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Mulheres ao Volante

mulhErEs Elas, ao volante

O automobilismo está repleto de mulheres que também venceram

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Ewy rosqvist-von Korff

Em ambientes de competição, as mulheres não estão apenas nos bastidores, apoiando um piloto ou então apenas fazendo figuração. Nem nunca estiveram. Desde há muito tempo, algumas mulheres mostraram ao mundo que podem pilotar igual ou melhor que muitos homens.

Esse é o caso de Ewy Rosqvist-von Korff , a mais famosa piloto de rali da Suécia. Seu mais notável feito foi vitória no GP da Argentina de 1962, com Ursula Wirth como sua co-piloto. Elas correram com um MercedesBenz 220 SE, vencendo todas as seis etapas e estabelecendo novo recorde de velocidade. Em 1961, a velocidade média do vencedor era 121 km/h e a média de Rosqvist em 1962 foi de 127 km/h. Na prova de 4.626 km, largaram 287 veículos e chegaram apenas 40.

Jacqueline Evans de Lopez, uma atriz de cinema inglesa que fez carreira no México, fez seu nome nas corridas por ser a única mulher a participar sucessivamente de cinco edições da La Carrera Panamericana, de 1950 a 1954. Sempre pilotando seus próprios carros, nos dois últimos anos ela correu com um Porsche 356, que ficou famoso por ter estampado no capô o retrato de Eva Perón, a primeira dama argentina que havia falecido há pouco tempo.

Jacqueline Evans de lopez

Ewy rosqvist-von Korff

maria Teresa DeFilippis

Maria Antoinetta Avanzo foi a primeira e mais famosa piloto de corrida da história da Itália. Em 1908, aos 19 anos, ela se casou com o Barão Eustachio Avanzo, que tinha um jornal dedicado aos automóveis. A primeira corrida foi o Giro del Lazio de 1920, com um Spa de 35 cv, e no ano seguinte, correndo pela equipe oficial Alfa Romeo, ficou em terceiro lugar em Brescia.

Avanzo chegou a correr contra Enzo Ferrari, que depois acabou criando uma boa amizade com ela. Pilotou até os 70 anos de idade, com várias marcas de carros, mas era o Alfa Romeo o seu preferido, em especial o Giulietta Sprinter.

Maria Teresa DeFilippis foi a primeira mulher a pilotar um carro de F-1. Começou a correr aos 22 anos de idade por conta de uma aposta com dois de seus irmãos, que não acreditavam que ela pudesse ser veloz. Depois de ser vice-campeã, foi contratada pela Maserati e em 1958 estreou na F-1. Sua melhor atuação foi na Bélgica em 1958, largando em 15o lugar terminou em 10o .

No GP da França de 1958, ela foi proibida de correr por ser mulher: o diretor de provas, Toto Roche, disse que ela não deveria usar um capacete, mas sim um secador de cabeleireiro. Ela parou de correr em 1959 e faleceu em de 2016.

Os ET’s das pistas

Às vezes o mais interessante não é a corrida, mas sim os carros

Tem gente que faz qualquer coisa para correr, até inventar um carro. Pelo menos era assim que muitos fanáticos por corridas pensavam. E foi assim que surgiram alguns dos mais estranhos veículos que já habitaram as pistas de corridas.

Para participar de Le Mans em 1950, Briggs Cunningham transformou um Cadillac cupê Série 61 nessa aberração e chegou em 11o lugar na geral. E ainda inscreveu um Cadillac original, só com um conta-giros e um termômetro adicionais no painel, que chegou em 10o lugar. O melhor da história é que era ele que rebocava o “Le Monstre” para a pista.

O Nardi 750 Bisiluro tem uma origem mais técnica. Enrico Nardi pôs o motor do lado esquerdo para equilibrar o peso do piloto, que ficava do lado direito. Pesava apenas 450 kg e, por causa disso, foi arremessado longe pelo deslocamento de ar causado pela passagem de um Jaguar D-Type nas 24 Horas de Le Mans de 1955. Em italiano, bisiluro significa torpedo.

Temos alguns exemplares exóticos também no Brasil. Aylton Va- randa e Mario Olivetti montaram o protótipo baseado em um FNM JK acidentado, que acabou ficando 350 kg mais leve e chegou em 3o lugar nas Mil Milhas de 1961. Nessa prova, o carro ganhou o apelido de “Tanto Faz”, porque, à primeira olhada, não podemos perceber se o carro está indo ou vindo.

o Cadillac “Le Monstre” nas 24 Horas de Le Mans de 1950. Na foto maior, ele desfila em um evento

Já o Caçador de Estrelas era tão estranho que não pôde ser homologado para as pistas, devido à posição do piloto à frente do eixo dianteiro.

E a melhor história é a de Alex Dias Ribeiro, que transformou o Fusca de sua mãe no Patinho Feio, com o qual estreou nas pistas em 1967 e chegou em 2o lugar. Ganhou até um documentário no cinema.

o Nardi 750 Bisiluronas 24 Horas de Le Mans. ele foi tirado da pista pela turbulência de um Jaguar d-Type

o Patinho Feio na pista: chegando em boa colocação na estreia, reviveu o conto de fadas do cisne

o Tanto Faz visto de traseira, parece a dianteira o Tanto Faz: não se sabe se está indo ou vindo Motor do lado esquerdo

Patinho Feio e seus criadores

Patinho Feio remodelado

Tanto Faz e seus criadores

O primeiro GP de Mônaco

Até 1950, as provas no Principado não faziam parte da Fórmula 1

Dos 16 pilotos que alinharam no grid daquele Grande Prêmio de Mônaco, em 14 de abril de 1929, apenas Rudolph Caracciola se tornou bem conhecido para aqueles que não são muito chegados no assunto. Mas os carros certamente todos conhecem: Bugatti, Mercedes-Benz, Alfa Romeo e Maserati.

A prova ainda não era parte da Fórmula 1 e o circuito de rua era um pouco menor do que é hoje. Com a adição da chicane da piscina e outras alterações na região do túnel, os 3.180 m passaram a ser 3.337 m.

Nesse primeiro GP de Mônaco, venceu a prova o inglês W. Williams, com Bugatti, enquanto que Rudolf Caracciola chegou em terceiro lugar, com um Mercedes-Benz SSK.

Todos corriam pelo prazer, pela glória e pelo prêmio de cem mil francos para o vencedor. O grid foi formado por sorteio e por causa disso Caracciola largou na penúltima posição.

Curva do saint Devote

Largada do GP de Mônaco de 1929

Curva do tabaco saint Devoterudolf Caracciola e seu Mercedes-Benz ssK

La rascasse

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