Akenaton, Moisés. O nome Moses significa “nascido das águas”, porque o mito diz que ele foi boiando numa cesta - que sua mãe colocou no rio - até a Casa do Faraó, onde foi recolhido pela princesa e criado por ela. A estória todo mundo conhece do cinema. Retornando, José foi o precursor da ida ao Egito, a Europa da Antiguidade, lá por mil e seiscentos antes e Cristo, enquanto Abraão, o primeiro semita a migrar, desde Ur, se situa lá por mil e oitocentos a.C. Depois de ser vendido como escravo José ascende até o posto de primeiro ministro, obviamente casando-se com uma das mulheres do lugar e criando uma dinastia nobre. Como é que quatrocentos anos depois, quando supostamente viveu Moisés, todos seriam escravos? Evidentemente não pode ser. Uns hebreus serão escravos e outros serão senhores, porque, quando há escravismo, sempre se polariza assim. Primeiro devemos indagar da chance de uma cesta, mesmo calafetada, sobreviver ao balanço do rio (mesmo o calmíssimo Nilo estremece). Depois, como ela atingiria justamente a Casa do Faraó, cercada de guardas, e não uma infinidade de outras? A seguir, tendo o Faraó muitas esposas, além de sua “irmã”, a principal, como iria adotar e elevar à condição de príncipe um menino qualquer (àquela altura ninguém sabia tratar-se do futuro e famosíssimo Moisés). Como iria tornar-se herdeiro do império? Claro, o Faraó mandou matar os meninos menores de dois anos. Ninguém toma uma atitude dessas atoa. Isso porque se dizia que os hebreus reproduziam como coelhos, tendo atulhado o Egito de estrangeiros. Olhando Akenaton (significa Aken = servidor, Aton, o disco solar, o Sol, servidor de Aton, segundo a Barsa eletrônica, ou PORTA DE ATON, ou “servidor do Sol” = SERVIDOR DO PAI = PORTA DO SOL, na grade signalítica, sendo Aken = DEUS, DEUS ATON ou DEUS PAI, servidor = PORTA) vemos que ele reinou de 1379 a 1362 antes de Cristo, por 17
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anos, segundo ainda a Barsa eletrônica, Faraó da XVIII (18ª.) dinastia, tendo sucedido a seu pai como o nome de Amenófis (Amenhotep) IV. Note que Menes, o Faraó unificador dos dois reinos (juntou as coroas antecedentes do Alto e do Baixo Egito), viveu cerca de três mil e cem anos antes e Cristo. Quando Amenófis surge já se haviam passado mil e setecentos anos, o que quer dizer uma cultura/nação consolidada COMO REINO. Fora o tempo anterior, somando outros 900 anos. Não era gente inculta. Ora, Akenaton abandonou o culto politeísta para adotar o monoteísta, o que na prática quer dizer substituir os antigos sacerdotes por novos, com toda a oposição esperada daqueles, sem adesão destes, porque não existiam. Foi uma conversão súbita, sem bases, totalmente diferente da cristã, que primeiro criou todo um substrato de fiéis e seus guias, os padres e bispos, para só depois converter o imperador. Os cristãos poderiam esperar pela transformação do império indefinidamente, indo sempre convertendo mais gente. Com Akenaton foi diferente, ele sozinho quis implantar Aketaton, horizonte de Aton (horizonte = PONTO = PRANTO = PIRÂMIDE), claramente irritando os sacerdotes, que o derrubaram e expulsaram. Mas ele, certamente, tinha seguidores, e seguidores seguem o líder onde este for. Na história egípcia o nome dos faraós traidores era sempre apagado = MORTO e supõe-se que Akenaton tenha sido morto, juntamente com Smenkere (co-regente de Akenaton e irmão de Tutankamon). Provavelmente foi seu nome que foi “morto”, tiradas as cártulas dos monumentos, quando houve o retorno ao politeísmo. Nefertiti = MODELO = ESTRELA, esposa de Akenaton, foi tão importante a ponto de exercer função sacerdotal, normalmente reservado aos reis. Ficou na história, e, no entanto, foi repudiada pelo Faraó. Tiveram filhos, certamente, pois uma filha deles casou-se com o que foi depois Tutankamon, imagem viva de Amon, título inventado pelos satisfeitíssimos e aduladores sacerdotes para um títere de nove anos [Tut/ank/Amon, nome composto, como em Tut/moses, que poderíamos ler como “nascido (ou filho) de Tut”, ou Ramsés, “nascido (ou filho) de Rá”].
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Rá/moses ou Ramsés II, o Grande, chegou ao poder em 1304 antes de Cristo, bem próximo do período que tratamos, logo depois do reinado de Tutankamon, de 1354 a 1346 antes de Cristo, segundo o Koogan/Houaiss de papel, p. 1592, sucessor de Akenaton que retomou o culto politeísta. Observe que vão 42 anos do fim do reinado de Tutankamon (1346) ao começo do de Ramsés II (1304), os “quarenta anos de deserto” que os hebreus ficaram ainda em terras egípcias, sem poder sair. Ramsés, por sua vez, era filho de Seti I. Combateu os hititas (que a grade daria como cognato de GREGOS) para os lados do norte, e é dessas batalhas que a Bíblia pode estar falando, com o avanço do exército egípcio em perseguição dos fugitivos. Na realidade Ramsés estava combatendo os hititas. Por outro lado, hebreu = ATEU e hebreus = ATEUS = ATON. Ateus em relação ao politeísmo veja bem. O que se configura é que a implantação forçada e precoce do monoteísmo por um descendente de uma dinastia hebraica levou a uma luta pelo poder, os sacerdotes tendo vencido e expulsado Akenaton/Amenófis (A/moses, não-nascido, quer dizer, o que não é herdeiro por casamento, o bastardo, de fora da linha legítima de sucessão, nascido de uma princesa hebréia, com certeza). Criado na crença do deus único, Deus, Amenófis, mal se viu no poder, fez valer sua precedência e implantou artificialmente o modelo hebraico. Destronado, expulso, teve seu nome “morto” ou apagado das colunas. Vagou com sua gente pelo deserto 40 anos ou mais antes de Ramsés II tê-lo deixado sair, depois da guerra com os hititas. É claro que em tudo há a mão de Deus, como dizem, mas é preciso também que as coisas tenham seu fundo histórico respeitado, que se coadunem com a simples existência nossa do dia a dia. Como Faraó (egípcio per-a’a, grego pharaón = SOL = PAI = CHEFE) da Grande Casa (Casa Grande, o resto sendo, simbolicamente, senzala, moradia dos escravos), Akenaton era também o sumo sacerdote, portanto conhecia a fundo a magia egípcia dos sacerdotes, todas aquelas coisas que aparecem nos filmes. E Smenkere pode ser Josué, que é depois nomeado sucessor de Moisés (como antes era co-regente de Akenaton/Amoses/Amenófis).
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Para mim, isso é o que transparece agora. Vitória, sexta-feira, 21 de junho de 2002. José Augusto Gava.
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