DIAGNÓSTICO - PAISAGISMO II

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PAISAGISMO II Diagnรณstico


Caderno de diagnóstico urbano desenvolvido para a disciplina de Paisagismo II, sob a orientação das docentes Lea Cavalcanti e Maria de Lourdes Nóbrega. O estudo se debruçou sobre um recorte localizado no Bairro da Boa Vista (Recife/PE), que circunscreve a Rua da Alegria. O trabalho foi desenvolvido pelas alunas: Gabriela Cabral, Giovanna Beltrão, Rafaela Black e Thalita Brasileiro, do Curso de Arquitetura e Urbanismo UNICAP.


Sumário 01. Apresentação 02. Contexto 2.1 Breve Histórico da Área 2.2 O Recorte em Estudo

03. Leituras Urbanas 3.1 Usos e Atividades 3.2 Tipos Arquitetônicos Existentes 3.3 Gabaritos Existentes 3.4 Cheios e Vazios 3.5 Mapas de Sombras 3.6 Fluxo e Hierarquia de Vias 3.7 Vegetação 3.8 Mobiliário

04. Análise e Interpretação 05. Referências


01 Apresentação O produto apresentado tem como objetivo elaborar um diagnóstico urbano do recorte realizado no bairro da Boa Vista, para que se tenha informações nessárias para o desenvolvimento de um anteprojeto paisagístico. Tal recorte localiza-se em uma importante área histórica do Recife, a ZEPH 08. Assim, este documento analisa questões que vão desde a formação territorial até levantamentos quanto aos usos, à tipologia, gabaritos, cheios e vazios, sombras, fluxo e hierarquia de vias, vegetação e mobiliário urbano existentes. O material apresentado foi coletado em planos diretores, documentos acadêmicos e através de análises feitas por plataformas como o Google Maps, o Google Earth e o ESIG. Recorte inserido no bairro da Boa Vista, Recife/PE. Fonte Imagem: Google Earth


02 Contexto


2.1 Breve Histórico da Área A Formação do Bairro da Boa Vista O bairro da Boa Vista foi uma das primeiras áreas ocupadas em Recife, sendo considerado um dos bairros mais antigos da cidade. É palco de uma pluralidade extremamente rica, desde seus aspectos culturais e socio-econômicos até suas expressões urbanas, onde essa última vem de um extenso arcabouço arquitetônico e urbanístico existente na área. Com edifícios de diferentes estilos arquitetônicos e épocas construtivas, marcado pelos casarios antigos e pelos sobrados magros e altos; por traçados com feições “medievais”, feitos de vielas, becos e ruas estreitas; e pelo novo, com largas avenidas e espaços que convivem entre si, marcando não apenas sua culturalidade, mas também, promovendo a materialização da história da própria cidade. A “boa vista” da ocupação holandesa se referia à paisagem que Nassau tinha do seu palácio, de mesmo nome e que fora construído em 1643. O edifício se localizava às margens do rio Capibaribe na ilha de Antônio Vaz, onde hoje é o bairro de Santo Antônio. Segundo Nóbrega (2008), o nome do palácio foi consequência dessa paisagem, que recebeu o nome “boa vista”, assim como a área que se avistava da edificação. O início da ocupação atual do bairro, de acordo com Menezes (1988), se deu de um povoado que foi se formando às margens do Rio Capibaribe que era composto de pequenos pescadores que usavam desse recurso hídrico como fonte de sobrevivência. A partir dessa aglomeração, três ruas/caminhos surgiram, que são atualmente correspondidos às ruas da Glória, de São Gonçalo (matriz) e a Rua Velha, tal formação teria ocorrido no período da ocupação holandesa em Pernambuco, entre os anos de 1630 a 1654.


Imagem 01 - Planta Genográfica da Villa de Santo Antônio do Recife de Pernambuco, 1749. Fonte: (MENEZES, 1988)

Na imagem 01, tem-se a planta genográfica da Villa de Santo Antônio do Recife de 1749 (MENEZES, 1988). A zona marcada na parte inferior da imagem corresponde à primeira informação oficial que se tem registro do povoado da Boa Vista, entre 1648 a 1745. A partir do ano de 1745 até 1827, a ocupação da Boa Vista foi marcada por uma coleção de vários aterros maneira lenta e em momentos bastante diferentes.

Em primeiro lugar vem o aterro do Casimiro, o qual compreende o aproveitamento do mangue até a Rua Formosa, atual Conde da Boa Vista. Neste trecho aterrado se instalou a Fundição Aurora, dos ingleses, e no extremo da área aterrada situou-se a Igreja dos Ingleses, demolida nos anos quarenta do século atual. A segunda etapa compreende as obras realizadas pelo Barão de Beberibe desde o seu sobrado e indo até a atual Rua do Riachuelo. Uma terceira etapa compreende o trecho que daí surge até a Avenida Norte atual, e onde se encontram localizados a Assembléia e o Ginásio Pernambucano. Tal aterro, que toma todo o século XIX, vem se constituir na maior obra realizada no bairro da Boa Vista, definindo sua maior ampliação enquanto limitada a oeste pelos sítios de vários proprietários (MENEZES, 1988, p. 97).


Imagem 02 - Plano do Porto e Praça de Pernambuco e seu contorno Meridional e Ocidental, desenhado por Pedro Cronenberger, 1827. Recorte em estudo marcado. Fonte: (MENEZES, 1988).

Como mostra na imagem 02, o bairro da Boa Vista em 1987 já existia, isso porque ainda no contexto das transformações causadas pelos vários aterros, houve a inauguração do bairro atrelada à abertura da ponte da Boa Vista, que nas palavras de Menezes, a vida urbana nessa área da cidade foi dotada de grande celeridade e com isso veio o processo de urbanização. Ainda no século XIX, outras área de mangue foram aterradas, que correspondem às instalações do Ginásio Pernambucano, da Assembléia Legislativa e da Fundição d´Aurora. Por fim, ainda houve algumas forças que estimularam a inovação tanto do bairro, quanto da cidade do Recife. Como durante a presidência de Francisco do Rego Barros da província de Pernambuco, que fortalece uma ação de inovação da cidade inaugurando o século XX com espírito modernista e modernizante, fazendo com que a Boa Vista assuma dimensões e articulações na cidade (como o parque 13 de maio, conhecido na época por passeio público 13 de maio).


Imagem 14 – Recife, 1906-07 com o Parque 13 de maio em marcação (verde) e o recorte em estudo (branco). Fonte: (MENEZES, 1988).

Na planta do Recife de 1918 temos a expansão maior da Boa Vista até a data considerada, onde já se definiam alguns dos monumentos mais importantes com os seus entornos completos. Assim, em primeiro lugar o prédio dos Cursos Jurídicos, a Academia de Direito, concluída desde 1912 e com plano de ajardinamento em execução. Depois a valorização da Matriz da Boa Vista com a abertura maior da Rua do Hospício, em sua frente, definida já no mapa de Douglas Fox. O Hospital Pedro II, as igrejas Matriz da Boa Vista, S. Gonçalo, Rosário e Conceição. A Assembléia, em magnífico prédio, projetado e construído pelo pernambucano, engenheiro José Tibúrcio Pereira Magalhães. O Ginásio Pernambucano, projeto e construção do também pernambucano, engenheiro José Mamede Alves Ferreira. Resta ainda parte do aterro da Aurora a ser ocupado, o que se dará após 1918, inclusive com o grande parque Treze de Maio (MENEZES, 1988).


2.2 O Recorte em Estudo A área de estudo é composta pelas ruas: da Glória, Santa Cruz, da Velha, da Alegria, pela rua Leão Coroado e pela Travessa Pedro de Albuquerque. Está situada na Zona Especial de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural, mais especificamente no setor I SPR, Setor de Preservação Rigorosa. O perímetro de intervenção circunda a Rua da Alegria, que localiza-se em um importante palco histórico arquitetônico do bairro da Boa Vista, entre o Pátio de Santa Cruz e o Mercado da Boa Vista, além dos sobrados e outras construções antigas do seu entorno.

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ap Rio C

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São José

Esc 1/500000 Recorte em estudo Bairro da Boa Vista

Mapa autoral

ALEGRIA, Rua da. Começa na Rua Velha, passa por muros de quintais de casas da Rua da Glória, depois deflete à esquerda e termina na Rua de Santa Cruz, atrás da igreja. Já foi chamada de Conselheiro Aguiar, nome depois transferido para um famoso logradouro do bairro de Boa Viagem. O povo não aceitou a mudança. A Alegria prevaleceu. (CAVALCANTI, 2018)


1740 e 1760

1740-60

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50

1827

Evolução da Área Mapas realizados com base nos já mostrados de Menezez (1988), no item (2.1) deste trabalho. As informações são focadas especificamente na área de estudo. 1827

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1906

0 5

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N

1906

N

Qudras Construídas Solo


03 Leituras Urbanas


3.1 Usos e Atividades O território em análise possui grande parte de suas atividades voltadas para o uso comercial ainda que este represente um percentual pequeno do total, são as estruturas comerciais que catalisam as atividades e os fluxos da área. A maior varidade de usos da área, tendo em vista que corresponde a mais da metade do percentual, é o uso habitacional. Porém, mesmo com essa característica tão predominante, o recorte se faz de outros usos importantes para caracterização da região, como o religioso (Igreja e Pátio da Santa Cruz) e comercial (como o Mercado da Boa Vista, por exemplo). Em determinados horários, pode-se aferir que há uma diminuição drástica no fluxo de pessoas nas ruas. Isso ocorre porque a alta da atividade na área acontece em horários do dia. Assim, em horário comercial a área de análise recebe um intenso fluxo de pessoas, diferente do que ocorre nos finais de semana, onde esse fator dimunui.

Edifício de uso misto: padaria e habitação / Igreja Santa Cruz - imagem: google earth

Habitação / Escola - imagem: google maps


Comércio Formal

Habitação

7,25%

Comércio Informal

3,1%

5,7%

Estacionameto

Uso Misto

0,5%

Educacional

Serviço

0,5%

Vazio

Religioso

Mapa de Usos

0 5

67,9%

5,7%

8,85%

0,5%

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50

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3.2 Tipos Arquitetônicos Existentes No recorte em estudo identificou-se que a tipologia arquitetônica mais recorrente é a “Casa de Porta e Janela”, que corresponde a 54,4% da área. No mapa de usos, é possível observar que esse tipo corresponde predominantemente à habitação, e que o 0,5% de edificação singular, é na verdade o Mercado da Boa Vista, uma edificação marcante tanto para o perímetro em análise e para o bairro da Boa Vista, quanto para a cidade do Recife. Um ponto extremamente importante para a análise tipológica é a porcentagem alta de edificações descaracterizadas, das “casas de porta e janela” e dos “sobrados” (total de 20,7% de imóveis descaracterizados). O recorte em estudo trata-se de uma importante área histórica, principalmente quanto ao seu valor arquitetônico que se faz em um arcabouço extremamente rico, indo desde construções religiosas (como a Igreja de Santa Cruz), sobrados, casas térreas antigas até a arquitetura do mercado. Assim, a descaracterização de algumas construções pesa na caracterização da área e chama atenção para tomadas de medidas e diretrizes de preservação.

Casa de porta e janela / Edifício Singlular - imagem: google google

Casa de porta e janela / Ruína - imagem: google google


54,4%

11,4%

2,6%

9,3%

1,5%

Casa sem recuo lateral

Ruína

Sobrado descaracterizado

Sobrado

Edifício caixão

Casa de porta e janela descaracterizada

Casa de porta e janela

0,5%

Casa com recuo lateral

1,0%

0,5%

Outros

Templo

Edifício Singular

Mapa de Tipologia

0 5

11,9%

5,4%

0,5%

20

50

N


3.3 Gabaritos Existentes O gabarito é uma análise urbana de extrema importância para se compreender a escala e a proporção de uma área. Para esta compreensão, além da contabilização das alturas dos edifícios, faz-se necessário também, estudos de perspectiva e principalmente de skylines. O perimetro analisado possui uma skyline simétrica visto que 74% das edificações que a compõe são térreas. Além disso, tem-se uma quantidade considerável de construções de dois pavimentos que, em sua maioria, se faz na tipologia dos sobrados. Há ainda as que descaracterizam essa altura, como o prédio da Panificadora Santa Cruz.

Panificadora Santa Cruz / Casas térreas na Rua da Glória. fonte: google maps

Edificação (invasão) no estacionamento da Rua da Alegria / Sobrados na Rua da Glória. fonte: google maps


Mapa de Gabarito

N 0 5

20

50

Legenda Térreo 1 Pavimento 2 Pavimentos

Elevação Rua da Alegria - Direita Elevação Rua da Alegria - Esquerda

2 Pavimentos: 5,30%

1 Pavimento: 20,70%

Térreo: 74%


Skylines O estudo das Skylines é de extrema importância para se compreender de fato como se comporta a escala do local. Ter essa noção visual permite traçar diretrizes projetuais com mais clareza e consciência.

Skyline da rua da Alegria - lado direito / fonte: Silva, 2020 (modificado)

Skyline da rua da Alegria - lado esquerdo / fonte: Silva, 2020 (modificado) térreo + 2 pavimentos térreo + 1 pavimento térreo

Perspectivas Rua da Alegria com gabaritos marcados (legenda acima) - sentido dos carros (mão) / imagem: google maps (modificado)

Perspectiva Rua da Alegria com gabaritos marcados (legenda acima) - oposto ao sentido dos carros (contra-mão) / imagem: google maps (modificado)


3.4 Cheios e Vazios O mapa de cheios e vazios é muito importante para a compreensão do adensamento da área e como se dá a implantação de suas construções. O recorte em estudo está em uma ZEPH (Zona Especial de Preservação Histórico – cultural) e, através do mapa de cheios e vazios, é possível notar que as edificações da área em sua maioria não possui afastamento lateral e frontal, tendo contato direto com a rua.

Mapa de Cheios e Vazios

N 0 5

20

50


Cheios e Vazios das Fachadas

Estudo na Rua da Alegria - lado direito / fonte: Silva, 2020 (modificado)

Estudo na Rua da Alegria - lado esquerdo / fonte: Silva, 2020 (modificado)

Estudo na Rua da Alegria - lado direito da praรงa / fonte: Silva, 2020 (modificado)

Estudo na Rua da Alegria - lado esquerdo da praรงa / fonte: Silva, 2020 (modificado)


3.5 Mapas de Sombras Na área em estudo, foi realizado uma análise das sombras projetadas pelos edifícios em diferentes períodos do ano. Onde foram produzidos mapas referentes às 10h da manhã e 14h da tarde no solstício de verão, e mapas das 10h da manhã e 14h da tarde no solstício de inverno. Durante junho, no período de inverno, às 10 horas, pode-se observar que a R. da alegria, a R. da Gloria e a Tv. Pedro Albuquerque se encontram bastante sombreadas, esse cenário muda às 14h da tarde, quando a R. da alegria passa a ficar bem menos sombreada e a R. Leão coroada passa a ficar parcialmente sombreada. Já em dezembro, quando se inicia o solstício de verão, concluiu-se que apenas a R. da Santa Cruz se encontra sombreada às 10h da manhã. Esse panorama se modifica, às 14h, quando quase todas as ruas do recorte estudado ficam sombreados, com exceção da R. da Santa Cruz e a R. da Gloria.


Mapa de Sombras

N 0 5

10h da manhĂŁ no solstĂ­cio de VerĂŁo Legenda

3 metros 6 metros 9 metros

20

50


Mapa de Sombras

N 0 5

14h da tarde no solstĂ­cio de VerĂŁo

Legenda 3 metros 6 metros 9 metros

20

50


Mapa de Sombras

N 0 5

10h da manhĂŁ no solstĂ­cio de Inverno Legenda

3 metros 6 metros 9 metros

20

50


Mapa de Sombras

N 0 5

14h da Tarde no solstĂ­cio de Inverno Legenda

3 metros 6 metros 9 metros

20

50


3.6 Fluxos e Hierarquia de Vias Devido às situações atuais, de Pandemia, não foi possível aferir com melhor precisão os fluxos de veículos da região em estudo, uma vez que o nível de carros diminuiu drasticamente neste período de tempo. Desta maneira, para esta parte do trabalho foi utilizado como referência o trabalho de graduação de Vanessa Santana Pereira da Silva (UNICAP/2020).

Como podemos observar, o fluxo de veículos é baixo e ocorre em baixa velocidade, além de uma grande quantidade de veículos estacionados. Sendo estes veículos estacionados em sua maioria dos próprios moradores. A tarde o fluxo de veículos permanece baixo, porém maior do que o observado pela manhã. Ainda há uma grande quantidade de veículos estacionados, constituídos apenas de carros. No final de semana a contagem foi realizada em horários diferentes, com o fluxo de veículos ainda baixo, relacionado ao movimento do mercado da Boa Vista, com um aumento a tarde (SILVA, 2020).

Rua Santa Cruz / Rua Velha - Imagem: google maps

Rua da Glória / Travessa Pedro Albuquerque - Imagem: google maps


Ru ad aS

an ta

Cr uz

Mapa Fluxo de Vias

Ru a

da

Al

eg

ria

Rua Leão Coroado

Ru a

Ve lh a

N 0 5

Legenda Via restrita a pedestres e bicicletas Via local de fluxo baixo Via local de fluxo médio Praça - permanência de pessoas

20

50


Ru ad aS

an ta

Cr uz

Mapa Hierarquia das Vias

Ru a

Ve l

ha

da

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eg

ria

Rua da

ria Al eg da

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Ve l

ha

R.

Rua Leão Coroado

Tv. P edro Albu querq ue

Ru a

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Ru a

Glória Rua da Glória

Rua da Glória

N 0 5

Legenda Via local* Via microlocal*

20

50

*Via local - aquela caracterzada por interseções em nível não semaforizados, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas. *Via microlocal - uma subdenominação das vias locais, geralmente são caracterizadas por serem vias de acesso restrito a uma determi nada edificação, ou conjunto de residências locais. fonte: Plano de Mobilidade Urbana do Recife


3.7 Vegetação

Vegetalizar a cidade vai além de “torná-la verde”, busca, sobretudo, estreitar o contato do cidadão com a natureza no meio urbano. Os benefícios deste contato são incontáveis posto que a natureza, em todas as suas formas, traz o equilíbrio necessário à vida no ambiente das cidades, muitas vezes predominantemente construído, mineral e impermeável (PLANO CENTRO CIDADÃO, 2018).

A área diagnosticada possui nitidamente poucos espaços arborizados e, por consequência, poucas calçadas sombreadas por vegetação. O recorte possui uma praça degradada e o único espaço de fato arvorado é o pátio interno do Mercado da Boa Vista. Assim, o conforto e o equilíbrio necessário à vida no ambiente das cidades, tratado na citação acima, ficam em situação crítica uma vez que não há essa vegetação presente de maneira efetiva.

Ipê de Jardim (R. Leão Colorado)/Sombreiro (R. da Alegria) - imagem: google maps

Amendoeira (R. Santa Cruz)/ Árvores da pracinha da R. da Alegria - imagem: google maps


Mapa Vegetação(Espécies) (Espécies) Mapa de Vegetação

N 0 5

Legenda

Coqueiro (Cocos nucifera) Palmeira real (Roystonea regia) Casco de vaca (Bauhinia forticata) Ipê de jardim (Tecoma stans) Chuva de ouro (Cassai fistula) Algodão da praia (Hibiscus pernambusensis)

Amendoeira da praia (Terminalia catappa) Falsa acácia (Robinia pseudoacacia) Sombreiro (Clitoria fairchildiana) Pau- Brasil (leguminose - Caesalpinoide) Dentro do lote (Não indentificado)

20

50


Mapa de Vegetação(porte) (Porte) e Acesso Edificações Mapa Vegetação Acessoàsàs Edificações

N 0 5

Legenda Árvore de grande porte Árvore de médio porte Árvore de pequeno porte Área do recorte de paisagismo Acesso à edificação

Árvore de grande porte: 41,23%

20

50

Árvore de Pequeno porte: 32,30%

Árvore de médio porte: 26,47%


3.8 Mobiliário A legislação brasileira, por meio da Lei 10.098/2000, dene o termo mobiliário urbano como “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edicação” (BRASIL, 2000). Já a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) considera mobiliário urbano “todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1). São exemplos de mobiliário urbano, de acordo com essa norma, abrigos de ônibus, acessos ao metrô, esculturas, painéis, playgrounds, cabines telefônicas, postes e ação de luz, lixeiras, quiosques e bancos, entre outros. Para análise do mobiliário existente dentro do recorte em estudo, houve uma pesquisa das principais vias com facilidade para acesso, que resultou em uma caracterização geral da área. De acordo com a análise pode-se perceber que apesar da região apresentar um nível adequado de mobiliário, este se encontra por vezes em péssimas condições, enfrentando problemas de degradação. O recorte analisado possui iluminação pública que funciona de forma pouco satisfatória, já que alguns postes são encoberto pela vegetação local e outros não proporciona a iluminação adequada, principalmente no horário da noite. Por estes motivos, uma iluminação pensada na escala humana seria mais adequada para algumas ruas como a da Alegria, por exemplo.

Mobiliário (lixeira) - R. Santa Cruz / Drenagem em péssimas condições (boca de Lobo) - R. da Alegria. Imagem: google maps


Mapa e Drenagem Mapa de deMobiliário MobiliárioUrbano Urbano e Drenagem

N 0 5

20

50

Legenda Poste de iluminação Poste de fiação Poste de iluminação com placa Poste de fiação com placa

Banco de concreto Mesa e bancos de concreto Brinquedos Bocas de lobo

Canaleta Lixeiro Orelhão


04 Análise e Interpretação


Diretrizes

Intervenção Paisagística

Intervenção Arquitetônica

Humanizar e/ou repartilhar vias

Conservar e ser consonante

Criar e/ou reabilitar espaços

-Prever instrumentos normativos que garantam a preservação do patrimônio histórico construído, suas fachadas e os elementos que compõem a identidade tipológica da área. A fim de evitar a descaracterização da área, bem como foi observado neste estudo. - Preservação e restauro dos paralelepípedos, -Promover um sistema de Zona 30 visando encorajar a caminhada e o ciclismo na área. - Realização de um estudo para implantação de sistema de travessias mais seguras. -Requalificação de rua e criação de corredor verde para contemplação. - Criação de ruas compartilhadas. -Estudar a possibilidade de implantação de Vegetação. - Conectar, sempre que possível, as áreas verdes e espaços públicos da área. - Reabilitar e ativar áreas verdes existentes no perímetro. - Assegurar uma mobiliário urbano que contemplem todos os aspectos relativos à implantação, distribuição e ergonomia. - Implementação de elementos que qualifiquem as vias públicas. Através da acessibilidade das calçadas, iluminação pública, sinalização na área e faixas de pedestre).

Promover usos e gerar espaços

- Assegurar a diversidade e continuidade de atividades comerciais e de serviço no pavimento térreo das edificações. - Promover estímulo do uso ativo no térreo das edificações de esquina. A fim de estimular esquinas seguras. -Criar uma relação maior e mais intensa entre espaços privados e públicos. Através da implantação das edificações e suas atividades, próximas às ruas. -Definir parâmetros urbanísticos que levem em consideração a escala da preexistência e seus aspectos de natureza material e histórica. -Estabelecer parâmetros que assegurem uma relação direta dos novos edifícios com o entorno preexistente através de formas e volumes que sejam consonantes à morfologia da área.


MAPA DE DIRETRIZES

N 0 5

Zona 30 Implantar Vegetação Requalificação de rua e criação de corredor verde para contemplação Preservação e restauro dos Paralelepipedos Criação de ruas compartilhadas

20

50

Áreas com potencial para Pocket Park Reabilitar e ativar áreas verdes Promover travessias seguras Conexão entre áreas verdes


Exemplo de รกrea verde degradada / Exemplo de calรงada degradada - imagem: google maps (Rua da Alegria).

Exemplo de รกrea verde degradada na Rua Santa Cruz - imagem: google maps.

Exemplo de calรงada degradada e fachada descaracterizada - imagem: google maps.


SILVA, Vanessa Santana Pereira. A rua: Anteprojeto da Rua da Alegria. 182 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - CCT. Universidade Católica de Pernambuco, 2020 Estudo preliminar de desenho urbano para o setor de ensino e conhecimento [recurso eletrônico]/Clarissa Duarte D. Câmara... [et al.], orga nizadores. - [Recife : UNICAP, 2018]. 144 p. : il. -- (Plano centro cidadão ; v.4) MENEZES, José Luiz da Mota (org.). Atlas histórico cartográfico do Recife. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, editora Massangana, 1988. NÓBREGA, Pedro Ricardo da Cunha. Estudo dos sinais do tempo nas estruturas urbanas e nas pessoas: um lance de olhar nas questões apresentadas a partir do bairro da Boa Vista – Recife/PE. 213 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CFCH. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 2009.

05 Referências


Universidade Catรณlica de Pernambuco Gabriela Cabral Giovanna Beltrรฃo Rafaela Black Thalita Brasileiro


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