Lula Helfer
GAZETA DO SUL, Segunda-feira, 25 de julho de 2016
Orgulho
em preservar as origens
Em Linha São João, no interior de Sinimbu, Gerdi Thier e os filhos Isolde e Rogério adotam hábitos típicos dos imigrantes que
chegaram ao Rio Grande do Sul em 1824. Como eles, muitas outras famílias do Vale do Rio Pardo têm, hoje, um dia de muitas recordações.
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entada ao lado do fogão a lenha, Gerdi faz uma viagem no tempo e resgata fatos que marcaram a história da sua e de tantas outras famílias de origem alemã. Aos 83 anos, ela é descendente de imigrantes que vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor. Como nos livros, Gerdi Thier conta que seus antepassados partiram da Europa no século 19, sentiram fome na viagem, viram doenças e conviveram com a angústia diante da descoberta do novo. “Minha bisavó estava grávida, mas o bebê morreu na viagem e foi jogado no mar. Foi muito triste pra todos. O vento, às vezes, fazia o navio recuar. Antes de sair de lá, eles carnearam uma vaca e fizeram linguiça, mas chegou uma hora que a comida terminou.” A riqueza de detalhes com que vai falando sobre esses e outros acontecimentos é fruto de uma memória preservada e da boa saúde de quem, apesar dos esforços da vida nas
Lembranças da vida na colônia
lavouras, ainda tem muita vitalidade. Além das lembranças, a senhora de voz firme guarda alguns objetos que identificam sua origem. Tinha muito mais, mas alguns precisaram ser vendidos. Dos que sobraram, quadros pintados por sua avó decoram a cozinha. Há também uma boneca de porcelana e fotos antigas. Tudo isso em uma casa verde, com janelas vermelhas e muitas histórias por trás das paredes largas de pedra. O imóvel foi construído em 1931, de acordo com a gravação numa das laterais. Ainda bem conservada – embora Gerdi já esteja planejando uma nova pintura para agosto – a casa tem detalhes que foram, segun-
do ela, esculpidos a canivete por um construtor alemão. Antes de mudar para a residência onde viveu com o marido Romero, já falecido, enfrentou os rigores da vida na colônia. “Sempre trabalhei muito. Quando tinha oito anos ajudei minha mãe a fazer uma casa. Meu pai dizia ‘vamos se mexer pra trabalhar’, pra gente acordar e ir colher fumo”, lembra, descrevendo como era a choupana da infância. Após o casamento, as dificuldades seguiram. Nos anos 1950, mesmo com os avanços que surgiam, faltava dinheiro. Grávida de sete meses da filha Isolde, hoje com 61
anos, dona Gerdi ia com o marido para as matas em busca de lenha, trabalhava na terra, plantava os alimentos, cuidava dos porcos e das vacas. “Cheguei a ganhar um prêmio da Lacesa”, orgulha-se, ao lembrar da condecoração recebida de uma das principais empresas de laticínios do Estado. Enquanto fala de tudo isso e serve mais um chimarrão, Gerdi diz que tenta preservar alguns hábitos do passado. Quando está com Isolde e o filho Rogério, procura conversar em alemão. O mesmo acontece quando encontra os vizinhos de Linha São João, no interior de Sinimbu. No dia a dia, o cuidado com a horta e o pomar, o trato das duas vacas e o gosto por preparar o próprio alimento servem de motivação para a descendente dos imigrantes, que atribui sua saúde à dieta baseada em coisas da terra. “Ainda tenho vontade de trabalhar, mas às vezes falta força. É a idade”, resigna-se.
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Força ao lado da família Na mesma casa verde onde olha para o passado, por vezes com um suspiro para conter as lágrimas, Gerdi descreve momentos felizes. Os dois filhos, Isolde e Rogério, lhe deram as netas Denise e Camila, e a acompanham no dia a dia. Sempre presentes, eles moram a poucos metros da mãe. Ajudam nas plantações de milho e feijão, cortam a lenha para aquecer o fogão e tiram o leite do café da manhã. Quando era mais jovem, Gerdi, os filhos e marido tinham uma casa movimentada. “Ele – o esposo – gostava muito de receber as pessoas. Todos tocavam, cantavam e se divertiam nessa casa”, diz com saudade ao mostrar a foto do casamento. Nas festas da comunidade, ela ajudava a preparar os doces, fazia tortas e cucas para casamentos, tudo preparado no forno de barro que, de tempos em tempos, é usado. A vida em sociedade e a presença da família, para a aposentada, são fundamentais. “É o que nos fortalece”, ensina. Isolde Swarowisk conta que ficou viúva cedo e se dedicou à educação de Denise. A moça de 25 anos, que trabalha em uma empresa do ramo de sementes, é motivo de orgulho para a mãe. “Ela já está terminando a segunda faculdade”, conta entusiasmada. Com a mesma empolgação, Isolde descreve as viagens que teve a oportunidade de fazer com a filha. Já foi a Salvador, Belo Horizonte e viu o Pão de Açúcar. “Nunca imaginei que um dia ia ver tanta coisa bonita nesse País. Eu, que nasci na colônia, fiquei encantada com tudo”, alegra-se.
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Um pouco de colono e motorista Todos gostam de uma boa conversa na família de dona Gerdi Thier. Rogério, hoje com 56 anos, está sempre por perto da mãe e irmã. Ele cresceu na colônia, mas também foi motorista por 23 anos, reunindo em uma pessoa as duas categorias que celebram sua data neste 25 de julho. Já aposentado, construiu uma casa confortável onde mora com a mulher e a filha. Há poucos dias, concluiu as obras do quiosque com churrasqueira. “Também tenho um canto com fogão a lenha”, mostra, ao revelar que naquele
dia estava preparando duas panelas de feijão. Para ele, a vida no interior é motivo de sossego, embora, em algumas ocasiões, esse mesmo sossego tenha sido tirado pela cheia do arroio que passa perto da casa. “Foi uma correria só, mas ficou tudo bem.” Cuidar das vacas leiteiras, colher bergamotas nas árvores carregadas e conviver com a vizinhança, frisa Rogério, são atividades que dão prazer e ajudam a preservar alguns traços das origens de boa parte dos moradores da região.
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Um espaço
Trajes típicos por toda parte
para preservar as tradições
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oi em meio ao aroma dos pratos típicos e entre uma mordida e outra de cuca, no começo da década de 1980, que começou a ganhar forma um dos principais endereços de valorização da cultura alemã em Santa Cruz do Sul. Naquela época, a cidade contava com as tradicionais festas do chucrute, organizadas na Comunidade Evangélica CentroIECLB, mas a sensação era de que algo mais poderia ser feito para relembrar as origens locais. Foi nesse contexto que o professor Nelson Bender, já falecido, começou a se mobilizar. Ele, que coordenava o grupo de danças Polka, convidou amigos e conhecidos para plantar a semente da nova entidade. Em reuniões realizadas em uma sala do Sesc, começaram os preparativos, até que, em um jantar no dia 25 de julho de 1986. o Centro Cultural 25 de julho foi criado oficialmente. Um dos participantes desse momento, o advogado Eliceu Scherer, conta que o objetivo foi dar forma a uma entidade com a missão de cultuar as tradições locais. Até então, não havia algo do gênero em Santa Cruz, que, apesar de suas origens, carecia de iniciativas com esse objetivo. “O 25 de Julho surgiu com o objetivo de preservar as tradições teuto-brasileiras e segue nesse seu propósito”, afirma. Hoje, no pavilhão rústico jun-
Divulgação/GS
Centro Cultural 25 de Julho completa 30 anos e segue como uma referência em torno da valorização dos hábitos e costumes dos imigrantes alemães. Em busca de mais espaço para atividades, dirigentes planejam crescimento
to ao Parque da Oktoberfest, além de música, dança e boas recordações, homens e mulheres celebram a representatividade que o Centro Cultural 25 de Julho adquiriu, bem como sua participação no dia a dia dos santa-cruzenses. Mais do que um espaço cultural, o ambiente se destaca por congre-
gar em um mesmo lugar um pouco da identidade local, estimular a convivência entre os cidadãos e fomentar a preservação desses costumes entre as novas gerações. “Todos são bem-vindos no 25 de Julho. Identificar-se com a cultura é o que importa. Temos um espaço democrático”, completa o
A gastronomia e a música são alguns dos traços da imigração evidenciados a partir das ações propostas pelo Centro Cultural 25 de Julho. Mas em meio a tudo isso, chamam a atenção os trajes típicos que remetem às origens locais. Vistos sobretudo durante o período da Oktoberfest, os vestidos femininos ou os conjuntos masculinos com preto, branco e detalhes coloridos ajudam a dar um tom mais alegre à festa e aparecem também no comércio, restaurantes e pelas ruas. O uso desse tipo de roupa, relembra Scherer, que presidiu a entidade por quatro vezes, foi se difundindo a partir do grupo Polka. “Quando fui da comissão da Oktober, propus o meio-ingresso para quem chegasse com o traje típico no parque. Até hoje este hábito se preserva, ajudando a deixar a festa ainda mais especial e colorida”, orgulha-se, ao destacar a representatividade do 25 de Julho.
advogado que escreveu o estatuto da entidade. Na medida em que foi crescendo, o 25 de Julho conquistou novos adeptos e ampliou sua atuação. Assim, foram surgindo grupos para crianças – hoje há o mirim e o infantil, jovens e masters. “E ainda há o da terceira idade,
que tem danças e atividades específicas, como ginástica”, observa. Os encontros destes ocorrem nas segundas, com baile, mas há também atividades voltadas à convivência, como as viagens. O canto também é preservado, a partir de um coral que faz apresentações em diversos eventos.
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Esporte em evidência Um esporte que vem ganhando o mundo. O Eisstocksport, que teve suas primeiras primeiras partidas entre membros do Centro Cultural 25 de Julho, já trouxe uma série de títulos graças à dedicação de atletas de Santa Cruz e região, e ajudou a difundir uma prática que tem origem nos hábitos dos imigrantes vindos da Europa. A prática pode ser comparada ao tradicional jogo de bocha ou ao curling. Consiste em acertar, por meio de discos, o alvo sobre uma pista específica para o jogo, acumulando pontos, e pode ser disputado de forma individual ou por equipes. Em Santa Cruz, o Eisstocksport foi apresentado em 2003 por Reinaldo Emmel, já falecido, mas segue muito bem valorizado pelos competidores tanto na região como nas provas oficiais por diversos países. No começo, cerca de dez famílias participavam das atividades, mas hoje o número já chega a 40.
Divulgação/GS
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Em busca de espaço para a cultura Um dos maiores planos referentes ao Centro Cultural 25 de Julho é a captação de recursos para a construção de uma sede nova e mais espaçosa, a fim de abrigar atividades como dança, esportes, canto e outras tantas práticas de valorização das tradições. Eleita para comandar a entidade até 2018, Celi Durante diz que já foram recebidas manifestações favoráveis de empresas que podem auxiliar no projeto. Segundo ela, o orçamento inicial prevê investimentos na ordem dos R$ 3 milhões. A captação, ressalta, deve ser feita por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), mas também há planos de
buscar verbas via Lei Rouanet. “Esperamos que a partir de agosto tenhamos retornos das empresas que foram contatadas para ajudar.” Hoje, o Centro Cultural 25 de Julho conta com 279 famílias associadas. Entre as atividades que mais se destacam, salienta a presidente, estão a dança e os esportes. Há dois anos, também foi fundado um coral que é regido por Celso Sehnem. “Temos muitas iniciativas voltadas à integração e um grande trabalho desenvolvido com os mais jovens.” Um dos projetos que também estão em andamento visa à formação de um grupo de teatro.
No seu escritório no Centro de Santa Cruz, Eliceu Scherer gosta de ouvir música enquanto trabalha. Tem uma playlist com estilos variados que, segundo ele, ajudam a tornar o serviço mais agradável. Aos sábados à tarde, porém, o gênero musical que vem à tona é o das valsas de origem alemã. Durante o programa Folclore e Tradição, que está no ar desde 1987 na Rádio Gazeta AM, ele e a professora Maria Luiza Schuster dão notícias sobre eventos culturais, divulgam iniciativas de interesse da comunidade e tocam músicas essencialmente alemãs. “Temos colaboradores que enviam sugestões, mas estamos sempre pesquisando para apresentar sempre algo novo”, conta o advogado, que carrega sua seleção em um pendrive.
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Patrimônio
presente entre as famílias Entre os traços da imigração ainda muito presentes e cultuados no Vale do Rio Pardo, está a língua alemã, que vem sendo tema de iniciativas voltadas a sua valorização, como um projeto desenvolvido pela Unisc
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núncios avisam que os vendedores falam alemão. Vagas para determinadas funções, sobretudo no comércio, costumam dizer que o conhecimento da língua pode ser um diferencial. Nas ruas, programas de rádio e até em eventos religiosos, o idioma dos imigrantes continua presente. Transmitido entre gerações, ele já é classificado como um patrimônio imaterial para a comunidade de Santa Cruz do Sul e dos municípios vizinhos. Para garantir sua preservação, algumas iniciativas ganham força e visibilidade. Uma delas tem origem na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que, por meio do Departamento de Letras, desenvolve ações a fim de preservar esse e outros tantos aspectos relacionados à imigração. Batizado de Sprache Pflegen & Kultur Erleben (Cultivar Idioma & Vivenciar Cultura), o projeto de extensão é comandado pela subcoordenadora do curso de Letras da Unisc, Lissi Bender. O projeto visa contemplar aspectos que estejam presentes no cotidiano da população a partir dos Stammitsch Deutsch, que são encontros para resgatar costumes de famílias e vivências dos participantes, desde a culinária até a literatura e música, entre outras questões presentes no país de origem. “A língua alemã está em Santa Cruz do Sul, mas carece de empenho por parte de entidades representativas da sociedade. Ela pode ser ouvida nos mais diferentes espaços por onde se circule, mas é um cultivo solitário, mantido principalmente pelas famílias
O trinômio família-vida comunitária-igreja é um dos responsáveis pela manutenção e preservação do idioma até os dias de hoje. Embora, a campanha de nacionalização da era Vargas na década de 1930 tenha restringido as línguas estrangeiras no Brasil, ainda há marcas muito presentes que estão sendo resgatadas por meio de atividades como os Stammitsch Deutsch. Desde 2005, Santa Cruz do Sul também conta com o ensino da língua na rede pública municipal. Além de um complemento curricular, iniciativas como esta contam com tarefas voltadas à preservação de uma cultura que serve de base para toda a região.
Reconhecimento pela preservação cultural
e em encontros comunitários”, diz a professora que, no começo deste ano, concluiu o doutorado em Ciências Sociais – Antropologia Cultural na Universidade Eberhard-Karls de Tübingen, na Alemanha. Nas suas pesquisas, a santa-cruzense aplicou questionários para saber em que espaços os entrevistados identificam a presença do idioma na cidade; em que momentos fazem seu uso, em que medida ele faz parte de sua identidade e da identidade regional, e o significado do alemão para Santa Cruz. Outra curiosidade, conforme Lissi Bender, é que a língua falada no município está mais próxima do alemão padrão. Um dos fatores que contribuíram para isso, explica, é que os imigrantes enviados para a nova colônia eram pessoas que, em grande parte, sabiam ler e escrever.
Nomes em alemão Somados os diversos aspectos da origem local, acrescenta Lissi Bender, é possível compor e conhecer um pouco mais acerca do patrimônio imaterial que ajuda a dar identidade a Santa Cruz do Sul. “Existem também pesquisas que identificam nomes de fundadores do comércio e da indústria da cidade. A maioria deles são alemães ou descendentes.” Hoje, há locais que são
Em diferentes meios
conhecidos pelo nome dos fundadores, sobretudo na área central. Com a expansão comercial, novos negócios foram chegando e diversificando o mercado. “Contudo, percebe-se crescente interesse pelo uso de nomes em alemão no ramo comercial, como: Stadtbus, Bio Haus, Brot Haus, Kinder Haus, Kolonie Haus, Pasteten Platz, Wein Haus e Thomas Haus”, exemplifica.
A professora Lissi Bender recebeu no dia 18 deste mês, em Porto Alegre, o prêmio Distinção em Imigração Alemã, concedido como forma de reconhecer seu trabalho em torno da valorização e preservação da língua alemã, dos hábitos e costumes trazidos pelos imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul em 1824. A santacruzense abriu seu discurso dizendo que seus antepassados passaram a vida toda sem falar outro idioma e que ela, quando foi estudar na cidade, era alvo de discriminação por não dominar a língua portuguesa. “Em minha infância, a língua alemã fazia parte de forma tão natural como o ar que eu respirava. Somente adolescente, quando comecei a frequentar o colégio lá fora – na cidade –, que me deparei com um fato novo: no espaço educacional, eu era duplamente discriminada: eu era colona (adjetivo depreciativo para quem vinha do interior) e era grossa (porque falava alemão e não dominava o português). Somente mais tarde, já na Universidade Federal de Santa Maria, meus conhecimentos linguísticos foram va-
lorizados”, disse. Como monitora, começou a dar aulas de alemão na universidade, em substituição à professora que fora estudar na Alemanha. “Fiz curso de formação de professor no Goethe Institut de Belo Horizonte e fui também convidada a dar aula no Centro Cultural de Santa Maria. Mais tarde, lecionei alemão na Pontifícia Universidade Católica de Pelotas”, recorda. A vontade de aprender e o desejo de ter sua cultura valorizada fizeram a professora continuar seus estudos. Cursou licenciatura plena e fez pós-graduação em Língua Alemã na Unsinos e mestrado em Desenvolvimento Regional na Unisc. Recentemente, ela concluiu o doutorado em uma universidade da Alemanha.
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Trabalho
e dedicação para progredir Na história da imigração, muitos aspectos se destacam, desde a gastronomia até a convivência em sociedade. Por trás de tudo isso, encontra-se o empenho para produzir
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ma atividade tradicional desenvolvida no Vale do Rio Pardo mais uma vez conquistou visibilidade nacional na semana passada. Na visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o destaque foi a importância da lavoura fumageira para a economia nacional. Afinal, os números do setor são expressivos na Região Sul do Brasil: presente em 614 municípios , o cultivo do tabaco ocupa cerca de 144 mil famílias e corresponde a um valor bruto de R$ 5,5 bilhões. Alvo de ações que visam reduzir o consumo decigarros, a cultura fumageira tem resistido e é vista como uma das responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social dos municípios do Vale do Rio Pardo. Em Santa Cruz do Sul, onde estão localizadas as maiores unidades de beneficiamento da planta, setores estratégicos para a economia, como o comércio e a prestação de serviços, sentem os efeitos positivos da cadeia produtiva que, mesmo diante de um cenário econô-
mico turbulento, consegue manter sua representatividade, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Na ponta dessa cadeia estão homens e mulheres descendentes de imigrantes de origem alemã. Nesta época do ano, inclusive, eles estão envolvidos no processo de preparo das mudas de tabaco, que devem começar a ser transplantadas para as lavouras definitivas dentro das próximas semanas. Hoje mais atentos a aspectos como a preservação ambiental, adoção de boas práticas produtivas e cuidados com a segurança, os fumicultores sabem da importância de sua atividade e se organizam para continuar crescendo. Ao mesmo tempo, as empresas e entidades ligadas ao setor apresentam atividades voltadas à orientação agrícola, a fim de assegurar safras com qualidade e volume para suprir as necessidades de clientes de todo o mundo.
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Liberdade A agricultura é vista como uma referência das origens germânicas, mas não é a única atividade que tem sua procedência na imigração. Seja na área que for, o trabalho sempre esteve presente entre as famílias ao longo dos tempos. “O trabalho na terra dava o sustento necessário. Era dali que o colono/imigrante tinha a liberdade que ele não tinha na Alemanha, onde trabalhava para os senhores feudais. Quando eles chegaram, disseram ‘aqui é meu lugar’”, afirma a professora Lissi Bender, da Unisc. “Este era um dos sentidos de eles virem para Santa Cruz, um sonho de liberdade”, completa. E diante desse sentimento, prosperaram graças ao labor em todas as áreas.
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Qualidade de vida e oportunidades no espaço colonial
No caminho oposto ao da maioria das pessoas com sua idade, vera-cruzense encontrou oportunidade para progredir em uma das regiões mais tradicionais de imigração alemã. Satisfeito com as conquistas, ele agora sonha em plantar a própria lavoura
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oucos quilômetros separam a casa de Rodrigo de um dos pontos mais simbólicos quando o assunto é a formação de Santa Cruz do Sul. Morador de Alto Boa Vista, o rapaz de 29 anos é vizinho do lugar onde está instalada a cruz junto à qual foi celebrada a primeira missa de que se tem notícia em Santa Cruz, em agosto de 1854. Também é naquela área que fica a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, onde se encontra o busto de dom Alberto Etges, o primeiro bispo santa-cruzense. Há cerca de dois anos, Rodrigo de Andrade decidiu fazer o caminho inverso ao da maioria das pessoas com sua idade. Nascido naquela região, ele até chegou a tentar a vida na cidade. Por algum tempo morou em Vera Cruz, onde teve a chance de trabalhar na área da construção civil, ajudando em obras. Mas a redução na demanda pela atividade, o custo de vida cada vez mais alto e o desejo de levar uma vida um pouco mais tranquila fizeram com que ele voltasse. “Vi a oportunidade que não estava encontrando na cidade”, explica. A oportunidade que ele se refere tem a ver com trabalho e perspectivas. “Aqui tenho sempre o que fazer. Ajudo no plantio do fumo, cuido do gado, das plantações. Nunca fico parado. Hoje não dá para ficar parado”, diz enquanto corta lenha para aquecer a casa nas noites de inverno, naquela que costuma ser uma das localidades mais frias da região. O fato de ser jovem e morar a quase 20 quilômetros da área central, o que para alguns poderia ser um desafio, na opinião de Rodrigo é sinônimo de qualidade de vida. Além de trabalhar e fazer economias, ele é grato pelo que encontra no seu entorno. “Aqui dá para plantar, colher. Tem os animais, a fruta no pé e a tranquilidade. A vida fica mais fácil”, acredita.
Em tempos de globalização, comunicação instantânea e redes sociais, Rodrigo de Andrade, também conta com os recursos tecnológicos. Antes, o celular não funcionava. Mas a antena construída no topo de um dos morros de Alto Boa Vista o deixa em contato com o mundo e os amigos. Dá para saber do que acontece, conferir a agenda para o fim de semana e planejar o que fazer. “Raramente vou para a cidade. Aqui, nos fins de semana, tem o jogo de futebol; às vezes acontecem festas. Dá para se divertir sem gastar muito”, afirma. Animado, ele conta que já conseguiu adquirir uma moto graças à força do trabalho no meio rural. E faz planos de, quem sabe quando as coisas melhorarem, investir também em um pedaço de chão para ser dono da própria lavoura.
Lazer em meio ao sossego A bicicleta avança fazendo poeira pela estrada cheia de curvas. É terça-feira de uma tarde ensolarada em julho. Pelo caminho por onde passaram e ainda passam homens e mulheres que têm sua vida baseada em costumes típicos dos imigrantes alemães, um adolescente de 14 anos aproveita o recesso escolar. Esse adolescente é Grigor Cassiel Storch, que pedalou cerca de dez quilômetros para visitar amigos na localidade de Boa Vista, no interior de Santa Cruz do Sul. Morador de Linha Nova, o garoto já viveu na cidade, mas há dois anos mudou-se para o interior e já está muito bem adaptado à realidade de lá. Matriculado no sexto ano do Colégio Monte Alverne, Grigor descobriu um modo mais tranquilo de levar a vida, tanto que só visita o Centro de Santa Cruz quando precisa fazer compras de roupas ou materiais escolares. Como todo adolescente, é claro que ele gosta de estar em contato com os amigos e colegas de aula, e não abre mão das facilidades do mundo digital. “Mas gosto desta calma que tem por aqui. É agradável toda essa natureza e a internet nem funciona muito bem lá em casa. Acho que não faz tanta falta”, conta, ao observar a paisagem cercada de verde.
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Planejamento ajuda a dar bons resultados
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Junio Nunes/Divulgação/GS
Sistema de gerenciamento possibilita que produtores de tabaco tenham mais condições de organizar sua atividade e, assim, diversificar a propriedade e ampliar os rendimentos
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gerenciamento das propriedades agrícolas tem sido determinante para quem deseja obter bons resultados. Um programa lançado há nove anos vem contribuindo para mudar a realidade das 240 famílias participantes, nos 12 núcleos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Batizado de Propriedade Sustentável, o trabalho é mantido pela Souza Cruz. Com a utilização do software Contagri, desenvolvido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri, de Santa Catarina, a gestão das pequenas propriedades ganhou em controle e resultados. Exemplo disso é a propriedade da família Bierhals, no interior de Canguçu. O produtor Márcio Leandro Marquardt Bierhals, 28 anos, sabe a importância de planejar a produção e gerenciar todos os recursos de que dispõe. Ele participa do programa há sete anos e conhece os dados de cada uma das culturas que produz na propriedade de 22 hectares. Com a novidade, Bierhals dispõe de ferramentas e capacitação para aprimorar os sistemas produtivos e a gestão das terras, com ênfase no desenvolvimento sustentável, planejamento de atividades, gestão financeira e respeito às questões socioambientais. Com o acompanhamento do orientador agrícola Rodrigo Kohler, ele planeja todas as atividades, as despesas com a produção e a remuneração salarial da família. Desde 2011, após a aposentadoria dos pais, que foram morar na cidade, ele administra a área com a esposa Simoni Hartwig Bierhals, 27 anos. O casal tem um filho, Gabriel, de 8 anos, que estuda no terceiro ano da Escola Municipal de Ensino Dr. Jaime de Faria, em Canguçu. “Temos o planejamento de todas as ações aqui, não acordo um dia de manhã sem saber exatamente onde começar o trabalho”, revela o produtor.
Produtividade Em cada safra, o produtor planta 60 mil pés de tabaco em 3,6 hectares. Na temporada 2015/2016 chegou a 12,3 mil quilos, com uma produtividade de 3.416 quilos por hectare, muito além da média da região. Isso tudo com a mão de obra de apenas duas pessoas, o produtor e a esposa. “O planejamento nos dá uma programação. Se chove, temos alternativas, não ficamos parados”, explica Simoni. Chegar aos 13 mil quilos está no planejamento do casal, mas sempre com qualidade. Para a safra que está se iniciando, Bierhals pretende produzir cerca de 1,5 hectare de tabaco com fertirrigação (técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado), o que representa 40% da área cultivada.
Seja cultivando a terra ou transportando riqueza para todos, eles cooperam com um país mais forte. 25 de julho, Dia do Colono e do Motorista. O Sicredi parabeniza estes grandes profissionais.
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Rodrigo Assmann
Otimismo
e aprendizado para os desafios Em meio às descobertas no complexo setor de transportes e desafios da vida, jovem conhece um novo mundo entre os caminhões e fretes na transportadora da família
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euforia com que recebe o convite para falar da sua relação com os caminhões e, consequentemente, sobre o trabalho no segmento de transportes já demonstra o gosto que Fernanda Ribeiro Kirich tem pela profissão. Aos 28 anos, a jovem foi levada para essa atividade por acaso. Ela trabalhava como estagiária em um banco e começava a fazer planos para o futuro, quando a mãe, Derci, que cuidava da empresa da família, adoeceu. De uma hora para a outra, Fernanda precisou tomar as rédeas do negócio. “Eu não sabia nada, mas precisava ajudar, pois era necessário”, conta. O medo inicial e as
experiências não muito positivas foram compensados pela colaboração de colegas e com a força que recebeu da família. Imersa nas questões burocráticas da empresa, Fernanda precisou aprender e se dedicar muito. Há cerca de cinco anos, em busca de uma nova estratégia para assegurar o crescimento dos negócios, ela passou a contar com a ajuda do pai, Clóvis, que deixou o emprego para ajudar no negócio. Ao conhecer a linguagem dos transportes, bem como todas as demandas que envolvem o ofício, Fernanda foi se familiarizando com os caminhões. Quando não estava no escritório cuidando da papelada, embarcava no possan-
te, fosse para um pequeno frete ou para levá-lo até a oficina. “É uma sensação indescritível dirigir um caminhão. Depois disso, o carro até perde a graça”, brinca. Enquanto ia desbravando os novos caminhos, fosse na estrada ou na gestão do negócio, Fernanda contou com a ajuda e, segundo conta, paciência de toda a equipe. “Os motoristas me ensinaram muito. Aprendi também a conhecer a mecânica dos caminhões. Ia para as oficinas, borracharias e aos poucos entendia o que estava acontecendo.” A empolgação, a vontade de crescer e ver a empresa prosperar foram combustíveis que ajudaram Fernanda e a família a en-
Oportunidade Embora o cenário econômico seja desafiador para o segmento dos transportes, Fernanda e a família têm planos de crescer. Com esse objetivo, estão inclusive em busca de pessoas para atuar na área comercial, que ajudem a captar novos clientes.
carar os desafios. “Muitas vezes, minhas amigas saíam para as festas e eu vinha para cá trabalhar. As dificuldades foram imensas, tivemos prejuízos, mas não desanimamos”, recorda, ao lembrar da vez em que um caminhão se incendiou e outro foi roubado. Passado o período crítico, e com a casa em ordem, Fernan-
da e a família estão mais tranquilos, adotaram novas estratégias de negócio e miram agora no desenvolvimento da empresa. A mãe já está recuperada e acompanha a filha. Com uma equipe de dez funcionários, a empresa opera com uma frota de 45 caminhões que faz fretes para todas as regiões do Brasil.
Onde encontrar
aliada da mobilidade
Aplicativo para o transporte coletivo a ser lançado hoje visa facilitar a vida de quem precisa usar ônibus urbanos e linhas interurbanas que partem de Santa Cruz para Venâncio Aires
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ma solução inovadora promete fazer a diferença na vida daqueles que precisam de ônibus no dia a dia. A partir de um aplicativo no qual estão registrados todos os itinerários e horários dos veículos, a empresa Stadtbus, com sede em Santa Cruz do Sul, lança hoje um sistema inédito na região. Com o recurso, que tem como base o Here Maps, um dos mais completos bancos de dados da atualidade – utilizado em carros das marcas BMW, Audi e Mercedes-Benz e no sistema de localização do Facebook –, será possível saber praticamente em tempo real se o coletivo se aproxima de um determinado terminal. A partir dessas informações, o usuário terá como definir seus horários de deslocamento. O aplicativo foi desenvolvido partir do mapeamento de todas as operações da
empresa em Santa Cruz e também nas linhas intermunicipais para Venâncio Aires. Assim, quando o usuário baixá-lo, poderá fazer as consultas por meio de dispositivos móveis, como o smartfone, ou na página da concessionária. Conforme Cristiano Martins, representante da empresa que desenvolveu o sistema da Stadtbus, trata-se de uma das mais completas soluções para a mobilidade nos dias de hoje. “Existem funcionalidades que o aplicativo vai disponibilizar ao usuário, como, por exemplo, acessar aqueles horários de sua preferência. Além disso, dará para estimar o tempo de deslocamento entre um ponto e outro, ou seja, dando maior flexibilidade para chegar aos compromissos”, explica. Hoje o Here está disponível em Campo Grande, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Blumenau.
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Dejair Machado
Tecnologia
• O aplicativo está disponível gratuitamente em Here Maps para os sistemas Android, iOS ou Windows Phone. Além do acesso online, o usuário poderá baixar as informações que forem de seu interesse para consultálas sem consumir os dados de internet do seu telefone.
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Agilidade na comunicação O benefício da novidade, conforme o supervisor operacional da Stadtbus, André Oliveira, é a oferta de informações claras e com elevada precisão. Por exemplo, uma pessoa que desembarcar na Estação Rodoviária de Santa Cruz poderá usar o aplicativo para saber qual a próxima linha que vai ao destino desejado, bem como o número de pontos pelos quais vai passar e os horários estimados. “É um novo momento no planejamento do transporte público”, frisa. A empresa também vai disponibilizar as consultas aos horários e itinerários em sua página no Facebook, que poderá ser acessado pelo desktop tradicional.
Saiba mais • O Here, aplicativo a ser lançado hoje pela Stadtbus, já está disponível nas linhas da empresa em Cachoeirinha.
• Atualmente, a transportadora opera com 12 linhas em Santa Cruz do Sul, mais duas intermunicipais para Venâncio Aires. Estão cadastrados na base do app 350 pontos de parada e 110 viagens diárias que, juntas, representam 330 horários.
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Profissional
É preciso pensar na conservação A agricultura é a base para o sustento de milhares de famílias brasileiras, que, com sua força e dedicação, ajudam a produzir alimentos e riqueza. Mas ao mesmo tempo em que essa atividade dá retornos positivos, sejam eles econômicos ou sociais, precisamos ficar atentos às práticas que adotamos a fim de assegurar que a base de tudo, o solo e as águas, o meio ambiente em geral, se mantenham preservados e possam seguir alimentando as gerações futuras.
No dia a dia das rodovias, mais do que dirigir com segurança e prudência, motoristas têm a responsabilidade de entregar as cargas nos destinos sem atrasos. Para isso, atenção e dedicação ao ofício são fundamentais Lula Helfer
Nos municípios do Vale do Rio Pardo, onde a atividade faz parte da tradição dos moradores, o Dia do Colono e Motorista serve de reflexão acerca da importância da adoção de uma agricultura conservacionista. Ao longo dos anos, entidades ligadas ao setor e também empresas difundiram muitas orientações nesse sentido e os resultados já aparecem.
quer reconhecimento nas estradas
O caminho para alcançarmos os melhores resultados no meio rural exige um planejamento constante e atenção a pelo menos dois aspectos. O primeiro é o investimento em tecnologias que tornem o trabalho mais prático e seguro para o agricultor. O outro fica por conta dos profissionais da classe agronômica, que precisam estar em constante atualização para assegurar uma melhor assistência técnica a quem produz. É a partir dessa visão conjunta em busca de uma produção mais eficiente e equilibrada para os colonos que pode-se alcançar boas safras e qualidade na produção. Na outra ponta dessa importante cadeia econômica, os motoristas também acabam se beneficiando, pois serão eles que vão transportar toda essa riqueza. Mais um aspecto que devemos enaltecer hoje é que, mesmo em tempos de crise, precisamos, juntos, encontrar oportunidades para seguir crescendo. E sabemos que, no que depender de colonos e motoristas, a agricultura brasileira mais uma vez fará com que o País volte a crescer. Parabéns a todos!
O
Curso A Associação dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Rio Pardo (Aeavarp) aproveita esta data para divulgar iniciativas que possam contribuir para o fortalecimento da agricultura. Entre os dias 3 e 5 de agosto a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo), realiza o curso de Atualização Agronômica em Agricultura Conservacionista, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo. O curso terá carga horária de 24 horas. O objetivo é contribuir para a implementação da agricultura conservacionista no Rio Grande do Sul, aprimorando a participação agronômica no manejo da fertilidade do solo com consequente incremento da rentabilidade agrícola, das cadeias produtivas que integram o agronegócio, do crescimento econômico do Estado e da qualidade de vida no meio urbano e rural. aeavarp@gmail.com
caminho na maioria das vezes é longo, a jornada, embora seja limitada por questões legais, não raro é exaustiva. Até chegar ao destino, além de perícia ao volante, quem se dedica à profissão de motorista precisa estar atento a uma série de aspectos, como cumprir o roteiro e a segurança. No fluxo constante das rodovias, esses profissionais desempenham uma missão vital para a sociedade. É nos caminhões, sejam eles com grandes cargas ou encomendas menores, que o fruto do trabalho de homens e mulheres, na agricultura ou nas indústrias, chega ao consumidor final. Nos últimos tempos, por várias vezes, os transportadores demonstraram a força que têm. Insatisfeitos diante de questões como o aviltamento dos valores pagos pelos fretes, eles protagonizaram uma das maiores mobilizações de classe já vistas ao bloquear rodovias como forma de mostrar a força e importância que têm. Nascido no Paraná, Laurecir Hulse, 42 anos, não tem dúvidas de que seu trabalho é importante para a economia e considera que atos desse tipo são capazes de ajudar. Desde que começou a dirigir, há cerca de 14 anos, foi aprendendo a decifrar os códigos
das estradas, desbravou caminhos, conheceu pessoas, mas também enfrentou dificuldades. “Nem adianta falar. Ser motorista é receber críticas. Os outros (condutores de carros) acham que estamos nas estradas para atrapalhar o trânsito. Quando dá um acidente, a primeira coisa que dizem é que foi responsabilidade do caminhoneiro”, queixa-se. Orgulhoso da tarefa que desempenha, tenta desfazer a imagem negativa que costuma ser associada à categoria. “O caminhoneiro é importante para a sociedade, sim. Sem nosso trabalho, tudo para. Mas parece que as pessoas não têm consciência disso”, ressalta. Tirando esse aspecto, a motivação por ter um emprego dá forças para seguir ganhando as estradas. Hoje, na empresa em que trabalha, Hulse costuma viajar com frequência para São Paulo e Rio de Janeiro. Além de tomar cuidado para evitar acidentes, tem plena consciência da responsabilidade que tem para entregar as cargas no destino. Outra preocupação é com o caminhão, mantido sempre impecável durante a jornada. “Esta é minha missão e o mais gratificante é poder voltar para casa e encontrar a família”, ressalta.
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o motor, depois o volante Desejo de conduzir caminhões pelas mais diferentes estradas se transformou em profissão e segue alimentando os sonhos de motorista santa-cruzense
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essei Fagundes Ruas tem 49 anos. É daquelas pessoas que gostam de uma boa conversa e colecionam histórias de vida. Motorista há quase três décadas, trilhou um caminho diferente do usual até assumir o caminhão. Quando foi para o Exército no começo da década de 1980, teve a chance de conhecer a disciplina militar e, aliado a isso, aprendeu a trabalhar na área de manutenção. Fora do quartel, atuou como mecânico por algum tempo até que, de tanto mexer em motores e nos demais sistemas do veículo, mudou de lado. “Saí da mecânica para a direção”, resume. Mas sua história é bem maior. Enquanto foi avançando pelas estradas brasileiras, Gessei conheceu pessoas, teve contato com as artimanhas dos transportes e acumulou
registros que hoje recheiam sua bagagem. Uma das lições é a cautela diante dos riscos que o trânsito impõe. “Estar sempre atento aos outros e às condições das estradas é questão de sobrevivência”, reconhece. Orgulhoso por nunca ter sofrido acidentes, Ruas é modesto ao falar sobre o seu ofício. “Nunca se pode dizer que é o melhor, mas deve-se fazer o melhor trabalho sempre”, conta, ao lembrar que o desejo de ser motorista o acompanhou desde a juventude. Cuidado, paciência e, acima de tudo, respeito com os demais personagens do trânsito fazem parte da fórmula desenvolvida pelo santa-cruzense para desempenhar um bom trabalho.
As responsabilidades de um caminhoneiro, no entanto, vão além disso. Enquanto dirige pelas estradas do País, ele também precisa permanecer atento a questões burocráticas, como as notas e demais documen-
tos referentes aos carregamentos. “Dirigir é parte do trabalho, mas temos que prestar atenção para que as cargas sejam entregues no lugar certo. Senão, o serviço não sai como deveria”, ensina.
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Além dos buracos, economia desafia transportadores
Custos elevados, malha viária sucateada e legislação cada vez mais rigorosa se tornam os principais entraves para quem trabalha com o transporte de cargas no Brasil. À espera de melhorias, setor mantém mobilização
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lista de queixas parece não ter fim. Estradas com asfalto deteriorado, sinalização precária, pedágio que sobe sem parar, impostos, elevados cus-
tos para manutenção da frota e de pessoal colocam em risco uma das atividades mais tradicionais e essenciais para a economia. É o que aponta Alaor Canêz,
da delegacia regional do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs). “O País está demolido”, lamenta.
Para o empresário, não é exagero dizer que o setor de transportes e logística enfrenta a pior crise de todos os tempos. Empresas que há bem pouco tempo conseguiam manter um plano de investimentos agora têm de encontrar alternativas para se manter competitivas. Para isso, cortes de gastos e busca por novos processos são algumas das medidas que passaram a ser adotadas. Segundo o representante sindical, há casos em que a retração dos contratos foi de até 30%. “Hoje a maioria das transportadoras e frotistas estão com parte dos caminhões parados. Na minha empresa tenho caminhão parado, mas caminhão tem é que estar rodando”, ressalta. O motivo para este cenário, acredita, está em outro elo da cadeia: a indústria. Com queda na produção e consequentemente na comercialização dos produtos, as empresas operam em um ritmo mais lento. “Os transportadores são um grande termômetro da economia, pois logo sentem as dificuldades que mais tarde irão se refletir nos demais setores”, acrescenta. Temas como esses estiveram em pauta na Transposul, feira e congresso de transporte e logística, realizada entre os dias 12 e 14 deste mês em Porto Alegre. Ao
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reunir palestrantes como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o evento evidenciou a preocupação dos transportadores gaúchos em buscar alternativas que possibilitem o desempenho de suas atividades de uma forma, no mínimo, mais sustentável. Em meio às palestras, exemplos de iniciativas que deram certo e debates acerca da legislação dos transportes revelaram o desejo e a necessidade de se organizar para fazer frente aos desafios. Na pauta, exposições de produtos, tecnologias e serviços desenvolvidos pelas principais fabricantes de caminhões do Brasil trouxeram à tona uma nova realidade para os negócios de transportes, que precisam estar em uma constante reinvenção.
Cenário No embalo do otimismo que tomou conta do Brasil nos últimos anos, indústria, comércio e prestadores de serviços viram seus gráficos de desempenho subirem rapidamente. Nessa euforia, os caminhões ganharam as estradas para garantir que as entregas fossem feitas dentro dos prazos. A expansão foi tamanha que, na região de Santa Cruz do Sul, empresas do setor de transportes precisaram ir em busca de profissionais a fim de suportar a demanda. Faltava até caminhão para dar conta de tanto frete. “Entre 2013 e 2014, tivemos bons resultados. O primeiro semestre de 2015 também foi assim, mas logo começou a cair e tudo o que se ganhou foi perdido. Os combustíveis subiram, o pedágio, pneus e manutenção também. As empresas não conseguiram se recuperar e muitas precisam cortar custos para sobreviver”, lamenta o dirigente. A isso, soma-se a mudança na legislação que vem ampliando a lista de obrigações das empresas.
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Rodrigo Assmann
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Perfil Hoje Santa Cruz do Sul conta com dois segmentos mais fortes na área de transportes. São eles o de cargas fracionadas, que tem cerca de 14 empresas, e o de contêineres, com 25 representantes. O primeiro consiste em entregas entre clientes e lojas, enquanto o outro leva os carregamentos de indústria para indústria.
Sem perder a esperança A persistência é uma das características mais conhecidas entre aqueles que trabalham com transportes. Afinal, quando precisam entregar uma carga, não há barreiras capazes de impedir que a missão seja cumprida, nem mesmo os buracos no asfalto. E na esperança por dias melhores, as atenções dos transportadores de todo o Rio Grande do Sul se voltam para o Vale do Rio Pardo, mais precisamente Santa Cruz do Sul. O motivo é o projeto para implantação de uma plataforma logística na cidade. O estudo desenvolvido pela empresa de consultoria M. Stortti Business, apresentado em 2015, deu um novo passo na semana passada, quando foram anunciadas duas sugestões de área para sua implantação. Mesmo que a proposta ainda deva levar algum tempo para se consolidar, segun-
do Alaor Canêz, do Setcergs, o fato de haver uma mobilização em torno do assunto é um bom indicativo. “Santa Cruz já possui localização estratégica e só tem a ganhar com isso”, ressalta. Hoje já existe uma estrutura organizada, sobretudo na região do Distrito Industrial, que conta com empresas responsáveis por transportar parte da produção do local, especialmente o tabaco processado nas indústrias. “A localização geográfica, que possibilita acesso às principais rodovias do Estado, e a vocação e tradição nessa atividade são indicativos de que a região merece e tem condições de receber esse investimento. Há cursos, como o oferecido na Escola Goiás, que demonstram a profissionalização do setor para atender as empresas na área de logística”, acrescenta.
Futuro Iniciativas como os cursos na área de logística são vistas como um bom indicativo para a manutenção e crescimento da atividade, na opinião do representante do Setcergs. Embora reconheça que os desafios ainda sejam grandes e a economia permaneça retraída, o que se reflete nos transportes, Alaor Canêz tem
esperanças para o segundo semestre em termos de fluxo dos negócios e novas operações. “Há um setor forte de brinquedos e acessórios para lazer que deve movimentar as frotas. Ainda temos a chegada do fim de ano, que pode ajudar. Mas o mais importante mesmo é uma reação da indústria.”
Aos nossos Colonos e Motoristas nosso agradecimento pelo empenho e dedicação em fazer um grande trabalho! Dia do Colono e Motorista
ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE CANDELÁRIA
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Estratégias O cenário retraído tem mudado a forma como as empresas de transporte e logística conduzem suas atividades. Como nas demais áreas, muitas delas precisaram enxugar o quadro de pessoal como forma de reduzir custos. Mas não houve apenas demissões. Segundo Alaor Canêz, os ajustes
também passam pela conscientização das equipes, programas de treinamento e qualificação para encarar as exigências do mercado. “Neste período de retração, os investimentos em qualificação se tornam indispensáveis. Hoje os motoristas devem estar preparados”, aponta.
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Marcas, hábitos
Edição e textos: Dejair Machado dejair@gazetadosul.com.br • Diagramação: Rodrigo Sperb
Festas
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e tradições ainda presentes
Chegada dos imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul a partir de 1824 contribuiu para a formação de cidades, como as do Vale do Rio Pardo, e manteve um legado cultuado entre as famílias da área urbana e interior
O
s tempos mudaram. As casas estão mais confortáveis, o transporte – embora ainda precise evoluir – ajudou a encurtar distâncias, as escolas ganharam uma estrutura mais adequada, os serviços de saúde também ficaram mais acessíveis. A agricultura, ainda base para o sustento de milhares de pessoas, segue rendendo safras volumosas e o desafio, agora, é conquistar uma boa remuneração na hora da venda. Hoje a realidade dos descendentes dos imigrantes de origem germânica contrasta com as histórias que se ouve entre as famílias. No passado, quando apenas a força de vontade era capaz de vencer os rigores de uma terra nova e com pouca – ou nenhuma – infraestrutura, o trabalho e a dedicação foram os meios para fazer frente a situações extremas. Porém, as agruras vividas há mais de um século, que para muitos teriam motivos de sobra para serem esquecidas, são vistas como importantes ele-
mentos na formação das atuais gerações. As marcas, costumes e tradições do imigrante alemão seguem inspirando histórias e ajudam a compor um dos mais diversos patrimônios culturais do Rio Grande do Sul. E não se trata apenas da Oktoberfest, que se consolidou como o principal evento do calendário de Santa Cruz do Sul. Pesquisas feitas por acadêmicos das mais diversas áreas têm resgatado alguns dos aspectos que ainda prevalecem entre as famílias, sejam elas moradoras das áreas urbanas e rurais. “Primeiro devemos lembrar que o Brasil foi uma colônia de Portugal. No Rio Grande do Sul, o colono tem a ver com a colonização das terras devolutas para prevenir a ocupação espanhola. Essa colonização, por sua vez, foi feita por imigrantes que vieram para cá. São os colonos que ajudaram a preservar e produzir aqui”, explica a professora de História e pesquisadora Maria Luiza Rauber Schuster.
Em melhores condições, a vida em sociedade No caso dos imigrantes alemães, que têm a data de sua chegada ao Estado celebrada neste 25 de julho, as contribuições são identificadas em áreas hoje reconhecidas pela força e representatividade econômica. “Os imigrantes que vieram para cá não eram agricultores. Eles receberam pequenas propriedades onde puderam produzir para a subsistência”, conta a professora. Com o passar do tempo, o comércio começou a se desenhar nas comunidades. O arroz e feijão eram vendidos, pois não eram gêneros de consumo habitual entre as famílias. Trigo, cevada, batata, milho usado sobretudo para ra-
Espaço para negócios Em uma época na qual as comunicações eram quase inexistentes, os contatos entre amigos, parentes e vizinhos se davam em raras ocasiões. As sociedades germânicas, com seus eventos festivos, tornavam-se ideais para os encontros e festejos. “Às vezes, nesses encontros era que se decidiam os melhores investimentos”, aponta Maria Luiza Schuster.
ções, não eram colocados à venda. Aos poucos, a comercialização ia rendendo dinheiro, que possibili-
tou a estruturação da vida social. É quando, ressalta Maria Luiza, os imigrantes adquirem condições de pensar em uma vida melhor. “Na chegada, eles não tiveram outra alternativa. O objetivo era trabalhar para sair daquela miséria.” No momento em que estavam mais organizados e conseguiam vender o excedente da produção, os colonos foram prosperando. Nesse contexto, exemplifica a professora, surge em 1866 o Clube União, um espaço para a convivência entre os moradores. Outro foi a sociedade alemã de atiradores de Rio Pardinho, de 1882, que hoje se soma a cerca de 40 congregações tradicionais.
O feriado em homenagem ao Dia do Colono e Motorista costuma ser de comemoração no Vale do Rio Pardo. A data é um convite à confraternização, sobretudo para moradores do interior. • Uma das comemorações mais tradicionais da região acontece em Monte Alverne. Hoje, desde o começo da manhã, mas com o forte das atrações durante a tarde, os moradores se encontram no Salão Heck para as festividades que têm como destaques jogos germânicos, desfile de sociedades de damas e cavalheiros, música, dança, gastronomia típica e, acima de tudo, integração. Um dos pontos altos da programação é a eleição do rei dos cavalheiros. O tesoureiro da Sociedade Lanceiros Gaúchos, Eguidio Assmann, ressalta que pessoas de toda a região costumam ir até o local. “É mais famoso que o Campeonato Brasileiro”, compara. Na festa, também há premiação concedida ao competidor que acumular a maior pontuação em jogos disputados a cada dois meses ao longo do ano anterior. Em 2016, a faixa e medalha de rei serão concedidas a Harry Nagel. Já o primeiro e segundo cavalheiros serão Pedro Goerck e André Klamm. Ainda haverá a entrega do título de sócio honorário a Nilsio Sulzbacher, que completa 25 anos de participação na sociedade fundada em 1913. • A Sociedade Cruzeiro do Sul, de Boa Vista, em Santa Cruz do Sul, também terá comemorações alusivas ao 25 de julho. A programação começa às 10 horas com culto ecumênico na igreja e apresentação do Coral Cruzeiro do Sul. Após, acontece a bênção dos carros até o ginásio. Ao meio-dia será servido almoço. As festividades seguem com hora cívica, reunião dançante e baile. • Em Vale Verde, a comemoração deste 25 de julho será na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana. A partir das 15 horas ocorre o desfile de entidades do município e às 17h30, apresenta-se o grupo de danças alemãs Die Schwalben, de Venâncio Aires. Uma hora depois o show será com os Atuais, durante quatro horas de baile. Este será o primeiro ano em que ocorre desfile de entidades, organizado pela comunidade de Vale Verde. Conforme a presidente, Rejane Wagner, o ginásio local completa 29 anos, o que motivou a organização da festa no Dia do Colono e Motorista.