os tesourosque encontrei quando andava buscando

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Os Tesouros que Encontrei Quando Andava Buscando 1. Tesouros 2. Livros 3. Revistas e Tudo Mais 4. Encontrei 5. Quando 6. Andava 7. Buscando 8. Livrarias e Bancas 9. Bibliotecas e Internet 10. Ah, Gloriosa Coletividade

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Vit贸ria, quarta-feira, 25 de novembro de 2009. Jos茅 Augusto Gava.

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Capítulo 1 Tesouros As pessoas pensam em ouro, prata, platina, diamantes e pedras preciosas, dinheiro, ações, propriedades imóveis e móveis, automóveis, caminhões e mil coisas diferentes, inclusive uma infinidade de objetos novos e velhos, por exemplo, relíquias, quadros, estátuas, todo gênero de produção. Fazem coleções de selos e moedas, maços de cigarro, cartões telefônicos, um sem-fim de objetos. Compro livros, revistas, revistas em quadrinhos, CDs quando era o que havia, agora DVDs (Blu Ray ainda não tenho), tudo que é portador de informações, mas a grande maioria dos seres humanos não dá a mínima (veja a cartilha O Homem que se Recusava a se Alimentar). COMPRANDO O MUNDO RESUMIDO

livros

jornais

revistas em quadrinhos revistas Dos livros que outrora tive cerca de 200 dei quando imaginei lá pelos 20 anos que iria me suicidar. Uma quantidade enorme foi roubada por gente indecente. Walter Valadão levou tantos que a Vera e eu tivemos que ir à casa dele com duas bolsas grandes para trazer de volta de ônibus. Muitos outros foram levados escondidos. Algum sujeito inescrupuloso levou o Bakunin que Reinaldinho tinha me emprestado e quando comprei semelhante para devolver roubou aquele também. Foram tantos os furtos que passei a ter receio de convidar pessoas a ir à minha casa. PORQUE SÃO TESOUROS (trazem as experiências de todas essas pessoambientes até mim) 2

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a) EXPERIÊNCIAS DE PESSOAS: a.1. de indivíduos; a.2. de famílias; a.3. de grupos; a.4. de empresas; b) EXPERIÊNCIAS DE AMBIENTES: b.1. de cidades-municípios; b.2. de estados; b.3. de nações; b.4. do mundo em processo (bem sob nossos olhos) de globalização. Isso flui e jorra para mim de toda parte, dependendo somente de eu ter dinheiro. São quase 7 bilhões de indivíduos em estimados 300 mil municípios. Experiências fantásticas manando todo tempo e de todo lugar LAL (longitude, altitude, latitude) em 11 mil anos de civilização desde Jericó. Quadros, desenhos, uma quantidade ilimitada de coisas. VEM TAMBÉM DAS 22 TECNARTES a) da visão: pinturas, desenhos, fotografias, modas, danças, poesias, prosas, etc.; b) do paladar: comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.; c) do olfato: perfumaria, etc.; d) da audição: músicas, discursos, etc.; e) do tato: peças/teatros, filmes-cinema, esculturas, paisagismos-jardinagem, arquiengenharias, decorações, tapeçarias, urbanismos, etc.

Capítulo 2 Livros Jornais que reúnem centenas de jornalistas e pesquisadores, todos eles trabalhando para nós! Quem pode se sentir pobre com tanto? A dificuldade de aprontar um só jornal! Deveriam fazer documentários sobre isso, sobre o custo real de uma edição. E um livro, desde os mais preciosos e belos da Terra até os mais simples, as brochuras, livros que em sebos são vendidos a cinco reais e até menos! Ah, como as pessoas são estúpidas e ingratas! TODA MÍDIA

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As pessoas que não pensam não fazem a mínima idéia. DE FATO, quem faz idéia deveria publicar estudo extenso e detalhado dizendo quantos são os funcionários de cada de mídia POR CIDADE, POR ESTADO, POR NAÇÃO e no mundo. ESTE MUNDO É MEU (mas há 8,0 mil línguas atrapalhando; ou ajudando)

ESTA NAÇÃO É MINHA 4

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6 ESTE ESTADO É MEU

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ESTA CIDADE É MINHA

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É só um tiquinho meu, e só um nadica seu, mas mesmo assim, é. Se você pensar que BILHÕES (100 bilhões desde o começo, a caminho de 7 bilhões neste dia) ESTÃO TRABALHANDO PARA NÓS ficará de queixo caído! Dragando pântanos, enfrentando florestas, capinando ao sol, erguendo estruturas imensas. TUDO ISSO E AQUILO (um exército inconcebível de formiguinhas enfrentando um mundo inteiro; imagine-se fazendo todas essas coisas)

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Como disse Clarice Lispector, todos aqueles estão lá para que você não precise estar. 9


ESTÁ LÁ? (como dizem os portugueses ao telemóvel-celular; as 22 tecnartes ESTÃO LÁ) a) da visão:

desenho

dança

fotografia

poesia

pintura

prosa

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moda 10


b) do paladar:

comidas

bebidas 11

temperos c) do olfato:

d) da audição:

pastas

perfumes

discursos

mĂşsicas 11


e) do tato:

cinema

teatro 12

esculturas

paisagismo

tapeçaria

urbanismo

arquiengenharia decoração Só de profissões separadas existem 6,5 mil, mais 8,0 mil bancos, 8,0 mil línguas, 8,0 mil universidades, 120 milhões de empresas, uma infinidade de pessoas trabalhando por você e por mim. 12


E os livros, esplendidamente FALAM de tudo isso, eles TRAZEM tudo isso para dentro de nossas casas. Em troca de 30, 40, 50 reais ou mais de cada vez coletam as experiências de milhões e colocam-nas em nossas mãos; desde onde passam até nossas cabeças, para que nos maravilhemos.

Capítulo 3 Revistas e Tudo Mais Bem na esquina de sua rua, ou logo adiante, que seja, lá estão as bancas, pontos finais de um funil coletor de experiências humanas. Na outra ponta, como para tudo mais, reúnem-se milhares de funcionários produzindo fotografias, composições. BANCAS DE REVISTAS (de jornais, de CDs, de DVDs, de tudo que você possa imaginar, inclusive doces e objetos; por outro lado, supermercados agora também vendem quase tudo das antigas bancas)

Não preciso ir lá longe, não tendo de andar milhares de quilômetros: lá na Ucrânia alguém produz qualquer coisa e se for interessante vem migrando de língua em língua até chegar ao Brasil e ao português, quando é traduzido; não sendo estas livrarias do Espírito Santo tão completas quanto as de São Paulo e Rio de Janeiro, para não falar de outras capitais, mesmo assim pode muito bem acontecer dessa obra ucraniana ser oferecida e de eu, tendo dinheiro, passar por lá e comprar. “Fico na minha”, como diz o povo, e o improvável dos improváveis acontece: acabo lendo a experiência que vem de milhares de anos de formação e de milhares de quilômetros além! Bilhões de vidas de embasamento e, particularmente, todo o trabalho de formação daquele extrator em especial vão me permitir esse contato fantástico. 13

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A MÍDIA TRABALHA PARA MIM

TV

rádio 14

jornal

editoria

revistas

Internet

médiuns também são veículos Agora, coloque-se como primitivo. PRIMITIVA-MENTE antes dos neanderthais (300 a 200 mil anos) nem língua existia antes dos cro-magnons (80 a 70 mil anos) antes de Jericó (12 mil anos) 14


antes de 476 (você seria antigo) antes de 1453 (você seria medievo) antes de 1789 (você seria moderno) antes de 1991 (você seria contemporâneo) Imagine-se sozinho na Terra de 300 mil anos passados: sem 500 emissoras de TV, não sei quantos milhares de rádios, sabe-se lá quantos jornais, quantas editorias, quantas revistas... Seria MUITO interessante, até mesmo fundamental, avaliar quantos são os veículos na Terra, pois isso nos diz quem somos. Naqueles tempos antigos, para onde você olhasse nada veria. Nenhuma notícia receberia. HOJE, AO CONTRÁRIO, O MUNDO É MUITO MAIOR QUE VOCÊ (ou eu ou qualquer um) PODE IMAGINAR Google detecta 1 trilhão de páginas na internet 29 Julho, 2008 Flammarion Cysneiros

O Google detectou mais de um trilhão de endereços exclusivos na internet, de acordo com o site The Inquirer. Além disso, a companhia diz ter registrado um crescimento de um bilhão de páginas por dia na web. Os engenheiros de software Jesse Alpert e Nissan Hajaj, integrantes da equipe de infra-estrutura de pesquisa na internet do Google, afirmaram que a companhia não precisou catalogar cada uma dessas 1 trilhão de páginas já que muitas delas são similares, ou representam conteúdo gerado automaticamente. Segundo o site Adnews, porém, o número de páginas indexadas pelo serviço ainda não tem número preciso. Conforme declara o site Tech.Blorge, em 2000 a companhia afirmou que seu mecanismo indexava um bilhão de páginas. Já no site TechCrunch, a Google afirma ter em seu cadastro cerca de 40 bilhões de páginas, um número mais baixo para excluir spam e diminuir o custo do processo, que é verificado diariamente, pois segue as páginas do catálogo e realiza as atualizações necessárias. Segundo o Inquirer, o Google não tornou os anúncios públicos principalmente porque outros sites importantes de busca tendem a criticar sua metodologia. O TechCrunch, porém,diz que o motivo pelo qual a companhia fez este anúncio é outro: para intimidar um concorrente que será anunciado nesta 15

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semana. Google Apps – Use o Gmail Como Email do Seu Site

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O Google Apps é um conjunto de aplicações, oferecido gratuitamente pelo Google, que você poderá utilizar com o domínio do seu site hospedado na Zooming. Entre estas aplicações estão o conhecido Gmail, que é o sistema de Email do Google, além do Google Talk (uma ferramenta de comunicação, como o Microsoft Messenger ou Skype), o Google Agenda (uma agenda online e colaborativa) e o Google Docs (editors de texto, planilha e apresentações online). Neste artigo vamos falar sobre como usar o Gmail com o seu domínio. Falaremos sobre os outros recursos do Google Apps em artigos futuros. O Gmail é um dos melhores sistemas de email disponíveis na Internet. Através do Gmail você poderá enviar e receber mensagens de tamanho muito grandes, e terá caixas postais com uma grande capacidade de armazenamento. O Webmail do Gmail é também muito bom, mas ele tem um funcionamento um pouco diferente dos Webmail normais. Ao invés de organizar suas mensagens em pastas, você acabará deixando tudo na pasta de entrada, e irá localizar as mensagens desejadas através do sistema de procuras, que é muito bom, assim como o sistema de procuras de sites do Google. Além de enviar e receber mensagens online através do site do Gmail, você poderá também configurar suas contas no seu programa de email preferido do seu computador, como Outlook Express, Thunder Bird, Windows Mail, etc. Falaremos mais sobre como configurar sua conta do Gmail no seu programa de Email do seu computador em um próximo artigo. Neste artigo vamos nos concentrar somente em configurar sua conta no Google Apps e na ativação do seu domínio nesta conta. Antes que você prossiga é importante que você saiba que ao passar a usar o Gmail como seu sistema de Email, você estará sujeito às regras impostas pelo Google, e às características operacionais e garantias dos serviços que o Google impõe. Uma consequência disto é que o Google irá “ler” todas as suas mensagens. Não estamos dizendo que alguém irá ler todos os seus emails, mas sim que haverá uma análise automatizada pelo sistema do Google, que irá usar estas informações para alimentar a base de dados do Google com as estatísticas que fazem com que os serviços do Google sejam tão bons. Um efeito disso você verá no site do Gmail ao acessar sua conta. Você verá 16


diversas propagandas do Google dirigidas diretamente a você, pois o Google saberá qual é o seu perfil de uso e quais assuntos podem lhe interessar (pela análise das palavras-chave das suas mensagens). Esta é a base de todo o negócio do Google, que gira praticamente em torno das informações estatísticas sobre o interesse das pessoas na Internet e na exploração desta informação, diferente do modelo de negócios da Zooming, que vende diretamente uma prestação de serviços. Se as questões acima não são problema para você, veja então como configurar o seu domínio para usar o Google Apps. Primeiro acesse o site do Google Apps no endereço http://www.google.com.br/a No canto direito da página existem 3 tipos de perfils de soluções do Google Apps: • Empresas e funcionários • Escolas e estudantes • Organizações e membros

A opção para “Empresas e funcionários” tem recursos avançados pagos, não disponíveis nas outras opções. A opção “Escolas e estudantes” é gratuita, e pode opcionalmente não mostrar banners do Google nas páginas do Google Apps, porém você deverá provar que se encaixa nesta categoria. Para este exemplo, clique no link “Organizações e membros”. Na próxima página clique no botão “Compare edições e inscreva-se”. Escolha a edição que lhe interessa comparando as opções na tabela mostrada na página. Para este exemplo vamos escolher a opção “Standard”, que é gratuita. Clique no botão “Inscreva-se” para continuar. Na seção “Desejo usar um nome de domínio existente”, marque a opção “Administrador: eu possuo ou controlo este domínio” e insira o nome do seu domínio no campo “Insira o seu nome de domínio”. 17

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18 Preencha os dados solicitados no próximo passo da inscrição, informando o número de usuários que vão usar o Google Apps, seu nome, seus dados de contato, etc. Marque a opção que diz que você está ciente que são necessárias alterações no DNS. Clique então no botão “Continuar”. No terceiro passo, informe um nome de usuário para criar uma conta de administrador para seu domínio no Google Apps. Guarde bem esta conta e a senha, pois ela será necessária para administrar sua inscrição do Google Apps. Após ler e aceitar os termos e condições, clique no botão “Aceito. Continuar a configuração” para continuar. Inicialmente todos os serviços ficarão inativos até que você confirme a propriedade do seu dominio. Para fazer isso, clique no link “Confirmar propriedade de domínio” na linha de texto que aparecerá logo abaixo do menu principal.

Na próxima página, selecione a opção “Fazer upload de um arquivo HTML” na caixa de opções. Siga as instruções no passo 1 e 2 logo abaixo, que solicitam que você crie um arquivo HTML com um conteúdo especifico e o coloque no diretório raiz do seu site. Note que o arquivo deve ter exatamente o nome e o conteúdo mostrado nas instruções. Geralmente o nome do arquivo é “googlehostedservice.html”, e o 18


conteúdo é uma sequência de caracteres estranhos, como “googlefffffffc877939″. Você pode criar o arquivo no seu computador com o Bloco de Notas do Windows, e enviá-lo para seu site via FTP ou pelo Gerenciador de Arquivos do Painel de Controle Zooming. Para saber como enviar e receber arquivos via FTP, por favor veja a vídeoaula sobre como usar o FTP com o FileZilla. Para mais informações sobre o Gerenciador de Arquivos, por favor veja a vídeo-aula correspondente nas vídeo-aulas sobre o Painel de Controle Zooming. Após enviar o arquivo para a pasta raiz do seu site (que é a “/httpdocs”), clique no botão “Verificar” nesta página. O Google irá verificar a propriedade do seu domínio consultando o conteúdo deste arquivo no seu site. Esta operação poderá levar até 48 horas. Não exclua este arquivo do seu site mesmo após a verificação, ele poderá ser consultado novamente pelo Google mais tarde. Para configurar o email, clique no link “Ativar e-mail” na página principal do Google Apps.

Na próxima página leia as instruções do Google e os avisos sobre possíveis interrupções temporárias no seu serviço de email. Em “Exibição de instruções para:” selecione a opção “Qualquer empresa de hospedagem”. A página irá mostrar um quadro com configurações de DNS que devem ser alteradas para o seu site, para o registro MX.

Ao alterar a configuração dos registros MX no DNS do seu domínio você estará informando que as suas mensagens não deverão mais ser entregues no servidor de email da Zooming, mas sim no servidor de email do Gmail. Você poderá editar as configurações de DNS do seu site no Painel de Controle Zooming, através do ícone “Definições de DNS”. 19

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Por padrão o acesso a este ícone está desabilitado na Zooming, mas você poderá solicitar a habilitação através de um chamado de Suporte Técnico. Começe a alteração excluindo todos os registros da lista de registros DNS do seu domínio que tenham o “Tipo de Registro” MX (exclua somente este tipo de registro, caso contrário você poderá retirar seu site do ar). Clique então no ícone “Adicionar Registro” para fazer a adição de todos os registros mostrados na tabela no site do Google Apps. Selecione o tipo do registro como “MX”, deixe em branco o campo “Insira o domínio de e-mail”. Insira o nome do servidor informado pelo Google no campo “Insira o servidor de troca de e-mail” (note que o último ponto no nome do servidor já é fornecido pelo Painel de Controle, então remova o ponto final do nome do servidor fornecido pelo Google). Por fim ajuste o campo “Especifique a prioridade do servidor de troca de email” com a prioridade informada na tabela do Google.

Repita a operação acima para cada valor informado no site do Google. Clique então no botão “Atualizar” no topo da página no Painel de Controle para efetivar as alterações que você fez. O resultado final será algo parecido com a tabela abaixo: 20


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Se alguma coisa der errado neste processo, basta que você reverta as configurações DNS do seu domínio para os valores originais no Painel de Controle, clicando no ícone “Repor a Predefinição”. Se você for reverter as alterações, selecione os campos conforme mostra a imagem abaixo e clique em OK para reverter todas as alterações para os valores padrão.

No site do Google Apps clique no botão “Concluí esta etapa” para confirmar que você já alterou seus registros MX. Basta agora aguardar a confirmação das alterações que será feita pelo Google, que poderá levar até 48 horas. Pronto, se todas as alterações foram feitas corretamente, seu email passará a ser entregue no Gmail, e não mais no servidor da Zooming. Você deverá acessar o site do Google Apps e criar todas as contas de Email que você desejar usar neste serviço, pois as contas (e mensagens) não serão importadas do servidor da Zooming. Para isso, clique no menu “Contas de usuários”.

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Você poderá criar até 50 contas de usuários na versão gratuita Standard. Se você precisar mais contas deverá optar pela versão profissional paga. Para acessar todos os recursos do Google Apps para o seu domínio você deverá visitar o endereço http://www.google.com/a/seu-dominio.com.br (substituindo “seu-dominio.com.br” pelo endereço do domínio que você inscreveu no Google Apps). Para acessar diretamente o Gmail, use o endereço http://mail.google.com/a/seu-dominio.com.br (substituindo “seudominio.com.br” pelo endereço do domínio que você inscreveu no Google Apps). Você poderá modificar o formato deste endereço no site do Google Apps se desejar (implica na edição de outros registros na zona DNS do seu domínio). A conta que tem direitos administrativos no Google Apps para o seu domínio é a que você informou durante o processo de inscrição descrito neste artigo. E agora, DO NADA, você tem acesso a um trilhão de páginas. Em uma geração será um quatrilhão ou sei lá o quê.

Capítulo 4 Encontrei De faltar o que fazer passou a sobrar. De excesso de vida, com horas DEMAIS sobrando, chegamos à posição indubitável de termos nos tornado prisioneiros da superoferta. Pela primeira vez em 10 milênios não há de menos, há demais. GOOGLOBAL (por enquanto é só ele, mas surgirão concorrentes muito melhores) – o fato de haver um gigante motiva o aparecimento e a disputa pelo gigantismo começa.

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Google Pages - publicador de páginas do google kenji O Google lançou hoje o Google Pages, assim qualquer pessoa que tenha um login Google pode ter uma página pessoal em um endereço do tipo http://login.googlepages.com . São 100 Mb de espaço para cada usuário (claro, com restrições para arquivos que você pode oferecer para download) e algumas funcionalidades como várias opções de templates, barra de ferramentas para edição da página de forma WYSIWYG e uma pitada de Google.

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Tela de login, usando login integrado com a conta do Google

Página para seleção de templates

Barra de ferramentas para edição da página Páginas do Google que você nunca viu! Escrito por Renê Fraga em 25 de março de 2007 – 13:39 Google Discovery desvenda algumas páginas desconhecidas dentro do mundo "Google.com". 23


Google Moms Um tributo as mães dos funcionários do Google. Google AdSense para domínios AdSense para domínios que permite preencher páginas em branco com anúncios AdSense. Google Sets Google Sets é o produto mais velho do Google que nunca foi graduado no Google Labs. Usando o Google Sets, você pode criar itens de pesquisa através de algumas palavras. Google Dance 2004 Também Google Dance 2005. Informações com o Google Google fornece "mutual fund information" desde 2001. Google não vende resultados de pesquisa Google informa sobre a integridade dos resultados e responde a uma questão: "Em um mundo onde tudo parece estar a venda, por que os anúnciantes não podem comprar uma posição melhor nos resultados de pesquisas?" Google WiFi Google disponibiliza gratuitamente WiFi em Mountain View através do Google Secure Access, um 'client' que fornece maior segurança nas conexões WiFi. Google Newsletter Você sabe que o Google tem um blog, mas você não deve saber que eles têm uma newsletter chamada "Google Friends" desde 1998. Você pode ler todo o arquivo de mensagens. Jornada de Chad a Jersey Uma bike. Um Googler. Uma grande viagem. Google Easter Eggs Um jogo em Java em relação aos "ovos de páscoa". • Tweet This! • Add this to Google Bookmarks • Share this on del.icio.us • Share this on Facebook • Post this to MySpace • Stumble upon something good? Share it on StumbleUpon • Subscribe to the comments for this post? Artigos relacionados no Google Discovery • Páginas do Google que você nunca viu! Parte 3 • Softwares do Google para Mac • Google Notas chega ao Brasil • Orkut otimiza interface para conexões lentas • 14 coisas que você pode aprender com a história do Google Como Francis Bacon sugeriu que “conhecimento é poder” decidi investir tudo em informações. Até hoje só gastei, não ganhei nenhum dinheiro, mas o conhecimento adquirido foi bom.

Capítulo 5 Quando Quando, foi assim: 1954(55)2009 até agoraqui. 24

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Quando comprei foi sempre em um monte de lugares, desde quando pude começar a adquirir; antes disso, li coisas que meu pai comprava ou meus tios revistas levavam de Linhares a Cachoeiro (revistas em quadrinhos desde lá por 1959); e de meus irmãos, mais tarde já em Linhares a partir de 1963. Não compreendo as pessoas a gemer o tempo todo, pois as ofertas são muitas. Tais pessoas querem coisas, sempre o que está fora (pelo brilho, pela cor, pela forma): todas essas coisas, todos esses objetos pesados. Elas não se alegram com o processo de descoberta, nem com as ligações-causefeito descobertas. É tudo tão estranho. Vidas inteiras desperdiçadas na aquisição de objetos. Dizem acreditar em Deus, esse Deus no qual acreditam, mas não olham suas obras (na verdade, são de i, ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza, que em instância final ESTÁ EM TUDO, inclusive na conjuminação completa e terminal de toda a diamatemática, a dialógica-matemática), a extraordinária coligação de todos os elementos num cenário POSSIBILITADOR que torna a essênciexistência possível e provável. O MUNDO VAZIO (para cima, além dos limites do macruniverso, para baixo, aquém dos vazios do micruniverso - abaixo dos horizontes de Planck nada há, onde nada explodiu como possibilidades concretizáveis)

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UNIVERSO REPLETO DE POSSIBILIDADES: neste canto do universo U o onde estamos a físico-química evoluiu para a biologia-p.2, esta para a psicologia-p.3 e estamos andando rumo à informática-p.4: já podemos fazer muito em relação ao passado.

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São, talvez, 100 bilhões de galáxias, cada qual com até centenas de bilhões de estrelas. Por exemplo, a Galáxia ou Via Láctea ou Caminho de São Tiago tem uns 400 bilhões, porém há galáxias com 1.000 bilhões. SEGURAMENTE teremos muitos quatrilhões de mundos no estágio pós-físico, químico; dezenas ou centenas de trilhões na fase pós-biológica, p.2; milhares ou centenas de bilhões na faixa pós-psicológica, p.3, como nós; e centenas de bilhões além de nós, com algumas civilizações bem antigas. Por toda parte pulula riqueza inconcebível. E aqui, entre nós havendo riqueza concebível, vemos o que podemos ver e ouvir e cheirar e tocar e palatar. Ora, pouco preciso fazer para todas essas notícias virem a mim. Evidentemente uns são mais bem aquinhoados que outros: os que nasceram na língua inglesa podem, talvez, ter acesso a 100 ou 1.000 vezes o que podemos acessar em português, pois o conjunto dos 500 ou 600 milhões de falantes de inglês contém algumas das culturas mais adiantadas; mas mesmo assim os 220 a 250 milhões de falantes do português têm à sua disposição mais do que podem consumir.

Capítulo 6 Andava Olhando bem, o que fiz para merecer isso tudo? Nasci humano, claro; quando se juntaram o espermatozóide e o óvulo a mais 9 meses de construção lá estava eu, já nascido, aprendendo a língua, o código de transferência. Tendo passado pelas classes elementares de educação já tinha à disposição uma quantidade de meios que foram dando saltos quantitativos e qualitativos, conforme passavam as décadas. 26


Ao fim de apenas 20 anos ou menos já podia começar a acumulação ao meu modo. Todos aqueles meios foram despejando no meu funilzinho mental a avalanche de informações e pude a partir daí construir um modelo compreensivo situado além daquele que foi fornecido por centenas de milhares ou milhões de tecnocientistas nos mais recentes 550 anos desde a Bíblia de Gutenberg; ou os milhões ou dezenas de milhões de pesquisadores & desenvolvedores desde os sumérios, os egípcios, os chineses, os gregos, os romanos e tantos outros povos a partir da invenção da língua em 3500 a.C. Só pude fazer porque eles me forneceram os tijolos e as lajotas. Lá estavam as ofertas nas vitrines e nas prateleiras das livrarias, das bancas de revistas, das feiras de livros, das bibliotecas (que usei pouco, pois marco os textos) – um absurdo de dádivas. Só tive de trabalhar para trocar parte maior ou menor do que pensavam valer meus serviços por toda aquela informação condensadíssima! Não precisei estar em todos esses milhões e bilhões de seres, não dependi de ir a todos esses tempos e espaços: foi-me ofertado nesses lugares em que fui buscar. OMNI/BUS-QUANDO (pois raramente tive automóvel, mais por falta de iniciativa de ter, pois tenho aversão a eles) bibliotecas livrarias

bancas de revistas e jornais

feiras de livros

Se você não possui dinheiro para comprar livros não tem importância, pois a coletividade pagará por você. E é interessantíssimo ver como as pessoas se acham pobres! Isso num mundo com superoferta de coisas em toda parte. Mesmo o mais despossuído tem a seu dispor uma quantidade inacreditável de objetos de cultura e locais de lazer. Não que não haja distância entre os seres humanos, pelo contrário, é estarrecedor como as pessoas se colocaram separadas umas das outras, como tenho reclamado a 27

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vida toda; é somente que, mesmo com esse isolamento, ainda é possível ao ser humano atravessar a vida com excesso de ofertas. SUPEROFERTAS praias gratuitas praças ofertadas (e ninguém para aproveitar)

28 shows (num só balneário do ES, NUM SÓ VERÃO) 27/12/2008 (sábado) – Lulu Santos - Valor: R$ 60,00 28/12/2008 (domingo) - João Neto e Frederico - Valor: R$ 40,00 29/12/2008 (segunda-feira) – Emmerson Nogueira - Valor: R$ 40,00 30/12/2008 (terça-feira) – Gang Lex - Valor: R$ 40,00 31/12/2008 (quarta-feira) – Reveillon Inimigos da HP e Axé Mondo - Valor: R$ 250,00 02/01/2009 (sexta-feira) - Exaltasamba - Valor: R$ 45,00 03/01/2009 (sábado) - Jota Quest - Valor: R$ 60,00 09/01/2009 (sexta-feira) - Rita Lee - Valor: R$ 50,00 10/01/2009 (sábado) - O Rappa - Valor: R$ 60,00 15/01/2009 (sexta-feira) - Victor e Léo - Valor: ainda não divulgado 16/01/2009 (sexta-feira) - Revelação - Valor: R$ 45,00 17/01/2009 (sábado) - Marcelo D2 e Zoom Box - Valor: R$ 50,00 23/01/2009 (sexta-feira) - DJ Marlboro, Mc Perlla e Mc Marcinho - Valor: R$ 45,00 24/01/2009 (sábado) - Skank - Valor: R$ 50,00 30/01/2009 (sexta-feira) - Capital Inicial - Valor: R$ 60,00 31/01/2009 (sábado) - Ana Carolina - Valor: R$ 60,00 Quanto a mim, fui à caça. Fuçando aqui e acolá deparei com grande porção de ofertas, nem todas se podendo adquirir, afinal de contas eram coisas demais postas à disposição e pouco o dinheiro relativo.

Capítulo 7 Buscando Vamos combinar que tenha começado aos 15 anos (para dar conta com zero nesta idade de 55; de fato, foi próximo disso, pois meus tios empregaram-me tempo parcial aos 14): então terei buscado durante 40 anos (x 365,25 =) ou uns 14,5 mil dias, incluídos sábados, domingos e feriados, porque as bancas ficam abertas. Se contarmos as revistas em quadrinhos que compravam em Linhares e levavam para Cachoeiro de Itapemirim e que eu li a partir dos 5 ou 6 anos (com grande dificuldade; naqueles tempos só se alfabetizava aos 7), mais as que adquiri depois, teria juntado milhares e milhares de HQ, a maior parte dada (agora me lembro delas com grande 28


saudade; às pessoas, pouco terão servido, se tanto, somente para rir; viraram pó). Em toda parte há tremenda riqueza. Seria preciso muitos meses para falar de tudo isso, mesmo sem ter os exemplares que consultar. Quanto aos livros, é preciso ter interesse. Se não, as pessoas passam perto e nem reparam que eles estão ali. Podem ter dinheiro de sobra e aplicar em outras coisas: compram roupas, jóias e bijuterias, carros, casas, passagens, numerosíssimos objetos, e não compram livros. Não se interessam pelas visões alheias. Todo ano os autores criam uma quantidade verdadeiramente admirável de argumentos, de tramas na ficção (tradicional, ficção científica, fantasia). Como Mindlin comprou (tendo muito mais dinheiro) aqueles milhares de livros? Eles estavam à disposição de outros com menor, semelhante ou superior riqueza, mas eles não criaram tal biblioteca de 70 mil livros. Foi necessário que Mindlin tivesse respeito pelos pesquisadores, pelos buscadores, os que procuravam entender PARA ALÉM DA TRIVIALIDADE, do que é comum, da média. Foi preciso que ele abrisse os livros e identificasse nas palavras algo de relevante, algo que instruía a humanidade, que lhe dava sobrevalor de sobrevivência: mais aptidão na luta contrafavor da Natureza. Foi preciso folhear as páginas e com o conhecimento prévio em sua cabeça aquilatar se havia sentido em trocar os valiosos recursos (todos os outros teriam milhares de aplicações “mais úteis” para eles) por folhas escritas: se o conhecimento ali contido aumentava a visão da humanidade a respeito do universo. Mesmo descontando as obras raras, ainda sobram todas as avaliações DE CONTEÚDO. NO MEU CASO FOI UM LEQUE (no que, depois, veio a ser o modelo; apenas fui colhendo de tudo que estava ao alcance – muito depois do início, quando tinha 15 anos em 1969, já em 1992, quando o modelo começou, havia uma quantidade de destinações) círculo de interesses

leque de oportunidades aproveitadas

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O CONHECIMENTO QUE EU PUDE TER DAS COISAS (com base nos livros criei o modelo e com base no modelo classifiquei totalmente) 1. Magia-Arte; 2. Teologia-Religião; 3. Filosofia-Ideologia; 4. Ciência-Técnica: 4.1. Física-Química; 4.2. Biologia-p.2; 4.3. Psicologia-p.3: 4.3.1. figuras ou psicanálises; 4.3.2. objetivos ou psico-sínteses; 4.3.3. produções ou economias: 4.3.3.1. agropecuárias-extrativismos; 4.3.3.2. indústrias; 4.3.3.3. comércio; 4.3.3.4. serviços; 4.3.3.5. 4.3.4. organizações ou sociologias; 4.3.5. espaçotempos ou geo-histórias; 4.4. Informática-p.4; 4.5. Cosmologia-p.5; 4.6. Dialógica-p.6; 5. Matemática Uma quantidade inacreditável de coisas! E enquanto isso ao meu lado há um monte de chorões reclamando da vida. Acreditam em Deus, mas quando vêem a imensidão não são capazes de enxergar: só avistam as migalhas, não captam as vastidões.

Capítulo 8 Livrarias e Bancas A BUSCA DO CONHECIMENTO (é como a busca do tesouro)

livrarias 30

30


banca Essas foram minhas principais fontes. Apostei nelas e vigiei-as dia após dia, ano após ano, sem esmorecer, às vezes babando por não poder comprar, mas sempre ali ou em volta, atentamente olhando as novidades. Estive cavando nesses lugares e encontrei os tesouros. Estavam lá, quem não quis ver não viu, quem não procurou não encontrou e quem não comprou não levou (a menos que tenha roubado ou ganhado, o que não foi o meu caso). Eles são pesados a bessa, quaisquer 20 livros pesam um punhadão. Cada pacote desses é difícil de levar. E custam caro: quaisquer 20 livros custam mil reais – e por esse caminho (acaso se interessasse em ir além do umbigo) o povo não poderia ter. Estavam lá, todos os milhares em que pude por as mãos e todos as dezenas ou centenas de milhares em que não pude. Bem ali, debaixo dos narizes dos infelizes. Como disse Jesus, “quem tem olhos de ver que veja”. A quem não tem “olhos de ver” você pode esfregar no nariz, colocar diante dos olhos que eles não verão mesmo. Estava lá para milhares e milhões que não pegaram por não ter “olhos de ver”; e, depois, reclamaram de a vida ser “vazia”. Precisaram viajar longas distâncias para ver as belezas de lá, quando muito maiores belezas estavam expostas cá, logo ali na esquina.

Capítulo 9 Bibliotecas e Internet

bibliotecas (não pude aproveitar muito, porque não poderia marcar os livros) 31

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lan house (nunca fui)

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laboratório de informática (nunca pude participar)

cibercafés (nem sei onde ficam)

não sei onde tem um sequer E também foram ofertados de mil modos diferentes em 300 mil cidades, quatro mil estados, 200 países no mundo. Em empresas, em lugares de reuniões de grupos, em famílias e em casas de indivíduos – por toda parte uma riqueza incomensurável que poucos foram capazes de avistar. Bem diante dos olhos. 32


Para QUERER o conhecimento é preciso acreditá-lo relevante, útil de qualquer forma; antes disso é necessário ter dentro de si uma ÃNSIA de conhecimento, o sentido da falta, de não estarmos completos. É fundamental estarmos sempre insatisfeitos, querendo saber mais. Devemos nos encantar, ver grandeza em tudo.

Capítulo 10 Ah, Gloriosa Coletividade ICOSAEDRO 33

Nós somos como pequenos triângulos que vão sendo encaixados para formar imensas figuras. Primeiros as figuras-pessoas e depois os cenárioambientes, no conjunto as pessoambientes nos cenários-de-figuras. É de uma complexidade inacreditável. 33


Mesmo pensando continuamente durante décadas mal podemos discernir pequenas porções; o conjunto, a coletividade, pode mais, muito mais. Uns têm diante de si essa imensa riqueza, esses tesouros inacreditáveis, e vão escavar. Como disse Newton (quando perguntaram como ele se sentia perante o conhecimento geral): NEWTON DIANTE DO OCEANO DA VERDADE Com tudo o que Newton sabia, pouco antes de sua morte ele disse: Não sei o que pode ter parecido ao mundo, mas pessoalmente vi-me simplesmente como um menino que brinca na praia, junto ao mar, e que, de vez em quando, se diverte quando encontra um seixo mais polido do que os outros ou uma concha mais bela do que as outras, enquanto o grande oceano da verdade se mantém diante de mim, completamente desconhecido." (Newton em 1727, de Histórias, de Joseph Spencer.) E há os que são orgulhosos, que não querem buscar, e até se sentem injuriados pela falta do que fazer. Eu, pelo meu lado, vi rio imenso passando por mim e peguei o que pude em meio à correnteza. Não foi muito, mas foi bastante variedade e fiquei feliz. Quantas coisas maravilhosas! Claro, além, no universo, existe infinitamente mais em quantidade e qualidade, mas mesmo assim aqui foi bastante. Vitória, segunda-feira, 30 de novembro de 2009. José Augusto Gava.

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ANEXO Capítulo 5

TÁ DE BOM TAMANHO PARA VOCÊ? (universo de superaglomerados ou superclusteres) O Universo Escuro Parte I : Matéria Escura por A

de ( era feita

Ricardo Oliveira de Mello Descoberta da Matéria Escura Já em 1933 o astrônomo F.Zwicky observou que a massa de grandes aglomerados de galáxias ( por exemplo Coma e Virgo - Fig.1) estimada em termos da dispersão velocidade e do raio médio efetivo utilizando-se o teorema de virial ) muito maior do que a estimativa com base nas razões massa/luminosidade de galáxias individuais. FIG 1 : O Aglomerado de Coma

Nos anos 70 mediram-se as curvas de rotação galácticas utilizando estrelas e nuvens de gás hidrogênio neutro como partículas teste. Observe ( Fig.2 ) como a velocidade de rotação tende a um valor constante longe do centro galáctico enquanto a luminosidade cai rapidamente com a distância radial . FIG. 2 : Curva de rotação da galáxia de Andrômeda (M31) Matéria Escura Não-bariônica FIG 3 : Halo de matéria escura envolvendo a Galáxia.

A matéria comum que conhecemos e que constitui as pessoas, nosso planeta, a poeira interestelar, o gás existente nas galáxias e entre elas e as próprias estrelas é constituída de prótons e nêutrons, partículas que fazem parte de uma classe maior de partículas chamadas baryons de acordo com o modelo padrão das partículas elementares. Uma das grandes conquistas da cosmologia padrão(a teoria do big-bang quente) foi a predição das abundâncias dos elementos leves ( H, D, 3He, 4He e 7Li ) observadas em amostras do cosmos primitivo. De acordo com esta 35

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teoria, as abundâncias previstas são funções da densidade de baryons ( Fig.4 ). Note em particular como a abundância de deutério é sensível a variações da densidade de baryons. À Direita ( FIG. 4 ) : Abundâncias previstas dos elementos leves em função da densidade de baryons. A faixa azul destaca a determinação da densidade de baryons baseada em recente medida da abundância primordial de deutério. ( diagrama extraído de Turner1999 ). Em 1998, Tytler e Burles mediram a abundância de deutério primitivo com precisão de 10%, fornecendo uma medida precisa da densidade de baryons: ômega B =0,045±0,01 (em unidades de densidade crítica-1,88h2 10-29 g cm-3). Além disso, a razão de baryons para massa total em aglomerados galáticos foi determinada a partir de uma amostra de 45 aglomerados usando medidas de raio X fornecendo f = (0,075±0,002)h-3/2 (onde h=0,65±0,05 é o valor recentemente estabelecido pela equipe do Projeto Chave do Telescópio Espacial Hubble da constante de Hubble em unidades de 100km s-1 Mpc-1 ). Assumindo que os aglomerados proporcionam uma amostra justa da matéria no universo(o que é muito razoável considerando seus tamanhos elevados) podemos utilizar os dados acima para inferir que a densidade de matéria média do universo vale ômega M =0,35±0,07 (em unidades de densidade crítica).Por matéria entendemos partículas com pressão desprezível(i.e., não-relativísticas, ou com temperatura T<<mc2). O fato de apenas cerca de 15% da matéria existente nos aglomerados ser atribuído aos baryons é uma evidência quase irrefutável para a matéria escura não-baryônica. Matéria Escura Bariônica Comparando a contribuição das estrelas brilhantes para a densidade de matéria que é de apenas ômega LUM ~ 0,5% da densidade crítica com a densidade de baryons(cerca de 4,5% da densidade crítica) notamos uma discrepância de um fator de dez. Ocorre que observações de raios X revelam que o gás quente no interior dos aglomerados de galáxias pesa 10 vezes mais do que as estrelas. Mas apenas 5% das galáxias pertencem aos grandes aglomerados. Globalmente, cerca de 1/3 da densidade de baryons deve-se a estrelas, gás frio e gás morno dentro das galáxias. Presume-se que os outros 2/3 estejam em gás intergalático quente e/ou morno associado a galáxias. Um outro candidato a matéria escura bariônica no halo da Via-láctea são estrelas escuras(como anãs brancas, estrelas de neutrons e buracos negros que já esgotaram seu combustível nuclear). Microlentes gravitacionais de estrelas no bojo da nossa galáxia e nas nuvens de Magalhães por objetos em primeiro plano têm sido detectadas pelos grupos EROS, MACHO, DUO e OGLE. A interpretação dos resultados é problemática, mas os MACHO's (sigla para massive compact halo objects) certamente representam muito menos 36

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da metade da massa do halo. Os modelos de formação de estrutura, por sua vez, favorecem totalmente a hipótese de que a maior parte do halo seja constituída por matéria escura fria. Matéria Escura Quente e Matéria Escura Fria

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FIG. 5 : A forte aglomeração que emerge segundo o modelo de matéria escura quente de formação galática ( esquerda ) comparado com a distribuição real observada de acordo com o catálogo do Center for Astrophysics ( direita ). A matéria escura quente é assim denominada porque é composta por partículas leves que se movem rapidamente. O principal candidato para este tipo de matéria é o neutrino. Há três espécies de neutrinos, cada um correspondendo às três espécies de léptons existentes; o elétron, o muon e o tau. Em junho de 1998, a colaboração Super-Kamiokande relatou forte evidência de oscilação de neutrinos(muon neutrino para tau neutrino)nos dados de neutrinos atmosféricos tomados com o detetor do Super-Kamiokande. Ocorre que o fenômeno de oscilação de neutrinos só é possível se o neutrino possuir massa, que atualmente está sendo estimada em torno de 1eV/c2. Há poucos anos atrás acreditava-se que neutrinos massivos poderiam constituir a totalidade da matéria escura, hoje se sabe que a contribuição dos neutrinos fica entre 0,3%(dada sua massa pequena) e 15% da densidade crítica. A matéria escura quente não explica o padrão de galäxias observado no universo. Os neutrinos teriam emergido do Big Bang com velocidades relativísticas e tenderiam a suavizar qualquer flutuação existente na densidade de matéria. Um universo dominado por neutrinos não possuiria matéria nos vazios existentes entre os super-aglomerados de galáxias uma vez que tudo teria sido varrido para filamentos ( Fig.5 ). Entretanto, medidas astronômicas precisas indicam que os vazios contém galáxias anãs ( Fig.6 ). Esta descoberta desacreditou todos os modelos de matéria escura quente para o universo. Ao contrário da predição do modelo de matéria escura quente, as observações mostram que as estruturas se formaram de baixo para cima, isto é, galáxias primeiro, seguidas por aglomerados e superaglomerados, exatamente como previsto pelo modelo de matéria escura fria(partículas pesadas e que se movem lentamente) que supostamente constituem a 37


quase totalidade da matéria escura não-bariônica(ou matéria exótica). Ao mesmo tempo o fracasso do cenário de formação de estruturas de cima para baixo limita a contribuição dos neutrinos.

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FIG. 6 : O Universo Primordial. Esta simulação computacional mostra o universo como ele deve ter sido quando tinha uma fração de sua idade atual. As manchas brilhantes e as fibras correspondem às galáxias e aos filamentos. WIMPs Os candidatos mais promissores a matéria escura fria são partículas neutras e que interagem muito fracamente entre si ou com a matéria baryônica, reagindo quase que exclusivamente à gravidade, chamadas WIMPs ( sigla para weakly interacting massive particles ). Os principais candidatos nessa classe são os axions e os neutralinos. Os axions surgem no contexto da cromodinâmica quântica ( QCD ), a teoria que explica as interações fortes em termos dos quarks, para resolver o "problema CP forte". Apesar de sua massa muito pequena ( 10-6 - 10-4 eV/c2 ) os axions teriam sido produzidos em repouso e por isso são considerados matéria escura fria. O neutralino é uma partícula prevista pela chamada extensão supersimétrica ( SUSY ) do modelo padrão. A supersimetria pode unificar as forças eletrofraca e forte ( e mesmo a gravidade ). SUSY prevê que todas as partículas do modelo padrão possuem super-parceiros ( designados por um sufixo "ino", como o fotino que é o parceiro supersimétrico do fóton ). Quarks e léptons, que são férmions ( partículas com spin semi-inteiro ímpar ), possuem superparceiros que são bósons ( partículas com spin inteiro ), enquanto os bósons que carregam as forças fundamentais possuem superparceiros fermiônicos. Os superparceiros das partículas conhecidas são muito pesados e fora do alcance energético dos aceleradores de partículas em operação no momento. Entretanto o neutralino é uma superposição de estados associados aos Higgsinos ( superparceiros associados aos bósons de Higgs ) e que tem a propriedade de ser estável(o que significa que eles ainda devem existir como relíquias do big bang) além de ser a partícula supersimétrica mais leve ( 50-500GeV/c2 ) e justamente por isso altamente testável. O 38


bóson the Higgs é uma partícula prevista pelo modelo padrão e seria responsável por conferir massa aos bósons mediadores da interação eletrofraca. Em setembro passado físicos de partículas trabalhando no experimento ALEPH em andamento no LEP ( Large Electron Positron ) anunciaram a possível descoberta do Higgs ( considerado o "Santo Graal" da física de partículas ) com massa de 114,9 GeV/c2. O experimento continua coletando dados para afastar a possibilidade de eventos de fundo. No tocante à parte experimental, destacam-se o experimento no Livermore National Laboratory em busca de axions e os experimentos DAMA ( em Gran Sasso, Itália ) e CDMS ( em Stanford ) em busca de neutralinos existentes no halo da Via-láctea. Estes dois últimos são experimentos muito sofisticados montados em minas a vários metros de profundidade no subsolo e utilizando detetores de alta tecnologia. A colaboração DAMA recentemente anunciou a deteção de neutralinos ( suspense ) . O resultado não foi reproduzido pelo CDMS, entretanto estes utilizam detetores diferentes e sua atual sede, em Stanford, não fica muito abaixo do solo, estando sujeita a interferência de neutrinos atmosféricos. Eles estão se mudando para uma nova sede, metros de profundidade no subsolo ( para se livrarem da interferência dos neutrinos atmosféricos ) . Além disso ambos estão fabricando detetores mais sensíveis que poderão confirmar os resultados logo. Conclusão A descoberta do bóson de Higgs é importante para consolidar o modelo padrão das partículas elementares e ao mesmo tempo proporciona a base para a sua extensão supersimétrica; o neutralino, por exemplo, é uma superposição de higgsinos. A descoberta dos neutralinos por sua vez constituiria a primeira evidência empírica para a supersimetria além de explicar a natureza da matéria escura fria, consolidando o modelo de matéria escura fria de formação de estrutura ( tão bem sucedido na explicação das estruturas do universo em grande escala- os aglomerados, os vazios, os filamentos, as paredes, etc. ) . Juntamente com a descoberta da massa do neutrino ( o modelo padrão prevê neutrinos sem massa ) estes novos avanços estão apontando para uma nova física e como veremos no próximo artigo a recente descoberta da constante cosmológica e do universo acelerado também estão apontando para uma nova cosmologia que consolidou o cenário inflacionário. Também é interessante observar a prolífica interação entre a física de partículas e a cosmologia, uma área de pesquisa denominada astrofísica de partículas. O Universo Escuro Parte 2 : Energia Escura por Ricardo Oliveira de Mello Resumo Medidas precisas, recentemente efetuadas, da anisotropia da radiação microondas de fundo pelos experimentos COBE, MAXIMA e BOOMERANG, juntamente com a descoberta de mais de 120 supernovas Ia ( incluindo SN 1997ff, descoberta pelo Telescópio Espacial Hubble, a cerca de 11,3 bilhões de anos-luz de distância ), pela colaboração entre a "Equipe de Alto-Z" e o "Projeto de Cosmologia de Supernova", 39

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revelam que a expansão do universo é acelerada em virtude de uma nova forma de energia anti-gravitacional pouco conhecida, denominada ``energia escura'', de acordo com a previsão do modelo inflacionário com matéria escura fria. 1 Matéria Escura Fria A predição bem sucedida das abundâncias dos elementos leves ( 4He, D, 3 He, 7Li ) por nucleosíntese do big-bang ( BBN ) representou um dos primeiros testes do modelo do big-bang quente, que se consolidou como cosmologia padrão no final dos anos de 1970. Vimos anteriormente que o deutério serve como uma espécie de ``baryômetro'', uma vez que sua produção depende fortemente da densidade de baryons. Em 1998, Tytler e Burles determinaram com precisão a abundância de deutério primordial, o que permitiu, juntamente com a estabilização da constante de Hubble em H 0 =65�5 Km -1s Mpc-1, uma medição acurada da densidade de baryons: W B @ 0,045�0,01 ( em unidades de densidade crítica ). Além disso, estimando a fração de baryons do universo com base na razão de baryons para a massa total, medida em aglomerados de galáxias com técnicas de raios-X e de SZ ( Sunyaev-Zel'dovich ), obteve-se o resultado W B /W M @ 15%. Isto permitiu estimar a densidade de matéria do universo em W M =0,35�0,07 ( em unidades de densidade crít ica ). Isto significa que apenas 15% da matéria do universo é de natureza ordinária ( estrelas, poeira, gás, prótons, nêutrons ) ou bariônica. O restante é constituído por matéria escura não-baryônica, sendo a contribuição de neutrinos massivos bem menor do que se pensava, W n @ 0,5%, a maior parte é matéria escura fria, W CDM @ 35% ( neutralinos e axions ). Até o início da década de 1990, os cosmólogos acreditavam que o universo fosse constituído basicamente por matéria, sendo que a contribuição da radiação de fundo para a densidade de energia do universo ( W 0 ), sob a forma de fótons e demais relíquias relativísticas, é desprezível na era atual ( W RAD ~ 0,01% da densidade crítica ). De acordo com a cosmologia padrão, num universo constituído apenas por matéria existe uma conexão entre a geometria do seu espaço-tempo e o seu destino. Se W 0 =W M =1 ( geometria plana ) ou W 0 =W M < 1 ( geometria aberta ) então o universo se expandirá indefinidamente, enquanto que no caso W 0 =W M > 1 ( geometria fechada ) o universo deve recolapsar num big crunch. Entretanto, por volta de 1998, com as medidas da anisotropia da radiação cósmica de fundo e a descoberta do universo acelerado, ficou claro que W 0 ~ 1 e W M ~ 0,4 < W 0 . Estes fatos revelaram a existência de uma energia escura, não-gravitacional, responsável pelos 60% restantes da energia do universo ( veja figura 4 ). Diferentemente da teoria do big-bang quente, numa cosmologia estendida com energia de vácuo positiva, não há conexão simples entre a geometria do seu espaço-tempo e o seu destino, sendo possível, por exemplo, que um universo fechado expanda eternamente. Estes fatos recentes levaram os cosmólogos a reconsiderarem as teorias inflacionárias com constante cosmológica que parecem explicar bem as últimas descobertas. 2 O Cenário Inflacionário Entretanto, atualmente parece certo que W 0 ~ 1 e W M ~ 0,4, de acordo com 40

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a reivindicação dos inflacionistas de um universo plano(W 0 =1)com W M < 1. De acordo com o modelo inflacionário, deve ter havido uma força de repulsão cósmica antes dos primeiros 10-35s, quando o universo teria alcançado a elevada temperatura de 1028K, na escala da GUT(Grand Unified Theory). Esta repulsão teria causado uma expansão colossal do espaço com velocidade superior à da luz, amplificando o universo por um fator de cerca de 1060, numa fração de segundo entre 10-36 a 10-34s após o bang. Esta inflação que aumentou o universo de um ponto quente e denso, medindo cerca de 10-25cm(um trilhonésimo do raio do próton), para a escala atual, cujo raio de Hubble é da ordem de 1028cm, provocou também uma transição de fase da matéria. Este super-resfriamento terminou separando a força nuclear forte da força eletro-fraca, deixando um plasma quente de partículas elementares(quarks, leptons, gluons, bosons W/Z e fótons). A transição de fase, por sua vez, corresponde a uma quebra espontânea de simetria associada a uma transição quântica sofrida por um campo escalar que decai para um estado de menor energia potencial. Isto é interpretado como um decaimento do vácuo para um estado de energia potencial ainda menor, convertendo energia do vácuo para uma radiação de fundo repulsiva permeando todo o espaço. Esta energia potencial mínima do campo escalar sendo constante, pode ser incorporada às equações de Einstein sob a forma de uma constante cosmológica, representada por L, que gera a força repulsiva causadora da inflação e é interpretada como energia do vácuo quântico. Albert Einstein foi o primeiro a introduzir o termo L em suas equações da relatividade geral em 1917 para explicar o universo estacionário de Hoyle, tendo considerado isto seu ``maior engano'', após tomar conhecimento da expansão do universo, descoberta por Hubble. Após a fase inflacionária, o universo entrou em seu regime normal de expansão, de acordo com a lei de Hubble e, sendo esta energia do vácuo dominante, como sabemos hoje(W L ~ 0,8�0,2), o universo deve ent rar num regime de expansão acelerada, e não desacelerada como se pensou até meados de 1990. A inflação, tendo ampliado uma região do espaço compreendida no interior de um próton para uma da ordem de 100 Mpc, na escala dos superaglomerados galáticos que estão se formando na época atual, explica a razão do universo ser plano, uma vez que a região infinitesimal, da qual nosso atual universo é uma ampliação, era forçosamente plana. E como a inflação relaciona a micro-escala subatômica à grande escala do universo atual, ela também explica como as inomogeneidades primordiais na densidade de matéria, que semearam a evolução da estrutura em larga escala observada atualmente, teriam surgido a partir de flutuações quânticas primordiais em escala subatômica. De qualquer modo, todos os modelos inflacionários fazem três predições testáveis: universo plano, um espectro quase-invariante-de-escala de perturbações de densidade gaussianas e um espectro quase-invariante-deescala de ondas gravitacionais. Como veremos adiante, a descoberta de mais de 120 supernovas de tipo Ia de ``red-shift''elevado juntamente com os resultados das observações da anisotropia existente na temperatura da radiação cósmica de fundo, efetuadas pelo COBE e pelos balões Boomerang e Maxima, verificam as 2 primeiras predições das teorias inflacionárias. Enquanto aguardamos ansiosamente a detecção de ondas gravitacionais, parece não haver mais dúvidas acerca da existência da inflação, tanto que o próprio Stephen Hawking, um dos maiores adversários das teorias inflacionárias, declarou: ``Isto me levou a reconsiderar meus preconceitos 41

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teóricos. Agora acho muito razoável que devesse haver uma constante cosmológica''. 3 O Universo Plano Em 1989, o COBE ( Cosmic Background Explorer ) revelou uma concordância precisa entre as medições do espectro da radiação de fundo de microondas cósmicas e a esperada natureza térmica da radiação do big-bang, confirmando a imagem de que a matéria do universo, por volta dos 300.000 anos após o bang estava, de fato, num estado de plasma quente. Por volta desta era, o plasma era tão quente e denso que os elétrons livres espalhavam os fótons, reduzindo seu livre-caminho-médio e tornando a matéria plasmática opaca. Mas em 300.000 anos, aproximadamente, o universo esfriou o suficiente, para que os elétrons pudessem se combinar aos prótons, constituindo uma massa de gás hidrogênio transparente. Há 15 bilhões de anos que os primeiros fótons escaparam, no ``momento de último espalhamento'', sofrendo um subseqüente alongamento de seu comprimento de onda associado, em virtude da expansão do universo, até a escala de microondas atual. Ocorre que durante as centenas de milhares de anos anteriores a esta era, a luta da luz contra a gravidade criou ondas sonoras estacionárias, viajando com cerca de metade da velocidade da luz através do plasma. Com os fótons e a matéria carregada fortemente acoplados, na época do plasma, a competição entre a gravidade e a pressão de radiação produziu regiões de lenta contração e expansão oscilatórias. Mas estas oscilações geraram alterações locais da curvatura do espaço-tempo, produzindo um ``desvio para o vermelho'' da radiação e fazendo o fundo de microondas parecer mais frio naquelas direções em que o ``red-shift'' foi maior. Os dados do COBE revelaram manchas frias e quentes ( veja figura 1 ), medindo cerca de 7�, correspondente ao diâmetro de 14 luas cheias, mas a resolução máxima proporcionada pelo satélite( ~ 10�), era insuficiente para detectar regiões menores. Estas perturbações gravitacionais estão associadas, evidentemente, a flutuações de densidade locais da matéria cósmica, no ``momento de último espalhamento'', as quais representavam as sementes das estruturas em larga escala do universo atual, como os aglomerados e super-aglomerados galáticos, que se desenvolveram apenas recentemente na história do universo. De acordo com as teorias inflacionárias, estas flutuações de densidade teriam resultado de perturbações quânticas em escala do comprimento de Planck amplificadas por um fator de 1060, pela inflação.

FIG. 1 : Mapeamento da anisotropia da radiação de fundo com 10 minutos de arco de resolução do MAXIMA-1, revelando manchas de um tamanho médio de 1�. 42

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Um avanço enorme nas pesquisas acerca da anisotropia da radiação de fundo ocorreu com os dados fornecidos pelo experimento sustentado a balão chamado BOOMERANG ( Balloon Observations of Millimetric Extragalactic Radiation and Geophysics ), que mapeou apenas 3% do céu durante um vôo circumpolar de 10,5 dias ao redor da Antártica em Dezembro de 1998 e janeiro de 1999. A estes dados foram acrescidos os de outro experimento sustentado a balão, MAXIMA ( Millimeter Anisotropy Experiment Imaging Array ), que refinaram as primeiras observações da anisotropia do COBE, com resolução de 10 minutos de arco, revelando que as manchas quentes e frias possuem, em média, uma largura de 1�( 2 luas cheias ), de acordo com as predições da inflação. A análise dos resultados destas observações envolve o cálculo do ``espectro de potências'' das flutuações térmicas, ajustando os dados do mapeamento de temperaturas da radiação de fundo de microondas cósmicas a uma série de harmônicos esféricos. Então o quadrado do módulo da amplitude ajustada da componente de harmônico esférico de ``l-ésima'' ordem é, essencialmente, uma medida da flutuação de temperatura quadráticamédia local da radiação de fundo, numa escala angular de cerca de 180�/l. Quanto maior a resolução do telescópio de microondas, maior será a ordem l até a qual se pode medir o ``espectro de potências''.

FIG. 2 : Espectro de Potências das flutuações de temperatura da radiação de fundo como determinada pelo Maxima, Boomerang e Cobe. A curva preta é um ajuste para o modelo de matéria escura fria com constante cosmológica ( LCDM ), com W M =0,35, H 0 =65 Km s-1 Mpc-1, W B @0,05 e n=1. A curva vermelha é um ajuste para o modelo LCDM com W M =0,40, H 0 =80 Km s-1 Mpc-1, W B @0,05 e n=1 ( n=1 corresponde a perturbações de densidade invariantes-de-escala ). A figura 2 mostra o "espectro de potências'' medido pelo Boomerang e pelo Maxima. Ambos os experimentos exibem claramente o primeiro pico acústico próximo a l=200, consistente com a previsão teórica do modelo inflacionário ( exibida pela curva ajustada ), que fixa a posição do primeiro pico na escala de Isto constitui, então, uma medida da densidade de energia do universo, 43

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fornecendo o valor W 0 ~ 1. Num universo composto por matéria, radiação e energia de vácuo, por sua vez, o parâmetro de densidade W 0 determina a geometria do espaço-tempo em larga escala, cujo raio de curvatura é dado por R CURV =H 0 -1/ �| W 0 -1 | , tal que, no limite quando W 0 � 1, R , result ando num universo plano. CURV � � Deste modo, os dados do COBE, Boomerang e Maxima verificaram 2 das 3 previsões básicas do modelo inflacionário; que o universo é plano e existem perturbações de densidade capazes de explicar a formação de estrutura do universo em larga escala. Está agendado para o dia 30 de junho de 2001 o lançamento de um novo telescópio de microondas espacial, chamado MAP ( Microwave Anisotropy Probe ) e, em 2007, a Agência Espacial Européia lançará o satélite Planck. Estes 2 satélites fornecerão o primeiro mapeamento de alta-resolução da radiação de fundo de microondas cósmicas, varrendo todo o céu, e poderão detectar picos além da quarta ordem, fornecendo um teste preciso das teorias inflacionárias. Enquanto isso, prosseguem os esforços teóricos para amarrar a inflação às idéias acerca da unificação das forças, especialmente à teoria das super-cordas. 4 A Energia Escura De acordo com a cosmologia padrão, o universo se originou com a explosão de um ponto de densidade infinita, o big-bang. Mas devido à atração gravitacional mútua entre as galáxias, núvens de poeira e gás esperava-se que a expansão universal fosse desacelerada, sendo que uma medida do parâmetro de desaceleração(q 0 ) deveria fornecer uma avaliação da quantidade de matéria do universo. Entretanto, por volta de 1995, uma colaboração entre a “Equipe de Pesquisas de Supernovas de Alto-z''(da Universidade da Califórnia, Berkeley), liderada por Brian Schmidt, e o ``Projeto de Cosmologia de Supernova'', liderado por Saul Perlmutter(do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley) começaram a revelar uma descoberta surpreendente. Eles descobriram que a expansão cósmica é, na verdade, acelerada e, a medida precisa do parâmetro de desaceleração(q 0 ~ -0,5), juntamente com o fato do universo plano(W 0 ~ 1), mostraram que cerca de 70% da energia do universo possui pressão negativa, gerando a força repulsiva que causa a expansão acelerada. Os cosmólogos propuseram mais de uma explicação para esta energia escura(como uma ``quintessência''), sendo que a explicação mais simples parece ser uma constante cosmológica, prevista pela extensão inflacionária da teoria do big-bang. Dentro da nossa vizinhança cósmica local, a razão de expansão do universo é constante, obedecendo a lei de Hubble. Isto é conhecido com base em medidas dos brilhos aparentes de estrelas especiais(como as cepheidas), cujo brilho intrínseco pode ser determinado, fornecendo a distância até as galáxias contendo estes luminares específicos. Determinam-se, em seguida, os ``red-shifts'' destas estrelas, os quais fornecem suas velocidades, permitindo a construção de um gráfico v×d, que apresenta um comportamento linear nas nossas imediações cósmicas. Ocorre que, ao tentarem determinar a razão de expansão do universo há alguns bilhões de anos atrás, os astônomos tinham que enfrentar o 44

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obstáculo empírico decorrente do fato de que quanto mais longe estiver aquela estrela especial(como uma cepheida), mais fraco o seu brilho aparente e, portanto, mais difícil de detectá-la. Mas o que a ``Equipe de Alto-z'' e colaboradores observaram foi que as estrelas supernovas de tipo Ia proporcionam uma solução para a referida limitação observacional, permitindo a determinação de (v,d) para galáxias de alto ``red-shift''(z). As supernovas de tipo Ia são como bombas, liberando uma quantidade incrível de luz num intervalo de uns 2 meses, sendo observáveis a distâncias muito superiores àquelas de estrelas cefeídas, por exemplo. A exata determinação do pico, na curva de brilho da supernova, permite que os astrônomos calculem o seu brilho intrínseco e, conseqüentemente, sua distância até nós. Até 1995, o número de supernovas de tipo Ia longínquas observadas era pequeno e a maioria dos cosmólogos era cética quanto à possibilidade de detecção destas estrelas em quantidade estatisticamente relevante que pudesse estabelecer algum desvio da lei de Hubble em alto-z. Mas, a partir daquela data, os astrônomos do ``Projeto de Cosmologia de Supernova'' e seus ilustres colaboradores mostraram que os céticos estavam enganados, sendo que por volta de 1999, já haviam analisado mais de 120 supernovas de tipo Ia longínquas. Os astrônomos do ``Projeto de Cosmologia de Supernova'' e seus colaboradores tomam imagens de dezenas de milhares de galáxias durante a lua nova, quando o céu está escuro. Algumas semanas depois eles observam as mesmas regiões do céu e eletronicamente subtraem pares de imagens umas das outras, revelando supernovas brilhantes. Numa histórica orquestração de observações de alta-tecnologia, vários telescópios terrestres, como o Keck e Cerro Tololo, assim como telescópios robóticos e orbitais, como o Hubble Space Telescope, cooperam na detecção da explosão de uma supernova de tipo Ia, monitoração de sua curva de brilho e tomada de seu espectro. Os resultados recém divulgados(abril de 2001) da análise dos dados referentes à supernova SN 1997ff(a supernova de tipo Ia mais distante já observada, com mais de 11 bilhões de anos de idade), efetuada pelo astrofísico Peter Nugent dos Laboratórios Berkeley com o auxílio de um supercomputador IBM SP, deixam claro que as galáxias de alto-z se moviam mais lentamente do que na época atual, ocasionando um desvio da lei de Hubble a distâncias elevadas ( veja figura 3 ) que mostra que a expansão do universo é acelerada.

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FIG. 3 : O Diagrama das magnitudes aparentes de supernovas Ia contra seus respectivos "red-shifts"(z) ( O dado de SN 1997ff com z ~ 1,7 e distância de cerca de 11,3 bilhões de anos-luz não está exibida ) . O diagrama inferior, corrigido eliminando-se a influência da "lei do inverso do quadrado", exagera as difentes inclinações das 3 curvas demonstrando claramente o acordo dos dados com o modelo LCDM. Com base nestes dados é possível medir o parâmetro de desaceleração do universo que, num universo composto por matéria, radiação e energia escura é dado por

q0=

1 2

W0-

3 2

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WX ,

desprezando a contribuição da radiação( < 0,01%), obtendo-se o valor q 0 ~ 0,5. Levando em conta o universo plano(W 0 ~ 1), vemos que este parâmetro determina W X ~ 2/3, o que significa que, aplicando a fórmula de equivalência de Einstein E=mc2, descobrimos que o universo parece conter 2 vezes mais energia com pressão negativa(expressa pelo sinal de menos na fórmula de q 0 acima) do que sob a forma de matéria. Nas extensões inflacionárias da teoria do big-bang, a densidade de energia escura(W X ) é atribuída à constante cosmológica tal que a medida de q 0 ~ 0,5 determina W L =W X ~ 0,7. Na teoria inflacionária, a densidade de energia sob a forma de uma constante cosmológica é interpretada como ``energia do vácuo''. Mas há outros mecanismos que foram propostos para explicar a descoberta da energia escura, como um campo escalar rolante, chamado de ``quintessência''. Vimos que a descoberta do universo plano(W 0 ~ 1) juntamente com a descoberta do universo acelerado(q 0 ~ -0,5) implicam na existência de uma forma de radiação de pressão negativa(W X ~ 0,7) que, por não ser gravitacional, escapa dos aglomerados, permeando uniformemente o espaço e conferindo ao mesmo uma espécie de elasticidade que causa a expansão acelerada. Podemos esquematizar a composição energética do universo no diagrama abaixo :

FIG. 4 : A Composição de Energia do Universo.

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