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ESPECIAL GAZETA DO SUL • Sábado e domingo / 27 e 28 de agosto / 2016
Psicólogo Importante como qualquer área da saúde Neste 27 de agosto, comemora-se aquele que estuda o comportamento humano e seus processos mentais. Para homenageá-lo, a psicóloga clínica Fátima Corá Brandt esclarece questões relacionadas à Psicologia
GS - Na realidade, que tipo de trabalho o psicólogo desenvolve na área clínica e a quais perfis de pessoas? FCB - Qualquer pessoa pode ter acesso ao atendimento com o profissional da Psicologia, não é necessário ter um transtorno acentuado para procurar um suporte. O psicólogo (a) possui conhecimentos para possibilitar que a pessoa reveja sua vida, modificando as condutas que estejam lhe trazendo algum tipo de conflito. O trabalho desenvolvido dentro da clínica vai desde um simples aconselhamento ou orientação até a ressignificação total da vida de uma pessoa. Diferente do
que se ouve no senso comum, o profissional da Psicologia não é um amigo e sim alguém com aparato técnico e teórico capacitado para conduzir o sujeito de forma ética e sigilosa a rever sua relação com o mundo que o cerca.
Divulgação/GS
Gazeta do Sul - Apesar de vivermos a era da informação, mitos e tabus ainda rondam a Psicologia e seus profissionais. Qual a imagem mais comum que você ainda percebe sobre eles? Fátima Corá Brandt - Conforme colocado, embora estejamos bem avançados na era da informação, alguns mitos ou tabus ainda prevalecem quando se trata da necessidade de recorrer ao trabalho de um profissional da psicologia. É muito comum ouvir pessoas dizendo que “psicólogos são para loucos” ou então “me falaram para procurar um psicólogo, mas não estou louca (o)”. Na verdade talvez essa associação da Psicologia com a loucura se deva ao fato de que o sofrimento mental sempre foi visto como loucura e foi tratado na forma de isolamento social. A Reforma Psiquiátrica no final da década de 70 foi a grande responsável por rever a questão da loucura e desativar os manicômios ou parte deles, reconduzindo as pessoas para suas famílias e para a sociedade. Mas enfim, o que pretendo dizer é que o trabalho do psicólogo vai muito além e é tão necessário e importante quanto qualquer outra área da saúde. Costumo falar para meus pacientes que a diferença entre o sofrimento psíquico e o sofrimento por um câncer é única e exclusivamente o diagnóstico, pois através de exames é possível comprovar uma célula cancerígena ou doente, enquanto que o sofrimento psíquico é uma dor silenciosa de difícil comprovação.
GS - Quais os benefícios que o atendimento psicológico pode proporcionar? FCB - O espaço da terapia é o momento em que entramos em contato com nosso “eu” e, conduzido pelo profissional, fazse o exercício de transitar pelos mínimos detalhes da vida, dando a cada detalhe o devido significado. Sem a menor sombra de dúvidas, o contato com a terapia possibilita grandes alterações na vida das pessoas e um grande alívio para as dores da alma.
O psicólogo (a) possui conhecimentos para possibilitar que a pessoa reveja sua vida, modificando as condutas que estejam lhe trazendo algum tipo de conflito. O trabalho desenvolvido dentro da clínica vai desde um simples aconselhamento ou orientação até a ressignificação total da vida de uma pessoa.
GS - O tratamento psicológico é considerado um tratamento caro, nem todos podem pagar. Nesse caso, como ficam as pessoas que necessitam de um atendimento e não têm recursos financeiros para isso? FCB - Concordo, porém faço uma ressalva. Na verdade, tratar a saúde em nosso País é caro. Ainda não se tem a cultura de trabalhar na prevenção e sim no tratamento dos sintomas. Lembro que nos bancos da universidade se discutia muito o fato de falarmos em tratamento da doença e pouco em prevenção da saúde e, talvez por isso, as políticas públicas não estejam conseguindo dar conta em pagar tantos tratamentos e abarcar tanta demanda. Mesmo assim, os profissionais estão aderindo a alguns convênios para facilitar o acesso da população e, assim, amenizar as necessidades.
GS - Quais as demais atribuições possíveis de um psicólogo? FCB - A profissão de psicólogo tem como premissa o ser humano e suas relações. A área de atuação da profissão é bem ampla, vai muito além da clínica. Entre as atuações pode-se destacar o âmbito escolar, organizacional, institucional, jurídico, entre outras. Porém, em todas as atuações o trabalho é desenvolvido na promoção da saúde e na qualidade de vida de cada pessoa. GS - Como se dá o atendimento quando a pessoa apresenta problemas variados? FCB - O profissional da psicologia, por considerar a pessoa como um ser biopsicossocial, busca desenvolver seu trabalho de forma multiprofissional, fazendo encaminhamentos quando necessário para outras aéreas da saúde.
Cibele de Bem Alves Nemecek CRP 07/20231 Psicóloga
Fátima Corá Brandt CRP 07/23032 Contato (51) 9334 0386
Daniele Roesch CRP 07/23047 Contato (51) 9259 5595
Psicólogas
Lisia Mânica Herzog CRP 07/23161
ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL.
”Não são as coisas que nos perturbam mas a visão que temos dessas coisas” (Epitectos)
Contato (51) 9911 1807
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas se tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.’’ - C. G. Jung Rua Mal. Deodoro, 178 - Golden Center - sala 401 Centro - Santa Cruz do Sul-RS
ATENDIMENTO PSICOTERAPIA ADOLESCENTES E ADULTOS Fones: 51 3902.4080 / 9962.6658 Rua Borges de Medeiros, 300 - sala 505 - Ed. Unimed Santa Cruz do Sul - cibelenemecek@hotmail.com
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ESPECIAL GAZETA DO SUL • Sábado e domingo / 27 e 28 de agosto / 2016
Compreensão sob os rótulos A Psicologia é capaz de entender e apontar caminhos para o comportamento humano. Assim, em tempos de tanta intolerância, pode ajudar a perceber e a ensinar como lidar com questões relevantes, como o fanatismo, por exemplo Mas então, até que ponto é normal e saudável a admiração? Cibele responde que quando o indivíduo entende que existe um limite no qual ele é dividido, entre filho, profissional, social, ou seja, entende que tem uma vida fora o que vislumbra no outro, e quando todas as etapas e divisões de sua vida estão em equilíbrio, pode-se ter, então, uma admiração saudável, aquela que não atinge ou influencia a sua vida e a dos que o rodeiam. Quando as outras faces estão sendo afetadas pela escolha da pessoa, talvez exista um comprometimento decorrente de algo estar fora do controle. Com um vasto campo de possibilidades, no que tange às comparações cotidianas que cercam os indivíduos, é normal buscar segurança ou objetivos em algo externo, principalmente quando nos identificamos com as particularidades ou opiniões do outro. Porém, Cibele frisa que, quando passamos a adotar tal prerrogativa como verdade absoluta, nos munimos dos mais diversos (e, por vezes, infundados) argumentos, na tentativa de provar que não existe razão adversa. A psicóloga destaca que é importante o papel da família para que o fanático mude seu comportamento sem se
sentir criticado ou confrontado, colocando a questão de forma amorosa, trazendo ao indivíduo dados específicos de situações que estão sendo prejudicadas pelo seu comportamento, fazendo com que ele se dê conta do prejuízo que está tendo. “Rótulos e situações pejorativas só tendem a afirmar esse comportamento e distanciar o indivíduo do processo de mudança”.
ENGENHO de ideias
T
em-se na sociedade contemporânea inúmeras formas e indivíduos detentores de admiração, seja por um ídolo, time de futebol, religião, etc. A admiração pode ser saudável, mas às vezes, passa dos limites e se transforma em algo patológico, o fanatismo. O fanático, explica a psicóloga clínica Cibele Nemecek, segue cegamente uma doutrina, baseia-se em um ponto de vista tido por ele como certo e defende de maneira desmedida suas crenças e opiniões. Os fanáticos estão convencidos de que suas ideias são as melhores e as únicas válidas, e menosprezam a opinião dos outros. “A Psicologia afirma que o fanatismo surge a partir da necessidade de segurança que sentem as pessoas, que são precisamente inseguras. Tratase de uma espécie de compensação perante um sentimento de inferioridade”, conceitua a profissional. Fanáticos são sempre radicais e podem ser agressivos quando suas ideias estão sendo contestadas, reagindo com desde um grito até uma agressão verbal ou física, aumentando o isolamento quando, pois, o outro que contesta a autenticidade da sua admiração exacerbada passa a ser um inimigo.