Fotos: Rodrigo Assmann
ESPECIAL GAZETA DO SUL • Segunda-feira / 21 de março / 2016
Atrações para quem é do campo e da cidade Da primeira edição realizada em 2001 até hoje, a Expoagro Afubra consolidou-se como um dos eventos de maior expressão em torno do agronegócio no Rio Grande do Sul. A fórmula para tamanho reconhecimento está na combinação entre debates acerca
do setor, mostra de produtos e tecnologias para a lavoura e conferências sobre temas diretamente ligados ao homem do campo. Até quarta-feira, quem visitar o parque de exposições de Rincão Del Rey, Rio Pardo, poderá conferir como a feira
vem ajudando a valorizar o setor produtivo e impulsionando a agricultura familiar. Por lá, também será possível conhecer histórias como a de Oldemar Schindler, que implementou tecnologias nas suas plantações a partir dos exemplos da Expoagro Afubra.
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Agricultura familiar mostra sua força
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vaivém entre as lavouras demonstrativas, nos pavilhões e estandes é constante nos três dias da Expoagro Afubra. O evento que surgiu com a proposta de estimular a diversificação nas áreas produtoras de tabaco preserva sua essência, mas passou a atrair pessoas que vão apenas para apreciar as atrações espalhadas por todo o parque. Desde sua primeira edição, a mostra tem se destacado por adotar uma fórmula que agrada a todos os públicos e para isso, a aposta está na programação – e também no que os expositores levam de novidades. Assim, até mesmo o cidadão mais urbano que visita a Expoagro acaba encontrando o que ver. Nas palestras ou painéis, temas que vão da preservação ambiental aos estudos mais recentes em torno da geração de energia a partir de fontes alternativas chamam a atenção para a importância de inovar, seja no campo ou na cidade. Com a presença de alguns dos principais nomes da área, essas atividades costumam estimular iniciativas capazes de beneficiar milhares de
Com foco em atividades voltadas ao agronegócio, sobretudo a diversificação nas áreas de tabaco, Expoagro Afubra também atrai o público urbano
PERFIL
78,78% dos visitantes da Expoagro Afubra 2015 eram produtores rurais, segundo pesquisa do Instituto LJM
26,89%
do público esteve na feira pela primeira vez em 2015, sendo que 39% eram mulheres
pessoas. Além disso, um passeio pelo parque da Expoagro se transforma em uma boa experiência visual. Nas lavouras demonstrativas de grãos, legumes ou frutas, as empresas do ramo de sementes e biotecnologia apresentam variedades que dentro de pouco tempo poderão ser encontradas nas prateleiras. Ao mesmo tempo, os expositores divulgam técnicas capazes de auxiliar no rendimento das lavouras, ou até mesmo dicas que podem ser adotadas nas hortas domésticas. Atividades com animais também são bastante visitadas, transformando o espaço em uma experiência sem igual na região. A área de máquinas, com a presença de representantes das principais marcas do mercado nacional e internacional, além de estimular negócios, é considerada uma vitrine para a divulgação de tecnologias. Nos estandes, tratores, implementos e tecnologias que auxiliam nas atividades, tanto das grandes quanto das pequenas propriedades, demonstram que o segmento segue fortalecido apesar do contexto econômico.
SABORES COLONIAIS E ARTESANATO Um dos pontos mais visitados na Expoagro Afubra costuma atrair o público pelo cheiro. No pavilhão da agroindústria familiar, 146 expositores vão comercializar pães, bolos, biscoitos, embutidos e sucos que podem ser consumidos na hora ou levados para casa. Responsável por uma movimentação de R$ 547 mil em 2015 (10% a mais que em 2014), o setor espera repetir o resultado positivo dos anos anteriores. Como neste ano a feira acontece nos dias que antecedem a Páscoa, a expectativa dos organizadores é de que o público aproveite para antecipar as compras, especialmente no setor de artesanato, que terá peças de decoração, brinquedos e utilidades para a casa, dentre outros. Uma boa notícia em torno do local foi dada antes mesmo da abertura da Expoagro. A partir de uma emenda do deputado federal Heitor Schuch (PSB), R$ 950 mil serão destinados para a construção de um pavilhão permanente voltado ao setor. Hoje, os expositores ficam em um dos lonões montados no parque. Os recursos para a obra serão repassados à Prefeitura de Rio Pardo, que ficará encarregada de intermediar o processo. Não há previsão para início dos trabalhos, mas a expectativa é que isso ocorra ainda neste ano.
SERVIÇO Onde: BR–417, km 161, Rincão Del Rey, Rio Pardo. Como chegar: de Santa Cruz do Sul basta seguir em direção ao Distrito Industrial pela 471. O Parque fica poucos quilômetros adiante da antiga praça de pedágio. Funcionamento: 8 às 18 horas. Transporte: haverá ônibus grátis de hora em hora fazendo trajeto de ida e volta, partindo da matriz da Afubra em Santa Cruz do Sul, na Rua Carlos Trein Filho. A saída começa às 8 horas e se estende até as 18 horas. De Rio Pardo, os coletivos sairão da frente do escritório da Emater. Alimentação: três restaurantes vão servir bufê com valores entre R$ 27,50 (livre), R$ 33,00 (especial) e R$ 16,50 (carreteiro e alaminuta). Quatro lancherias também vão atenderão no parque. O refrigerante estará à venda por R$ 3,50. Estacionamento: 6 mil vagas.
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Espaço para os animais
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exposição de animais, que sempre foi uma atração à parte, está de volta na Expoagro Afubra. No pavilhão dos bichos, os visitantes poderão encontrar informações acerca de novidades relacionadas ao manejo, raças mais adequadas a cada região e conhecer alternativas para a diversificação das suas propriedades. O espaço localizado nos fundos do parque recebeu os últimos retoques durante o fim de semana, tudo para se enquadrar nas exigências dos órgãos sanitários. Além de uma estrutura coberta com baias, foi providenciada uma tenda com 1,5 mil metros quadrados para acomodar os caprinos, gado leiteiro, ovinos e aves. Até mesmo uma área destinada aos cuidados com a higiene e beleza da bicharada foi instalada, segundo o assessor de eventos agropecuários da Expoagro, Marcio Almeida. Outro aspecto levado em conta foi o uso de um tapete de feno, que vai tornar a circulação mais confortável, evitando assim lesões nas patas dos animais. A seleção dos exemplares que serão exibidos se deu a partir do convite a criadores que são referências em suas áreas no Vale do Rio Pardo e também em outras cidades gaúchas. No caso dos ovinos, a expectativa é de que pelo menos
40 cabeças – especialmente das raças Texel e Ile de France – possam ser vistas de perto pelo público. “Por exemplo, essas variedades são as que teriam mais condições de serem criadas em nossa região, pois são mais voltadas à produção de carne do que lã”, explica. Da mesma forma que as ovelhas, outras opções Além de se podem ser vistas para tornarem uma reforçar o orçamento nas propriedades fumageiras. atração para A exposição de gado os visitantes, leiteiro é uma delas. caprinos, Conforme Almeida, o ovinos, bovinos objetivo é divulgar o potencial da atividade, e aves podem tanto que uma sala de estimular a ordenha foi preparada geração de para que o público possa renda ver o rendimento das raças Jersey, Holandesa e Gir Leiteiro. “Tivemos uma parceria com a Associação de Criadores de Gir Leiteiro que vai mostrar cerca de 35 animais. Nos três dias da Expoagro, teremos avaliações e julgamentos morfológicos dos animais”, acrescenta. A iniciativa também visa mostrar como é possível investir na atividade e quais as chances de rendimento que a pecuária leiteira proporciona.
Rodrigo Assmann
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GANSO, GALINHA E PÁSSAROS A área de animais da Expoagro Afubra ainda reserva atrações para quem gosta de aves. Uma das alas foi destinada para a mostra de pássaros exóticos, galinhas e gansos, tanto para postura quanto para corte. Uma parceria firmada com a Associação de Criadores e Preservadores de Aves vai possibilitar a exposição dos exemplares e a divulgação de informações acerca da atividade. Conforme Marcio Almeida, hoje existe uma procura grande tanto daqueles que investem na criação com fins ornamentais como entre famílias que apostam na comercialização de aves.
PEIXES O estande da Emater/Ascar-RS terá atividades relacionadas à piscultura. Instrutores vão realizar atividades demonstrativas sobre a despesca e também quanto às técnicas mais apropriadas para a elaboração de filés, que podem se tornar uma alternativa de incremento na receita das propriedades.
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Erva-mate em destaque
Segundo o Ibramate, o Uruguai é o principal importador da produção gaúcha, seguido do Chile, Espanha, Estados Unidos e Turquia. Em 2011, os embarques nacionais da planta somaram R$ 54,8 milhões. Silvio Avila/Banco de Imagens/GS
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erva-mate que sempre está presente no medicinais – que, segundo estudos, chegam a 152 chimarrão da Expoagro Afubra será vista princípios ativos. como uma oportunidade na edição de Embora nos últimos anos a produção tenha se 2016. Eleita como tema para o evento, reduzido, especialmente em função de muitos a planta vai fomentar debates e reflexões entre produtores terem trocado o plantio de ervaaqueles que se dedicam à produção de tabaco. mate por soja – o que também teve impacto O motivo para isso está nas no preço aos consumidores –, o setor boas perspectivas de mercado da está otimista. Conforme Ferron, Planta é vista erva-mate, que hoje figura como hoje existem cinco áreas de cultivo como uma a segunda cultura permanente no Estado, incluindo-se a região do do Rio Grande do Sul – atrás Baixo Taquari, na qual se destacam alternativa apenas da uva–, responsável para estimular Venâncio Aires e Mato Leitão. Dentro por movimentar em torno de R$ do plano de expansão da atividade, a geração 300 milhões ao ano, dos quais uma das localidades que vem sendo de renda e 54,8 milhões provenientes das apontada como potencial produtora é exportações. Cultivada em 269 Canguçu, no Sul do Estado, a segunda fomentar a municípios gaúchos, envolve maior produtora de fumo, com 19.492 diversificação 1,2 mil famílias, mas poderia toneladas na safra 2014/2015. “Trata-se nas regiões ocupar mais espaço. Segundo de uma planta que possibilita trabalhar produtoras de o engenheiro florestal Roberto o sistema agroflorestal, ou seja, pode Ferron, diretor executivo do ser plantada junto a outras variedades, tabaco Instituto Brasileiro da Erva-Mate como o tabaco”, exemplifica. (Ibramate), existe um mercado Diante das chances de agregar global a ser explorado em forma renda às propriedades fumageiras, de chá, bebida que perde apenas para a água em estimulando a diversificação, a opção de incluir volume consumido. Hoje, ressalta, apenas 1% a erva-mate nos debates da Expoagro se justifica, dos chás têm erva-mate, mas ele acredita que aponta o presidente da Afubra, Benício Werner. esse índice poderia aumentar. Há ainda muitas Segundo ele, no Espaço Cultural do parque, outras aplicações, como o caso da indústria de a temática ficará por conta da planta, com alimentos, medicamentos e cosméticos e até atividades que visam mostrar sua importância e de bebidas para a fabricação de energéticos, sua influência no desenvolvimento sul-brasileiro. refrigerantes e inclusive cerveja, como acontece Os visitantes ainda poderão conhecer dados na Alemanha desde 1928. “A erva-mate poderia ser econômicos em torno do setor, bem como receber utilizada para muitas finalidades, mas é necessário informações que podem, inclusive, orientar a alavancar o mercado”, reforça. Para isso, segundo escolha da atividade ervateira como meio para ele, a aposta do setor está nas propriedades complementar a renda.
PARA ONDE VAI
A FORÇA DA ERVA 30.840 hectares no Rio Grande do Sul 31.779 hectares no Paraná 8.406 hectares em Santa Catarina 319 hectares no Mato Grosso do Sul 40 indústrias ervateiras no RS 443.635 toneladas produzidas 700 mil empregos diretos e indiretos
CHIMARRÃO E MUITO MAIS Presente na maioria dos lares gaúchos, a erva-mate é conhecida pelo consumo em sua forma mais tradicional: o chimarrão. Mas não é de hoje que outros usos se tornaram objeto de estudo e, com isso, despertaram interesse do ponto de vista econômico. Entre as aplicações mais conhecidas para a planta estão o preparo de chás, medicamentos, cosméticos e também o uso com finalidade culinária. Nesse aspecto, aliás, parece não haver limites para a criatividade em função da quantidade de receitas que surgem, sejam elas doces ou salgadas. Nos últimos tempos, também avançaram estudos para uso da planta na ração animal.
Oportunidade à vista O setor ervateiro gaúcho passou por baixas nos últimos anos. De olho em variedades que oferecem receita maior, produtores deixaram os ervais e investiram em culturas como a soja. Isso fez com que a produção encolhesse e, como consequência, o preço do produto final se elevasse nas prateleiras dos supermercados. Comportamentos de mercado à parte, hoje, as perspectivas para a erva-mate são vistas como animadoras. Para o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Roberto Ferron, as oportunidades de renda são crescentes e, no caso da região fumageira, representam uma boa alternativa para a diversificação. Segundo ele, a planta perdeu terreno em virtude da queda nos investimentos em tecnologias, como sistemas de manejo e práticas adequadas para a colheita. “Quem investir nisso tem mais chances de ganhos. Na região, muitos municípios possuem potencial para a ervamate que pode ser cultivada junto do tabaco, desde que seguidas as orientações técnicas adequadas”, ressalta.
Conforme os levantamentos mais recentes do Ibramate, no Rio Grande do Sul, um hectare de erva-mate é capaz de render de 400 a 500 arrobas em média a cada 18 meses. O valor da arroba fica na faixa dos R$ 10,00, o que pode representar uma receita complementar de R$ 5 mil por hectare. “Em regiões com mais investimentos em tecnologias e dedicação à atividade, o rendimento chega a mil arrobas por hectare, ou seja, é possível dobrar essa receita”, estima Ferron. Uma das vantagens em torno do cultivo de erva-mate, aponta o diretor, está no fato de ela ser uma cultura permanente. Depois do plantio da muda, observados os cuidados adequados, como a adubação periódica e as podas, a produção se mantém ano após ano. “O fato de a Expoagro abrir espaço para esse debate já demonstra como a erva-mate pode representar uma boa opção para os fumicultores”, ressalta. Hoje, conforme Ferron, o que falta para a cultura deslanchar é conhecimento acerca do setor. “Por isso é importante que a feira mostre as vantagens do plantio”, acrescenta.
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Bons exemplos para quem produz sabia que deveria oferecer conhecer as técnicas mais produtos com qualidade para adequadas para o manejo e conquistar seu espaço no gestão da propriedade. mercado. Há cerca de cinco anos, os Embora tenha se dedicado Schindler decidiram investir em ao plantio do irrigação a partir tabaco, ele passou dos modelos vistos Além de a investir no cultivo no evento. Eles, conhecer as de hortaliças, que já contavam novidades, comercializadas com o sistema de nas feiras e aspersão, optaram visitantes supermercados do pela técnica de recebem município. “Para ter gotejamento, na orientações uma boa produção, qual a água chega que podem foi necessário diretamente na raiz melhorar o sistema aumentar seus da planta a partir de plantação. de um conjunto de rendimentos Por isso, procurei mangueiras. “Além na atividade saber o que de aumentar a agrícola vinha surgindo”, produção, tivemos conta. E na busca mais qualidade de novidades, e conseguimos o agricultor e a economizar esposa passaram a visitar a água”, orgulha-se ao mostrar Expoagro Afubra, onde além os canteiros de alface, rúcula, de equipamentos, puderam repolho e rabanete. Outro exemplo que o casal encontrou na feira se tornou um importante aliado, sobretudo no verão. Com o sombreamento de túnel baixo, no qual uma espécie de tecido retém a passagem dos raios solares, a melhoria da 2012, todos os meses saem produção foi visível. “Assim as centenas de quilos de massa folhas não ficam queimadas”, caseira e pastéis. “Para a lavoura explica. minha mão não estava tão boa, mas para trabalhar na agroindústria eu ainda tinha condições”, conta, enquanto compartilha o chimarrão à sombra de uma jabuticabeira. Mesmo que a produção de hortaliças continue, embora menor, a dedicação permanece. Mas é nas massas e pastéis que está uma das principais fontes de receita da propriedade. A BR 471 - Km 161 partir de cursos, Oldemar e Rincão Del Rey Dulce definiram estratégias Rio Pardo/RS para chegar ao mercado e hoje também produzem para abastecer escolas do município. “Dá um certo trabalho, mas tentamos fazer tudo direitinho para atender nossos clientes”, completa Dulce, que divide o tempo com as lidas domésticas, trabalhos na propriedade e participação em grupos da comunidade onde mora. Com a agroindústria, o casal mudou de lado na Expoagro. Nos últimos dois anos, eles foram à feira como expositores e divulgaram sua produção, mostrando os resultados práticos da diversificação. Em 2016, porém, optaram por ir apenas como visitantes ao evento, pois a demanda por produção da agroindústria não (51) 3717-8700 - Av. Independência, 136 para de crescer. Rodrigo Assmann
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oje reconhecida como a maior feira voltada à agricultura familiar no Brasil, a Expoagro Afubra se consolidou, desde a primeira edição em 2001, como uma oportunidade para a divulgação de tecnologias e incentivo à diversificação. Quem visita o parque tem a chance de ver como as novidades podem contribuir para as tarefas diárias das propriedades. Graças a essa característica, não são raras as histórias de produtores que inovaram e prosperaram a partir dos bons exemplos que viram no evento. Uma delas está na propriedade de Oldemar e Dulce Schindler, em Vila Progresso, no interior de Vera Cruz. Desde que optou por seguir na agricultura, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelos pais, o agricultor, hoje com 58 anos,
Da lavoura para a agroindústria
Rodrigo Assmann
Mesmo que a dedicação e o investimento em maquinário e equipamentos estivessem dando bons resultados, Oldemar e Dulce tinham um sonho. Eles queriam, um dia, investir na instalação de uma agroindústria. O que era um desejo acabou ganhando forma a partir de uma situação inesperada. No final de 2010, após sofrer um acidente, o agricultor perdeu parte da mão e ficou com os movimentos limitados. “Trabalhar na lavoura estava mais difícil, então era a hora de mudar”, recorda. Com o apoio da esposa e dos três filhos, além das orientações da Emater e Sebrae, a agroindústria começou a sair do papel. Em um pavilhão construído de acordo com as normas sanitárias e ambientais, desde
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Estudantes atentos ao meio ambiente
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Espaço Cultural, logo à esquerda de quem entra no Parque da Expoagro, reserva uma experiência a mais aos visitantes. Ali, entre as exposições, o clima é contagiado pelas descobertas e pesquisas realizadas pelos estudantes selecionados para a Mostra Científica com trabalhos elaborados a partir do Projeto Verde é Vida. A partir de atividades
realizadas no decorrer de 2015, estudantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que integram as 14 regiões de atuação do projeto (RAs), foram convidados a desenvolver trabalhos a fim de identificar a realidade de suas escolas e comunidades. O resultado foi, segundo os organizadores, uma coletânea de informações e relatos surpreendentes. Entre os temas abordados, destacamse ações voltadas ao meio
ambiente e valorização das atividades agrícolas, além da preservação cultural. Após as pesquisas, mostras dos trabalhos foram organizadas em cada uma das RAs. Nelas, foram selecionados entre quatro e cinco trabalhos científicos para reapresentação. Desses, apenas um foi escolhido para participar da sétima edição da Mostra Científica, promovida durante a maior feira do Brasil voltada à agricultura familiar.
PARTICIPANTES 1 – RA Cachoeira do Sul e Candelária Pesquisa: Novo Código Florestal: Mata Ciliar e CAR Alunas: Bruna de Franceschi e Évelin Gabrieli dos Santos Balbiano 2 – RA Rio do Sul e Ituporanga Pesquisa: Adotando um córrego: memórias do nosso ribeirão Alunas: Iohana Steinheuser e Júlia Fernanda Sens 3 – RA Rio Negro e Mafra Pesquisa: Quem disse que coisa boa não cai do céu? Alunos: Luís Fernando Rodrigues de Oliveira e Leonardo Diocono Ptaszek 4 – RA Herval d’Oeste Pesquisa: Economize água economizando luz Alunos: Pedro Henrique Ferreira Velho de Castro e Thaís Regina Brugnara Tonial 5 – RA Irati Pesquisa: Projeto Reciclar Alunas: Ana Carolina Bronislawski e Treicy Raiane Borges 6 – RA São Miguel d’Oeste Pesquisa: Abelhas nativas na polinização e produção de mel Alunas: Tainara Knob e Bruna Pereira 7 – RA Camaquã Pesquisa: Horta escolar: cultura protegida e integração, por gotejamento Alunos: Erecles Vinícius Miritz e Lucas Lempek Strzykolski
8 – RA Araranguá Pesquisa: Queimadas Rurais Alunos: João Pedro Mondardo Ugioni e Amanda Nola Alexandre 9 – RA São Lourenço do Sul e Canguçu Pesquisa: Educação ambiental: O despertar de uma proposta Alunos: Robson Schulz e Gabriela Podewils Kunde 10 – RA Tubarão e Braço do Norte Pesquisa: Os caminhos da água Alunas: Vitória de Souza André e Kaylaine dos Santos Vieira 11 – RA Santa Cruz do Sul Pesquisa: Canteiros sustentáveis, qualidade de vida Alunas: Júlia Beatriz Konrath e Cíntia Rafael Martin 12 – RA Sobradinho e Arroio do Tigre Pesquisa: Aproveitamento da água para gerar energia Alunas: Tauana Schneider e Dienifer Amanda Henker 13 – RA Venâncio Aires Pesquisa: Levando a preservação e a economia a Sério Alunos: Eduardo José Delazari e Vanessa Cristina 14 – RA Imbituva Pesquisa: Do rústico ao sofisticado Alunos: Keila Aparecida Galvão Faria e Luiz Henrique de Ávila RAs: são as regiões de atuação do Verde é Vida
INOVAÇÃO Uma das iniciativas de maior visibilidade da Expoagro Afubra terá nova edição em 2016. O Prêmio Afubra/Nimeq de Inovação Tecnológica em Máquinas Agrícolas para Agricultura Familiar, visa mostrar iniciativas que deram certo e que podem ser úteis no dia a dia do campo. Esta é a terceira vez em que o concurso é realizado e vai contemplar inventos nas categorias Inventor e Empresa.
É um prazer prestigiar este evento que auxilia nossos agricultores a serem grandes vencedores!
Prefeitura Municipal de Vale do Sol
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PROGRAMACÃO 11 horas – Solenidade de repasse do prêmio financeiro (cheque bônus) às escolas parceiras do Programa de Coleta de Óleo Saturado da Afubra (exercício 2015) Local: auditório
Hoje 9 horas – Abertura 13h30 – Reunião do Comitê Pardo Palestra: A importância da agrometeorologia para produção agrícola, ministrada pela doutora Amanda Junges, pesquisadora da Fepagro Local: Auditório
13h30 – 9º Encontro Estadual de APLs de Agroindústrias Familiares e Alimentos do RS Local: auditório
13h30 – Seminário sobre oliveiras Tema: Cultivo de Oliveiras: azeite e conservas, opções para região fumicultora Abertura Ernani Polo – secretário de Agricultura Pecuária e Irrigação do RS (Seapi); Clair Tomé Kuhn – presidente da Emater/RS-Ascar; Fernando Schwanke – prefeito de Rio Pardo. Palestras • Programa Pro-Oliva/RS – engenheiro agrônomo Paulo Lipp João (Seapi); • Integração produtor e indústrias – representantes das empresas Azeite Olivas do Sul e Azeite Prosperato; • Agroindústria familiar de conservas – engenheiro Renato Cougo - Emater/RS-Ascar. Local: sala de reuniões da Casa de Administração
Quarta-feira 12 horas – Premiação do concurso Afubra/Nimeq de Inovação Tecnológica em Máquinas Agrícolas para Agricultura Familiar – Categorias: Empresa/Inventor Local: Casa de Administração 13h30 – Fórum sobre bioenergia • O Estado gaúcho e as bioenergias: Tarcísio Minetto, secretário estadual SDR, e Clair Tomé Kuhn, presidente da Emater/RS -Ascar; • Proetanol – RS: Valdir Pedro Zonin, Emater/RS- Ascar e coordenador do Proetanol-RS, e Vilson Machado, Vinema Biorrefinarias; • Programa Estadual de Biogás da SDR: Lino Hamann, diretor do departamento de cooperativismo da SDR, e Luiz Barcellos, ATR Bioenergias, Emater Regional de Santa Maria; • Painel: A energia solar nas residências rurais e urbanas: Ezequiel Rosvadoski, ESB Solar/RS, e Josemar Parise, ATR Bioenergias, Emater Regional de Soledade. Moderador dos painéis: Lino Moura, diretor técnico da Emater/RS - Ascar Local: auditório
Amanhã 8 horas – Dia do Arroz Irga: • projeto soja 6000; • projeto 10 (cultivares Irga 424RI e Irga 429); • orientações sobre preparo e propriedades nutritivas do arroz; • degustação de produtos à base de farinha de arroz e do próprio cereal. Embrapa: • BRS 358: cultivar de arroz irrigado para culinária japonesa.
Divulgação/GS
16 horas – 8º Fórum de Diversificação e Atividades Rurais Debate: Integração Regional no Vale do Rio Pardo – projetos de integração com foco no desenvolvimento agrícola da região Local: auditório
8h30 – 9º Seminário Regional de Turismo Rural Palestra: Roteiro Caminhos da Forqueta é sucesso no Rio Grande do Sul Local: auditório
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Demais atrações diárias 8 às 18 horas • Setor de animais Venda e exposição da raça Holandesa; venda, exposição e julgamento raça Jersey; venda, exposição e julgamento da Gir Leiteiro; venda e exposição de ovinos; venda e exposição de caprinos; venda, mostra e julgamento de aves exóticas, ornamentais, postura e corte. • Biodigestor: produção de biogás a partir dejetos de bovinos. • Apresentação de tecnologias Plataforma Tecnológica para Agroindústrias Associativas (Agros) • Elaboração de rações e suplementos para animais utilizando produtos e coprodutos das lavouras energéticas; • hidrólise alcalina e enriquecimento da cana-de-açúcar para melhorar seu aproveitamento (consumo e digestibilidade) por parte dos animais, potencializando a diminuição no trabalho de corte e manipulação na pequena propriedade; • enriquecimento nutricional e conservação de raiz de mandioca e batata-doce in natura; • elaboração de silagem de parte aérea da planta de mandioca e batatadoce, utilizando sacos plásticos de 60 litros. Palestras • Agros: plataforma tecnológica para agroindústrias associativistas; • controle de parasitas em ovinos; • utilização de cana-de-açúcar na suplementação de vacas leiteiras, durante o outono/inverno; • uso de raiz de mandioca na suplementação energética de ruminantes em pastagens de inverno; • uso da mandioca na alimentação de frangos e suínos. Dinâmicas • Tratamento químico da cana-de-açúcar: apresentação da técnica de tratamento, para melhorar o aproveitamento da cana por bovinos (gado de corte e leite) e ovinos. • Elaboração de blocos multinutricionais e suplementos proteicos energéticos: apresentação sobre a utilização de matérias-primas não convencionais, na elaboração de suplementos para ruminantes. • Utilização de raiz e folha de mandioca na elaboração de silagem: apresentação do uso da folha e raiz de mandioca, na elaboração de silagem para ruminantes. • Enriquecimento nutricional da raiz de mandioca e batata-doce e da cana-de-açúcar. • Sistema visual para fazer o controle de parasitas em ovinos. • Sistema visual de avaliação do programa nutricional, utilizando o escore fecal.
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EXPEDIENTE Edição e textos: Dejair Machado dejair@gazetadosul.com.br Diagramação: Rodrigo Sperb
Maior a cada edição
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as 64 empresas expositoras e 2 mil visitantes da primeira edição em 2001 aos 400 estandes com empresas e público de 84 mil pessoas em 2015, a Expoagro Afubra abriu espaço para aquilo que surge com o propósito de contribuir ao desenvolvimento dos negócios agrícolas. Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, embora a economia esteja retraída, a perspectiva é ao menos repetir o desempenho de 2015, com R$ 48 milhões em negócios. “Sabemos da importância da Expoagro para a divulgação de tecnologias e como isso pode contribuir ao desenvolvimento do agronegócio”, ressalta. Ao menos 400 expositores devem estar no parque durante os três dias do evento. A fórmula para seguir crescendo, aponta Werner, está no planejamento a longo prazo, sempre com foco na agricultura familiar.
EVOLUÇÃO 2001 – Com 64 empresas expositoras, a primeira Expoagro Afubra recebeu cerca de 2 mil pessoas. Neste ano já surgiu a intenção de implantar um espaço destinado a mostrar a força da região produtora de tabaco e também estimular a diversificação no meio rural. 2002 – Em uma estrutura maior, às margens da BR–471, a segunda edição deu um salto em relação à primeira. Foram 107 empresas expositoras e pelo menos 26 mil pessoas passaram pelo local. 2003 – No ano em que a casa da administração com auditório ganhou forma junto ao parque, a Expoagro seguiu crescendo ao receber 145 empresas e 50 mil visitantes. 2004 – Nos três dias, 38 mil pessoas passaram pelo parque, onde viram cerca de 200 expositores. 2005 – Novidades como o segundo auditório e a ampliação dos estandes e exposição de bovinos levaram 40 mil visitantes e 230 empresas ao parque. 2006 – A presença de produtores rurais chegou a 80% do público de 45,5 mil pessoas. Ao todo, 240 empresas participaram. 2007 – Demonstrações de máquinas, presença de autoridades políticas estaduais e federais, dezenas de palestras e debates em torno do setor produtivo estiveram em evidência na feira. O público chegou a 45 mil pessoas.
2008 – Os olhares atentos às novas fontes de renda no campo, como a agroenergia, estiveram em destaque e reuniram 49 mil visitantes. 2009 – Em sua nona edição, a Expoagro destacou atividades como a dinâmica de máquinas, agroindústrias, agroenergia, lavouras demonstrativas e palestras técnicas. Ao todo, 285 expositores estiveram no parque, que recebeu público de 51 mil. 2010 – Das 55 mil pessoas que estiveram no parque da Expoagro, 46% foram pela primeira vez e 75% tinham a agricultura como fonte de renda, segundo pesquisa do instituto L.J.M. 2011 – A 11ª edição contou com 56 visitantes. Entre as novidades, palestras sobre diversificação nas áreas produtoras de tabaco. 2012 – Os 61 mil visitantes viram mostras
de lavouras, julgamento de gado leiteiro e ovinos, o fórum de agroenergia e o florestal. 2013 – Na 13ª Expoagro Afubra, 69 mil pessoas estiveram no parque. Os negócios crescentes chegaram a R$ 44 milhões e a programação foi ampliada. 2014 – Com 402 expositores, negociações na faixa dos R$ 67 milhões e 80 mil visitantes, a feira teve além de todas as suas atrações, atividades com foco no setor agropecuário. Neste ano, 146 agroindústrias alcançaram vendas na casa dos R$ 500 mil. 2015 – No ano passado, o público chegou a 84 mil pessoas. As vendas atingiram R$ 48 milhões entre os 400 expositores. Nas 150 agroindústrias presentes, o crescimento chegou a 10%, com R$ 547 mil em negócios.