Mundágua
1. Mundo 2. Pedindo Água 3. Água Agoraqui 4. Ponto 5. Linha 6. Plano (Lagoas, Aqüíferos, Oceanos, Neve) 7. Espaço 8. Brasil 9. H2Ó 10. A Água do Céu
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Vitória, terça-feira, 13 de abril de 2010. José Augusto Gava.
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Capítulo 1 Mundo
LOCAL aqüíferos
Quanta água existe na Terra? UMA AVALIAÇÃO COMPLETA (quem quiser que complete: tomaria muito tempo e há várias cartilhas a escrever) ESTIMATIVA ENCONTRADA NA INTERNET
atmosfera
2 gelos
lagos
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oceanos
permafros t
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rios
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AQÜIFEROS DOMINGO, 19 DE AGOSTO DE 2007 A ÁGUA NO BRASIL E NO MUNDO Muitas pessoas ainda consideram, ingenuamente, a água como um recurso abundante. Outras poupam a sua utilização, pois, sentem no bolso o seu valor nos gastos mensais, mas estão longe de compreender a real dimensão da crise da água. A posição de utilizador da natureza e a crença de que a tecnologia permitirá, sempre, resolver os problemas resultou nos impactos ambientais negativos ao meio natural. Esses impactos são significativos nas águas e se constitui em problema mesmo para paises com grande disponibilidade de água, conforme REBOUÇAS (2002, 689) “[....] a baixa eficiência dos serviços de oferta d’água nas cidades, os grandes desperdícios e a degradação da sua qualidade em níveis nunca imaginados, poderão colocar países ricos de água doce, como o Brasil, na vala comum dos pobres e muitos pobres de recursos hídricos.” Há pouco tempo, a ONU declarou, que se o consumo continuar no ritmo atual, 2,7 bilhões de pessoas vão sofrer de severa falta de água até 2025. A água, além de ser vital para o homem é condição fundamental para o desenvolvimento. Apenas 10% da água consumida no mundo são destinadas ao consumo doméstico. A agricultura consome 70%, onde mais da metade desse volume se perde com a evaporação ou escoamento. A irrigação por gotejamento gasta de 30% a 70% menos água que os métodos convencionais e aumenta a produtividade das plantações, mas é empregada em menos de 1% das terras irrigadas. A indústria consome os 20% restantes da água, muitas vezes com grande ineficiência. Apresentar os dados gerais não mostra a grande diversidade de situações. Por exemplo: na Guiana, 1% do uso de água é para fins domésticos e 99% para fins agrícolas e industriais enquanto que na Guiné Equatorial, a situação praticamente se inverte: 81% do gasto hídrico vai para fins domésticos e apenas 19% para fins agrícolas e industriais. Ambos os países estão em regiões com mais de 100.000 m³/hab/ano de água doce. Segundo REBOUÇAS (1999, p.7), a quantidade de água na Terra é praticamente a mesma, nos últimos 500 milhões de anos e totaliza 1.386 milhões de km3 . Existe um consenso, entre os estudiosos, que 97,5% de toda a água no mundo é água salgada, portanto, indisponível para consumo humano imediato, e o restante, 2,5%, é de água doce. Com relação à esta última tem-se que: 69% estão sob a forma de geleiras glaciais , calotas polares e neves eternas (e devemos fazer a nossa parte para que continue assim); 30 % sob a forma de águas subterrâneas, 0,3 % em rios e lagos e 0,7% encontram-se sob outras formas (vapor, pantanais e umidade de solo) Acredita-se que menos de 1% de toda a água doce seja potável. A água é um bem reciclável, pois, ela tem um ciclo hidrológico. O ciclo hidrológico opera em função da energia solar que produz evaporação dos oceanos e dos efeitos dos ventos, que transportam vapor d’água acumulado para os continentes. No entanto, devido a intervenção do homem na natureza, o ciclo hidrológico apresenta processos que resultam em distribuição temporal e espacial irregular da água, com variação local e ocasional. Como resultado existem situações discrepantes: a Ásia tem 60% da população mundial e somente 36% de recursos hídricos enquanto a América do Sul tem 6% da população e 26% das águas mundiais. Segundo a UNESCO (2006), os países com mais água per capita/por habitante são, 4
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por ordem decrescente: Guiana Francesa (812.121 m³); Islândia (609.319 m³); Guiana (316.689 m³); Suriname (292.566 m³); Congo (275.679 m³); Papua Nova Guiné (166.563 m³); Gabão (133.333 m³); Ilhas Salomão (100.000 m³); Canadá (94.353 m³) e Nova Zelândia (86.554 m³). Ainda segundo a mesma fonte, os países com menos água per capita/ano são: Kuait (10 m³); Emirados Árabes Unidos (58 m³); Faixa de Gaza – território palestino (66 m³); Bahamas (94 m³); Qatar (103 m³); Maldivas (113 m³); Líbia (118 m³); Arábia Saudita (129 m³); Malta (149 m³) e Cingapura (179 m³). A situação também é crítica no México, Hungria, Índia, China, Tailândia e Estados Unidos. Lembramos que a distribuição desigual também ocorre dentro de cada país. No planeta Terra, que possui mais de 6 milhões de pessoas, os problemas atingem, de maneira cruel, os mais pobres dos países pobres, que sofrem as enfermidades relacionadas com a água, vivem em locais de risco e degradados com dificuldades para suprir as necessidades básicas de alimentação, o que inclui o acesso à água para sobrevivência. Segundo o Relatório do Banco Mundial de 1992, o consumo médio de água, por nível de renda na classe baixa é de 386 m³/hab, na classe média é de 453 m³/hab e na classe alta 1.167 m³/hab. Essa situação, seguramente, se acentuou de lá para cá. A distribuição desigual da água tem causado sérias limitações para o desenvolvimento de várias regiões. A escassez está se expandindo para áreas cada vez mais extensas, o que resulta em sérios problemas de segurança regional, conflitos e migrações em larga escala. O Brasil destaca-se, no cenário mundial, por possuir grandes reservas superficiais e subterrâneas de água doce. Possuímos uma área de 8.511.965 km2 e, aproximadamente, 90% do nosso território apresenta clima tropical dominante e abundante quantidade de chuvas. Como resultado, dispõe de 177.900 m3/s de descarga de água doce em seus rios. Unindo-se à descarga dos rios amazônicos internacionais, que é de 73.100 m3, juntos alcançam uma descarga total 251.000 m3/s, o que representa 53% da produção de água doce do continente sul-americano (que é de 334.000 m3/s); e 12% de água doce superficial do mundo, que é da ordem de 1.488.000 m3/s (REBOUÇAS, 1999, p.30). Devido a essa “disponibilidade”, o país viveu a ilusão de sua abundância que, após os “apagões”, racionamentos e secas sucessivas e crescentes, parece se desfazer. Apesar da situação privilegiada, no Brasil, a distribuição desigual das águas é acentuada. Observa-se que 79,7% do potencial hídrico estão localizados na Região Norte, que possui 7,8% da população e a menor demanda no território nacional. Particularmente, a região Amazônica, que corresponde a 54,48% do território, abriga uma escassa população de 1 hab/Km2. Segundo dados do IBGE (2000), 70,9% dos brasileiros possuem residência; desse total apenas 75% dispõem de água potável e 59% de rede de esgoto; 6% (é isso mesmo, 6%) dos esgotos não são tratados e 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento. A cada ano as doenças provocadas por ela causam 3 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades. O Brasil é o 25° país no ranking mundial de volume per capita de água disponível, possuindo 71% do Aqüífero Guarani, considerado o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Formado há 250 milhões de anos e com um volume de 45 5
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trilhões de m3 de água potável, mineral e térmica, que seria suficiente para abastecer a população brasileira por 3.500 anos. Para encerrar, vamos comentar um pouco sobre os aqüíferos. Os maiores aqüíferos do mundo Aqüífero é uma formação geológica do subsolo, constituída por rochas permeáveis, que armazena água em seus poros ou fraturas. Pode ter extensão de poucos quilômetros quadrados a milhares de quilômetros quadrados, ou pode, também, apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros (REBOUÇAS et al., 2002). Etimologicamente, aqüífero significa: aqui = água; fero = transfere; ou do grego, suporte de água. Os aqüíferos mais importantes do mundo, seja por extensão ou pela transnacionalidade, são: o Guarani, que se localiza na Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (com 1,2 milhões de km2); o Arenito Núbia Líbia, Egito, Chade, Sudão (2 milhões de km2); o KalaharijKaroo -Namíbia, Bostwana, África do Sul (135 mil km2); o Digitalwaterway vechte - Alemanha, Holanda (7,5 mil km2); o SlovakKarstAggtelek -República Eslováquia e Hungria); o Praded - República Checa e Polônia (3,3 mil km2) (UNESCO, 2001); a Grande Bacia Artesiana (1,7 milhões km2) e a Bacia Murray (297 mil km2), ambos na Austrália. Em um recente levantamento, a UNECE da Europa constatou que existem mais de 100 aqüíferos transnacionais naquele continente (ALMASSY e BUZAS, 1999 citado em UNESCO, 2001). Não pense que esta água está intocada. Estima-se que 300 milhões de poços foram perfurados, no mundo, nas três últimas décadas (UNESCO, 1992 citado por REBOUÇAS et al., 2002), 100 milhões dos quais estão nos Estados Unidos. Na África do Norte, China, Índia e Arábia Saudita, cerca de 160 bilhões de toneladas de água são retirados por ano e não se renovam (RODRIGUES, 2000). Ainda se constatam diversos exemplos de esgotamento de aqüíferos por sobrexploração para uso em irrigação (CEPIS, 2000). Avalia-se que existam no mundo 270 milhões de hectares irrigados com água subterrânea, 13 milhões desses nos Estados Unidos e 31 milhões na Índia (PROASNE, 2003). Importantes cidades brasileiras dependem integral ou parcialmente da água subterrânea para abastecimento, como, por exemplo: Ribeirão Preto (SP), com 100% de dependência, Mossoró e Natal (RN), Maceió (AL), Região Metropolitana de Recife (PE) e Barreiras (BA). No Maranhão, mais de 70% das cidades são abastecidas por águas subterrâneas, e em São Paulo e no Piauí esse percentual alcança 80%. Referências bibliográficas utilizadas UNESCO – El água como fonte de conflictos: repaso de los conflictos em el mundo. In Oficina Regional de Ciência e Tecnologia da UNESCO, 2006. WWF – Cadernos de Educação Ambiental: Água para a vida, água para todos, Brasília: WWF Brasil, 2006 REBOUÇAS, Aldo da Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galizia (Org.). Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. São Paulo : Escrituras Editora, 1999.
Segundo a UNESCO (2006), os países com mais água per capita/por habitante são, por ordem decrescente: Guiana Francesa (812.121 m³); Islândia (609.319 m³); Guiana (316.689 m³); Suriname (292.566 m³); Congo (275.679 m³); Papua Nova 6
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Guiné (166.563 m³); Gabão (133.333 m³); Ilhas Salomão (100.000 m³); Canadá (94.353 m³) e Nova Zelândia (86.554 m³). Ainda segundo a mesma fonte, os países com menos água per capita/ano são: Kuait (10 m³); Emirados Árabes Unidos (58 m³); Faixa de Gaza – território palestino (66 m³); Bahamas (94 m³); Qatar (103 m³); Maldivas (113 m³); Líbia (118 m³); Arábia Saudita (129 m³); Malta (149 m³) e Cingapura (179 m³). A situação também é crítica no México, Hungria, Índia, China, Tailândia e Estados Unidos. Fora da Terra, onde a ciência de algumas décadas atrás jurava não haver uma gota agora podem chegar a 100 vezes o volume de água neste planeta. O raio de Europa é de 1.569 km (vamos contar 1.600), a profundidade da crosta d’água de 100 km, a fórmula de volume é v = 4πr3/3 e daí tirando a esfera de dentro do total teremos v = (Vt – Vi) = 4π/3. (1.000)3.(1,63 – 1,53) ~ 4,2.109.0,721 ~ 3.109 km3 = 3.000x106 km3, o que dá mais que duas Terras. Abaixo dá conta de 2,8 Terras. WATER (P) OFF (tirado da cartilha Exercício de Colonização do Céu) ATÉ AGORA A ÁGUA ESTIMADA FORA DA TERRA (já na Terra ela é pouco estimada, apesar de insubstituível; a fonte é a National Geographic edição especial abril 2010) OBJETO CELESTE MILHÕES DE KM3 DE ÁGUA TERRAS Terra 1.400 1 Lua insignificante --Ceres --0,14 Marte (*) --0,003 Europa Júpiter --2,8 Calisto --27 Ganimedes --36 Titã Saturno --29 Encélado --0,02 (*) – para Marte e seu permafrost veja a cartilha Termomecânica da Terra. OBJETO AVALIAÇÃO (Terra = 1) Europa ~3 Calisto, de Júpiter 27 Ganimedes, de júpiter 36 Titã, de Saturno 29 TOTAL 95 EM PARTICULAR, EUROPA EM EVIDÊNCIA 24/06/2009 Lua de Saturno possui oceano salgado sob a superfície, diz pesquisa da Efe, em Madri Encélado, uma das luas geladas de Saturno, oculta sob a superfície do polo sul um oceano salgado, de acordo com cientistas alemães e britânicos, que publicam, nesta quarta-feira (24) a descoberta na revista "Nature". O achado pode ter implicações para a busca de vida extraterrestre e para entender como são formadas as luas planetárias. AP/Nasa 7
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Imagem feita pela sonda espacial Cassini mostra jatos de vapor d'água em Encélado Jürgen Schmidt, da universidade alemã de Potsdam, e Nikolai Brilliantov, da universidade britânica de Leicester, chegaram a esta conclusão após estudar os gêiseres de vapor e gás, e as minúsculas partículas de gelo lançados do Polo Sul de Encélado a centenas de quilômetros no espaço. A sonda Cassini descobriu os jatos durante prospecção de Saturno. Com a ajuda da Universidade alemã de Heidelberg e do também alemão instituto Max Planck, de física nuclear, os cientistas fizeram experiências em laboratório e analisaram dados procedentes do Analisador de Poeira Cósmica de Cassini. Eles confirmaram que as partículas geladas expulsas pela Encélado contêm quantidades substanciais de sais de sódio, "o que sugere a presença de um oceano salgado em grande profundidade". O estudo indica também que a concentração de cloreto de sódio nesse oceano pode ser tão elevada quanto a dos oceanos na Terra. Esta é a primeira prova experimental direta da existência deste oceano salgado, ao qual Schmidt e Brilliantov já se referiram em outro artigo na "Nature" em 2008, ao explicar que os jatos de vapor eram expulsos com maior força que as partículas de poeira. Essa força significa a existência de água líquida sob a superfície, e as teorias sobre a formação de satélites sugerem que, quando um oceano líquido está em contato durante milhões de anos com o núcleo rochoso de uma lua, se trata de um oceano salgado. Encélado é um de três únicos corpos extraterrestres no sistema solar no qual ocorrem erupções de pó e vapor --e é um dos poucos lugares, além de Terra, Marte e da lua Europa, de Júpiter, onde os astrônomos têm provas diretas da presença de água.
visão artística de investigação em Europa
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a teoria das flechas mostra com o arco-de-frente, o arco-de-ré, o ladrão-mais-alto, o ladrão-mais-baixo por onde sai o rio pelo lado de cima que só com esta fotografia poderíamos ter deduzido a existência de água por lá
Como, por enquanto, não podemos ir lá, ficamos por aqui. O MENOR COMO 1: ÁGUA DOCE NO MUNDO (fonte: National Geographic especial abril 2010: Água) BILHÕES DE KM3 PERCENTUAL PARTES ONDE 10,6 30,1 % 301 aqüíferos 24,3 69,6 % 696 gelos, permafrost, neve 0,1 0,3 % 3 rios, lagos, manguezais, plantas, animais 35,0 100,0% 1.000 TOTAL 1.400 3.900 % 39.000 água salgada DOCES E SALGADOS DA FESTA PORÇÃO E POUQUINHO PARTES PERCENTUAL águas salgadas 39 97,5 % águas doces acima 1 2,5 % Enfim, o ser humano vive basicamente de parte de uma parte em 13.000. É por esse tantinho que brigamos. Quando só existia o par fundamental NEMAY (Neandertais: Eva Mitocondrial e Adão Y) há 200 ou 300 mil anos era uma coisa muito tranqüila, mas agora somos bilhões disputando palmo a palmo. E, como sempre, alguns foram mais bem aquinhoados que outros. A marcha geo-histórica não garantiu a todos o mesmo benefício, como não o fez com o petróleo, os ventos, as marés, os solos e tudo mais. Os quatro elementos (ar, água, terra-solo, fogo-energia) da Bandeira Elementar são fundamentais para todos e você não pode viver sem eles. 1. sem ar, alguns minutos; 2. sem água, não sei quanto; 3. sem ter onde pisar, nadando pode ficar na água um pouco; 4. sem energia um tantinho. 9
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Em resumo, o mundo está sendo redefinido para a idade adulta, para além da infância e não há nada que possamos fazer senão aprumar a cabeça e seguir em frente nos novos termos, que devem ser ainda calculados precisamente.
Capítulo 2 Pedindo Água Ora, em virtude de nosso modelo político-administrativo anterior (que apoiei até o modelo pirâmide apontar as respostas bem adiante) de crescimento das pop. – a idéia de depender da intensividade e não da qualidade - nossas populações cresceram estrondosamente. A EXPLOSÃO POPULACIONAL (foi bom enquanto durou)
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TODAS as criaturas pedem quatro coisas básicas: ar, água, terra-solo e fogo-energia. Havendo essa, pode-se, em condições extremas, considerar as demais supérfluas. Naturalmente que para a vida o alimento é composto desses quatro. Para a vida racional é composto de vida, pois somos omni-predadores, omnívorosonívoros situados no alto da cadeia alimentar. Como aqui não estamos falando dos outros três, em particular podemos dizer que estamos pedindo água: no Brasil “pedir água” tem o sentido de capitular, render-se.
Capítulo 3 Água Agoraqui
Quanta água temos agora-e-aqui, isto é, neste tempo que é de todos e neste espaço onde estou (onde você está)? Não se trata de fazer avaliações parciais dos volumes, dos planos, das linhas e dos pontos como colocado acima e sim de avaliar a distância onde nos colocamos todos e cada um dos pontos de fornecimento. Por exemplo, estou perto da linha d’água do mar, a uns 200 metros em linha reta do Oceano Atlântico, mas ele é de água salgada, não dá para bebê-la. Água doce é trazida à casa que habitamos por preços sociais subsidiados pelos avanços civilizatórios e acordos, de modo que basta abrir a torneira. Seria necessário fazer avaliação tremendamente precisa e profunda de onde estão as águas em relação a cada PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa) ou AMBIENTE (cidade-município, estado, nação, mundo), porém não sou capaz de realizar tal proeza com o pouco tempo e recursos disponíveis.
Capítulo 4 Ponto Naturalmente pontos-de-água são minas onde a água emerge “pontualmente” como jorros relativamente pequenos; sendo mineralizadas, essas fontes têm grande significado como bebida nobre e essa água é envasada em 11
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garrafas, sendo vendida cara, pois quando somente tratado cada m3 (1.000 litros) custa cinco reais, ao passo que 0,5 litro engarrafado é cobrado nos bares a R$ 1,50, proporção de (0,5 centavos/l da água tratada contra 300 centavos/l da água mineral, 300/0,5 =) 600/1, coisa assim, faça as contas no seu lugar. AS FONTES MAIS FAMOSAS (seria interessante listar no mundo inteiro, é curioso; aqui coletei algumas na Internet) – nós temos dado pouco valor a essas gotas diamantinas.
Água mineral Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Consumindo água mineral. Água mineral é aquela proveniente de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possua composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhe confira uma ação medicamentosa (Decreto-Lei Nº 7.841, de 08/08/1945). Sais, compostos de enxofre e gases estão entre as substâncias que podem estar dissolvidas na água. Não deve ser confundida com a água de mesa, que é uma água de composição normal, proveniente de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas, que preenche tão-somente as condições de potabilidade para a região. Algumas águas minerais são originárias de regiões com alguma atividade vulcânica. Os diversos tipos de águas minerais são classificados segundo a composição química, origem da fonte, temperatura e gases presentes. Estes aspectos determinam a forma de uso: consumo como bebida, apenas para banhos e se são terapêuticas ou não. As águas minerais subterrâneas retornam à superfície através de fontes naturais ou são extraídas através de poços perfurados. 12
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Os exames físicos, químicos e bateriológicos determinam se a água mineral é mais indicada para consumo humano ou banhos.
Termais romanos. Tradicionalmente as águas minerais foram usadas ou consumidas diretamente na fonte. Frequentemente centros turísticos cresceram ou crescem em cima ou em torno de locais que contenham águas minerais, mesmo em épocas antigas como ocorreu no Império Romano (famosos banhos públicos dos romanos). Modernamente, a água mineral para consumo é distribuída em vasilhames, podendo ser consumida longe das fontes termais. Porém, para banhos terapêuticos ou apenas lazer, as regiões hidrominerais denominadas "estâncias hidrotermais" ou "estâncias hidrominerais" apresentam alguma infra-estrutura com hotéis, spas e outras comodidades para os usuários. As garrafas de água mineral feitas de vidro devem ser transparentes, de paredes internas lisas, fundo plano e ângulos internos arredondados, com fecho inviolável, resistente a choques e aprovadas pelo DNPM. O rótulo, também padronizado, deve conter: nome da fonte; natureza da água; localidade; data e número da concessão; nome do concessionário; constantes físico-químicas, composição analítica e classificação, segundo o DNPM; volume do conteúdo; carimbo com ano e mês do engarrafamento. As águas minerais carbogasosas naturais devem conter, no rótulo, em local visível, a informação "água mineral carbogasosa natural". Se o gás foi acrescentado, o rótulo deve ter a inscrição "Água mineral gaseificada artificialmente". Nenhuma informação sobre as propriedades terapêuticas das fontes pode constar dos rótulos, a menos que seja autorizada pela Comissão Permanente de Crenologia. As águas minerais importadas só podem ser postas à venda após cumprimento, no que lhes for aplicável, a juízo do DNPM, das disposições sobre comércio das águas minerais nacionais estabelecidas no Código de Águas. É proibido o uso endovenoso de água mineral enquanto não ficar provado, em cada caso, ser isso inofensivo para o paciente, a juízo da Comissão Permanente de Crenologia. No Brasil, a produção e comercialização de águas minerais são regulamentadas e fiscalizadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A partir de março de 2007, passou a vigorar no Brasil a RDC nº 173/06, que regulamenta o assunto. As características de composição e propriedades para classificação como água mineral bem como sua exploração são regulamentadas pelo Decreto-Lei Nº 7.841, de 8 de agosto de 1945 Código de Águas Minerais. Água para o corpo humano, pelo lado de dentro, custa caro. O CAMINHO DAS ÁGUAS (aqui os tecnocientistas deveriam mostrar como a água segue até cada destino nos fungos, nas plantas, nos animais, nos primatas e nos seres humanos)
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A TRIBO DOS HOM’ÁGUA (em 70 % nós somos água: somos água engarrafada, com mais alguma coisa – nós entendemos pouco essa nossa relação com as águas e deveríamos ter uma Universidade da Água, assim como dos outros elementos também: do ar, da terra-solo, do fogo-energia, da vida, da racionalidade): também nisso somos todos muito semelhantes.
14 Quinta-feira, 5 de março de 2009 COMO ESTÁ O PLANETA
http://www.divaguas.pt/s/images/stories/70_agua_corpo.jpg COMO ESTÁ O PLANETA (31) AGENDA AZUL (A ÁGUA NO CORPO HUMANO) Por se tratar de um componente muito importante e crucial para o CORPO HUMANO, vamos fazer um breve relato da importância da ÁGUA para a nossa existência. Começando pelo peso: aproximadamente 65% do peso (70% do volume) é da ÁGUA, sendo sua quantidade (percentualmente) praticamente constante (não estão inclusas pessoas obesas nestas observações) ao longo da sua VIDA. Esta constância (peso/volume da água no CORPO HUMANO) é de fundamental importância para as funções vitais e para a alimentação básica (combustível para queimar e fornecer a energia) para permitir o metabolismo, sendo a ÁGUA o comburente (aquele que permite a queima e a produção da energia) para o 14
perfeito funcionamento dos órgãos humanos (coração, pulmão, rins, pâncreas, fígado, etc...) além de permitir o metabolismo das enzimas, hormônios, sistemas nervosos, etc. Quantitativamente um corpo adulto contém cerca de 45 litros de água, dos quais 30 circulam dentro das células e 3 litros formam o plasma sanguíneo que transportam proteínas e nutrientes. Os demais 12 litros circundam (envolvem) o tecido intersticial (entre as células) produzindo a linfa e as secreções. Há sempre um intercâmbio de líquidos entre as células através das membranas celulares, excluindo-se o tecido ósseo, no qual a ÁGUA é encapsulada. Entre as muitas funções da ÁGUA, como solvente para resíduos, está a diluição de elementos tóxicos, ajudando nas excreções, além de manter a temperatura estável e lubrificante do corpo. Lembrando que TALES DE MILETO - o notável filósofo da NATUREZA [INTRODUÇÃO (12), 20 de Fevereiro, 2008] - percebeu: "todas as coisas em VIDA são ÚMIDAS; as coisas mortas, são SECAS" PORQUE DESPERDIÇAMOS E DESPREZAMOS TANTO A ÁGUA? E A EMPRESA (SABESP) QUE ABASTECE DE ÁGUA A CIDADE DE SÃO PAULO QUE SEQUER SE PREOCUPA EM CONSERTAR, FECHAR OS INÚMEROS (INCONTÁVEIS) VAZAMENTOS QUE EXISTEM NAS RUAS DA CIDADE? PORQUE A SABESP, COMO TODO ÓRGÃO PÚBLICO FAZ TANTA PUBLICIDADE ENGANOSA? PORQUE A SABESP QUE DEVERIA DAR O EXEMPLO DE COMO CUIDAR DA ÁGUA (UMA DÁDIVA DA NATUREZA) É UM EXEMPLO DE DESPREZO, DE POUCO CASO, DE DESPERDÍCIO, DE INEFICIÊNCIA? A ÁGUA MERECIA UM POUCO MAIS DE RESPEITO DA SABESP! CELUL’ÁGUA (as células são compartimentos engarrafadores de água e tudo em nós é H2O-baseado; desenvolver-se-ão outras formas de vida nas quais a proporção não seja essa, de 70 %?)
aqui pouco se fala de água 15
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A futura Escola da Água tem muito a fazer, muito a estudar, muito a desvelar, muito a instruir no ensinaprendizado da água: extração, cuidados, proteção, dignificação de nosso trato com ela.
Capítulo 5 Linha DANDO LINHA (nossas veias-da-Terra estão entupindo e nós humanos estamos prestes a ter um colapso: a coisa é bem séria e devemos ter, por exemplo, Guerreiros da Água, Guerreiros do Ar, Guerreiros do Solo, Guerreiros da Energia, Guerreiros da Vida – e tudo isso deve estar bem representado no futuro Congresso Universal) – que lindos eles são ou foram ou serão! De repente, frente à compreensão das dimensões, a necessidade de preservar e expandir se tornará maciça.
16 as veias do mundo as veias do Brasil infelizmente o sítio abaixo não dá as vazões Os maiores rios do mundo Confira a seguir a lista dos quinze maiores rios do mundo, incluindo a localização, nascente, foz e o tamanho (em km) de cada um deles. Rio Amazonas Nilo
Localização Nascente América do Lagos Glaciares, Peru Sul África Uganda, Centro da África Ocidental
Foz
Km
Oceano Atlântico, Brasil
6.868
Mar Mediterrâneo, Egito
6.695
Chang Yian (Yangtze Kiang) MississippiMissouri-Red Rock
China
Planalto Tibetano, China
Mar Amarelo, China
6.380
Estados Unidos
Golfo do México, Estados Unidos
6.270
Yenisei
Rússia
Nascente Red Rock, Montana, Estados Unidos Montanhas TannuOlatanhas, Tuva ocidental, Rússia
Oceano Ártico, Rússia
5.550
Ob-Irtish
Rússia
Mar de Kara, Oceano Ártico, Rússia
5.410
Golfo de Chihli, China
4.667
Estreito Tatar, Oceano
4.368
Huang Ho (Amarelo) Heilong (Amur)
China Ásia
Montanhas Altai, Rússia Parte Oriental das Montanhas Kunlan, China Confluência dos Rios
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Zaire (Congo) Lena Mackenzie
Shilka e Argun, Rússia e China Confluência dos Rios África Central Lualab e Luapula, Congo Rússia Montanhas Baikal, Rússia Canadá África Ocidental Sudeste da Ásia
Niger Mekong Paraná
América do Sul
Murray - Darling
Oceania
Volga
Rússia
Great Slave Lake, Canadá Serra Leoa e Guiné
Pacífico, Rússia Oceano Atlântico, Rep.Dem.Congo Oceano Ártico, Rússia Mar de Beaufort, Oceano Ártico, Canadá
4.260
Golfo da Guiné, Nigéria
4.167
Terras Altas Tibetanas, Sul do Mar da China, Vietname China Confluência dos Rios Paranaíba e Grande, Rio de la Plata, Argentina Brasil Alpes Australianos, New Oceano Antártico South Wales, Austrália Planalto Valdai, Rússia Mar Cáspio, Rússia
4.371
4.241
4.023 3.998 3.750 3.645
Tudo que foi poluído pelos folgados pode ser despoluído pelos mais comprometidos com a pureza. Nem de longe a humanidade precisa continuar a ser como é, indecente e indelicada com tudo e todos. Podemos diminuir os quantitativos humanos, podemos despoluir, podemos purificar. Podemos fazer tanta coisa que não pensávamos antes quando Mamãe Natureza dava na boquinha sem qualquer esforço de nossa parte. Agora é arregaçar as mangas e trabalhar pela recuperação do que antes tínhamos de graça. No Brasil “dar linha” refere-se a liberar, no sentido de alcançar maior altura, de levar a pipa mais alto, o que diz respeito a controle e capacidade do condutor.
Capítulo 6 Plano (Lagoas, Aqüíferos, Oceanos, Neve) SOLVENTE UNIVERSAL (na realidade fomos brindados com tantos recursos-riquezas que nem temos como fazer conta; mas não prestamos atenção, tornamo-nos reclamões, e choramos “de barriga cheia” – não aprendemos a valorizar o que i Deus-natureza nos deu); faça aqui sua colagem. 1. LAGOAS
2. AQUÍFEROS
3. OCEANOS
4. NEVE
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Água, água, água por toda parte água se soubermos ver. Se soubermos tratar. Se soubermos aproveitar com cuidado e educação nossa. Que incomunicável sentimento de plenitude! VIVAS FORMESTRUTURAS D’ÁGUA Fungos Plantas Animais
Primatas
humano, a água que pensa (aqui um modelo antigo da evolução: o modelo pirâmide é muito mais explicativo e muito melhor em todos os níveis)
FEST’ÁGUA (o dia mundial da água, já decretado; o mesmo deve ser feito para os demais elementos: ar, solo, energia, vida, racionalidade) – há dias para tantas coisas idiotas, mas não há para o mais importante. Cada dia desses comemorado é comemoração dos seres humanos.
Dia Mundial do Ar
Dia Mundial da Água
Dia Mundial do Solo
Dia Mundial da Energia Dia Mundial da Vida Dia Mundial da Razão 18
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DIA MUNDIAL DA ÁGUA Dia Mundial da Água Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Dia Mundial da Água
Água Data 22 de Março O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993,[1] declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21. Nesse período vários Estados foram convidados, como fosse mais apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, atividades concretas que promovam a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21. A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contatadas. Este kit tem como objetivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre outras, de: • Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável; • Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável; • Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado; • Participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA. Os temas dos DMA anteriores foram: • 2009: Água e saúde • 2008: Saneamento • 2007: Lidando com a escassez de água • 2006: Água e cultura • 2005: Água para a vida • 2004: Água e desastres • 2003: Água para o futuro • 2002: Água para o desenvolvimento • 2001: Água e saúde • 2000: Água para o século XXI • 1999: Todos vivem rio abaixo • 1998: Água subterrânea: o recurso invisível • 1997: Águas do Mundo: há suficiente? • 1996: Água para cidades sedentas 19
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• 1995: Mulheres, playboy, sexo e Água 1994: Cuidar de nossos recursos hídricos é função de cada um. A partir de 2001 ficou restrito a cada país a adoção da Agenda 21 Referências 1. ↑ "About World Water Day" (em inglês). World Water Day. Página visitada em 1 de Novembro de 2009. TANTOS DIAS (pouco se comemora o que é fundamental) •
E onde está a ONU que não se preocupou com os fundamentos? SUGESTÕES DE CONGRESSOS (em todas as 8,0 mil universidades, em cada um dos 8,0 mil bancos, por cada uma das 6,5 mil profissões, em todas as instituições, todos os governos, todas as empresas) 1. Semana de Estudos do Ar; 2. Semana de Estudos da Água; 3. Semana de Estudos do Sol; 4. Semana de Estudos da Energia; 5. Semana de Estudos da Vida; 6. Semana de Estudos da Razão. Não precisa começar grande e pomposo, a simplicidade é muito melhor e mais frutuosa no tempo e no espaço.
Capítulo 7 Espaço OS HUMANOS DES-PROVIDOS 1. perto de ar poluído; 2. longe da água; 3. sobre terra não-fértil; 4. sem alcance a energia; 5. em rede frágil da vida; 6. no interior de fragilizantes conflitos humanos. TAL MAPA não foi obtido e as pessoas vão até ficar espantadas de ele fazer sentido. Como diz o povo os defensores-militares e os religiosos “dormiram no ponto”, “engoliram mosca”, “não fizeram o dever de casa”. Em resumo, todo aquele que devia proteger e servir não protegeu bem nem serviu a contento, e deploro muito isso.
Capítulo 8 20
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Brasil O Brasil foi particularmente favorecido. Dizem que Deus gosta dos insetos, sendo eles mais de 30 % de todas as espécies; mas deve gostar também do Brasil. MUNDÁGUA (veja a cartilha Recursos da Bandeira Elementar) RIO VAZÃO (m3/s) 1. Amazonas 209.000 (= 1.000) 2. Solimões 103.000 3. Madeira 31.200 4. Negro 28.400 5. Japurá 18.620 6. Tapajós 13.500 7. Purus 11.000 8. Tocantins 11.000 9. Paraná 11.000 10. Xingu 9.700 11. Içá 8.800 12. Juruá 8.440 13. Araguaia 5.500 14. Uruguai 4.150 15. São Francisco 2.850 16. Paraguai 1.290 TOTAL 477.450 (= 2.284) Nilo (“Seu caudal médio anual é de 3.100 m3 por <15 segundo”) 1. Oceano Atlântico em 8,5 mil km de costas, para navegar:
2. rios imensos, com vazões extraordinárias:
3. Aqüífero Guarani:
4. chuvas torrenciais e constantes; 5. a Amazônia; 6. o Pantanal Mato-grossense. No Brasil não há neve nem permafrost, mas isso não chega a ser ruim porque são permitidas até três colheitas por ano. Se contarmos 500 mil m3/s durante 400 dias por ano (para dar conta com zeros), seriam (500 x 400 =) 200 milhões de m3 por ano, possivelmente dando para abastecer a humanidade inteira com sobra, bastando colher a água nas fozes. Resta saber como conseguir energia para o transporte. Isso é apenas para dizer de como precisamos planejar intensamente, debruçando-nos de fato com cuidado sobre as pranchetas de desenho psicológico. Então, SE FOSSE PARA PLANEJAR UM PAÍS INTEIRO e, aliás, se fosse para projetar um mundo inteiro, como faríamos? 21
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Capítulo 9 H2Ó Dois átomos de hidrogênio, um de oxigênio e algo “tão simples” assim têm uma importância fenomenal em toda parte. AS PROPRIEDADES D’ÁGUA
A água, por Martin Chaplin Muitos pensam que a molécula de água é bastante simples. De fato, a princípio, parece a dona simplicidade: dois diferentes tipos de átomos, apenas. Somente duas ligações - simples! Entretanto, recentes estudos têm demonstrado que a água não é nada singela: a estrutura dinâmica de suas moléculas é algo extremamente complicado e motivo de acalentados debates científicos. Martin Chaplin da South Bank University (London) resolveu colocar todas as últimas descobertas sobre este maravilhoso líquido em um fantástico website. Tão bom que mereceu inaugurar o novo serviço de sua revista eletrônica de química! O site não se limita ao material avançado: é dirigido também para principiantes, pois todas as informações básicas e triviais sobre a água podem ser encontradas. Além disso, termos como hidratação, hidrofobicidade, hidrocolóides e ligação hidrogênio são discutidos com base nos conceitos fundamentais. Venha para o fenomenal mundo da água icosaédrica: visite http://www.sbu.ac.uk/water QMCWEB recomenda! Ciclo da Água
O ciclo de renovação da água. 22
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Por Krukemberghe Fonseca Água, molécula química H2O, é uma substância componente da hidrosfera presente nos três estados físicos da matéria em constante mudança: sólido, o gelo (com solidificação / fusão há 0°C), líquido (há temperatura ambiente, entre 21 e 23 °C) e gasoso, vapor d’água (normalmente ocorrendo com a evaporação). O ciclo desta substância é de extrema importância para a manutenção da biosfera, estabelecendo meios e condições fundamentais ao metabolismo dos seres vivos e contribuindo com as transformações estruturais do ambiente, por exemplo, os processos erosivos e sedimentares da litosfera. A renovação cíclica deste recurso abiótico pode ser considerada conforme dois aspectos: a partir de um processo cíclico curto (pequeno ciclo) ou por um processo cíclico longo (grande ciclo). No pequeno ciclo, com implicações puramente temporais (temperatura, umidade e zonas de pressão), destaca-se principalmente a periodicidade pluvial (as chuvas), submetendo a água contida nos ambientes aquáticos (lagos, rios, oceanos e geleiras), a processos de evaporação. O vapor, atingindo as mais elevadas camadas da atmosfera, condensa-se formando as nuvens. Por conseqüência da condensação retorna à superfície terrestre (percolação) na forma de gotículas, flocos de neve ou partículas de granizo. No grande ciclo, bem mais complexo, é considerada a colaboração tanto dos animais quanto dos vegetais. Mecanismos de hidratação (absorção de água), transpiração (secreção) e respiração (obtenção de energia) dos organismos, geram concentrações relativas dependendo da amplitude de um ecossistema, provocando déficit ou acréscimo hídrico considerável. A transpiração ocorrida nas folhas das plantas (transpiração estomática), além de proporcionar pressão de sucção nos capilares do xilema (vaso condutor de seiva bruta), incidindo na absorção de água do solo, devido à capacidade absorvitiva da radícula, realiza concomitantemente a fotossíntese. Em animais, a aquisição de um teor hídrico favorável às reações orgânicas, é estabelecida através da ingestão direta de água ou indireta na composição dos alimentos, devolvendo gradativamente ao meio, à medida que se faz necessária, excreção fisiológica, seja pela urina, pelo ato de defecação (nas fezes) ou pela sudorese (transpiração). Quanto cada um de nós deve à água? Claro, água é inerte, é físico-química, mas mesmo assim faça a pergunta; a dívida é com i (ELI, Elea, Ele-ela, Deus-Natureza), porém pergunte-se assim mesmo. A MOLÉCULA D’ÁGUA (ele deveria inspirar edifícios e só não construo por não ter dinheiro para tal; é de espantar que outros, tendo, não o tenham feito)
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A ÁGUA É PARA TODA PESSOAMBIENTE (parafraseando Caetano Veloso, gente não é para morrer de sede, gente é para brilhar – e com ela toda a Criação-Evolução) 1. PARA AS PESSOAS: 1.1. para os indivíduos; 1.2. para as famílias; 1.3. para os grupos; 1.4. para as empresas; 2. PARA OS AMBIENTES: 2.1. para as cidades-municípios; 2.2. para os estados; 2.3. para as nações; 2.4. para o mundo. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA AS EMPRESAS (seria interessante os especialistas se manifestarem) 1. para beber; 2. para lubrificar; 3. como solvente universal; 4. para esfriar; 5. para levar dejetos orgânicos (o que deveria ser proibido; toda água empresarial devia ser reaproveitada, devolvidos limpos os excessos ao sistema); 6. para levar dejetos inorgânicos e venenos (essa opção deveria ser completamente vedada, com fechamento das companhias); 7. outros usos. O CONGRESSO PERMANENTE DA BANDEIRA ELEMENTAR (um símbolo para os tempos vindouros e muito trabalho) ESPECTRO DA BANDEIRA
vermelho do fogo
marrom do solo
verde da vida
cinza do ar
azul da água 24
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ESPHIRAL DE PHIBONACCI
ponterra
25
exclamação
!
O CONGRESSO MUNDIAL DA BANDEIRA ELEMENTAR (1/4 para a físico-química: ¼ de ¼ dá 1/16 de representantes para cada quadro) ¼ solo
¼ ar
¼ água
¼ energia ¼ PARA A VIDA BIOLÓGICA-P.2, ¼ PARA A RACIONALIDADE, ¼ PARA O FUTURO (os novos-seres que virão; por enquanto nós mesmos os representaremos) 25
¼ para a bandeira elementar ¼ bandeira da vida (físico-química) (biológica-p.2) ¼ para a bandeira racional ¼ para a super-racionalidade (psicológica-p.3, nós mesmos) (informacional-p.4, os novos-seres) BANDEIRA ALTA E BANDEIRA BAIXA REPRESENTANTES DO REPRESENTANTES DO CONHECIMENTO BAIXO CONHECIMENTO ALTO por exemplo, técnicos por exemplo, cientistas práticos teóricos deputados senadores O mesmo deve acontecer nos países, nos estados e nos municípioscidades, pois agora se trata de compreender mesmo. EM TODA PARTE DEBATE DEBATE NO MUNDO DEBATE NAS NAÇÕES DEBATE NOS MUNICÍPIOS-CIDADES
DEBATE NOS ESTADOS
E na mídia (mesmo que no início pareça haver pouco material, ele crescerá exponencialmente): 1. TV da água; 2. rádio da água; 3. revista da água; 4. livro-editoria da água; 5. Internet da água; 6. jornal da água. E AUXÍLIO DAS TECNARTES a) tecnartes da visão; b) tecnartes do paladar; c) tecnartes do olfato; d) tecnartes da audição; e) tecnartes do tato. É preciso reunir todos os recursos para re-educar os seres humanos, implantando as matérias em todo o ensinaprendizado (ensinos de 1 e 2º graus, universitário, mestrado, doutorado, pós-doutorado). TODOS OS MUNDOS (isso nos foi dado seja por Deus seja pela Natureza, ou por ambos, e devemos aprender a cuidar a ponto de mesmo o mais atrasado de nós ter a maior das responsabilidades) 1. mundar 2. mundágua 3. mundossolo 4. mundenergia 5. mundovida. FALAR DO QUE É FUNDAMENTAL, DAQUILO QUE FUNDAMENTA AR ÁGUA SOLO ENERGIA VIDA RAZÃO
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Capítulo 10 A Água do Céu Estamos apenas no começo de nossa avaliação de quanta água i DeusNatureza colocou nos céus fora da Terra para nos ajudar em nossa migração. Como já disse, de não haver nada chegamos ao ponto de ter quase 100 Terras-água lá fora, quer dizer, mais de (100 x 1,4 bilhão de km3 =) 100 bilhões de km3, com a vantagem de ser provavelmente quase toda água doce (sal, que deu origem a salário – pois com ele eram pagos os soldados romanos - vai voltar a ter uma importância tremenda). Somos como crianças: quando jovens não sabemos de onde vem as coisas e não lhes damos importância (é assim mesmo que deve ser) e só quando adultos, quando trabalhamos por elas aprendemos a lhes dar valor. Serra, sábado, 17 de abril de 2010. José Augusto Gava.
ANEXOS Capítulo 1 Turismo em Europa
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Europa (satélite) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Europa
Satélite Júpiter II Características orbitais Semi-eixo maior
670 900 km[1]
Periastro
664 862 km[2]
Apoastro
676 938 km[2]
Circunferência orbital
4 215 389,017 km [2] 0,0282 UA 27
Excentricidade
0,009[1]
Período orbital
3,551181 d[1]
Período sinódico
3,551181 d[1]
Velocidade orbital média
13,740[1] km/s
Inclinação
(em relação ao equador de Júpiter) [1]0,470°
Número de Satélites
Satélite de Júpiter
Características físicas Diâmetro equatorial
(Raio: 1569 km[1] (0,245 Terra)) 3128 km
Área da superfície
(0,061 da Terra) [3] 3,09×107 km²
Volume
(0,015 da Terra) 1,593×1010 km³
[3]
Massa
(0,008 da Terra) [1] 4,80×1022 kg
Densidade média
3,01 [1] g/cm³
Gravidade equatorial
(1,314 m/s2)[2] 0,134 g
Dia sideral
3 d 13 h 13 min 42 s (rotação síncrona)
Velocidade de escape
2,025[2] km/s
Albedo
0,67 ± 0,03[4]
Temperatura
média: (102 K) -171,15 ºC (~50 K)[5] ~-223,15 ºC min (125 K) -148,15 ºC max
Magnitude aparente
5,29 (oposição)[4]
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Composição da Atmosfera Pressão atmosférica
0,1 µPa [6]
Oxigénio[6]
100%
Europa é uma das quatro luas do planeta Júpiter, conhecidas como luas de Galileu (quatro enormes e exóticas luas com o tamanho de planetas). Europa é única por si própria, apresenta-se com uma superfície gelada muito brilhante com riscos coloridos. Pensa-se que seja um mundo oceânico coberto por uma capa de gelo que protege o mar interior da adversidade do Espaço. Devido às condições existentes em seu interior, alguns cientistas julgam que lá poderá existir vida, tal como a que existe nas profundezas dos mares da Terra. É, junto com 28
Marte, o local mais provável onde se pensa que é possível encontrar vida extraterrestre no sistema solar, apesar de uma pequena possibilidade em Titã. Mitologia O nome Europa é derivado de um dos muitos amores de Zeus (Júpiter) na mitologia grega, nome do qual também deriva o continente terrestre chamado Europa. Europa era uma princesa da Fenícia pela qual Zeus se apaixonou. Apesar do nome "Europa" ter sido sugerido por Simon Marius depois da sua descoberta, este e os outros nomes das luas de Galileu, não foram usados por um período de tempo considerável, e só foram reavivados no uso comum em meados do século XX. Na maioria da literatura cientifica antiga era referida apenas pela sua designação numeral romana, ou seja, Júpiter II, que significa "o segundo satélite de Júpiter". História de observação e exploração É Galileu Galilei que é tido como o descobridor de Europa, a partir das observações feitas a 7 de Janeiro de 1610 em Pádua. Europa e as outras luas de Galileu tiveram um grande impacto na teoria de que a Terra não era o centro de tudo, já que foram as primeiras luas que visivelmente não orbitavam a Terra. Na altura, julgava-se que todos os planetas, o Sol e a Lua orbitavam a Terra. Contudo, alguns historiadores afirmam que foi Simon Marius de Ausbach na Alemanha, o primeiro a observar os satélites jovianos a 29 de Dezembro de 1609. Ainda nesse século, astrônomos observaram os eclipses dos satélites, mas repararam que ocorriam 16 minutos e 40 segundos depois quando Júpiter se encontra do outro lado do Sol em relação à Terra; o que levou a outra grande descoberta da física pelo dinamarquês Ole Roemer, que explicou que o atraso deve-se à velocidade finita da luz, conseguindo medir assim a velocidade da luz pela primeira vez. Europa e as outras luas de Galileu são quatro corpos celestes de dimensão considerável; dois deles são maiores que o planeta Mercúrio (Ganímedes e Calisto), e Io e Europa rivalizam em tamanho com a Lua da Terra. Algumas pessoas conseguem ver estas luas a olho-nu em alturas de céu limpo e logo depois pôr-doSol, já que durante a noite Júpiter brilha demais o que oculta as suas luas. Mas só com uns bons binóculos ou um pequeno telescópio é que uma pessoa normal consegue observar claramente estas luas a orbitarem Júpiter que aparecem quase em linha recta em diferentes lados do disco do planeta. Enquanto que os astrônomos na Terra tinham apenas pequenas noções mesmo com os melhores telescópios de meados do século XX. Foi só quando as sondas Pioneer 10 e 11 que chegaram a Júpiter em 1973 e em 1974, respectivamente, que se consegue determinar as massas com uma precisão maior e captam as primeiras imagens das grandes luas de Júpiter. As imagens de Europa revelaram pouca variação de cor e mostraram uma região escura como poucos detalhes, dado que as Pioneer encontravam-se longe demais para conseguir obter bons detalhes da superfície. Devido a ser um dos satélites mais brilhantes, já se acreditava que a sua crusta fosse principalmente constituída por gelo de água. Em 1979 chegam a Júpiter as duas sondas Voyager. Nas imagens de baixa-resolução da Voyager 1, Europa mostrava um número bastante grande de linhas que se interceptavam. Estas linhas faziam lembrar os canais que os astrônomos outrora julgavam ver em Marte. Os cientistas pensaram tratar-se de terreno quebrado devido a processos tectónicos. Contudo, as imagens de alta-resolução da Voyager 2 deixaram os cientistas surpresos, já que as linhas pareciam pintadas na superfície, 29
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sem nenhum relevo topográfico visível. Modelos do interior de Europa mostraram actividade e aquecimento do interior com a formação de oceanos com 50 quilómetros ou mais de profundidade a 5 km da superfície.
Vista de Europa de um livro de 1903 por k. Flammarion A lua Europa tornou-se assim num ícone dos escritores de ficção científica, existindo livros, filmes e jogos; de destacar o livro e o filme de Arthur C. Clarke 2010: Odisseia Dois (ou O Ano em Que Fizemos Contacto) de 1982, onde se faz a descoberta de vida primitiva vivendo por debaixo da capa de gelo de Europa, já no terceiro livro da trilogia - 2061: Odisseia Três (1987), Europa é transformada num mundo oceânico tropical. No livro The Forge of God (1987) de Greg Bear, Europa é destruída por extraterrestres que usam pedaços do seu gelo para terraformar planetas. A 7 de Dezembro de 1995, a sonda Galileo chega a Júpiter numa viagem contínua pelo planeta e suas luas durante oito anos. A 2 de Março de 1998, a NASA anuncia que a Galileo descobriu fortes evidências de um oceano salgado por debaixo da superfície. O que motiva a criação de uma nova missão a Europa e abre novos horizontes e possibilidades de vida extraterrestre. Em 2003, a Galileo foi enviada para a atmosfera de Júpiter e destruída pela enorme pressão desse planeta; um dos principais motivos era não contaminar as luas de Júpiter com bactérias da Terra.
Visão artistica do Cryobot e do Hydrobot que no futuro poderão explorar o oceano de Europa. De forma a se poder saber mais sobre este mundo diferente, foram propostas algumas ideias ambiciosas, uma delas é uma grande sonda que funcionaria a energia nuclear e que derreteria o gelo até atingir o oceano por debaixo da superfície gelada. E, depois de atingida a água, lançaria um veículo subaquático, que compilaria informação e a enviaria de volta para a Terra. No entanto, esta proposta ainda está numa fase embrionária. O Artemis Project desenhou um plano para colonizar Europa. Os cientistas habitariam iglus e perfurariam a crosta gelada de Europa, explorando qualquer oceano por debaixo da superfície. Discutiu-se o uso de "bolsas de ar" para habitação humana. A exploração do oceano poderia ser levado a cabo com submarinos. Existem algumas dificuldades relacionadas com a colonização de Europa, um problema significativo é o elevado nível de radiação de Júpiter, aproximadamente dez vezes mais forte que os anéis de radiação de Van Allen da Terra. Um humano não sobreviveria na superfície ou perto desta por muito tempo sem um escudo de radiação massivo. 30
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Geologia planetária
O núcleo de Europa deverá ser metálico, rodeado por rocha e esta rocha rodeada por água líquida sob uma capa de gelo. Europa é algo semelhante em composição aos planetas telúricos, sendo principalmente composto de rochas de silicatos. O raio de Europa é de 1565 km, um pouco menor que o raio da nossa Lua. O núcleo é metálico composto por ferro e níquel, rodeado por uma concha de rocha, que por sua vez é rodeado por uma camada externa de água que se pensa ter 100 km de profundidade (alguma dessa água está gelada na camada superficial da crosta, e alguma como um oceano de água líquida por debaixo do gelo) Dados mostram que Europa gera um pequeno campo magnético e através da interacção com o de Júpiter este varia periodicamente assim que atravessa o campo magnético massivo de Júpiter. O campo magnético de Europa tem cerca de um quarto da força do campo de Ganímedes e é semelhante ao de Calisto. Topografia geral
A cratera Pwyll. A cratera tem cerca de 40 km de diâmetro. A superfície europeana é extremamente plana; existindo poucas características com mais de 10 metros de altura. Estes montinhos cintilantes que cobrem a superfície são enormes icebergues encalhados, provavelmente formados de amónia e água. As marcas proeminentes que se intercalam pelo planeta parecem ser principalmente características de albedo, com pouco relevo vertical. Existem muito poucas crateras, e o seu albedo é dos maiores entre todas as luas. Isto parece indicar que se trata de uma superfície jovem e ativa; baseado em estimativas de bombardeamentos por cometas, Europa provavelmente tem uma superfície que não tem mais de 30 milhões de anos. O facto de ser plano com marcas visíveis fazem lembrar, em grande medida, o gelo de mar na Terra, e pensa-se que por baixo da superfície existe uma camada de água líquida mantida por calor gerado pelo efeito gravitacional de Júpiter. Um choque de um meteorito de dimensão algo considerável que possa ter ocorrido desfez em pedaços de gelo parte da capa de gelo e espalhou em redor a água retida por baixo. Ao voltar a congelar, esta apagaria qualquer traço desse 31
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encontro. As maiores crateras parecem estar cobertas por gelo liso e fresco e são poucas as que têm mais de 30 km e têm a aparência de fendas na camada de gelo. As maiores crateras são Taliesin, Pwyll e Midir, todas com diâmetros entre 37,4 e 50 quilómetros. As linhas As características mais fascinantes de Europa são uma série de linhas que parecem rabiscos por todo o globo, algumas delas atingem 1000 km de comprimento e várias centenas de largura. Estas linhas lembram as quebras nas formações de gelo no mar na Terra, e observações posteriores mostraram que as zonas onde a crusta se quebra, ambos os lados moveram-se um em relação ao outro como acontece nos mares gelados da Terra, indicando água líquida por debaixo. As bandas maiores têm 20 km de diâmetro com cantos externos difusos, com estrias regulares e uma banda central de materiais mais leve que se pensa serem produzidos por um número de erupções de água ou géisers assim que a crusta europeana se abria e expunha as camadas mais quentes por debaixo. O efeito é semelhante ao que acontece nos ridges oceânicos da Terra. Estas fracturas pensa-se que sobem e descem 30 metros dependendo da maré-cheia ou baixa.
32 A estranha superfície de Europa com as suas linhas que indicam um oceano gelado por debaixo. Já que Europa está sempre com a mesma face voltada para Júpiter, deveriam formar padrões diferentes e previsíveis. Contudo, só as fendas mais recentes têm o padrão esperado; as outras fendas parecem ter ocorrido a orientações cada vez mais diferentes quanto mais velhas são. Isto pode ser explicado caso a superfície de Europa roda um pouco mais rápido que o seu interior, um efeito que é, possivelmente, devido ao oceano sub-superficial. Comparações entre as fotos da sonda Voyager e da Galileo sugerem que as crusta roda não mais que uma vez em cada 10000 anos relativamente ao seu interior. Os pontos negros Um outro tipo de características presentes em Europa é a lenticula circular ou elíptica que é um pequeno ponto negro na superfície. Muitos são abóbadas, outros são poços e alguns são pontos negros lisos. Outros têm texturas caóticas. O topos das abóbadas parecem pedaços das planícies mais velhas circundantes, sugerindo que as abóbadas se formaram quando as planícies foram puxadas para cima a partir de baixo. Pensa-se que estas lenticulae (plural de lentícula) foram formadas por gelo quente subindo pelo gelo mais frio da crusta externa, tal como as câmaras de magma fazem na crusta da Terra. Os pontos negros lisos podem ter sido formados por água derretida libertada quando o gelo quente quebra a superfície, e as lenticulae caóticas (chamadas regiões de "chaos", como por exemplo Conamara Chaos) parecem ter sido formadas por muitos pequenos fragmentos da crusta, 32
como se fossem icebergues num mar gelado. Atmosfera e clima Observações recentes feitas pelo Telescópio Espacial Hubble revelam que Europa tem uma atmosfera ténue (1 micropascal de pressão atmosférica à superfície) composta de oxigénio. De entre todas as luas do sistema solar, só seis têm atmosfera: Io, Calisto, Encélado, Ganímedes, Titã e Tritão. Ao contrário do oxigénio da atmosfera terrestre, o oxigénio em Europa não deve ter certamente origem biológica. É provavelmente gerado pela luz do sol e partículas carregadas que atingem a superfície gelada produzindo vapor de água que subsequentemente se divide em hidrogénio e oxigénio. O hidrogénio escapa à gravidade de Europa por causa da sua massa atómica muito pequena, deixando para trás o oxigénio. Em algumas áreas conseguiu-se observar uma espécie de nuvem, talvez névoa de gotas de amónia. A temperatura à superfície de Europa é de -163°C graus no equador e de apenas -223°C graus nos pólos. Hidrografia
Europa poderá ter um oceano por debaixo da capa gelada A quando da passagem das sondas Voyager, as imagens mostraram uma superfície inesperada e sem muitas marcas de impacto. O gelo que cobre a superfície assemelhava-se muito ao gelo que cobre os oceanos polares da Terra, o que levantou suspeitas entre os cientistas sobre um possível oceano por debaixo da capa de gelo. Conamara Chaos é uma região de terreno caótico que foi produzida por derretimento de gelo. A região consiste em placas de gelo que se movem e rodam. À volta destas placas há uma região caótica de blocos de gelo, que podem ter sido formados a partir de água ou gelo quente que fluiu de baixo para a superfície. A região de Conamara Chaos é vista como uma prova para a existência do oceano por baixo da capa gelada que envolve todo o globo de Europa. Conclui-se assim que era provável a existência de água líquida no passado, mas não se sabe ao certo se existe um oceano líquido na contemporaneidade. A cratera Pwyll é uma cratera jovem e tomou o nome de um deus celta do submundo. As áreas brancas que irradiam da cratera são áreas jovens que se quebraram com o impacto e voltaram a congelar, tapando novamente o oceano debaixo da superfície.
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O terreno caótico de Conamara Chaos é visto como uma prova da existência de um oceano oculto debaixo do gelo. A 2 de Março de 1998, a NASA anunciou que a sonda Galileo descobriu fortes evidências do que se julgar ser um oceano salgado por debaixo da superfície, o que fortaleceu as suspeitas anteriores. Provas espectrográficas mostraram que as raias vermelhas escuras e as características na superfície são ricas em sais tais como sulfato de magnésio, depositados por água que evapora que emerge do interior. Contudo, estes sais são incolores ou brancos quando puros, algum outro material deve estar presente para dar a cor avermelhada. Suspeita-se que sejam compostos sulfúricos ou ferrosos. Devido às temperaturas extremamente baixas, o gelo é tão duro como rocha e deve ter uma espessura de 10 a 30 km cobrindo toda a superfície, o que indica que o oceano líquido pode ter até 90 km de profundidade. Vida em Europa Suspeita-se que a vida extraterrestre possa existir no oceano por baixo do gelo, talvez subsistindo como os seres vivos que vivem em condições semelhantes na Terra, já que Europa tem elementos essenciais para a vida como a conhecemos: água e calor e compostos orgânicos. Ou seja, em respiradouros hidrotermais como no fundo dos oceanos ou como no Lago Vostok da Antártida.
Vermes-tubo gigantes vivendo num respiradouro hidrotermal no fundo dos mares da Terra. No filme, IMAX, documental de 2005 Aliens of the Deep de James Cameron, exobiólogos da NASA e biólogos marinhos investigam os respiradouros hidrotermais no Atlântico e Pacífico. Estas zonas têm o seu próprio ecossistema que suporta organismos como vermes-tubo gigantes, caranguejos brancos cegos, e muitos camarões. Estes animais vivem destas fontes hidrotermais superaquecidas e sulfurosas e não necessitam do sol. A ideia de algo assim em Europa tem sido discutido pelos cientistas, e esta lua é capaz de ter um ecossistema semelhante onde vida extraterrestre pode existir. Na camada exterior de gelo de Europa destacam-se zonas raiadas de cor avermelhada. Duas bactérias extremófilas terrestres que foram testadas pela NASA poderiam viver nesse oceano, e são espécies castanhas e cor-de-rosa, o que poderia explicar a cor avermelhada. A bactéria extremofila chamada Deinococcus radiodurans consegue sobreviver à radiação ultravioleta do espaço, a ambientes extremamente frios e oxidativos, assim como severamente ionizados e vácuo. Esta bactéria foi ainda exposta a testes contendo concentrações bastante altas de sulfatos de magnésio e ácido sulfurico, condições que são esperadas em Europa. 34
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No entanto, nenhum extremófilo da Terra poderia viver na superfície de Europa, mas poderia viver no suposto oceano. Os organismos poderiam viver no oceano e serem lançados por uma espécie de erupção para a superfície e congelados de imediato. A diferença de assinaturas em infravermelho entre os microorganismos testados e Europa poderia ser explicada pela radiação que a lua recebe. No entanto, apenas com uma missão que pouse na superfície é que seria possível verificar a veracidade desta experiência. Para evitar qualquer tipo de contaminação, a sonda Galileo foi enviada para Júpiter de forma a ser destruída, para evitar que despenhasse em Europa e contaminasse a lua com microrganismos terrestres. A introdução de microrganismos poderia tornar impossível a determinação de que Europa tem ou não vida nativa, ou até poderia destruir essas formas de vida caso existam. Ligações externas Vistas do Sistema Solar: Europa • Todo o céu: Europa • Europa, a Continuing Story of Discovery at NASA/JPL (em inglês) • Europa Profile at NASA's Solar System Exploration site (em inglês) • Europa page at The Nine8 Planets (em inglês) • Europa page at Views of the Solar System (em inglês) • The Calendars of Jupiter (em inglês) • Are our nearest living neighbours on one of Jupiter's Moons? (em inglês) • Preventing Forward Contamination of Europa - SSB Study of Planetary Protection policies for Europa. (em inglês) • Images of Europa at JPL's Planetary Photojournal (em inglês) • Movie of Europa's rotation from the National Oceanic and Atmospheric Administration (em inglês) • Europa map with feature names from Planetary Photojournal (em inglês) • Europa map with feature names (em inglês) from USGS Jupiter system page (em inglês) • Paul Schenk's 3D images and flyover videos of Europa and other outer solar system satellites (em inglês); ver também (em inglês) • Large, high-resolution Galileo image mosaics of Europan terrain from Jason (em inglês) Perry's (normalmente relacionado com Io) (em inglês) blog (em inglês): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Referências 1. ↑ a b c d e f g h i Overview of Europa Facts (em inglês). NASA. Página visitada em 2007-12-27. abcde 2. ↑ Calculado com base em outros parâmetros 3. ↑ a b Usando o raio médio 4. ↑ a b Yeomans, Donald K. (2006-07-13). Planetary Satellite Physical Parameters (em inglês). JPL Solar System Dynamics. Página visitada em 2007-11-05. 5. ↑ McFadden, Lucy-Ann; Weissman, Paul; and Johnson, Torrence. The Encyclopedia of the Solar System (em inglês). pp. 432. ab 6. ↑ McGrath. Europa (em inglês). Pappalardo, Robert T.; McKinnon, William B.; and Khurana, Krishan K., 2009. •
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Europa Júpiter II A liberdade consiste em ser audaz. - Robert Frost Europa é uma lua de Júpiter de aspecto estranho com um grande número de formações que se entrecruzam. É diferente de Calisto e de Ganímedes com as suas crustas cheias de crateras. Europa quase não tem crateras tal como quase não tem relevo vertical. Conforme disse um cientista, as formações "poderiam ter sido pintadas com um marcador de feltro". Existe a possibilidade de Europa ser internamente activa devido ao calor gravital a um nível de um décimo ou menos do que o de Io. Modelos do interior de Europa mostram que abaixo de uma crusta fina com apenas 5 km (3 milhas) de água gelada, Europa parece ter oceanos com até 50 km (30 milhas) de profundidade ou mais. As marcas visíveis de Europa podem ser o resultado da expansão global em que a crusta seria fracturada, preenchida com água e congelada. Estatísticas de Europa Descoberta por
Simon Marius & Galileo Galilei
Data da descoberta
1610
Massa (kg)
4.8e+22
Massa (Terra = 1)
8.0321e-03
Raio equatorial (km)
1,569
Raio equatorial (Terra = 1)
2.4600e-01
Densidade Média (gm/cm^3)
3.01
Distância média de Júpiter (km)
670,900
Período rotacional (dias)
3.551181
Período orbital (dias)
3.551181
Velocidade orbital média (km/seg)
13.74
Excentricidade orbital
0.009
Inclinação orbital (graus)
0.470
Velocidade de escape (km/seg)
2.02
Albedo visual geométrico
0.64
Magnitude (Vo)
5.29
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Vistas de Europa Ver também: Imagens Adicionais de Europa, da Galileo. Europa Esta é uma das imagens de mais alta resolução de Europa obtidas pela Voyager 2. Mostra a suavidade da maior parte da superfície e a quase ausência de crateras de impacto. Foram encontradas apenas três crateras com mais de 5 km de diâmetro. (Copyright: Calvin J. Hamilton) O Interior de Europa Esta vista em corte mostra a estrutura interna possível de Europa. Foi criada a partir de um mosaico de imagens obtidas em 1979 pela nave espacial Voyager da NASA. As características interiores são deduzidas pelas medidas do campo gravitacional e do campo magnético obtidas pela Galileo. O raio de Europa mede 1565 km, não muito mais pequeno do que o raio da nossa Lua. Europa tem um núcleo metálico (ferro e níquel - mostrado em cinzento) 36
desenhado na dimensão relativa correcta. O núcleo é rodeado por um escudo rochoso (mostrado em castanho). A camada rochosa de Europa (desenhada na escala relativa correcta) é por sua vez rodeada de um escudo de água em forma líquida ou gelada (mostrada em azul e branco e desenhada na escala relativa correcta). A camada superficial de Europa está mostrada em branco para indicar que pode diferir das camadas subjacentes. As imagens de Europa obtidas pela Galileo sugerem que um oceano de água líquida pode estar por baixo de uma camada superficial de gelo com uma espessura de quase dez quilómetros. No entanto, esta evidência também é consistente com a existência de um oceano de água líquida no passado. Não é certo que exista um oceano de água líquida no presente. (Copyright 1999 por Calvin J. Hamilton) Europa - Passado e Futuro Esta fotografia artística representa Europa durante o início da criação do Sistema Solar. Nesta altura, os oceanos agraciavam a superfície de Europa. Por a água líquida ter existido no passado, poderá a vida ter-se formado e existir ainda hoje? Os ingredientes primários para a vida são a água, o calor e componentes orgânicos obtidos de cometas e meteoritos. Europa tinha todos esses ingredientes. Das imagens e informações recolhidas pela sonda Galileo, os cientistas acreditam que existiu um oceano abaixo da superfície na história relativamente recente e pode ainda estar presente abaixo da superfície gelada. A água de Europa pode ter congelado há muito tempo, mas pode ocorrer um aquecimento devido à atracção gravitacional entre Júpiter e as luas vizinhas. Esta fotografia artística pode também representar Europa daqui a 7 biliões de anos, depois do Sol se transformar numa gigante vermelha. O calor do Sol envelhecido será suficiente para derreter o gelo e novamente produzir um oceano. (Copyright 1998 por Calvin J. Hamilton) Europa a Distância Esta vista de Europa foi obtida pela Voyager 2 e mostra uma superfície brilhante e de pouco contraste com uma teia de linhas que cruzam uma grande parte da sua superfície. (Copyright: Calvin J. Hamilton)
Cordilheiras em Europa Esta vista de Europa mostra uma parte da superfície que foi muito modificada por fracturas e cordilheiras. Esta figura cobre uma área de cerca de 238 quilómetros (150 milhas) de largura por 225 quilómetros (140 milhas), ou aproximadamente a distância entre Los Angeles e San Diego (em Portugal, aproximadamente a distância entre Lisboa e Aveiro). Cordilheiras simétricas nas faixas escuras sugerem que a crusta da superfície foi separada e preenchida com material mais escuro, algo parecido com o que acontece à 37
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expansão nas depressões oceânicas na Terra. Apesar de serem visíveis algumas crateras de impacto, a sua ausência generalizada indica uma superfície jovem. As cordilheiras mais jovens, tais como as duas formações que atravessam o centro da figura, têm fracturas centrais, colinas alinhadas e manchas escuras irregulares. Estas e outras formações podem indicar criovulcanismo, ou processos relacionados com erupção de gelo ou gases. Esta imagem, centrada a 16 graus de latitude sul e 196 graus de longitude oeste, foi obtida a uma distância de 40,973 quilómetros (25,290 milhas) em 6 de Novembro de 1996 pela câmara de televisão de imagens em estado sólido a bordo da sonda Galileo durante a sua terceira órbita à volta de Júpiter. (Cortesia NASA/JPL) Vistas da Europa em Cor Natural e Falsa Esta imagem mostra duas vistas do hemisfério de trás (oposto ao da frente, no sentido da translação do satélite em volta de Júpiter) da Europa. A imagem da esquerda mostra a cor aproximadamente natural da Europa. A imagem da direita é uma composição em cor falsa combinando as imagens em violeta, verde e infravermelho para salientar as diferenças das cores na crusta da Europa predominantemente de água gelada. As áreas em castanho escuro representam materiais rochosos procedente do interior, implantado pelo impacto, ou de uma combinação de fontes procedências interiores e exteriores. Planícies brilhantes nas áreas polares (acima e abaixo) são mostradas em tons de azul para distinguir possível gelo em grãos grossos (azul escuro) de gelo em grãos finos (azul claro). Linhas escuras e longas são fracturas na crusta, algumas com mais de 3,000 quilómetros (1,850 milhas) de comprimento. A formação brilhante com uma mancha central escura no terço inferior da imagem é uma cratera de impacto jovem com cerca de 50 quilómetros (31 milhas) de diâmetro. Esta cratera foi provisoriamente denominada de 'Pwyll', segundo o deus céltico do submundo. (Cortesia DLR) Imagem em Falsa Cor da Região Minos Linea Foi usada aqui a cor falsa para realçar a visibilidade de algumas formações nesta composição de três imagens da região Minos Linea na lua Europa de Júpiter obtida em 28 de Junho de 1996, hora universal, pela sonda Galileo. Bandas triplas, linhas e terrenos manchados, aparecem em tons castanho e avermelhado, indicando a presença de contaminantes no gelo. As planícies geladas, mostradas em tons azulados, subdividem-se em unidades com diferentes albedos a comprimentos de onda no infravermelho provavelmente devido a diferenças no tamanho do grão do gelo. A composição foi produzida a partir de imagens com comprimento de onda efectivo de 989, 757 e 559 nanómetros. A resolução espacial das imagens individuais varia de 1.6 a 3.3 quilómetros (1 a 2 milhas) por pixel. A área coberta, centrada em 45 N, 221 W, tem cerca de 1,260 km (cerca de 780 milhas) de diâmetro. (Cortesia NASA/AMES) Imagem da Europa do Infravermelho Próximo, da Galileo O Espectrómetro do Infravermelho Próximo (Near Infrared Mapping Spectrometer 38
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- NIMS) na sonda Galileo fotografou uma grande parte da Europa, incluindo as região do polo norte, em grande resolução espectral a uma distância de 156,000 km (97,500 milhas) durante o encontro G1 em 28 de Junho de 1996. A imagem da direita mostra Europa vista pelo NIMS, centrada a 25 graus de latitude N, 220 de longitude W. Este é o hemisfério que está sempre virado para o lado oposto de Júpiter. A imagem da esquerda mostra o mesmo ponto de vista das informações da Voyager (dos encontros em 1979 e 1980). A imagem NIMS é da banda de água de 1.5 micron, na parte infravermelha do espectro. Uma comparação das duas imagens, infravermelho e visível, mostra um contraste brilhante marcado na banda de água de 1.5 micron do NIMS de área para área na superfície de Europa, demonstrando a sensitividade do NIMS a alterações da composição. O espectro do NIMS mostra composições da superfície variando desde simples água gelada até misturas de água e outros minerais que parecem vermelhos ao infravermelho. Gelo Partido da Europa A lua Europa de Júpiter, vista nesta imagem obtida em 27 de Junho de 1996 pela sonda Galileo da NASA, mostra formações em algumas áreas que se assemelham a bancos de gelo vistos nos mares polares da Terra. Europa tem uma crusta gelada que foi muito fracturada, conforme está indicado pelas bandas lineares escuras, curvas, em forma de cunha que se notam na foto. Estas fracturas partiram a crusta em placas que chegam a atingir 30 quilómetros (18.5 milhas) de comprimento. As áreas entre as placas estão preenchidas com material que provavelmente era gelo contaminado com detritos rochosos. Algumas placas foram separadas e mudaram de posição. A densidade da Europa indica que tem um escudo de água gelada com quase 100 quilómetros (cerca de 60 milhas), do qual uma parte pode ser líquida. Poderia estender-se água gelada da superfície até ao interior rochoso, mas as formações vistas nesta imagem sugerem que o movimento das placas de gelo quebradas foi lubrificado pelo gelo macio ou água líquida abaixo da superfície no momento da quebra. Esta imagem cobre parte da zona equatorial de Europa e foi obtida a uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) pela câmara de imagens em estado sólido da sonda Galileo. O norte é para a direita e o Sol está aproximadamente na vertical. A área mostrada tem aproximadamente 360 por 770 quilómetros (220-por-475 milhas ou aproximadamente a área do Nebraska - quase o dobro da largura de Portugal e 1.25 vezes a altura), e a formação visível mais pequena tem cerca de 1.6 quilómetros (1 milha) de lado. (Cortesia NASA/JPL) A Superfície Activa de Europa Uma cratera de impacto recentemente descoberta pode ser vista à direita do centro desta imagem da lua Europa, de Júpiter, enviada pela câmara da sonda Galileo da NASA. A cratera tem cerca de 30 quilómetros (18.5 milhas) de diâmetro. O impacto escavou a crusta gelada de Europa, espalhando detritos (vistos como matéria esbranquiçada) pelo terreno circundante. Está também visível uma banda escura, denominada Belus Linea, que se estende de leste para oeste através da imagem. Este tipo de formação, que os cientistas chamam de "banda tripla", é caracterizada por uma faixa brilhante no meio da imagem. As margens exteriores desta e de outras 39
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bandas triplas são difusas, sugerindo que o material escuro foi posto ali como resultado de possível actividade tipo geyser, que projectou gás e detritos rochosos do interior da Europa. O padrão curvo em forma de "X" visto no canto inferior direito da imagem parece representar fracturas da crusta gelada e o seu preenchimento com gelo derretido que congelou no mesmo lugar. A cratera está centrada a cerca de 2 graus de latitude norte por 239 graus de longitude oeste. A imagem foi obtida de uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) em 27 de Junho de 1996, durante a primeira órbita da Galileo à volta de Júpiter. A área mostrada tem cerca de 860 por 700 quilómetros (530 por 430 milhas), ou aproximadamente a dimensão de Oregon e Washington juntos (aproximadamente a dimensão da Península Ibérica). (Cortesia NASA/JPL) Bandas Escuras em Europa Bandas escuras entrecruzadas na lua Europa de Júpiter representam os extensos efeitos da fractura e de possível erupção de gases e material rochoso do interior da lua neste mosaico de quatro imagens da sonda Galileo da NASA. Estas e outras formações sugerem que existia gelo macio ou água líquida abaixo da crusta de gelo no momento da ruptura. As informações obtidas não descartam a possibilidade que tais condições existam actualmente na Europa. As fotos foram obtidas de uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) em 27 de Junho de 1996. Muitas das bandas escuras têm mais de 1,600 quilómetros (1,000 milhas) de comprimento, excedendo o comprimento da falha de Santo André, na Califórnia (a distância, em linha recta, entre Lisboa e Luxemburgo). Muitas das formações vistas neste mosaico resultaram de impacto meteorítico, incluindo uma cratera de 30 quilómetros (18.5 milhas) de diâmetro visível como uma cicatriz brilhante no terço inferior da figura. Além disso, dezenas de crateras pouco profundas vistas em alguns terrenos ao longo do terminador do satélite (a área sombreada acima à direita na imagem) são provavelmente crateras de impacto. Outras áreas ao longo do terminador não têm crateras, indicando superfícies relativamente jovens, sugestivas de erupções recentes de gelo derretido do interior. O quarto inferior do mosaico inclui terreno altamente fracturado em que a crusta gelada foi quebrada em troços que chegam a ter 30 quilómetros (18.5 milhas) de extensão. O mosaico cobre uma grande parte do hemisfério norte e inclui o polo norte no cimo da imagem. O Sol ilumina a superfície à esquerda. A área mostrada está centrada a 20 graus de latitude norte e 220 graus de longitude oeste e é quase tão larga como a zona dos Estados Unidos a oeste do rio Mississipi. (Cortesia USGS Flagstaff)
Água A Água O que é a água? A água é um líquido incolor e inodoro, formada por dois átomos de hidrogénio (H2) e por um átomo de oxigénio (O) - molécula H2O. A água encontra-se na natureza, simultaneamente, em três estados físicos: - no estado líquido, (oceanos, lagos e rios); - no estado sólido (glaciares); - no estado gasoso (nuvens). Recurso escasso ou abundante? 40
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Se observarmos a Terra do espaço vemos uma grande esfera azul, isto acontece porque os oceanos ocupam cerca de 70% da superfície da Terra, ou seja, 2/3 do planeta estão cobertos de água, enquanto que os continentes ocupam o restante. Contudo a maior parte dessa água é imprópria para consumo. Do total: - 97.5% é água do mar (muito salgada, logo não potável); - 2.5% é água doce. Ou seja, apenas 2.5% do total da água existente no nosso planeta é consumível, não estando, no entanto, acessível na sua totalidade. Desta, somente uma pequena parcela de água (0.4%) se encontra disponível para consumo humano. - 68.8% encontra-se no estado sólido (congelada na Antártida, pólo Norte e outros glaciares); - 30.8% está “escondida” no interior da Terra; - 0.4% é água dos rios e lagos. Assim, reforça-se a necessidade de utilizar de forma sustentável as reservas de água doce ainda existentes e que têm vindo a sofrer, nos últimos 50 anos, uma drástica redução quantitativa (quase 62%) e qualitativa (com alterações profundas das condições ecológicas dos cursos de água), devido sobretudo ao crescimento demográfico, explosão do parque industrial e descarga directa de afluentes domésticos, industriais e agro-pecuários não sujeitos a tratamento (nos países em desenvolvimento, 90% das descargas de águas residuais não são precedidas de tratamento). Não lance quaisquer objectos ou substâncias nos cursos de água – as ribeiras, rios e o mar não são caixotes do lixo.
Os seres vivos e a água Grande parte do corpo humano, tal como dos outros seres vivos, é constituído de água. Sem água nenhuma espécie vegetal ou animal, incluindo o homem, pode sobreviver. Sem água o planeta seria uma imensidão sem 41
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vida No corpo humano, a quantidade de água, varia consoante a idade e representa, em média, cerca de 65% do seu peso, ou seja, numa pessoa que pese 70kg, cerca de 45kg são água. A maior parte da água nos seres vivos está contida nas células e no sangue (seiva no caso das plantas), sendo que este contém mais de 60% de água. Em actividade normal o corpo humano elimina diariamente cerca de 2.5 litros de água sob a forma de transpiração e urina, sendo, por isso, necessário hidratar o corpo, restituindo-lhe a mesma, quer através da água que bebemos, quer através dos alimentos que ingerimos. Os mais ricos são: - os legumes e os derivados do leite (80 a 90%); - a carne, o peixe, os ovos e as batatas, depois de cozidos, bem como o queijo (50 a 80%). Por outro lado, temos, com menos de 50% de água, todos os frutos e legumes secos, o pão e os doces. O óleo e o açúcar não contêm água nenhuma. A água bebida por dia deve ser de 1.5 litros (para hidratar e ajudar a filtrar os resíduos do organismo).
42 Ciclo da água O ciclo da água, ou ciclo hidrológico, descreve a presença e o movimento da água na Terra. A água está sempre em movimento… circula na natureza, passa por diferentes estados, renova-se. A água renova-se num ciclo permanente e inalterável – Ciclo da Água œ evaporação - a água dos oceanos, rios e lagos, presente no solo e nos seres vivos, quando aquecida pelo sol ou através da respiração e transpiração, passa lentamente do estado líquido para o estado gasoso (formação do vapor de água), evaporando-se simultaneamente para a atmosfera. • condensação - já na atmosfera o vapor de água, devido à altitude, arrefece e condensa-se, isto é, concentra-se, dando assim origem à formação das nuvens. • precipitação - devido à condensação e às condições climatéricas (vento, massas de ar frio, etc.), as nuvens precipitam, ou seja, descarregam a água que contêm sob a forma de chuva, neve ou granizo, respectivamente estado líquido e sólidos. A água volta assim, através de precipitações, à terra. • infiltração e fluxos - no regresso à terra a maior parte da água cai directamente nos oceanos, caindo a restante na superfície terrestre onde os fluxos de água (rios e ribeiras) a levam também até aos oceanos, infiltrandose no solo aquela que cai sob superfícies permeáveis. Parte da água que se 42
infiltra no solo é absorvida pelas plantas, dando também origem às águas subterrâneas.
Água Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Água em três estados: líquido, sólido (gelo) e vapor (invisível) no ar. As nuvens são o acúmulo das gotículas condensadas do vapor. A água é uma substância química onipresente que é composta de hidrogênio e oxigênio e é essencial para todas as formas conhecidas de vida.[1] No uso típico, a água se refere apenas à sua forma ou estado líquido, mas a substância também possui um estado sólido, o gelo, e um estado "gasoso", mais corretamente denominado de vapor de água ou vapor. A água cobre 71% da superfície da Terra.[2] Na Terra, ela é encontrada principalmente nos oceanos e em outros corpos d'água grandes, 1,6% em aquíferos e 0,001% na atmosfera como vapor, nuvens (formada de partículas de água sólidas e líquidas suspensas no ar) e precipitação.[3] Os oceanos detêm 97% da água superficial, geleiras e calotas polares detêm 2,4%, e outros, como rios, lagos e lagoas detêm 0,6% da água do planeta. Uma pequena quantidade da água da Terra está contida dentro de organismos biológicos e de produtos manufaturados. A água na Terra se move continuamente por um ciclo de evaporação e transpiração (evapotranspiração), precipitação e escoamento superficial, geralmente atingindo o mar. A evaporação e a transpiração contribuem para a precipitação sobre a terra. Limpa, a água potável é essencial para os humanos e para as outras formas de vida. Ela age como reguladora de temperatura, diluidora de sólidos e transportadora de nutrientes e resíduos por entre os vários órgãos. Bebemos água para ajudar na diluição e funcionamento normal dos órgãos para, logo depois, ser eliminada pela urina os resíduos decorrentes desse metabolismo, ou evaporada pelos poros, mantendo a temperatura corporal, assim como eliminando sais e impurezas. As lágrimas são um outro exemplo disso. Na indústria ela desempenha o mesmo papel de diluidora, transportadora e resfriadora nos vários processos de manufatura e transformações de insumos básicos em bens comerciais. O acesso à água potável tem melhorado continuamente e substancialmente nas últimas décadas em quase toda parte do mundo.[4][5] Existe uma correlação clara entre o acesso à água potável e PIB per capita de uma região.[6] No entanto, alguns pesquisadores estimaram que em 2025 mais de metade da população mundial sofrerá com a falta de água potável.[7] A água desempenha um papel importante na economia mundial, ja que ela funciona como um solvente para uma grande variedade de substâncias químicas, além de facilitar a refrigeração industrial e o transporte. Cerca de 70% da água doce do mundo é consumida pela agricultura.[8] 43
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Propriedades físicas e químicas Água (H2O)
Nome IUPAC
Água Ácido hidroxílico Hidróxido de hidrogênio Outros nomes Óxido de hidrogênio Monóxido de di-hidrogênio Propriedades Fórmula molecular H2O 3 1000 kg·m , líquida (4 °C) Densidade 917 kg·m3, sólida Ponto de fusão 0 °C, 32 °F (273,15 K)[9] Ponto de ebulição 100 °C, 212 °F (373,15 K)[9] Excepto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições PTN Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde.
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O impacto de uma gota de água provoca uma repercussão "para cima" circular rodeado por ondas capilares.
Snowflakes por Wilson Bentley, 1902. Uma característica incomum da água é a sua dilatação anômala. Ela se contrai com a queda de temperatura, mas a partir de 4 °C começa a se expandir, voltando a se contrair após sua solidificação. Isso explica porque a água congela primeiro na superfície, pois a água que atinge a temperatura de 0 °C se torna menos densa que 44
a água a 4 °C, consequentemente ficando na superfície. Esse fenômeno também é importante para a manutenção da vida nas águas frias, pois faz com que a água a 4 °C fique no fundo e mantenha mais aquecidas as criaturas que ali vivem. Cerca de dois terços da superfície da Terra está coberta por água, 97,2% dos quais contêm os cinco oceanos. O aglomerado de gelo do Antártico contém cerca de 90% de toda a água potável existente no planeta (região inferior do globo). A água em forma de vapor pode ser vista nas nuvens, contribuindo para o albedo da Terra. A água possui muitas propriedades incomuns que são críticas para a vida: é um bom solvente e possui alta tensão superficial (0,07198 N m−1 a 25 °C). A água pura tem sua maior densidade a 3,984 °C (999,972 kg/m³) e tem valores de densidade menor ao arrefecer que ao aquecer. Por ser uma substância estável na atmosfera, desempenha um papel importante como absorvente da radiação infravermelha, crucial no efeito estufa da atmosfera. A água também possui um calor específico peculiarmente alto (75,327 J mol−1 K−1 a 25 °C), que desempenha um grande papel na regulação do clima global. A água dissolve vários tipos de substâncias polares e iónicas, como vários sais e açúcares, facilitando na interação química entre as diferentes substâncias fora e dentro dos organismos vivos (metabolismos complexos). Apesar disso, algumas substâncias não se misturam bem com a água, entre elas os óleos, podendo ser classificadas como insolúveis e, em alguns casos, hidrofóbicas. As membranas celulares, compostas por lipídios e proteínas, levam vantagem das propriedades hidrofóbicas para controlar as interações entre os seus conteúdos e o meio externo. Fases A água pode ser encontrada na natureza sob a forma sólida, líquida e gasosa (corretamente denominada de vapor de água). Este último, pode ser encontrado na atmosfera, proveniente da evaporação de mares, rios e lagos. A água pode mudar de estado físico como, por exemplo, ir do estado sólido para o líquido. Um exemplo disso é quando deixamos o gelo (estado sólido da água) fora da geladeira e ele derrete passando a líquido. A mudança de estado sólido para líquido recebe o nome de fusão, enquanto que a do estado líquido para o sólido de solidificação. Do estado líquido para a forma vapor, temos o fenômeno de vaporização e, da forma de vapor para a líquida, de condensação ou liquefação. A evaporação da água no seu ciclo natural ocorre à temperatura ambiente e é lenta. O ponto de ebulição da água em recipientes abertos, está relacionado à pressão atmosférica. Distribuição de água na natureza Água no universo Grande parte da água do universo pode ser produzida como um subproduto de formação estelar. Quando nascem as estrelas, esse nascimento é acompanhado por um forte vento de gás e poeira. Quando esse fluxo de material eventualmente impacta o gás circundante, as ondas de choque que são criadas comprimem e aquecem o gás. A água observada é rapidamente produzida nesse gás quente e denso.[10] A água tem sido detectada em nebulosas na nossa galáxia, a Via Láctea. Provavelmente existe água em abundância em outras galáxias, também, porque os seus componentes, hidrogênio e oxigênio, são alguns dos elementos mais 45
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abundantes no universo. Nuvens interestelares eventualmente condensam em nébulas solares e sistema solares como o nosso. Distribuição na Terra
A água cobre 71% da superfície da Terra, os oceanos contêm 97,2% da água da Terra. A camada de gelo da Antártida, que contém 90% de toda água doce da Terra, é visível na parte inferior. A água condensada na atmosfera pode ser visto como nuvens, contribuindo para o albedo da Terra. A hidrologia é o estudo do movimento, distribuição e qualidade da água em toda a Terra. O estudo da distribuição de água é a hidrografia. O estudo da distribuição e circulação de águas subterrâneas é hidrogeologia, das geleiras é glaciologia, das águas interiores é limnologia e da distribuição dos oceanos é a oceanografia. Processos ecológicos com hidrologia estão no foco de ecohidrologia. O coletivo de massa de água encontrado sobre e abaixo da superfície de um planeta é chamado de hidrosfera. O volume de água na Terra aproximado (fornecimento total de água do mundo) é de 1.360.000.000 km3 (326.000.000 MI3). A água subterrânea e doce são úteis ou potencialmente úteis para os seres humanos como recursos hídricos. A água líquida é encontrada em corpos de água, como oceanos, mares, lagos, rios, riachos, canais, lagoas ou poças. A maioria da água na Terra é do mar. A água também está presente na atmosfera no estado sólido, líquido e gasoso. Também existem águas subterrâneas nos aquíferos. A água é importante em muitos processos geológicos. As águas subterrâneas são onipresentes nas rochas e a pressão da água subterrânea afeta os padrões de falhas geológicas. Água no manto é responsável pela fusão que produz vulcões em zonas de subducção. Na superfície da Terra, a água é importante em ambos os processos químicos e físicos de meteorização. Água e, em menor medida, o gelo, também são responsáveis por uma grande quantidade de transporte de sedimentos que ocorre na superfície da terra. A deposição de sedimentos transportados formam muitos tipos de rochas sedimentares, que compõem o registro geológico da história da Terra. Ciclo hidrológico
Esquema do Ciclo Hidrológico (ou ciclo da água). O ciclo da água (conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico) refere-se à troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do solo, águas 46
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superficiais, subterrâneas e das plantas. A água se move perpetuamente através de cada uma destas regiões no ciclo da água constituíndo os seguintes processos de transferência: • Evaporação dos oceanos e outros corpos d'água no ar e transpiração das plantas terrestres e animais para o ar. • Precipitação, pela condensação do vapor de água do ar e caindo para a terra ou no mar. • Escoamento da terra geralmente atingem o mar. A maior parte do vapor de água sobre os oceanos retorna aos oceanos, mas os ventos transportam o vapor de água para a terra com a mesma taxa de escoamento para o mar, a cerca de 36 Tt por ano. Sobre a terra, evaporação e transpiração contribuem com outros 71 Tt de água por ano. A chuva, com uma taxa de 107 Tt por ano sobre a terra, tem várias formas: mais comumente chuva, neve e granizo, com alguma contribuição em nevoeiros e orvalho. A água condensada no ar também podem refratar a luz solar para produzir um arco-íris. O escoamento das águas, muitas vezes recolhe mais de bacias hidrográficas que correm para os rios. Um modelo matemático utilizado para simular o fluxo do rio ou córrego e calcular os parâmetros de qualidade da água é o modelo de transporte hidrológico. Parte da água é desviada na irrigação e para a agricultura. Rios e mares são importantes para viagens e para o comércio. Através da erosão, o escoamento molda o ambiente criando vales e deltas fluviais que fornecem um solo rico para o estabelecimento de centros de população. Uma inundação ocorre quando uma área de terra, geralmente de baixa altitude, é coberta com água. É quando um rio transborda dos seus bancos ou por uma inundação do mar. A seca é um período de meses ou anos, quando uma região regista uma deficiência no seu abastecimento de água. Isto ocorre quando uma região recebe, sistematicamente, níveis abaixo da precipitação média. Impacto na vida
A hidrosfera, o conjunto de locais onde a água fica na Terra, permite a existência de vida e influi no equilíbrio do ecossistema. Todas as formas conhecidas de vida precisam de água. Os humanos consomem "água de beber" (água potável, ou seja, água compatível com as características de nosso corpo). No corpo humano a água é o principal constituinte (entre 70% a 75%) e sua quantidade depende de vários fatores estabelecidos durante a vida do indivíduo, entre eles a idade, o sexo, a massa muscular, o aumento ou perda de peso, o tecido adiposo, e até mesmo a gravidez ou lactação.[11] É componente essencial para o bom funcionamento geral do organismo, ajudando em algumas funções vitais, tais como o controle de temperatura do corpo, por exemplo. Impacto na sociedade humana Religião e filosofia A água é considerada como purificadora na maioria das religiões, incluindo o 47
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Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e Wicca. O exemplo do batismo nas igrejas cristãs é praticado com água, simbolizando o nascimento de um novo ser, purificado com remissão dos pecados. Verifica-se que, nas mitologias politeístas, os deuses vinculados à água - Vishnu, Enki e Poseidon (Netuno), para citar alguns exemplos -, em regra, possuem mais seguidores, gozam de maior prestígio ou ocupam graduação mais elevada em relação às demais divindades representantes de outros fenômenos naturais.
A ablução hindu, tal como praticada no estado de Tamil Nadu. Seguindo um princípio semelhante, em outras religiões, incluindo o Judaísmo e o Islamismo, é ministrado aos mortos um banho de água purificada, simbolizando a passagem para a nova vida espiritual eterna. Ainda no Islão, os fiéis apenas podem praticar as cinco orações diárias após a lavagem do corpo com água limpa, no ritual de ablução denominado "wudu". No Xintoísmo e na Wicca, a água é usada em quase todos os rituais de limpeza dos praticantes. Na Nova Versão Internacional da Bíblia, o termo "água" é mencionado 442 vezes. Na mitologia Celta, Sulis é a deusa das nascentes termais. No Hinduísmo, o rio Ganges é personificado como uma deusa, enquanto que Sarasvati é referida como a deusa dos Vedas. A água é também um dos "tatvas" (5 elementos básicos da natureza hindús, onde se incluem o fogo, a terra, o akasha e o ar). Em outras tradições, deuses e deusas são mencionados como patronos locais de nascentes, rios ou lagos, como no exemplo da mitologia grega e romana, onde Peneus era o deus do rio. Na religião Wicca a água é tida como um dos símbolos da GrandeDeusa, assim como o cálice e o caldeirão. O antigo filósofo grego Empédocles, defendia que a água era um dos quatro elementos da natureza básicos, em conjunto com o fogo, terra e ar, sendo respeitada como a substância básica do Universo, denominada ylem. Nas antigas tradições chinesas, a água era um dos cinco elementos, em conjunto com a terra, o fogo, a madeira e o metal. Nas religiões neopagãs, como é o caso da Wicca, também existe a crença na existência de cinco elementos constituintes do Universo, sendo eles: o fogo, o ar, a água e a terra e o akasha(a manifestação da energia divina). Poluição e contaminação
Poluição hídrica de um córrego em uma das favelas indianas. A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, lavar-se, lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também 48
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utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, resíduos ou sedimentos vindos da erosão. Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando no aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio. Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas podem ser sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. As impurezas geradas pelas cidades, como resíduos, entulhos e produtos tóxicos são carregados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos pode carregar poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo resíduos e pelo esgoto. Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes as altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização. A eutrofização é causada por processos de decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas). A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso 49
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material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida. Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Novas técnicas vem sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público. A água da torneira pode ser contaminada por substâncias químicas tóxicas ou por microorganismos prejudiciais à saúde pública. Mesmo algumas substâncias, consideradas indispensáveis ao consumo, podem ser tóxicas se estiverem em excesso, é o caso do flúor, que pode causar a fluorose. Pode ocorrer excesso de concentração cloro, flúor ou outras substâncias utilizadas no tratamento. No entanto, devido às baixas dosagens utilizadas no tratamento e ao controle do processo de tratamento esse tipo de ocorrência tende a ser pequeno. As formas mais comuns de contaminação ocorrem em decorrência da presença de poluentes despejados nos mananciais ou de microorganismos. Esse tipo de contaminação é mais freqüente em localidades que não possuem tratamento de água, mas em alguns casos, podem ocorrer mesmo em água tratada, devido a falhas no processo de abastecimento ou pela presença de poluentes que não possam ser removidos pelo processo de tratamento normal. Em muitos casos os contaminantes podem estar presentes mesmo em águas minerais engarrafadas. As fontes de águas minerais podem encontrar-se em regiões sujeitas à presença de poluentes que se infiltram no lençol freático e mesmo após a filtração das rochas podem ainda estar presentes no ponto de coleta. Entre os contaminantes, podem ser encontradas, bactérias, protozoárioss e fungos patogênicos, toxinas produzidas por algas ou por decomposição de animais ou resíduos (chorume) como os nitratos. Além disso, toda sorte de compostos químicos que são agressivos à vida, decorrentes de despejos industriais, podem ocorrer, tais como fenóis, compostos clorados utilizado na indústria papeleira, hidrocarbonetos presentes em solventes e tintas e muitos outros. Enfim também podem ser encontrados Metais pesados dissolvidos na água, formando íons como crômio(VI), que são altamente cancerígenos e compostos de chumbo e de mercúrio, que podem provocar diversos tipos de doenças. Embalagens de plástico O plástico tem como matéria-prima o petróleo e o gás natural, dois recursos não renováveis. Para além disso, são usadas mais de 1,5 milhões de toneladas de plástico só para fabricar garrafas de água. Quando as garrafas de plástico não são recicladas, podem ir para aterros sanitários. O mundo está cheio de aterros sanitários e, como as garrafas de plástico se decompõem em uma velocidade muito baixa, os mesmos permanecerão nos 50
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aterros por muitas centenas de anos. Atualmente o processo de reciclagem de resíduos movimenta uma grande indústria, evitando que este problema se acentue. Transporte e o problema ambiental Um quarto da água engarrafada em todo o mundo é consumida fora do país de origem. Cujo transporte geralmente se dá por caminhões e veículos de combustão interna através de rodovias. Esse tipo de transporte agrava o problema das emissões de dióxido de carbono. Os gases emitidos são os mesmos responsáveis pelo aquecimento global e os gases de estufa (responsáveis pelo efeito estufa). Ainda assim, cerca de 75% da água produzida é consumida à escala regional, limitando estes emissões de gases poluentes. Referências 1. ↑ United Nations. 2. ↑ CIA- The world fact book. Central Intelligence Agency. Página visitada em 2008-12-20. 3. ↑ Water Vapor in the Climate System, Special Report, [AGU, December 1995 (linked 4/2007). Vital Water UNEP.]. 4. ↑ Björn Lomborg. The Skeptical Environmentalist. 5. ↑ MDG Report 2008. 6. ↑ Public Services", Gapminder video. 7. ↑ Kulshreshtha, S.N (1998). "A Global Outlook for Water Resources to the Year 2025". Water Resources Management 12 (3): 167–184. DOI:10.1023/A:1007957229865. 8. ↑ Baroni, L.; Cenci, L.; Tettamanti, M.; Berati, M. (2007). "Evaluating the environmental impact of various dietary patterns combined with different food production systems". European Journal of Clinical Nutrition 61: 279–286. DOI:10.1038/sj.ejcn.1602522. ab 9. ↑ Vienna Standard Mean Ocean Water (VSMOW), used for calibration, melts at 273.1500089(10) K (0.000089(10) °C, and boils at 373.1339 K (99.9839 °C) 10. ↑ Gary Melnick, Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics e David Neufeld, Johns Hopkins University citado em: "Discover of Water Vapor Near Orion Nebula Suggests Possible Origin of H20 in Solar System (sic)", The Harvard University Gazette, 23 de abril de 1998. "Space Cloud Holds Enough Water to Fill Earth's Oceans 1 Million Times", Headlines@Hopkins, JHU, 9 de abril de 1998. "Water, Water Everywhere: Radio telescope finds water is common in universe", The Harvard University Gazette, 25 de fevereiro de 1999.(linked 4/2007) 11. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar). Qualidade da água Luis Roberto Takiyama 1. Apresentação A água é um recurso natural essencial para nossa sobrevivência e a de todas as espécies que habitam a terra. A dependência do ser humano em relação à água é vital, não só como veículo para a troca de substâncias do organismo, mas também para a manutenção da temperatura corporal. Além disso, o homem utiliza a água para muitos outros fins como lavar roupas, navegar, nadar e também retira seu alimento de seres vivos que vivem nela tais como os peixes e camarões. Mas para tudo isso a água deve manter as propriedades adequadas aos usos e à 51
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vida aquática e ela vem sendo muito mal tratada pelos seres humanos que jogam uma variedade de dejetos nos rios, igarapés, lagos e mares.
Figura 1. Dejetos na água e utilização da água sem tratamento. Fonte: CD-ROM - Água, Meio Ambiente e Vida – Coleção Água, Meio Ambiente e Cidadania - SRH/MMA/ABEAS. Vamos tentar aprender aqui identificar algumas propriedades da água para verificar se estão acontecendo mudanças, tanto causadas pela presença do homem como naturais, na sua qualidade. 2. O ciclo da água Na natureza, a água e a umidade se encontram em contínua circulação, fenômeno conhecido como ciclo hidrológico (Figura 2). As águas dos oceanos, rios, lagos, da capa superficial dos solos e das plantas evaporam-se por ação dos raios solares. O vapor formado vai constituir as nuvens que, em condições adequadas, condensamse, precipitando-se em forma de chuva, neve ou granizo. Quando as precipitações caem no solo, uma parte da água escorre pela superfície, alimentando os rios, lagos e oceanos; outra se infiltra no solo e uma última parte volta a formar nuvens, regressando à atmosfera através da evaporação. É um ciclo sem fim (Figura 1). Assim como a esponja absorve a água, os solos fazem o mesmo durante a infiltração, constituindo o que chamamos de águas subterrâneas. As águas são armazenadas em diferentes profundidades e essas reservas são alimentadas por rios, lagoas, canais e águas provindas de degelo.
Figura 2 – Ciclo Hidrológico. Fonte: CD-ROM - Água, Meio Ambiente e Vida – Coleção Água, Meio Ambiente e Cidadania. SRH/MMA/ABEAS. 3. A distribuição da água no mundo, no Brasil e na Amazônia O volume total de água na Terra não aumenta nem diminui: é sempre o mesmo. Hoje somos mais de 5 bilhões de pessoas que, com outros seres vivos, repartem essa água. O desenvolvimento do ser humano está em grande parte relacionado à quantidade e à qualidade da água. Cada pessoa gasta por dia, em média, 40 litros de água: bebendo, tomando banho, escovando os dentes, lavando as mãos antes das refeições etc. Apenas 0,7% do volume total de água da Terra é formado por água potável, isto é, pronta para o consumo humano. Hoje em dia, quase 2 bilhões de pessoas não dispõem de água potável. 52
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Hoje, 54% da água disponível anualmente está sendo consumida, dos quais 2/3 na agricultura. Em 2025, 70% será consumida, apenas considerando o aumento da população. Caso os padrões de consumo dos países desenvolvidos forem estendidos à população mundial, estaremos consumindo 90% da água disponível.
Figura 3. Usos da água no mundo. 3.1. Onde a água é encontrada (Figura 4) - Mares: 97,5% da água do planeta é salgada: com esta água não se pode cozinhar; não pode ser bebida nem usada na indústria ou na irrigação. - Calotas polares: onde se encontra a maior parte da água doce do planeta. Ali pode permanecer milhares de anos até o degelo. - Subsolo: parte da água doce se encontra como água subterrânea. É factível construir poços para extraí-la, mas a um custo muito alto. - Rios, lagos e chuvas: é água doce, que é menos do 1% do total de água do Planeta. Esta é a água que utilizamos e que deve ser suficiente para a vida dos seres humanos, das plantas e dos animais. A água doce é um recurso escasso. Por isso é importante mantê-la limpa.
Figura 4. Distribuição de água no planeta. 3.2. A água no Brasil Com uma área de 8.512.000 km2 e cerca de 167 milhões de habitantes, segundo o último Censo do IBGE, o Brasil é hoje o quinto país do mundo, tanto em extensão territorial como em população. Com dimensões continentais, os contrastes 53
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existentes quanto ao clima, distribuição da população, desenvolvimento econômico e social, entre outros fatores são muito grandes, fazendo com que o país apresente os mais variados cenários. Apesar dos contrastes, o Brasil tem uma posição privilegiada perante a maioria dos países quanto ao seu volume de recursos hídricos, pois possui 13,7% da água doce do mundo; no entanto, apresenta uma disponibilidade desigual de água. Porém, 68% de água doce disponível do País encontra-se na bacia Amazônica (Figura 5), que é habitada por menos de 5% da população.
Figura 5. Distribuição de água no Brasil. O Brasil registra também elevado desperdício entre 20% e 60% da água tratada para consumo se perde na distribuição, dependendo das condições de conservação das redes. Além dessa perda no caminho até o consumidor. O desperdício acontece no exagero do tempo e na forma do banho, na utilização de descargas no vaso sanitário que consomem muita água, na lavagem da louça, uso da mangueira de água como vassoura na lavagem de calçadas e carros. 4. Os usos da água - Agricultura (irrigação) - Abastecimento Humano e Animal - Indústria - Pesca/aquicultura - Saneamento Básico (recepção de resíduos) - Preservação do meio ambiente - Navegação - Recreação/Cultura - Geração de Energia No Brasil, assim como no mundo todo, a maior parte da água é utilizada para a irrigação (Figura 6).
Figura 6. Usos da água no Brasil. 5. Propriedades da água 5.1. Odor A água pura não deve ter cheiro. Se a água apresentar algum odor, quer dizer que existe alguma substância presente nela que ocasiona o cheiro. 54
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5.2. Cor A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la, devido à presença de materiais dissolvidos. A água pura não possui cor, ela deve ser transparente. 5.3. Sabor A água pura não deve ter sabor. Se a água apresentar algum sabor, quer dizer que existe alguma substância presente nela que ocasiona o sabor. 5.4. Temperatura Este parâmetro é de fundamental importância para os sistemas aquáticos terrestres, já que os organismos possuem diferentes reações às mudanças deste fator. Altas temperaturas, tanto na água como no ar, provocam reações adversas nos indivíduos, tais como a desnaturação das proteínas. Este processo é o que acontece quando uma pessoa está com febre alta (acima de 40ºC) e começa a delirar, ou desmaia. O organismo desfalece para diminuir seu metabolismo, diminuindo a possibilidade de danos. Em compensação, baixas temperaturas, principalmente para seres dos países tropicais, são prejudiciais, já que estes possuem muito pouca reserva de gordura e glicogênio nos músculos, ou cobertura de pelos/penas para diminuir a perda de calor para o meio externo, e consequentemente gastando muitas calorias para nos mantermos aquecidos. 5.5. Turbidez A turbidez expressa as propriedades de transmissão da luz através da água ou transparência da água. Quanto maior a turbidez, menor será a penetração de luz. Uma água “barrenta” possui alta turbidez e uma água “limpa” possui baixa turbidez. A turbidez está relacionada com a quantidade de material sólido presente na água. 5.6. pH O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade da água. Podemos ter idéia de acidez quando tomamos suco de limão. A escala de pH é constituída de uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou basicidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade. O pH é uma importante propriedade da água porque os seres vivos aquáticos são acostumados a viver em águas com certos valores de pHs. Se acontecer uma mudança nesta propriedade, os peixes, plantas e outros seres que vivem na água podem adoecer e morrer. 5.7. Salinidade A salinidade ocorre quando há muito sal dissolvido na água. A água do mar é salgada e, podemos ter nas áreas onde os rios desembocam no mar uma mistura de água doce com a salgada originando a água salobra. A salinidade é uma propriedade importante pois o homem não bebe a água salgada nem salobra. Existem vários seres vivos que gostam de viver em água salgada e outros que não suportam a água salgada. 5.7. Oxigênio dissolvido O oxigênio dissolvido na água é uma variável extremamente importante, haja vista que a maioria dos organismos necessita deste composto para a respiração. Naturalmente existem duas fontes de oxigênio para os sistemas aquáticos: o 55
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primeiro é a atmosfera, e o segundo é a fotossíntese, realizada pelos seres vivos. Por isso a medida de oxigênio é muito importante para se determinar o estado de saúde do sistema. Quando se tem pouco oxigênio, é provável que haja algum problema na água. Por exemplo, despejo de esgotos ou restos de comida em excesso na água fazem com que os organismos microscópicos que também respiram se reproduzam muito depressa reduzindo a quantidade do oxigênio dissolvido na água. 6. Metodologia 6.1. Materiais Garrafas de água mineral vazias Copos de vidro transparentes Copos plásticos laváveis (não descartáveis) Coador de papel Filtros de papel Termômetro com escala de –10 a 50 oC Cone de Imhoff Tiras de papel universal para medidas de pH Refratômetro Kit para análise de oxigênio dissolvido Caderno de anotações Caneta Lápis Borracha Água destilada 6.2. Procedimentos Serão coletadas amostras semanais as quais serão realizadas as análises de: - Odor, cor e sabor - Temperatura da água e do ar - Sólidos sedimentáveis - pH - Salinidade - Oxigênio Dissolvido - Odor, cor e sabor As amostras para odor, cor e sabor serão filtradas em filtro de papel (coador de café) antes de submetidas às análises. Deverá ser observado, utilizando um copo transparente contendo a água filtrada, em frente a um fundo branco (parede ou folha de papel branca) se a amostra apresenta alguma coloração, principalmente amarelada. Descrever a coloração como fraca, média ou forte. Para a análise do odor, deverão, no mínimo, três pessoas cheirar a amostra filtrada e anotar a característica do cheiro (cheira a que?) e a intensidade (fraco, médio e forte). Com relação ao sabor, no mínimo três pessoas deverão colocar na boca uma pequena quantidade da água e fazer o gargarejo, cuspindo a água da boca em seguida. Em seguida, deverão descrever o sabor em termos da característica (tem sabor de que?) e da intensidade (fraco, médio e forte). É importante notar que algumas amostras poderão ter odor ou cor muito fortes e as amostras que possuírem estas características não deverão ser submetidas ao teste de sabor. - Temperatura da água e do ar 56
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A medição da temperatura da água e do ar será feita através de um termômetro comum, diretamente nos locais de coleta. - Sólidos sedimentáveis O Cone de Imhoff (Figura 7) será utilizado para a obtenção do volume de sólido sedimentáveis. Será colocado no cone 1 L de água após 1 hora de descanso (sem agitação do cone), será lido o volume correspondente aos sólidos que ficaram no fundo do cone.
Figura 7. Cone de Imhoff - pH A determinação do pH será feita com o papel universal para pH, o qual é fornecido em tiras. Para a medição, basta mergulhar a tira de papel na amostra de água (no próprio local de coleta) e comparar com a tabela de cores fornecida pelo fabricante. - Salinidade A salinidade será medida através de um refratômetro (Figura 8). O procedimento consistirá em: - Retirar o refratômetro do estojo. Limpar a janela de vidro do refratômetro com água destilada e papel toalha de boa qualidade; - Pingar uma gota de água destilada na janela e fechar a tampa; - Olhar no visor contra uma fonte de luz (o sol, por exemplo), e girar o parafuso de ajuste até que a linha horizontal coincida com o valor zero na escala do visor. Ajustar o foco se necessário. - Retirar o excesso de água e limpar a janela de vidro do refratômetro com papel toalha de boa qualidade; - Pingar uma gota da amostra na janela e fechar a tampa. Com cuidado, olhar no visor contra uma fonte de luz (o sol, por exemplo), ajustando o foco se necessário e ler na escala a salinidade da amostra. - Limpar a janela de vidro do refratômetro com água destilada e papel toalha de boa qualidade; - Guardar o refratômetro no estojo. Figura 8. Refratômetro. (1) Janela; (2) Tampa; (3) Parafuso de ajuste; (4) Segurador; (5) Ajuste de foco do visor Oxigênio Dissolvido As análises de oxigênio dissolvido serão realizadas através do método de Wrinkler e serão realizadas pelos professores responsáveis devido a necessidade do manuseio de produtos químicos. 57
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6.3. Coleta de amostras 1. Com copo de coleta Mergulhar o copo a uma profundidade de 20 cm abaixo do nível da água, recolher o copo cheio e descartar a água. Repetir mais duas vezes e na terceira manter a água dentro do copo para as análises. 2. Com garrafa de coleta Mergulhar a boca da garrafa a uma profundidade de 20 cm abaixo do nível da água, encher toda a garrafa e descartar a água. Repetir mais duas vezes e na terceira manter a água dentro da garrafa, tampando-a. Identificar a amostra, escrevendo a identificação na garrafa. Observações - Coletar, de preferência, no meio ou longe das margens do rio, igarapé ou lago. - Evitar coletar galhos, folhas, insetos mortos ou outros materiais indesejáveis. - Observar se há muito lixo, galhos ou folhas na água no local da coleta. - Anotar se houve chuvas fortes na região no dia da coleta ou nos dias anteriores. - Anotar: data, hora, local, maré (enchente ou vazante).
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