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[Português II]

PORTUGUÊS SUMÁRIO Unidade 1 – Análise Sintática Externa 9.1. Orações Coordenadas .........................................................................................................................2 9.2. Orações Subordinadas.........................................................................................................................3 9.2.1. Orações Subordinadas Substantivas ................................................................................................4 9.2.2. Orações Subordinadas Adjetivas ......................................................................................................5 9.2.3. Orações Subordinadas Adverbiais ....................................................................................................6 9.2.4. Orações Subordinadas Reduzidas ....................................................................................................7

Unidade 2 – Pontuação ...............................................................................................8 Unidade 3 – Regência Verbal ..............................................................................13 Unidade 4 – Regência Nominal .........................................................................15 Unidade 5 – Crase .............................................................................................................17 Unidade 6 – Concordância Nominal ...........................................................19 Unidade 7 – Concordância Verbal .................................................................22 Unidade 8 – As Funções do “QUE” e do “SE”.........................................26 EXERCÍCIOS ENEM + vestibulares ................................................................................................................................ 28

*Material didático elaborado pela Prof. Giovana Souza, formada em Letras pela UFSM, com ampla experiência em cursos preparatórios para vestibulares e ENEM. Ministra aulas desde 2000.

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UNIDADE 1 ANÁLISE SINTÁTICA EXTERNA Análise sintática externa é o estudo da estrutura de um período e das orações que o compõem. Ou seja, fazer a análise sintática de um período é estudar a sua estrutura e determinar os seus componentes. Quando o período for composto, ainda pode ser: por coordenação (oração coordenada) ou por subordinação (oração subordinada).

9.1. Orações Coordenadas Orações coordenadas são aquelas que, no período, não exercem função sintática umas em relação às outras. São, portanto, orações sintaticamente independentes, embora ligadas pelo sentido ou por elementos gramaticais (as conjunções), formando um todo coeso e coerente. Observe o exemplo a seguir:

Fui ao colégio, / entrei na sala da diretora / e cumprimentei todos os presentes. É evidente a independência sintática dessas três orações. As orações coordenadas podem ou não estar relacionadas pelas conjunções coordenativas. No exemplo acima, as duas primeiras orações não possuem conjunção, ou seja, são chamadas de assindéticas, já a terceira é introduzida pela conjunção E, é, portanto, sindética.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: a) ADITIVAS: exprimem ideia de soma, adição. As principais conjunções são: e, nem, mas também, mas ainda. Ex.: João estuda e trabalha. b) ADVERSATIVAS: exprimem ideia de adversidade, oposição, contraste. As principais conjunções são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. Ex.: João estuda, mas não aprende. c) ALTERNATIVAS: exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alternância quando a ocorrência de um fato implicar a não ocorrência de outro. As principais conjunções alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já... já, seja... seja. Ex.: Saia mais cedo de casa, ou espere o trânsito melhorar. d) CONCLUSIVAS: exprimem ideia de conclusão. As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, pois (posposto ao verbo). Ex.: Demorou para sair, logo chegou atrasado. e) EXPLICATIVAS: exprimem ideia de explicação, justificação, confirmação. As conjunções principais são: pois (anteposto ao verbo), porque, que. Ex.: Venha logo, pois sua presença é imprescindível.

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É importante sempre compreender o contexto, ou seja, não vale decorar as conjunções, pois, às vezes, uma mesma conjunção pode estabelecer relações diferentes. Ex.: Pedro estuda e trabalha. (adição) Pedro estudou e foi aprovado. (conclusão) https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/08/oracoes-coordenadas-com-gabarito.html

Pedro estudou e foi reprovado. (adversidade)

9.2. Orações Subordinadas As orações também se relacionam no período, podendo exercer funções sintáticas. Toda oração que exerce função sintática em relação a uma outra denomina-se oração subordinada. As orações subordinadas, conforme a função sintática que exerçam, classificam-se em: a) SUBSTANTIVAS – exercem funções próprias de um substantivo como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto. Essas orações são introduzidas, normalmente, pelas conjunções integrantes QUE e SE, mas podem também serem introduzidas por pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos. b) ADJETIVAS – exercem a função sintática de adjunto adnominal. As subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos – que, quem, quanto, como, onde, cujo (e flexões), o qual (e flexões). c) ADVERBIAIS – exercem a função sintática de adjunto adverbial, característica do advérbio. As orações adverbiais são introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, consequência, causa, comparação, concessão, proporção, condição, conformidade e finalidade.

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9.2.1. Orações Subordinadas Substantivas As orações substantivas são classificadas conforme a função sintática que desempenham. MACETE: para saber se uma oração é substantiva, troque-a por ISSO. Ex.: Desejo / que sejam aprovados. = Desejo ISSO. (1ª oração = principal / 2ª oração = oração substantiva) a) SUBJETIVAS - exercem a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. É provável / que todos sejam aprovados. = É provável ISSO. Convém / que ele chegue cedo. = Convém ISSO. Sabe-se / que todos serão aprovados. = Sabe-se ISSO. b) OBJETIVAS DIRETAS - exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal. Espero / que vocês sejam aprovados. = Espero ISSO. Desejo / que todos sejam felizes. = Desejo ISSO. c) OBJETIVAS INDIRETAS - exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal. Gostaria / de que todos me apoiassem. = Gostaria de ISSO (disso) Necessitamos / de que nos ajudem. = Necessitamos de ISSO (disso) d) COMPLETIVAS NOMINAIS - exercem a função de complemento nominal de um nome da oração principal. Tenho medo / de que me traias. = Tenho medo DISSO. Sou favorável / a que o condenem. Sou favorável a ISSO. e) PREDICATIVAS - exercem a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal. Meu maior desejo era / que todos voltassem. = Meu maior desejo era ISSO. Minha esperança é / que vocês sejam aprovados. = Minha esperança é ISSO. f)

APOSITIVAS - exercem a função de aposto de um nome da oração principal. Desejo-lhes uma coisa: / que sejam aprovados. = Desejo-lhes uma coisa: ISSO. Espero sinceramente isto: / que seja aprovados. = Espero sinceramente isto: ISSO.

É importante observar que quem nos dá a classificação das orações substantivas é o verbo ou o nome presente na oração principal. Para que a oração substantiva seja subjetiva, o verbo da oração principal precisa ser VL + predicativo sem preposição; VI ou VTD+SE (conforme exemplos acima). Para a oração ser objetiva direta, o verbo da oração principal necessita ser VTD e na oração objetiva indireta, o verbo é VTI. Para que uma oração seja completiva nominal, na oração principal, é preciso ter um nome que exija complemento com preposição. Para uma oração ser predicativa, a oração principal precisa ser encerrada por um VL e para uma oração ser apositiva, é necessário ter, na oração principal, um nome de sentido vago, ou seja, um nome que precisa ser explicado.

http://www.comprov.ufcg.edu.br/files/Concursos/processo-seletivo-cajazeiras-2018-medio/Provas/2%20ANO%20COMPLETA.pdf

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9.2.2. Orações Subordinadas Adjetivas Orações subordinadas adjetivas são, como já foi definido, aquelas que exercem a função sintática de adjunto adnominal, própria do adjetivo. Estão relacionadas a um nome da oração principal e vêm introduzidas por um pronome relativo. É muito fácil reconhecer uma oração subordinada adjetiva, já que ela sempre vem introduzida por um pronome relativo. A oração adjetiva pode estar depois da oração principal, ou nela intercalada. Ex.: Serão premiados os alunos / que conseguirem melhor nota. Os alunos / que conseguirem melhor nota /serão premiados. As orações adjetivas podem ser: a) RESTRITIVAS – restringem, isto é, limitam a significação do nome a que se referem. Ex.: O homem / que fuma / vive menos. b) EXPLICATIVAS – não restringem a significação do nome; ao contrário, atribuem-lhe uma característica que é própria dele. Ex.: O homem, / que é um ser racional, / diferencia-se dos animais pela linguagem.

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9.2.3. Orações Subordinadas Adverbiais

http://colsaofrancisco.com.br/site/licao/2013/gramatica/20130326revresp1em.pdf

http://www.escolasaodomingos.com.br/uploads/materias_periodo/20180605101457_thumb_BE_L_Portuguesa__9_ano.pdf

Orações subordinadas adverbiais são, conforme definimos anteriormente, aquelas que exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria do advérbio. As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas conjunções subordinativas, exceto as integrantes. Nas tirinhas acima, podemos perceber duas circunstâncias. Na primeira “Se você disser fofinho...” (condição) e na segunda, “... quando a gente precisa dele.” (tempo), constituindo orações adverbiais. As circunstâncias podem ser: a) CAUSAL – exprime uma circunstância de causa, entendida como motivo, isto é, aquilo que determina ou provoca um acontecimento. As principais conjunções causais são: porque, visto que, já que, uma vez que, como (quando equivale a porque) Ex.: Não fiz a prova visto que estava doente. b) COMPARATIVA – exprime circunstância de comparação, que é o ato de confrontar dois elementos a fim de se conhecer as semelhanças ou diferenças existentes entre eles. As principais conjunções comparativas são: como, que (precedido de mais ou de menos). Ex.: Falava mais que um papagaio. c) CONSECUTIVA – exprime circunstância de consequência (resultado ou efeito de uma ação qualquer). A principal conjunção consecutiva é que (precedido de um termo intensivo: tão, tal, tanto) Ex.: Choveu tanto que o trânsito ficou caótico.

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[Português II] d) CONCESSIVA – exprime circunstância de concessão. Concessão é o ato de conceder, de permitir, de não negar, de admitir uma ação contrária. As principais conjunções são: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto. Ex.: Veio à festa, se bem que não tivesse sido convidado. e) CONDICIONAL – exprime circunstância de condição, entendida como uma obrigação que se impõe ou se aceita para que um determinado fato se realize. As principais conjunções são: se, caso, contanto que, desde que. Ex.: Irei visita-lo amanhã se tudo der certo. f)

CONFORMATIVA – exprime circunstância de conformidade, isto é, de acordo, de adequação, de não contradição. As principais conjunções conformativas são: conforme, segundo, consoante, como. Ex.: Choveu conforme era previsto.

g) FINAL – exprime circunstância de finalidade. Entende-se por finalidade o objetivo, o propósito de um fato. As principais conjunções finais são: a fim de que, para que, que. Ex.: Todos estão aqui a fim de que sejam aprovados no concurso. h) PROPORCIONAL – exprime circunstância de proporção. Entende-se por proporção a relação existente entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas implique alteração na outra. As principais conjunções são: à proporção que, à medida que. Ex.: À medida que a ciência progride, o romantismo se extingue. i)

TEMPORAL – exprime circunstância de tempo. As principais conjunções são: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que. Ex.: O filme terminou quando era onze horas.

9.2.4. Orações Subordinadas Reduzidas Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas, adjetivas, adverbiais) podem aparecer sob a forma de orações reduzidas. As orações subordinadas reduzidas têm duas características: a) Apresentam o verbo em uma das formas nominais (gerúndio, particípio, infinitivo); b) Não vêm introduzidas por conectivos (conjunções subordinativas ou pronomes). As orações reduzidas classificam-se, de acordo com a forma verbal que apresentam, em: a) Subordinada reduzida de gerúndio b) Subordinada reduzida de particípio; c) Subordinada reduzida de infinitivo. Ex.: Penso / estar doente. = Penso ISSO (oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo) Terminada a prova, todos saíram. = Quando terminou a prova, todos saíram. (oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio) Havia muitas pessoas estudando na sala. = Havia muitas pessoas que estudavam na sala. (oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio)

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UNIDADE 2 PONTUAÇÃO Na escrita, são os sinais de pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enunciados. Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:

Ponto ( . ) a) Indicar o final de uma frase declarativa: Gosto de sorvete de chocolate.

b) Separar períodos: Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras: Av. (Avenida) V. Ex.ª (Vossa Excelência) p. (página) Dr. (doutor)

Dois-pontos ( : ) a) Iniciar fala de personagens: O aluno respondeu: – Saia agora!

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores. Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos. Anote o número do protocolo: 4254654258.

c) Antes de citação direta: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Reticências ( ... ) a) Indicar dúvidas ou hesitação: Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente: Quem sabe se tentar mais tarde...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar)

d) Suprimir palavras em uma transcrição: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

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[Português II] Parênteses ( ) a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o travessão: Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Ponto de Exclamação ( ! ) a) Após vocativo Ana, boa tarde!

b) Final de frases imperativas: Cale-se!

c) Após interjeição: Ufa! Que alívio!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: Que pena!

Ponto de Interrogação ( ? ) a) Em perguntas diretas: Quantos anos você tem?

b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: Não brinca, é sério?!

Vírgula ( , ) De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos: a) Sujeito de Predicado; b) Objeto de Verbo; c) Adjunto adnominal de nome; d) Complemento nominal de nome; e) Predicativo do objeto do objeto; f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula: A vírgula no interior da oração

a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: Ana, traga os relatórios. O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

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[Português II] b) Utilizada com o objetivo de separar apostos: Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Quando chegar do trabalho, procurarei por você. Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: Goiânia, 01 de novembro de 2016.

i) Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: É pau, é pedra, é o fim do caminho.

j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: 1) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto): E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo): Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

a) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado. Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

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[Português II] c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas: "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”

e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal: Quando sai o resultado, ainda não sei.

Ponto e vírgula ( ; ) a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas: I- O que dizer; II- A quem dizer; III- Como dizer; IV- Por que dizer; V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?

b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

Travessão ( — ) a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: A mãe perguntou ao filho: — Já lavou o rosto e escovou os dentes?

b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: — Filho, você já fez a sua lição de casa? — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.

c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.

d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.

Aspas ( “ ” ) As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares: A aula do professor foi “irada”. Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

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[Português II] b) Indicar uma citação direta: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) FIQUE ATENTO: Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla ("). VEJA AGORA ALGUMAS OBSERVAÇÕES RELEVANTES: Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. Observe: Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. Não gosto nem desgosto. Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. Observe: Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.

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UNIDADE 3 REGÊNCIA VERBAL Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

Regência verbal Termo Regente: VERBO A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe:

1. AGRADAR A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar. (VTD) A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. (VTI)

2. ASSISITIR Assisti a criança durante toda a noite. -> assistir significa dar assistência. (VTD) Assisti ao lançamento do filme. -> assistir significa ver. (VTI) Assisto em Santa Catarina desde 2018. -> assistir significa morar. (VI)

3. ASPIRAR Aspiramos à aprovação no vestibular -> aspirar significa almejar / desejar (VTI) O casal apaixonado aspirava as flores fragrantes no jardim. -> aspirar significa sorver / respirar (VTD)

4. ESQUECER / LEMBRAR / ESQUECER-SE / LEMBRAR-SE Esqueci a data do teu aniversário. -> não pronominal (VTD) Lembrei o nome do professor. -> não pronominal (VTD) Esqueci-me da data do teu aniversário. -> pronominal (VTI) Lembrei-me do nome do professor. -> pronominal (VTI) 

Os verbos esquecer e lembrar podem também ser empregados em uma outra construção sintática, na qual a coisa esquecida/lembrada funciona como sujeito da oração. Veja: Jamais me esqueceram suas palavras de incentivo. Sujeito

[Sentido da frase: Suas palavras de incentivo jamais sumiram de minha memória]

5. IR / CHEGAR Esses dois verbos são intransitivos; não apresentam objeto, e sim adjunto adverbial de lugar. Apresentam a preposição A iniciando o adjunto adverbial e não a preposição EM como muitos fazem na linguagem coloquial. Ninguém vai ao colégio amanhã. Iremos à festa de carro ou de ônibus?

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[Português II] 6. OBEDECER / DESOBEDECER Esses dois verbos são VTI; exigem objeto indireto iniciado pela preposição A. O motorista responsável obedece aos sinais de trânsito. Quem desobedece às regras de trânsito deve ser punido.

7. PAGAR / PERDOAR São VTI quando o objeto é pessoa; exigem preposição A iniciando o objeto indireto. Nossa empresa pagará aos funcionários amanhã. Ele decidiu que vai perdoar ao amigo.

8. PREFERIR Esse verbo é VTDI; exige dois objetos: um direto e um indireto (com preposição A). Todos preferem o diálogo educado à briga.

CUIDADO!!! Na variedade coloquial, as pessoas costumam usar a seguinte construção: Nós preferimos mais ficar aqui do que voltar para a casa. Porém, na variedade padrão, deve-se usar o seguinte: Nós preferimos ficar aqui a voltar para a casa.

9. VISAR Ela visava ao cargo de gerente. -> visar significa almejar/desejar (VTI) O jogador visou o gol e chutou forte. -> visar significa mirar (VTD)

10. QUERER Quero a aprovação de vocês. -> querer no sentido de almejar/desejar (VTD) Quero-lhes bem. -> querer no sentido de estimar (VTI)

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UNIDADE 4 REGÊNCIA NOMINAL Regência Nominal é a maneira de um nome (substantivo, adjetivo e advérbio) relacionar-se com seus complementos. Em geral, a relação entre o nome e o seu complemento é estabelecida por preposição. Portanto, é justamente o conhecimento da preposição o que há de mais importante na regência nominal. Exemplo de regência de alguns nomes:

Amor Tenha “amor a” seus livros. Meu “amor pelos” animais me conforta. Cultivemos o “amor da” família. O amor “para com” a Pátria.

Ansioso Olhos “ansiosos de” novas paisagens. Estava “ansioso por” vê-la. Estou “ansioso para” ler o livro.

Acessível a Isto é acessível a todos.

Acostumado a, com Estou acostumado a comer pouco. Estamos acostumados com as novas ferramentas.

Afável com, para com Ele é afável com sua filha. O professor tem sido afável para com seus alunos.

Agradável a Sou agradável a ti.

Alheio a, de Ele vive alheio a tudo. João está alheio de carinho fraternal.

Apto a, para Estou apto a trabalhar. Joana está apta para desenvolver suas funções.

Aversão a, por Ele tem aversão a pessoas. Paula tem aversão por itens supérfluos.

Benefício a Pilates é um grande benefício à saúde.

Capacidade de, para Laura tem excepcional capacidade de comunicação. Joaquim tem capacidade para o trabalho.

Capaz de, para Ele é capaz de tudo. A empresa é capaz para trabalhar com projetos.

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[Português II] Compatível com Seu computador é compatível com este.

Contrário a Esse modo de vida é contrário à saúde.

Curioso de, por Luís é curioso de tudo. Vitória é curiosa por natureza

Descontente com Estamos descontentes com nosso sistema político.

Essencial para Esse livro é essencial para aprender matemática.

Fanático por Ele é fanático por histórias em quadrinhos.

Imune a, de O Brasil não ficou imune à crise econômica. Estamos imunes de pagar os impostos.

Inofensivo a, para O vírus é inofensivo a seres humanos Os danos que sofreu são inofensivos para sua saúde.

Junto a, de Comprei a casa junto a sua. Estava junto de Miguel, quando aconteceu o acidente.

Livre de Este sabonete está livre de parabenos.

Simpatia a, por José tem simpatia as causas populares. Tenho muita simpatia por Ana.

Tendência a, para Viviana tem tendência à mentira. As meninas têm tendência para a moda.

União com, de, entre A união com Regina foi fracassada. Na reação química, ocorreu uma união de substâncias. A união entre eles é muito bonita.

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UNIDADE 5 CRASE

https://www.todamateria.com.br/crase/

A crase, marcada pelo acento grave (`), é a fusão de dois “as” – um “a” preposição e outro “a” artigo ou pronome.

QUANDO USAR  Antes de palavras femininas Fui à escola. (Fui ao bar) Fomos à praça. (Fomos ao banheiro)  Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir) Vou à padaria. (Vou ao bar) Fomos à praia. (Fomos ao banheiro)  Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas Saímos à noite. (locução adverbial) À medida que o tempo passa as amizades aumentam. (locução conjuntiva) Estamos à procura do tesouro. (locução prepositiva) Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes, em frente a, à moda de.  Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele No verão, voltamos àquela praia. (a esta) Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa. (a isto)  Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida Veste roupas à (moda de) Luís XV. Dribla à (moda de) Pelé.  Uso da crase na indicação das horas Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas: Termino meu trabalho às cinco horas da tarde. (ao meio-dia) Saio da escola às 12h30. (ao meio-dia) Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após, perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo: Ficamos na reunião desde as 12h. (desde o meio-dia) Chegamos após as 18h. (após meio-dia) O congresso está marcado para as 15h.

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[Português II] QUANDO NÃO USAR  Antes de palavras masculinas Jorge tem um carro a álcool. Samuel comprou um jipe a diesel.  Antes de verbos que não indiquem destino Estava disposto a salvar a menina. Passava o dia a cantar.  Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo Falamos a ela sobre o ocorrido Ofereceram a mim as entradas para o cinema.  Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa Era a isso que nos referíamos. Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata.

CASOS FACULTATIVOS  Depois da preposição “até” Fui até a escola ou fui até à escola.  Antes de nomes próprios femininos Entreguei as notas a Joana ou entreguei as notas à Joana. Observação: Não se usa crase diante de nomes de personas históricas. O professor de história fez referência a Joana D’Arc.  Antes de pronomes possessivos femininos (singular) Enviou a prova a sua professora ou enviou a prova à sua professora.

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UNIDADE 6 CONCORDÂNCIA NOMINAL A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes. Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:

1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo. Por exemplo: As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.

2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: - O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Por exemplo: Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. Encontramos caído o prendedor e a roupa. - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Por exemplo: As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. b) Adjetivo posposto aos substantivos: - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino). Exemplos: A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A indústria oferece atendimento e localização perfeita. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes. - Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural. Exemplos: A beleza e a inteligência feminina(s). O carro e o iate novo(s).

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador. Por exemplo: Água é bom para saúde.

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[Português II] b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Por exemplo: Esta água é boa para saúde.

4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Por exemplo: Juliana as viu ontem muito felizes.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso.

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere. Por exemplo: Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós. Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável. Por exemplo: Eles só desejam ganhar presentes.

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Por exemplo: Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa. Obs.: veja esta construção: Estudo a cultura espanhola e portuguesa. Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.

CASOS PARTICULARES É BOM – É PERMITIDO – É PROIBIDO – É NECESSÁRIO a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo). Exemplos: É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. É preciso cidadania. Não é permitido saída pelas portas laterais.

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[Português II] b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. Exemplos: É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação.

ANEXO – OBRIGADO – INCLUSO – QUITE – MESMO – PRÓPRIO Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Observe: Seguem anexas as documentações requeridas. A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso. Seguem inclusos os papéis solicitados. Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

BASTANTE – BARATO – CARO – LONGE Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais. Exemplos: As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo) Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) As casas estão caras. (adjetivo) Achei barato este casaco.(advérbio) Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) "Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio) "Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

MEIO – MEIA a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo: Pedi meia cerveja e meia porção de polentas. b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável. Por Exemplo: A noiva está meio nervosa.

ALERTA – MENOS Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis. Por Exemplo: Os escoteiros estão sempre alerta. Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

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UNIDADE 7 CONCORDÂNCIA VERBAL Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará. Exemplos: Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera. Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera. Cristina e Eva entraram no hospital.

REGRAS PARA SUJEITO SIMPLES 1. Sujeito coletivo Nesta situação, o verbo fica sempre no singular. Exemplo: A multidão ultrapassou o limite. Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Exemplo: A multidão de fãs ultrapassou o limite. A multidão de fãs ultrapassaram o limite.

2. Coletivos partitivos O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de". Exemplo: Grande número dos presentes se retirou. Grande número dos presentes se retiraram.

3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de" Nestes casos, o verbo concorda com o numeral. Exemplo: Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias. Mais de duas pessoas chegaram antes do horário. Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural. Exemplo: Mais de uma professora se abraçaram.

4. Nomes próprios Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos. Exemplo: Os Estados Unidos influenciam o mundo. Estados Unidos influencia o mundo.

5. Pronome relativo "que" O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”. Exemplo: Fui eu que levei. Foste tu que levaste. Foi ele que levou.

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[Português II] 6. Pronome relativo "quem" O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome "quem". Exemplo: Fui eu quem afirmou. Fui eu quem afirmei.

7. Expressão "um dos que" Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural. Exemplo: Ele foi um dos que mais contribuiu. Ele foi um dos que mais contribuíram.

REGRAS PARA SUJEITO COMPOSTO 1. Sujeitos formados por sinônimos O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo mais próximo. Exemplo: Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência. Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como também pode concordar com o núcleo mais próximo. Exemplo: Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde. Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade. Exemplo: Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite. (eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos". Jair e eu conseguimos comprar um apartamento. (eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".

4. Sujeitos ligados por "ou" Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito. Exemplo: Doces ou chocolate desagradam ao menino. Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento. Exemplo: A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios. Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular. Exemplo: Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

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[Português II] 5. Sujeitos ligados por "nem" Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural. Exemplo: Nem chuva nem frio são bem recebidos.

6. Sujeitos ligados por "com" Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural. Exemplo: O ator com seus convidados chegaram às 6 horas. Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas: Exemplo: O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.

7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como" Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplo: Tanto Rafael como Marina participaram da mostra. Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

8. Partícula "se" No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. Exemplo: Confia-se em todos. No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração. Exemplo: Construiu-se uma igreja. Construíram-se novas igrejas.

9. Verbos impessoais Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular. Exemplo: Havia muitos copos naquela mesa. Houve dois meses sem mudanças.

10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" Neste caso, o verbo fica no singular. Exemplo: Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como" O verbo é conjugado no plural. Exemplo: O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.

12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de" Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular. Exemplo: Três vezes é muito.

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[Português II] 13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s) O verbo sempre concorda com o sujeito. Exemplos: Deu uma hora que espero. Soaram duas horas.

14. Indicações de datas O verbo deve concordar com a indicação numérica da data. Exemplo: Hoje são 2 de maio. Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia. Exemplo: Hoje é dia 2 de maio.

15. Verbos no infinitivo 15.1 Infinitivo impessoal Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações: a) quando têm valor de substantivo. Exemplo: Comer é o melhor que há. b) quando têm valor imperativo. Exemplo: Vá dormir! c) quando são os verbos principais de uma locução verbal. Exemplo: Íamos sair quando você chegou. d) quando são regidos por preposição. Exemplo: Começamos a cantar. 15.2 Infinitivo pessoal Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los. Exemplo: Comprei a pizza para eles comerem.

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UNIDADE 8 AS FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” A palavra QUE tem muitas possibilidades de uso, e por isso mesmo pode causar algumas dúvidas sobre a sua regência, concordância, significado, etc. Veremos abaixo as principais funções desta palavra:

SUBSTANTIVO Nestes casos admite o acompanhamento de um artigo indefinido (um), e pede uma preposição (de), além disso, deve ser acentuado (quê). Exemplo: Este texto tem um quê de romance... nem parece um texto modernista.

PRONOME ADJETIVO Como pronome, o QUE poderá ser interrogativo, exclamativo ou indefinido. Exemplos: Que horas são? (interrogativo) Que delícia de jantar! (exclamativo) Que palavras duras você usou! (indefinido)

PRONOME RELATIVO Neste caso dizemos que é um dêitico, pois serve para recuperar termos que estão citados antes dele, fazendo-lhes referência. Exemplo: O livro que você me deu é muito bom!

PRONOME INTERROGATIVO Considera-se nesse caso, também como pronome indefinido. É encontrado o início frases interrogativas. Exemplo: Que aconteceu com o aniversariante?

PREPOSIÇÃO Até pouco tempo atrás era considerado coloquialismo, mas já é aceito pela gramática. O “Que” é utilizado aqui para substituir o “de” após o verbo “ter”. Exemplo: Teremos que sair mais cedo hoje.

ADVÉRBIO DE MODO O “que” pode também substituir o “como”. Que roupa mal costurada era aquela! (Como aquela roupa era mal costurada!)

ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Como a própria denominação diz, serve para intensificar o termo ao qual se refere. Exemplo: Que enganados andam os homens!

PARTÍCULA EXPLETIVA Neste caso não tem função na oração, serve apenas para realçar determinado termo. Exemplo: Há muito tempo que não vou à minha cidade natal.

INTERJEIÇÃO Exemplo: Quê! Não acredito que vai custar tudo isso!

PARTÍCULA DE REALCE É quando o “que” é repetido para dar ênfase ou realce à frase. Exemplo: Oh! Que lindos que são esses cachorrinhos!

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[Português II] CONJUNÇÃO COORDENATIVA a) ADITIVA Exemplo: Mexe que mexe e não encontra nada! b) ALTERNATIVA Exemplo: Que aceitem ou que não aceitem, eu vou falar mesmo assim. c) ADVERSATIVA Exemplo: Pode falar à vontade que não vai fazer efeito! d) EXPLICATIVA Exemplo: Vocês precisam escutar, que é muito importante.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA a) INTEGRANTE – aparece no início de uma oração subordinada substantiva e não tem função sintática. Exemplo: Falou que não iria, mas acabou indo. b) COMPARATIVA – aparece no início de uma oração subordinada adverbial comparativa. Exemplo: Não há maior prova de amor que doar a vida pelo irmão. c) CAUSAL - aparece no início de uma oração subordinada adverbial causal. Exemplo: Tenho que tomar cuidado, que esse chão é muito escorregadio. d) CONCESSIVA – expressa uma concessão, uma exceção à regra. Exemplo: Gosto de goiabas, verdes que estejam. e) CONSECUTIVA – expressa uma consequência do que acabou de ser afirmado. Exemplo: É tão pequeno que não alcança a geladeira. A palavra SE assume várias funções na Língua Portuguesa:

CONJUNÇÃO a) Conjunção subordinativa integrante: a conjunção introduz orações subordinadas substantivas. Ex: Quero saber se ela virá à festa. b) Conjunção subordinativa condicional: introduz orações subordinadas adverbiais condicionais. Ex: Deixe um recado se você não me encontrar.

PRONOME a) Pronome reflexivo: funciona como objeto direto, objeto indireto e sujeito do infinitivo. Ex: A criança machucou-se. (objeto direto) b) Partícula apassivadora: quando se liga a verbos transitivos diretos com a intenção de apassivá-los. Ex: Contaram-se histórias estranhas. c) Índice de indeterminação do sujeito: quando se liga a verbos preposicionados com o papel de indeterminar o sujeito. Ex: Discorda-se do fato. d) Partícula expletiva: não desempenha nenhuma função sintática ao se associar a verbos. Ex: Ele acabou de sentar-se. e) Partícula integrante do verbo: ligada a verbos pronominais. Ex: Ela não cansa de queixar-se.

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EXERCÍCIOS: ENEM + vestibulares UNIDADE 1. ANÁLISE SINTÁTICA EXTERNA

05. (SANTA CASA) A palavra “se” é conjunção integrante em qual das orações seguintes? a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. c) O aluno fez-se passar por doutor. d) Precisa-se de operários. e) Não sei se o vinho está bom.

01. (FCMSC-SP) Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conectivo é denominada assindética. Observando os períodos seguintes: I. Não caía um galho, não balançava uma folha. II. O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou. III. O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. Acabara o exame. Nota-se que existe apenas coordenação assindética em: a) I apenas b) II apenas c) III apenas d) I e III e) Nenhum deles.

06. (UFSCAR) O “que” não é pronome relativo na opção: a) Não há mina de água que não o chame pelo nome, com arrulhos de namorada. b) Não há porteira de curral que não se ria para ele, com risadinha asmática de velha regateira. c) “Me espere em casa, que eu ainda vou dar uma espiada na novilhada parida da vereda.” d) “Tenho uma corrente de prata lá em casa que anda atrás de uma trenheira destas para pendurar na ponta.” e) “Quem seria aquele sujeito que estava de pé, encostado ao balcão, todo importante no terno de casimira?”

02. (UFAL) Qual o período em que a vírgula está separando uma oração com ideia de explicação? a) “Não se preocupe, que breve estarei de volta.” b) “Não poderei comparecer; portanto, não contem com a minha presença.” c) “O animal tinha descido com o senhor, ou tinha ficado na ribanceira.” d) “Encontrei a gaveta trancada; logo, não pude pegar os documentos.” e) “Já estamos sem dinheiro; devemos, pois, retornar logo.”

07. (UE PONTA GROSSA-PR) “Quando o enterro passou / Os homens que se achavam no café / Tiraram o chapéu maquinalmente” (Manuel Bandeira). A oração destacada é: a) subordinada adverbial condicional b) coordenada sindética adversativa c) subordinada substantiva subjetiva d) subordinada substantiva objetiva direta e) subordinada adjetiva restritiva

03. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A oração sublinhada é: a) subordinada substantiva completiva nominal b) subordinada substantiva objetiva indireta c) subordinada substantiva predicativa d) subordinada substantiva subjetiva e) subordinada substantiva objetiva direta

08. (FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a finados.”, a segunda oração é: a) subordinada adverbial causal b) subordinada adverbial consecutiva c) subordinada adverbial concessiva d) subordinada adverbial comparativa e) subordinada adverbial subjetiva

04. As orações subordinadas substantivas que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto: a) Ele não sabe como perdeu a carteira. b) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua vida. c) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. d) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos. e) Convinha-nos que vocês estivessem presentes à reunião.

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[Português II] 09. (FLMPR) No período “Embora lhe desaprovassem a forma, justificavam-lhe a essência”, podemos afirmar que ocorre uma oração: a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa c) subordinada adverbial conformativa d) subordinada adverbial concessiva e) subordinada integrante

15. “Nem sempre se professou que a terra fosse redonda.” No texto, a oração destacada que é: a) substantiva objetiva direta. b) substantiva predicativa. c) substantiva objetiva indireta d) substantiva subjetiva. e) substantiva completiva nominal. 16. As orações em destaque estão corretamente classificadas na alternativa: “O futuro é uma espécie de banco ao qual vamos remetendo, um a um, os cheques de nossas esperanças. Ora, não é possível que todos os cheques sejam sem fundo“. a) Subordinada adjetiva explicativa na 1ª oração/ subordinada adjetiva restritiva na 2ª. b) Subordinada adjetiva restritiva na 1ª oração/ subordinada adjetiva explicativa na 2ª. c) Subordinada adjetiva explicativa tanto na 1ª oração quanto na 2ª. d) Subordinada adjetiva restritiva tanto na 1ª oração quanto na 2ª. e) Apenas uma das orações analisadas é subordinada adjetiva.

10. “Aquele homem que está na rua sente fome.” A oração subordinada desse período é: a) adjetiva explicativa b) adjetiva restritiva c) substantiva predicativa d) adverbial locativa e) substantiva subjetiva 11. Procurando se ater ao código abaixo, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira: (A) oração subordinada objetiva direta (B) oração subordinada completiva nominal (C) oração subordinada objetiva indireta (D) oração subordinada subjetiva (E) oração subordinada predicativa

17. (SERCTAM / 2016) “Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.” (Cecília Meirelles) A primeira oração do fragmento classifica-se como: a) Oração Subordinada Principal. b) Oração Coordenada Sindética. c) Oração Principal. d) Oração Coordenada Assindética. e) Oração Subordinada Adverbial Final.

( ) Ninguém desconfiava de que as decisões já estavam tomadas. ( ) Chegamos à conclusão de que nosso passeio não acontecerá. ( ) O problema é que não confio em você. ( ) O barulho constante não permite que os moradores vivam tranquilos. ( ) Decidiu-se que as novas mercadorias teriam um novo valor. 12. Só não funciona como sujeito da oração principal a subordinada da alternativa: a) É claro que eles virão. b) Acontece que ela mentiu. c) Sabe-se que é um golpe de mestre. d) O fato é que tudo morre. e) Pelo visto, parece que vai chover muito.

18. (Câmara de Mongaguá / 2016) “Era verdade que havia alguns cangaceiros…” A oração em destaque é subordinada: a) Adjetiva restritiva. b) Adjetiva explicativa. c) Substantiva explicativa. d) Substantiva objetiva direta. e) Substantiva subjetiva.

13. Essa mulher é tão antipática que ninguém a suporta. A oração em destaque é: a) subordinada adjetiva restritiva. b) subordinada substantiva completiva nominal. c) subordinada substantiva predicativa. d) subordinada adverbial causal. e) subordinada adverbial consecutiva.

19. (FUNRIO / 2016) “O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou ontem que a inflação será o fator essencial para determinar quão agressivamente o banco central americano aumentará os juros nos próximos anos.” (VALOR ECONÔMICO, 08 de janeiro de 2016)

14. “Se ele vai passar no vestibular não se sabe ainda.” A oração destacada é: a) subordinada substantiva completiva nominal. b) subordinada substantiva objetiva direta. c) subordinada substantiva objetiva indireta. d) subordinada substantiva subjetiva. e) subordinada adverbial condicional.

A última oração do período acima é classificada sintaticamente como a) subordinada adverbial final. b) subordinada adjetiva restritiva. c) subordinada adverbial comparativa. d) subordinada adverbial proporcional. e) subordinada substantiva objetiva direta.

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[Português II] 20. (FUNRIO / 2016) As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida de que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. (Manual de Redação da Presidência da República) Sobre o trecho transcrito acima é correto afirmar que seu terceiro período tem uma oração a) subordinada adjetiva. b) reduzida de particípio. c) subordinada adverbial. d) coordenada assindética. e) subordinada substantiva.

24. EFOMM – Assinale o par de orações grifadas cuja classificação está trocada: a) Vi onde ela estuda. (subordinada substantiva objetiva direta) É sabido onde ela estuda. (subordinada substantiva subjetiva) b) Não chores, porque amanhã será um novo dia. (coordenada sindética explicativa) Não chores porque erraste o problema. (subordinada adverbial causal) c) Descobriu-se por quem o carro foi consertado. (subordinada adjetiva restritiva) Descobriu-se a pessoa por quem o carro foi consertado. (subordinada substantiva subjetiva) d) “Quando você foi embora, Fez-se noite em meu viver (…)” (subordinada adverbial temporal) Perguntei ao professor quando faríamos a prova. (subordinada substantiva objetiva direta) e) “Estêvão ficou ainda algum tempo encostado à cerca na esperança de que ela olhasse (…)” (subordinada substantiva completiva nominal) “A ambição e o egoísmo se opõem a que a paz reine sobre a Terra.” (subordinada substantiva objetiva indireta)

21. ESPCEX – No período: “… no fundo eu não estava triste com a viagem de meu pai, era a primeira vez que ele ia ficar longe de nós por algum tempo …”, a oração sublinhada é: a) subordinada substantiva predicativa; b) subordinada adjetiva restritiva; c) subordinada adverbial de lugar; d) subordinada substantiva subjetiva. 22. ESFAO – Somando os números correspondentes às orações corretas quanto à classificação das mesmas, você encontrará a resposta da questão. “Garantiram-me que, depois de preenchido o formulário, que me enviaram pelo correio na segundafeira sem falta e pagar a minha taxa de inscrição, eu seria atendido em menos de quarenta e oito horas.” (F. Sabino) (02) 1º oração: principal; (08) 2º oração: subordinada substantiva objetiva direta; (14) 3º oração: subordinada substantiva objetiva direta; (20) 4º oração: subordinada adjetiva restritiva; (26) 5º oração: coordenada sindética aditiva em relação à 3º e subordinada adverbial temporal em relação à 1ª. a) 24 b) 36 c) 48 d) 56 e) 70

25.

23. AFA – Em que alternativa, a oração subordinada não é da mesma natureza da que existe em “Quero que vocês escrevam uma composição”? a) “E anunciou que não nos faria cantar.” b) “Esperava um irmão que vinha buscá-la.” c) “Vamos fazer de conta que estamos na aula de Português.” d) “Circulava a história de que ela dormia no sótão do colégio.”

26. Colégio Naval – No trecho: “Todos diziam que ela era orgulhosa, mas afinal descobri que não”, a última oração se classifica como: a) coordenada sindética adversativa; b) principal; c) subordinada substantiva objetiva direta; d) subordinada adverbial comparativa; e) subordinada substantiva subjetiva.

Colégio Naval Vamos até a Matriz de Antônio Dias onde repousa, pó sem esperança, pó sem lembrança, o Aleijadinho. Vamos subindo em procissão a lenta ladeira. Padres e anjos, santos e bispos nos acompanham e tornam mais rica, tornam mais grave a romaria de assombração. Mas já não há fantasmas no dia claro, tudo é tão simples, tudo tão nu, as cores e cheiros do presente são tão fortes e tão urgentes que nem se percebem catingas e rouges, boduns e ouros do século 18. (O vôo sobre as igrejas, Carlos Drumond de Andrade)

O “que” do verso 10 apresenta o valor semântico de: a) explicação; b) condição; c) conformidade; d) consequência; e) lugar.

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[Português II] 27. AFA Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! – Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte,

a) adverbial concessiva; b) substantiva completiva nominal; c) adjetiva restritiva; d) substantiva predicativa; e) substantiva subjetiva. 31. ESFAO – Em “Dentro dela se abrigava a multidão de bárbaros e de estranhos ali recebidos com brandura e carinho” e “Tudo o que era natureza tinha o aspecto sinistro, trágico, desolador (…)”, temos, respectivamente: a) uma oração com sujeito simples; / duas orações com sujeito representado por pronomes (respectivamente, demonstrativo e relativo); b) duas orações, uma com sujeito claro, outra, oculto; / duas orações, tendo a primeira o sujeito simples representado por pronome relativo, a segunda, por um substantivo; c) uma oração com sujeito composto cujos núcleos são bárbaros e estranhos; / duas orações, estando a subordinada com sujeito oculto; d) uma oração com sujeito simples; / uma oração com sujeito representado por pronome indefinido; e) uma oração com sujeito pronominal; / uma oração com sujeito oracional.

As orações “Desafia o nosso peito a própria morte”, “que um filho teu não foge à luta” e “quem te adora” classificam-se, respectivamente, como: a) principal, subordinada substantiva subjetiva, subordinada adjetiva restritiva; b) principal, subordinada adverbial temporal, subordinada substantiva objetiva direta; c) principal, subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva subjetiva; d) coordenada assindética, subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva apositiva. 28. EPCAR – Marque a alternativa que contém oração subordinada substantiva completiva nominal. a) “Como fazem os pelintras de hoje para não molhar os pés nos dias de chuva?” b) “Veio-me a desagradável impressão de que todo mundo reparava nas minhas galochas.” c) “Um dia as galochas me serão úteis, quando eu for suficientemente velho para merecê-las.” d) “No restaurante, onde entrei arrastando os cascos como um dromedário, resolvi-me ver livre das galochas.” e) “No centro da cidade um sol radioso varava as nuvens e caía sobre a rua, enchendo tudo de luz, fazendo evaporar as últimas poças de água que ainda pudessem justificar minhas galochas.”

32. EFOMM – “Não sei de onde te conheço.” A classificação correta da oração grifada está na opção: a) substantiva predicativa; b) adjetiva restritiva; c) substantiva subjetiva; d) substantiva objetiva indireta; e) substantiva objetiva direta. 33. (ENEM) “Todos os dias esvaziava uma garrafa, colocava dentro sua mensagem, e a entregava ao mar. Nunca recebeu resposta. Mas tornou-se alcoólatra”. (Marina Colasanti) O conectivo “mas”, que introduz a conclusão do conto tornouse alcoólatra -, permite a seguinte interpretação: I. A personagem tornou-se alcoólatra porque nunca recebeu uma resposta. II. O fato aconteceu porque a personagem escreveu muitas mensagens. III. A solidão sem remédio tem sempre como consequência o vício. IV. Esvaziou muitas garrafas. Enviou muitas mensagens. Não recebeu resposta. Mas, como tinha bebido todos os dias, tornou-se alcoólatra.

29. EFOMM – Assinale o único exemplo em que não ocorre oração subordinada substantiva subjetiva: a) “Cansativo que seja, urge atravessarmos o campo que banha o Rio Negro antes de anoitecer.” b) “Todo escritor que surge reage contra os mais velhos, mesmo que o não perceba, e ainda que os admire.” c) “Dormiram naquilo, tinham-se acostumado, mas seria mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro.” d) “É preciso que o pecador reconheça ao menos isto: que a Moral católica está certa e é irrepreensível.” e) “Sobre a multiplicidade informe e confusa dos bens da matéria é mister que paire a força ordenadora do espírito.”

Analise as afirmações e assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmação IV está correta. b) Somente a afirmação I está correta. c) Somente as afirmações I e II estão corretas. d) Somente a afirmação III está correta. e) Somente as afirmações II e III estão corretas.

30. Colégio Naval – Somos uma pequena parte do elo, o miolo de envoltórios descomunais que desconhecemos, arrogantes embora, na suposição de que é conosco que Deus se preocupa. A última oração do texto deve ser classificada como subordinada:

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[Português II] 34. (PUC) Observe as frases: I - “Eu não me preparei bem para o vestibular. Tenho muita esperança de ser aprovado.” II - “Eu não me preparei bem para o vestibular, ______ tenho muita esperança de ser aprovado.” As duas frases de I ficam coerentemente unidas, formando um único período em II, se o espaço for preenchido por: a) pois. b) contudo. c) desde que. d) uma vez que. e) por conseguinte.

Neste caso, saímos dos aspectos periféricos da sociologia, ou da história sociologicamente orientada, para chegar a uma interpretação estética que assimilou a dimensão social como fator de arte. Quando isto se 24 dá, ocorre o paradoxo assinalado inicialmente: o externo se torna interno e a crítica deixa de ser sociológica, para ser apenas crítica. Segundo esta ordem de ideias, o ângulo sociológico adquire uma validade maior do que tinha. Em __________, não pode mais ser imposto como critério único, ou mesmo 25 preferencial, pois a importância de cada fator depende do caso a ser analisado. Uma crítica que se 26 queira integral deve deixar de ser unilateralmente 27 sociológica, psicológica ou linguística, para utilizar livremente os elementos capazes de conduzirem a uma interpretação coerente.

35. (PUCC) A conjunção "e" tem valor adversativo na frase: a) Cheguei, vi e venci. b) Arrumou as malas e despediu-se. c) Deitei-me exausto e não consegui dormir. d) Siga o meu conselho e não se arrependerá. e) Analise os dados restantes e envie-os ao diretor.

Adaptado de: CANDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.

36. (Ufrgs 2018) Considere as seguintes propostas de substituição de nexos do texto e assinale com 1 aquelas que mantêm o sentido do texto e com 2 aquelas que alteram. ( ) Mas (ref. 2) por sobretudo. ( ) De fato (ref. 11) por No entanto. ( ) portanto (ref. 23) por todavia. ( ) pois (ref. 25) por porque.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Nada mais importante para chamar a atenção sobre 1 2 uma verdade do que exagerá-la. Mas também, nada 3 4 mais perigoso, _________ um dia vem a reação 5 indispensável e a relega injustamente para a categoria 6 do erro, até que se efetue a operação difícil de chegar 7 a um ponto de vista objetivo, sem desfigurá- la de um 8 lado nem de outro. É o que tem ocorrido com o estudo da relação entre a obra e o seu condicionamento social, que a certa altura chegou a 9 ser vista como chave para compreendê-la, depois foi 10 rebaixada como falha de visão, — e talvez só agora comece a ser proposta nos devidos termos. 11 De fato, antes se procurava mostrar que o valor e o 12 significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial. Depois, chegouse à posição oposta, procurando-se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo-lhe uma peculiaridade que a torna de 13 fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerado inoperante como 14 elemento de compreensão. Hoje sabemos que a 15 integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões _________; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa 16 interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o 17 velho ponto de vista que explicava pelos fatores 18 19 externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente independente, se 20 combinam como momentos necessários do processo 21 interpretativo. Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha certo papel na constituição da estrutura, tornando22 23 se, portanto, interno.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 1 – 1. b) 1 – 1 – 2 – 2. c) 2 – 1 – 2 – 1. d) 2 – 2 – 1 – 1. e) 2 – 2 – 2 – 1. A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. É preciso estabelecer uma distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo 1 de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em 2 3 explorar uma terra como outra qualquer , e o Brasil 4 que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O “brasil” com b 5 minúsculo é apenas um objeto sem vida , pedaço de 6 coisa que morre e não tem a menor condição de se 7 reproduzir como sistema. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. Estamos interessados em responder esta pergunta: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a própria sociedade brasileira, quer juntar e não 8 dividir. Queremos, isto sim, descobrir como é que eles 9 10 se ligam entre si ; como é que cada um depende do 11 outro; e como os dois formam uma realidade única que existe concretamente naquilo que chamamos de 12 “ pátria”.

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[Português II] 13

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Se a condição humana determina que todos os homens devem comer, dormir, trabalhar, reproduzir-se e rezar, essa determinação não chega ao ponto de especificar também qual comida ingerir, de que modo 14 produzir e para quantos deuses ou espíritos rezar. É precisamente aqui, nessa espécie de zona indeterminada, mas necessária, que nascem as diferenças e, nelas, os estilos, os modos de ser e estar; 15 16 os “ jeitos” de cada grupo humano. Trata-se, sempre, da questão de identidade. Como se constrói uma identidade social? Como um 17 18 povo se transforma em Brasil? A pergunta, na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito importante. É que, no meio de uma multidão de experiências dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessárias à própria sobrevivência – como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. – outras 19 acidentais ou históricas –, o Brasil ter sido descoberto por portugueses e não por chineses, a geografia do 20 Brasil ter certas características, falarmos português e 21 não francês, a família real ter se transferido para o Brasil no início do século XIX etc. –, cada sociedade (e cada ser humano) apenas se utiliza de um número 22 23 limitado de “ coisas” (e de experiências) para se construir como algo único. 24 Nessa perspectiva, a chave para entender a 25 26 27 28 sociedade brasileira é uma chave dupla. E, para mim, a capacidade relacional — do antigo com o moderno – tipifica e singulariza a sociedade brasileira. 29 Será preciso, portanto, discutir o Brasil como uma 30 31 moeda. Como algo que tem dois lados. E mais: 32 como uma realidade que nos tem iludido, 33 precisamente porque nunca lhe propusemos esta questão relacional e reveladora: afinal de contas, como se ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que 34 35 faz o brasil, Brasil?

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Eu gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz 8 minha mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, 9 10 11 mas pelo menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher. 12 13 14 Sofre minha mãe. Sempre sofreu : infância carente, pai cruel, etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que eu nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache 15 isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo 16 novo sabão em pó. Não conheço nem quero 17 conhecer, de modo que – zap – mudo de canal. “Não 18 me abandone, Mariana, não me abandone !”. 19 Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, e agora 20 é um desenho, que eu já vi duzentas vezes, e – zap – 21 um homem falando. Um homem, abraçado _____1_____ guitarra elétrica, fala _____2_____ uma entrevistadora. É um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai. 22 É sobre mim que ele fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio 23 constrangido – situação pouco admissível para um roqueiro de verdade –, diz que sim, que tem um filho só que não vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha que fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste 24 ( é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock25? Que 26 você saiba, seu filho gosta de rock ? Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso 27 _____3_____ desbotada camisa, roça- lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não 28 sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que, em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta _____4_____ pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas 29 aí comete um engano mortal : insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro. Seu 30 rosto se ilumina e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – 31 32 zap – aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, completamente nua.

Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade. In:_____. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17.

37. (Ufrgs 2017) Assinale a alternativa que apresenta, no texto, os sentidos, contextualmente adequados, para os nexos Mas (ref. 7), para (ref. 23) e portanto (ref. 29), nesta ordem. a) contraste – finalidade – explicação b) concessão – conformidade – conclusão c) concessão – finalidade – explicação d) condição – conformidade – finalidade e) contraste – finalidade – conclusão A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. 1

Não faz muito que temos esta nova TV com controle 2 remoto, mas devo dizer que se trata agora de um 3 instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para o outro – uma tarefa que antes exigia certa 4 movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou 5 num canal, não gosto – zap, mudo para outro.

Adaptado de: SCLIAR, M. Zap. In: MORICONI, Í. (Org.) Os cem melhores contos brasileiros. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 547-548.

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[Português II] 38. (Ufrgs 2017) Considere as seguintes afirmações sobre o sentido de passagens no texto. I. Os usos de mas (ref. 2, 4 e 9) assinalam as dúvidas do narrador-personagem, respectivamente, sobre o uso da televisão, sobre as mudanças de canais e sobre as opiniões de sua mãe. II. A forma zap (ref. 5, 17, 20 e 31) remete ao movimento de troca de canal com controle remoto. III. A passagem é chata, ela entre parênteses, na referência 24, revela o fato de o pai do narradorpersonagem considerar a entrevistadora insistente. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

tema de política e objetos de políticas explícitas. Como 16 esses recursos podem ou devem se apresentar? Que funções eles podem ou devem ter? Quem pode ou 17 deve ter acesso a eles? Muito do que fazemos, 18 portanto, diz respeito às políticas linguísticas. Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016.

39. (Ufrgs 2017) Considere as seguintes sugestões de substituição de expressões articuladoras no texto. I. Substituição de pois (ref. 4) por entretanto. II. Substituição de assim como (ref. 13) por bem como. III. Substituição de portanto (ref. 18) por por conseguinte. Quais preservariam o sentido e a correção do segmento em que ocorrem? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Muita gente que ouve a expressão “políticas 1 linguísticas” pela primeira vez pensa em algo solene, formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que seriam leis sobre línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as 2 políticas linguísticas também podem ser menos 3 formais – e nem passar por leis propriamente ditas. 4 Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, pois envolvem não só a gestão da linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores que 5 circulam a respeito delas. Tome, por exemplo, a 6 situação do cidadão das classes confortáveis brasileiras, que quer que a escola ensine a norma culta 7 da língua portuguesa. Ele folga em saber que se vai exigir isso dos candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo padrão culto, por exemplo, na ata de condomínio, que 8 ele aprova como está, desapegada da ortografia e das regras de concordância verbais e nominais 9 preconizadas pela gramática normativa. Ele acha 10 ótimo que a escola dos filhos faça baterias de exercícios para fixar as normas ortográficas, mas pouco se incomoda com os problemas de redação nos enunciados das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de comunicação da escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. 11 Afinal, onde há gente, há grupos de pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, há decisões, 12 tácitas ou explícitas, sobre como proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por aí afora. Vamos chamar 13 14 essas escolhas – assim como as discussões que 15 levam até elas e as ações que delas resultam – de políticas. Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez usam línguas e têm as suas políticas internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com outros indivíduos e outros grupos mediante o uso da linguagem, não surpreende que os recursos de linguagem lá pelas tantas se tornem, eles próprios,

Janelas Quebradas: uma teoria do crime que merece reflexão A teoria das janelas quebradas ou “broken windows theory” é um modelo norte-americano de política de segurança pública no enfrentamento e combate ao crime, tendo como visão fundamental a desordem como fator de elevação dos índices da criminalidade. 1 Nesse sentido, apregoa tal teoria que, se não forem reprimidos, os pequenos delitos ou contravenções conduzem, inevitavelmente, a condutas criminosas mais graves, em vista do descaso estatal em punir os responsáveis pelos crimes menos graves. Torna-se 2 necessária, então, a efetiva atuação estatal no combate à criminalidade, seja ela a microcriminalidade ou a macrocriminalidade. Essa teoria na verdade começou a ser desenvolvida em 3 1982, quando o cientista político James Q. Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, americanos, publicaram um estudo na revista Atlantic Monthly, estabelecendo, pela primeira vez, uma relação de causalidade entre desordem e criminalidade. Nesse estudo, utilizaram os autores da imagem das janelas quebradas para explicar como a desordem e a criminalidade poderiam, aos poucos, infiltrar-se na comunidade, causando a sua decadência e a consequente queda da qualidade de vida. O estudo realizado por esses criminologistas teve por base a experiência dos carros abandonados no Bronx e em Palo Alto. Em suas conclusões, esses especialistas acreditam que, ampliando a análise situacional, se por exemplo uma janela de uma fábrica ou escritório fosse quebrada e 4 não fosse, incontinenti, consertada, quem por ali passasse e se deparasse com a cena logo iria concluir que ninguém se importava com a situação e que naquela localidade não havia autoridade responsável pela manutenção da ordem.

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[Português II] Logo em seguida, as pessoas de bem deixariam aquela comunidade, relegando o bairro à mercê de gatunos e desordeiros, pois apenas pessoas desocupadas ou imprudentes se sentiriam à vontade para residir em uma rua cuja decadência se torna evidente. Pequenas desordens, portanto, levariam a grandes desordens e, posteriormente, ao crime. Da mesma forma, concluem os defensores da teoria, quando são cometidas “pequenas faltas” (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade, passar com o sinal vermelho) e as mesmas não são sancionadas, logo começam as faltas maiores e os delitos cada vez mais graves. Se admitirmos atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando essas crianças se tomarem adultas. A Teoria das Janelas Quebradas definiu um novo marco no estudo da criminalidade ao apontar que a relação de causalidade entre a criminalidade e outros fatores sociais, tais como a pobreza ou a “segregação racial” é menos importante do que a relação entre a desordem e a criminalidade. Não seriam somente fatores ambientais (mesológicos) ou pessoais (biológicos) que teriam influência na formação da personalidade criminosa, contrariando os estudos da criminologia clássica. (...) 5 A expressão “tolerância zero” soa, a priori, como uma espécie de solução autoritária e repressiva. Se for aplicada de modo unilateral, pode facilmente ser usada como instrumento opressor pela autoridade fascista de plantão, tal como um ditador ou uma força policial dura. Mas seus defensores afirmam que o seu conceito principal é muito mais a prevenção e a promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, mas sim de impedir a eclosão de processos criminais incontroláveis. O método preconiza claramente que aos abusos de autoridade da polícia e dos governantes também se deve aplicar a tolerância zero. Ela não pode, em absoluto, restringir-se à massa popular. Não se trata, é preciso frisar, de tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas 6 tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana. A tolerância zero e sua base filosófica, a Teoria das Janelas Quebradas, colocou Nova York na lista das metrópoles mundiais mais seguras. Talvez elas possam, também, não apenas explicar o que acontece aqui no Brasil em matéria de corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc., mas tornarem-se instrumento para a criação de uma sociedade melhor e mais segura para todos.

40. (Unisc 2016) Os vocábulos se (ref. 1), então (ref. 2), quando (ref. 3) ( ) são articuladores lógicos e estabelecem relações de sentido nos enunciados em que são empregados. ( ) podem ser substituídos, sem prejuízo ao sentido, na sequência em que aparecem por: caso, portanto, na época em que. ( ) estabelecem, respectivamente, relações de condição, explicação e tempo. ( ) o único que pode ser omitido de seu contexto de uso sem produzir qualquer alteração do sentido é o articulador então, referência 2. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – V – V – V. b) V – F – V – F. c) V – F – F – V. d) V – V – F – V. e) V – V – F – F. O filósofo e romancista Umberto Eco concedeu uma entrevista ao Jornal El País em março de 2015, pouco menos de um ano antes de sua morte. Na ocasião, o escritor falou sobre o conteúdo de seu último romance, Número Zero, uma ficção sobre o jornalismo inspirada na realidade e sobre as relações da temática da obra com a atualidade: o papel da imprensa, a Internet e a sociedade. Pergunta: Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado, a Internet, que mudou por completo o jornalismo. Resposta: A Internet pode ter tomado o lugar do mau 1 jornalismo... Se você sabe que está lendo um jornal como EL PAÍS, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da notícia e 2 3 confia. Por outro lado, se você lê um jornal como aqueles vespertinos ingleses, sensacionalistas, não 4 confia. Com a Internet acontece o contrário : confia em tudo porque não sabe diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que faz na 5 Internet qualquer página web que fale de complôs ou 6 que invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de internautas e de pessoas importantes que as levam a sério. Pergunta: Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo que era protagonizado, aqui na Itália, por pessoas como Piero Ottone e Indro Montanelli… Resposta: Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos anos 1950 e 1960, bem quando chegou a 7 televisão, antes que eles desaparecessem! Até então o 8 jornal te contava o que acontecia na tarde anterior, por isso muitos eram chamados jornais da tarde: Corriere della Sera, Le Soir, La Tarde, Evening 9 Standard… Desde a invenção da televisão , o jornal te diz pela manhã o que você já sabe. E agora é a mesma coisa. O que um jornal deve fazer?

http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/116409/JanelasQuebradas-Uma-teoria-do-crime-que-merece-reflex%C3%A3o.htm

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[Português II] Pergunta: Diga o senhor. Resposta: Tem que se transformar em um semanário. 10 Porque um semanário tem tempo, são sete dias para 11 construir suas reportagens. Se você lê a Time ou a 12 Newsweek vê que várias pessoas contribuíram para uma história concreta, que trabalharam nela semanas ou meses, enquanto que em um jornal tudo é feito da noite para o dia. Um jornal que em 1944 tinha quatro páginas hoje tem 64, então tem que preencher obsessivamente com notícias repetidas, cai na fofoca, 13 não consegue evitar... A crise do jornalismo, então, começou há quase cinquenta anos e é um problema muito grave e importante.

A questão a seguir estão relacionada ao texto abaixo. 4

À porta do Grande Hotel, pelas duas da tarde, 6 19 Chagas e Silva postava-se de palito à boca, como se tivesse descido do restaurante lá de cima. Poderia parecer, pela estampa, que somente ali se comesse 8 21 bem em Porto Alegre. Longe disso! A Rua da Praia 23 22 24 que o diga, ou melhor, que o dissesse. O faz de 7 5 conta do inefável personagem ligava-se mais à 25 importância, à moldura que aquele portal lhe 15 27 conferia. Ele, que tanto marcou a rua, tinha franco acesso às poltronas do saguão em que se refestelavam 28 os importantes. Andava dentro de um velho fraque, usava gravata, chapéu, bengala sob o braço, barba 10 1 curta, polainas e uns olhinhos apertados na ______ bronzeada. O charuto apagado na boca, para durar 29 9 bastante, era o toque final dessa composição de pardavasco vindo das Alagoas. 16 Chagas e Silva chegou a Porto Alegre em 1928. Fixou20 se na Rua da Praia, que percorria com passos lentos, 12 carregando um ar de indecifrável importância, tão ao 17 jeito dos grandes de então. Os estudantes tomaram conta dele. Improvisaram comícios na praça, 11 carregando-o nos braços e fazendo-o discursar. Dava 33 discretas mordidas e consentia em que lhe pagassem o cafezinho. Mandava imprimir sonetos, que "trocava" por dinheiro. 31 Não era de meu propósito ocupar-me do "doutor" 34 Chagas e, sim, de como se comia bem na Rua da Praia de antigamente. Mas ele como que me puxou pela manga e levou-me a visitar casas por onde sua imaginação de longe esvoaçava. Porto Alegre, sortida por tradicionais armazéns de 30 especialidades, dispunha da melhor matéria-prima 18 para as casas de pasto. Essas casas punham ao alcance dos gourmets virtuosíssimos "secos e molhados" vindos de Portugal, da Itália, da França e da 2 Alemanha. Daí um longo e ________ período de boa comida, para regalo dos homens de espírito e dos que eram mais estômago que outra coisa. 26 Na arte de comer bem, talvez a dificuldade fosse a da escolha. Para qualquer lado que o passante se virasse, 3 encontraria salões ornamentados _________ maiores 35 ou menores, tabernas ou simples tascas. A Cidade 32 13 divertia-se também pela barriga. 14

Pergunta: Por que é tão grave? Resposta: Porque é verdade que, como dizia Hegel, a 14 leitura dos jornais é a oração matinal do homem 15 moderno. E eu não consigo tomar meu café da manhã se não folheio o jornal; mas é um ritual quase afetivo e religioso, porque folheio olhando os títulos, e 16 por eles me dou conta de que quase tudo já sabia na 17 noite anterior. No máximo, leio um editorial ou um artigo de opinião. Essa é a crise do jornalismo contemporâneo. E disso não sai! Pergunta: Acredita de verdade que não? Resposta: O jornalismo poderia ter outra função. Estou pensando em alguém que faça uma crítica cotidiana da Internet, e é algo que acontece pouquíssimo. Um 18 jornalismo que me diga: “Olha o que tem na Internet, olha que coisas falsas estão dizendo, reaja a isso, eu te 19 mostro”. E isso pode ser feito tranquilamente. No 20 entanto, ainda pensam que o jornal é feito para que 21 seja lido por alguns velhos senhores – já que os 22 jovens não leem – que ainda não usam a Internet. Teria que se fazer um jornal que não se torne apenas a crítica da realidade cotidiana, mas também a crítica da realidade virtual. Esse é um futuro possível para um bom jornalismo. (EL PAÍS. Caderno cultura. 30 de março de 2015. Disponível em http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/26/cultura/1427393303_512 601.html. Acesso em 10 abr. 2016)

41. (Upf 2016) Uma das formas de estabelecer a coesão no texto é recorrer ao uso de encadeadores argumentativos. Assinale a alternativa que indica corretamente a relação entre o encadeador e o efeito de sentido produzido. a) “No máximo” (ref. 17) – acrescenta um argumento mais forte do que o anterior. b) “Por outro lado” (ref. 2) – introduz uma explicação ao que foi dito no enunciado anterior. c) “Então” (ref. 13) – especifica o que foi dito anteriormente. d) “Ou” (ref. 5) – indica uma relação de disjunção argumentativa. e) “No entanto” (ref. 19) – marca uma relação de conclusão.

Adaptado de: RUSCHEl, Nilo. Rua da Praia. Porto Alegre: Editora da Cidade, 2009. p. 110-111.

42. (Ufrgs 2015) Considere as seguintes sugestões de alteração nos articuladores do texto. I. Supressão do e (ref. 33). II. Substituição do e (ref. 34) por mas. III. Substituição do ou (ref. 35) por nem. Quais delas poderiam ser realizadas sem alteração significativa de sentido no texto? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

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[Português II] Instrução: A questão a seguir refere-se ao texto abaixo.

43. (Imed 2015) No que tange ao uso de nexos coesivos no texto, analise as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) Na referência 4, pois poderia ser substituído por porque sem causar alteração de sentido. ( ) Na referência 11, o vocábulo para expressa finalidade. ( ) Na referência 13, a palavra mas expressa oposição, assim como Porém na referência 16. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – V – V. b) V – F – V. c) F – V – F. d) V – F – F. e) F – F – F.

DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ____ exatos 125 anos, em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a república do Brasil. Na época, o país era governado por D. Pedro II e passava por grandes problemas, em razão da abolição da escravidão, em 1888. 2 Como os negros não trabalhavam mais nas lavouras, 3 os imigrantes começaram a ocupar seus lugares, plantando e colhendo, mas cobravam pelos trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos proprietários de terras. As perdas também foram grandes para os coronéis, 4 5 6 pois ________ gasto uma enorme quantidade de dinheiro investindo nos escravos, e o governo, após a abolição, não pagou nenhuma indenização a eles. A guerra do Paraguai (1864 a 1870) também ajudou na 7 luta contra o regime monárquico no Brasil. Soldados brasileiros se aliaram aos exércitos do Uruguai e da Argentina, recebendo orientações para implantarem a república no Brasil. Os movimentos republicanos também já aconteciam 8 9 10 no país, a imprensa trazia politização ____ 11 população civil, para lutarem pela libertação do país dos domínios de Portugal. Com isso, vários partidos teriam sido criados, desde 1870. A Igreja também teve sua participação para que a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos 12 foram nomeados para acatarem as ordens de D. 13 Pedro II, tornando-se seus subordinados, mas não aceitaram tais imposições. Com isso, foram punidos 14 15 com pena de prisão, levando _____ igreja _____ ir contra o governo. Com as tensões aquecendo o mandato de D. Pedro II, o imperador dirigiu-se com sua família para a cidade de Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro. 16 Porém seu afastamento não foi nada favorável, fazendo com que fosse posto em prática um golpe militar, onde o Marechal Deodoro da Fonseca conspirava a derrubada de D. Pedro II. Boatos de que os responsáveis pelo plano seriam presos fizeram com que a armada acontecesse, recebendo o apoio de mais de seiscentos soldados. No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que, a partir daquela data, o país seria uma república. Dom Pedro II recebeu a notícia de que seu governo 17 havia sido derrubado e um decreto o expulsava do país, juntamente com sua família. Dias depois, 18 voltaram a Portugal. Para governar o Brasil República, os responsáveis pela conspiração montaram um governo provisório, mas o Marechal Deodoro da Fonseca permaneceu como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin Constant, Campos Sales e outros foram escolhidos para formar os ministérios. (FONTE: Jussara de Barros, http://www.brasilescola.com-Texto Adaptado) 1

Responda a questão com base no texto 1. TEXTO 1 Entre o espaço público e o privado 12

Excluídos da sociedade, os moradores de rua 13 ressignificam o único espaço que lhes foi permitido ocupar, o espaço público, transformando-o em seu 11 “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos 1 ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas 17 como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São Paulo, 3 28 vemos essas pessoas dormindo nas calçadas, 4 5 passando por situações constrangedoras, pedindo esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das 2 pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem 35 18 33 sua intimidade. Assim, a ideia de individualização 31 34 que está nas casas, na separação das coisas por 30 cômodos e quartos que servem para proteger a 14 intimidade do indivíduo, ganha outro sentido. O 6 29 19 viver nas ruas, um lugar aparentemente 36 inabitável, tem sua própria lógica de funcionamento, que vai além das possibilidades. 8 A relação que o homem estabelece com o espaço que ocupa é uma das mais importantes para sua sobrevivência. As mudanças de comportamento social 15 21 22 foram sempre precedidas de mudanças físicas de 23 local. Por mais que a rua não seja um local para 7 viver, já que se trata de um ambiente público, de passagem e não de permanência, ela acaba sendo, 25 24 senão única, a mais viável opção. Alguns 9 pensadores já apontam que a habitação é um ponto 10 base e adquire uma importância para harmonizar a vida. O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas e íntimas da vida humana. Suas paredes 37 visíveis e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’, ‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa existência à vista de outras pessoas”. 26

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[Português II] 27

O modo como essas pessoas constituem o único espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram 20 transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, 16 cada um à sua maneira, dois mundos nos quais 32 estamos inseridos: o público e o privado.

Chimamanda conta que nasceu em uma família de classe média e que havia uma empregada doméstica na casa de seus pais. E também um menino de nome Fide, o filho da empregada. Só o que lhe disseram sobre Fide é que ele era muito pobre e que era preciso mandar roupas e alimentos para sua família. Aos oito anos, Chimamanda acompanhou sua mãe em uma visita à aldeia próxima onde Fide morava. Então, a mãe do menino mostrou uma linda peça de artesanato, 8 feita pelo irmão de Fide. O fato impressionou Chimamanda, porque ela nunca poderia imaginar que alguém em uma família tão pobre pudesse criar algo. A única história que havia ouvido a respeito deles a impedia de vê-los para além da pobreza. Aos 19 anos, ela voltou a pensar sobre isso quando foi estudar nos EUA. A colega de quarto dela, uma americana, ficou 9 chocada quando percebeu que Chimamanda tinha um inglês perfeito e quis saber onde ela tinha aprendido. A 10 moça ficou surpresa ao ser informada que o inglês é o idioma oficial da Nigéria. Então, perguntou se Chimamanda poderia lhe mostrar uma “música tribal”, 11 ficando desapontada quando ela disse que curtia Mariah Carey. A americana também presumiu que Chimamanda não saberia como usar o fogão. Antes de conhecê-la, ela sentia pena da “pobre nigeriana”, porque tinha uma única história sobre a África. Nesta única história, não havia a possibilidade de uma africana ser, em muitas coisas, bem parecida com uma americana. A palestra é genial e espero ter despertado sua curiosidade para assisti-la. O tema se presta a uma reflexão sobre a realidade brasileira. Até que ponto 12 não estamos todos superlotados de histórias únicas? Até que ponto a dignidade das pessoas não tem sido subtraída pela repetição insistente de estereótipos? Pensem, por exemplo, nos contenciosos políticos em curso e nos seus principais protagonistas. Quantas histórias temos de cada um deles? Quantas, além da única que nos contaram? Agora lancem um olhar sobre grupos humanos específicos como, por exemplo, os nordestinos, ou os presos, ou os homossexuais, ou os índios. Quantas são as histórias que nos foram contadas sobre eles? Não seriam as pessoas destes grupos tão diferentes entre si quanto são todas as demais não inseridas em grupo algum? Os significados que portamos a respeito destes e de outros grupos não são exatamente aqueles que nos têm sido oferecidos pela mídia? Não seria esta a forma mais efetiva e radical do exercício do poder nas sociedades contemporâneas? Regrar o mundo de acordo com o que penso dele, de tal forma que os demais imaginem que as noções que compartilham são de fato suas e não exatamente aquelas que eu produzi. Não seria este, afinal, o crime perfeito?

RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono. (fragmento adaptado) In: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp. Acesso em 21/8/2014.

44. (Pucrs 2015) Levando em conta o sentido original e a correção do texto, o trecho _________ pode ser substituído por _________. a) “Excluídos da sociedade” (ref. 12) – “Conquanto sejam excluídos da sociedade” b) “que lhes foi permitido ocupar” (ref. 13) – “cuja ocupação lhes foi permitida” c) “ganha outro sentido” (ref. 14) – “ganham outro sentido” d) “foram sempre precedidas de” (ref. 15) – sempre precederam e) “dois mundos nos quais estamos inseridos” (ref. 16) – “dois mundos aos quais estamos inseridos” TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O PERIGO DE UMA ÚNICA HISTÓRIA Marcos Rolim Você conhece Chimamanda Ngozi Adichie? Se não 1 conhece, permita que eu a apresente. Chimamanda (38 anos) é uma escritora nigeriana de excepcional 2 qualidade. Seus trabalhos já receberam traduções em 3 mais de 30 idiomas e três dos seus romances (Americanah, Hibisco Roxo e Meio Sol Amarelo) foram 4 lançados no Brasil pela Companhia das Letras. Ela foi uma das convidadas do projeto TED ideas worth spreading, uma iniciativa global de promoção de palestras curtas, não mais que 18 minutos, com pessoas que realmente têm algo importante a dizer. Em 2009, Chimamanda falou no TED sobre Os perigos de uma única história. O que ela conta é que, ainda criança, lia muitas 5 histórias britânicas e americanas. Por isso, seus textos infantis eram povoados por personagens loiras, que comiam maçãs, brincavam na neve e que se alegravam 6 quando o sol aparecia. Assim, apesar de viver na Nigéria, um lugar onde as pessoas são quase todas negras como ela, onde se come manga e não há surpresas com o sol, os livros haviam produzido uma realidade imaginária na criança, mais forte que seu próprio mundo. Chimamanda conclui que isto demonstra o quanto somos vulneráveis a uma história. 7 Quando ela encontrou os primeiros romances africanos, percebeu que pessoas com a pele cor de chocolate e com cabelos que não permitiam formar rabos-de-cavalo também poderiam ser personagens literários. Os autores africanos, diz ela, a salvaram de ter uma única história sobre a literatura.

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[Português II] 45. (Unisc 2015) Considere as proposições a seguir e, logo após, escolha a alternativa que preenche adequadamente os parênteses, de cima para baixo, com (V) para verdadeiro e (F) para falso. ( ) Por isso (ref. 5) pode ser substituído por - Em virtude disso, sem prejuízo ao sentido. ( ) Assim (ref. 6) tem como papel retomar e resumir conteúdos já enunciados, podendo ser substituído de forma competente por Por essa razão. ( ) Quando ela encontrou (ref. 7) pode ser substituído por Ao encontrar, sem alteração do sentido original. ( ) O fato (ref. 8) poderia ser substituído, sem prejuízo ao sentido, por Tal talento. a) V - V - V - V b) V - F - F - V c) F - V - V - V d) V - V - V - F e) F - F - F - F

No caso, a ênfase está nas pesquisas sobre felicidade (ou sobre “satisfação”, como mais modestamente às vezes são chamadas) e no impacto que exercem, ou deveriam exercer, nas políticas públicas. Um dos livros analisados, de autoria do ex-presidente de Harvard Derek Bok (The Politics of Happiness: What Government Can Learn from the New Research on Well-Being), constata que nos últimos 35 anos o PIB per capita dos americanos aumentou de 17000 dólares para 27000, o tamanho médio das casas cresceu 50% e as famílias que possuem computador saltaram de zero 8 para 70% do total. No entanto, a porcentagem dos que se consideram felizes não se moveu. Conclusão do 3 autor, de lógica irrefutável e alcance revolucionário: se o crescimento econômico não contribui para aumentar 10 a felicidade, “por que trabalhar tanto, arriscando desastres ambientais, para continuar dobrando e redobrando o PIB?”. Outro livro, de autoria de Carol Graham, da Universidade de Maryland (Happiness Around the World: The Paradox of Happy Peasants and Miserable 9 Millionaires), informa que os nigerianos, com seus 12 1400 dólares de PIB per capita, atribuem-se grau de felicidade equivalente ao dos japoneses, com PIB per capita 25 vezes maior, e que os habitantes de Bangladesh se consideram duas vezes mais felizes que os da Rússia, quatro vezes mais ricos. Surpresa das surpresas, os afegãos atribuem-se bom nível de felicidade, e a felicidade é maior nas áreas dominadas pelo Talibã. Os dois livros vão na mesma direção das conclusões de um relatório, também citado no artigo da New Yorker, preparado para o governo francês por dois detentores do Nobel de Economia, Amartya Sem e Joseph Stiglitz. Como exemplo de que PIB e felicidade não caminham juntos, eles evocam os congestionamentos de trânsito, “que podem aumentar o PIB, em decorrência do aumento do uso da gasolina, mas não a qualidade de vida”. Embora embaladas com números e linguagem científica, tais conclusões apenas repisariam o 4 pedestre conceito de que dinheiro não traz felicidade, não fosse que ambicionam influir na formulação das políticas públicas. O propósito é convidar os 13 governantes a afinar seu foco, se têm em vista o bem-estar dos governados (e podem eles ter em vista algo mais relevante?). Derek Bok, o autor do primeiro dos livros, aconselha ao governo americano programas como estender o alcance do seguro-desemprego (as pesquisas apontam a perda de emprego como mais causadora de infelicidade do que o divórcio), facilitar o acesso a medicamentos contra a dor e a tratamentos 14 da depressão e proporcionar atividades esportivas para as crianças. Bok desce ao mesmo nível terra a terra da mãe que trocasse o grandioso desejo de felicidade pelo de uma boa faculdade e um bom salário para o filho.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Será a felicidade necessária? Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante 1 da pergunta “Você é feliz?”, dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar5 se, em busca de uma resposta. Nesse processo, 6 depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência 11 passada, o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara. Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs 1 ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que 7 venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o 2 enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criança. “É a felicidade necessária?” é a chamada de capa da última revista New Yorker (22 de março) para um artigo que, assinado por Elizabeth Kolbert, analisa livros recentes sobre o tema.

TOLEDO, Roberto Pompeu. Veja. Março de 2010.

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[Português II] 46. (Ifsul 2011) A relação de sentido estabelecida pelo nexo se em ... se o crescimento econômico não contribui para aumentar a felicidade, “por que trabalhar tanto, arriscando desastres ambientais, para continuar dobrando e redobrando o PIB?” (ref. 10) é de a) causa. b) consequência. c) condição. d) oposição.

5. (BB) “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade”. Cabemno máximo: a) 3 vírgulas b) 4 vírgulas c) 2 vírgulas d) 1 vírgula e) 5 vírgulas 6. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação correta: a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó. b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendarme: provocava risos, muxoxos, palavrões. c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu calçado. d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar. e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.

UNIDADE 2. PONTUAÇÃO 1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pontuação: a) Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades brasileiras, crescerão sempre... b) No Brasil, a diferença social é motivo de constante preocupação. c) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no IBGE. d) Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora a mudar. e) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providências serão tomadas.

7. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente: a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso. b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso. c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso. d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila. e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso.

2. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência: Aos poucos .... a necessidade de mão-deobra foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos portos .... para uma outra população de trabalhadores ..... os imigrantes. a) O – ponto e vírgula – vírgula – vírgula b) O – O – dois pontos – vírgula c) vírgula, vírgula – O – dois pontos d) vírgula – ponto e vírgula – O – dois pontos e) vírgula – dois pontos – vírgula – vírgula

8. (CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões de números 8 e 9: Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada. b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada. c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada. d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada. e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.

3. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não havendo sinal, O indicará essa inexistência. Na época da colonização ..... os negros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivelmente ..... de forma diferente. a) O – O – vírgula – vírgula b) O – dois pontos – O – vírgula c) O – dois pontos – vírgula – vírgula d) vírgula – vírgula – O – O e) vírgula – O – vírgula – vírgula

9. a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho. b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho. c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho. d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho. e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.

4. (ABC-SP) Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada: a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário. b) Ele, modestamente se retirou. c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia. d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.

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[Português II] 10. (SANTA CASA) Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio. b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio. c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio. d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio. e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso, constante sorriso. d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem impresso constante sorriso. e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso.

11. (PUC-RS) A alternativa com pontuação correta é: a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidade de retenção é variável e, muitas vezes, inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacidade de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidade de retenção, é variável e – muitas vezes inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de retenção é variável – e muitas vezes inconscientemente – deturpamos, o que ouvimos.

15. a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto. b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empregou na execução do canto. c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empregou na execução do canto. d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto. e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto. 16. a) Bem te dizia eu, que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas. b) Bem te dizia eu que, não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas. c) Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados, as tuas paixões simuladas. d) Bem te dizia eu que não iriam, a bons resultados as tuas paixões simuladas. e) Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas.

12. (CESCEM) Nas questões 12 a 24, os períodos foram pontuados de cinco formas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: 12. a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os deveres da hospitalidade. b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade. c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade. d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade. e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os deveres da hospitalidade.

17. a) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, conhecimentos eram duvidosos. b) Eram frustradas, insatisfeitas, além disso conhecimentos eram duvidosos. c) Eram frustradas; insatisfeitas: além disso, conhecimentos eram duvidosos. d) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, conhecimentos eram duvidosos. e) Eram frustradas, insatisfeitas, além disso, conhecimentos eram duvidosos.

13. a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou. b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou. c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou. d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou. e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que, imediatamente se lhe apagou.

seus seus seus seus seus

18. a) Escancarou-as, finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada. b) Escancarou-as finalmente; mas, a porta se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada. c) Escancarou-as, finalmente; mas a porta se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada, retrancada. d) Escancarou-as finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e, retrancada. e) Escancarou-as finalmente, a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada.

14. a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso. b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, impresso constante sorriso.

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[Português II] 19. a) E, tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz. b) E tornou a olhar para a rua inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala, o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz. c) E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz. d) E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas, tenaz. e) E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto, na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta sem violência, mas tenaz.

24. a) Ensina-o a, converter cada espinho, em flor. b) Ensina-o, a converter, cada espinho em flor. c) Ensina-o a converter, cada espinho em flor. d) Ensina-o, a converter cada espinho, em flor. e) Ensina-o a converter cada espinho em flor. 25. (CARLOS CHAGAS-SP) Instruções para os exercícios de 25 a 28. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: a) Hoje, eu daria o mesmo conselho, menos doutrina e, mais análise. b) Hoje eu daria o mesmo conselho: menos doutrina e mais análise. c) Hoje, eu, daria o mesmo conselho, menos doutrina e mais análise. d) Hoje eu daria o mesmo conselho menos doutrina e mais análise. e) Hoje eu, daria o mesmo conselho: menos doutrina, e, mais análise.

20. a) Esqueceu-me apresentar-lhe, minha mulher, acudiu, Cristiano. b) Esqueceu-me, apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano. c) Esqueceu-me, apresentar-lhe: minha mulher acudiu Cristiano. d) Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano. e) Esqueceu-me, apresentar-lhe; minha mulher acudiu, Cristiano.

26. a) Precisando de meu auxílio por favor não hesite em chamar-me. b) Precisando, de meu auxílio, por favor não hesite em chamar-me. c) Precisando de meu auxílio, por favor, não hesite em chamar-me. d) Precisando de meu auxílio por favor não hesite, em chamar-me. e) Precisando, de meu auxílio por favor, não hesite, em chamar-me.

21. a) Em suma poderia haver algumas atenções, mas, não devia um real ninguém. b) Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia um real ninguém. c) Em suma poderia dever algumas atenções, mas não devia um real a ninguém. d) Em suma poderia dever, algumas atenções, mas não devia um real a ninguém. e) Em suma, poderia dever, algumas atenções, mas, não devia um real a ninguém.

27. a) Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. b) Cada qual, tem o ar que Deus, lhe deu. c) Cada qual, tem o ar, que Deus lhe deu. d) Cada qual tem o ar, que Deus, lhe deu. e) Cada qual tem, o ar que Deus lhe deu. 28. a) Apesar de toda a atenção o fato passou despercebido a todos. b) Apesar de, toda a atenção, o fato, passou despercebido a todos. c) Apesar de, toda a atenção o fato passou, despercebido a todos. d) Apesar de toda a atenção o fato, passou despercebido, a todos. e) Apesar de toda a atenção, o fato passou despercebido a todos.

22. a) A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana. b) A velhice ridícula é porventura a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana. c) A velhice ridícula é, porventura a mais triste, e derradeira surpresa da natureza humana. d) A velhice ridícula é porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana. e) A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana.

29. (FUVEST) Assinale a alternativa em que o texto está pontuado corretamente: a) Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico. b) Matias cônego honorário, e pregador efetivo estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico. c) Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico. d) Matias cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão, quando começou, o idílio psíquico. e) Matias, cônego honorário e, pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico.

23. a) Um deles muito menor, que todos, apegava-se às calças de outro taludo. b) Um deles, muito menor que todos, apegava-se às calças de outro, taludo. c) Um deles, muito menor que todos apegava-se, às calças de outro, taludo. d) Um deles – muito menor – que todos, apegava-se às calças de outro taludo. e) Um deles muito menor que todos, apegava-se, às calças de outro taludo.

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[Português II] 30. (FUVEST) Assinale o período que está pontuado corretamente: a) Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares. b) Solicitamos aos candidatos, que respondam, às perguntas a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares. c) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares. d) Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares. d) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares. 31. (FUVEST) Assinale a alternativa em que o texto esteja corretamente pontuado: a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela mão, uma menina de quatro anos. b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu, trazendo pela mão, uma menina de quatro anos. c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela mão uma menina de quatro anos. d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu, trazendo pela mão uma menina de quatro anos. e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou na loja, um sujeito baixo, sem chapéu trazendo, pela mão, uma menina de quatro anos. 32. (UF SÃO CARLOS) Assinale a correta: a) O fogo, está apagado; defendeu-se a moça; mas, almoço está pronto. b) O fogo está apagado, defendeu-se a moça. Mas, almoço, está pronto. c) O fogo está apagado... defendeu-se, a moça; mas almoço está pronto. d) O fogo está apagado? Defendeu-se a moça. Mas almoço, está pronto. e) O fogo está apagado – defendeu-se a moça. Mas almoço está pronto.

34. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase ao lado: Quando se trata de trabalho científico – duas coisas devem ser consideradas – uma é a contribuição que o trabalho oferece – a outra é o valor prático que possa ter. a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula d) ponto e vírgula, dois pontos, ponto e vírgula e) ponto e vírgula, vírgula e vírgula 35. (FUVEST) Assinale a alternativa em que o período proposto está corretamente pontuado: a) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra como é que se explica, a vitória eleitoral de Gladstone. b) Neste ponto, viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra, como é que se explica a vitória eleitoral de Gladstone. c) Neste ponto, viúva amiga é natural que, lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que se explica a vitória eleitoral, de Gladstone? d) Neste ponto, viúva amiga, é natural, que lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que, se explica a vitória eleitoral de Gladstone. e) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes a propósito da Inglaterra como é, que se explica, a vitória eleitoral de Gladstone? TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. 1

– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, 2 3 depois da guerra. – Na Europa mataram milhões de judeus. 4 5 Contava as experiências que os médicos nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, 6 dos índios Jivaros. Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. 7 8 9 Felizmente morriam essas atrozes quimeras; 10 expiravam como seres humanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 11 que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) 12 13 14 Em 1948 foi proclamado o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando _____3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali.

o o o o o

33. (PUCC) Observe as frases: I – Ele foi, logo eu não fui; II – O menino, disse ele, não vai; III – Deus, que é Pai, não nos abandona; IV – Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós. Assinale a afirmativa correta: a) Em I há erro de pontuação b) Em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro. c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase d) Na II, faltam dois pontos depois de disse e) n.d.a

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[Português II] Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir 15 para Israel? Num país de gente tão estranha – e, 16 ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via 17 18 19 caindo, varado de balas. Aquela, sim, era a morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20 encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo.

Bruno Borges diz que está articulando um projeto para mudar a vida das pessoas. Porém, não explica o que é, exceto que se trata de “despertar para o mundo do conhecimento” e para a “investigação da verdade”. O 7 poeta Goethe, que se considerava alquimista, e o 8 filósofo Nietzsche são precisos ao discutir temas sobre os quais o estudante apenas roça, possivelmente depois da leitura, não de livros científicos, e sim de obras místicas – talvez de terceira categoria ou sem categoria alguma. Questionado, Bruno Borges, o nosso Borges “détraqué”, sustenta que seu projeto é “uma missão”. O projeto e a missão, a rigor, não são expostos de maneira cabal (anticientífico, ele avalia que não é 9 preciso demonstrar) ; eventualmente, o Menino do Acre trata do tema de maneira elíptica, como se não 10 soubesse do que está falando ou então estaria sonegando alguma coisa de caráter seminal, que ainda não pode ser dita, sobretudo para os não iniciados. Espécie de Policarpo Quaresma da filosofia, vá lá, ou da alquimia, vá lá, Bruno Borges sugere que está buscando “a verdade da vida”. Entretanto, suas frases são ocas, as ideias são uma mistureba de frases de efeito e “conceitos” mal digeridos. (...) O que dizer de um garoto que diz que conseguiu “lapidar a pedra filosofal”? A única coisa que parece ter lapidado de verdade foi a paciência de jornalistas e de leitores e telespectadores e sua própria cara de pau. (...) Ele fala em fé, o que sugere que é, claro, um místico – e não um cientista precoce, ao estilo de Darwin e Richard 11 Dawkins. Mas certamente não chega aos pés de Antônio Conselheiro e do Padre Cícero. Há místicos que buscam o autoconhecimento durante anos e, às vezes, nada encontram. Pois o Menino do Acre, em apenas dois meses e sem pesquisas detidas e rigorosas, alcançou seus objetivos, sua realização 12 espiritual. Você leu certo: dois meses! O garoto deveria ser preparado pelos grandes laboratórios para 13 “descobrir” um medicamento que “cure” os 14 pacientes que têm Aids. Seria um portento. É possível que, depois de quatro meses, o Menino do Acre poderia se candidatar ao Prêmio Nobel de Medicina 15 ou, quem sabe, de Literatura – tal o poder de sua imaginação. Ou seja, se ele terminar os dias escrevendo autoajuda ou ficção científica, nem Paulo Coelho, o esperto-expert em tudo, ficará surpreso. (...) 16 O Quase-Adulto do Acre revela: “Alguns livros”, dos 14, “talvez mereçam permanecer ocultos”. Certos livros deveriam ser qualificados como terrorismo ecológico – um atentado às florestas –, então, talvez 17 seja melhor que fiquem ocultos. O Menino do Acre 18 talvez seja a jogada de marketing mais bem urdida 19 dos últimos anos, e sem a colaboração de Duda Mendonça e Washington Olivetto.

Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

36. (Ufrgs 2018) Assinale a proposta de mudança no emprego de vírgula que mantém a correção e o sentido do enunciado original. a) Colocação de vírgula imediatamente após experiências (ref. 4). b) Colocação de vírgula imediatamente após Felizmente (ref. 7). c) Colocação de vírgula imediatamente após que (ref. 11). d) Colocação de vírgula imediatamente após país (ref. 15). e) Colocação de vírgula imediatamente após morte (ref. 19). TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A questão a seguir refere-se ao texto abaixo. Menino do Acre talvez seja uma das maiores empulhações da história “mística” do Brasil O estudante de Psicologia de 25 anos é produto de uma grande jogada de marketing que nem precisou de um Washington Olivetto para criá-la O “Menino do Acre” talvez fique na história como uma das grandes empulhações brasileiras, e a mídia, certamente para obter audiência e acesso, se não está endossando diretamente, está sendo conivente com as 1 trapalhadas e enganações do estudante de Psicologia Bruno Borges, de 25 anos. 2 A Argentina tem Jorge Luis Borges. O Brasil contenta3 se com Bruno Borges, o pós-adolescente fujão, que ficou desaparecido durante algum tempo, alegando que estava em busca do conhecimento. (...) Suas ideias sobre filosofia e alquimia são lorota pura. Ao 4 desaparecer, o que o jovem estava buscando? “Busquei o autoconhecimento. Na alquimia, dizemos que o operador procede em busca da pedra filosofal”, 5 afirma. O que isso quer dizer? Nada. É pura platitude, 6 embromação. Qualquer livro primário discute o assunto de maneira mais densa.

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[Português II] 20

(...) No final da entrevista, tão impressionado quanto um conto de Borges é impressionante, o bom, o da Argentina, o Menino do Acre ensina aquilo que nem Marilena Chauí (...) é capaz de ideologizar: “Por mais que as pessoas não percebam, a partir de agora, o conhecimento será mais valorizado. Quanto mais conhecimento você tiver, mais influente será na sociedade”. Ora, o que surpreende é que o Menino do Acre parece não ter conhecimento algum, ao menos de maneira consistente e sistemática, e, mesmo assim, está se tornando tremendamente influente, inclusive concedendo entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, e à maior revista semanal do país, a “Veja”. Não é pouca coisa, não. (...) Fico na dúvida, filosófica: o Menino do Acre fica melhor no papel de alienista, de alienado ou os dois? Ah, o 21 modo como mesmerizou o país, atraindo jornalistas de todas as plagas, alienados mesmo somos nós, que, quem sabe, esperamos o Messias, ainda que na forma de um Borges piorado e sem “O Aleph”. Borges, o “Adulto Portenho”, talvez esteja certo ao ecoar Marco Polo: “O real não é mais verdade do que o inventado”.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. É preciso estabelecer uma distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo 1 de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em 2 3 explorar uma terra como outra qualquer , e o Brasil 4 que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O “brasil” com b 5 minúsculo é apenas um objeto sem vida , pedaço de 6 coisa que morre e não tem a menor condição de se 7 reproduzir como sistema. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. Estamos interessados em responder esta pergunta: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a própria sociedade brasileira, quer juntar e não 8 dividir. Queremos, isto sim, descobrir como é que eles 9 10 se ligam entre si ; como é que cada um depende do 11 outro; e como os dois formam uma realidade única que existe concretamente naquilo que chamamos de 12 “ pátria”. 13 Se a condição humana determina que todos os homens devem comer, dormir, trabalhar, reproduzir-se e rezar, essa determinação não chega ao ponto de especificar também qual comida ingerir, de que modo 14 produzir e para quantos deuses ou espíritos rezar. É precisamente aqui, nessa espécie de zona indeterminada, mas necessária, que nascem as diferenças e, nelas, os estilos, os modos de ser e estar; 15 16 os “ jeitos” de cada grupo humano. Trata-se, sempre, da questão de identidade. Como se constrói uma identidade social? Como um 17 18 povo se transforma em Brasil? A pergunta, na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito importante. É que, no meio de uma multidão de experiências dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessárias à própria sobrevivência – como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. – outras 19 acidentais ou históricas –, o Brasil ter sido descoberto por portugueses e não por chineses, a geografia do 20 Brasil ter certas características, falarmos português e 21 não francês, a família real ter se transferido para o Brasil no início do século XIX etc. –, cada sociedade (e cada ser humano) apenas se utiliza de um número 22 23 limitado de “ coisas” (e de experiências) para se construir como algo único. 24 Nessa perspectiva, a chave para entender a 25 26 27 28 sociedade brasileira é uma chave dupla. E, para mim, a capacidade relacional — do antigo com o moderno – tipifica e singulariza a sociedade brasileira. 29 Será preciso, portanto, discutir o Brasil como uma 30 31 moeda. Como algo que tem dois lados. E mais: 32 como uma realidade que nos tem iludido, 33 precisamente porque nunca lhe propusemos esta questão relacional e reveladora: afinal de contas, como se ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que 34 35 faz o brasil, Brasil?

(BELÉM, Euler de França. Menino do Acre talvez seja uma das maiores empulhações da história “mística” do Brasil. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/meninodo-acre-talvez-seja-uma-das-maiores-empulhacoes-da-historiamistica-do-brasil-102864/. Adaptado. Acesso em 01 set. 2017)

37. (Upf 2018) No que concerne a aspectos semânticosintáticos do texto, está correto o que se afirma em: a) As vírgulas que separam a oração “que se considerava alquimista” (referência 7) justificam-se porque evidenciam uma oração restritiva ligada ao nome Goethe que a antecede. b) No período “quem sabe, de Literatura – tal o poder de sua imaginação” (referência 15), o sinal de travessão poderia ser substituído por dois-pontos, sem que o sentido do texto e sua correção gramatical fossem prejudicados. c) Dada a posição que ocupa na oração, “A Argentina” (referência 2), caracterizada como termo adverbial, deveria estar isolada por vírgula, se atendido o rigor gramatical. d) As informações e a correção gramatical do texto seriam preservadas, caso, sem que fossem feitas outras alterações, a conjunção coordenativa “Mas”(referência 11) fosse substituída pela conjunção aditiva “e”, grafada em letra minúscula, e o ponto final que a antecede fosse substituído por vírgula. e) O uso do ponto e vírgula (;) na referência 9 poderia ser substituído por um ponto final (.) sem prejuízo à compreensão da ideia, uma vez que separa orações independentes.

Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade. In:_____. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17.

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[Português II] 38. (Ufrgs 2017) Considere as seguintes propostas de alteração de sinais de pontuação no texto. I. Supressão da vírgula na referência 2. II. Substituição da vírgula na referência 5 por travessão. III. Substituição do ponto e vírgula na referência 10 por ponto final. Desconsiderando eventuais ajustes no emprego de letras maiúsculas e minúsculas, quais propostas estão corretas, no contexto do parágrafo em que ocorrem? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso 27 _____3_____ desbotada camisa, roça- lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não 28 sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que, em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta _____4_____ pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas 29 aí comete um engano mortal : insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro. Seu 30 rosto se ilumina e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – 31 32 zap – aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, completamente nua.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. 1

Não faz muito que temos esta nova TV com controle 2 remoto, mas devo dizer que se trata agora de um 3 instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para o outro – uma tarefa que antes exigia certa 4 movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou 5 6 num canal, não gosto – zap, mudo para outro. Eu 7 gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha 8 9 mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, mas pelo 10 11 menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher. 12 13 14 Sofre minha mãe. Sempre sofreu : infância carente, pai cruel, etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que eu nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache 15 isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo 16 novo sabão em pó. Não conheço nem quero 17 conhecer, de modo que – zap – mudo de canal. “Não 18 me abandone, Mariana, não me abandone !”. 19 Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, e agora 20 é um desenho, que eu já vi duzentas vezes, e – zap – 21 um homem falando. Um homem, abraçado _____1_____ guitarra elétrica, fala _____2_____ uma entrevistadora. É um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai. 22 É sobre mim que ele fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio 23 constrangido – situação pouco admissível para um roqueiro de verdade –, diz que sim, que tem um filho só que não vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha que fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste 24 ( é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock25? Que 26 você saiba, seu filho gosta de rock ?

Adaptado de: SCLIAR, M. Zap. In: MORICONI, Í. (Org.) Os cem melhores contos brasileiros. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 547-548.

39. (Ufrgs 2017) Associe cada ocorrência de sinal de pontuação, primeira coluna, com o sentido, segunda coluna, que tal sinal ajuda a expressar no contexto em que ocorre. ( ) Dois-pontos (ref. 14 e 29) ( ) Exclamação (ref. 18) ( ) Interrogação (ref. 25 e 26) 1. Assinala exemplificação 2. Anuncia explicações 3. Incita resposta 4. Enfatiza pedido A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 3 – 2. b) 1 – 4 – 3. c) 2 – 3 – 1. d) 2 – 4 – 1. e) 2 – 4 – 3. Adiante seguiu a Justiça Maria Berenice Dias 1

Durante séculos, ninguém titubeava em responder: 2 família, só tem uma – a constituída pelos sagrados laços do matrimônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se multiplicarem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e na doença. Tanto que se falava em débito conjugal. 3 Esse modelito se manteve, ao menos na aparência, 4 _____ expensas da integridade física e psíquica das mulheres, que se mantinham dentro de casamentos 5 esfacelados, pois assim exigia a sociedade. Tanto que o casamento era indissolúvel. As pessoas até podiam se 6 desquitar , mas não podiam se casar de novo. Caso 7 8 encontrassem um par, tornavam-se concubinos e alvos de punições.

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[Português II] As mudanças foram muitas: vagarosas, mas 9 significativas. As causas , incontáveis. No entanto, o 10 resultado foi um só. O conceito de família mudou, se esgarçou. O casamento perdeu a sacralidade e permanecer dentro dele deixou de ser uma imposição social e uma obrigação legal. 11 12 Veio o divórcio. Antes, porém, o purgatório da separação, que exigia que se identificassem causas, 13 punindo-se os culpados. A liberdade total de casar e descasar chegou somente no ano de 2006. A lei regulamentava exclusivamente o casamento. Punia com o silêncio toda e qualquer modalidade de estruturas familiares que se afastasse do modelo “oficial”. E foi assumindo a responsabilidade de julgar que os 14 juízes começaram a alargar o conceito de família. As 15 mudanças chegaram _____ Constituição Federal, que enlaçou no conceito de família, outorgando-lhes especial proteção, outras estruturas de convívio. Além do casamento, trouxe, de forma exemplificativa, a união estável entre um homem e uma mulher e a chamada família parental: um dos pais e seus filhos. Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o rol constitucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer como família outras estruturas familiares. Assim as famílias anaparentais, constituídas somente pelos filhos, sem a presença dos pais; as famílias parentais, decorrentes do convívio de pessoas com vínculo de parentesco; bem como as famílias homoafetivas, que são as formadas por pessoas do mesmo sexo. O reconhecimento da homoafetividade como união 16 estável foi levado _____ efeito pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2011, em decisão unânime e histórica. 17 18 Agora esta é a realidade: homossexuais casam , têm 19 20 filhos , ou seja , podem constituir família. Ativismo judicial? Não, interpretação da Carta Constitucional segundo um punhado de princípios fundamentais. É a Justiça cumprindo o seu papel de fazer justiça, mesmo diante da lacuna legal. 21 Da inércia, passou o Legislativo , dominado por 22 autointitulados profetas religiosos , a reagir. Não foi outro o intuito do Estatuto da Família, que acaba de ser aprovado pela comissão especial na 23 Câmara dos Deputados (PL 6.583/2013). Tentar limitar o conceito de família à união entre um homem 24 e uma mulher, além de afrontar todos os princípios fundantes do Estado, impõe um retrocesso social que irá retirar direitos de todos aqueles que não se encaixam neste conceito limitante e limitado. 25 Mas _____ mais. Proceder ao cadastramento das entidades familiares e criar Conselhos da Família é das formas mais perversas de excluir direito à saúde, à assistência psicossocial, à segurança pública, que são asseguradas somente às entidades familiares reconhecidas como tal. Limitar acesso à Defensoria Pública e à tramitação prioritária dos processos à entidade familiar definida na lei, às claras tem caráter punitivo.

O conceito de família mudou. E onde procurar a sua definição atual? Talvez na frase piegas de SaintExupéry: na responsabilidade decorrente do afeto. (Fonte: Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015 – Adaptação)

40. (Imed 2016) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao uso de vírgulas no texto. a) A vírgula da referência 6 separa uma oração adverbial concessiva. b) A vírgula da referência 9 indica a elipse de um termo. c) A vírgula da referência 18 separa orações coordenadas. d) As vírgulas das referências 19 e 20 isolam uma expressão explicativa. e) As vírgulas das referências 21 e 22 separam uma oração adjetiva reduzida de particípio. Responda à questão a seguir com base no texto abaixo. As transformações que _______ ocorrido na sociedade 1 2 contemporânea, em especial a partir dos anos 70, _______ propiciando mudanças nas relações científicas estabelecidas com o ambiente internacional. Um evento norteador das transformações societais e 3 4 decisivo para essas mudanças foi a globalização, que _______ fortes evidências do entrosamento entre 5 ciência e sociedade e _____ a dinâmica de produção do conhecimento, com efeitos no ensino superior 6 sobretudo, realçando a importância da internacionalização nas funções de transmitir e produzir conhecimento. Universidade, ciência, inovação e sociedade. 36º Encontro Anual da ANPOCS. (Texto adaptado)

41. (Pucrs 2016) Para responder à questão abaixo, considere as afirmativas sobre a pontuação do texto. I. As vírgulas da referência 1 (“contemporânea, em especial a partir dos anos 70,”) poderiam ser substituídas por travessões sem prejuízos ao sentido e à correção do texto. II. A utilização de uma vírgula depois de “em especial” (referência 2) e antes de “sobretudo” (referência 6) provocaria ambiguidade nos períodos. III. A inserção de vírgulas antes e depois de “e decisivo para essas mudanças” (referência 3) tornaria mais clara a relação de ênfase estabelecida com o segmento anterior. IV. As vírgulas das referências 4 (“essas mudanças foi a globalização, que ____ fortes”) e 08 (“e _______ a dinâmica de produção do conhecimento, com”) poderiam ser retiradas sem prejuízo ao significado e à estrutura do período. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV.

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[Português II] O filósofo e romancista Umberto Eco concedeu uma entrevista ao Jornal El País em março de 2015, pouco menos de um ano antes de sua morte. Na ocasião, o escritor falou sobre o conteúdo de seu último romance, Número Zero, uma ficção sobre o jornalismo inspirada na realidade e sobre as relações da temática da obra com a atualidade: o papel da imprensa, a Internet e a sociedade.

Pergunta: Acredita de verdade que não? Resposta: O jornalismo poderia ter outra função. Estou pensando em alguém que faça uma crítica cotidiana da Internet, e é algo que acontece pouquíssimo. Um 18 jornalismo que me diga: “Olha o que tem na Internet, olha que coisas falsas estão dizendo, reaja a isso, eu te 19 mostro”. E isso pode ser feito tranquilamente. No 20 entanto, ainda pensam que o jornal é feito para que 21 seja lido por alguns velhos senhores – já que os 22 jovens não leem – que ainda não usam a Internet. Teria que se fazer um jornal que não se torne apenas a crítica da realidade cotidiana, mas também a crítica da realidade virtual. Esse é um futuro possível para um bom jornalismo.

Pergunta: Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado, a Internet, que mudou por completo o jornalismo. Resposta: A Internet pode ter tomado o lugar do mau 1 jornalismo... Se você sabe que está lendo um jornal como EL PAÍS, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da notícia e 2 3 confia. Por outro lado, se você lê um jornal como aqueles vespertinos ingleses, sensacionalistas, não 4 confia. Com a Internet acontece o contrário : confia em tudo porque não sabe diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que faz na 5 Internet qualquer página web que fale de complôs ou 6 que invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de internautas e de pessoas importantes que as levam a sério.

(EL PAÍS. Caderno cultura. 30 de março de 2015. Disponível em http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/26/cultura/1427393303_512 601.html. Acesso em 10 abr. 2016)

42. (Upf 2016) Há, no texto, o emprego de diferentes sinais de pontuação, os quais produzem efeitos de sentido específicos. Leia as afirmações a seguir. I. Os dois-pontos (ref. 4) anunciam a exposição de uma informação elucidativa e provocam efeito de expectativa. II. A vírgula (ref. 9) marca o deslocamento do adjunto adverbial. III. Os travessões (ref. 21) delimitam a intercalação de uma informação sob forma de comentário. A alternativa que expressa corretamente a relação entre o sinal de pontuação indicado e o efeito de sentido produzido é: a) I e III apenas. b) I apenas. c) I, II e III. d) II e III apenas. e) II apenas.

Pergunta: Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo que era protagonizado, aqui na Itália, por pessoas como Piero Ottone e Indro Montanelli… Resposta: Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos anos 1950 e 1960, bem quando chegou a 7 televisão, antes que eles desaparecessem! Até então o 8 jornal te contava o que acontecia na tarde anterior, por isso muitos eram chamados jornais da tarde: Corriere della Sera, Le Soir, La Tarde, Evening 9 Standard… Desde a invenção da televisão , o jornal te diz pela manhã o que você já sabe. E agora é a mesma coisa. O que um jornal deve fazer? Pergunta: Diga o senhor. Resposta: Tem que se transformar em um semanário. 10 Porque um semanário tem tempo, são sete dias para 11 construir suas reportagens. Se você lê a Time ou a 12 Newsweek vê que várias pessoas contribuíram para uma história concreta, que trabalharam nela semanas ou meses, enquanto que em um jornal tudo é feito da noite para o dia. Um jornal que em 1944 tinha quatro páginas hoje tem 64, então tem que preencher obsessivamente com notícias repetidas, cai na fofoca, 13 não consegue evitar... A crise do jornalismo, então, começou há quase cinquenta anos e é um problema muito grave e importante.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, 5 6 não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos mares do Sul, quando as favelas corroem a África, quando a 9 aviação avilta a floresta americana antes mesmo de 7 poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia 10 a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa 14 15 que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? 18 22 Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o 16 equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão 1 2 daquilo _________ não existe mais, mas __________ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Polos, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais 3 _________ nossa sociedade experimenta uma 11 necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio?

Pergunta: Por que é tão grave? Resposta: Porque é verdade que, como dizia Hegel, a 14 leitura dos jornais é a oração matinal do homem 15 moderno. E eu não consigo tomar meu café da manhã se não folheio o jornal; mas é um ritual quase afetivo e religioso, porque folheio olhando os títulos, e 16 por eles me dou conta de que quase tudo já sabia na 17 noite anterior. No máximo, leio um editorial ou um artigo de opinião. Essa é a crise do jornalismo contemporâneo. E disso não sai!

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[Português II] É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e 19 26 de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e 20 maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma 12 vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? Cada década 23 29 27 28 para trás permite salvar um costume, ganhar 17 uma festa, partilhar uma crença suplementar. 21 Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, 8 menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou prisioneiro de 32 30 uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe 24 escapava — ainda pior, inspirava troça ou desprezo 25 31 —, ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste 4 instante, mas __________ observação, meu grau de 13 humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. 33 Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

A questão a seguir estão relacionada ao texto abaixo. 4

À porta do Grande Hotel, pelas duas da tarde, 6 19 Chagas e Silva postava-se de palito à boca, como se tivesse descido do restaurante lá de cima. Poderia parecer, pela estampa, que somente ali se comesse 8 21 bem em Porto Alegre. Longe disso! A Rua da Praia 23 22 24 que o diga, ou melhor, que o dissesse. O faz de 7 5 conta do inefável personagem ligava-se mais à 25 importância, à moldura que aquele portal lhe 15 27 conferia. Ele, que tanto marcou a rua, tinha franco acesso às poltronas do saguão em que se refestelavam 28 os importantes. Andava dentro de um velho fraque, usava gravata, chapéu, bengala sob o braço, barba 10 curta, polainas e uns olhinhos apertados na 1 _________ bronzeada. O charuto apagado na boca, 29 9 para durar bastante, era o toque final dessa composição de pardavasco vindo das Alagoas. 16 Chagas e Silva chegou a Porto Alegre em 1928. Fixou20 se na Rua da Praia, que percorria com passos lentos, 12 carregando um ar de indecifrável importância, tão ao 17 jeito dos grandes de então. Os estudantes tomaram conta dele. Improvisaram comícios na praça, 11 carregando-o nos braços e fazendo-o discursar. Dava 33 discretas mordidas e consentia em que lhe pagassem o cafezinho. Mandava imprimir sonetos, que "trocava" por dinheiro. 31 Não era de meu propósito ocupar-me do "doutor" 34 Chagas e, sim, de como se comia bem na Rua da Praia de antigamente. Mas ele como que me puxou pela manga e levou-me a visitar casas por onde sua imaginação de longe esvoaçava. Porto Alegre, sortida por tradicionais armazéns de 30 especialidades, dispunha da melhor matéria-prima 18 para as casas de pasto. Essas casas punham ao alcance dos gourmets virtuosíssimos "secos e molhados" vindos de Portugal, da Itália, da França e da 2 Alemanha. Daí um longo e ________ período de boa comida, para regalo dos homens de espírito e dos que eram mais estômago que outra coisa. 26 Na arte de comer bem, talvez a dificuldade fosse a da escolha. Para qualquer lado que o passante se virasse, 3 encontraria salões ornamentados _________ maiores 35 ou menores, tabernas ou simples tascas. A Cidade 32 13 divertia-se também pela barriga. 14

Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.

43. (Ufrgs 2015) Considere as seguintes sugestões de mudança na pontuação do texto. I. Acréscimo de vírgula logo após o assim (ref. 22). II. Inserção de vírgula imediatamente após trás (ref. 23). III. Substituição dos travessões (refs. 24 e 25) por parênteses. Quais preservariam a correção das frases em que ocorrem? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

Adaptado de: RUSCHEl, Nilo. Rua da Praia. Porto Alegre: Editora da Cidade, 2009. p. 110-111.

44. (Ufrgs 2015) Considere as possibilidades de reescrita apresentadas abaixo para a seguinte passagem do texto. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou. (ref. 33)

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[Português II] I. Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou. II. Outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento neste mesmo lugar do que eu poderia ter visto e que me escapou. III. Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento que eu poderia ter visto e o que me escapou. Quais estão corretas e preservam o sentido da frase original? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No século XV, viu-se a Europa invadida por uma raça de homens que, vindos ninguém sabe de onde, se espalharam em bandos por todo o seu território. Gente inquieta e andarilha, deles afirmou Paul de Saint-Victor 1 que era mais fácil predizer o ........ das nuvens ou dos gafanhotos do que seguir as pegadas da sua invasão. Uns risonhos despreocupados: passavam a vida esquecidos do passado e descuidados do futuro. Cada novo dia era uma nova aventura em busca do escasso alimento para os 2 4 manter naquela jornada. Trajo? No mais completo ........ : 3 7 ........ sujos e puídos cobriam-lhes os corpos queimados do sol. Nômades, aventureiros, despreocupados – eram os boêmios. 13 Assim nasceu a semântica da palavra boêmio. O nome 9 8 gentílico de Boêmia passou a aplicar-se ao indivíduo despreocupado, de existência irregular, relaxado no 11 vestuário, vivendo ao deus-dará, à toa, na 12 vagabundagem alegre. Daí também o substantivo 5 boêmia. Na definição de Antenor Nascentes : vida despreocupada e alegre, vadiação, estúrdia, 14 vagabundagem. Aplicou-se depois o termo, especializadamente, à vida desordenada e sem preocupações de artistas e escritores mais dados aos prazeres da noite que aos trabalhos do dia. Eis um exemplo clássico do que se chama degenerescência semântica. De limpo gentílico – natural ou habitante da Boêmia – boêmio acabou carregado de todas essas conotações desfavoráveis. 15 A respeito do substantivo boêmia, vale dizer que a forma de uso, ao menos no Brasil, é boemia, acento tônico em -mi-. E é natural que assim seja, considerandose que -ia é sufixo que exprime condição, estado, 6 16 18 ocupação. Conferir : alegria, anarquia, barbaria, 17 20 rebeldia, tropelia, pirataria... Penso que sobretudo 19 palavras como folia e orgia devem ter influído na fixação da tonicidade de boemia. Notar também o par abstêmio/abstemia. Além do mais, a prosódia boêmia 10 estava prejudicada na origem pelo nome próprio Boêmia: esses boêmios não são os que vivem na Boêmia...

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Responda questão com base no texto 2.

45. (Pucrs 2015) Considere as sugestões de reescrita para o slogan da campanha. 1. Dar esmola? Não ajuda. 2. Dar esmola? Não. Ajuda. 3. Dar esmola não! Ajuda. 4. Dar esmola? Ajuda não? 5. Dar esmola ajuda, não?

Adaptado de: LUFT, Celso Pedro. Boêmios, Boêmia e boemia. In: O romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. p. 30-31.

46. (Ufrgs 2012) Associe cada ocorrência de sinal de pontuação, acima, com a noção que expressa no contexto em que ocorre, abaixo. ( ) dois-pontos (ref. 4) ( ) dois-pontos (ref. 5) ( ) dois-pontos (ref. 6) 1. definição 2. conformidade 3. explicação 4. exemplificação A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 3. b) 1 – 3 – 4. c) 2 – 3 – 4. d) 3 – 2 – 4. e) 4 – 1 – 2.

O sentido da campanha e a correção gramatical seriam mantidos considerando-se apenas a) 1 e 3. b) 2 e 4. c) 1, 2 e 3. d) 3, 4 e 5. e) 1, 2, 3 e 5.

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[Português II] TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Contudo, quando se descobre mais um caso de 11 corrupção, a vida republicana fica bagunçada, as coisas não andam, perde-se trabalho em investigações, gasta-se tempo prendendo e soltando gente e a 13 imprensa, que só serve para atrapalhar, fica cobrando explicações, embora já saibamos que explicações serão: primeiro desmentidos e em seguida promessas de pronta e cabal investigação, com a consequente punição dos culpados. Não acontece nada e perdura 12 essa situação monótona, que às vezes paralisa o País. 17 A realidade se exibe diante de nós e não a vemos. Emlugar de querer suprimir nossas práticas seculares, 18 que hoje tanto prosperam, por que não aproveitá-las 14 em nosso favor? (...) O brasileiro preocupado com o assunto já pode sonhar com uma corrupção moderna, dinâmica e geradora de empregos e renda. E não pensem que esqueci as famosas classes menos favorecidas, como se dizia antigamente. O mínimo que antevejo é o programa Fraude Fácil, em que qualquer um poderá habilitar-se ao exercício da boa corrupção, em seu campo de ação favorito. Acho que dá certo, é só testar. E ficar de olho, para não deixar que algum 9 corrupto corrupto passe a mão no fundo todo, assim também não vale.

Reforma na corrupção 19

Como previsto, já arrefece o mais recente debate sobre corrupção. Ainda se discute, sem muito entusiasmo, a absolvição de uma deputada que foi 3 filmada recebendo um dinheirinho suspeito, mas isso aconteceu antes de ela ser deputada, de maneira que não vale. Além da forte tendência de os parlamentares não punirem os seus pares, havia o risco do precedente. Não somente o voto é indecentemente secreto nesses casos, como o precedente poderia 5 15 expor os pescoços de vários outros deputados. O que o deputado faz enquanto não é deputado não tem importância, mesmo que ele seja tesoureiro dos ladrões de Ali Babá. 4 Aliás, me antecipando um pouco ao que pretendo propor, me veio logo uma ideia prática para acertar de vez esse negócio de deputado cometendo crimes 6 durante o exercício do mandato. Às vezes - e lembro 16 que errar é humano - o sujeito comete esses 2 crimezinhos distraído. Esquece, em perfeita boa-fé, que exerce um mandato parlamentar e aí perpetra a falcatrua. Fica muito chato para ele, se ele for flagrado, e seus atos podem sempre vir à tona, expostos pela imprensa impatriótica. Não é justo submeter o deputado a essa tensão permanente, afinal de contas, ele é gente como nós. 10 Minha ideia, como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias, é muito simples: os deputados usariam uniforme. Não daria muito trabalho 20 contratar (com dispensa de licitação, dada a urgência do projeto), um estúdio de alta-costura francês ou italiano, ou ambos, para desenhar esse uniforme. Imagino que seriam mais de um: o de trabalho, usado só excepcionalmente, o de gala, o de visitar eleitores e assim por diante. Enquanto estiver de uniforme, o deputado é responsabilizado pelos seus atos ilícitos ou indecorosos. Mas, se estiver à paisana, não se encontra no exercício do mandato e, portanto, pode fazer o que quiser. (...) Mas isso é um mero detalhe, uma providência que melhor seria avaliada no conjunto de uma reforma séria, que levasse em conta nossas características culturais e nossas tradições. (...) 7 O que cola mesmo aqui são os ensinamentos de 1 líderes como o ex-presidente ( gozado, o "ex" enganchou aqui no teclado, quase não sai), que, em várias ocasiões, torceu o nariz para denúncias de 8 corrupção e disse que aqui era assim mesmo, sempre tinha sido feito assim e não ia mudar a troco de nada. E assumia posturas coerentes com esse ponto de vista. (...)

João Ubaldo Ribeiro, O Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,reforma-nacorrupcao,768238,0.htm. Acesso em: 04-9-2011.

47. (Upf 2012) Examine as seguintes proposições relacionadas à pontuação do texto: I. Caso se retirasse o trecho “como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias” (ref. 10), não se justificaria o uso da vírgula nesse período. II. A vírgula após as palavras “corrupção” (ref. 11) e “monótona” (ref. 12) é opcional. III. Caso se retirassem as vírgulas da expressão “que só serve para atrapalhar” (ref. 13) não haveria substancial alteração de sentido. IV. A expressão “preocupado com o assunto”, caso estivesse entre vírgulas, modificaria substancialmente o sentido do termo “brasileiro” (ref. 14). Assinale a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras: a) I, II e III b) II e IV c) I e IV d) II e III e) I, II, III e IV

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[Português II] TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

c) Os travessões da ref. 12 poderiam ser substituídos por vírgulas sem acarretar prejuízo ao sentido do texto nem infração às normas de pontuação. d) A primeira e a segunda vírgulas da ref. 13 são facultativas, pois a expressão intercalada não provoca a ruptura da ordem direta da frase. e) Seria gramaticalmente adequada a supressão do ponto final antes da conjunção “Ou” (ref. 14), grafando-se esse articulador com inicial minúscula, mas não prevaleceria o relevo atribuído à sequência textual que a conjunção introduz.

O som da época Luís Fernando Veríssimo 21

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Desconfio de que ainda nos lembraremos destes 5 anos como a época em que vivemos com o acompanhamento dos alarmes de carro. Os alarmes de 8 carro são a trilha sonora do nosso tempo : o som da paranoia justificada. O alarme é o grito da nossa propriedade de que 15 alguém está querendo tirá-la de nós. É o som mais desesperado que um ser humano pode produzir – a palavra “socorro!” –, mecanizado, padronizado e a 10 todo volume. É “socorro!” acrescentado ao vocabulário das coisas, como a buzina, a campainha, a 11 22 música de elevador, o “ping” que avisa que o assado está pronto e todos os “pings” do computador. Também é um som típico porque tenta compensar a 3 9 7 carência mais típica da época , a de segurança. Os 12 carros pedem socorro porque a sua defesa natural – polícia por perto, boas fechaduras ou respeito de todo 16 o mundo pelo que é dos outros – não funciona mais. 17 6 Só lhes resta gritar. Também é o som da época porque é o som da intimidação. Sua função principal é espantar e substituir todas as outras formas de dissuasão pelo 1 simples terror do barulho. O som da época em que os decibéis substituíram a razão. 13 Como os ouvidos são , de todos os canais dos sentidos, os mais difíceis de proteger, foram os escolhidos pela insensibilidade moderna para atacar nosso cérebro e apressar nossa imbecilização. Pois são tempos literalmente do barulho. O alarme contra roubo de carro também é próprio da 18 14 época porque, frequentemente, não funciona. Ou 23 funciona quando não deve. Ouvem-se tantos alarmes 19 a qualquer hora do dia ou da noite porque, talvez influenciados pela paranoia generalizada, eles 24 disparam sozinhos. Basta alguém se aproximar do carro com uma cara suspeita e eles começam a berrar. 20 4 Decididamente, o som do nosso tempo.

UNIDADE 3. REGÊNCIA VERBAL 1. (FGV-2007) Assinale a alternativa em que a regência verbal está de acordo com a norma culta. a) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do que os legumes e verduras. b) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção e leve junto um Home Theater! c) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando títulos e euros. d) Construir impérios a partir do nada implica inovação e paixão pelo risco. e) A Caixa Econômica informou os mutuários que não haverá prorrogação de prazos. 2. (ESPM-2006) Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática normativa não aceita o uso do mesmo complemento para verbos com regências diferentes. Esse tipo de transgressão só não ocorre na frase: a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de toda a política externa brasileira. (Clóvis Rossi) b) Educador é todo aquele que confere e convive com esses conhecimentos. (J. Carlos de Sousa) c) Vi e gostei muito do filme “O Jardineiro Fiel” cujo diretor é um brasileiro. d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira. e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que simultaneamente. 3. (FEI) Assinale a alternativa em que haja erro de regência verbal: a) Deu-lhe um belo presente de aniversário. b) Levei-o para o médico esta manhã. c) Gostamos deste novo filme. d) Fui no cinema ontem. e) O lenço caiu no chão.

VERISSIMO, Luís Fernando. O som da época. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 29 set. 2011.

48. (Unisinos 2012) Assinale a única alternativa correta em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto. a) Os dois pontos da ref. 8 e a vírgula da ref. 9 isolam, respectivamente, um aposto e um adjunto adverbial. b) As palavras “socorro!” (ref. 10) e “ping” (ref. 11) são destaca das com aspas por terem, no texto, o papel de interjeições.

4. (Fiocruz) Assinale a frase onde a regência do verbo assistir está errada. a) Assistimos um belo espetáculo de dança a semana passada. b) Não assisti à missa. c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia. d) O técnico assistiu os jogadores.

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[Português II] 5. (UNIMEP) Quando implicar tem sentido de “acarretar”, “produzir como consequência”, constrói-se a oração com objeto direto, como se vê em: a) Quando era pequeno, todos sempre implicavam comigo. b) Todos implicam com gremistas. c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastos. d) O atraso no pagamento do carnê implica em juros. e) Uma nova briga implicará situação desconfortável.

11. (PUC-SP) O período “Verdade é que se lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão ...” apresenta regência verbal que obedece ao padrão culto da língua. Escolha, entre as alternativas a seguir, aquela que, também, é aceita pelo padrão culto da língua. a) Verdade é que lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão... b) Verdade é que lembrava que D. Maria podia com muito justa razão... c) Verdade é que se lhe lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão... d) Verdade é que lhe lembrava de que D. Maria podia com muito justa razão... e) Verdade é que o lembrava que D. Maria podia com muito justa razão...

6. (ITA) O Programa Mulheres está mudando. Novo cenário, novos apresentadores, muito charme, mais informação, moda, comportamento e prestação de serviços. Assista amanhã, a revista eletrônica feminina que é a referência do gênero na TV. O verbo “assistir”, empregado em linguagem coloquial, está em desacordo com a norma gramatical. a) Reescreva o último período de acordo com a norma. b) Justifique a correção.

12. (UFPel) A frase que não apresenta problema(s) de regência, levando em consideração a língua escrita, é: a) Preferiu sair antes do que ficar até o fim da peça. b) O cargo a que todos visavam já foi preenchido. c) Lembrou de que precisava voltar ao trabalho. d) As informações que dispomos não são suficientes para esclarecer o caso. e) Não tenho dúvidas que ele chegará breve.

7. (UFPa) Assinale a alternativa que contém as respostas certas: I – Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família. II – Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro. III – Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde. IV – Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou. a) II – III – IV b) I – II – III c) I – III – IV d) I – III e) I – II

13. (UECE) Não ocorre erro de regência em: a) A equipe aspirava o primeiro lugar. b) Obedeça aos mais experientes. c) Deu a luz a vizinha a três crianças sadias. d) O verdadeiro amor sucede frequentes contatos.

8. (Fuvest) Assinale a alternativa que preencha corretamente os espaços. Posso informar ______ senhores ______ ninguém, na reunião, ousou aludir ______ tão delicado assunto. a) aos – de que – o b) aos – de que – ao c) aos – que – à d) os – que – à e) os – de que – a

14. (UEPG) A alternativa incorreta de acordo com a gramática da língua culta é: a) Obedeço o regulamento. b) Custa crer que eles brigam. c) Aspiro o ar da manhã. d) Prefiro passear a ver televisão. e) O caçador visou o alvo. 15. (UGF) Assinale a frase em que há erro de regência verbal. a) O desmatamento implica destruição e fome. b) Chegamos na cidade antes do anoitecer. c) Jonas reside na Rua das Marrecas. d) Avisei-o de que devia partir. e) Os ambientalistas assistiram a uma conferência.

9. (PUC-Campinas) A frase em que a relação entre os verbos e seu complemento está corretamente expressa é: a) Ontem conhecemos e simpatizamos muito com seu amigo. b) Ela comete e depois se arrepende dos desatinos. c) Aprovo sua proposta, mas não concordo inteiramente. d) Ele não se esqueceu nem perdoou a ofensa. e) Presenciamos e deploramos a reação do atleta.

16. (FEI) Assinalar a alternativa que apresenta incorreção na regência verbal: a) Custou-lhe entender a explicação. b) Toda mudança implica um novo comportamento. c) Os paraquedistas precisaram o lugar da queda. d) As autoridades não perdoaram aos grevistas a sua ousadia. e) Informei-lhe sobre os novos planos da empresa.

10. (ITA) Assinale a alternativa correta: a) Antes prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. b) Prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. c) Prefiro aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. d) Prefiro antes aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. e) Prefiro aspirar a uma posição honesta a ficar aqui.

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[Português II] 17. (Ufac) Assinale a alternativa correta segundo o padrão culto da língua portuguesa, quanto à regência verbal: a) Os brasileiros desobedecem o código de trânsito. b) Crianças corriam e pulavam-se no jardim. c) Ontem assisti a um ótimo filme. d) Os impostos devem ser pagos a Prefeitura. e) Os vencedores se confraternizaram com os organizadores do evento.

d) “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste ainda as duas regiões nordeste e sul, são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.” e) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”

18. (FMU) Assinale a única alternativa incorreta quanto à regência do verbo: a) Perdoou nosso atraso no imposto. b) Lembrou ao amigo que já era tarde. c) Moraram na rua da Paz. d) Meu amigo perdoou ao pai. e) Lembrou de todos os momentos felizes.

23. (MENOS-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescritas nos itens a seguir: I- Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos inimigos de hipócritas; II- Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu desprezo por tudo; III- O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O funcionário esqueceu-se do importante acontecimento. A frase reescrita está com a regência correta em: a) I apenas b) II apenas c) III apenas d) I e III apenas e) I, II e III

19. (FUMEC) Com referência à regência do verbo assistir, todas as alternativas estão corretas, exceto em: a) Assistimos ontem um belo filme na televisão. b) Os médicos assistiram os doentes durante a guerra. c) O técnico assistiu os jogadores no treino. d) Assistiremos amanhã a uma missa de sétimo dia. e) Machado de Assis assistia em Botafogo.

24. (MENOS-RJ) “porque implica em cobrar o tempo” / porque implica cobrar o tempo. A construção do verbo implicar com a preposição em resulta, provavelmente, de um cruzamento sintático com verbo sinônimo (importar), sendo considerada errônea por alguns gramáticos. A alternativa em que há erro de regência na segunda das sentenças é: a) Preferimos pagar juros a ficar sem o produto. / Preferimos pagar juros do que ficar sem o produto. b) Esquecemos facilmente o belo arrazoado aquiniano. / Esquecemo-nos facilmente do belo arrazoado aquiniano. c) Queremos informar-lhes que nossos juros são baixos. / Queremos 54onjuga-los de que nossos juros são baixos. d) Ainda nos lembramos da belíssima aula de filosofia tomista. / Ainda nos lembra a belíssima aula de filosofia tomista. e) Se cobrar juros é pecado, chamamos de pecadores todos os banqueiros... / Se cobrar juros é pecado, chamamos pecadores a todos os banqueiros.

20. (Mackenzie) Indique a alternativa correta: a) Prefiro correr do que nadar. b) Prefiro mais correr que nadar. c) Prefiro mais correr a nadar. d) Prefiro correr a nadar. e) Prefiro correr à nadar. 21. (UEPG) Assinale a alternativa incorreta. a) Os professores visam à formação dos alunos. b) O fiscal visou os documentos. c) O atirador visa o alvo. d) Visamos a um futuro mais feliz. e) Os desempregados visam melhores condições de vida. 22. (UEPB) “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.” (Correio da Paraíba, 24/05/05) Neste trecho, ocorrem duas falhas consideradas graves: uma de regência e outra de pontuação. Marque, entre as propostas abaixo, a única alternativa que atende à norma padrão a) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul, são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.” b) “Apesar de algumas preocupações do poder central pelo nordeste, ainda as duas regiões, nordeste e sul, são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.” c) “Apesar de algumas preocupações do poder central com o nordeste, ainda as duas regiões nordeste e sul, são como se fossem dois mundos, de costas um para o outro.”

25. (Fuvest-2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é: a) O governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam líderes pefelistas. b) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros países passou despercebida. c) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação social.

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[Português II] d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza da cidade. e) O roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, a aventura à repetição.

30. (FMU-SP) Assinale a única alternativa incorreta quanto à regência do verbo. a) Perdoou nosso atraso no imposto. b) Lembrou ao amigo que já era tarde. c) Moraram na rua da Paz. d) Meu amigo perdoou ao pai. e) Lembrou de todos os momentos felizes.

26. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas correspondentes. A arma ___ se feriu desapareceu. Estas são as pessoas ___ lhe falei. Aqui está a foto ___ me referi. Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. a) que, de que, à que, cujo, que. b) com que, que, a que, cujo qual, onde. c) com que, das quais, a que, de cujo, onde. d) com a qual, de que, que, do qual, onde. e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.

31. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que há erro de regência verbal. a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro desfizeram-se em elogios à garota. b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram por não produzir efeito algum. c) Nem sempre o migrante, em cujas faces se refletia a angústia que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação. d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem quente demais. e) Nem sempre o migrante, cujas faces refletiam a angústia que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.

27. (UFPA) Assinale a alternativa que contém as respostas corretas. I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família. II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro. III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde. IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou. a) II, III, IV b) I, II, III e) I, III, IV d) I, III e) I, II

32. (UFG) Indique a alternativa correta. a) Sempre pago pontualmente minha secretária. b) Você não lhe viu ontem. c) A sessão fora assistida por todos os críticos. d) Custei dois anos para chegar a doutor. e) O ideal a que visavam os parnasianos era a perfeição estética. 33. (UFSCar-SP) Assinale a alternativa correta quanto à regência: a) A peça que assistimos foi muito boa. b) Estes são os livros que precisamos. c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram. d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio. e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.

28. (UFAM) Assinale o item em que há erro quanto à regência: a) São essas as atitudes de que discordo. b) Há muito já lhe perdoei. c) Informo-lhe de que paguei o colégio. d) Costumo obedecer a preceitos éticos. e) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.

34. (Mack-SP) Assinale a alternativa incorreta quanto à regência verbal: a) Ele custará muito para me entender. b) Hei de querer-lhe como se fosse minha filha. c) Em todos os recantos do sítio, as crianças sentem-se felizes, porque aspiram o ar puro. d) O presidente assiste em Brasília há quatro anos. e) Chamei-lhe sábio, pois sempre soube decifrar os enigmas da vida.

29. (UNIMEP-SP) Quando implicar tem sentido de “acarretar”, “produzir como consequência”, constrói-se a oração com objeto direto, como se vê em: a) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo. b) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas domésticas. c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro. d) O banqueiro implicou-se em negócios escusos. e) Um novo congelamento de salários implicará uma reação dos trabalhadores.

35. (CEFET-PR) Assinale a alternativa que apresenta incorreção quanto à regência: a) Nós nos valemos dos artifícios que dispúnhamos para vencer. b) Ele preferiu pudim a groselha. c) O esporte de que gosto não é praticado no meu colégio. d) Sua beleza lembrava a mãe, quando apenas casada. e) Não digo com quem eu simpatizei, pois não lhe interessa.

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[Português II] 36. (Conc. Investigador de Policia) Assinale a alternativa que apresenta um desvio em relação à regência verbal. a) Simpatizei com toda a diretoria e com as novas orientações. b) Há alguns dos novos diretores com os quais não simpatizamos. c) A firma toda não se simpatizou com a nova diretoria. d) Somente o tesoureiro não simpatizou com a nova diretoria.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES: A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, 5 6 não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos mares do Sul, quando as favelas corroem a África, quando a 9 aviação avilta a floresta americana antes mesmo de 7 poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia 10 a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa 14 15 que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? 18 22 Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o 16 equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão 1 2 daquilo __________ não existe mais, mas ________ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Polos, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais 3 ________ nossa sociedade experimenta uma 11 necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e 19 26 de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e 20 maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma 12 vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? Cada década 23 29 27 28 para trás permite salvar um costume, ganhar 17 uma festa, partilhar uma crença suplementar. 21 Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, 8 menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou prisioneiro de 32 30 uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe 24 escapava — ainda pior, inspirava troça ou desprezo 25 31 —, ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste 4 instante, mas __________ observação, meu grau de 13 humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. 33 Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

37. (Conc. Escrivão de Polícia) Assinale a alternativa em que o significado do verbo apontado entre parênteses não corresponde à sua regência. a) Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionários dos departamentos da empresa. (ajudar) b) No grande auditório, o público assistiu às apresentações da Orquestra Experimental. (ver) c) Esta é uma medida que assiste aos moradores da Vila Olímpia. (caber) d) Estudantes brasileiros assistem na Europa, durante um ano. (observar) 38. (Conc. Analista de Sistemas – Banco Central) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de regência. a) Desde abril, já é possível perceber algum decréscimo da atividade econômica, com queda da produção de bens de consumo duráveis, especialmente eletrodomésticos, e do faturamento real do comércio varejista. b) Apesar da queda da inflação em maio, espera-se aceleração no terceiro trimestre, fenômeno igual ao observado nos dois últimos anos, em decorrência da concentração de aumentos dos preços administrados. c) Os principais focos de incerteza em relação às perspectivas para a taxa de inflação nos próximos anos referem-se a evolução do preço internacional do petróleo, o comportamento dos preços administrados domésticos e o ambiente econômico externo. d) Desde maio, porém, entraram em foco outros fatores: o racionamento de energia elétrica, a intensificação da instabilidade política interna e a depreciação acentuada da taxa de câmbio. e) A mais nova fonte de incerteza é o choque derivado da limitação de oferta de energia elétrica no País, pois há grande dificuldade em se avaliar seus efeitos com o grau de precisão desejável. (Trechos adaptados do Relatório de Inflação – Banco Central do Brasil, junho de 2001- v. 3, 1° 2, p. 7 e 8)

Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.

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[Português II] 39. (Ufrgs 2015) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas indicadas pelas referências 1, 2, 3 e 4 do texto. a) que - que - de que - para cuja b) que - de que - de que - cuja c) de que - de que - de que - para cuja d) que - que - que - cuja e) de que - que - que - cuja

40. (Ufrgs 2018) Se a forma verbal almejava fosse substituída por aspirava em Aquela, sim, era a morte que eu almejava (ref. 18), qual das alternativas abaixo estaria gramaticalmente correta? a) Aquela, sim, era a morte a que eu aspirava. b) Aquela, sim, era a morte para a qual eu aspirava. c) Aquela, sim, era a morte que eu aspirava. d) Aquela, sim, era a morte de que eu aspirava. e) Aquela, sim, era a morte com a qual eu aspirava.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A questão a seguir estão relacionadas ao texto abaixo.

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– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, 2 3 depois da guerra. – Na Europa mataram milhões de judeus. 4 5 Contava as experiências que os médicos nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, 6 dos índios Jivaros. Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. 7 8 9 Felizmente morriam essas atrozes quimeras; 10 expiravam como seres humanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 11 que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) 12 13 14 Em 1948 foi proclamado o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando _____3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir 15 para Israel? Num país de gente tão estranha – e, 16 ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via 17 18 19 caindo, varado de balas. Aquela, sim, era a morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20 encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo.

André Devinne procura cultivar a ingenuidade – uma defesa contra tudo 1o que 2não entende. 3Pressente: há alguma coisa irresolvida que 4está em parte alguma, mas 1 . Quem sabe seja uma os nervos sentemespécie de vergonha. Quem sabe o medo enigmático dos quarenta anos. Certamente não é a angústia de se ver lavando o carro numa tarde de sábado5, um homem de sua posição. É até com delicadeza que se entrega ao sol das três da tarde, agachado, sem camisa, esfregando o pano sujo no pneu, num ritual disfarçado em que evita formular seu tranquilo desespero. Assim: ele está numa guerra, mas por acaso6; de onde está, submerso na ingenuidade, 7à qual 8se agarra sem saber, não consegue ver o inimigo. 9Talvez não haja nenhum. 10 – Filha, não fique aí no sol sem camisa. A menina recuou até a sombra. Agachou-se, olhos negros no pai. 11 – Você vai pra praia hoje? André Devinne contemplou o pneu lavado: um bom trabalho. 12 – Não sei. Falou com a mãe? – Ela está pintando. A filha tem o mesmo olhar da mãe, 13quando Laura, da janela do ateliê, observa o mar da Barra, transformando aquela estreita faixa de azul acima da Lagoa, numa outra faixa, de outra cor, mas igualmente suave, na tela em branco. Um olhar que investiga sem ferir – que parece, de fato, ver o que está lá. Devinne espreguiçou-se esticando as pernas14. Largou o pano imundo no balde, sentou-se e olhou o céu, o horizonte, as duas faixas de mar, o azul da Lagoa, vivendo momentaneamente o prazer de proprietário. Lembrou-se da lição de inglês – It’s a nice day, isn’t it? – e tentou 2 de imediato, mas era tarde: o corpo inteiro se povoou de lembrança e ansiedade, exigindo explicações. Estava indo bem, a professora era uma mulher competente, agradável, independente. Talvez justo por isso, ele tenha cometido aquela estupidez. Sem pensar, voltou a cabeça e acenou para Laura, que do janelão do 3 ateliê respondeucom um gesto. A filha insistiu: – Pai, você vai pra praia? Mudar todos os assuntos. – Julinha, o que é, o que é? Vive casando 15e está sempre solteiro? Ela riu. – Ah, pai. Essa é fácil. O padre!

Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

TEZZA, C. O fantasma da infância. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2007. p. 9-10.

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[Português II] 41. (Ufrgs 2016) Considere as seguintes afirmações sobre propostas de alteração de frases do texto. I. Se não entende (ref. 2) fosse substituído por desconfia, seria necessário substituir o que (ref. 1) por que. II. Se está (ref. 4) fosse substituído por ele não localiza, nenhuma outra alteração seria necessária à frase. III. Se se agarra (ref. 8) fosse substituído por ele se protege, seria necessário substituir à qual (ref. 7) por com a qual. Sem considerar alterações de sentido, quais afirmações mantêm a correção da frase? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

6. Diante das orações que seguem, analise-as e indique aquela que não se adéqua ao uso da preposição “a”: a) Estou ávido * boas notícias. b) Esta canção é agradável * alma. c) O respeito é essencial * boa convivência. d) Mostraram-se indiferentes * tudo. e) O filme é proibido * menores de dezoito anos. 7. (Fuvest) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é: a) O governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam líderes pefelistas. b) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros países passou despercebida. c) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação social. d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza da cidade. e) O roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, a aventura à repetição.

UNIDADE 4. REGÊNCIA NOMINAL 1. (Cescea) As palavras ansioso, contemporâneo e misericordioso regem, respectivamente, as preposições: a) a – em – de – para. b) de – a – de. c) por – de – com. d) de – com – para com. e) com – a – a.

8. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas correspondentes. A arma ___ se feriu desapareceu. Estas são as pessoas ___ lhe falei. Aqui está a foto ___ me referi. Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. a) que, de que, à que, cujo, que. b) com que, que, a que, cujo qual, onde. c) com que, das quais, a que, de cujo, onde. d) com a qual, de que, que, do qual, onde. e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.

2. (TJ – SP) Indique onde há erro de regência nominal: a) Ele é muito apegado em bens materiais. b) Estamos fartos de tantas promessas. c) Ela era suspeita de ter assaltado a loja. d) Ele era intransigente nesse ponto do regulamento. e) A confiança dos soldados no chefe era inabalável. 3. (IBGE) Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos pela mesma preposição: a) ávido, bom, inconsequente b) indigno, odioso, perito c) leal, limpo, oneroso d) orgulhoso, rico, sedento e) oposto, pálido, sábio

9. De acordo com a norma culta, a frase em que se teve o cuidado de obedecer à regência é: a) o Colégio São Geraldo, sito a Rua da União, encerrou suas atividades; b) o preço fixado tornou-se compatível de minhas posses; c) as regras do jogo não são passíveis por mudanças; d) sua decisão implica uma mudança radical; e) prefiro o cinema mais do que o teatro.

4. As palavras ansioso, contemporâneo e misericordioso regem, respectivamente, as preposições: a) a – em – de – para. b) de – a – de. c) por – de – com. d) de – com – para com. e) com – a – a.

10. (MACK) Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas do seguinte período: “Era um tique peculiar ..... cavalariço o de deixar caído, ..... canto da boca, o cachimbo vazio ..... fumo, enquanto alheio ..... tudo e solícito apenas ..... animais, prosseguia ..... seu serviço.” a) ao – ao – de – a – com os – em b) do – no – em – de – dos – para c) para o – no – de – com – pelos – a d) ao – pelo – do – por – sobre – em e) do – para o – no – para – para com os – no

5. Indique onde há erro de regência nominal: a) Ele é muito apegado em bens materiais. b) Estamos fartos de tantas promessas. c) Ela era suspeita de ter assaltado a loja. d) Ele era intransigente nesse ponto do regulamento. e) A confiança dos soldados no chefe era inabalável.

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[Português II]

UNIDADE 5. CRASE

7. (Escrivão.Pol./SP) A alternativa em que o sinal de crase não procede é: a) À exceção da Bandeirantes, as outras emissoras de televisão detêm a ampla liderança com percentuais fabulosos. b) Está presente a cineasta das cidades brasileiras à quem a porcentagem de 7% surpreendeu. c) Os dados da pesquisa referem-se às cenas, certamente sem paralelo, em qualquer outro lugar no mundo. d) Cresce, às escondidas, o número de cidades recebendo imagens de televisão, ameaçadoras dos valores ético-culturais.

1. (Banco do Brasil) Opção que preenche corretamente as lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ todas as pessoas convocadas. a) à – à – à b) a – à – à c) à – a – a d) a – a – à e) à – a – à 2. (Banespa) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao lado: “Recorreu ___ irmã e ___ ela se apegou como ___ uma tábua de salvação.” a) à – à – a b) à – a – à c) a – a – a d) à – à – à e) à – a – a

8. (FASP – Faculdade São Francisco de Cajazeiras) Assinale a alternativa com erro de crase: a) nenhuma das alternativas está errada. b) Você já esteve em Roma? Eu irei à Roma logo. c) Fui à Lisboa de meus avós, pois gosto da Lisboa de meus avós. d) Já não agrada ir à Brasília. A gasolina… e) Refiro-me à Roma antiga, na qual viveu César.

3. (Cescem) Sentou-se ___ máquina e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma as páginas do relatório. a) à – à – a b) a – à – à c) à – à – à d) à – a – a

9. (FESP – Faculdade de Engenharia de São Paulo) Refiro-me ___ atitudes de adultos que, na verdade, levam as moças ___ rebeldia insensata e ___ uma fuga insensata. a) às – à – à b) as – à – à c) às – à – a d) à – a – a e) à – a – à

4. (Cesgranrio-RJ) Assinale a frase em que à ou às está mal empregado. a) Amores à vista. b) Referi-me às sem-razões do amor. c) Desobedeci às limitações sentimentais. d) Estava meu coração à mercê das paixões. e) Submeteram o amor à provações difíceis.

10. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase: a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada. b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente. c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista. d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja. e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.

5. (FEI – 1995) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas das seguintes orações: I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários. II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado. III. ___ dias está desaparecido. IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___ reunião. a) a – a – há – a – à b) à – a – a – há – a c) a – à – a – a – há d) há – a – à – a – a e) a – há – a – à – a.

11. (IFSP – Instituto Federal de São Paulo – 2011) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, a frase a seguir. Os interessados em adotar crianças têm de recorrer ___ orientações do Juizado de Menores e se sujeitar ___ uma espera muitas vezes longa, o que, apesar de tudo, não desanima ___ maioria. a) às – a – a b) às – à – a c) às – à – à d) as – a – à e) as – à – à

6. (DETRAN/RN – 2010 – FGV) 7 – Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo de crase: a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória. b) Ele se referiu às pessoas de boa memória. c) As pessoas aludem à uma causa específica. d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória. e) Os livros foram entregues à ele.

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[Português II] 12. (ITA – SP) Analisando as sentenças: I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas. II. Não fale tal coisa as outras. III. Dia a dia a empresa foi crescendo. IV. Não ligo aquilo que me disse. Podemos deduzir que: a) Apenas a sentença III não tem crase. b) As sentenças III e IV não têm crase. c) Todas as sentenças têm crase. d) Nenhuma sentença tem crase. e) Apenas a sentença IV não tem crase.

18. (MENOS – Tribunal Regional Eleitoral) O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em: a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta. b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga. c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça. d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos. e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração.

13. (ITA – SP) Dadas as afirmações: 1- Tudo correu as mil maravilhas. 2 – Caminhamos rente a parede. 3 – Ele jamais foi a festas. Verificamos que o uso do acento indicador da crase no a é obrigatório: a) apenas na sentença nº 1. b) apenas na sentença nº 2. c) apenas nas sentenças nºs 1 e 2. d) em todas as sentenças.

19. (UFABC – Universidade Federal do ABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase não procede é: a) Tais informações são iguais às que recebi ontem. b) Perdi uma caneta semelhante à sua. c) A construção da casa obedece às especificações da Prefeitura. d) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só vez. e) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.

14. (Oficial de Justiça/SP) Assinale a alternativa onde o sinal indicativo da crase foi usado inadequadamente: a) Prefiro esta bolsa àquela. b) Isto é prejudicial à saúde. c) Escrevia à Machado de Assis. d) Ele referiu-se à Fabiana, não a mim. e) As lágrimas caíam uma à uma de seus olhos.

20. (UFABC – Universidade Federal do ABC) Nas alternativas que seguem, há três frases que podem estar corretas ou não. Leia-as atentamente e marque a resposta certa: I. O seu egoísmo só era comparável à sua feiura. II. Não pôde entregar-se às suas ilusões. III. Quem se vir em apuros, deve recorrer à justiça. a) Apenas a frase II está correta. b) Apenas as frases I e II estão corretas. c) As três frases estão corretas. d) Apenas a frase I está correta. e) Apenas as frases II e III estão corretas.

15. (POLÍCIA CIVIL/SC – 2010 – ACAFE) Assinale a alternativa correta que preenche as lacunas da frase a seguir. “O vereador que reside ___ Rua Miguel Deodoro corre o risco de ter seu ___ ___assim que o processo chegar ___ mãos do Presidente. a) à – mandado caçado – as b) à – mandato caçado – às c) na – mandado cassado – as d) na – mandato cassado – às

21. (UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – 2010) Avalie as duas frases que seguem: I. Ela cheirava à flor de romã. II. Ela cheirava a flor de romã. Considerando o uso da crase, é correto afirmar: a) As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto. b) As duas frases são ambíguas em qualquer contexto. c) A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã. d) A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã. e) O “a” da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.

16. (TJ/RO – 2010 – FUNDAÇÃO CESGRANRIO) Indique a opção em que o sinal indicativo de crase está corretamente usado. a) Essa proposta convém à todos. b) O governo aumentou à quantidade de subsídios. c) A empresa considerou a oferta inferior à outra. d) Ele está propenso à deixar o cargo. e) Não vou aderir à modismos passageiros. 17. (MENOS – Tribunal Regional Eleitoral) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está incorreto em: a) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar. b) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado. c) Não devemos fazer referências àqueles casos. d) Sairemos às cinco da manhã. e) Isto não seria útil à ela.

22. (UFPR – Universidade Federal do Paraná) Em qual alternativa o vocábulo a deve receber acento grave? a) Pintou o quadro a óleo. b) Fomos a uma aldeia. c) Dirigiram-se a Vossa Excelência. d) Voltou a casa paterna. e) Começou a chover.

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[Português II] 23. (UFPR – Universidade Federal do Paraná) Quais as formas que completam, pela ordem, as lacunas das frases seguintes? Daqui ___ pouco vai começar o exame; Compareci ___ cerimônia de posse do novo governador; Não tendo podido ir ___ faculdade hoje, prometo assistir ___ todas as aulas amanhã. a) à – a – a – à b) há – na – à – a c) a – há – na – à d) a – na – à – à e) a – à – à – a

27. (VUNESP – 2010 – TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário) a) A Fúria se rende ___ vuvuzelas. b) Caim é o último livro de José Saramago, que morreu ___ uma semana. c) Sujeito ___ crises de humor, ele não vive em paz. d) As vizinhas do andar de cima? Não ___vejo faz tempo. a) às – há – às – as b) as – há – as – às c) às – a – as – às d) às – a – às – as 28. (VUNESP – 2010 – FUNDAÇÃO CASA – Agente Administrativo) Assinale a alternativa correta quanto ao uso do acento indicativo da crase. a) Sei que é mulher de um ator chamado Tom Cruise, de quem também só assisti à um filme: “De Olhos Bem Fechados”. b) Os ortopedistas alertam quando os saltos altos não são adequados à uma estrutura óssea em formação. c) Os ortopedistas observam que a estrutura óssea em formação só se completará à partir dos 12 ou 13 anos. d) O problema não se limita às crianças de Hollywood ou àquelas de pais famosos. e) Estamos gerando crianças-adultos, que dificilmente chegarão à viver a maturidade.

24. (UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro – 2011) Analise as frases. I. Ontem, fui até a escola para visitar velhos amigos. Ontem, fui até à escola para visitar velhos amigos. II. Ontem, passei a noite na casa da minha prima. Ontem, passei à noite na casa da minha prima. III. Ontem, entreguei o relatório a minha supervisora. Ontem, entreguei o relatório à minha supervisora. Dentre os pares de frases apresentados, a estrutura frasal em que se verifica alteração de sentido da segunda frase em relação à primeira está contida em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

29. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases. ___ situações insustentáveis do lixo na capital. Esse problema chega ___ autoridades que deverão tomar ___ providências cabíveis. a) As – as – as b) Há – às – as c) Há – as – às d) Às – as – às e) As – hás – as

25. (Unicenp-PR) Qual a alternativa que aponta a frase incorreta quanto ao acento indicativo da crase? a) Uma mulher deu à luz sobre uma pia enquanto o dinheiro do SUS (Sistema Único de Saúde) é desviado para comprar chope e salgadinhos. b) Esse expediente levou à lastimável aprovação do IPMF. c) À absoluta ineficiência do sistema de arrecadação, soma-se a má aplicação dos recursos públicos. d) Na década de 70, a imagem externa do Brasil era frequentemente associada às denúncias de tortura. e) A questão social continua prioritária demais para ser relegada à segundo plano.

30. (VUNESP – 2011 – SAP-SP – Oficial Administrativo) Assinale a frase em que o acento indicador de crase está empregado corretamente. a) Vendemos CDs à partir de R$ 10. b) Todos nossos produtos podem ser comprados à prazo. c) Você será encaminhado à um de nossos gerentes. d) As peças do mostruário também estão à venda. e) Você está convidado à conhecer nosso setor de eletrodomésticos.

26. (Unifor-CE) Marque a alternativa em que o sinal de crase está empregado em todos os casos que é necessário. a) A família ficou à mercê do frio, a despeito do fogo que estava a arder. b) O vento entrava à vontade restando a família a expectativa de que acontecesse logo. c) Falavam à beça, mas talvez não se entendessem à contento. d) A cachorra ficou à porta, à olhar as brasas. e) A falta de melhor expressão recorriam à discursos energéticos

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, 5 6 não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos mares do Sul, quando as favelas corroem a África, quando a 9 aviação avilta a floresta americana antes mesmo de 7 poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia 10 a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa 14 15 que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica?

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[Português II] 18

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Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o 16 equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão 1 2 daquilo __________ não existe mais, mas _________ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Polos, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais 3 _________ nossa sociedade experimenta uma 11 necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e 19 26 de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e 20 maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma 12 vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? Cada década 23 29 27 28 para trás permite salvar um costume, ganhar 17 uma festa, partilhar uma crença suplementar. 21 Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, 8 menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou prisioneiro de 32 30 uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe 24 escapava — ainda pior, inspirava troça ou desprezo 25 31 —, ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste 4 instante, mas __________ observação, meu grau de 13 humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. 33 Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

Quais estão corretas? a) Apenas I. c) Apenas III. e) I, II e III.

b) Apenas Il. d) Apenas I e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Havia naquele cemitério uma sepultura em torno ....... 4 a imaginação popular tecera lendas. Ficava ao lado da 8 capela, perto dos grandes jazigos, e consistia numa lápide cinzenta, com a inscrição já ........ apagada por baixo duma cruz em alto-relevo. Seus devotos acreditavam que a alma cujo corpo ali jazia tinha o 5 dom de obrar milagres como os de Santo Antônio. Floriano leu a inscrição: Antônia Weber – Toni – 18951915. Talvez ali estivesse o ponto de partida de seu próximo romance... Um jovem novelista visita o cemitério de sua terra e fica particularmente interessado numa sepultura 9 singela a que a superstição popular atribui poderes 6 milagrosos. Vem-lhe então o desejo de, através da magia da ficção, trazer de volta à vida aquela morta 11 obscura. Sai à procura de habitantes mais antigos e a eles pergunta: “Quem foi Antônia Weber?” Alguns 10 nada sabem. Outros contam o pouco de que se lembram. Um teuto-brasileiro sessentão (Floriano já começava a visualizar as personagens, a inventar a intriga), ao ouvir o nome da defunta, fica perturbado e 12“ fecha-se num mutismo ressentido. Aqui há drama”, 13 diz o escritor para si próprio. E conclui: “Este homem talvez tenha amado Antônia Weber...”. Ao cabo de 7 várias tentativas, consegue arrancar dele uma história fragmentada, cheia de reticências que, entretanto, o novelista vai preenchendo com trechos de depoimentos de terceiros. Por fim, de posse de várias peças do quebra- cabeça, põe-se a armá-lo e o resultado é o romance duma tal Antônia Weber, natural de Hannover e que emigrou com os pais para o Brasil e estabeleceu-se em Santa Fé, onde... Mas qual! – exclamou Floriano, parando à sombra dum plátano e passando o lenço pela testa úmida. Ia cair de novo nos alçapões que seu temperamento lhe armava. 14 Os críticos não negavam mérito a seus romances, mas afirmavam que em suas histórias ........ o cheiro do suor humano e da terra: achavam que, quanto à forma, eram tecnicamente bem escritas; quanto ao conteúdo, porém, tendiam mais para o artifício que para a arte, fugindo sempre ao drama essencial. Pouco lhe importaria o que outros pensassem se ele próprio não estivesse de acordo com essas restrições. Chegara à conclusão de que, embora a perícia não devesse ser menosprezada, para fazer bom vinho era necessário antes de mais nada ter uvas, e uvas de boa qualidade. No caso do romance a uva era o tema – o tema legítimo, isto é, algo que o autor pelo menos tivesse sentido, se não propriamente vivido.

Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.

31. (Ufrgs 2015) Considere as seguintes afirmações sobre regência e emprego de crase. I. Caso a forma verbal confrontar-nos (ref. 14) fosse substituída por colocar-nos diante, seria necessário substituir a preposição com (ref. 15) pelo emprego de crase nesse contexto. II. A substituição da forma verbal criam (ref. 16) por dão origem tornaria obrigatório o emprego de crase nesse contexto. III. A substituição da forma verbal partilhar (ref. 17) pelo segmento ter acesso tornaria necessário o emprego de crase nesse contexto.

Adaptado de: VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento: o retrato. v. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 331-333.

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[Português II] 32. (Ufrgs 2012) Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo. Em razão de alteração de regência, acarretaria outras mudanças na frase, a substituição de 1. consistia (ref. 8) por ostentava. 2. atribui (ref. 9) por concede. 3. se lembram (ref. 10) por têm memória. Quais propostas estão corretas? a) Apenas 1. b) Apenas 2. c) Apenas 3. d) Apenas 1 e 3. e) 1, 2 e 3.

33. (Ufrgs 2018) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1, 2 e 3, nessa ordem. a) à – À – às b) a – A – às c) à – A – às d) a – À – as e) à – A – as

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo.

Legado é uma palavra perigosa quando aplicada a 1 eventos que alavancam o uso de dinheiro público em infraestrutura, pois é um substantivo futuro empregado como argumento para justificar gastos 2 bilionários em obras. Numa cidade de um país em que as propinas vêm sendo regra em empreitadas que 3 podem ruir ou se transformar em elefantes brancos, 4 falar em legado material no finzinho de um evento é uma aposta no escuro. 5 Quando a Força Nacional e os esquemas especiais que 6 7 fizeram o Rio parecer um modelo de cidadania e 8 organização durante os 15 dias de 2016 deixarem a cidade, o carioca vai cair na real e “no real”, no sentido lacaniano: as forças ocultas de nosso abismo vão continuar insistindo em “não se inscrever” na 9 consciência que temos de seus resultados. A cidade, partida por algo monstruoso, subterrâneo, renascerá: UPPs na lona, milícias, violência policial, Estado falido e acéfalo, calamidade na saúde, a baía poluída. 10 Há, contudo, um legado imaterial que, paradoxalmente, é mais fácil de ser constatado, 11 aferido, e até comprovado desde já: o Rio, quando 12 recursos são alocados para onde devem, pode ser a 13 cidade que gostaria de ser. E sentimos esse gosto, como uma promoção por tempo determinado. O improviso desse exemplo, motivado por um dinheiro de exceção (do COI e das obras), trouxe para o carioca um espelho ideal de si mesmo, refletido em bilhões de televisores e monitores Brasil adentro e mundo afora. 14 A não ser que algo ainda aconteça nessa segunda15 feira que já amanheceu e segue o giro das 24 horas 16 finais da despedida, a experiência mágica da Olimpíada transcorreu sem acidentes especialmente graves, sem desmoronamentos, sem vexames organizacionais, sem mortes de atletas atacados por mosquitos, sem ondas descontroladas de assaltos ou violência e sem atentados terroristas. 17 O “eu acredito” gritado nas competições flutuou também na esfera do acreditar na cidade, no país, um “Yes, we can” lastreado em histórias como a da judoca Rafaela: apesar do descaso do poder público, alguém pode sair da Cidade de Deus e ir morar no Olimpo por algumas temporadas. A fama de mais bela cidade do mundo se cristalizou, a gentileza e a amizade dos cariocas foi exaltada, a troca cultural foi intensa e frutífera. (...) O incidente dos banheiros australianos na Vila Olímpica terminou com o canguru de pelúcia na

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O legado simbólico está garantido

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– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, 2 3 depois da guerra. – Na Europa mataram milhões de judeus. 4 5 Contava as experiências que os médicos nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, 6 dos índios Jivaros. Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. 7 8 9 Felizmente morriam essas atrozes quimeras; 10 expiravam como seres humanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 11 que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) 12 13 14 Em 1948 foi proclamado o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando ___3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir 15 para Israel? Num país de gente tão estranha – e, 16 ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via 17 18 19 caindo, varado de balas. Aquela, sim, era a morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20 encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo. Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

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[Português II] mão do prefeito, e teve alta simbologia: depois do susto, não se soube de outra delegação que reclamasse ostensivamente, e o canguru acabou como amuleto 18 19 invertido do sucesso dos Jogos. A água verde de algumas piscinas acabou dando até um charme à paleta 20 multicolorida do evento, apesar de alguns olhos irritados. De resto, as instalações funcionaram como uma caixinha de música, com muita música, por sinal. O metrô (com a Linha 4 cercada de suspeitas inevitáveis), as filas de BRT com ônibus a cada 15 segundos, os trens, as passarelas: quem circulou não 21 teve do que reclamar, não houve tumultos, pisoteamentos. Foi um bom exercício, mas atenção: a maquiagem termina hoje. Circulando, circulando, vamos saber. Mas não teve quebra-quebra nem 22 hooligans (coisa de Eurocopa), a não ser, claro, a gangue mijona de nadadores americanos liderada por Ryan Lochte, o mané modelo dos Jogos. Trapalhada que, aliás, pode ser considerada uma 23 espécie de cereja no bolo do legado imaterial, e 24 25 com alto poder marquetológico: o único assalto a 26 atletas foi uma farsa de estrangeiros e, ainda que os seguranças do posto tenham agido de maneira não 27 exatamente exemplar, o assunto virou top story em grandes redes de TV ianques, e a maior superpotência 28 do planeta se curvou ao Brasil. (...) 29 Paralelamente, outro atleta americano, Michael Phelps, em postagem no seu Twitter, disse já estar com saudades do Brasil, de seu povo, de sua beleza. 30 Totalmente abrasileirado, Usain Bolt, na final do futebol, em que o Brasil conquistou o ouro contra a Alemanha, filmou o gol de falta de Neymar e deve ser tema de desfile de escola de samba ou convidado para desfilar em 2017. Na final do revezamento no Engenhão, o homem mais rápido do mundo, agora aposentado e desempregado, mostrou que já sabe sambar. (...) 31 Bem mais tarimbado, outro profissional do “NYT”, o colunista e repórter Roger Cohen, que já viveu no Brasil dos anos 1980, escreveu um artigo apontando o que mudou de lá para cá (era correspondente durante o governo Sarney), a consciência que o país tem hoje de seus problemas e o esforço que vem fazendo para 32 superar a corrupção endêmica. Ele se disse cansado de toda a aposta contra a realização a tempo das tarefas para os Jogos, da ladainha idealizada sobre a selva-Brasil, e, com fina ironia, reclamou de se culpar o Rio por não ter resolvido “todos os seus problemas sociais antes da Rio-2016”: “Há algo no mundo desenvolvido que não gosta de um país em desenvolvimento que organiza um evento esportivo de grande envergadura”, escreveu, terminando por dizer que não adianta: o Brasil será um dos atores principais do século XXI. Num mundo em que tudo é marca, esse “algo” que busca excluir o Brasil do futuro foi bombardeado pelo 33 sucesso da Rio-2016, que virou uma trademark não só de nossa visibilidade, mas de nossa viabilidade como 34 cidade e como país. Este é o legado simbólico mais forte.

É preciso, porém, que a vontade de potência seja acompanhada pela vontade política com um viés de vetor social. Do contrário, o ciclo de vida da nova marca será curto. (BLOCH, Arnaldo. “O legado simbólico está garantido”. 22 de agosto de 2016. O Globo. Adaptado. Disponível em http://oglobo.globo.com/esportes/o-legadosimbolico-esta-garantido-19969374 . Acesso em 22 ago. 2016)

34. (Upf 2017) Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, é incorreto afirmar que: a) Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do trecho “ainda que os seguranças do posto tenham agido de maneira não exatamente exemplar” (ref. 26) caso a expressão “ainda” e a forma verbal “agido” fossem substituídas, respectivamente, pelo termo “mesmo” e pela forma verbal “atuado”. b) A inserção de uma vírgula logo após “eventos” (ref. 1) obrigaria à interpretação de que todo evento realizado alavanca o uso de dinheiro público em sua infraestrutura. c) No segmento “Ele se disse cansado de toda a aposta contra a realização a tempo das tarefas para os Jogos, da ladainha idealizada sobre a selva-Brasil, e, com fina ironia, reclamou de se culpar o Rio por não ter resolvido ‘todos os seus problemas sociais antes da Rio-2016’:” (ref. 32), o sinal de dois pontos poderia ser substituído por um travessão, sem que o sentido do texto e sua correção gramatical fossem prejudicados. d) O trecho “com alto poder marquetológico” (ref. 24) poderia ser corretamente substituído por “com forte impacto na mídia”, preservando-se o sentido original do texto. e) Se a construção “ao Brasil” (ref. 28) fosse substituída por “a América do Sul” haveria obrigatoriedade do uso do sinal indicativo de crase. A questão a seguir está relacionadas ao texto abaixo. 1

Não faz muito que temos esta nova TV com controle 2 remoto, mas devo dizer que se trata agora de um 3 instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para o outro – uma tarefa que antes exigia certa 4 movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou 5 6 num canal, não gosto – zap, mudo para outro. Eu 7 gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha 8 9 mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, mas pelo 10 11 menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher. 12 13 14 Sofre minha mãe. Sempre sofreu : infância carente, pai cruel, etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que eu nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache 15 isso um absurdo.

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[Português II] Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo novo sabão em pó. 16 Não conheço nem quero conhecer, de modo que – 17 zap – mudo de canal. “Não me abandone, Mariana, 18 não me abandone !”. Abandono, sim. Não tenho o 19 menor remorso, e agora é um desenho, que eu já vi 20 21 duzentas vezes, e – zap – um homem falando. Um homem, abraçado _____1_____ guitarra elétrica, fala _____2_____ uma entrevistadora. É um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai. 22 É sobre mim que ele fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio 23 constrangido – situação pouco admissível para um roqueiro de verdade –, diz que sim, que tem um filho só que não vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha que fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste 24 ( é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock25? Que 26 você saiba, seu filho gosta de rock ? Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso 27 _____3_____ desbotada camisa, roça- lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não 28 sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que, em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta _____4_____ pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas 29 aí comete um engano mortal : insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro. Seu 30 rosto se ilumina e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – 31 32 zap – aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, completamente nua.

Adiante seguiu a Justiça Maria Berenice Dias 1

Durante séculos, ninguém titubeava em responder: 2 família, só tem uma – a constituída pelos sagrados laços do matrimônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se multiplicarem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e na doença. Tanto que se falava em débito conjugal. 3 Esse modelito se manteve, ao menos na aparência, 4 _____ expensas da integridade física e psíquica das mulheres, que se mantinham dentro de casamentos 5 esfacelados, pois assim exigia a sociedade. Tanto que o casamento era indissolúvel. As pessoas até podiam se 6 desquitar , mas não podiam se casar de novo. Caso 7 8 encontrassem um par, tornavam-se concubinos e alvos de punições. As mudanças foram muitas: vagarosas, mas 9 significativas. As causas , incontáveis. No entanto, o 10 resultado foi um só. O conceito de família mudou, se esgarçou. O casamento perdeu a sacralidade e permanecer dentro dele deixou de ser uma imposição social e uma obrigação legal. 11 12 Veio o divórcio. Antes, porém, o purgatório da separação, que exigia que se identificassem causas, 13 punindo-se os culpados. A liberdade total de casar e descasar chegou somente no ano de 2006. A lei regulamentava exclusivamente o casamento. Punia com o silêncio toda e qualquer modalidade de estruturas familiares que se afastasse do modelo “oficial”. E foi assumindo a responsabilidade de julgar que os 14 juízes começaram a alargar o conceito de família. As 15 mudanças chegaram _____ Constituição Federal, que enlaçou no conceito de família, outorgando-lhes especial proteção, outras estruturas de convívio. Além do casamento, trouxe, de forma exemplificativa, a união estável entre um homem e uma mulher e a chamada família parental: um dos pais e seus filhos. Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o rol constitucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer como família outras estruturas familiares. Assim as famílias anaparentais, constituídas somente pelos filhos, sem a presença dos pais; as famílias parentais, decorrentes do convívio de pessoas com vínculo de parentesco; bem como as famílias homoafetivas, que são as formadas por pessoas do mesmo sexo. O reconhecimento da homoafetividade como união 16 estável foi levado _____ efeito pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2011, em decisão unânime e 17 histórica. Agora esta é a realidade: homossexuais 18 19 20 casam , têm filhos , ou seja , podem constituir família. Ativismo judicial? Não, interpretação da Carta Constitucional segundo um punhado de princípios fundamentais. É a Justiça cumprindo o seu papel de fazer justiça, mesmo diante da lacuna legal.

Adaptado de: SCLIAR, M. Zap. In: MORICONI, Í. (Org.) Os cem melhores contos brasileiros. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 547-548.

35. (Ufrgs 2017) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1, 2, 3 e 4, nesta ordem. a) à – a – à – a b) à – à – a – a c) a – à – a – à d) a – a – à – a e) à – a – à – à

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[Português II] 21

Da inércia, passou o Legislativo , dominado por 22 autointitulados profetas religiosos , a reagir. Não foi outro o intuito do Estatuto da Família, que acaba de ser aprovado pela comissão especial na 23 Câmara dos Deputados (PL 6.583/2013). Tentar limitar o conceito de família à união entre um homem 24 e uma mulher, além de afrontar todos os princípios fundantes do Estado, impõe um retrocesso social que irá retirar direitos de todos aqueles que não se encaixam neste conceito limitante e limitado. 25 Mas _____ mais. Proceder ao cadastramento das entidades familiares e criar Conselhos da Família é das formas mais perversas de excluir direito à saúde, à assistência psicossocial, à segurança pública, que são asseguradas somente às entidades familiares reconhecidas como tal. Limitar acesso à Defensoria Pública e à tramitação prioritária dos processos à entidade familiar definida na lei, às claras tem caráter punitivo. O conceito de família mudou. E onde procurar a sua definição atual? Talvez na frase piegas de SaintExupéry: na responsabilidade decorrente do afeto.

As perdas também foram grandes para os coronéis, 4 5 6 pois ________ gasto uma enorme quantidade de dinheiro investindo nos escravos, e o governo, após a abolição, não pagou nenhuma indenização a eles. A guerra do Paraguai (1864 a 1870) também ajudou na 7 luta contra o regime monárquico no Brasil. Soldados brasileiros se aliaram aos exércitos do Uruguai e da Argentina, recebendo orientações para implantarem a república no Brasil. Os movimentos republicanos também já aconteciam 8 9 10 no país, a imprensa trazia politização ____ 11 população civil, para lutarem pela libertação do país dos domínios de Portugal. Com isso, vários partidos teriam sido criados, desde 1870. A Igreja também teve sua participação para que a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos 12 foram nomeados para acatarem as ordens de D. 13 Pedro II, tornando-se seus subordinados, mas não aceitaram tais imposições. Com isso, foram punidos 14 15 com pena de prisão, levando _____ igreja _____ ir contra o governo. Com as tensões aquecendo o mandato de D. Pedro II, o imperador dirigiu-se com sua família para a cidade de Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro. 16 Porém seu afastamento não foi nada favorável, fazendo com que fosse posto em prática um golpe militar, onde o Marechal Deodoro da Fonseca conspirava a derrubada de D. Pedro II. Boatos de que os responsáveis pelo plano seriam presos fizeram com que a armada acontecesse, recebendo o apoio de mais de seiscentos soldados. No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que, a partir daquela data, o país seria uma república. Dom Pedro II recebeu a notícia de que seu governo 17 havia sido derrubado e um decreto o expulsava do país, juntamente com sua família. Dias depois, 18 voltaram a Portugal. Para governar o Brasil República, os responsáveis pela conspiração montaram um governo provisório, mas o Marechal Deodoro da Fonseca permaneceu como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin Constant, Campos Sales e outros foram escolhidos para formar os ministérios.

(Fonte: Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015 – Adaptação)

36. (Imed 2016) Considere as afirmações que seguem sobre o completamento de lacunas do texto, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) Na referência 4, a lacuna deve ser preenchida pelo artigo definido a, visto que acompanha o substantivo expensas, que significa valores. ( ) Na referência 15, à preenche corretamente a lacuna, atendendo às regras que preconizam o uso da crase. ( ) Na referência 16, a lacuna fica corretamente preenchida por a – preposição –, visto tratar-se de uma locução adverbial. ( ) Na referência 25, a lacuna deve ser preenchida por à, considerando-se que existem as condições adequadas ao uso da crase. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – V – V – V. b) F – V – F – F. c) V – F – V – F. d) F – F – V – V. e) F – F – F – F. Instrução: A questão a seguir refere-se ao texto abaixo.

(FONTE: Jussara de Barros, http://www.brasilescola.comTexto Adaptado)

Dia da Proclamação da República 1

37. (Imed 2015) As lacunas das referências 1, 5, 10, 14 e 15 ficam correta e respectivamente preenchidas por: a) A – haviam – a – à – a b) Há – havia – a – a – à c) A – haviam – a – a – à d) A – havia – à – à – à e) Há – haviam – à – a – a

____ exatos 125 anos, em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a república do Brasil. Na época, o país era governado por D. Pedro II e passava por grandes problemas, em razão da abolição da escravidão, em 1888. 2 Como os negros não trabalhavam mais nas lavouras, 3 os imigrantes começaram a ocupar seus lugares, plantando e colhendo, mas cobravam pelos trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos proprietários de terras.

[66]


[Português II] O menino sentado à minha frente é meu irmão, assim me disseram; e bem pode ser verdade, ele regula pelos dezessete anos, justamente o tempo em que estive 5 solto no mundo, sem contato nem notícia. A princípio quero tratá-lo como intruso, mostrar-lhe 1 __________ minha hostilidade, não abertamente para 11 não chocá-lo, mas de maneira a não lhe deixar 6 dúvida, como se lhe perguntasse com todas as letras 18 : que direito tem você de estar aqui na intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros, talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade, talvez discutindo a minha conduta, talvez até criticando-a? 12 Mas depois vou notando que ele não é totalmente 2 estranho. De repente fere-me __________ ideia de 7 8 que o intruso talvez seja eu, que ele tenha mais 19 direito de hostilizar-me do que eu a ele , que vive nesta casa há dezessete anos. O intruso sou eu, não ele. Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente de entendê21 lo e de ficar amigo. Faço-lhe perguntas e noto a sua 13 avidez em respondê-las, mas logo vejo a inutilidade 22 de prosseguir nesse caminho, as perguntas parecem23 me formais e as respostas forçadas e complacentes. Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade. Ele 20 me olha , e vejo que está me examinando, procurando decidir se devo ser tratado como irmão ou como estranho, e imagino que as suas dificuldades não 24 devem ser menores do que as minhas. Ele me pergunta se eu moro em uma casa grande, com muitos quartos, e antes de responder procuro descobrir o 25 14 motivo da pergunta. Por que falar em casa? E qual a 9 importância de muitos quartos? Causarei inveja nele 26 se responder que sim? Não, não tenho casa, há 10 muitos anos que tenho morado em hotel. Ele me olha, parece que fascinado, diz que deve ser bom viver 15 em hotel, e conta que, toda vez que faz reparos 3 __________ comida, mamãe diz que ele deve ir para um hotel, onde pode reclamar e exigir. De repente o 16 fascínio se transforma em alarme, e ele observa que se eu vivo em hotel não posso ter um cão em minha companhia, o jornal disse uma vez que um homem foi processado por ter um cão em um quarto de hotel. 4 17 Confirmo __________ proibição. Ele suspira e diz que então não viveria em um hotel nem de graça.

INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto abaixo. Mulheres... 2

5

3

__________ alguns dias, percorrendo __________ salas 7 dum ministério para tratar de certo negócio terrivelmente embrulhado, desses que dão aneurismas e 8 cabelos brancos, eu e um amigo encontramos numerosas funcionárias bonitas. Uma delas forneceu-nos informações bastante vagas: deu-nos dois ou três números e, com os olhos redondos e úmidos, que um ligeiro estrabismo entortava, pareceu indicar a direção do 4 lugar __________ os nossos papéis deviam estar. 9 Corremos a outro ministério e vimos várias senhoras difíceis entregues a trabalhos incompreensíveis. Não achamos os nossos papéis, é claro. Andamos em departamentos diferentes, voltamos ao primeiro ministério, ao segundo, tornamos a voltar, percorremos 13 12 infinitos canais competentes – e em toda a parte 14 esbarramos com senhoras atarefadas, que executavam operações estranhas, usavam uma linguagem desesperadamente confusa e recebiam indiferentes as 15 nossas queixas e os nossos rogos. 10 Com o coração grosso e indignado, resolvi abandonar 11 esse negócio infeliz e fui deitar uma carta ao correio. Tomei lugar na fila, mas antes que chegasse a minha vez a mulher que vendia selos deixou o guichê. Esperei uma 16 eternidade a volta dela e fui-me aproximando devagar, na fila. A carta foi pesada, o selo comprado e uma moeda falsa recebida no troco. 20 Marchei para o guichê dos registrados, onde uma 27 17 espécie de mulher portadora de óculos e bastante 28 idade se mexia como uma figura de câmara lenta. 21 Enquanto me arrastava seguindo os desgraçados que ali estavam sofrendo como eu, pensei nas deputadas, nas telefonistas, na professora primária que me atormentava 29 e nos versos de certa poetisa que em vão tento 23 esquecer. Evidentemente nenhuma dessas pessoas, deputadas, telefonistas, professora e poetisa, tinha culpa de haverem corrido mal meus negócios nos ministérios, nenhuma me dera moeda falsa, e era estupidez 26 responsabilizá-las pela preguiça da mulher do 18 22 registrado. Mas relacionei todas e julguei perceber os motivos de certos hábitos novos. 19 Antigamente, quando uma senhora entrava num carro cheio, havia sempre sujeitos que se levantavam. Hoje, nos trens da Central, elas viajam espremidas como numa lata de sardinhas. Ninguém fumava nos primeiros bancos dos bondes. Ainda existe a proibição num aviso gasto e metrificado, que tem 1 o mesmo valor dos alexandrinos : ninguém o lê. A autoridade do condutor ficou muito reduzida, e o letreiro proibitivo tornou-se lei como as outras, artigo de regulamento. 30 Há pouco tempo uma senhora declarou num romance que as mulheres são diferentes dos homens. É claro. Mas, 24 apesar da diferença, elas se tornaram nossas concorrentes, e concorrentes temíveis. 6

Adaptado de: VEIGA, José J. Entre irmãos. In: MORICONI, Ítalo M. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 186-189.

38. (Ufrgs 2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referências 1, 2, 3 e 4, nesta ordem. a) a – à – à – a b) à – à – a – a c) à – a – à – a d) a – a – à – a e) à – a – a – à

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[Português II] Eu queria ver um examinador que tivesse a coragem de reprovar aquela moça de olhos redondos, úmidos e ligeiramente estrábicos, que encontrei um dia destes no corredor do ministério. Só se ele fosse cego. O Sr. Plínio Salgado quer acabar com os banhos de mar, porque as pernas das mulheres se descobrem neles. Não vale a pena. São pernas de concorrentes, para bem dizer nem são pernas. Pensa que temos lá tempo de pensar nessas coisas? Tinha graça que, nos banhos de mar, fôssemos espiar as canelas da moça de olhos estrábicos ou as da mulher que nos impingiu uma moeda falsa. Não olhamos. Se elas chegarem perto do estribo do bonde cheio, ficaremos sentados porque pagamos passagem e temos o direito de ficar sentados. Isto. Somos pouco mais ou menos iguais, apesar da 25 afirmação da mulher do romance. Vão no estribo, se quiserem, de pingente. Ou fiquem junto ao poste. Vão para o diabo. É isto. Concorrentes, inimigas. Ou amigas. Dá tudo no mesmo.

Essas conclusões fazem parte da dissertação do professor de Administração do Campus Uruguaiana Elvisnei Camargo Conceição, defendida no Mestrado em Administração e Negócios da PUCRS e orientada por Paulo Fernando Burlamaqui. Os resultados surgiram de questionários respondidos por 624 estudantes de universidades situadas na fronteira, no interior ou nas capitais. Os valores, explica o autor, expressam crenças duradouras, menos sujeitas ______ influências do ambiente. Foram investigados dois grupos de valores: os relacionados aos objetivos de vida (terminais) e os que assumimos como orientadores de conduta social (instrumentais). Segurança familiar, felicidade e liberdade são prioridades para os universitários das três nacionalidades. Como valores instrumentais, honestidade, responsabilidade e capacidade lideraram o ranking. Ambição está em sexto lugar entre os brasileiros e em 12º entre argentinos e uruguaios. Quanto ______ obediência, o autor considera que a sociedade moderna enxerga esse valor como subserviência e submissão, não condizente com a liberdade de escolha. (...) 2 Conforme o professor, os resultados científicos não são generalizáveis para toda a população, mas apontam indicativos para os meios acadêmicos e 3 empresarial. Camargo ressalta que a aplicação é 4 multidisciplinar, podendo interessar à Administração, 5 à Psicologia, à Antropologia e à Sociologia. O estudo pode contribuir para a elaboração de planos de marketing e de programas de relacionamento com o cliente, para a definição de estratégias e de ações de endomarketing.

RAMOS, Graciliano. Garranchos. Organização de Thiago Mio Salla. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 160-2. (Adaptado)

1. O termo alexandrinos refere-se à poesia produzida em estrutura arcaica, com versos de 12 sílabas.

39. (Ucs 2014) Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas (ref. 2, 3 e 4) no primeiro parágrafo do texto.

a) b) c) d) e)

2

3

4

As

Onde

A

aonde

As

donde

Às

aonde

À

As

Onde

PUCRS Informação, março-abril/2008, p. 14 (fragmento adaptado)

40. (Pucrs 2008) As palavras que preenchem correta e respectivamente as lacunas das linhas 09, 23 e 33 estão reunidas em: a) a – às – à b) à – a – a c) à – as – à d) à – às – à e) a – à – a

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Valores apresentam diferenças significativas conforme a cultura e o país. Os universitários brasileiros, por exemplo, se preocupam mais com o sucesso pessoal e profissional do que os argentinos e uruguaios, sentimento que predomina também entre os homens, independentemente da nacionalidade, enquanto as mulheres valorizam a simplicidade e a segurança. Os brasileiros dão mais valor _____ uma vida confortável, feliz e prazerosa. Um mundo de beleza (apreciação da arte e do que é belo) e paz, a igualdade e a segurança 1 familiar são destacados pelos argentinos, e os uruguaios priorizam a liberdade e também a segurança familiar.

UNIDADE 6. CONCORDÂNCIA NOMINAL 1. (FCC) Elas _____ providenciaram os atestados, que enviaram _____ às procurações, como instrumentos _____ para os fins colimados. a) mesmas, anexos, bastantes b) mesmo, anexo, bastante c) mesmas, anexo, bastante d) mesmo, anexos, bastante e) mesmas, anexos, bastante

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[Português II] 2. (UFSC) Marque a única frase onde a concordância nominal aparece de maneira inadequada. a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçada. b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçados. c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçadas. d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução. e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício.

TEXTO A Vida Antes e Depois do Computador e da Internet Professora usa blog2 para informar sobre deficiências. Usar um computador pode de fato dar uma nova dimensão ao dia de um deficiente físico. A professora Marcela Cálamo Vaz Silva, 36, moradora de Guarulhos, SP, é tetraplégica desde os seis anos de idade e conta que a tecnologia mudou sua vida. Ela também cita o Motrix e o Dosvox como exemplos de softwares que ajudam os deficientes, embora seu caso não os exija: - Nunca usei nenhum software específico para portadores de deficiência, pois, mesmo com uma lesão num nível muito alto, que me classifica como tetraplégica, tenho preservados os movimentos de braços, mãos e dedos – explica, por e-mail. Mas posso dizer, com toda segurança, que minha vida se divide em duas fases: antes e depois do computador, sobretudo a Internet. Meu contato com a rede começou há quatro anos, através dos chats3. A fase do chat durou uns dois anos e meio e foi no final dela que descobri o quanto meu mundo poderia crescer através da Internet. Mesmo sendo paraplégica desde os seis anos de idade, meu contato com outros portadores de deficiências Iimitara-se aos poucos anos em que frequentei a AACD (Associação de Apoio à Criança Deficiente). Foi através da Internet que retomei o contato com pessoas com necessidades especiais, como eu, e comecei a me interessar por assuntos relativos à deficiência, como luta por direitos, preconceito, acessibilidade. Foi também através de um amigo de chat que Marcela teve o primeiro contato com o mundo dos blogs (em julho, seu blog Maré fará um ano). Hoje, ela é uma blogueira convicta. - No início era apenas um blog com assuntos despretensiosos. Mas, depois, percebi que o estava direcionando para informar meus leitores, a maioria formada por pessoas sem qualquer tipo de deficiência, sobretudo que minha experiência como “cadeirante” permitia. Percebi o quanto as pessoas são mal informadas a respeito de como um portador de deficiência vive e que essa ignorância se deve à falta de convivência ou de alguém que possa dizer a elas como as coisas realmente são. Decidi que faria isso em meu blog.

3. (PUC-Campinas) A frase em que a concordância nominal está INCORRETA é: a) As ferramentas que julgo necessárias para você consertar o motor, ei-Ias nesta caixa; deixo anexa, para seu próprio controle, uma relação delas. b) É realmente louvável os esforços que vocês empreenderam para nos ajudar, portanto, qualquer que sejam os resultados, agradecemos muito. c) Questões político-econômicas envolvem amplo debate, logo não considere inaceitáveis algumas indefinições referentes a esses pontos. d) Muitas pesquisas recentes tornaram superadas algumas afirmações sobre a língua e a literatura portuguesas. e) Passadas cerca de duas semanas, foram conhecidos os resultados do concurso que premiou o artista mais destacado do carnaval e de outras folias cariocas. 4. (FCC-BA) “Água às refeições é ________ para a saúde. Essa é uma das muitas precauções que ________ tomar, se se quer conservar a silhueta.” a) mau, é preciso b) mau, são precisas c) mal, é precisa d) má, são precisas e) má, é preciso 5. (Cesgranrio) “Noites pesadas de cheiros e calores amontoados…” Aponte a opção em que, substituídos os substantivos destacados acima, fica incorreta a concordância de “amontoado”. a) odores e brisas amontoadas b) brisas e odores amontoadas c) nuvens e brisas amontoadas d) nuvens e morros amontoados e) morros e nuvens amontoados

No fragmento “(...) tenho PRESERVADOS os movimentos de braços, mãos e dedos (...).” (2º parágrafo), o ajuste de flexões em “preservados” se explica por um processo de: a) concordância nominal com “braços”. b) concordância verbal com “movimentos”. c) concordância nominal com “movimentos”. d) concordância verbal com “braços, mãos e dedos”. e) concordância nominal com “dedos”.

Texto para a próxima questão: O fragmento de texto abaixo, de André Machado, foi adaptado da seção Informática etc., do jornal O Globo, de 30 de junho de 2003, p. 2.

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[Português II] 7. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância nominal, assinale a opção em que a lacuna só pode ser preenchida por um dos termos colocados entre parênteses: a) cabelo e pupila _____ (negros / negras) b) cabeça e corpo _____ (monstruoso / monstruosos) c) calma e serenidade _____ (invejável / invejáveis) d) dentes e garras _____ (afiados / afiadas) e) galhos e tronco _____ (seco / secos)

12. (Uneb) Assinale a alternativa em que, pluralizandose a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só. b) Meia palavra, meio tom – índice de sua sensatez. c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa. d) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo. e) Passei muito inverno só.

8. (Ibmec) Assinale a alternativa que preenche de forma adequada e correta as lacunas nas frases abaixo, respectivamente. I – Seguem _____ às cartas minhas poesias para você. II – Polvo e lula _____ serão servidos no jantar. III – Para a matrícula, é _____ a documentação pedida. a) anexa – frescos – necessária b) anexas – fresca – necessária c) anexos – frescos – necessários d) anexas – frescas – necessária e) anexas – fresco – necessária

13. (ESPM) Na frase: “Analfabetismo, saneamento básico e pobreza combinados explicam 62% da taxa de mortalidade das crianças com até cinco anos no Brasil’ (O Estadão), o termo em negrito: a) transgride as normas de concordância nominal. b) concorda em gênero e número com o elemento mais próximo. c) faz uma concordância ideológica, num caso de silepse de número. d) poderia ser substituído pelo termo “combinadas”. e) concorda com todos os termos a que se refere, prevalecendo o masculino plural.

9. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que ocorra erro de concordância. a) Entre um copo de cerveja e outro, foi considerado, por algum tempo, a possibilidade de eclodir uma revolução. b) A maioria dos alunos chegou às 13 horas. c) Não se sabem os motivos que levaram Chico Leitão a essas diatribes. d) A entrada dos bois nos currais atrapalhou a contagem. e) Chegaram de Brasília os ajudantes para fazer a faxina no consultório.

14. (PUC-Campinas) “Não foi ________ a pesada suspensão que lhe deram, porque você foi o que ________ falhas apresentou; podiam ter pensado em outras penalidades mais ________ .” a) justo – menos – cabível b) justa – menos – cabível c) justa – menos – cabíveis d) justo – menos – cabível e) justo – menos – cabíveis 15. (Unemat) Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a normapadrão da língua. a) Encaminho alguns documentos anexo para conhecimento dos projetos institucionais. b) O menino não era tal qual seus irmãos. c) Era meio-dia e meio quando as autoridades deram início à solenidade. d) Tenho menos informação que você sobre o resultado da pesquisa. e) É necessário a participação dos alunos nos eventos da escola.

10. (UnB) Em todas as alternativas a concordância nominal fez-se corretamente, exceto em: a) Eu observava no velho guerreiro o destemor e a força quase lendários. b) Estavam emudecidos, para sempre, as almas, as vozes e os risos dos homens. c) Aquelas mesmas figuras pareceram a nós meio estranhas. d) O presidente quer o decreto o mais breve e incisivo possíveis. 11. (ITA) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto a seguir: “Todas as amigas estavam _____ ansiosas _____ ler os jornais, pois foram informadas de que as críticas foram _____ indulgentes _____ rapaz, o qual, embora tivesse mais aptidão _____ ciências exatas, demonstrava uma certa propensão _____ arte.” a) meio – para – bastante – para com o – para – para a b) muito – em – bastante – com o – nas – em c) bastante – por – meias – ao – a – à d) meias – para – muito – pelo – em – por e) bem – por – meio – para o – pelas – na

16. (Unirio) Assinale a opção em que a concordância nominal contraria a norma culta da língua: a) Uso louça e copo velhos. b) Uso louça e copo velho. c) Uso copo e louça velhos. d) Uso copo e louça velha. e) Uso copo e louça velhas.

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[Português II] 17. (Unemat) Assinale a alternativa cuja concordância verbal ou nominal está incorreta. a) Não encontramos na cidade nem vereador e nem prefeito reeleitos. b) Meus pais e meus filhos estão quite com a justiça eleitoral. c) Professores, acadêmicos, funcionários: ninguém comentou a perda salarial na reunião sindical. d) Os portugueses, como se sabe, foram responsáveis pelas grandes descobertas, uma vez que eram bons navegadores. e) Receber quinhentos e sessenta reais por mês é insuficiente para sustentar uma família com dois filhos.

23. (FAMECA) Observe a concordância: 1) Entrada proibida. 2) É proibido entrada. 3) A entrada é proibida. 4) Entrada é proibido. 5) Para quem a entrada é proibido? a) A número 5 está errada. b) A 4 e a 5 estão erradas. c) A 2 está errada. d) Todas estão certas. e) A 2 e a 5 estão erradas. 24. (Acafe-SC) Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços: A entrada para o cinema foi..., mas o filme e o desenho... compensaram, pois saímos todos.... a) caro – apresentado – alegre b) cara – apresentado – alegre c) caro – apresentados – alegres d) cara – apresentados – alegres e) cara – apresentados – alegre.

18. (Unisinos) O caso de concordância nominal inaceitável aparece em: a) Nunca houve divergências entre mim e ti. b) Ele tinha o corpo e o rosto arranhados. c) Recebeu o cravo e a rosa perfumado. d) Tinha vãs esperanças e temores. e) É necessário certeza. 19. (Unicap) Esta questão se refere à concordância nominal. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas. a) A senhora é servida um cafezinho? – Não, muito obrigado – respondeu a cliente. b) Meio irritadas, as donas de casa pediam menos tolerância para com os remarcadores de preços. c) Há bastantes pessoas no Brasil que não estão quites com o Fisco. d) O proprietário da fazenda não queria só a cooperação dos amigos Silvestre e Nogueira. e) Após conversarem longamente, Bentinho e Capitu olharam-se afetivamente um para a outra.

25. (TJ-SP) Considerando a concordância nominal, assinale a frase correta: a) Ela mesmo confirmou a realização do encontro. b) Foi muito criticado pelos jornais a reedição da obra. c) Ela ficou meia preocupada com a notícia. d) Muito obrigada, querido, falou-me emocionada. e) Anexos, remeto-lhes nossas últimas fotografias.

UNIDADE 7. CONCORDÂNCIA VERBAL

20. (UEPG-PR) Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância nominal: a) É necessária paciência. b) Não é bonito ofendermos aos outros. c) É bom bebermos cerveja. d) Não é permitido presença de estranhos. e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

1. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas. a) fazem, havia, existe b) fazem, havia, existe c) fazem, haviam, existem d) faz, havia, existem e) faz, havia, existe 2. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está errada: a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem. b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT. c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos. d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados. e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.

21. (PUC-Campinas) Assinale a alternativa em que “meio” funciona como advérbio. a) Fica no meio do quarto. b) Quero meio quilo. c) Está meio triste. d) Achei o meio de encontrar-te. e) n.d.a 22. (Mackenzie) Aponte a alternativa em que há erro: a) Ante o perigo, os guardas se mantinham alertas. b) Sua família tinha muito menos riquezas que a nossa. c) Há bastantes meses, falou-me de seu grande amor. d) Seus quadros eram os mais clássicos possíveis. e) É necessário explicação.

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[Português II] 3. (Fatec) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases. ___, entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado não ___ as perdas salariais ___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os sindicatos ___ , estará instalado o caos total. a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem. b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem. c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem. d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem. e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem.

No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o sujeito por outro de primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito, o resultado é o seguinte: a) podemos ter conversas literárias b) podíamos ter conversas literárias c) poderíamos ter conversas literárias d) pudemos ter conversas literárias e) pudéssemos ter conversas literárias 8. (Insper) “Troque o verbo ou feche a boca Rita Lee cantava uma música que dizia “o resto que se exploda, feito Bomba H. Será que na língua culta existe “exploda”? Explodir é verbo defectivo, ou seja, não tem conjugação completa. No presente do indicativo, devese 72onjuga-lo a partir da segunda pessoa do singular (tu explodes, ele explode etc.). Muita gente não sabe da existência dos defectivos e os “conjuga” em todas as pessoas.”

4. (FCC) A ocorrência de interferências ___ -nos a concluir que ___ uma relação profunda entre homem e sociedade que os ___ mutuamente dependentes. a) leva, existe, torna b) levam, existe, tornam c) levam, existem, tornam d) levam, existem, torna e) leva, existem, tornam

(Pasquale Cipro Neto, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/10/10/fovest/8.html)

A alternativa que exemplifica o que foi expresso no último período é a) Houveram dificuldades na resolução da questão. b) Ficaremos felizes se vocês mantiverem a calma. c) É preciso fazer contas para que a prestação caiba no orçamento. d) Empresário reavê judicialmente a posse de seu imóvel. e) Polícia deteu quase 60 torcedores nas imediações do Morumbi.

5. (FGV) Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para 72onjuga72-los, escolha um dos seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais adequada. a) Se ___ dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes. b) Quando o cavalo ___ todos os obstáculos, a corrida terminará. c) Se o cavalo ___ mais facilmente os obstáculos, alcançaria com mais folga a linha de chegada. d) Se a equipe econômica não se ___ nos aspectos regionais e considerar os aspectos globais, a possibilidade de solução será maior. e) Caso ela ___ ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o ingresso.

9. (Mackenzie) As formas que completariam o período “Pagando parte de suas dívidas anteriores, o comerciante ___ novamente seu armazém, sem que se ___ com seus credores, para os quais voltou a merecer confiança”, seriam: a) proveu, indispusesse b) proviu, indispusesse c) proveio, indispusesse d) proveio, indispusesse e) n.d.a.

6. (Fuvest) Indique a alternativa correta: a) Tratavam-se de questões fundamentais. b) Comprou-se terrenos no subúrbio. c) Precisam-se de datilógrafas. d) Reformam-se ternos. e) Obedeceram-se aos severos regulamentos.

10. (PUC-RS) Asseguro a V.Sra. que não ___ incomodar ___ com a elaboração dos testes; ___ ficar tranquilo. a) precisa, se, pode b) precisa, se, podes c) precisas, te, podes d) precisais, vos, podeis e) precisa, vos, pode

7. (IFSP) Conversar pressupõe um diálogo produtivo entre as pessoas. Significa dizer que conversar é um processo cooperativo entre interlocutores. Leia o texto abaixo, que representa uma conversa.

11. (Fuvest) Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses. a) Quando eu ___ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver) b) Os alienados sempre ___ neutros. (manter-se) c) As provas que ___ mais erros seriam comentadas. (conter) d) Quando ele ___ uma canção de paz, poderá descansar. (compor).

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[Português II] 12. (PUC-SP) Indique a alternativa em que não há erro de concordância. a) Devem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol. b) Deve existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol. c) Pode existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol. d) Pode haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol. e) Podem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.

a) 4 apenas b) 1, 2 e 3 apenas c) 3 e 4 apenas d) 1 e 4 apenas e) 1 e 2 apenas 16. (UFRGS) Leia: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que...” Se substituíssemos “expectativas” por “expectativa”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância? a) uma b) duas c) três d) quatro e) cinco

13. (UEPG) Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical: a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha. b) Aqueles casais parecia viverem felizes. c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo. d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram. e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.

17. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a única opção em que a forma entre parênteses completa corretamente a lacuna da frase. a) ___, na verdade, diferentes motivos responsáveis pela nossa dependência tecnológica. (existe) b) É indispensável que se ___ entre pesquisas científicas e aspirações da comunidade uma estreita vinculação. (mantenham) c) A força de certos mecanismos ___ com que as pesquisas nos países pobres girem em torno de interesses dos países ricos. (fazem) d) ___ combinar-se engenho e habilidades dos homens para a resolução dos problemas específicos da comunidade. (devem) e) É preciso que tanto o desenvolvimento científico quanto o tecnológico ___ primeiramente em conta o fator cultural. (leve)

14. (UNIFESP) “O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha yoga, escrita no século 15 da era atual, diz que, antes de nos aventurarmos na prática de austeridade e códigos morais, devemos nos preparar. Autocontrole e disciplina sem preparação adequada ___ criar mais problemas mentais e de personalidade do que paz de espírito. A beleza dessa escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante enfrenta: dominar a mente. Devido ___ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo equivocado – como uma categoria de ioga ___ trabalha apenas as valências físicas (força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase como ginástica oriental. Isso não é verdade”. (Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com a) pode, a essa, aonde b) podem, a essa, que c) pode, à essa, o qual d) podem, essa, com que e) pode, essa, onde

18. (Fuvest) “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teuretrato.” Se o pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no trecho transcrito teríamos, respectivamente, as seguintes formas: a) procurais, ver-vos, vosso b) procura, vê-la, seu c) procura, vê-lo, vosso d) procurais, vê-la, vosso e) procurais, ver-vos, seu

15. (UFPR) Considere as seguintes formas verbais: 1. havia recebido 2. tinha recebido 3. estava recebendo 4. iria estar recebendo

19. (UFS) Identifique a alternativa que completa corretamente a frase: “Ele confirmou que nos ouvirá com prazer, mesmo que ___ problemas que ___ considerados ___ .” a) surja, sejam, incontornáveis b) surjam, sejam, incontornáveis c) surja, seja, incontornável d) surja, sejam, incontornável e) surjam, seja, incontornável

Na frase “Todas as notícias daquele dia foram redigidas a partir dos documentos que a direção do jornal recebera do ministério público”, a forma verbal destacada pode ser substituída, mantendo-se a relação de sentido temporal e sem prejuízo à obediência à língua culta, por:

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[Português II] 20. (FGV) A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é: a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos. b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo mundial. c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito. d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula. e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que nos convinha.

a) escondidos, havia, foram detidos b) escondido, havia, foram detido c) escondidos, haviam, foi detido d) escondido, haviam, foram detidos e) escondidos, havia, foram detido 25. (Banco do Brasil) Opção correta: a) Há de ser corrigidos os erros b) Hão de ser corrigidos os erros c) Hão de serem corrigidos os erros d) Há de ser corrigidos os erros e) Há de serem corrigidos os erros. 26. (Unifor) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: “___ profissionais mais competentes, se ___ melhores condições de ensino”. a) Deveriam haver, existisse b) Deveria haver, existissem c) Deveriam haverem, existissem d) Deveria haver, existisse e) Deveriam haver, existissem

21. (UFPR) Observe a concordância verbal: 1. Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo? 2. Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora. 3. Os Estados Unidos são um país muito rico. 4. No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado. a) Somente a frase 1 está errada b) Somente a frase 2 está errada c) As frases 2 e 3 estão erradas d) As frases 1 e 4 estão erradas e) As frases 2 e 4 estão erradas

27. (ACAFE) A frase cuja concordância verbal está de acordo com as normas gramaticais é: a) Se houvesse mais homens honestos, não existiriam tantas brigas por justiça. b) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia. c) É precaríssima as condições do prédio. d) Não veio daí os males sofridos pela sociedade brasileira. e) Houveram dificuldades para eu assumir o cargo.

22. (Unirio) Em que item há um erro de concordância verbal: a) Esta pessoa foi uma das que mais discutiu o caso. b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na sociedade. c) Fazem dois meses que o visitei. d) Fui eu quem apresentei esta solução. e) Não podem existir muitos candidatos a esse ponto.

28. (UFV) Em todas as frases abaixo, a concordância verbal está INCORRETA, EXCETO: a) Qual de nós chegamos primeiro ao topo da montanha? b) Os Estados Unidos representa uma segurança para todo o Ocidente. c) Recebei, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima. d) Sem a educação, não podem haver cidadãos conscientes. e) Sobrou-me uma folha de papel, uma caneta e uma borracha.

23. (UFPR) Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas na concordância correta? - As aulas começam quando ___ oito horas. - Nessa loja ___ relógios de parede. - Ontem ___ ótimos programas na televisão. a) batem, consertam-se, houve b) bate, consertam-se, havia c) bateram, conserta-se, houveram d) batiam, conserta-se-ão, haverá e) batem, consertarei, haviam

29. (Santa Casa) Não há erro de concordância nesta alternativa: a) Alugam-se apartamentos com grande dificuldade por aqui. b) Ainda faltam resolver algumas questões de gramática. c) Aconteceu, depois que o conheci, muitas alegrias. d) Acordar, trabalhar e dormir são, atualmente, a atividade do meu dia. e) Era onze horas da noite quando concluímos a matéria

24. (FCC) Assinale a alternativa desse exercício que preenche, corretamente, as lacunas do texto. A Polícia Civil apreendeu 415,4 quilos de crack ___ em uma casa na Avenida Salim Farah Maluf. No local, também ___ dois quilos de maconha. Um homem de 28 anos e um adolescente de 17 ___ .

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[Português II] 30. (FURRN) Ora, ___ meses que não ___ na escola fatos como aquele que até agora nos ___. a) faz, ocorrem, perturbam b) fazem, ocorre, perturbam c) fazem, ocorre, perturba d) faz, ocorre, perturbamos e) faz, ocorrem, perturba

Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o rol constitucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer como família outras estruturas familiares. Assim as famílias anaparentais, constituídas somente pelos filhos, sem a presença dos pais; as famílias parentais, decorrentes do convívio de pessoas com vínculo de parentesco; bem como as famílias homoafetivas, que são as formadas por pessoas do mesmo sexo. O reconhecimento da homoafetividade como união 16 estável foi levado _____ efeito pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2011, em decisão unânime e 17 histórica. Agora esta é a realidade: homossexuais 18 19 20 casam , têm filhos , ou seja , podem constituir família. Ativismo judicial? Não, interpretação da Carta Constitucional segundo um punhado de princípios fundamentais. É a Justiça cumprindo o seu papel de fazer justiça, mesmo diante da lacuna legal. 21 Da inércia, passou o Legislativo , dominado por 22 autointitulados profetas religiosos , a reagir. Não foi outro o intuito do Estatuto da Família, que acaba de ser aprovado pela comissão especial na 23 Câmara dos Deputados (PL 6.583/2013). Tentar limitar o conceito de família à união entre um homem 24 e uma mulher, além de afrontar todos os princípios fundantes do Estado, impõe um retrocesso social que irá retirar direitos de todos aqueles que não se encaixam neste conceito limitante e limitado. 25 Mas _____ mais. Proceder ao cadastramento das entidades familiares e criar Conselhos da Família é das formas mais perversas de excluir direito à saúde, à assistência psicossocial, à segurança pública, que são asseguradas somente às entidades familiares reconhecidas como tal. Limitar acesso à Defensoria Pública e à tramitação prioritária dos processos à entidade familiar definida na lei, às claras tem caráter punitivo. O conceito de família mudou. E onde procurar a sua definição atual? Talvez na frase piegas de SaintExupéry: na responsabilidade decorrente do afeto.

31. (Ufrgs 2018) Considere o trecho abaixo extraído do texto. É o que tem ocorrido com o estudo da relação entre a obra e o seu condicionamento social, que a certa altura chegou a ser vista como chave para compreendê-la, depois foi rebaixada como falha de visão, — e talvez só agora comece a ser proposta nos devidos termos (ref. 8). Se a palavra relação fosse substituída por vínculo, quantas outras palavras no trecho teriam de ser modificadas para fins de correção gramatical? a) Duas. b) Três. c) Quatro. d) Cinco. e) Seis. Adiante seguiu a Justiça Maria Berenice Dias 1

Durante séculos, ninguém titubeava em responder: 2 família, só tem uma – a constituída pelos sagrados laços do matrimônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se multiplicarem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e na doença. Tanto que se falava em débito conjugal. 3 Esse modelito se manteve, ao menos na aparência, 4 _____ expensas da integridade física e psíquica das mulheres, que se mantinham dentro de casamentos 5 esfacelados, pois assim exigia a sociedade. Tanto que o casamento era indissolúvel. As pessoas até podiam se 6 desquitar , mas não podiam se casar de novo. Caso 7 8 encontrassem um par, tornavam-se concubinos e alvos de punições. As mudanças foram muitas: vagarosas, mas 9 significativas. As causas , incontáveis. No entanto, o 10 resultado foi um só. O conceito de família mudou, se esgarçou. O casamento perdeu a sacralidade e permanecer dentro dele deixou de ser uma imposição social e uma obrigação legal. 11 12 Veio o divórcio. Antes, porém, o purgatório da separação, que exigia que se identificassem causas, 13 punindo-se os culpados. A liberdade total de casar e descasar chegou somente no ano de 2006. A lei regulamentava exclusivamente o casamento. Punia com o silêncio toda e qualquer modalidade de estruturas familiares que se afastasse do modelo “oficial”. E foi assumindo a responsabilidade de julgar que os 14 juízes começaram a alargar o conceito de família. As 15 mudanças chegaram _____ Constituição Federal, que enlaçou no conceito de família, outorgando-lhes especial proteção, outras estruturas de convívio. Além do casamento, trouxe, de forma exemplificativa, a união estável entre um homem e uma mulher e a chamada família parental: um dos pais e seus filhos.

(Fonte: Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015 – Adaptação)

32. (Imed 2016) Caso na referência 17, o vocábulo homossexuais fosse passado para o singular, quantas outras alterações deveriam ser feitas a fim de manter a concordância da frase? a) Duas. b) Três. c) Quatro. d) Cinco. e) Seis.

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[Português II] Responda à questão a seguir com base no texto abaixo.

Parece claro também, por outro lado, que não se trata 26 apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais e das respectivas variedades linguísticas. Considerando o grau de 27 rejeição social das variedades ditas populares, parece 28 29 que o que nos desafia é a construção de toda uma 30 cultura escolar aberta à crítica da discriminação pela 31 língua e preparada para combatê- la, o que pressupõe 32 33 34 uma adequada compreensão da heterogeneidade linguística do país, sua história social e suas 35 características atuais. Essa compreensão deve alcançar, em primeiro lugar, os próprios educadores e, em seguida, os educandos. Como fazer isso? Como garantir a disseminação dessa cultura na escola e pela escola, considerando que a sociedade em que essa escola existe não reconhece sua cara linguística e não só discrimina impunemente pela língua, como dá sustento explícito a esse tipo de discriminação? Em suma, como construir uma pedagogia da variação linguística?

As transformações que _______ ocorrido na sociedade 1 2 contemporânea, em especial a partir dos anos 70, __________ propiciando mudanças nas relações científicas estabelecidas com o ambiente internacional. Um evento norteador das transformações societais e 3 4 decisivo para essas mudanças foi a globalização, que __________ fortes evidências do entrosamento entre 5 ciência e sociedade e ________ a dinâmica de produção do conhecimento, com efeitos no ensino 6 superior sobretudo, realçando a importância da internacionalização nas funções de transmitir e produzir conhecimento. Universidade, ciência, inovação e sociedade. 36º Encontro Anual da ANPOCS. (Texto adaptado)

33. (Pucrs 2016) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto. a) tem – vem – trouxe – alterou b) têm – vêm – trouxe – alterou c) tem – veem – trouxe – alterou d) tem – veem – trouxeram – alteraram e) têm – vêm – trouxeram – alteraram

Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A, orgs., Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015.

34. (Ufrgs 2016) Assinale a alternativa em que o sujeito das formas verbais tem o mesmo referente. a) tem (ref. 3), demoniza (ref. 9) e tende (ref. 10). b) tem (ref. 3), está (ref. 6) e costuma (ref. 7). c) alberga (ref. 5), está (ref. 6) e costuma (ref. 7). d) alberga (ref. 5), dá (ref. 12) e chega (ref. 13). e) está (ref. 6), dá (ref. 12) e chega (ref. 13).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. A variação linguística é uma realidade que, embora 1 razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, 2 em geral, reações sociais muito negativas. O senso 3 4 comum tem escassa percepção de que a língua é um 5 fenômeno heterogêneo, que alberga grande variação 6 7 e está em mudança contínua. Por isso, costuma 8 9 folclorizar a variação regional; demoniza a variação 10 social e tende a interpretar as mudanças como sinais 11 de deterioração da língua. O senso comum não se 12 13 14 dá bem com a variação linguística e chega, muitas 15 vezes, a explosões de ira e a gestos de grande violência simbólica diante de fatos de variação. Boa 16 parte de uma educação de qualidade tem a ver 17 18 precisamente com o ensino de língua – um ensino 19 que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. E esse domínio inclui o das variedades linguísticas 20 historicamente identificadas como as mais próprias a 21 essas práticas – isto é, as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da 22 chamada norma culta. Isso pressupõe, inclusive, uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma 23 culta e suas efetivas características no Brasil contemporâneo. 24 25 Parece claro hoje que o domínio dessas variedades caminha junto com o domínio das respectivas práticas socioculturais.

A questão a seguir está relacionada ao texto abaixo. Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, 5 6 não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos mares do Sul, quando as favelas corroem a África, quando a 9 aviação avilta a floresta americana antes mesmo de 7 poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia 10 a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa 14 15 que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? 18 22 Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o 16 equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão 1 2 daquilo ______ não existe mais, mas ________ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Polos, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais 3 ______ nossa sociedade experimenta uma 11 necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e 19 26 de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor.

[76]


[Português II] 20

12

A questão a seguir estão relacionada ao texto abaixo.

Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? Cada década 23 29 27 28 para trás permite salvar um costume, ganhar 17 uma festa, partilhar uma crença suplementar. 21 Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, 8 menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou prisioneiro de 32 30 uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe 24 escapava — ainda pior, inspirava troça ou desprezo 25 31 —, ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste 4 instante, mas __________ observação, meu grau de 13 humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. 33 Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

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À porta do Grande Hotel, pelas duas da tarde, 6 19 Chagas e Silva postava-se de palito à boca, como se tivesse descido do restaurante lá de cima. Poderia parecer, pela estampa, que somente ali se comesse 8 21 bem em Porto Alegre. Longe disso! A Rua da Praia 23 22 24 que o diga, ou melhor, que o dissesse. O faz de 7 5 conta do inefável personagem ligava-se mais à 25 importância, à moldura que aquele portal lhe 15 27 conferia. Ele, que tanto marcou a rua, tinha franco acesso às poltronas do saguão em que se refestelavam os importantes. 28 Andava dentro de um velho fraque, usava gravata, chapéu, bengala sob o braço, barba curta, polainas e 10 1 uns olhinhos apertados na _________ bronzeada. O 29 charuto apagado na boca, para durar bastante, era o 9 toque final dessa composição de pardavasco vindo das Alagoas. 16 Chagas e Silva chegou a Porto Alegre em 1928. Fixou20 se na Rua da Praia, que percorria com passos lentos, 12 carregando um ar de indecifrável importância, tão ao 17 jeito dos grandes de então. Os estudantes tomaram conta dele. Improvisaram comícios na praça, 11 carregando-o nos braços e fazendo-o discursar. Dava 33 discretas mordidas e consentia em que lhe pagassem o cafezinho. Mandava imprimir sonetos, que "trocava" por dinheiro. 31 Não era de meu propósito ocupar-me do "doutor" 34 Chagas e, sim, de como se comia bem na Rua da Praia de antigamente. Mas ele como que me puxou pela manga e levou-me a visitar casas por onde sua imaginação de longe esvoaçava. Porto Alegre, sortida por tradicionais armazéns de 30 especialidades, dispunha da melhor matéria-prima 18 para as casas de pasto. Essas casas punham ao alcance dos gourmets virtuosíssimos "secos e molhados" vindos de Portugal, da Itália, da França e da 2 Alemanha. Daí um longo e ________ período de boa comida, para regalo dos homens de espírito e dos que eram mais estômago que outra coisa. 26 Na arte de comer bem, talvez a dificuldade fosse a da escolha. Para qualquer lado que o passante se virasse, 3 encontraria salões ornamentados ________ maiores 35 ou menores, tabernas ou simples tascas. A Cidade 32 13 divertia-se também pela barriga. 14

Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.

35. (Ufrgs 2015) Considere as seguintes afirmações sobre a substituição de segmentos do texto. I. A substituição de revelareis (ref. 5) por revelarás exigiria que o pronome vossos (ref. 6) fosse ajustado para teus. II. A substituição de destruir-lhe (ref. 7) por destruir a sua preservaria a correção e o sentido da frase original. III. O adjetivo respectivos (ref. 8) poderia ser substituído, naquele contexto, por mútuos, preservando a correção e o sentido da frase original. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

Adaptado de: RUSCHEl, Nilo. Rua da Praia. Porto Alegre: Editora da Cidade, 2009. p. 110-111.

36. (Ufrgs 2015) Se a expressão Os estudantes (ref. 17) fosse substituída por Um estudante, quantas outras alterações seriam necessárias, para fins de concordância, na passagem dessa frase? a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

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[Português II] A questão a seguir estão relacionada ao texto abaixo.

a) 1. c) 3.

O menino sentado à minha frente é meu irmão, assim me disseram; e bem pode ser verdade, ele regula pelos dezessete anos, justamente o tempo em que estive 5 solto no mundo, sem contato nem notícia. A princípio quero tratá-lo como intruso, mostrar-lhe 1 __________ minha hostilidade, não abertamente para 11 não chocá-lo, mas de maneira a não lhe deixar 6 dúvida, como se lhe perguntasse com todas as letras 18 : que direito tem você de estar aqui na intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros, talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade, talvez discutindo a minha conduta, talvez até criticando-a? 12 Mas depois vou notando que ele não é totalmente 2 estranho. De repente fere-me __________ ideia de 7 8 que o intruso talvez seja eu, que ele tenha mais 19 direito de hostilizar-me do que eu a ele , que vive nesta casa há dezessete anos. O intruso sou eu, não ele. Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente de entendê21 lo e de ficar amigo. Faço-lhe perguntas e noto a sua 13 avidez em respondê-las, mas logo vejo a inutilidade 22 de prosseguir nesse caminho, as perguntas parecem23 me formais e as respostas forçadas e complacentes. Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade. Ele 20 me olha , e vejo que está me examinando, procurando decidir se devo ser tratado como irmão ou como estranho, e imagino que as suas dificuldades não 24 devem ser menores do que as minhas. Ele me pergunta se eu moro em uma casa grande, com muitos quartos, e antes de responder procuro descobrir o 25 14 motivo da pergunta. Por que falar em casa? E qual a 9 importância de muitos quartos? Causarei inveja nele 26 se responder que sim? Não, não tenho casa, há 10 muitos anos que tenho morado em hotel. Ele me olha, parece que fascinado, diz que deve ser bom viver 15 em hotel, e conta que, toda vez que faz reparos 3 __________ comida, mamãe diz que ele deve ir para um hotel, onde pode reclamar e exigir. De repente o 16 fascínio se transforma em alarme, e ele observa que se eu vivo em hotel não posso ter um cão em minha companhia, o jornal disse uma vez que um homem foi processado por ter um cão em um quarto de hotel. 4 17 Confirmo __________ proibição. Ele suspira e diz que então não viveria em um hotel nem de graça.

b) 2. d) 4.

e) 5.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, 2 durante a sua célebre viagem a bordo do Beagle. 5 Voltou impressionado com o que viu: " Delícia é um 17 19 termo insuficiente para exprimir as emoções 28 8 sentidas por um naturalista a sós com a natureza em 11 uma floresta brasileira", escreveu. O Brasil, porém, 21 27 aparece de forma menos idílica em seus escritos: 12 "Espero nunca mais voltar a um país escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver o negro romo outra espécie, mas temos todos a mesma origem." 6 Em vez do gorjeio do sabiá, o que Darwin guardou nos 30 3 29 ouvidos foi um som terrível que o acompanhou por 13 39 toda a vida: " Até hoje, se eu ouço um grito, lembro22 43 me, com dolorosa e clara memória, de quando passei numa casa em Pernambuco e ouvi urros 14 terríveis. Logo entendi que era algum pobre escravo que estava sendo torturado," 4 “ Segundo o biólogo Adrian Desmond, a viagem do 40 41 Beagie, para Darwin, foi menos importante pelos 15 16 espécimes coletados do que pela experiência de 25 23 testemunhar os horrores da escravidão no Brasil. 47 20 De certa forma, ele escolheu focar na descendência comum do homem justamente para mostrar que 32 31 todas as raças eram iguais e, desse modo, enfim, 44 36 18 objetar àqueles que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à 1 dos brancos". Desmond acaba de lançar um estudo 35 que mostra a paixão abolicionista do cientista, 26 33 7 42 revelada por seus diários e cartas pessoais. “A 34 extensão de seu interesse no combate à ciência de 9 cunho racista é surpreendente, e pudemos detectar 10 um ímpeto moral por trás de seu trabalho sobre a evolução humana - urna crença na ‘irmandade racial’ 38 37 45 46 24 que tinha origem em seu ódio ao escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum." Adaptado de: HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009.

38. (Ufrgs 2010) Considere as seguintes afirmações. I - A substituição de um som (ref. 30) por sons exigiria que três outras palavras do período também passassem para o plural. II - A substituição de àqueles que (ref. 36) por a quem exigiria o uso de insistia em vez de insistiam (ref. 18). III - A substituição de origem (ref. 37) por raízes exigiria o uso de tinham em vez de tinha (ref. 38). Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

Adaptado de: VEIGA, José J. Entre irmãos. In: MORICONI, Ítalo M. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 186-189.

37. (Ufrgs 2014) Se as expressões perguntas (ref. 21), as perguntas (ref. 22) e as respostas (ref. 23) fossem substituídas, respectivamente, por uma pergunta, a pergunta e a resposta, quantas outras alterações seriam necessárias no texto, para fins de concordância?

[78]


[Português II]

UNIDADE 8. FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”

7. (FUMARC – 2011) “Se dependesse de mim, haveria até mesmo descontos para a compra de livros e banda larga de internet”. A palavra destacada exprime a circunstância de: a) Explicação b) Concessão c) Oposição d) Condição e) Reflexivo

1. Assinale a única alternativa em que “se” é uma conjunção subordinativa condicional a) Os convidados olharam-se, surpresos, depois que viram a noiva entrar. b) Bebe-se muito durante o carnaval. c) Ela deixou-se convencer pelas desculpas do namorado. d) Todos poderão entrar se possuírem convites. e) Quero saber se você chegará no horário marcado.

8. (FUMARC – 2011 com adaptações) Atente para o emprego da palavra SE, bastante frequente na crônica. Indicou-se corretamente sua função, exceto em: a) “Outrora, falava-se em realidade, análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade.” (=indeterminador do sujeito) b) “Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. (= conjunção condicional) c) “...mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam.” (=pronome reflexivo) d) “Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse.” (=conjunção integrante) e) “Meus pais se amam profundamente.” (=pronome reflexivo recíproco)

2. (FGV-2014) “Os avanços nos sistemas de comunicação tornaram possível que pessoas de diferentes lugares passassem a se falar e a estar em contato o tempo todo. As pessoas começaram a viajar mais e, com isso, alteraram o seu modo de ver o mundo e de se relacionar”. As duas ocorrências do pronome “se” sublinhadas indicam, respectivamente, a) sujeito indeterminado e sujeito indeterminado. b) voz passiva e pronome reflexivo. c) pronome reflexivo e pronome recíproco. d) pronome recíproco e pronome recíproco. e) pronome recíproco e sujeito indeterminado. 3. (Fapec-2016) Assinale a alternativa em que a palavra “se” é um pronome reflexivo. a) Não se é responsável da noite para o dia! b) Os policiais feriram-se no confronto. c) Vendem-se carros usados. d) Procura-se secretária naquela nova loja.

9. (FUMARC – 2011) Assinale a alternativa que fez a correspondência ADEQUADA entre o termo destacado e a sua respectiva função: a) Não têm dificuldade de se integrar. (partícula integrante do verbo) b) Exibem-se vídeos de anúncios e programas (pronome reflexivo) c) E são só admitidos se, além da competência, comungam os princípios. (conjunção coordenativa) d) Trata-se de unir teoria e prática. (partícula de realce ou expletiva) e) A garota penteou-se no espelho (pronome pessoal recíproco)

4. (Faculdades Oswaldo Cruz) “Nos perigos grandes, o temor é maior muitas vezes que o perigo”. A palavra destacada é: a) conjunção subordinativa consecutiva b) pronome interrogativo c) pronome relativo d) conjunção subordinativa comparativa

10. (UFPR) Qual é a função do SE em “Não sei se ela vem”? a) conjunção subordinativa condicional. b) conjunção subordinativa integrante. c) partícula expletiva (de realce). d) pronome pessoal. e) conjunção subordinativa concessiva.

5. (Cescem) Bem desventurado seria ele, se tivesse de ganhar o pão com o que aprendera na academia. a) pronome pessoal oblíquo b) conjunção condicional c) pronome relativo d) objeto direto e) objeto indireto

11. (FAAP – SP) Assinale a frase na qual o SE não é pronome apassivador e nem índice de indeterminação do sujeito: a) Estudou-se este assunto. b) Ela se suicidou ontem. c) Falou-se muito sobre aquela festa. d) Aos inimigos não se estima. e) Fizeram-se reformas na casa.

6. (SANTA CASA) A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das orações seguintes? a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. c) O aluno fez-se passar por doutor. d) Precisa-se de operários. e) Não sei se o vinho está bom.

[79]


[Português II] 12. Assinale a única alternativa em que “que” é uma conjunção subordinativa integrante. a) Que notícia animadora você acaba de me dar! b) Ele me olhou com um quê de ironia. c) Que estúpido fui em acreditar naquela proposta! d) Queremos que todos compareçam ao casamento. e) Ficamos tão contentes com a música, que não nos importamos com o ambiente da apresentação.

GABARITO UNIDADE 2 1.A 8.C 15.B

22.A 29.C 36.B 43.C

13. (FGV) Entre a sociedade, a empresa e o Estado, está o profissional contábil, que, por sua vez, é o elo entre Fisco e contribuinte. É de fundamental importância que esse profissional aprimore seu entendimento tributário, percebendo sua necessidade. Ratifica-se, assim, o conceito de que a conscientização tributária pode representar um ponto de partida para a formação cidadã como uma das formas eficazes de atender às demandas sociais, com maior controle sobre a coisa pública. (L. 45-53)

15.D 22D 29.B 36.E 43.A

16.E 23B 30.B 37.E 44.B

17.C 24.C 31.A 38.B 45.A

6.C 13.E

7.E 14.D

19.E 26.C 33.A 40.E

20.E 27.C 34.B 41.A

21.D 28.B 35.C 42.B

7.E 14.E 21.B 28.E 35.B 42.C

2.D 9.E

3.D 10.E

4.A 11.B

5.E 12.B

6.* 13.B

7.A 14.B

15.A

16.B 23.A

17.E 24.D

18.C 25.A

19.E 26.E

20.A 27.C

21.D 28.C

29.E 30.E 31.D 32.E 33.D 36.C 37.D 38.C 39.A 40.A *Assista amanhã à revista eletrônica...

34.A 41.D

35.A

1.C 8.C

2.A 9.D

1.C 8.B 22.D

2.E 9.C 16.C 23.E

3.D 10.B 17.E 24.B

4.E 11.A 18.A 25.E

5.A 12.A 19.D 26.A

6.B 13.C 20.C 27.A

7.B 14.E 21.A 28.D

29.B 36.B

30.D 37.E

31.B 38.D

32.A 39.A

33.E 40.A

34.C

35.E

1.A 8.B

2.C 9.A 16.E 23A

15.D

3.D 10.A

4.C

5.A

6.A

7.E

GABARITO UNIDADE 6 15.B

22.A

3.B 10.B 17.B 24.D

4.B 11.A 18.C 25.D

5.B 12.D 19.D

6.C 13.E 20.A

7.A 14.C 21.C

GABARITO UNIDADE 7 1.D 8.D 22.C

2.C 9.A 16.D 23A

3.D 10.A 17.D 24.A

4.A 11.A 18.B 25.B

5. 12.D 19.B 26.B

6.D 13.C 20.E 27.A

7.D 14.B 21.D 28.E

29.A 36.B

30.A 37.E

31.C 38.D

32.B

33.B

34.A

35.A

15.E

5.E 12.D

6.C 13.B 20.D 27.A 34.C 41.D 48.E

GABARITO UNIDADE 5

GABARITO UNIDADE 1 4.A 11. C/B/E/A/D 18.E 25.D 32.E 39.D 46.A

44.A

5.C 12.D 19.C 26.C 33.C 40.A 47.C

GABARITO UNIDADE 4

As ocorrências do QUE no período acima classificam-se corretamente como: a) conjunção – pronome relativo – pronome relativo – pronome relativo b) conjunção – pronome relativo – conjunção – conjunção c) conjunção – pronome relativo – pronome relativo – conjunção d) pronome relativo – conjunção – pronome relativo – conjunção e) pronome relativo – conjunção – pronome relativo – pronome relativo

3.B 10.B

37.E

4.C 11.B 18.A 25.B 32.E 39.E 46.D

1.D 8.E 22.E

14. (FGV) É bom lembrar que a ciência cria modelos que descrevem a realidade; esses modelos não são a realidade, só nossas representações dela. As “verdades” que tanto admiramos são aproximações do que de fato ocorre. (L. 64-68)

2.A 9.D

30.A

3.E 10.E 17.A 24.C 31.C 38.B 45.C

GABARITO UNIDADE 3

As ocorrências do QUE no período acima classificam-se, respectivamente, como: a) pronome relativo – pronome relativo – pronome relativo b) pronome relativo – conjunção – conjunção c) conjunção – conjunção – conjunção d) conjunção – pronome relativo – pronome relativo e) pronome relativo – pronome relativo – conjunção

1.D 8.B

2.C 9.D 16.E 23.B

GABARITO UNIDADE 8 1.D 8.D

[80]

2.D 9.A

3.B 10.B

4.D 11.B

5.B 12.D

6.E 13.B

7.D 14.A


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