas do acervo da FIMS para a divulgação inicial do Museu Digital da Universidade do Porto.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 11

1.1.2. TRATAMENTO TÉCNICO DOS ACERVOS

1.1.2.1. SISTEMA DE INFORMAÇÃO ALCINO SOUTINHO

Em fevereiro de 2015 foi apresentada e aprovada a candidatura “Inventariação, digitalização e disponibilização on-line do acervo documental do Arquiteto Alcino Soutinho” ao programa de apoio “Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na execução do projeto, que está ainda em curso, foi realizado o recenseamento das peças desenhadas existentes em sete armários verticais, bem como de 183 dossiês de peça escrita e de 26 maquetas. Foram separados, numerados e contabilizados 4175 documentos, pelos técnicos da Fundação Marques da Silva com o apoio de um prestador de serviços contratado para o efeito. A digitalização do acervo foi adjudicada à empresa “Redinteg”, por ter apresentado a proposta economicamente mais favorável. Foram produzidas 4.266 imagens digitais, entre os dias 20 de outubro e 9 de dezembro de 2015. Após o processo de digitalização os documentos foram acondicionados definitivamente em armários horizontais, apropriados para documentos de grande formato. Está em curso o tratamento documental e a disponibilização na web das imagens digitalizadas, com a respetiva metainformação associada. Durante o mês de Dezembro, foi também preparado o caderno de encargos para a realização de fotografias de um conjunto de 26 maquetas. Contamos que a tarefa seja realizada durante o mês de Janeiro de 2016. O projeto deverá estar concluído no dia 30 de Junho de 2016.

1.1.2.2. SISTEMA DE INFORMAÇÃO JOSÉ CARLOS LOUREIRO

Durante o ano de 2015, foi concluído o inventário preliminar do Sistema de Informação José Carlos Loureiro que é composto por cerca de 200 metros lineares de documentação. Por ocasião da sessão solene de comemoração dos 90 anos do Arquiteto, organizada pela Fundação Instituto Marques da Silva e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, e que se realizou no dia 2 de Dezembro, foram incorporadas e tratadas arquivisticamente 486 peças desenhadas e 3 pastas de peça escrita. Procedeu-se à disponibilização on-line de um conjunto de descrições arquivísticas com imagens digitais associadas de obras emblemáticas como a “Moradia do Arquitecto”, o “Edifício Parnaso” e o “Hotel D. Henrique”. Está prevista a incorporação do acervo no ano de 2016.

1.1.2.3. SISTEMA DE INFORMAÇÃO LUÍS FERREIRA ALVES

Foi prosseguido o tratamento do acervo bibliográfico do fotógrafo Luís Ferreira Alves, composto por 361 documentos, prevendo-se a sua conclusão durante o ano de 2016.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 12


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 13

1.1.2.4. SISTEMA DE INFORMAÇÃO MARQUES DA SILVA / MOREIRA DA SILVA

O Sistema de Informação Marques da Silva/ Moreira da Silva é a razão primeira da existência da Fundação Instituto Marques da Silva e, por esse motivo, tem sido alvo de uma atenção especial e continuada por parte do CICA. Sendo maioritariamente conhecido pela temática de arquitetura e áreas correlativas, este Sistema de Informação é composto também por documentação de índole familiar, por uma biblioteca e por um conjunto de bens móveis e imóveis. No plano da informação arquivística, deve ser realçada a migração para o Arquivo Digital de 6 mil registos existentes numa base de dados “Access” e de 330 registos existentes no Repositório Digital da Universidade do Porto. Estas descrições arquivísticas acrescem às que já se encontram disponibilizadas para acesso por parte da comunidade. A verificação, adequação e disponibilização do primeiro destes lotes constitui-se como um dos grandes objetivos para o ano de 2016. Foi, também, realizada a higienização mecânica de 1447 documentos, que se encontram neste momento em processo de planificação tendo em vista o seu acondicionamento final. Por outro lado, foi concluído o tratamento físico e intelectual do núcleo de monografias, composto por 3392 livros e foi prosseguido o tratamento intelectual do núcleo de periódicos, composto por 647 unidades, tendo ficado concluída a correção dos registos na plataforma Aleph. Uma parte igualmente importante do acervo é, sem dúvida, o conjunto de bens móveis legados pela Arquiteta Maria José Marques da Silva, o qual é composto por diversas tipologias, como a ourivesaria, a escultura, o mobiliário, a medalhística, a numismática, a cerâmica, a pintura, os têxteis e o recheio da capela (subdividido em imaginária, mobiliário, alfaias litúrgicas e objetos de uso doméstico).

A FIMS tem vindo a desenvolver esforços no sentido de realizar um inventário consistente desta parte do acervo, no sentido de garantir a sua conservação e divulgação no quadro das atividades delineadas pela Instituição. Atendendo à sua heterogeneidade, bem como à imperiosa necessidade de o relacionar com o acervo arquivístico e bibliográfico, procedeu-se à confrontação das listas de avaliações contabilísticas, realizadas em 2008, com os inventários digitais e analógicos existentes e, a partir daqui, lançaram-se as bases para a elaboração de um inventário completo, que possa constituir se como a base de trabalhos futuros e como um instrumento de pesquisa ao dispor dos utilizadores. Assim, foram identificados e revistos 1092 itens, descritos em 919 fichas de inventário existentes na plataforma digital Index Rerum e no inventário em papel. Foi, também, iniciado o índice topográfico do acervo, que permitirá identificar com objetividade a localização das peças, e desenvolvida uma tabela matriz de procedimentos para serem aplicados na revisão da descrição da totalidade dos itens. Têm vindo a ser lançadas as bases para a sua interação com os acervos arquivístico e bibliográfico. A conclusão do inventário dos bens móveis é, também, um dos grandes objetivos para o ano de 2016.


14 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

1.1.2.5. SISTEMA DE INFORMAÇÃO TÁVORA

A 12 de junho de 2015, foi concluído o projeto “Inventariação, digitalização e disponibilização do acervo documental do Arquiteto Fernando Távora”, cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do programa “Concurso de recuperação, tratamento e organização de acervos”. Durante a segunda fase do projeto, desenvolvida em 2015, realizaram-se a catalogação, indexação e disponibilização na plataforma digital AtoM, para acesso livre, de 1330 descrições arquivísticas, das quais 1014 com imagens digitais associadas, devidamente contextualizadas no Quadro orgânico-funcional. Realizou-se, também, o acondicionamento definitivo da totalidade da documentação. Para além das atividades previstas na candidatura do projeto, foi continuada a tarefa de inventariação e de disponibilização on-line da biblioteca do Arquiteto, tendo sido disponibilizados 1000 registos bibliográficos de um total de 3755; bem como a catalogação da série composta por 157 serigrafias da autoria de Fernando Távora e de outros arquitetos e artistas plásticos, como Le Corbusier, Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura, Carlos Castanheira e Leonel Moura. O tratamento e disponibilização on-line do acervo será continuado em 2016, no sentido de corresponder às constantes solicitações da comunidade.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 15

1.1.3. NOVAS INCORPORAÇÕES

1.1.3.1. SISTEMA DE INFORMAÇÃO ALBERTO ÁLVARES RIBEIRO

Em 12 de maio de 2015 foi doado à FIMS um conjunto informacional, composto por 54 imagens digitais, pertencente a Alberto Álvares Ribeiro (1842-1926), licenciado em Engenharia Civil de Pontes, de Estradas e de Minas pela Academia Politécnica do Porto, que foi nomeado, sucessivamente, para o quadro de Engenheiro de Obras Públicas (1864) e para Engenheiro-Diretor de Obras Públicas em Aveiro. O projeto refere-se à construção da Estação Central de São Bento e é composto pelo dossier de peça escrita, por peças desenhadas e uma fotografia. A informação arquivística foi disponibilizada no Arquivo Digital da FIMS para acesso livre. O tratamento e disponibilização on-line do acervo será continuado em 2016, no sentido de corresponder às constantes solicitações da comunidade.

1.1.3.2.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO JOÃO QUEIROZ

Em 18 de maio de 2015 foi assinado o contrato de doação do arquivo do arquiteto João Queiroz, o qual é composto por 81 rolos com peças desenhadas, 16 fotografias, 21 estampas e 107 livros. Foi realizado o pré-inventário de 464 documentos, a sua higienização mecânica pela empresa “20/21” e o seu acondicionamento em armários horizontais. Foram, também, produzidas 97 imagens digitais referentes a documentação pessoal de João Queiroz, facultada pela Família do arquiteto para o efeito.


16 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

1.2. APOIO A INVESTIGADORES

Foram recebidos 53 novos investigadores para consulta presencial da informação pertencente aos acervos existentes na FIMS, aos que se soma o apoio prestado via webmail aos utilizadores que preferem a consulta virtual. As consultas foram, maioritariamente, dirigidas aos Sistemas de Informação Távora e Marques da Silva/ Moreira da Silva, e visaram o desenvolvimento de trabalhos académicos de doutoramento, de mestrado e de licenciatura, mas também de projetos de investigação de natureza diversa e, ainda, o desenvolvimento de atividades profissionais dos consulentes. 1.3. A FIMS ENQUANTO ESPAÇO DE FORMAÇÃO

Em 2015, foi dada continuidade ao estágio de Thais Santos, aluna do Curso de Doutoramento em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais do Departamento de Ciência da Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que prevê a apresentação de uma tese final sobre a importância da Taxonomia e da Folksonomia na recuperação da informação, a partir de um estudo realizado no acervo de imagens da Fundação Marques da Silva. A conclusão da está prevista para o mês de Junho de 2016. A FIMS recebeu, também neste ano, Gilberto Faria da Silva, aluno do Curso de Mestrado em Ciência da Informação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para a realização do estágio conducente à realização de uma dissertação final intitulada “Preservação da informação digital em arquivos de arquitetos: o caso da Fundação Instituto Marques da Silva”. A conclusão está prevista para o mês de Junho de 2016.

1.4. PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS, CONFERÊNCIAS, ETC.

No sentido de divulgar as atividades desenvolvidas pela FIMS, os seus colaboradores participaram, com comunicações, em seminários e workshops dedicados à Gestão da Informação. São de salientar a conferência intitulada “Os Sistemas de informação da FIMS no AtoM. Gestão, representação, divulgação e acesso” apresentada no workshop “Sistemas de informação em open source. Partilha de experiências”, realizado no dia 11 de Setembro de 2015 na Universidade Portucalense e organizado pela Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas – Delegação regional do Norte”; e a conferência “O uso do AtoM para representação e recuperação de informação em Arquivos de Família: o caso da Fundação Marques da Silva” apresentado no VII Encuentro Ibérico EDICIC 2015, realizado nos dias 17 e 18 de Novembro em Madrid. Para além dos referidos eventos, registou-se a participação, sem comunicação, no workshop “Modos de ver. Introdução à literacia visual e desconstrução da imagem-


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 17

-arquivo”, realizado no Centro Português de Fotografia, por ocasião do Dia Mundial da Fotografia, nos dia 18 e 19 de Agosto de 2015; e no workshop “Os Arquivos de Famílias hoje: o estado da questão”, incluído no I Ciclo de conferências e debates “Arquivos de Famílias. Património, Memória e Conhecimento. Pessoais e Familiares, que se realizou no dia 4 de Julho de 2015, no Auditório Municipal de Ponte de Lima.

1.5. CANDIDATURAS DE PROJETOS

Para além das candidaturas dos projetos relacionados com os Arquivos de Alcino Soutinho e de Fernando Távora, já aqui referidas, a FIMS apresentou ao programa Fund for International Development of Archives (FIDA) do Conselho Internacional de Arquivos, uma candidatura para o desenvolvimento do projeto intitulado “The application of systemic model to the arrangement of information produced/ received by a family using the AtoM platform”. O projeto tinha duas componentes: a técnica, que visava ilustrar a mudança de paradigma na gestão da informação, através da aplicação da teoria sistémica para a promoção da integração dinâmica da informação arquivística, bibliográfica e museológica produzida pela Família Marques da Silva, respeitando o seu contexto original de produção; e, a disseminação de resultados, através da organização de uma conferência e/ou workshop destinada a apresentar a implementação e os resultados obtidos nesta abordagem inovadora. A candidatura foi considerada meritória pelo painel de avaliadores que, no entanto, sugeriu a sua a readequação e submissão à linha de apoios Programme Commission (PCOM), também promovida pelo Conselho Internacional de Arquivos.

1.6. SERVIÇOS DE CONSULTADORIA

No princípio de 2015, foi concluído o projeto de tratamento técnico dos desenhos originais do arquiteto Vasco Vieira da Costa, depositados na Universidade Agostinho Neto (UAN), de Luanda, com o patrocínio da Iperforma e da SOAPRO – Sociedade Angolana de Projetos. Foi efetuada a descrição documental ao nível de documento simples numa base de dados, estabelecidos contactos com antigos colaboradores do Arq.to Vasco Vieira da Costa, realizadas cópias fac-simile e respetiva cotagem, digitalizações em alta resolução e assegurada a recuperação e reconstituição física do processo original.


18 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 19

2. DINAMIZAÇÃO CULTURAL E ARTÍSTICA

Ao longo de 2015, a FIMS, não obstante a exiguidade de recursos humanos, logísticos e financeiros disponíveis para dinamização cultural e artística, foi capaz de implementar um conjunto sustentado de ações de divulgação e promoção, em coerência com as linhas estratégicas da instituição. Criando uma dinâmica valorizadora das coleções documentais, bibliográficas e artísticas, âncoras das diferentes iniciativas gizadas, sucederam-se projetos que: estabilizaram e agilizaram um corpo de procedimentos internos; valorizaram coleções; atraíram novos olhares e leituras para o percurso e/ou obra de todos os arquitetos referenciados nos acervos da FIMS; assinalaram efemérides; trouxeram visibilidade para trabalhos desenvolvidos pela instituição na área do património de tratamento documental e patrimonial; contribuíram para a construção de uma rede alargada de ligações e parcerias externas de interesse estratégico para os desígnios da Fundação; alargaram e diversificaram o público que, de forma geral, esgotou os espaços da sua realização. A Casa-Atelier, espaço de eleição no conjunto de equipamentos que formam a sede da Fundação, foi integrada na programação. Pelo seu valor objetual e simbólico encontra-se, desde o momento de conclusão da obra de reabilitação, aberta a iniciativas de caráter público, estando a zona equivalente ao Atelier de José Marques da Silva ocupada pelos serviços do CICA, mas servindo já o restante espaço para realização e acolhimento de atividades de índole variada: encontros, conferências, projeção de filmes, visitas guiadas. A temporária desocupação dos espaços originalmente destinados a habitação doméstica tem vindo a ser explorada no âmbito das visitas guiadas, no entanto, foi iniciada a definição de um plano que, para além de prever a sua futura ocupação programática, visa equipá-la com um conjunto de mobiliário, entre o existente e material a adquirir, que permita ampliar, com a maior flexibilidade possível, as condições de abertura à comunidade, nomeadamente proporcionando o acolhimento regular de conferências e instalações de caráter expositivo.


20 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 21

2.1. NAS INSTALAÇÕES DA FIMS

A consciência do valor patrimonial, histórico, cultural e social do conjunto edificado que constitui a sede da Fundação Marques da Silva continuou a fundamentar a opção de abrir todos os seus espaços e em particular as casas para a realização de atividades de promoção e divulgação. Dentro da sua área de interesse institucional, contribuindo para o cumprimento da missão da FIMS, por iniciativa própria ou em parceria, essas iniciativas não só permitiram a todos os participantes conhecerem e testemunharem o processo de ocupação, transformação e recuperação dos espaços, como se tornaram prova da crescente capacidade organizativa e propositiva da instituição, assumindo-se como um relevante canal de divulgação e construção da imagem externa.

2.1.1. INICIATIVAS PROMOVIDAS PELA FUNDAÇÃO O LUGAR DE S. BENTO:O CONVENTO, A(S) IRMANDADE(S), A ESTAÇÃO

Mesa redonda realizada no dia 12 de maio, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, com o objectivo de sinalizar , com um momento de reflexão e debate sobre o projeto e construção da Estação de S. Bento, a assinatura do contrato de doação à Fundação Marques da Silva da cópia digital de um valioso conjunto de documentos datado de 1893, pertencente aos herdeiros de Alberto Ribeiro de Meireles, filho do Engº Alberto Álvares Ribeiro, provável autor do projeto alternativo para a Estação Central do Porto, não construído, por encomenda da Irmandade de S. Bento da Avé-Maria. Para além da Presidente do Conselho de Administração da FIMS, Maria de Fátima Marinho, a sessão contou com as intervenções de António Cardoso, José Miguel Rodrigues, Luís Amaral e Rodrigo Meireles. O público presente lotou o espaço disponível.


22 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 23

“CASA-ATELIER JOSÉ MARQUES DA SILVA: RECOMEÇAR NA CONTINUIDADE”

O momento marcante do ano decorreu no âmbito das Jornadas Europeias do Património, agendadas para os dias 26 e 27 de setembro, com um conjunto de atividades promovidas pela Fundação Marques da Silva para assinalar a conclusão das obras de reabilitação da Casa-Atelier sublinhando a importância da sua abertura à comunidade e da sua vocação de espaço de celebração das Artes, em geral, e da Arquitetura, em particular. O esforço foi recompensado com uma grande afluência de público que, durante os dois dias, percorreu a Casa-Atelier para assistir ao programa anunciado e integralmente cumprido:

26 DE SETEMBRO:

–Visita guiada pelos arquitetos projetistas, Alexandre Alves Costa, Sérgio Fernandez e Miguel Ribeiro; – Coreografia “Mesa”, de Renata Polónia, por Ana Renata Polónia, Teresa Santos e Dídac Gilabert; – Leituras, por António Durães, de textos de Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Álvaro Siza e Ruy Belo; – Momento musical por Manuela Ferrão, aluna da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo;

27 DE SETEMBRO:

– Apresentação do filme “Petra Rosea”, com os autores, Davi Ramalho, Jaime Magalhães Júnior, Maria Filomena Rocha, Nélson Miguel e Pedro Ribeiro de Almeida, alunos do CEAPA/FAUP, e apresentação dos professores coordenadores desta projeto videográfico, Luís Urbano e Manuel Graça Dias. ‘Petra Rosea’ fixou o momento irrepetível das obras de restauro, documentando-o para memória futura, fundindo o tempo da sua realização com o tempo presente. Subjacente à ‘viagem’ proposta pelos autores, encontrava-se a presença etérea e ficcionada de Marques da Silva. – Conferência de Josep Quetglas, “Una pequeña casa. 1923”. Desconstruindo, Josep Quetglas reconstruiu magistralmente o projeto da pequena casa junto ao lago Leman. Percorrendo passo a passo o caminho de Le Corbusier conduziu-nos através do enigmático processo de criação, desvendando razões, encontrando sentidos, mostrando a dimensão humana do projeto, encontrando-lhe ecos na obra de Siza.


24 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

“APRESENTAÇÃO PÚBLICA DO ARQUIVO DIGITAL DA FIMS”

No dia 13 de outubro foi apresentado o Arquivo Digital da FIMS, disponibilizado na plataforma open source AtoM. A sessão contou com uma comunicação “ Repensar o Open Source” proferida pelo Professor José João Almeida, do Departamento de Informática da Universidade do Minho, e com a apresentação conjunta d’ “O Arquivo digital da FIMS: a plataforma AtoM no tratamento e divulgação de informação em arquitetura” pela equipa do Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica da FIMS e pela equipa de Infraestruturas Tecnológicas da UP Digital.

2.1.2. ACOLHIMENTO DE OUTRAS INICIATIVAS

Dando continuidade à parceria com o Colégio da Paz, foi assegurada a realização de projetos direcionados a alunos com necessidades educativas especiais, traduzidos no desempenho de atividades ligadas à jardinagem e limpeza de espaços verdes. Os jardins foram ainda alvo da visita de reconhecimento de espécies vegetais e animais que os povoam por parte de alunos do 1º ciclo, durante o mês de julho. No dia 30 de outubro, foi a vez de a Casa-Atelier receber mais três turmas de alunos do 1º ciclo para uma visita à Casa-Atelier destinada a dar a conhecer a “Estória de José, arquiteto, e da Casa que desenhou para morar”. Conduzidos pela professora Inês Martins, os alunos transformaram-se em verdadeiros detetives e descobriram outras dimensões e formas de olhar para o espaço.

2.1.3. VISITAS GUIADAS À SEDE DA FIMS

A crescente visibilidade e interesse pela Fundação traduziu-se também por um vasto número de solicitações ou afluência a visitas guiadas aos espaços da sede da FIMS que sempre procurou responder positivamente aos pedidos colocados. Entre as visitas programadas ou efetuadas por solicitação externa de particulares ou instituições, passaram mais de duas centenas de visitantes pelos vários espaços da Fundação.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 25

2.2. PARA ALÉM DA SEDE DA FIMS

Em cumprimento do Plano Estratégico, norteado pelo objetivo de a instituição alcançar uma posição referencial nos domínios da cultura arquitetónica e artística, tanto a nível nacional como internacional, alargando horizontes geográficos e programáticos, a presença externa, o estabelecimento de ligações a entidades congéneres e a promoção de redes de cooperação tendo em vista a conjugação de esforços e de recursos nestes domínios torna-se absolutamente crucial. Neste sentido, continuou a ser fomentada a realização de ações em espaços com interesse estratégico, desde logo a cooperação privilegiada com a Faculdade de Arquitectura da UP, mas também a assinatura de protocolos de interesse institucional, a promoção de parcerias e a concessão de apoios, traduzíveis em participações, cedência de conteúdos expositivos ou reforço de divulgação a um abrangente leque de ações sobre temáticas relevantes no âmbito das áreas de intervenção da Fundação Marques da Silva. O considerável aumento de solicitações para estas múltiplas formas de colaboração, constatado ao longo do ano de 2015 vem, por sua vez, sublinhar a importância da existência de instituições que visem a preservação da memória de projeto, com competências e rigor técnico e científico na área da salvaguarda, conservação, tratamento, investigação e divulgação. É igualmente importante assinalar o surgimento de convites para participação em projectos internacionais.


26 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.2.1 INICIATIVAS PROMOVIDAS PELA FUNDAÇÃO

- PERCURSO PELOS ESPAÇOS IMAGINÁRIOS E REAIS DA ESCOLA DE BELAS-ARTES DO PORTO: PROJETOS A PARTIR DE MARQUES DA SILVA (1915-2015) | BPMP E FBAUP

A passagem de 100 anos sobre um dos projetos realizados por Marques da Silva para a Escola de Belas-Artes do Porto, da qual foi Diretor, serviu de mote para a iniciativa promovida pela Fundação Marques da Silva, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, celebrado a 18 de abril e cujo tema era: conhecer, explorar, partilhar. A proposta, que suscitou um grande interesse por parte dos responsáveis das entidades envolvidas e do público em geral, assentou num percurso pela história da Escola de Belas Artes do Porto, através da história dos edifícios onde esteve instalada. Orientada por Gonçalo Canto Moniz, a visita percorreu a Biblioteca Pública e Municipal do Porto (antigo Convento de Santo António da Cidade) e o Palacete e pavilhões da actual Faculdade de Belas-Artes do Porto. A passagem por cada um dos locais foi precedida de uma sucinta conferência para enquadramento histórico e arquitetónico das múltiplas soluções propostas, as exigências programáticas e os contextos que ditaram a sua formulação e consequente abandono ou aceitação. A cronologia deste processo foi cedida aos participantes, cuja inscrição rapidamente esgotou o limite máximo previsto.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 27

- A CERIMÓNIA PÚBLICA DE ASSINATURA DO CONTRATO DE DOAÇÃO DO ARQUIVO E BIBLIOTECA DO ARQ.TO JOÃO QUEIROZ À FIMS - CONVERSA COM ALEXANDRE ALVES COSTA | CAFÉ MAJESTIC

A Fundação Marques da Silva voltou a assinalar o Dia Internacional do Museus, a 18 de maio, organizando uma iniciativa que visou tornar pública a integração de um novo conjunto documental e bibliográfico, aproveitando a ocasião para divulgar a figura e obra do arquitecto em questão, João Queiroz. A sessão, inserida no programa coordenado e divulgado pela Câmara Municipal do Porto, decorreu no Café Majestic, seguindo-se à assinatura do protocolo de doação, entre a Fundação e os herdeiros do arquiteto, uma conversa com Alexandre Alves Costa sobre “João Queiroz, um Arquiteto tranquilo”. Este arquiteto portuense foi autor, entre outras obras de relevo na cidade, do Café Majestic que, associando-se ao momento, apoiou a sua organização. O texto lido por Alexandre Alves Costa foi posteriormente publicado em versão digital encontrando-se disponível para consulta pública no Site da Fundação.


28 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

- ‘INTERSECÇÕES. SOBRE O PROJETO-DE-ARQUITETURA DE FERNANDO TÁVORA’: ENCONTRO E LANÇAMENTO DE LIVRO | AUDITÓRIO DO CENTRO DE ASTROFÍSICA DA UP

A 10 de junho de 2015, a propósito do lançamento do livro “Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora”, quinto fascículo da coleção “Fernando Távora, ‘minha casa’”, com coordenação de Manuel Mendes, teve lugar um encontro no auditório do Centro de Astrofísica da UP, que contou, para além da presença de 14 dos 15 investigadores com trabalhos publicados nesta edição, com comunicações de Luis Martínez Santa-María, “O aluno, o professor, o mestre”, e Bruno Marchand, “Álvaro Siza e Robert Venturi nos anos 1970: a influência do ‘incluir tudo’”. Encontro e lançamento de livro sublinharam a importância de olhar, refletir, interpretar e tentar compreender a arquitetura enquanto território sem fronteiras, enquanto lugar de vida. Assinalaram igualmente a mudança de condições, proporcionada pela disponibilização pública da documentação referente à obra de Fernando Távora pela Fundação Marques da Silva, a permitir novas leituras e uma renovada consciência sobre o seu contributo num contexto internacional. Constituíram, por fim, um espaço de transmissão de uma aprendizagem: com Luis Martínez Santa-María, sobre o processo de construção do pensamento, sobre a procura de um significado e de um sentido para o exercício da Arquitetura, apresentado enquanto produto alquímico, que, mediado pelo Tempo, resulta de um constante questionamento, de um caminho que se vai percorrendo e onde aluno, professor e mestre convergem e se transformam; com Bruno Marchand, que a partir da sua experiência pessoal e do seu percurso pedagógico e de investigador, tomando por base o desenho e a forma do Banco de Oliveira de Azeméis, de Álvaro Siza, propôs uma interpretação do projeto, com caráter de metodologia, a considerar referências, influências, contextos de produção, numa abordagem onde prevalece o “incluir tudo”; com os investigadores, cujos testemunhos e participação deram corpo a um espaço de estudo e de debate sobre o pensamento, a obra e a linguagem arquitetónica de Fernando Távora, fixado em livro, mas cuja vontade de futuro lhe confere estatuto de exemplo para novas experiências, projetos e pretextos.

O local seleccionado foi o Auditório do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, com os seus responsáveis a colaborar de uma forma extremamente positiva e produtiva na disponibilização dos meios logísticos necessários para a concretização do encontro e lançamento de livro. Os 80 lugares foram completamente preenchidos, tendo o público presente (formado por estudantes, professores e investigadores associados às áreas de Arquitetura e Urbanismo; oriundo do Porto, Coimbra, Lisboa, de Espanha e Suíça) lotado igualmente o espaço livre restante, sentando-se em cadeiras móveis aí colocadas ou mesmo sentando-se no chão. Entre a manhã e a tarde foram mais de 100 pessoas a assistir aos trabalhos que iam decorrendo segundo a agenda prevista, iniciada pelas intervenções dos representantes das entidades parceiras na organização do evento: Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, e Diretor da Faculdade de Arquitectura da UP, Carlos Guimarães. As comunicações apresentadas pelos oradores convidados, pela qualidade e interesse suscitado, foram editadas e disponibilizadas na plataforma Vímeo, com acesso através do facebook e Site da Fundação. A comunicação de Luis Martínez Santa-María foi ainda paginada por Raquel Botelho estando disponível para consulta pública, em formato digital, no Site institucional. Esta ação foi patrocinada pelo programa de concessão de apoios da Reitoria da Universidade do Porto.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 29


30 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

- “CONFERÊNCIA MARQUES DA SILVA 2015” | FAUP

A edição de 2015 deste ciclo de Conferências, que já vai na sua nona edição, realizou-se no dia 21 de outubro, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da UP, e teve como conferencista o Professor Arquiteto Luís Soares Carneiro para apresentar “Casas Ermas. A arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do moderno”. Movido pela curiosidade de investigador, sem pretender recuperar formas e valores do passado, com o descomprometimento que a contemporaneidade permite e sem qualquer sentimento nostálgico, Luís Soares Carneiro revisitou, ao longo desta conferência, a obra dos irmãos Rebelo de Andrade, selecionando como caso de estudo a Estação de Tratamento de Água de Alenquer. Procurou compreender as suas opções programáticas, as circunstâncias culturais e históricas que enquadraram estes projetos e as obras projetadas por esta geração de arquitetos, propondo novas leituras e sentidos na análise da Modernidade, assente numa visão menos redutora e compatível com a realidade nacional, reconsiderando os conceitos de Tradicionalismo e Modernismo, num sentido crítico e historiográfico. O evento integrou a programação da ARQOUT, promovida pela Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos para celebrar outubro como Mês da Arquitetura e, para além do apoio da FAUP, parceira desde o primeiro instante, contou com o apoio da TVU, que procedeu à gravação e edição em vídeo. O registo videográfico encontra-se disponível ao público através dos sites da FIMS e da TVU. Tendo sido decidido retomar a publicação deste Ciclo de Conferências dedicadas a temáticas ligadas ao universo arquitectónico e artístico, foi iniciado o trabalho de produção editorial e paginação gráfica da Conferência de 2015. O livro deverá ser publicado em 2016.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 31

- “HOMENAGEM AO ARQUITECTO JOSÉ CARLOS LOUREIRO” | FAUP

Por ocasião dos 90 anos do Arquitecto José Carlos Loureiro, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto organizaram, com o apoio da CMP, da OASRN, da OTIMAH! e da A.MAG, uma homenagem composta por mesa redonda, exposição e lançamento de brochura alusiva a três obras referenciais deste decano da Arquitetura Portuguesa, cujo comprometimento com a profissão e longevidade ativa, traduzida numa obra marcada pela contemporaneidade e saber construtivo - de particular impacto e presença na cidade do Porto -, mas também a sabedoria, elegância e generosidade que o caraterizam, foram sublinhados por todos os intervenientes no dia 2 de Dezembro, no Auditório Fernando Távora, da FAUP, dia do seu aniversário: o Director da FAUP, Carlos Guimarães, a Presidente do CA da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho; o Vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes, porta-voz do Presidente da Câmara Municipal do Porto; o Comissário do programa de homenagem, Alexandre Alves Costa que, na ocasião, leu carta especialmente enviada pelo Presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Arquitectos; e os arquitectos Nuno Brandão Costa, Ana Tostões, também na qualidade de Presidente da DOCOMOMO, e Álvaro Siza, oradores convidados. Foram breves e sentidas, as palavras proferidas pelo arquitecto José Carlos Loureiro, dirigidas no final da mesa redonda a um Auditório demasiado pequeno para acolher o numeroso público, a atravessar diferentes gerações, que fez questão de se associar ao momento. Nesse mesmo dia, seguiu-se a abertura da exposição patente na Galeria da FAUP até 28 de janeiro de 2016, com projeto de Nuno Brandão Costa e Luís Pinheiro Loureiro. Aí se pôde observar a “exacta medida” de três obras singulares, na sua carreira e no panorama português: a casa do arquitecto (1949), em Valbom, o Edifício Parnaso (1955) e o Hotel D. Henrique (1966), no Porto, com as fotografias de Juan Rodriguez e as maquetes especificamente realizadas para o efeito por estudantes de arquitetura, a estabelecerem um dialético

confronto com o testemunho do próprio arquiteto José Carlos Loureiro, gravado na vídeo/entrevista produzida por Luís Urbano e Bruno Nacarato. Um vídeo a disponibilizar publicamente em 2016, após encerramento da exposição. Os textos de Carlos Machado, Jorge Figueira e Nuno Grande, relativos a cada uma das obras sinalizadas em contexto expositivo, bem como o texto do Comissário do Programa de Homenagem, Alexandre Alves Costa, foram publicados em brochura produzida pela A.MAG e distribuída a todos os presentes, estando igualmente disponível para consulta pública, em formato digital, no Site da Fundação Marques da Silva.


32 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 33

2.2.2. COLABORAÇÕES: PORTO, VILA NOVA DE CERVEIRA, BRAGA, COIMBRA, MATOSINHOS

- A exposição “Casa de Serralves: o Cliente como Arquiteto”, organizada pela Fundação de Serralves e comissariada por André Tavares, decorreu entre 22 de maio e 6 de Setembro na Biblioteca de Serralves. A Fundação Marques da Silva colaborou nesta iniciativa através da cedência de um conjunto substancial de desenhos, algumas fotos e agendas pertencentes ao acervo do Arq. to José Marques da Silva, coordenador do projeto e obra de construção da Casa de Serralves, por encomenda de Carlos Alberto Cabral, segundo Conde de Vizela. Com esta colaboração tornou-se possível intervencionar a documentação cedida, em termos de conservação e restauro, numa ação realizada pela técnica Dr.ª Ana Freitas, e rever a sua avaliação, com novos valores atribuídos pelo Professor Domingos Tavares. - A exposição de “Homenagem a Alcino Soutinho”, inaugurada a 18 de julho no Castelo de Vila Nova de Cerveira, numa iniciativa da XVIII Bienal de Cerveira, com curadoria da Arq.ta Andrea Soutinho, integrou desenhos, fotografias e peças de design relativas à Pousada de D. Dinis, obra projectada e premiada do Arquiteto Alcino Soutinho, pertencentes ao acervo doado à Fundação Marques da Silva. A iniciativa permitiu a integração de novos registos digitais para a instituição. - “O Theatro e a Arquitetura”, exposição com curadoria de Andreia Garcia inaugurada a 21 de outubro, no âmbito do segundo momento do “Projecto Memória” que pretende dar a conhecer o espólio que o Theatro Circo tem vindo a reunir em parceria com a Biblioteca Pública de Braga. A Fundação Marques da Silva apoiou a iniciativa cedendo documentação (para a exposição) e litografias do Teatro Camões (para venda comercial), projeto da autoria de Marques da Silva apresentado no Concurso de 1908, mas que não viria a tornar-se realidade construída. Esta ação contribuiu para chamar a atenção para um trabalho menos conhecido de José Marques da Silva, bem como providenciar o restauro da documentação cedida para exibição. De forma intermitente, a exposição manteve-se patente ao público até 5 de dezembro de 2015.

- “700+25. Arquitectura na UniverCidade”, com início a 31 de outubro e curadoria de Désirée Pedro, José António Bandeirinha e Nuno Grande, tratou-se de uma exposição inserida na programação de “Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra”, uma iniciativa do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, da Câmara Municipal de Coimbra e da Universidade de Coimbra. O Auditório da Faculdade de Direito da UC e a remodelação da Praça 8 Maio, projetados por Fernando Távora, fizeram parte das obras selecionadas no âmbito desta iniciativa que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva através da cedência de imagens digitais relativas aos projectos referidos. A exposição encerrou a 12 de dezembro de 2015. - “EXD´15/Desejo, Tensão, Transição - Percursos do Design Português”, com curadoria geral de José Bártolo, inaugurou a 12 de novembro na Galeria Nave, em Matosinhos. A Fundação Marques da Silva encontrou-se representada no núcleo “sobre(a)posição”, com curadoria de Sérgio Alves, onde esteve exposto o trabalho gráfico desenvolvido por Andrew Howard para o colóquio “(re)Construir Cidades: Cartografias a partir de Marques da Silva”, uma iniciativa levada a cabo pela Fundação Marques da Silva em 2009, e no núcleo “Escola do Porto, entre Arquitectura e Design”, com curadoria de Maria Milano, com a cedência de uma das cadeiras projetadas por David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva para o mobiliário do atelier do Palácio de Comércio. Esta representação não só permitiu destacar o valor das peças em exposição, como relembrar iniciativas anteriores e revelar uma dimensão menos conhecida dos arquitetos fundadores desta instituição. A exposição manteve-se aberta ao público até março de 2016. A Fundação Marques da Silva desenvolveu ainda um amplo trabalho de colaboração em projectos expositivos a ter lugar em 2016, em Berlim – exposição “Demo:Polis” - e Paris, exposição “Les Universalistes”.


34 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.2.3. ASSINATURA DE PROTOCOLOS

A formalização de protocolos tendo em vista a criação/integração numa rede de relações de cooperação e intercâmbio com outras instituições, teve e continua a manter o objetivo de ampliar o alcance e a capacidade de realização de ações nos domínios relacionados com a cultura e o património arquitetónico e artístico, assim como contribuir para a aplicação de metodologias concertadas de tratamento documental e/ou criar plataformas de investigação que permitam canais promotores de novas aprendizagens, investigação e divulgação, em particular se dirigida ou em complemento à rica e abrangente documentação que a Fundação Marques da Silva alberga: 20 de março | Trienal de Arquitetura de Lisboa 14 de abril | “A coleção de Desenhos. Escola de Belas Artes do Porto”, projeto de investigação que reúne, por parte da UP, a Reitoria, a FAUP, a FLUP e a FEUP e a empresa Sistemas do Futuro - Multimédia, Gestão e Arte, Lda. 7 de outubro | Câmara Municipal de Guimarães 2 de novembro | Universidade do Porto, Faculdade de Arquitectura da UP e Casa da Arquitectura. 5 de novembro | Cityscopio (ACC)


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 35

2.2.4. APOIO INSTITUCIONAL

Ao longo do ano de 2015, a Fundação Marques da Silva foi sistematicamente abordada no sentido de conceder apoio à divulgação de iniciativas, em diversas tipologias e temáticas, por parte de entidades que, reforçando laços, formal ou informalmente têm vindo a ser estabelecidos, consideraram este apoio importante potenciador de angariação de público ou mesmo qualificador da própria ação. Nesse sentido, para além das colaborações anteriormente mencionadas, foi cedido apoio institucional aos seguintes eventos: - “Intervenção Arquitectónica em contexto arqueológico. Propostas e desafios para a cidade de Braga”, exposição inaugurada a 4 de fevereiro na Galeria da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com coordenação geral do Professor Pedro Alarcão e produção executiva de Mariana Sá e Mariana Carvalho. - “Reabilitação e Re-uso da Arquitetura do Movimento Moderno”, seminário internacional organizado DOCOMOMO Internacional que teve lugar nos dias 27 e 28 de março na Fundação Calouste Gulbenkian. - “C+C+W 2015 - ‘tempo e arquitectura’”, decorreu entre 20 e 29 de abril. A quinta edição do evento C+C+W, uma iniciativa do grupo de investigação Atlas da Casa do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, congregou uma Conferência, um Colóquio e um Workshop sob a temática da Casa e do Habitar. - “ARCHI Summit 2015”, para comemoração do Dia Nacional do Arquitecto que decorreu a 10 e 11 de Julho 2015 no Silo Auto, no Porto. - “Alfredo de Andrade (1839-1915) entre Itália e Portugal: cidade, arquitectura, património”, colóquio organizado pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em parceria com a Associazione Socio-Culturale Italiana Del Portogallo. Teve lugar a 29 de outubro, no Consulado de Itália, no Porto. - “Glocal Settings: arquitectura e construção”, conferências organizadas pela OASRN e GECoRPA realizadas no dia 20 de novembro na Exponor, em Matosinhos. - Comemorações do Centenário de Nascimento de Agostinho Ricca, com curadoria do Professor Doutor Jacinto Rodrigues. Este programa, iniciado a 8 de maio, estendeu-se ao longo do ano com: sessão inaugural, 4 momentos expositivos, mesas redondas, um roteiro de visitas e o lançamento de dois catálogos. A Fundação contribuiu com apoio na divulgação individualizada de cada uma das ações programadas. - De caráter continuado, as atividades programadas ao longo do ano de 2015 pela FAUP (lançamentos de livros e conferências várias) e pelo Círculo Dr. José de Figueiredo/Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis, entidade com a qual a Fundação Marques da Silva tem estabelecido, desde 2013, um protocolo de colaboração foram noticiadas nos suportes de divulgação da FIMS.


36 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.2.5 EFEMÉRIDES E OUTROS ACONTECIMENTOS

Não obstante as atividades programadas para sinalização do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios e o Dia Internacional dos Museus, como já anteriormente referido, ou a celebração dos 90 anos do Arq.to José Carlos Loureiro, foram igualmente assinaladas outras datas e momentos através dos canais de divulgação on line geridos pela FIMS, nomeadamente: aniversários de Fernando Távora, Maria José Marques da Silva, José Marques da Silva, Alcino Soutinho; passagem dos 80 anos de Fernando Pessoa (com evocação a Fernando Távora, um reconhecido Pessoano); Dia internacional do Livro (23 de abril); Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto); Dia Mundial da Arquitetura (5 de outubro).


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 37

2.3. ATIVIDADE EDITORIAL: PROJETOS PROMOVIDOS PELA FIMS E AÇÕES DE COMERCIALIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO

O investimento da Fundação Marques da Silva na afirmação de uma linha editorial plasmada em ações editoriais promovidas ou apoiadas pela instituição, de reconhecido rigor e identidade gráfica, assenta na vontade de consolidar um canal de divulgação de leituras e perspetivas inovadoras no campo da arquitetura e da arte, resultante da investigação desenvolvida sobre estas áreas temáticas, com particular ênfase nas pesquisas desenvolvidas sobre os acervos documentais que esta instituição alberga. Os momentos de lançamento converteram-se ou enquadraram-se em iniciativas de divulgação com um caráter pedagógico e científico que auferem, regra geral e no caso de 2015, de grande impacto público. Também as promoções procuraram ter uma base de sustentação justificada em conteúdos ou momentos de significado no contexto dos acervos ou apoios FIMS. Na aplicação desta estratégia, a parceria estabelecida com as Edições Afrontamento para a publicação conjunta de novos livros continua a desempenhar um papel preponderante, mas também a Reitoria da Universidade do Porto, com a dinamização/ participação de iniciativas promocionais, tem sido um apoio fundamental, desde logo em dois momentos de grande visibilidade: a Mostra UP e a Feira do Livro do Porto.


38 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.3.1. LANÇAMENTOS

2.3.1.1 EDIÇÕES IMPRESSAS

12 de fevereiro - Projeto Giorgio Grassi – opera omnia sic | #4 Leon Battista Alberti e a arquitectura romana” “Giorgio Grassi – opera omnia sic”, uma parceria da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento, é um projeto pioneiro que tem em vista publicar, pela primeira vez, a tradução integral para língua portuguesa da obra teórica de Giorgio Grassi, arquiteto e pensador de referência na arquitetura italiana e europeia do último meio século, tendo como tradutor e responsável editorial José Miguel Rodrigues. O primeiro volume editado, “Leon Battista Alberti e a arquitectura romana”, um livro originalmente publicado em 2007 e no qual Grassi partilha uma visão tão próxima e familiar do antigo e insigne mestre que este adquire uma faceta inesperadamente contemporânea, foi lançado no Auditório Fernando Távora da FAUP, na presença do autor, do seu tradutor, de Eduardo Souto de Moura e de Carlos Machado que procedeu à sua apresentação pública. Seguiu-se a Aula Magna “L’oggetto del progetto e il suo modelo” proferida por Giorgio Grassi no âmbito do Curso de Estudos Avançados em Projecto de Arquitectura, promovido pela FAUP e associada ao lançamento editorial. A lotação do espaço rapidamente se esgotou tendo o bom acolhimento do livro sido traduzido num significativo número vendas. Para além da FAUP, a iniciativa contou com o apoio da Associação de Estudantes (AEFAUP).


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 39

10 de junho - “Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora” “Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora”, com coordenação de Manuel Mendes, constitui, como anteriormente referido, no âmbito do encontro “Intersecções”, contexto para o seu lançamento a 10 de junho, no auditório do Centro de Astrofísica da UP, o fascículo 5 da publicação Fernando Távora, ‘minha casa’. A publicação retrata e organiza, segundo critérios editoriais, o resultado do Encontro de Investigadores (6 sessões e 15 participantes) e os projetos de investigação apresentados na instalação-ensaio Nós. Assente em três núcleos estruturantes - 1. do(s) projecto(s); 2. da(s) obra(s); 3. da organização do espaço: “continuidade”, “irreversibilidade”, “colaboração” - o livro regista o contributo de: Ana Cristina Pereira, Carolina Ferreira, Diana Vasconcelos, Fernando Cerqueira Barros, João Luís Marques, José Miguel Rodrigues, Juan Antonio Ortiz Orueta, Manuel Mendes (coordenador da coleção e responsável científico do encontro), Nelson Mota, Nuno Seabra (co-autor), Patrícia Miguel, Ricardo Gil Pereira (co-autor), Rogério Bueno Sousa, Sílvia Cristina Ramos, Susana Lima e Susana Milão. O lançamento contou com o apoio da Associação de Estudantes da FAUP para divulgação, venda e distribuição.


40 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.3.1.2. EDIÇÕES DIGITAIS

- “João Queiroz, um Arquiteto tranquilo”, de Alexandre Alves Costa. Trata-se da disponibilização pública do texto apresentado pelo autor na cerimónia de assinatura do contrato de doação do acervo de João Queiroz, a 18 de maio, no Café Majestic, no qual se traça uma breve biografia e leitura da obra e do acervo, com particular destaque para a Biblioteca reunida. O texto encontra-se associado a um interessante e rico conjunto de imagens que não só ilustra como acrescenta valor informacional. - “Sólo hay una puerta, no una respuesta: apuntes sobre el alunmo, el profesor y el maestro”, de Luis Martínez Santa-María. O autor foi um dos conferencistas participantes em “Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora”. A reflexão então partilhada por este Professor Arquiteto da ETSAM sobre o caminho conjunto percorrido pelo aluno, professor e mestre na descoberta do sentido da Arquitetura foi disponibilizada a 14 de julho numa versão em texto, paginada por Raquel Botelho.

- “Reconstituição biográfica dos arquitectos representados na exposição de 1953: ‘Marques da Silva Exposição conjunta das principais obras do mestre e de alguns dos seus discípulos”, de Joana Marques. A assinalar a passagem de mais um ano sobre o nascimento de José Marques da Silva (18.10.1869), a Fundação Marques da Silva lançou, a 18 de outubro, este catálogo digital, da autoria de Joana Marques, disponibilizando elementos fundamentais para o conhecimento da vida e atividade profissional do conjunto de arquitetos, discípulos de Marques da Silva, que participaram na exposição de homenagem realizada em 1953, no Porto. A edição integra um texto introdutório de Rui Jorge Garcia Ramos e foi paginada por Ana Isabel Pinto.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 41

2.3.2. PROJETOS EDITORIAIS EM PREPARAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

- “Mapa de Arquitectura Fernando Távora”, um roteiro das obras de Fernando Távora projetadas na região norte do País, inserido na coleção que a OASRN tem vindo a publicar, em parceria com a Câmara Municipal do Porto. A pesquisa e organização de conteúdos foram desenvolvidos pela equipa da Fundação, em articulação com o arq.to José Bernardo Távora, e o texto de enquadramento a associar à publicação foi redigido pelo Professor Arquiteto Manuel Mendes. Estando em fase final de arranjo gráfico, o Mapa tem publicação agendada para 2016. - “O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1930-1970)”. A Fundação Marques da Silva, em parceria com as Edições Afrontamento, está a preparar a publicação desta obra de Gonçalo Canto Moniz que tem como base o estudo desenvolvido no âmbito da tese de doutoramento, defendida em 2011, no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, agora revisto e adaptado. O projeto que já tem o apoio garantido das Escolas de Arquitetura de Porto, Lisboa e Coimbra, deverá estar concluído entre 2016/7. - “Memória. Alfredo Matos Ferreira”. Ao longo dos últimos anos, Alfredo Matos Ferreira foi reunindo memória(s) do seu trabalho profissional, movido pela curiosidade de revisitar o que tinha produzido, e assim foi organizando o conjunto de projetos que elaborou ao longo de mais de cinquenta anos. Mais tarde surgiu a ideia de uma possível publicação que associa, para além dos textos memória da autoria do próprio Matos Ferreira, textos de apresentação de Álvaro Siza, Sérgio Fernandez, Vítor Oliveira e Manuel Mendes, coordenador do projeto editorial a lançar pela Fundação Mar-

ques da Silva, durante o ano de 2016, em parceria com as edições Afrontamento e a Faculdade de Arquitectura da U. Porto. - Conferências Marques da Silva. A colecção dedicada à publicação destas Conferências, interrompida desde 2010, foi retomada estando em curso o trabalho de design gráfico da conferência de 2015 que deverá ser lançada em 2016. Gonçalo Byrne e José António Bandeirinha, oradores das edições de 2913 e 2014, respetivamente, já demonstraram disponibilidade e interesse na cedência dos textos para publicação.


42 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

2.3.3. DISTRIBUIÇÃO COMERCIAL E AÇÕES PROMOCIONAIS

O universo de livros e outras publicações comercializados pela FIMS é constituído por: EDIÇÕES IMPRESSAS: LIVROS

– 7 títulos chancela IMS (esgotados 2 títulos: Estação de S. Bento e O aluno, o Professor, o Arquiteto) – 3 títulos livros da colecção “Conferências Marques da Silva” – 3 títulos da colecção “Monografias de Marques da Silva” (1 em parceria com a Afrontamento) – 3 títulos da colecção “Fernando Távora: ‘minha casa’” (em parceria com a FAUP e a Reitoria UP) – 1 título da colecção “Giorgio Grassi – opera omnia sic” (em parceria com a Afrontamento) – 2 títulos da colecção genérica de livros com abordagens inovadoras sobre arquitetura (1 em parceria com a Afrontamento) EDIÇÕES IMPRESSAS: OUTRAS PUBLICAÇÕES E MERCHANDISING

– 6 litografias chancela IMS (esgotada a litografia Estação de S. Bento) – 2 cadernos de notas – 1 puzzle LIVROS EM CONSIGNAÇÃO:

– 3 títulos (2 de J. Carlos Loureiro; 1 de Ana Cotter) APOIOS:

– 2 títulos da editora Quidnovi (colecção Arquitectos Portugueses) – 2 títulos editados pela Casa de Arquitetura (no âmbito do projeto Modernidade Permanente)

De forma a poder garantir a divulgação das suas edições, a Fundação Marques da Silva manteve uma rede de 21 pontos de distribuição para venda, em regime de consignação, dos livros e merchandising por si editados, com a exceção dos livros resultantes da parceria estabelecida com as Edições Afrontamento, que são distribuídos no mercado nacional por esta editora, e das edições em consignação ou

existentes em função de apoios. Para contornar as restrições logísticas da venda de publicações na sede da Fundação, tem-se reforçado a dinamização da loja on line onde estão, para além das publicações distribuídas em regime de consignação externa, disponíveis os livros editados em parceria com as Edições Afrontamento e os livros em consignação interna sobre ou da autoria do arq.to José Carlos Loureiro, e o livro da autoria da arq.ta Ana Cotter sobre uma obra de Fernando Távora. O catálogo da exposição Modernidade Permanente e Diário de Bordo, os dois títulos editados pela Casa da Arquitetura, já atingiram o número máximo de vendas pelo que em 2016 deixarão de constar da lista de edições disponíveis. Sempre que possível, a FIMS participa em ações promocionais e/ou de divulgação editorial, bem como incentiva a criação de laços de cooperação com outras entidades, de forma a promover canais de comunicação e difusão das publicações FIMS. Em 2015, à imagem do que tem vindo a suceder, esteve presente na Mostra UP, entre 12 a 15 de março, no Pavilhão Rosa Mota, e, juntamente com as edições UP, na Feira do Livro, no pavilhão das Edições UP, que, no Porto, esteve patente ao público nos jardins do Palácio de Cristal, de 4 a 20 de setembro. Como já referido, aproveitou a realização do Projeto Memória para colocar à venda no Theatro Circo as Litografias que reproduzem o projeto de Marques da Silva, “Teatro Camões”. Em dezembro, para antecipar o centenário da inauguração da Estação de S. Bento, a Fundação levou a cabo uma promoção do caderno de notas e puzzle produzidos com base na referida obra de Marques da Silva. No seu conjunto, e apesar de os títulos mais recentes estarem a ser distribuídos pela Afrontamento, registou-se um acréscimo de 59% nas vendas. Entre os livros destaca-se claramente a venda de “Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora”, o fascículo 5 da coleção “Fernando Távora ‘Minha Casa’”, com 73 exemplares vendidos.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 43

2.3.4. APOIOS A EDIÇÕES

A documentação contida nos acervos à sua salvaguarda, a Fundação Marques da Silva é frequentemente requisitada para cedência de imagens digitais para publicações de caráter científico ou de divulgação, académicas ou para finalidade comercial, de carácter nacional e internacional. Ao longo de 2015, foram solicitadas imagens para 9 projetos editoriais, entre catálogos de exposições e iniciativas de autores individuais.


44 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

3. GESTÃO DE PLATAFORMAS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

A definição, execução e monitorização da estratégia comunicacional da Fundação Marques da Silva tem cumprido um papel fundamental para sensibilização junto de um largo espectro de públicos e afirmação externa da FIMS. Neste domínio, procurando transmitir uma imagem coerente com as grandes linhas orientadoras, tem sido assegurado: - a publicação regular de uma Newsletter em formato digital, num total de 5 números editados durante o ano de 2015; - a permanente atualização, em português e na versão em língua inglesa, da página eletrónica da FIMS que, em fevereiro de 2015, registava 196750 visitas, número que traduz um aumento de 35% face aos números registados em 2014; - que todas as iniciativas promovidas pela FIMS e por entidades parceiras tenham sido objeto de divulgação igualmente na página de facebook e no twitter, tendo, as iniciativas de maior relevância sido divulgadas através de correio eletrónico;

Para além dos passos referidos: - continua em preparação o projeto de recuperação e divulgação do arquivo videográfico pessoal de Vítor Bilhete em parceria com a TVU., um fundo referente a um importante conjunto de registos de inegável valor para o conhecimento e questionamento da obra e ação de arquitetos ligados à escola de arquitetura do Porto, realizados entre a década de noventa do século XX e a primeira década do século XXI.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 45

4. INTERVENÇÃO ARQUITETÓNICA: EM DEFESA DO PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO

O ano de 2015 assinalou uma nova dinâmica numa área de intervenção de enorme importância para o reconhecimento do papel que a Fundação começa a desempenhar e a ver publicamente reconhecido no campo da preservação do património arquitetónico e urbanístico construído. Esta atuação desenrola-se contemplando a articulação e complementaridade de três formas distintas de atuação: exercendo uma prática de restauro que se pretende exemplar no património imóvel sob gestão direta da Fundação; elaborando e propondo processos de classificação patrimonial; emitindo pareceres com base numa pesquisa ancorada e impulsionada pela informação contida na documentação que tem à sua salvaguarda.

4.1. PRÁTICA DE RESTAURO E INTERVENÇÃO PÚBLICA

Consciente da necessidade de exercer uma prática de intervenção perspetivada no contexto programático e estratégico da instituição, de respeito pelo legado material e imaterial a salvaguardar e assegurando a aplicação de uma metodologia assente em parâmetros de qualidade e rigor inquestionáveis, onde se torna fundamental o estabelecimento e valorização do diálogo com as fontes documentais que registam a génese das obras a intervir, a Fundação tem vindo, desde 2009, a intervir sobre o património edificado que tem sob gestão. Essa prática, no que se refere aos projetos desenvolvidos em 2015, acabou por ser publicamente reconhecida, durante o corrente ano, onde se destacou a conclusão da empreitada de reabilitação da Casa-Atelier de Marques da Silva. Este projeto da autoria do Atelier 15, irá contribuir para o cumprimento de um desígnio firmado nas disposições testamentárias de Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, ao assegurar a preservação de uma obra referencial deste arquiteto e ditar a ansiada transformação funcional de origem - casa familiar e lugar de formação e exercício da arquitetura - em sede da Fundação Marques da Silva.


46 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

4.2. CLASSIFICAÇÃO DE BENS IMÓVEIS

O processo de classificação do Posto duplo de abastecimento da Galp da autoria do arq.to Fernando Távora, em Guimarães, entregue a 25 de novembro de 2014 na Direcção dos Serviços de Bens Culturais do Norte foi, a 27 de abril de 2015, formalmente aberto, com a publicação do Anúncio nº 75/2015, em 2ª série do Diário da República, nº 81. A proposta de classificação tem subjacente a sensibilização das entidades competentes para a necessidade de preservar a harmonia, equilíbrio compositivo, formal e plástico do projeto original, num momento em que tem pendente sobre si a ameaça de demolição das palas de betão armado, uma seção estrutural com valor identitário, essencial para a caracterização do conjunto. Em parceria com a Câmara Municipal do Porto, está em curso o trabalho de recolha de elementos conducentes à abertura de novos processos de classificação, neste caso para obras projetadas pelo arq.to José Marques da Silva, na cidade do Porto, localizadas em áreas que não se encontram abrangidas por qualquer forma de protecção patrimonial. Foi decidido iniciar este processo com a Casa-Atelier, recentemente recuperada.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 47

5. PATRIMÓNIO IMÓVEL: GESTÃO CORRENTE Com imóveis localizados na área urbana do Porto e de Barcelos, a Fundação Marques da Silva tem como responsabilidade assegurar a articulação da vertente da preservação patrimonial com a vertente da rentabilização decorrente da sua exploração/utilização. Neste sentido, foi definida uma estratégia de otimização de rentabilidade que, tendo por base uma diligente e cuidadosa manutenção, bem como um forte investimento na recuperação/remodelação de imóveis para arrendamento, permitiu manter a quase total alocação dos imóveis sob sua gestão. Na sequência do levantamento rigoroso e da reavaliação das propriedades localizadas em Barcelos, realizada pelos testamenteiros, concretizou-se a venda da Casa do Peixoto, cujo produto, seguindo a disposição testamentária da Arquiteta Maria José Marques da Silva, reverteu para a FIMS. Este fundo de propriedades rústicas e urbanas constitui um ativo da maior importância para o reforço dos capitais próprios da FIMS, sendo fundamental para dar corpo à sua missão, aos seus fins estatutários e ao seu plano estratégico. 5.1. CASAS-SEDE DA FUNDAÇÃO

Tendo em consideração a classificação da FIMS como Fundação Pública de Direito Privado, bem como os constrangimentos orçamentais resultantes do investimento que tem sido efetuado nos imóveis arrendados para garantir a sua sustentabilidade e a impossibilidade atual de acesso a financiamentos externos, foi adiada temporariamente a construção de um edifício de raiz para albergar os acervos de arquitetura. Apesar disso, considerando a vontade da testadora, a responsabilidade de valorização do património arquitetónico e a necessidade de garantir as condições mínimas de receção de documentação doada à FIMS, foram concluídas no mês de setembro as obras de remodelação da Casa-Atelier para onde foram transferidos os serviços do Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica e que permitirá albergar os novos acervos a incorporar

na Instituição bem como acolher iniciativas de promoção e divulgação. Prosseguiram os trabalhos de arranjo e manutenção dos jardins. As japoneiras que povoam e constituem um dos elementos mais característicos dos espaços exteriores foram alvo de uma poda executada por profissionais ligados à Associação de Camélias do Porto, instituição da qual a Fundação Marques da Silva é sócia.

5.2. OUTROS IMÓVEIS

Em resposta aos problemas detetados, resultantes do desgaste normal do património construído, e à necessidade de tornar os imóveis comercialmente mais atrativos, incrementando a sua viabilidade económica, foram efetuadas diversas intervenções, a seguir discriminadas: - Diversas intervenções nos prédios da Rua das Carmelitas e da Rua de Ferreira Borges, no Porto, e no prédio da Rua de Barjona de Freitas, em Barcelos, na sequência da reclamação de vários inquilinos. As anomalias resolvidas foram ocasionadas principalmente por infiltrações de água pela cobertura e também para substituição de redes de abastecimento de água e de saneamento que se encontravam deterioradas devido à sua antiguidade. - Foram recuperadas, pelos respetivos inquilinos, as frações sitas à Rua de Ferreira Borges, n.º 57, 2º D, e à Rua das Carmelitas, n.º 100, 3º D. - Foi substituída a rede enterrada de esgotos do prédio da Rua do Comércio do Porto, n.º 144, devido a entupimentos sistemáticos que inundavam a cave do prédio. - Conclusão da recuperação, com alteração de uso para habitação e com projeto do atelier do Arq.to Nuno Valentim, de duas frações do prédio da Rua das Carmelitas, n.º 100, no Porto. - Adjudicação ao atelier do Arq.to Nuno Valentim do projeto de reabilitação das caixilharias exteriores dos prédios da Rua de Ferreira Borges.


48 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015

6. RECURSOS HUMANOS

A operacionalização dos diferentes campos de atuação da FIMS tem vindo a ser assegurada por um quadro de pessoal que se carateriza pela polivalência e transversalidade de funções. No ano de 2015 procedeu-se à incorporação de um Gestor de Informação para reforço da equipa e aumento da capacidade de tratamento e divulgação do crescente número de acervos acolhidos. Para otimização das funções e concretização das atividades, a Fundação beneficiou e promoveu o estabelecimento de formas de colaboração complementares, que passaram pelo contributo, a título gracioso, de muitas das personalidades envolvidas nas diversas ações, assim como pelo acolhimento de estágios curriculares e profissionais, a seguir discriminados: - Continuação do estágio curricular, no âmbito do Doutoramento em “Informação e Comunicação em Plataformas Digitais” do Departamento de Ciência da Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com o tema Taxonomia e Folksonomia na recuperação da informação: um estudo no acervo de imagens da Fundação Marques da Silva. O estágio prolongar-se-á até 30 de Junho de 2016. - Estágio para dissertação final do Curso de Mestrado em Ciência da Informação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, intitulada “Preservação da informação digital em arquivos de arquitetos: o caso da Fundação Instituto Marques da Silva”. A conclusão está prevista para o mês de Junho de 2016. Ao longo do ano, foi facultada a todos os colaboradores a oportunidade de frequência de cursos e seminários para formação e atualização profissional.


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 49

7. CONTAS

As contas que acompanham este relatório, o Balanço e a Demonstração de Resultados, permitem evidenciar o esforço de cumprimento do orçamento previsto para o ano de 2015. Verificou-se um aumento das receitas com rendas de 238.199,16 € em 2014 para 253.193,16 €, fruto dos investimentos efetuados na recuperação de alguns imóveis e de uma gestão atenta e diligente do património imobiliário. Devido à forte redução verificada nas taxas de juro passivas no mercado bancário, as receitas com juros caíram para 31.993,91 €, face a 51.596,16 € no ano de 2014. Os gastos com pessoal aumentaram 10.441,13 € devido à contratação de um Gestor de Informação para reforço da equipa técnica. Os gastos de amortização aumentaram 8.392,92 € devido aos fortes investimentos realizados na recuperação dos imóveis sob gestão, nomeadamente na reabilitação da Casa Atelier . O resultado líquido do exercício diminuiu para (-7.022,59 €) mas manteve-se um resultado operacional (EBITDA) francamente positivo de 78.345,77 €.


50 l RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 51

CONCLUSÃO

O presente relatório demonstra uma crescente visibilidade e reconhecimento público do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Fundação Marques da Silva. As metas e resultados alcançados, os trabalhos em curso e os desafios que se perspetivam são recompensadores do esforço que, de forma continuada e persistente, tem vindo a ser desenvolvido, bem como prova da consolidação e do crescimento das suas áreas de atuação e intervenção. São também altamente motivadores para a nova fase de expansão que se anuncia, com a Casa-Atelier em pleno funcionamento e a multiplicação de projetos com uma dimensão que extravasa o contexto portuense, de projeção a uma escala nacional e internacional. A imagem que a FIMS tem vindo a afirmar, onde transparece uma constante procura de rigor e qualidade, decorre da importância e diversidade informacional contida nos acervos doados ou nela comodatados, com possibilidades de novas integrações a curto prazo, mas também da visão integradora das suas principais vertentes, da dinâmica implementada no seu tratamento e divulgação, na promoção de condições de estudo e criação de redes de cooperação e promoção de conhecimento dentro do âmbito da sua área de intervenção: cultura arquitectónica e artística. A consciência de um caminho traçado, transporta um sentimento de confiança futura, pautado por um sentido de responsabilidade, tendo em vista o gradual cumprimento da sua missão e a garantia de um crescimento sustentado. Por todo o exposto, é convicção do Conselho de Administração da FIMS que o Relatório de Atividades e Gestão e os demais documentos da prestação de contas, elaborados de acordo com o SNC e as normas e os princípios contabilísticos geralmente aceites, reproduzem de uma forma verdadeira e apropriada o resultado das operações da Fundação, pelo que se propõe que sejam aprovados. Propõe-se que o resultado líquido negativo apurado no exercício de 2015, no montante de (-7.022,59 €), seja transferido, na sua totalidade, para a conta de resultados transitados. FIMS, 19 de abril de 2016 O Conselho de Administração


RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2015 l 52

FUNDAÇÃO INSTITUTO ARQUITECTO JOSÉ MARQUES DA SILVA (FIMS) 2016


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.