SĂƒO PAULO impressĂľes em fotomontagens
im] pressĂŁo
Como maneira de eexpressão e autoentendimento, decido fazer um compilado do registro fotográfico que tenho relazidado por esta cidade desde meu primeiro contato com ela, porém com o entendimento que hoje tenho dela. Entender uma cidade é uma ação temporal, ou seja, muda conforme o passar do tempo, pois esta paisagem muda o olhar que se tem sobre ela. Esta paisagem também não é fixa: sobem edificações, abrem-se túneis, ocorrem festas, há trânsito, há vazio, há pessoas, há carros, há verde, há água. Assim também somos nós humanos em nosso diaa-dia: nossos sentimentos
mudam conforme mudam os dias, felicidade e tristeza não são eternas; novas pessoas tornam-se velhas amigas, a pressão do trabalho nos trava, o tempo no percurso diário casa-trabalho nos consome (ou consumimos um livro neste tempo). Fotografias, cartografias e devaneios escritos serão aqui a expressão de mim mesmo, desta cidade e de minha visão sobre ela mesma.
a sampa que vivo O vazio da passagem é preenchido por fluxos, não por permanências. Permanecer em passagens é incomodar, é ser estranho ao que se movimenta. Correr, antes de mais nada. Correr, antes que seja tarde. Correr, para não ficar para trás. Correr. Sente-se seguro ao ver movimento. Tudo é passageiro, nada é retiro. Não permanecer impede o contemplar, portanto o compreender. Nosso habitar é nosso corpo. Nosso corpo é objeto de ação. Nossa ação é mover-se. Nossa movimentação é constante. Nossa constancia é fixa. Sempre o mesmo caminho, sempre o mesmo tempo, sempre o mesmo percurso. Sempre rápido. Nossa casa é nosso dormitório. Nosso lar são nossos sonhos. Dormir é a recompensa. Dormir é recompensador. Em sonhos, eu sonho que corro pelo mesmo caminho que realizo todos os dias. No caminho cruzo pessoas que também correm. Corremos porque precisamos chegar o mais rápido possível. Não podemos nos atrasar!
Atenção ao fechamento automático de portas. Próxima estação: Palmeiras - Barra Funda. Estação de transferência para a linha 3 vermelha do Metrô e a linha 8 diamante da CPTM. Desembarque pelo lado direito do trem. Ao desembarcar, cuidado com o vão entre o trem e a plataforma. A CPTM informa, é proibido o comércio ambulante nos trens e estações. Por favor, não colabore! Próxima estação: Luz. Estação de transferência para as linhas 1 azul e 4 amarela do Metrô e a linha 11 Coral da CPTM. Desembarque pelo lado esquerdo do trem. Ao desembarcar, cuidado com o vão entre o trem e a plataforma. Este trem não prosseguirá viagem, favor desembarcar nesta estação. Próxima estação, Next station: República. Transferência para a linha 3 vermelha, Connection to subway line 3 red. Próxima estação, Next station: Higienópolis - Mackenzie. Próxima estação, Next station: Paulista. Transferência para a linha 2 verde, Connection to subway line 2 green.
ícones cotidianos
Criamos um vínculo afetido com determinados espaços da cidade, transformando-os em lugares. Tais locais de nosso dia-a-dia podem fazer parte de um imaginário maior compartilhado por um grande número de desconhecidos. Um mesmo prédio pode ser apenas meu lugar de trabalho, como pode ser para uma nação o símbolo do avanço econômico de uma fase de nossa História. A mesma praça que passamos diariamente no percurso casa-trabalho pode ser conhecida em todo o mundo como ponto de encontro de um público específico. Em consequencia, ao inverter esta situação, transformamos lugares antes por nós símbolo de algo maior em simples espaço de passagem conforme adentramos ao cotidiano de ir e vir, diariamente, casa e trabalho, sem haver tempo de comtemplação necessário para compreender e absorver a
realidade nela contida. Sentimentos convertemse em outros inesperados. O olhar passa a ser o vício do tédio, maculando a imagem por nós retida. O ícone sobe ao pódio do banal. Ainda assim, o banal não é de todo descartado. Ele ainda é referência necessária para o contato com o próximo. Pontuase o espaço para que dois diferentes ocupem o mesmo lugar. O comum ainda é importante. É neste momento que o vício se dissolve na aura que rodeia o lugar. O ícone recebe sobre sí um olhar novo, mediado pela relação social estabelecida em si. O contemplar faz da permanência seu fluxo de existência. Coexiste o objeto banal em seu espaço e o ícone em seu lugar, o que alterna é o olhar que o interpreta.
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SĂƒO PAULO impressĂľes em fotomontagens idealizado e produzido por gabriel alves tunes em agosto de 2018