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Oscar Pereira doutorsaba@gmail.com
Sociedade e meio ambiente 1ª Edição
Curitiba Edição do Autor 2017
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Oscar Pereira
Sociedade e meio ambiente
Curitiba – 2017
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Proibida a reprodução total ou parcial, sem a autorização por escrito.
PEREIRA, Oscar 1961.
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Sociedade e meio ambiente Curitiba, 1a Edição
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AGRADECIMENTOS O autor agradece as pessoas que de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização deste livro.
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00 Introdução A proposta de montar um material sociedade e meio ambiente , abrange conceitos, estudo de caso, aplicação e prática A ideia é mostrar como isto poderia ser discutido e aplicado numa empresa. Tende a ser importante para uma instituição pois: - atende a exigências de regulação; - reúne vários conteúdos numa única disciplina; - pode ser oferecido como ensino á distância; - pode ser ofertado como disciplina de 20% na modalidade á distância; - sugere atividades a serem implantadas na instituição; - tem caráter horizontal e vertical exigido pelo Ministério.
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01 Educação das Relações Étnico-Raciais A maioria dos funcionários da empresa estavam no velório do chefe da contabilidade, o Ivan Moreira. Ele tinha uma história interessante, era de ascendência afro-brasileira / indígena, e tinha espectro autista. Havia entrado na empresa a cerca de 15 anos atrás para atender os 5% de pessoas com necessidades especiais cobradas pelo ministério. Começou como auxiliar na contabilidade fez faculdade, organizou o setor e acabou assumindo a gerencia. Era uma pessoa muito bem quista e respeitada na empresa. Eram mais de duzentos colegas e como é costume na empresa resolveram fazer uma reunião, mas era uma reunião diferente, estavam ocupando um gramado dentro do cemitério e o tema era o que poderia fazer para manter a lembrança do colega, pois ele era tido como exemplo na empresa como alguém que tinha superado suas dificuldades. Surgiram várias ideias e no final da conversa ficou acertado que usariam o momento
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cultural, que era a última meia hora de trabalho da semana, as sextas ás 17:30 onde eram discutidos temas diversos. A cada mês seria discutido um tema. Seria chamado de ciclo de discussões de sociedade e cultura, teria um semestres para o seu desenvolvimento e abrangeria os temas : - Relações Étnico-Raciais - História e Cultura Afro Brasileira - História e Cultura Indígena - Educação em Direitos Humanos - Políticas de educação ambiental - Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 4 Na verdade estes eram os temas cobrados para discussão nas instituições de ensino superior o que facilitaria a busca de material para as conversas. Por outro tinha muita relação com a história de superação do Ivan. A proposta era de que durante o mês fosse conversado sobre o tema e na última sexta-feira as 17:30 seria feito um resumo das conversas e
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seriam discutidas as propostas que tivessem relação com o dia a dia da empresa. 1.1
Conceitos
A ideia era que cada departamento desse sua contribuição sobre conteúdos que poderiam fazer parte da discussão de sexta. Legislação Um dos primeiros tópicos que circulou pela internet foi uma contribuição do jurídico sobre o embasamento legal . 5 Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena, nos termos da Lei Nº 9.394/96, com a redação dada pelas Leis Nº 10.639/2003 e N° 11.645/2008, e da Resolução CNE/CP N° 1/2004, fundamentada
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no Parecer CNE/CP Nº 3/2004 (formulário avaliação INEP). RESOLUÇÃO Nº 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004. Art. 2° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino de História e Cultura AfroBrasileira e Africanas constituem-se de orientações, princípios e fundamentos para o planejamento, execução e avaliação da Educação, e têm por meta, promover a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas, rumo à construção de nação democrática. Art. 3° A Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura AfroBrasileira, e História e
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Cultura Africana será desenvolvida por meio de conteúdos, competências, atitudes e valores, a serem estabelecidos pelas Instituições de ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações e diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP 003/2004. Art. 4° Os sistemas e os estabelecimentos de ensino poderão estabelecer canais de comunicação com grupos do Movimento Negro, grupos culturais negros, instituições formadoras de professores, núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para planos
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institucionais, planos pedagógicos e projetos de ensino. 4 Lembraram que o conteúdo da resolução de forma pura é um tanto difícil de ter a compreensão, mas podem ser feitas algumas inferências como : - deve fazer parte do conteúdo das escolas; - enfatiza a diversidade cultural do país ; - quando fala de sistemas se refere inclusive a empresas.
Bom observar que o Brasil tem uma grande diversidade étnico racial pelo fato de sermos um país relativamente novo e que a
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nossa formação ocorreu pela vinda de pessoas de outros países quem migraram para cá. 4
01.02-Aplicação O pessoal do Marketing e vendas gosta muito de promoções. Foi proposto um jantar para duas pessoas para o funcionário que tivesse a menor diversidade cultural, o que tivesse a maior em quatro gerações e outro sorteado entre os que entregassem o formulário.
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Para avaliar era fácil, foi distribuído um formulário até a terceira geração, perguntando o local de nascimento. A maioria dos funcionários aderiram á campanha, afinal sempre existe a curiosidade de sabermos um pouco mais de nossa genealogia e o processo era simples, preencher o formulário identificando o local de nascimento de nossos pais, avós e bisavós. Foi criado um comitê, de voluntários para avaliar as respostas vindas nos formulários.
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O funionário com menor diversidade foi o Hiroshi da informática com três países e o de maior foi o Pedro do almoxarifado, com cerca de 8 origens diferentes. Inclusive o diretor tinha cerca de 6 países na sua árvore até a terceira geração . Após a apuração a conclusão é de que entre os funcionários que participaram tinham entre 3 e 8 origens diferentes, ou seja todos tinham uma diversidade de no mínimo três países de origem e ainda poderiam ser consideradas as diversidades regionais. Discussão de sexta Foi pedido que alguns dos presentes dessem um depoimento sobre o que acharam de montar a sua árvore de relações étnico raciais e as respostas foram unanimes de que ficaram surpresas de verificar a diversidade que tinha na sua família. 01.03-Prática
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Com base no formulário apresentado: I – Preencha até a terceira geração ; II – Apure o número de países diferentes. III – Avalie sua diversidade.
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02-História e Cultura Afro Brasileira A primeiro mês dedicado ás relações étnico raciais tinha mexido com a cabeça dos funcionários e estavam curiosos para o segundo mês que seria dedicado á Cultura Afro brasileira. 02.01 Conceitos O jurídico lembrou que a legislação é a mesma que rege as relações étnicas raciais. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino de História e Cultura AfroBrasileira, Africana e Indígena, nos termos da Lei Nº 9.394/96, com a redação dada pelas Leis Nº 10.639/2003 e N° 11.645/2008, e da Resolução CNE/CP N° 1/2004, fundamentada no Parecer CNE/CP Nº 3/2004.
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O pessoal da área de materiais fez uma pesquisas com fornecedores sobre como é a cultura Afro Brasileira, na região de seus fornecedores e material bibliográfico e levantou algumas informações. Apurou que mais de 43% da população brasileira tem sangue de origem africana na sua composição étnico racional. Que temos influência na nossa cultura gastronômica com pratos como o vatapá o acarajé e a tão popular feijoada. Na dança temos a capoeira e o samba. 6
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O Brasil é um dos países que mais possui população negra em todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças que foram trazidas para cá com o comércio de escravos nos meados do século XVI. Os escravos, conseguiram sua liberdade, porém continuaram sendo descriminados. Muitos não possuíam bens e local para morar, o que gerou problemas, como as favelas que hoje encontramos no Rio de Janeiro, por exemplo.
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Hoje, os “afro – brasileiros” se destacam na música, no meio comercial, no teatro, em filmes, no meio empresarial e em muitos outros meios no Brasil. 6 Capoeira Capoeira é uma arte marcial desenvolvida inicialmente por escravos negros no Brasil, a partir do período colonial. 6 • Marcada por seus golpes que confundem o adversário, que geralmente são feitos no solo. • Inicialmente criado para proteção e defesa própria • Hoje vista mais como uma forma de expressão artística, devido ao movimento que os corpos fazem, durante a prática.
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Música A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura da música portuguesa, indígena e africana, produzindo uma grande variedade de estilos. 7 • Entre os estilos influenciados, temos: Samba, Maracatu, Ijexá, Maxixe, Lambada, Carimbó, entre outros. • A música afro – brasileira era altamente descriminada, sendo vista como “Música para marginais” até o século XX, onde só então começou a ser melhor aceita pela população.
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• Dois instrumentos clássicos usados nas músicas afro – brasileiras, são os tambores e o Berimbau.
Feijoada A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa. 7 • Na Bahia, principalmente, pratos como vatapá e moqueca são típicos da culinária afro-brasileira. • A feijoada é o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. • Começou como um prato português que os escravos negros modificaram.
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• os donos de escravos davam as partes pobres do porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão e farinha .
2.2 Estudo de caso O primeiro mês de estudo de sociedade e meio ambiente tinha sido muito interessante e o pessoal estava animado para dar continuidade. Resolveram colocar o assunto de cultura afro brasileira como pauta para a reunião semanal das 17:30. A gerente de RH abriu a reunião contando que teve a curiosidade de apurar nas genealogias do concurso anterior quantas pessoas tinham
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origem africana na família e chegou em quase um terço dos funcionários, muitos deles inclusive que não tinham esta noção. Observou que achava o tema interessante, já havia lido a parte conceitual por E-mail mas não sabia o que fazer para marcar o tema. Com base no tema de relações étnico raciais o que tinha animado a campanha foi a promoção de um jantar para o pessoal com maior e menor número de parentes nascidos em países africanos. Seguindo esta linha o pessoal do Marketing sugeriu um almoço associação dos funcionários, como cardápio uma feijoada, elaborada pelo pessoal da casa. Os ingressos podendo ser descontados em folha, em proporções parecidas entre os competidores e a feijoada que terminar primeiro leva o troféu e a tarde um concurso de danças, numa sequencia de 6 músicas e três convidados de fora como juízes. O melhor casal leva outro troféu. Parecia divertido, estava dentro do tema e marcaria a data. Poderia ser feito em parceria com a associação dos funcionários. Precisaria de
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umas duas semanas para divulgação e preparativos. O almoço transcorreu tranquilo, uma das feijoadas logo se esgotou e o truque da equipe foi de trazer potes de barro mantidos aquecidos que facilitava o manuseio e ficava bonito. O concurso de samba estava animado, acabou a seleção de músicas do concurso e o pessoal ficou dançando por mais de uma hora mas era tempo de fazer um encerramento formal, de agradecer aos participantes. O presidente da associação de funcionários pediu a palavra, fez os agradecimentos de costume, nominou os organizadores e pediu para prolongar a sua fala. Contou uma história de uma ocasião que levou alguns amigos que vieram da Europa para comerem uma feijoada e não paravam e um deles acabou levando a receita da feijoada e incluiu no cardápio do seu restaurante. Lembrou de alguns fatos pitorescos que tinham ocorrido durante o concurso de samba, inclusive uma colega que escorregou e foi parar a metros de distância, mas o que queria destacar era que
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nada disto teria ocorrido se não houvesse a contribuição de ancestrais afro brasileiros que contribuíram com sua cultura.
2.3 Aplicação Com base no material exposto descreva o que poderia ser um planejamento de um evento para conscientização da importância da cultura afro-brasileira abrangendo: I – Tema do evento II – Objetivos III- Breve descrição IV- Formas de divulgação V – Descreva o que mudou, em seu ponto de vista, após ler o material sobre cultura afrobrasileira .
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03-História e Cultura Indígena O evento de cultura afro estava em alta. Na redes sociais muitos elogios para a feijoada, e comentários sobre os colegas que participaram do concurso de dança. Era hora de começar o terceiro item ou seja a cultura indígena. 3.1 Conceitos Desde a colonização, os povos indígenas buscam seus direitos ao uso da terra que já pertencia aos seus antepassados. Os indígenas tem resistência ao processo “civilizatório” imposto primeiro pelo colonizador e, em seguida, pelas elites dominantes.8 Nos deixaram um legado que inclui a farinha de mandioca, o abacaxi, amendoim, arte plumária. Lendas como yara, boi tata, saci e curupira.
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O desconhecimento da realidade indígena, está associado basicamente à imagem do índio que é tradicionalmente veiculada pela mídia: um índio genérico com um biótipo formado por características correspondentes aos indígenas de povos habitantes na Região Amazônica e no Xingu, com cabelos lisos, pinturas corporais e abundantes adereços de penas.11
Ao longo do litoral brasileiro foram criadas feitorias (entrepostos comerciais) para explorar o pau-brasil. A obtenção da madeira era
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feita por meio do escambo (troca). Através desse sistema, os indígenas recebiam objetos (canivetes, espelhos, miçangas, facas, entre outros) em troca de serviços prestados na extração da madeira. A Coroa portuguesa possuía o monopólio da exploração da madeira, no entanto, em 1503, o português Fernão de Noronha recebeu o direito de explorar a madeira. Com os lucros, ele deveria enviar seis navios ao Brasil, anualmente, prosseguir nas descobertas de outras riquezas e erguer fortificações para defender o litoral.
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Para iniciar a colonização, a Coroa portuguesa decidiu, em 1534, dividir o territórios em lotes, chamados de Capitanias Hereditárias. Cada Capitania foi entregue a um capitão donatário que arcava com os custos da colonização. Foram distribuídas 15 capitanias a 14 donatários que deveriam exercer a justiça e o comando militar, doar lotes, fundar vilas, escravizar e vender índios, entre outras atividades econômicas. O sistema de Capitanias Hereditárias foi a primeira forma efetiva encontrada pela Coroa portuguesa para defender, explorar e administrar as terras portuguesas na América. 8
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Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, com Tomé de Sousa. Liderados pelo padre Manuel da Nóbrega, os jesuítas iniciaram uma das mais importantes missões da Coroa portuguesa: catequizar os índios. Assim, fundaram colégios, construíram igrejas e desenvolveram projetos assistenciais. É importante lembrar, porém, que a catequização não respeitou a cultura indígena e seus rituais religiosos, impondo-lhes uma nova fé.
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Segunda parte https://www.amazon.com.br/dp/B076633MQW/ref=sr_1_1? ie=UTF8&qid=1507235972&sr=81&keywords=sociedade+e+meio+ambiente ou
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