pretexto . publicações de artista
serviço social do comércio sesc prainha
trav. syriaco atherino, 100 - centro florianópolis - sc, 88020-180, brasil
boletim 01
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15.09.2016 Exposição Revistas de Artistas no Brasil • curadoria de Jorge Bucksdricker Exposição Publicações como Espaço Expositivo • curadoria de Regina Melim Fundação Cultural Badesc 18h30 conversa com os curadores 17.09.2016 Exposição Coleção Particular • curadoria de Gabi Bresola e Regina Melim Biblioteca do SESC Prainha 11h conversa com as curadoras Leitura ou Repartições Biblioteca mesmo, livrocapas • Silfarlem de Oliveira Biblioteca do SESC Prainha 11h conversa com o artista 20, 21 e 23.09.2016 Oficina Textando • Fabio Morais Teatro do SESC Prainha 14h30 – 17h30 21.09.2016 Lançamento ¿Hay en Portugués? número 6 • Regina Melim, Fabio Morais, Pedro Franz e Gabi Bresola Teatro do SESC Prainha 20h 22.09.2016 Exposição e Oficina Visita Guiada • Edições Tijuana com Ana Luiza Fonseca Teatro do SESC Prainha 15h30 – 18h
24.09.2016 Exposição Sala de Escuta • Raquel Stolf Hall e Teatro do SESC Prainha 11h Página Gravada – conversa com a artista 28.09.2016 Lançamento Anecoica e [Disso(isso)] • Raquel Stolf Teatro do SESC 20h 29.09.2016 Oficina Exposições Impressas • Regina Melim Fundação Cultural Badesc 14h – 18h 01.10.2016 Leitura Biblioteca para Corpos em Expansão • Luana Navarro Biblioteca do SESC Prainha 11h 04 e 05.10.2016 Oficina ANO 1, Nº 0 • Jorge Bucksdricker Fundação Cultural Badesc 18h30 – 21h30 08 e 09.10.2016 flamboiã ~ feira de publicações de artista • curadoria de Gabi Bresola e Marcos Walickosky MHSC/Palácio Cruz e Sousa 11h – 18h
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pretexto_publicações de artista proposição de Regina Melim 15.09 – 15.10.2016
Quando esbocei este projeto pretexto_publicações de artista, a primeira questão que me impus foi a de ter a liberdade para subverter algumas ordens do projeto Pretexto, existente há mais de uma década. Se, na base dessa proposta criada em 2005, estava expresso o foco na formação de artistas, minha intenção foi a de começar a pensar numa estrutura que descentralizasse e expandisse esse objetivo inicial. Por que não realizar um evento para, e com o público, incluindo os artistas? Talvez por estar há mais de duas décadas atuando como professora num curso de artes visuais na universidade, ao longo desses anos tenha percebido que a formação é uma instância que acontece num tempo bastante estendido e construído a partir de múltiplos compartilhamentos e descentralizações. Não seria eu a única pessoa a realizar essa empreitada. Assim, a primeira ideia que surgiu, e que mantive, foi de convidar alguns alunos, ex-alunos, ex-orientandos, colegas de trabalho da universidade e de profissão que, ao longo desse tempo, tem sido minhas referências mais preciosas para dividir e/ou compartilhar desse espaço de experimentação e de prática de nossas pesquisas artísticas. boletim Ao pensar num impresso que pudesse acompanhar esse projeto, veio à tona uma série de referências que sempre me acompanham. Elegi então a mais recorrente delas, o art & project bulletin — uma publicação muito simples, em formato aberto A3 (29,7 x 42,0cm) e dobrado A4 (21,0 x 29,7cm), com mais duas dobras poder transformar-se num convite que pode ser expedido pelo correio. A apropriação do art & project bulletin configurava-se, no meu entender, o início desse pretexto_publicações de artista ou, o início de uma prática que se desenvolveria em uma rede de compartilhamentos com exposições, oficinas, leituras ou repartições e feira, acompanhados de conversas e lançamentos. O art & project bulletin foi uma publicação criada em 1968, por uma dupla de holandeses, Adriaan van Ravesteijn e Geert van Beijeren, em Amsterdã, como um impresso que
pudesse divulgar e convidar pessoas para conhecerem a galeria, denominada de art & project (1968-2001). O fato de nos primeiros anos estar situada na própria casa dos pais de Geert van Beijeren, aberta ao público somente de noite e nos finais de semana, fez com que o bulletin se tornasse uma extensão da galeria. Do seu lançamento, em setembro de 1968 a novembro de 1989, foram produzidos 156 bulletins. A art & project não realizava vernissages. Assim, a criação do art & project bulletin era a forma que eles imaginaram para divulgar as exposições e os artistas. Era também uma forma de documentar os trabalhos que estavam sendo desenvolvidos, tanto no espaço da galeria, quanto no espaço impresso da publicação. Esse modo de documentação tornou-se, na maioria dos casos, um trabalho de arte, ele mesmo. Adriaan van Ravesteijn fala em uma entrevista que o bulletin tornava-se “uma forma deles darem o piso e os artistas construirem as paredes em volta”. Sua tiragem era de aproximadamente 800 exemplares, sendo que 400 a 500 exemplares eram enviados pelo correio a uma rede de artistas, colecionadores, galeristas e pessoas interessadas em arte que estavam no mailing da art & project. Hoje, não há dúvida, os bulletins se tornaram um importante arquivo da história desse espaço. Eles mesmos, como impressos, foram criados como exposições portáteis e volantes. Ao longo da década de 1970 os bulletins também foram objetos de exposição. A mais notável, foi a participação na Information (MoMA, 1970, com curadoria Kynaston McShine) onde foram expostos como obra. No pretexto_ publicações de artista, para o SESC Prainha o bulletin n. 67 (1973), do artista Allen Ruppersberg, estará na exposição Publicações como Espaço Expositivo. Apropriado para este projeto como uma espécie de síntese das ideias que buscaremos desenvolver, serão realizados: boletim 01 . programação, boletim 02 . exposições, boletim 03 . leituras ou repartições, boletim 04 . oficinas e boletim 05 . feira.
programação Durante o período de 15 de setembro a 15 de outubro de 2016 o projeto pretexto_publicações de artista estará apresentando as exposições Revistas de Artista no Brasil, organizada por Jorge Bucksdricker, com uma seleção de revistas criadas por artistas a partir da década de 1960, pertencentes a sua coleção: Navilouca (1974), Polem (1974), Código (1974-1990), Poesia em Greve (1975), Qorpo Estranho (1976-1982), Malasartes (19751976), Arte em São Paulo (1981-1986), entre outras. Publicações como Espaço Expositivo, organizada por Regina Melim, com uma seleção de publicações realizadas como espaço expositivo, a partir dos anos 1960, pertencente a sua coleção. Entre as selecionadas estão: Working drawings and other visible things on paper not necessarily meant to be viewed as art (1966), Xerox Book (1968), July, August, September, (1969), Studio International . July, August, (1970), Artforum (1980), Point d’ironie (desde 1997), Pulgar 8 (2001), Pulgar 12 (2004), Re-Shuffle: Notions of an Itinerant Museum (2006), PF (2006), Working Drawings And Other Visible Things On Paper Not Necessarily Meant To Be Viewed (2008), The Xeroxed Book (2010), July, August, September (2012), entre outras. Coleção Particular, projeto realizado por Gabi Bresola e Regina Melim para a criação de um setor de publicações de artista na biblioteca do SESC Prainha e que, após a exposição permanecerá instalado como coleção permanente e aberta para novas doações. Visita Guiada com uma seleção de publicações da Edições Tijuana (SP) por Ana Luiza Fonseca. Entre as selecionadas estão: ‘Nunca’ (2010) de Mariano Ullua, ‘Presente’ (2011) de Marcius Galan, ‘Querido Diário’ (2013) de Fabio Morais, ‘Tipografia Externa, Tipografia Interna’ (2013) de Pablo Accinelli, ‘Listas’ (2013) de Juan Carlos Romero e Ivana Vollaro, ‘Museu do Homem do Nordeste’ (2014) de Jonathas de Andrade, ‘sem título’ (2015) de Edgard de Souza e ‘Linguagentrificação’ (2015) de Fabio Morais, entre outras. Algumas das publicações apresentadas estarão com seus ‘bonecos’ à titulo de exemplificações do processo de edição e produção de uma publicação. Sala de Escuta, uma instalação sonora de Raquel Stolf para o hall entre a Biblioteca e o Teatro do SESC Prainha e Página Gravada, que expõe parte de seus processos e investigações sob(re) publicações sonoras e seus desdobramentos. Envolvendo relações entre processos de escrita e modulações de escuta, trânsitos e intersecções entre palavra, ruído e silêncio. Em Leituras ou Repartições serão apresentados: Biblioteca mesmo, livrocapas com Silfarlem de Oliveira, onde uma biblioteca que é formada a partir dos ‘livros’ que são cobertos pelo livrocapa ou dos livrocapas distribuídos entre os usuários da Biblioteca do SESC Prainha. Biblioteca Para Corpos Em Expansão com Luana Navarro, uma instalação de letreiro homônimo para a criação de um espaço conceitual que abriga trabalhos, práticas e ações que tomam o corpo como questão. Nesse sentido, tanto a Biblioteca mesmo, livrocapas, como a Coleção Particular estarão sendo ‘abrigados’ pela proposição de Luana Navarro.
REALIZAÇÃO
Oficinas também estarão sendo realizadas: Textando com Fabio Morais onde o termo “escrever” é preterido em favor do neologismo “textar” que evoca o experimentar no exercício da escrita. Abordando aspectos específicos da escrita praticada, difundida e lida no contexto das artes visuais, nesta oficina serão apresentadas obras-textos que, ao invés de seguir modelos literários — algo comum ao se considerar que a literatura é a arte da escrita — seguem procedimentos da performance, da escultura, da linguagem gráfica, da partitura, da arte conceitual, do minimalismo, do work in progress, do ready-made, imprimindo especificidades textuais na escrita praticada por artistas. Exposições Impressas, com Regina Melim, que parte da própria exposição Publicações como Espaço Expositivo para abordar práticas curatoriais no espaço impresso, tendo como princípio a ideia de catálogos e publicações de artista se estabelecendo como uma exposição itinerante que não termina nunca. Mais do que a distensão de seu tempo de duração de mostra, a portabilidade permite o seu deslocamento e trânsito pelos mais distintos lugares e contextos. ANO 1, Nº 0 com Jorge Bucksdricker, a partir da exposição Revistas de Artista no Brasil, onde serão desdobradas e discutidas uma série de questões relativas à revista de artista como lugar de debate, exercício de convivência, veículo de difusão, gesto de resistência, espaço experimental de criação e exposição. Uma série de lançamentos com distribuição gratuita também consta na programação, entre elas: ¿Hay en Portugués? número 6, uma edição especial, organizada por Fabio Morais, endereçada ao texto e toda a gama de experimentações possíveis que a escrita experimenta no campo das artes visuais. Anecoica com Raquel Stolf, uma publicação criada em 2016, na disciplina de Instalação Multimídia e no Seminário Especial Investigações sob(re) proposições sonoras, por ela ministrados nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Artes Visuais, no Ceart/ Udesc. Anecoica investiga usos heterogêneos do som no campo da arte contemporânea, conceitos e experiências de silêncio/ruído, espaços sonoros, modos e modulações de escuta articulados em proposições artísticas. Propõe pensar intersecções entre som, texto e contexto, entre silêncios/ruídos impressos e sonoros. [Disso (isso)], uma publicação experimental sonora/impressa construída coletivamente na oficina Laboratório de escuta e escrita, proposta por Raquel Stolf no Ceart/Udesc, em Florianópolis (abril a novembro de 2014) e na Divisão de Artes Plásticas DaP/UEL, Londrina (novembro de 2014) como ação do Programa de Extensão MEMBRANA. O projeto pretexto_publicações de artista finaliza com a flamboiã ~ feira de publicações de artista organizada por Gabi Bresola e Marcos Walickosky, em sua segunda edição que acontecerá nos dias 8 e 9 de outubro de 2016, no jardim do MHSC/Palácio Cruz e Sousa. Da mesma forma que em sua primeira edição, a flamboiã terá intervenções, performances e mesa de conversa.
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