Dia do Trabalho

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GAZETA DO SUL Sexta-feira 1º de maio de 2015

Estar preparado é

fundamental O mercado de trabalho passa por grandes transformações e exige profissionais altamente qualificados. Neste cenário dinâmico, quem está em busca de uma oportunidade ou aqueles que já possuem suas carreiras devem ficar atentos às demandas que surgem a cada dia, sempre lembrando que dedicação e uma boa dose de inovação são indispensáveis para o sucesso.


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Profissionais

devem estar prontos para novos desafios O mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico. Todos os anos, novas ocupações são reconhecidas e os trabalhadores devem ficar atentos às necessidades se mantendo atualizados, independente da área em que atuam, como forma de assegurar sua permanência na atividade

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a medida em que são apresentadas estatísticas relacionadas ao mercado de trabalho, com geração de vagas em determinadas regiões e retra-

ção em outras, os brasileiros estão mergulhados em um cenário de transformações nos ambientes corporativos. Essa dinâmica que acompanha o dia a dia tem

se refletido diretamente na rotina de profissionais das mais variadas áreas. A mais recente prova dessa mudança foi a inclusão, pelo Mi-

nistério do Trabalho, de 14 novas ocupações que passaram a ser reconhecidas no começo deste ano. Reflexo das novas demandas e avanço da tecnologia, o mercado tem mudado rapidamente e isso exige atualização dos trabalhadores. “Há alguns anos as pessoas se formavam, tiravam seu diploma e nunca mais voltavam à escola. Era natural que fosse assim, pois o mundo profissional mudava de uma forma muito mais lenta. Atualmente o mercado é volátil e dinâmico. A forma de seguir nesse mercado é estudar, pois o que garante a permanência no trabalho é o conhecimento tanto na sua área como nas demais. A faculdade é o primeiro curso que você fará durante a vida profissional. Deve-se estudar sempre. Quem não estuda não vai compreender as mudanças que vêm pela frente, correndo o risco de exclusão do mercado de trabalho”, diz Luiz Guilherme Brom, especialista em mercado de trabalho e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). Hoje o governo brasileiro reconhece 2.261 ocupações. Criada há quase 40 anos, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) passa por constantes atualizações. A inclusão na CBO permite inventariar as atividades desempenhadas. Isso contribui diretamente no mapeamento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes mobilizadas para o

As novas ocupações • Fiscal de atividades urbanas • Cerimonialista • Condutor de máquinas (bombeador) • Condutor de máquinas (mecânico) • Condutor de turismo de aventura • Condutor de turismo de pesca • Gerontólogo • Higienista ocupacional • Marinheiro auxiliar de convés • Marinheiro auxiliar de máquinas • Mototaxista • Naturólogo • Profissional de relações com investidores • Técnico em higiene ocupacional

exercício das atividades e serve também para referenciar a capacitação. Segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego do MTE, Silvani Pereira, é visível que o mercado de trabalho passa por profundas transformações, cujas causas têm natureza variadas, seja econômica, tecnológica, política, cultural ou de costumes. “Estas mudanças – que envolvem entre outros aspectos novos conteúdos, condições e requisitos para o trabalho – contribuem para o surgimento de oportunidades em novas ocupações”, salienta Pereira.


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A dinâmica do mercado de trabalho tem exigido adaptações constantes e se torna uma questão vital para as empresas. A afirmação é de Luiz Guilherme Brom, especialista em mercado de trabalho e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). Para o pesquisador, a atualização e o conhecimento em diferentes áreas asseguram que trabalhadores e empresas estejam em sintonia com a evolução pela qual passam as carreiras. “Não há conhecimento isolado. Esta questão do individualismo é uma invenção do capitalismo industrial, coisa de 50 ou cem anos atrás, que não faz mais sentido nos dias de hoje”,

ressalta. Ele afirma que um profissional conectado deve ter um projeto de carreira definido com estratégias claras. “O seu projeto profissional só pode ser feito por você, então cuidado com os modismos de curto prazo. Quem inicia uma profissão sempre pensa em permanecer nela por muitos anos. Outro aspecto importante em relação ao mercado é que o trabalho não é uma atividade isolada. Trata-se de uma atividade coletiva. Em qualquer forma de inserção no mercado, você nunca está sozinho.” Entender esse aspecto e buscar atualização é uma das fórmulas apresentadas pelo professor em qualquer área de atuação.

Rede de relacionamentos pode contribuir para abrir novas portas

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Estar atualizado se tornou questão de sobrevivência

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Existe uma expressão bastante conhecida no meio corporativo. Emprestado do inglês, o termo “networking” sintetiza a capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou conexões com alguém. Na prática, é por meio desse conceito que se formam as relações profissionais. O contato entre pessoas, seja por meio de telefonemas, reuniões ou mensagens via e-mail, é uma das maneiras mais eficazes

para solidificar as carreiras. Isso pode ser compreendido no dia a dia das empresas. Quando uma vaga está em aberto, são frequentes as sondagens junto aos funcionários a fim de buscar candidatos em condições de ocupar aquela função. Uma pesquisa recente do Seade, centro de pesquisas de São Paulo, mostrou que no estado cerca de 50% das pessoas encontram emprego por meio das redes de relacionamento.

Mudanças são bem-vidas Uma característica destacada pelo pesquisador Luiz Guilherme Brom é a mudança de carreiras. A máxima de fazer o que gosta segue como uma das fórmulas para o sucesso profissional, observa, porém não significa que esse gosto será sempre o mesmo. Então, ressalta,

ninguém é obrigado a seguir na mesma profissão a vida inteira. Hoje em dia, o número de pessoas que retornam às universidades ou cursos de especialização em áreas diferentes daquelas em que começaram a trabalhar é cada vez maior.


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História

de lutas e conquistas No momento em que milhares de pessoas ao redor do planeta celebram o dia de descanso nesta sexta-feira, muitos refletem acerca das lições herdadas a partir de uma grande manifestação de trabalhadores em 1886

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m um contexto econômico e social marcado por insatisfações, milhares de operários foram às ruas de Chicago

em 1º de maio de 1886. O motivo: redução da jornada de 13 para oito horas diárias. No mesmo dia, uma greve geral tomou conta dos

Estados Unidos. Mas os protestos foram apenas o começo de uma onda de rebeliões. Dias depois da primeira mo-

bilização, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou mortes e intensificou a revolta da população. No dia 4 de maio, em outro conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que a polícia começasse a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de 12 pessoas e dezenas de feridos. Foram dias marcantes na história da luta por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de

cada ano. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de oito horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional. Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, muitos países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho (também chamado de Dia do Trabalhador), considerado feriado em muitos deles.

Fatos marcantes Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer). Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

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Qualificação

é destaque entre os gaúchos A crescente oferta de cursos em diferentes áreas tem feito a diferença no mercado de trabalho do Estado. Prova disso é a taxa de formação de mestres e doutores entre as maiores do Brasil

O

s gaúchos podem se orgulhar em ter os currículos mais recheados do País. Ao menos é isso que demonstra uma pesquisa divulgada recentemente em torno da formação profissional. Em 2013, o Rio Grande do Sul apresentou a maior taxa de formação de mestres entre os seis estados brasileiros mais industrializados. Com relação à formação de doutores, o Estado ficou em segundo lugar, atrás apenas de São Paulo. Os dados fazem parte de uma análise desenvolvida pelo economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Lívio Luiz Soares de Oliveira. Ele levou em consideração o número de pessoas tituladas por 100 mil habitantes, nos anos de 2000 a 2013. O capital humano – afirma o economista – tem papel fundamental no cres-

cimento de qualquer economia. Para o pesquisador, “o mestrado e o doutorado possuem peso decisivo, pois são elementos indispensáveis para o avanço da fronteira da ciência e da inovação, possibilitando a criação de novos produtos, processos e serviços”. Segundo o economista da FEE, o resultado positivo pode ser explicado por dois fatores. Primeiro, porque em 2000 o Rio Grande do Sul já possuía um indicador relativamente robusto sobre os demais estados selecionados. Segundo, nos anos de 2000 a 2013, a evolução desse indicador foi significativa (164,9%). São Paulo, o estado mais industrializado, mostrou crescimento de 63,1% ao longo do período, com evolução de 17,1 mestres por 100 mil habitantes, em 2000, para 28 em 2013.

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Qualificação

Para fazer a diferença Muitas pessoas indagam qual o segredo para alcançar posições mais elevadas em uma organização. Os mais jovens, especialmente, buscam a fórmula para crescer rapidamente em um curto espaço de tempo. Segundo João Marcelo Furlan, CEO da Enora Leaders, empresa de educação corporativa, há um caminho a seguir. Veja abaixo.

ainda é a melhor alternativa Diante do cenário pouco otimista em termos de crescimento econômico, analistas destacam a importância de aperfeiçoamento da mão de obra a fim de assegurar a permanência no mercado ou conquistar novas oportunidades

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s primeiros meses do ano têm sido de apreensão entre os diferentes setores da economia brasileira. A redução do ritmo de produção faz com que muitas empresas adotem estratégias que passam pelo enxugamento do quadro profissional ou remanejamento de seus colaboradores em diferentes setores. E isso tem, aos poucos, contribuído, para formar uma nova realidade no mercado de trabalho e motivado novas exigências junto aos colaboradores. Neste cenário de transformações, a qualificação passa a ser interpretada como um aspecto vital para quem está trabalhando ou en-

tre aqueles que buscam uma vaga. “O cenário atual que estamos vivenciando no mercado de trabalho requer cada vez mais profissionais com alta performance e inovadores, que sejam capazes de agregar para a empresa, tornando-a também mais competitiva no mercado. Dessa forma, percebo que as pessoas estão cada vez mais atentas a essa realidade, buscando atualizações e aprimoramento pessoal e profissional”, frisa Daniela Laner, diretora do Senac de Santa Cruz do Sul. No dia a dia da escola, ela tem notado que a preferência tem sido por cursos que assegurem qualificação de forma mais rápida e de qualidade, como

é o caso dos técnicos. E outro fator tem contribuído para isso, ressalta. “Pesquisa recente comprova que 84% dos alunos conseguem empregabilidade durante ou após o curso”, acrescenta. Entre as áreas que mais têm sido buscadas na escola, ressalta a diretora, estão aquelas relacionadas à gestão e negócios, informática, idiomas, gastronomia e saúde. Um aspecto observado por Daniela é quanto à área gastronômica. “Possuímos demandas não somente de pessoas em busca de profissionalização nessa área, mas sim de empresas do gênero em busca de profissionais qualificados”, salienta.

Aceite tarefas desafiadoras – esse é o quesito número um no desenvolvimento da carreira. Antigamente, chamavam isso de aprendizagem “on the job”, contudo, aprender apenas o mais do mesmo no trabalho não nos leva a outro patamar de desempenho profissional. É preciso enfrentar novos desafios para “distendermos” nossa capacidade de entrega, fazermos aquilo que nem mesmo acreditávamos que antes era possível. Um bom exemplo é a prática esportiva, em que o fato de nos unirmos a um time ou participarmos de um torneio faz com que treinemos e nos concentremos mais. Nutra relacionamentos para desenvolver a carreira – outra maneira de agregar conhecimento pessoal é conviver com pessoas de diferentes perfis, idades e áreas de atuação. O feedback é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento a partir do relacionamento com os outros, portanto, esteja sempre aberto para receber avaliações.

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Espaço para os melhores A concorrência acirrada tem sido notada no dia a dia das organizações empresariais e, consequentemente, no mercado de trabalho. Assim, estar preparado e fazer a diferença é fundamental. “Neste cenário, é notória a importância da qualificação e aperfeiçoamento constante. Há muito tempo falamos que o mercado de trabalho absorverá somente os

melhores. Mas, diria mais, atualmente o mercado absorve ‘o melhor’, ‘o diferente’, ‘o inovador’. E, para tal, não existe ‘receita’, mas com certeza um ingrediente que não poderá faltar é a ‘paixão’”, observa Daniela Laner. Ela reforça que, independente da carreira que escolher, para ter sucesso é preciso fazer o que se gosta, o que cada um tem como aptidão.

Como funciona Hoje existem diversas modalidades de cursos e cada uma possui uma metodologia que depende da proposta pedagógica de cada instituição. O Senac, por exemplo, se baseia no conceito CHA, que são os conhecimentos (C) e as habilidades (H), competências técnicas e as atitudes (A), competências comportamentais que uma pessoa possui. “O conhecimento tem relação com a formação acadêmica, o conhecimento teórico. A habilidade está ligada ao prático, à vivência e ao domínio do conhecimento. Já a atitude representa as emoções, os valores e sentimentos das pessoas, isto é, o comportamento humano”, completa a diretora. Dessa forma, são estratégias diversificadas, teórico-práticas que possibilitam a participação ativa dos alunos no desenvolvimento das habilidades necessárias às atividades relacionadas com seu campo de trabalho.

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Rodrigo Assmann

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Iniciativa que estimula a geração de vagas

Uma ação criativa de vendas tem contribuído de forma decisiva para a economia e geração de novos postos de trabalho em Santa Cruz

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uas vezes por ano, os moradores de Santa Cruz do Sul e dos demais municípios do Vale do Rio Pardo se deparam com uma movimentação diferente na Rua Galvão Costa, junto ao Parque da Oktoberfest. Enfileirados, centenas de carros à venda transformam um dos pontos mais conhecidos da cidade em palco para o feirão de automóveis organizado pela Associação dos Revendedores de Veículos de Santa Cruz do Sul (Arevesc). A ação comercial e empreendedora, no entanto, tem outro caráter que vem se evidenciando desde 2009, ano em que aconteceu a primeira edição. Além de divulgar as empresas associadas, os organizadores mostram um mercado crescente e fortalecido na região. Ao mesmo tempo, a organização do feirão exige a

contratação de pessoal, o que acaba fomentando o mercado de trabalho. “Existe uma demanda muito forte de mão de obra nos períodos pré e pósFeirão. E não só de forma direta, via associados. Há contratações também nos prestadores de serviços como as lavagens, empresas de polimentos, estofamento, oficinas em geral, despachantes e fornecedores”, explica o presidente da Arevesc, Fábio Caramello. A necessidade de reforço no efetivo, segundo ele, é justificada pela quantidade de negócios fechados. Desde que o feirão vem sendo realizado, as vendas nunca baixaram de cem unidades nos dois dias. Em março deste ano, para se ter uma ideia, foram comercializados 123 veículos. Em abril de 2014, o recorde foi de 175 carros.


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Indicações

sempre são bem-vindas Programa desenvolvido por empresa santa-cruzense estimula os funcionários a recomendar candidatos para as vagas oferecidas. Os resultados têm sido satisfatórios

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famoso QI – de “quem indica” – se transformou em uma nobre ferramenta para caça de novos talentos em uma indústria de beneficiamento de tabaco em Santa Cruz do Sul. Por meio de um programa interno que visa promover a socialização e ressocialização de pessoas, os funcionários são motivados a sugerir nomes para preencher vagas que surgem nos diferentes setores da empresa. A proposta, que já vem sendo desenvolvida há cerca de seis anos, contempla ainda a seleção para candidatos com deficiência, estagiários ou aqueles que estão em aprendizagem profissional, além de oportunizar o ingresso no primeiro emprego. “É uma forma de possibilitarmos a inserção no mercado de trabalho e ainda oferecer oportunidade para que os jovens tenham vivências profissionais na prá-

tica”, explica Wilson Klemann, gerente de Recursos Humanos da Premium Tabacos do Brasil. Hoje a empresa conta com cerca de 50 trabalhadores contratados por meio do programa. “Os resultados dessa proposta têm sido satisfatórios. Há pessoas que começaram com o primeiro emprego e hoje já fazem parte do quadro efetivo”, observa. Outro aspecto positivo, na opinião do gerente, é o fato de essa oportunidade representar, em alguns casos, a primeira experiência para o futuro profissional. Atualmente a empresa conta com um quadro que chega a mil funcionários no período de maior produção. Como forma de estimular a participação das equipes enviando sugestões de nomes para ocupar as vagas eventualmente abertas, a indústria sorteia prêmios. Neste ano, quem fez indicações concorrerá a uma geladeira.

Compromisso entre colegas Além de estimular a participação dos funcionários, o programa desenvolvido na empresa evidencia outro aspecto altamente valorizado nos ambientes corporativos: o comprometimento. Quem é indicado costuma levar em conta o compromisso com o colega que sugeriu seu nome, ou seja, demonstrando ainda mais esforço no exercício das atividades. Hoje, segundo Klemann, o QI é uma prática que faz a diferença no dia a dia profissional. A iniciativa, salienta, também contribui para revelar talentos, fazendo com que aqueles que indicaram sintam-se ainda mais integrados à companhia.

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Com a carteira assinada, é hora de planejar o futuro A vida de Carlos Gabriel Figueiredo da Silva passou por grandes transformações nos últimos meses. Natural de Rio Pardo, o jovem, hoje com 19 anos, descobriu o trabalho cedo ao se dedicar às lidas campeiras em fazendas na localidade de Vila Camargo, onde reside atualmente. Os compromissos o ajudaram a entender na prática como é a vida de um trabalhador, mas ele queria mais segurança. Afinal, há dois meses tornou-se pai de Felipe e, com a paternidade, tinha responsabilidades maiores. Quase ao mesmo tempo em que via o filho pela primeira vez, o rapaz de fala tímida soube por meio do sogro e do cunhado que uma fumageira santa-cruzense estava contratando pessoas para auxiliar no recebimento do tabaco vindo dos produtores. Era a oportunidade que ele esperava. A partir da indicação dos parentes, o marido de Juciane obteve a vaga na Premium

Tabacos e neste 1º de maio vai celebrar o Dia do Trabalho com a sua carteira assinada pela primeira vez. “Foi muito bom ter esta oportunidade. Tenho mais segurança e os direitos trabalhistas assegurados, além de um salário melhor”, conta. Carlos estudou até o primeiro ano do ensino médio, mas sabe que o crescimento profissional exigirá, além da dedicação, novos aprendizados. Tanto que já pensa em voltar para a escola, fazer cursos e se aperfeiçoar a fim de assegurar um melhor futuro para a família. Quase sem palavras para descrever o atual momento, o jovem trabalhador reconhece seus direitos e sabe dos compromissos, como cumprimento de horários e boa convivência com os colegas, além de seguir as orientações da empresa no exercício de sua atividade. “Hoje tenho que pensar na minha família e sei como o primeiro emprego é importante para isso.”.

Lula Helfer

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Uma nova rotina de muito aprendizado

Lula Helfer

O dia a dia de Sabrine Wagner tem sido repleto de descobertas. Aos 18 anos, a estudante de Publicidade e Propaganda foi um dos talentos recrutados por meio do programa de indicações da Premium Tabacos e hoje atua na área de Planejamento e Controle de Processo, um setor ligado à produção. A contratação para a vaga que envolve uma série de tarefas administrativas se deu a partir da informação repassada por um familiar que é funcionário da fumageira. Após ter concluído o ensino médio em 2013, a santacruzense dedicou meio ano ao esporte como jogadora de vôlei. Passada a temporada de jogos, ela se focou no futuro profissional, e motivação para isso não falta. “Recebo orientações e tenho apoio das chefias para desempenhar minha tarefa, o

que é uma forma de aprendizado”, conta. Filha de Hans e Glaci, funcionários de um hotel em Santa Cruz do Sul, Sabrine cresceu vendo o empenho dos pais e sabe que isso é fundamental para qualquer carreira. Sua irmã, Litiele, um ano mais velha, também segue os mesmos passos trabalhando na Unisc. “O trabalho é uma forma de me descobrir para a vida. Aqui na empresa, vejo as oportunidades que tenho para o futuro como profissional”, diz. Com um caminho promissor pela frente, Sabrine procura se organizar para desempenhar as tarefas acadêmicas em harmonia com a rotina profissional. E motivação para isso não falta, pois, como ela diz, a experiência de ter o primeiro emprego é estimulante.

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O desafio de conquistar a valorização Relatório recente da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), com dados de 2012, mostra que as desigualdades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho ainda são grandes, como maior desemprego, menos participação e mais informalidade. Uma das facetas mais importantes de análise ao se comparar gênero e trabalho é a questão do trabalho doméstico. Em 2012, entre mais de 6 milhões de pessoas de 16 anos ou mais ocupadas no trabalho doméstico remunerado, mais de 92% eram mulheres e 63,4% delas eram negras. Embora essa atividade continue sendo uma das principais ocupações para o gênero, entre 2011 e 2012 a proporção de ocupadas no trabalho doméstico

passou de 15,5% para 14,7%. As empregadas domésticas estão em situação mais precária que os homens na mesma ocupação: somente 28,4% delas tinham carteira assinada, contra 50,2% dos homens. As domésticas negras percebiam, em 2012, 86% dos rendimentos médios das domésticas brancas: R$ 546,15, frente a R$ 637,30. Os homens, por sua vez, tinham rendimentos superiores: R$ 848,45, em oposição a R$ 579,81 (68% do rendimento médio dos homens). Essas diferenças no trabalho doméstico estão relacionadas também com os tipos de atividades realizadas: os homens são a grande maioria entre os jardineiros, caseiros e motoristas, e as mulheres, entre as babás, faxineiras e cozinheiras. (Fundação Perseu Abramo/Maxpress)


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Aprendizado para toda a vida Transportar com segurança é o nosso trabalho!

você

Parabéns Dia do Trabalhador

Pessoas entre 14 e 23 anos contam com uma chance a mais na hora buscar uma oportunidade profissional, a partir da Lei do Aprendiz

U

m dos programas sociais mais reconhecidos quando o assunto é inclusão no mercado de trabalho e desenvolvimento profissional tem contribuído para abrir as portas profissionais a milhares de brasileiros todos os anos. O Jovem Aprendiz foi criado em 2000 e possibilita que estudantes entre 14 e 23 anos possam ingressar no mercado de trabalho conforme regras estabelecidas por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que dá maior credibilidade e segurança tanto para quem se candidata como às empresas que contratam por essa modalidade. Todas as organizações empresariais de qualquer natureza e que tenham pelo menos sete empregados podem contratar aprendizes. O percentual de vagas a serem oferecidas a partir desse sistema varia de acordo com cada organização. Ao firmar o contrato com o empregador, o jovem atenderá às necessidades da companhia durante um turno, frequentará a escola no outro horário e ainda terá alguns dias da semana reservados

para um curso de formação técnica em determinada área, que será ministrado de maneira gratuita por uma das entidades que integram o Serviço Nacional de Aprendizagem (Senac, Senai, Senat, entre outras). Em Santa Cruz do Sul, a experiência tem proporcionado resultados positivos. No caso do Senac, que atende empresas do comércio de bens, serviços e turismo, hoje existem 345 jovens com contrato de trabalho. “Acreditamos que o principal benefício do programa para os jovens é o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Pois nós, enquanto instituição de ensino, acreditamos que devemos nos preocupar não só com a formação técnica dos alunos, mas sim com a sua formação humanística. A inserção no mercado de trabalho é outro grande benefício, pois possibilita que o jovem tenha a sua primeira experiência profissional formal, propiciando o seu desenvolvimento pessoal e consciência cidadã”, afirma a diretora do Senac de Santa Cruz, Daniela Roehrs Laner.

Homenagem ao Dia do Trabalhador Homens e mulheres exaltando suas crenças, valentes trabalhadores que erguem seu braço como se fossem bandeiras em defesa do trabalho.

Parabéns P Para rab abéns Trabalhador Trabalha ha ad r ador a


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A seleção dos aprendizes é feita pelas empresas de acordo com o perfil necessário e processo seletivo utilizado. Elas posteriormente encaminham o candidato selecionado para executar as atividades do programa junto ao Senac e, mais tarde, as tarefas práticas na empresa. A instituição disponibiliza um banco de currículos para as companhias interessadas. Conforme o artigo 429 da CLT, os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a contratar e matricular aprendizes nos cursos de aprendizagem, no índice mínimo de cinco e máximo de 15% das funções que exijam formação profissional.

Primeiros passos para a carreira Outro aspecto que se destaca com o programa é a oportunidade para as empresas identificarem novos talentos, que no futuro podem ser inseridos no quadro efetivo. Isso se torna possível, segundo a diretora do Senac, a partir da prática profissional supervisionada, em que é possível acompanhar o desempenho e andamento das tarefas propostas. No Brasil, conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cerca de 80% dos aprendizes que concluíram o programa permaneceram no mercado formal no ano se-

guinte. Os dados mais recentes são de 2012, quando 256.320 aprendizes concluíram o programa e 211.186 continuaram no mercado formal em 2013, representando 82%. O contrato de aprendiz é regido pela CLT, da mesma maneira que os outros contratos com empresas privadas. Ele assegura os direitos reservados aos trabalhadores comuns, como salário mínimo, férias e décimo terceiro. As diferenças básicas do contrato de aprendiz são que ele tem prazo determinado de duração, que não ultrapassará dois anos, e há obrigatoriedade de o jovem estar estudando.

A contratação de aprendizes é facultativa pelas microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP), inclusive as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples), bem como pelas entidades sem fins lucrativos (ESFL), que tenham por objetivo a educação profissional. Nesses casos, o percentual máximo estabelecido no artigo 429 da CLT deverá ser observado.

Saiba mais Quando surgiu, no ano 2000, a legislação que estabelece as regras para a contratação de aprendizes determinava que essa modalidade de contrato estaria destinada a jovens entre 14 e 18 anos. A lei sofreu alteração, que ampliou essa margem para jovens de até 23 anos.

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Motivos

para estimular as boas ideias As ações criativas são cada vez mais valorizadas pelas organizações. Afinal, é por meio delas que muitas vezes se encontram soluções capazes de fazer a diferença para toda a equipe

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lém de produzir, os trabalhadores adquiriram um papel decisivo para o desenvolvimento as empresas. A partir de suas vivências diárias nos diferentes setores e da convivência com colegas, vivências ou conhecimento acerca da atividade que desempenham, eles podem dar grandes contribuições para o andamento das atividades. É o que pode ser chamado empreendedorismo

ENTREVISTA Gazeta do Sul – Como um trabalhador pode empreender no ambiente profissional? Jaqueline Weigel – Empreender significa escolher o caminho mais difícil ou criar o novo. Empreender é uma atitude. Os profissionais precisam abraçar com empenho seu trabalho, como se fosse uma missão. Não importa a atividade, tudo que acontece em uma empresa é importante, e quando o todo se beneficia, as pessoas também ganham. Iniciativa, de assumir a responsabilidade da tarefa que lhe foi conferida, de pensar criativamente em como fazer melhor e diferente. Trabalhar de qualquer forma ou fazer apenas o mínimo vai gerando desmotivação e o maior impacto é no próprio trabalhador. Pessoas que têm um olhar maior, são otimistas, criativas, são mais felizes no que fazem.

corporativo, que vem sendo amplamente valorizado. Mas para que isso aconteça, é necessário oferecer condições que despertem a criatividade e façam as boas ideias, mesmo que simples, se multiplicarem. Na entrevista a seguir, a coaching especialista em carreiras Jaqueline Weigel avalia e dá sugestões que podem fazer toda a diferença no mercado de trabalho.

Jaqueline Weigel, coaching

Gazeta – Muitos pensam que só grandes ideias, às vezes geniais, podem ser consideradas práticas empreendedoras, mas atitudes simples também podem ser, não é mesmo? Jaqueline – Pequenas ideias muitas vezes fazem uma enorme diferença. Nem todos terão insights grandiosos. O importante é criar, é mudar, inovar. Nas sessões de brainstorming, oficina de ideias, muitas soluções aparecem. O problema é que as pessoas não as trazem à discussão por imaginarem que são pequenas ou irrelevantes demais. É um erro. Pessoas atentas e empreendedores têm inúmeras ideias em um dia, e raramente uma grande ideia. É preciso estimular a criatividade, e isso exige ambiente e tempo. Em equipes, é importante estimular a criação constante de ideias ou de pensamento criativo. Um bom

líder sabe como fazê-lo. Costumo dizer que pequenos movimentos criam grandes e memoráveis mudanças. Não despreze ideia alguma. Na história, pequenas sacadas criaram grandes viradas. Gazeta – Existe um passo-apasso que possa ser seguido para inovar nas questões internas das empresas? Ou seria uma questão de altruísmo? Jaqueline – Inovar é criar o novo ou fazer alguma coisa de outra forma. Criatividade precisa ser estimulada. Todas as pessoas são criativas, de maneira diferente. Pedir que alguém crie alguma coisa exige tempo e estímulo adequado. No piloto automático estressante ou no módulo sobrevivência, é impossível criar. Cada um tem seu momento de criatividade. O espaço para refletir, contemplar, ter ideias precisa ser criado. É

por isso que empresas modernas como a Google tem salas de jogos, jardins... e a Apple dá 20% do tempo livre a seus funcionários. Gazeta – Este aspecto, a iniciativa, é valorizado pelas organizações? De que forma? Jaqueline – As boas ideias sim. A criatividade também, mas as organizações ainda não abriram espaço ao tempo de reflexão, de conversa, de criação. Não faz parte da cultura, mas terá que fazer. É estratégico para a sustentabilidade e perpetuidade dos negócios. Na verdade as empresas querem seres criativos prontos, que criem e inovem o tempo todo. Submetidos a altas cargas de trabalho, à pressão e ao crescimento desordenado, ninguém cria nem melhora nada. Quando ouço o termo melhoria contínua, a primeira pergunta que faço é: quanto tempo se gasta aqui com oficinas de criatividade? A resposta normalmente é o silêncio ou “não temos tempo

para isso”. Limitação de modelo mental e modelo de gestão antiquado. Gazeta – Qual seria a participação dos empregadores para estimular suas equipes a serem motivadas para agir dessa maneira? Pagar mais ou premiar por iniciativas assim é positivo do ponto de vista motivacional? Jaqueline – Premiar pode ser um bom incentivo, mas mais do que isso, criar a cultura da criatividade. O problema é que poucos sabem como fazê-lo. Gestores e departamentos de Recursos Humanos não têm apoio das diretorias e não sabem como implementar a cultura do pensamento criativo. Só uma consultoria estratégica especializada em assuntos comportamentais coletivos e sistêmicos é capaz de promover essa mudança no jeito de pensar da empresa. Mas todos os líderes, especialmente o presidente, precisam apoiar e se envolver. Ou não dará certo.


Momento

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Lula Helfer

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de adaptações e oportunidades Em um cenário dinâmico, no qual as empresas precisam estar prontas para encarar as diferentes situações do mercado, as exigências se tornam maiores e estimulam os profissionais

É

diante das adversidades que se buscam alternativas capazes de fazer frente aos desafios, seja no ambiente doméstico ou no meio corporativo. No mercado de trabalho, a instabilidade econômica gera maior pressão sobre as empresas e isso naturalmente se reflete sobre os profissionais, o que pode ocasionar disputas internas em busca de espaço. Situações assim podem ser interpretadas como arriscadas, mas, dependendo do caso, são capazes de contribuir para o desenvolvimento da equipe. É o que aponta a psicóloga e consultora de Recursos Humanos Priscilla Teloeken. “As disputas podem ser positivas para as empresas e para as relações humanas desde que ocorram de forma ética e saudável. Períodos de crise sempre geram oportunidades, e uma certa dose de competitividade é conveniente e até motivadora. O problema ocorre quando a disputa ultrapassa os limites do respeito e da ética

moral”, observa. Ao mesmo tempo, a recomendação para os trabalhadores segue pautada pela qualificação constante, seja em torno do conhecimento técnico ou no que diz respeito às competências comportamentais. “Em momentos de crise ou de maior pressão, se sai melhor o profissional que está mais preparado, que domina o seu campo de atuação. A capacitação técnica, geralmente, é mais fácil de ser adquirida através de cursos, treinamentos e especializações. Já o desenvolvimento de potencialidades comportamentais depende também de uma predisposição e de uma maior motivação”, ensina. Segundo a consultora, hoje é possível encontrar cursos de imersão para o desenvolvimento de habilidades comportamentais, como relacionamento interpessoal, liderança e comunicação. “Porém, as informações e experiências vividas nesses cursos precisam ser aplicadas na prática, evidenciadas no dia a dia do profissional”, pondera.

Atenção aos clientes é fundamental Para os trabalhadores que já têm um certo tempo de carreira, as mudanças econômicas exigem adaptações constantes. Não é por menos que de tempos em tempos novas atividades profissionais são regulamentadas pelo Ministério do Trabalho. De qualquer forma, segundo Priscilla, estar atento às transformações e às demandas do mercado e dos clientes é a regra de ouro. “Os clientes estão mais exigentes e bombardeados

por muitas informações e ofertas. Uma farmácia, por exemplo, antigamente vendia apenas medicamentos e hoje oferece uma infinidade de cosméticos e acessórios. As lojas se reinventam e oferecem produtos pela internet ou levam, inclusive, na casa do cliente. O profissional inserido nesse contexto precisa ser multifuncional, ter visão do negócio e, principalmente, capacidade para captar as necessidades dos clientes”, acrescenta.

Diferentes gerações no mesmo espaço A dinâmica dos ambientes corporativos se dá também a partir da convivência entre colegas de diferentes gerações. No caso dos mais jovens, conforme Priscilla Teloeken, eles devem estar disponíveis ao trabalho e ter a humildade necessária para aprender com os mais experientes. “Vejo muitos jovens querendo se colocar no mercado, mas fazendo muitas exigências, como horário de trabalho, salário, antes mesmo de demonstrar um comprometimento com o trabalho.” Mas essas diferenças de idade, ela res-

salta, podem ser enriquecedoras no ambiente organizacional, desde que exista respeito e troca de visões que contribuam para o crescimento da equipe. “As gerações mais antigas costumam trazer a experiência, a paciência e a habilidade para lidar com as adversidades. Por outro lado, as mais novas trazem a inovação, a informalidade e a agilidade necessária em alguns momentos. Conciliar a prudência de uma geração com a impaciência da outra pode trazer resultados mais rápidos e também assertivos para as empresas”, salienta.


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Oportunidade para se desenvolver

A experiência do primeiro emprego é marcante em todos os sentidos, sobretudo diante das possibilidades que se abrem para quem está começando. Afinal, além da inclusão profissional, representa um passo rumo à cidadania

P

or anos, uma situação soou como desafio para os jovens que buscam a primeira colocação no mercado de trabalho. Sem experiências profissionais anteriores, muitos eram barrados nas fases iniciais dos processos seletivos. Essa realidade ainda existe, mas é cada vez menos frequente. O motivo? As empresas e equipes de recrutamento mudaram a forma de encarar esse aspecto e hoje veem os jovens sem experiência alguma como pessoas

capazes de fazer a diferença no dia a dia. Afinal, a força de vontade para desempenhar a tarefa e o desejo de crescimento profissional costumam formar a combinação perfeita para quem está trilhando os primeiros passos. Estimativas apontam que hoje, dois em cada três jovens brasileiros estão em busca de emprego. Além do maior acesso a programas de inclusão de aprendizes, estágios também têm possibilitado a abertura de portas nas em-

presas para essa massa crescente de candidatos. Exemplo dessa mudança pode ser visto nas estatísticas da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego. Um dos maiores crescimentos na oferta de vagas para pessoas entre 16 e 17 anos foi registrado em 2012 e seguiu se repetindo. Neste ano, a expansão foi de 5,85% nessa faixa etária. No mesmo período, o crescimento médio das vagas no País foi de 2,48%.

Aprendiz legal Implantado em 2008 no Rio Grande do Sul, o Aprendiz Legal tem gerado boas oportunidades profissionais. Desenvolvido pelo Ciee-RS em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o programa segue princípios metodológicos fundamentados no desenvolvimento de competências e habilidades para o trabalho. Durante o processo de aprendizagem, o usuário participa de encontros, troca experiências em grupos e é acompanhado permanentemente pela entidade formadora e empresa, tendo atendimento individualizado e avaliações formativas e processual. Atualmente, em torno de 90 empresas participam do programa no Vale do Rio Pardo. “Tivemos crescimento de 18% no número de aprendizes neste último ano”, destaca a supervisora executiva da unidade operacional do Ciee de Lajeado, Kátia Raquel Böhmer. Segundo ela, os cursos de aprendizagem disponíveis em Santa Cruz do Sul são: ocupações administrativas; comércio e varejo; logística; práticas bancárias e auxiliar de alimentação. O programa é destinado a adolescentes e jovens com idade entre 14 a 24 anos, regularmente matriculados no ensino fundamental ou médio, ou que tenham concluído o ensino médio. Para pessoas com deficiência, não há restrição de idade. Os interessados podem realizar cadastro pelo site ou procurar a unidade de atendimento do Ciee, munidos de: carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência e de matrícula (se tiver). Os contatos em Santa Cruz do Sul se dão pelo e-mail aprendizsantacruz@cieers.org.br ou telefone 3715 1463.

O aprendizado deve ser constante. Todo novo funcionário precisa ser treinado para desempenhar as tarefas que serão propostas, mas também é importante ir em busca de informações e cursos que auxiliem nessa fase. A oportunidade precisa ser vista como um potencial de descobrimento, e o candidato precisa estar mais flexível, aberto para receber críticas e principalmente conselhos e sugestões. O candidato a uma vaga deve conhecer a área em que pretende atuar. Traçar uma estratégia com foco nesse aspecto é o primeiro passo. Assim, começa a escolha das empresas. A elaboração do currículo é de extrema importância e deve estar estruturada conforme as exigências da vaga. O candidato tem de mostrar habilidades que tragam algum valor no momento da seleção. O comportamento do indivíduo e a inteligência emocional são fortes pré-requisitos e é importante que o candidato fique atento a suas principais habilidades comportamentais. As mais exigidas são: produção de conhecimento, humor, automotivação, criatividade, relacionamento interpessoal, liderança e possuir planos para o futuro. O networking, rede de relacionamentos, poder ser muito útil nesse momento. O candidato pode se favorecer através de pessoas conhecidas ou das mídias sociais. Conquistada a vaga, vem outra etapa decisiva: a adaptação. A fase de experiência é dedicada a isso. É importante manter a postura dentro da empresa de forma receptiva para aprender e realizar todas as tarefas propostas. Antes de tentar o primeiro emprego, o candidato precisa estar treinado para fazer uso de ferramentas básicas da tecnologia que serão exigidas na rotina de trabalho. Conversar e se relacionar com os colegas de trabalho é outra ótima opção, assim o candidato pode descobrir qual o melhor perfil e o que a empresa mais procura em seus novos colaboradores. Fonte: www.guiadacarreira.com.br



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No ritmo

da evolução tecnológica Treinamentos a cada dez dias, muita pesquisa e busca por referências são alguns dos desafios profissionais entre aqueles que se dedicam ao trabalho com equipamentos eletrônicos

A

s televisões mudaram, ficaram mais finas e hoje podem se conectar à internet. Os eletrodomésticos estão

Parabéns aos trabalhadores, em especial, aos nossos funcionários e colaboradores!

diferentes e os aparelhos de celular concentram funções capazes de tornar tarefas do cotidiano mais rápidas e práticas. Os computadores e notebooks também seguiram essa tendência junto aos tablets. Para acompanhar tantas transformações, os profissionais da área eletrônica, sobretudo aqueles que atuam com manutenção e assistência técnica, precisam aprender no mesmo ritmo em que as grandes empresas de tecnologia lançam novos aparelhos. Mais do que uma necessidade, a atualização é indispensável nesse tradicional ofício. E o santa-cruzense Ricardo Zillmer sabe bem disso. Aos 39 anos, ele deu continuidade ao trabalho realizado por seu pai a partir de 1971. Desde a adolescência acompanhou a atividade auxiliando nos consertos, que antes se resumiam às televisões, rádios e eletrodomésticos. Embora a essência tenha se preservado, a forma de conserto, as peças e a tecnologia mudaram. Aliado a isso, o surgimento de marcas e a derrocada de outras passaram a exigir mais aperfeiçoamento. Afinal, cada uma tem suas particularidades. “Acompanhar esta evolução é algo complexo, porque hoje tudo está convergindo com conexões à internet e múltiplas funções. Temos como exemplo os celulares. Já existem televisões que, na hora em que vamos configurar pela primeira vez

na casa do cliente, é necessário informar o CEP e bairro. Caso ocorra algum problema, automaticamente elas informam o fabricante por meio da internet. Assim, a empresa poderá saber o que e onde aconteceu”, exemplifica. A capacidade de conexão, bem como a chegada de novas formas de construção dos aparelhos, mudou o jeito de trabalhar na área dos eletrônicos. Nos últimos sete ou oito anos, Ricardo Zillmer testemunhou as transformações, viu novidades chegando e logo se tornando obsoletas, como é o caso das televisões em plasma. Outro exemplo: quando ele começou a trabalhar, o videocassete era a última moda. Hoje esses aparelhos são quase peças de museu e deram lugar aos DVDs e Blu-Ray. Na mesma linha, a migração da fita cassete para o CD e deste para o MP3, chegando aos compactos pendrives, também ilustra os avanços. E a lista não para por aí, fazendo com que quem trabalha na área precise aprender diariamente. “Se conseguisse fazer treinamento diário seria melhor, mas é impossível. Hoje há fabricantes que dão treinamentos a cada dez dias. A Samsung chegou a fazer um por semana”, aponta. Como a área é de tecnologia, a internet se tornou uma aliada de quem atua nesse ramo, afinal nem sempre é possível estar presente fisicamente nos locais de cursos.

Desejamos um Feliz Dia do Trabalho a todos os profissionais, que, assim como nós, que completamos hoje 44 anos de empresa, se empenhem em construir um mundo melhor!

Homenagem - Dia do Trabalhador

Dog Center I Rua Ramiro Barcelos, 1024 Fone: (51) 3715.2376 • SCS

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Proteção

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Nova realidade entre as empresas

e segurança no dia a dia

Além da preocupação com a integridade de seus quadros, as empresas também investem na segurança dos funcionários como forma de prevenir transtornos trabalhistas, punições de órgãos de classe ou dos serviços de fiscalização do governo. E isso tem contribuído no planejamento e adoção de estratégias que visam proteger os empregados. O retorno, nesse caso, vai além da melhora nos indicadores relacionados à produtividade, completa o engenheiro. “Um trabalhador protegido dentro de um ambiente seguro e saudável consequentemente vai trabalhar mais motivado. Em troca, a empresa terá vários benefícios, dentre eles: maior retorno financeiro, eliminação de gastos com acidentes e indenizações com acidentes e doenças do trabalho, proporcionando uma imagem positiva da empresa perante a sociedade e, como consequência disso, a adesão de novos clientes”, salienta.

Divulgação/GS

Estabelecidos pela legislação, cuidados com os trabalhadores podem se refletir na melhora da qualidade dos serviços prestados e ainda contribuem para a imagem das empresas entre os clientes

Avanços

A

o mesmo tempo em que investem no aparelhamento de suas linhas de produção e adotam as mais atualizadas ferramentas de gestão, as empresas também precisam estar atentas ao capital humano, ou seja, aos seus funcionários. E, por isso, os olhares se voltam para aspectos como a saúde e segurança do trabalho, um conjunto de medidas e ações que visam diminuir ou prevenir acidentes e doenças ocupacionais e assim proteger a integridade das equipes. As iniciativas voltadas à segurança do trabalhador passam pelas diferentes áreas das empresas, sempre buscando adaptar o ambiente às pessoas que transitam por ali. Esses cuidados, segundo o engenheiro de Segurança do Trabalho, Marco Aurélio dos Santos de Souza, podem se refletir de maneira positiva no desempenho dos empregados. “Um ambiente saudável, livre de riscos ao trabalhador, proporciona uma sensação de segurança. Consequentemente ele irá produzir mais, pois a preocupação

de sofrer acidentes ou adquirir uma doença do trabalho não irá existir. Muito importante também é promover o treinamento constante ao empregado como forma de habilitá-lo a desenvolver atividades de forma a prevenir os perigos e riscos.” Além desse fator, o crescimento profissional envolve a segurança. Segundo o engenheiro, esse quesito é cada vez mais valorizado no momento da escolha de um prestador de serviços. “Imagine se você tivesse que escolher uma empresa prestadora de serviços na área de construção civil, por exemplo, para realizar uma tarefa em casa ou na empresa e os trabalhadores fossem trabalhar de chinelos, sem camisa e de calções. Qual a imagem que você teria desses trabalhadores e dessa empresa? Por mais que eles conhecessem as suas atividades, certamente passariam uma imagem negativa”, exemplifica. Em um cenário oposto, contudo, a conclusão seria diferente. “Agora, uma mesma situação, mas com os empre-

gados vindo trabalhar uniformizados, com os seus EPIs (botina, capacete, óculos de proteção), não passaria uma imagem positiva? Então, segurança do trabalho está diretamente vinculada à qualidade dos serviços prestados, levando em conta também que um profissional protegido não se acidentará e, consequentemente, não se afastará de sua atividades”, ressalta. Transportando o exemplo para a realidade das companhias, sejam elas do porte que forem, a proteção das equipes requer uma série de medidas que se tornam estratégicas. “Quando os diretores, gerentes e supervisores se reunirem para discutir o orçamento anual da empresa, deve-se destinar uma fatia desse orçamento à segurança do trabalho. Uma vez que esse valor for destinado, estarão atuando na prevenção. Prevenção sempre foi e sempre será o melhor caminho, pois estamos atuado para evitar que o pior aconteça”, ensina o engenheiro, que tem 18 anos de experiência na área.

Segundo Marco Aurélio de Souza, que é engenheiro de segurança do trabalho e empresário em Santa Cruz do Sul, as normas negulamentadoras (NRs) da portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, estão passando por profundas reformulações. Uma delas é a NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos –, que está revolucionando e mudando conceitos em proteção de máquinas e equipamentos. Outra, a NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –, está trazendo mais segurança na execução das atividades de construção civil. A criação da NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados –, por sua vez, está adequando o ambiente e postos dos empregados que sofrem com posturas inadequadas e movimentos repetitivos.


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Feriado

Expediente

com festa para os trabalhadores

Edição: Dejair Machado dejair@gazetadosul.com.br Textos: Dejair Machado e Rodrigo Kämpf Diagramação: Rodrigo Sperb

Serviço

Edson Marques/Banco de Imagens/GS

Quem visitar o Parque da Oktoberfest vai encontrar uma série de atrações, como shows de bandas e atividades recreativas voltadas para toda a família. Evento marca o lançamento da Campanha do Agasalho 2015

C

entenas de pessoas são esperadas para a 11ª edição do Parque do Trabalhador, que acontece hoje a partir das 14 horas. Com uma programação voltada ao lazer, entretenimento e cuidados com a saúde, o evento também marca o lançamento da Campanha do Agasalho 2015. Como tradicionalmente acontece, uma estrutura foi especialmente montada no Parque da Oktoberfest. No palco, estão programadas apresentações com as bandas Fandangaço, Modello e o Grupo Sambora. Ainda vai se apresentar a Banda Marcial do Sesi e haverá transmissão ao vivo do programa Show da Tarde, da Rádio Gazeta. Os visitantes também vão contar com mateada com a Ervateira Valério, praça de alimentação e, na vila típica, poderão adquirir cucas e produtos coloniais. Para a criançada, serão disponibilizados a cidade dos brinquedos e espaço para pintura de rosto, ambos gratuitos e oferecidos pelo Sesi. O evento ainda terá exposições, feira de

artesanato e Quick Massagem do Senac. O Parque do Trabalhador também abre espaço para atividades de caráter social. A Secretaria de Saúde vai disponibilizar um ônibus no qual haverá vacinação contra a gripe de forma gratuita para os grupos prioritários. Além disso, uma unidade do Hospital Ana Nery vai fazer aferição da pressão arterial e o Sesi disponibilizará serviços de odontologia e testes de acuidade visual gratuitamente. Em meio a tudo isso, também acontece o lançamento da Campanha do Agasalho 2015, que se estenderá por todo o mês de maio. No parque, haverá um local para recepção de agasalhos. Embora o acesso ao evento seja gratuito, os organizadores pedem que sejam levadas roupas para doação. Cada peça entregue dá direito a um cupom para concorrer aos prêmios no encerramento, dia 31 de maio, na celebração dos 35 anos da Rádio Gazeta, na Praça Getúlio Vargas.

11º Parque do Trabalhador Promoção: Gazeta Grupo de Comunicações, Sesi e Prefeitura de Santa Cruz do Sul Local: Parque da Oktoberfest Quando: hoje, 1º de maio Horário: 14 às 19 horas Ingresso: entrada franca (pede-se que leve um agasalho para doação)


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