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Justin Kass
Allianz Income and Growth é um nome que praticamente dispensa apresentações, já que se trata de um fundo de multiativos best-seller na Europa e um dos maiores e com um track record mais longo das estratégias na sua categoria. Como por detrás de um grande fundo está sempre uma grande equipa de gestão… não surpreende que o trio que guia este produto da Allianz Global Investors tenha uma vasta experiência e uma trajetória que já passou por vários ambientes de mercado, dos mais prósperos aos mais voláteis. Michael Yee e David Oberto em conjunto com Justin Kass, CFA, que dá a cara pelo fundo, formam a dream team que gere o Allianz Income and Growth.
PARTNER
NER T PAR
CO-GESTOR DO ALLIANZ INCOME AND GROWTH
C
orria o ano de 2011 quando foi lançado o Allianz Income and Growth. Desde o primeiro dia na equipa de gestão, Justin Kass, CFA conhece a estratégia melhor do que ninguém e, segundo conta, a motivação por detrás da criação do fundo foi a intenção de ser diferente. “Quando olhávamos para fundos multiativos ou fundos de geração de rendimentos, víamos que muitos produtos se focavam nas mesmas empresas, ou seja, investiam em utilities, financeirasou ações que pagavam elevados dividendos. Com este fundo quisemos adotar uma abordagem oposta”, comenta.
Mas o que defineo Allianz Income and Growth? Quais são os seus objetivos? O gestor é categórico ao afirma que pagar uma elevada distribuição mensal ou anual, dependendo da share class, é uma das metas primordiais do fundo. A este objetivo junta-se o de conseguir a apreciação do capital a longo prazo através do investimento em ativos norte-americanos. “Como investidores, não só gostamos de ter uma elevada distribuição de dividendos, como também gostamos de participar no crescimento do mercado de capitais”, explica.
Além disso, contrariamente ao que fazem outras estratégias de multiativos, onde se defineque porção se deve alocar a high yield, a investment grade, a ações, etc., o gestor refere que a sua equipa identificaprimeiro as melhores empresas e só depois determina em que classes de ativos faz mais sentido investir. “A isto chamamos assimetria de risco e retorno, o que significaque participamos no upside do mercado de ações, mas quando entramos em períodos de volatilidade, estamos protegidos no downside”.
VISÃO DE LONGO PRAZO
Conforme explica Justin Kass, CFA, há três classes de ativos com representação no fundo cuja alocação se mantém estática, com uma representação de um terço cada uma: ações, obrigações high yield e obrigações convertíveis.
Mas porquê manter esta alocação estática? “Porque é muito difícil fazer previsões sobre as classes de ativos. PoUM FUTURO MAIS VERDE
Atualmente, é quase impossível falar de um fundo sem questionar se este segue critérios de sustentabilidade. Embora ainda não estejam totalmente integrados no Allianz Income and Growth, a equipa de gestão reconhece a importância deste tema. Até agora, têm-se guiado pelos critérios de exclusão implementados pela Allianz GI e pelos padrões definids pela indústria. O gestor, porém, levanta a ponta do véu e revela que a equipa de gestão tem feito progressos rumo a um fundo mais verde, prometendo, num futuro próximo, ter novidades quanto a este tema.
demos ter anos como 2020 em que a classe das obrigações convertíveis subiu 46%, ou anos como 2021 em que o desempenho foi abaixo do esperado”, explica. E, segundo considera, “se nos focarmos no curto prazo, veremos as melhores classes a cair, mas se soubermos esperar e olharmos para o desempenho a longo prazo, vemos que estas classes de ativos oferecem retornos semelhantes aos das ações, não sendo ativos que comportam tanto risco”.
“Nunca nos avaliamos trimestralmente ou nem mesmo anualmente. Gostamos de relembrar o cliente que se investe neste fundo a longo prazo, e que esta deve ser uma participação principal na sua carteira. Se nos quiser julgar, que o faça num horizonte de cinco, 10, 15 ou mesmo 20 anos. É extremamente importante que este não seja um fundo concentrado em ações growth, onde, se o crescimento for desfavorável, teremos um desempenho drasticamente inferior. Este é uma carteira bem diversificada que tenta capturar exposições no mercado mais amplo”, conta Justin Kass.
RENDIMENTO EXTRA
Segundo Justin Kass, neste ambiente atual em que a turbulência é maior e os mercados de ações são mais voláteis, o uso da estratégia de covered calls também aumenta significativamente para capturar a volatilidade do momento. Esta estratégia pode agregar valor, especialmente em momentos como o atual, com elevada volatilidade e adicionar até 50 pontos base de rendimento adicional à carteira, segundo o gestor.
Nos mercados mais prósperos, que crescem consistentemente, mas sem uma tendência marcada, segundo explica, posicionam-se no que chama de extremidade inferior de uma estratégia tradicional de covered calls. “Normalmente falamos de intervalos de zero a 25%, 25 a 50% ou de 50 a 75%”, explica.
Sobre a rotatividade da carteira, Justin Kass é perentório: “O turnover está fora do nosso controlo”, por via das maturidades e das oportunidades nos segmentos de rendimento fixo.Porém, refere, “a rotatividade de nomes é
muito menor na carteira do que a rotatividade estatística. Depende da dinâmica do mercado em que estamos”.
GROWTH VERSUS VALUE
Para Justin Kass, a gestão ativa é extremamente importante e destaca as dinâmicas do segmento de equity (ações) da carteira. “Mudámos o portefólio ao longo do tempo, passando de alguns dos setores de maior crescimento para outros que estão a ter um crescimento significativo dos lucros. Gostamos de lembrar o cliente que não se trata de uma competição value versus growth. É mais uma disputa para ver que setor tem o maior potencial de crescimento de lucros”.
O gestor relembra que o problema que se tem visto do lado do growth - especialmente em casos concretos que não encaixam no seu processo de seleção -, emerge nas empresas com falta de lucros, um problema que não é de agora. “Temos visto alguns grandes nomes sofrerem uma dramática correção no preço das suas ações. Mas esta questão começou no início de 2021 quando estas empresas demonstraram um desempenho inferior. É algo a que devemos estar atentos, mas não é algo novo”, conta.
CONTEXTO GEOPOLÍTICO
Quanto ao atual contexto geopolítico causado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as repercussões que este pode ter, diz o gestor, ainda “é desconhecido”. Os mercados já estavam a lidar com a expiração dos apoios estatais, infl ção geracionalmente alta, confinamentossucessivos devido à Covid e o início de um ciclo de aumentos dos juros. Agora, o conflitona Ucrânia está a levar a custos das matérias-primas ainda mais acima e a uma possível deterioração do crescimento. Os mercados de crédito experimentaram o alargamento dos spreads e os títulos do Tesouro não têm oferecido proteção contra as quedas devido às preocupações com a inflaçãoe os juros”. O início de 2022 acabou por ser mais desafiantedo que o esperado pela equipa de gestão e o segundo trimestre deverá ser igualmente turbulento.