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Universidade do Oriente Observando o que os orientais fizeram após 1945 só podemos mesmo ficar espantadíssimos. Japão (segunda economia do mundo após completa destruição por duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, e rendição incondicional, PIB de US$ 4,3 trilhões, entre EUA, PIB de US$ 9,2 trilhões, e Alemanha, PIB de US$ 2,1 trilhões), China (quinta economia, com Hong Kong, PIB de US$ 1,2 trilhão), os três dragões asiáticos (HK foi reincorporado à China): Cingapura (PIB de US$ 84,9 bilhões, perto da renda de Portugal, US$ 113,7 bilhões), Taiwan/Formosa (PIB de US$ 313,9 bilhões em 2000), Coréia do Sul (PIB de US$ 406,9 bilhões, próximo da Espanha, US$ 595,9 bilhões), fora os tigres asiáticos (Tailândia, PIB de 124,4 bilhões; Malásia, PIB de US$ 79 bilhões; Indonésia, PIB de US$ 142,5 bilhões) e a Austrália (PIB de US$ 404 bilhões), considerada ocidental e ligada ao Reino Unido, mas na prática situada na Oceania e, portanto, no Oriente – todos os dados de 1999, exceto quando apontado – fonte Almanaque Abril 2002. Fora os países pequenos, mas não insignificantes, e a Índia, um bilhão de habitantes, PIB de US$ 447,3 bilhões. Metade da população da Terra (1.265 milhões na China, 1.000 milhões na Índia, 215 milhões na Indonésia, 127 milhões no Japão e o resto) e uma economia que apenas esgotou o primeiro fôlego, de dependência e imitação do Ocidente. O século XXI promete desenvolvimento autônomo, autocentrado na Esfera de Influência, que já foi japonesa e tende a ser chinesa doravante. Os países citados têm um PIB conjunto de US$ 7,6 trilhões, próximos dos EUA e do conjunto da Europa dos 15, que é do mesmo porte, cerca de US$ 9,0 trilhões. Se isto não basta para nos virarmos para o estudo dessa região, eu não sei o que bastaria. Culturas muito antigas e independentes do Ocidente, lá estão países da maior respeitabilidade. Dentro dessa UO podemos criar escolas, cada uma dedicada a um país diferente, de modo que essa verdadeira universidade possa
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preparar-nos para compreender o Oriente plenamente, por suas pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e relações mundiais), sua orientação tecnocientífica, sua cultura/civilização/sociedade, sua psicologia (geo-história, figuras, objetivos, economia/produção, sociologia/organização), como realizam as trocas, os endereços físicos e de Internet, os sites, os movimentos políticadministrativos, os governempresas, tudo que há por lá. Não basta, para as pessoas brasileiras, o que o Ministério das Relações Exteriores sabe e faz. Precisamos de mais, de muito mais. Enquanto povelite também destinado a crescer, a cultura/nação brasileira não pode contentar-se com tão pouco. É preciso que a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet – em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de jornais) investigue continuamente, realizando entrevistas com as lideranças, os políticos, os governantes, os profissionais, os pesquisadores, os sábios/santos, e investigando os iluminados. Estando assim interessados verdadeira e lealmente neles, eles possivelmente também se voltarão para o Brasil. E nós sairemos desse unilateralismo europeu-americano, dessa monocultura greco-romana-judaica (que constitui nossa raiz geral, todavia), para um pluralismo mais estável e duradouro. Quanto à maneira de instalar a universidade, fica a cargo de estudos. E quanto ao local, penso que o ES seria um bom lugar. Vitória, terça-feira, 07 de maio de 2002. José Augusto Gava.