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[Sociologia II]

SOCIOLOGIA SUMÁRIO Unidade 1 – SOCIOLOGIA Desigualdade Social ............................................................................................................................................ 3 Globalização e Desigualdades ............................................................................................................................ 4 Meios de Comunicação ...................................................................................................................................... 4 O que é Multiculturalismo.................................................................................................................................. 5 Status e Papeis Sociais........................................................................................................................................ 6 Estratificação Social ............................................................................................................................................ 7 Classes Sociais ................................................................................................................................................... 8 Cultura .............................................................................................................................................................. 11 Instituições Sociais ........................................................................................................................................... 12 Violência e Criminalidade ................................................................................................................................. 13 Racismo ............................................................................................................................................................ 14 Pobreza e Exclusão social ................................................................................................................................. 15 Direitos Humanos ............................................................................................................................................. 15 Religião e Religiosidade .................................................................................................................................... 15 Alguns dos grandes sociólogos do Brasil .......................................................................................................... 16

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DESIGUALDADE SOCIAL A desigualdade social, na sociedade contemporânea, é um fenômeno que ocorre em quase todos os países do globo, guardadas suas proporções e dimensões, e é desencadeado, principalmente, entre outros motivos, pela má distribuição de renda em uma população, onde se concentra a maioria dos recursos nas mãos de uma minoria abastada da sociedade e, consequentemente, o melhor e maior acesso a subsídios econômicos, educacionais, de saúde e segurança, etc. Porém, é necessário entender a desigualdade social também como uma espécie de “leque” de outros tipos de desigualdades geradas a partir da desigualdade econômica, como desigualdades raciais, pobreza, problemas com acesso à moradia, segurança pública, educação de má qualidade, desemprego, entre outros.

Condições na qual os membros de uma sociedade possuem quantias diferentes de riqueza, prestígio ou poder.

Existem em todas as sociedades, aparecendo em diferentes graus de desigualdade.

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GLOBALIZAÇÃO E DESIGUALDADE “A globalização está a desenrolar-se de forma assimétrica. O impacto da globalização é sentido de forma diferente [nas diferentes partes do mundo], e algumas das suas consequências não são de todo benignas. Lado a lado com o acumular de problemas ecológicos, o aumento das desigualdades entre as várias sociedades é um dos maiores desafios que o mundo enfrenta nos primórdios do século XXI. (…) A vasta maioria da riqueza mundial está concentrada nos países industrializados ou ‘desenvolvidos’, ao passo que os países do ´terceiro mundo´ sofrem de pobreza generalizada, sobrepopulação, sistemas deficientes de prestação de cuidados de saúde e educação, e pesadas dívidas externas. A disparidade entre o mundo desenvolvido e o mundo em vias de desenvolvimento tem aumentado a um ritmo contínuo durante os últimos vinte anos, sendo hoje [2001] maior que nunca. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 1999, publicado pelas Nações Unidas, revelou que o rendimento médio do quinto da população mundial que vive nos países mais ricos é 74 vezes maior que o rendimento médio do quinto da população mundial que vive nos países mais pobres. No final da década de 90, 20% da população mundial era responsável por 86% do consumo total mundial, 82% dos mercados de exportação e 74% das linhas de telefones. (…) Os bens dos três bilionários mais ricos do mundo ultrapassam a soma dos Produtos Internos Brutos (PIB) de todos os países menos desenvolvidos e dos 600 milhões de pessoas que neles vivem. Em grande parte do mundo em vias de desenvolvimento, os níveis de produção e crescimento econômico registrados durante o último século não acompanharam a taxa de crescimento da população, enquanto o nível de desenvolvimento econômico nos países industrializados a ultrapassou de longe. Estas tendências contrárias conduziram a uma acentuada separação entre os países mais ricos e os mais pobres do mundo. A distância entre os países mais ricos e os países mais pobres traduzia-se em 1820 na proporção de 3 para 1, de 11 para 1 em 1913, de 35 para 1 em 1950 e de 72 para 1 em 1992. Durante o último século, o rendimento per capita no segmento mais rico da população mundial quase sextuplicou, enquanto no segmento mais pobre o aumento não chegou a triplicar. A globalização parece exacerbar esta tendência, ao concentrar ainda mais o rendimento, a riqueza e os recursos num pequeno número de países.” Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 69-70.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO Meios de comunicação: refere-se aos instrumentos ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. Quando referido a comunicação de massa, pode ser considerado sinônimo de mídia. Entretanto, outros meios de comunicação, como o telefone, não são massivos e sim individuais (ou interpessoais).

MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA Meios de comunicação de massa ou mídias são os meios ou canais de comunicação usados na transmissão de mensagens a um grande número de receptores. Nas relações sociais de comunicação (dia a dia), os meios de comunicação de massa mais comum são os jornais/as revistas, o rádio, a televisão e, o mais recente, a Internet (um híbrido entre Comunicação de Massa e Comunicação Interpessoal) . As obras de Cinema, de Teatro e de outros tipos de Artes também se tornaram meios de comunicação de massas, mas artísticos.

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[Sociologia II] FUNÇÕES DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Todos os meios de comunicação de massa têm como principais funções informar, educar e entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e desenvolvidos para seus determinados públicos. No entanto, percebe-se que as pessoas passam a maior parte do tempo ocupando-se com esses meios de comunicação, pois estes, de certa forma, proporcionam o prazer humano referente a seu lazer, entretenimento, aprendizado, ensino, entre outros, e, a partir desses, disseminam as informações que consideram relevantes e que despertam interesses no público (ouvinte, leitor, telespectador ou internauta). Podemos dizer que os meios de comunicação de massa podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população. Os meios de comunicação de massa são neles que as propagandas e as campanhas publicitárias chegam ao público. Dessa forma, deve-se atentamente fazer uma pesquisa para que se possa saber em qual tipo de meio de comunicação deve ser vinculada cada campanha, para que não ocorra o erro de se vincular uma campanha que não atenda às perspectivas daquelas pessoas que têm acesso aquele dado meio de informação.

A ESCOLA DE FRANKFURT E A INDÚSTRIA CULTURAL Somos bombardeados o dia inteiro com informações, propagandas, músicas, filmes, séries, vídeos, programas de televisão, etc. Os meios de comunicação ocupam grande parte do nosso tempo, pensamento e relações sociais. Eles são muito importantes nas sociedades contemporâneas em que vivemos e não poderia deixar de ser um dos principais temas da sociologia. O principal conceito sociológico que dá conta dos meios de comunicação é o de indústria cultural, que busca compreender a forma de produção da cultura de massa nas sociedades capitalistas. A expressão indústria cultural foi usada pela primeira vez no livro “Dialética do Esclarecimento”, de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Eles foram dois importantes pensadores de um instituto de pesquisa alemão conhecido como Escola de Frankfurt. Adorno e Horkheimer desenvolveram o conceito de indústria cultural para designar o modo com que os produtos culturais dos vários setores artísticos são racionalmente fabricados seguindo a lógica do dinheiro e como os meios de comunicação determinam seu consumo massivo. Isso acontece devido à concentração da economia e dos meios de comunicação nas mãos de poucas pessoas. Muitas vezes nos esquecemos, mas é importante lembrar que os meios de comunicação são empresas e toda empresa tem um dono, um indivíduo ou grupo econômico que representa determinada classe social e seus interesses. Para os autores, o que a indústria cultural oferece não é arte de qualidade, nem informação imparcial, nem visa o bem estar através do entretenimento, mas sim tem como objetivo divulgar certas ideologias que escondem poderosos interesses. Nesse sentido, o conceito de indústria cultural aponta para a manipulação da consciência e inconsciência das pessoas. Através da indústria cultural nas sociedades capitalistas, os trabalhadores passaram a ser controlados ideologicamente pelas classes dominantes não apenas durante a jornada de trabalho, mas também nos seus momentos de lazer. Os meios de comunicação de massa servem à alienação das classes baixas, impedindo que pensem criticamente sobre sua condição. Para vender, a indústria cultural tem que buscar sempre dar uma cara de novidade aos seus produtos, apesar de quase sempre oferecer mais do mesmo. Os filmes, músicas, programas e artistas se apresentam como únicos, pois a aparência de individualidade é importante para reforçar a ideologia e esconder o processo de massificação e desumanização da cultura. Para isso, a indústria cultural possui diversas estratégias, como a fabricação de ídolos e celebridades. A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos, com a capacidade crítica de julgar e decidir conscientemente. O pensamento crítico é o requisito para uma sociedade verdadeiramente democrática, o que não ocorre com a indústria cultural, pois ela age no sentido de massificar e impedir a emancipação do pensamento.

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O QUE É MULTICULTURALISMO? O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.

MULTICULTURALISMO NO BRASIL No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças – negra, branca, índia – cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.

STATUS E PAPEIS SOCIAIS STATUS Posição social em relação ao grupo, ou seja, é a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade. A origem do status remonta aos primeiros agrupamentos humanos, em que determinadas funções eram caracterizadas por prestígio e direitos diferentes dos demais. Com o aumento das coletividades, uma serie de posições passaram a ter direitos e deveres, privilégios e obrigações sustentados juridicamente.Ex.: direito romano. > status libertatis – situação jurídico social relacionada ao fato de ser o homem livre ou escravo. > status civitatis – indicava se era cidadão romano ou estrangeiro Mais características do Status  O status serve como indicador de determinados direitos e deveres constituídos. Ou seja, a posição social de uma pessoa sempre pode indicar prestigio, influência, direitos exclusivos e deveres em relação à outras pessoas do grupo.  Pode determinar hierarquias dentro de um grupo ou sociedade  É variável de acordo com cada sociedade

TIPOS DE STATUS Status Legal – É a posição caracterizada por direitos (reivindicações pessoais apoiadas por normas) e obrigações e obrigações (deveres prescritos por normas), capacidades e incapacidades reconhecidos pública e juridicamente, importantes para a posição e função da sociedade. Os direitos e obrigações do status legal consistem no comportamento legalmente sancionado Ex: militares, governantes, juízes, Status Social - abrange características da posição que não são determinadas por meios legais. É o comportamento socialmente esperado e/ou aprovado, de ocupante do status, assim como o comportamento adequado de outros em relação a ele. Ex. o status de amigo é tipicamente social, status de pai

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[Sociologia II] Status Atribuído- quando as circunstâncias de atribuição do status independem da vontade de quem o recebe, ou seja, ele é atribuído independentemente da vontade do individuo. Ex. sociedade com rígida estratificação social, parentesco, Status Adquirido – através das qualidades e habilidades especificas do individuo. Ex Médico, escultor

CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DO STATUS Parentesco – origem familiar alta ou baixa, tradicionalismos. Riqueza – permite ostentar um nível de vida. a origem da riqueza também tem importância social: de um lado, há prestígio quando ela é adquirida de maneira socialmente aprovada ou herdada e menos prestígio quando é adquirida por meios reprovados socialmente. Ocupação (função) – prestígio das profissões Religião - o fato de pertencer a determinada religião e, em locais onde há varias religiões, há uma variedade de status de acordo com a posição de um religião em relação a outra. Características Biológicas – grupo etários : crianças, jovens, idosos. Sexuais ou de gênero – homens, mulher OBS- O status é relacionado aos tipos de relação social mantidas pelo indivíduo em determinados grupos. Quanto maior o número de tipos de relação em determinados grupos, maior o número de Status. Dessa forma uma pessoa que possui um Status de estudante universitário também pode ter o status de filho, no ambiente familiar, de amigo na vizinhança onde vive, de professor, em algum colégio do ensino médio. Na abertura do desenho abaixo é possível observar um exemplo de pessoa com mais de um status. PAPEL – Indica que as maneiras de se comportar que se espera de qualquer individuo que ocupe certa posição. Representa o comportamento associado à determinadas posições sociais(Status).

RELAÇÕES ENTRE STATUS E PAPEL Ao considerarmos determinado status (por exemplo, o de pai),vamos verificar que se pode aplicar o termo pai a três níveis:  Comportamento esperado  Comportamento adotado  Comportamento total (nos diversos relacionamentos) Os enfoques de status e papel diferem-se: o primeiro tende para â análise da estrutura, em níveis ideais, e o segundo para o comportamento individual, analisado em situações concretas.

CARACTERÍSTICAS DO PAPEL Papeis e contra-papeis – um papel é definido também através de sua relação com outros papeis. Ex. professor X aluno

NÍVEIS DE COMPORTAMENTO Comportamento exigido – fundamental para o desempenho do papel. ex: o papel de sócio de um clube exige que ele tenha seu pedido de ingresso aprovado, pague as taxas e obedeça o regulamento.  Comportamento Permitido – quando o grupo ou sociedade não estabelecem normas fixas Ex. o sócio pode escolher, entre as diferentes modalidades de lazer presentes nos clube  Comportamento Proibido – é aquele reprovado socialmente e que causa reação do grupo através de sanções negativas. Exe. Vestir-se inadequadamente, depredar a instalações do clube

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ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL Indica um tipo de estrutura que dispõe o indivíduo, com suas posições e seus papeis sociais, em diferentes camadas ou estratos da sociedade - classe alta( classe A ), classe média (classe b), classe baixa ( classe C). Esses estratos correspondem a graus diferentes de poder, riqueza e prestígio. * A estratificação social hierarquiza posições. * Distribuição dos indivíduos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. * Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.

TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO o o o

Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária; Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder); Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade valorizamos muito mais a profissão de médico do que a profissão de pedreiro.

CLASSES SOCIAIS Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico assim como de que família pertence e nasceu, o chamado ter ou não "berço". Diferencia-se do conceito casta social na medida em que ao membro de uma dada casta normalmente é impossível mudar de status e mudar de classe social de que é originário é possível de acontecer.

ESTAMENTO Constitui uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as classes sociais, e mais abertas do que as castas (tipo de sociedades ainda presentes na Índia, no qual o indivíduo desde o nascimento está obrigado a seguir um estilo de vida pré-determinado), reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra. Historicamente, os estamentos caracterizaram a sociedade feudal durante a Idade Média. Na obra de Max Weber, o conceito de estamento é ampliado. Passa a significar não propriamente um corpo homogêneo estratificado, mas sim uma certa teia de relacionamentos que constitui um determinado poder e influi em determinado campo de atividade. Estamento está ligado à esfera social, que é capaz de gerar comunidade. Estamento é um grupo social cuja característica principal é a consciência do sentido de pertencimento ao grupo. A luta por uma identidade social é o que caracteriza um estamento. A luta na esfera social é para saber qual estamento vai dominar. As profissões podem ser analisadas como estamentos.

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CASTAS Castas, em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc.Varna, a designação sânscrita original para "casta", significa "cor". Características: • São hereditárias • Atribuídas por toda a vida • Cada casta possui um grau especifico de prestigio • Desenvolvem o casamento endogâmico • Uma casta de definem na relação com outra • Cada casta possui costumes e leis próprias Ex de Sociedades de Castas :India e China antiga (Leitura complementar: texto da Eva Maria Lakatos sobre Castas. Páginas 259-265)

ELITE A noção de elite, em sociologia, foi difundida através da obra de Vilfredo Pareto. Sua definição de elitelato sensu (sentido amplo), engloba todos os indivíduos que, mercê de qualidades dons naturais ou por meio de seu trabalho atuação, se destacam dos demais, obtendo um sucesso superior à maioria dos outros e possuindo poder, riqueza e prestigio. Para Pareto há dois estratos em qualquer população: 1° um estrato inferior (a não elite) 2° um estrato superior ( a elite que pode ser pensada de duas formas : Elite governante e Elite não governante.) Para sociólogos como Pareto e Gaetano Mosca a Elite compõe uma classe social. Wright Mills: A elite não é uma classe social, os membros de uma elite assim o são classificados por conta de suas posições dentro das instituições. Para o autor as posições ocupadas durante toda a vida determinam oportunidades de obter e conservar valores.

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[Sociologia II] TIPOS DE ELITES Elites Tradicionais: Possuem autoridade ou influência decorrente de idéias, crenças ou estruturas sociais, baseadas no passado e reforçadas pela tradição. São tradicionais as elites aristocráticas, cuja nobreza tem tanto mais prestígio quanto mais antiga for sua linhagem. Elites Tecnocráticas: Detêm a autoridade racional, legal ou burocrática. Sua escolha, nomeação ou eleição baseia-se na competência, determinada através de provas, concursos, experiência ou resultados escolares. Ocupam sua posição de acordo com leis ou normas, conhecidas e aceitas, e possuem importância determinada segundo critérios Elites Carismáticas: Para Max Weber, os lideres carismáticos são portadores de dons específicos (do corpo ou do espírito) considerados sobrenaturais e extraordinários capazes e suprir as necessidades do grupo. Encontramos muito mais comumente o carisma associado a uma pessoa do que a um grupo. Elites de Propriedade: Sua autoridade ou poder decorre da posse de capitais ou de bens, em virtude dos quais podem exercer pressões sobre as elites tecnocráticas ou tradicionais. Pertencem a este tipo os grandes proprietários de terras, industriais, banqueiros e outros capazes de influenciar a vida econômica. Social e política de uma comunidade. Elites Ideológicas: São formadas por pessoas que concebem uma ideologia, que a difundem ou representam. Constituem a elite do poder, se a ideologia que representam é a oficial; por outro lado, quando se opõem À elite do poder formam as elites de influência ou contra-elites( elites de oposição, de contestação).Entre todos os tipos de elites, as ideológicas e as carismáticas são geralmente as mais dinâmicas e inovadoras. Elites Simbólicas: Quase todas as elites possuem um caráter simbólico à medida que representam uma causa, valores, idéias, modos de viver, qualidades ou virtudes. Entretanto existem indivíduos ou grupos cuja função é, mais do que tudo, simbólica. Poder-se iam citar certos elementos da nobreza, mulheres de políticos famosos, artistas e desportistas famosos Massa: Conjunto e elementos em que: O número de pessoas que expressam opiniões é incomparavelmente menor do que aquele que as recebe; A massa é uma coleção abstrata de indivíduos, recebendo impressões e opiniões já formadas, veiculadas pelos meios de comunicação de massa. A organização da comunicação impede ou dificulta a resposta imediata e efetiva às opiniões externadas publicamente

MOBILIDADE SOCIAL Conceito- capacidade de transitar por diferentes espaços sociais. Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido de subir ou descer na hierarquia social, dizemos que a mobilidade social é vertical. Quando a mudança de uma posição social a outra opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve uma mobilidade horizontal. Espaço social – espaço construído a partir das relações sociais. A posição do individuo no espaço social é obtida através da determinação dessas relações. Quanto maior a semelhança das posições dos indivíduos, maior será sua proximidade no espaço social.

Organização Política Brasileira Participar do processo político e poder eleger seus representantes é um direito de todo cidadão brasileiro. No entanto, a grande maioria da população vota em seus candidatos sem a mínima noção de como funciona o sistema político em questão. Como sabemos, o Brasil é uma república federativa presidencialista. República, porque o Chefe de Estado é eletivo e temporário; federativa, pois os Estados são dotados de autonomia política; presidencialista, porque ambas as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado são exercidas pelo presidente. O Poder de Estado é dividido entre órgãos políticos distintos. A teoria dos três poderes foi desenvolvida por Charles de Montesquieu em seu livro “O Espírito das Leis” (1748). Baseado na afirmação de que “só o poder freia o poder”, o mesmo afirmava que para não haver abusos, era necessário, por meios legais, dividir o Poder de Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil, esses são exercidos respectivamente, pelo presidente da república, Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O Executivo possui a função de fazer as leis funcionarem. O presidente pode votar ou sancionar leis criadas

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[Sociologia II] pelo Legislativo, editar medidas provisórias, etc. O Legislativo é responsável por idealizar as leis e julgar as propostas do presidente. O parlamento brasileiro é bicameral, ou seja, é composto por duas “casas”: a Câmara dos Deputados e o Senado. Qualquer projeto de lei deve primeiramente passar pela Câmara e depois, se aprovado, pelo Senado. O Poder Judiciário deve interpretar as leis e fiscalizar o seu cumprimento. O mesmo é composto por 11 juízes, escolhidos pelo presidente e aprovados pelo Senado..

MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTIDOS POLÍTICOS Segundo Karl Marx, os Partidos são a expressão política de uma classe social. A função desses partidos é regular as ações políticas. A sociedade civil se representa politicamente através de Partidos Políticos. Os partidos políticos brasileiros até se formarem ,como estão hoje, passaram por uma série de restrições e divisões. Por exemplo, na época da República do Café com Leite,quando as oligarquias tinham praticamente função de Partidos Políticos, representado principalmente pela oligarquia de Minas Gerais e São Paulo. Os partidos políticos não são tão eficazes quanto deveriam. Por parte dos candidatos pela falta de fidelidade partidária e dos eleitores com o anti-partidarismo.Além dos partidos políticos, temos os movimentos sociais.Estes não pleiteiam cargos políticos, a função é pressionar o estado. Podemos dividi-los em: 1) Movimentos de classe; 2)Movimentos com caráter de classe; 3)Movimentos que não são de classe. No caso dos Movimentos Sociais de Classe, podemos citar como exemplo o MST e o Movimento Sindical, que é amplo e internacional, tendo no Brasil uma importância significativa.

CULTURA Quando falamos do indivíduo, “cultura” significa saber, refinamento. Porém quando falamos na sociedade, cultura é o “conjunto de comportamentos, crenças e valores espirituais e materiais partilhados por seus membros”. Tecnicamente o é aquilo que o ser humano aprende do berço até o túmulo (se morre diferente em diferentes culturas). O conceito é o oposto à Natureza, a qual se entende como o que o ser humano possui geneticamente e o põe em ação instintivamente. Algumas características da cultura: •É transmitida pela herança social (e não pela biológica!). •Compreende a totalidade das criações humanas, para a satisfação nas necessidades da vida em sociedade. •É uma característica exclusiva das sociedades humanas, estando ausente no mundo animal. •Compreende tanto os elementos tangíveis (cultura material) como os elementos intangíveis (cultura não material).

SUBCULTURA Sub-conjunto de uma cultura que faz parte da uma cultura total de uma sociedade que caracteriza seus segmentos, com suas próprias normas valores e conjunto de comportamentos. Pode-se falar, por exemplo, de subcultura juvenil, para assinalar a maneira de comportar-se, as normas, pautas e valores dos jovens. Formas que são basicamente as mesmas da sociedade em que se encontram, mas que têm características próprias.

CONTRACULTURA É a negação dos valores e normas aceitos pelo grupo dominante. O mesmo termo nos faz pensar em que pode existir, no seio de uma sociedade, uma cultura predominante, que abrange a maioria da população e culturas minoritárias. Mas nem toda cultura minoritária é uma “contracultura”. Esta última surge de uma oposição frontal em questões básicas de organização e funcionamento societário, geralmente quando ocorre um conflito entre as subculturas e a sociedade de forma mais geral. Toda sociedade possui a contra-cultura que mercê, pois elas não somente contradizem, mas também expressam a situação da qual emergem...as contraculturas emprestam da cultura dominante na mesma forma em que a opõe. Yinger

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[Sociologia II] Exemplo: nos ano 60-70 vários movimentos que questionavam a sociedade industrializada e tecnológica, propondo uma visão mais humanística e mística: hippies, harekrishna, rock punk...

CONTRASOCIEDADE O grupo que se constitui além da sociedade dominante e que pretende mudá-la. Um bom exemplo poderia ser o Partido Comunista (quando existiam... realmente). Outro exemplo (que mencionam alguns autores) são as sociedades de fundamentalistas religiosos nos países islâmicos. Mas em toda sociedade suficientemente grande e complexa se encontram casos de contrasociedades com suas contraculturas.

ETNOCENTRISMO Tendência a considerar a sua cultura superior a cultura de outros grupos, sociedades ou nacionalidades. Muitos grupos tendem a considerar-se o umbigo do mundo. A sociologia tende, por seu esforço de distanciamento científico, a atacar esta ideia, e a colocar, em princípio, todas as culturas em um mesmo nível valorativo (já que todas são bem-sucedidas em assegurar a sobrevivência de sua comunidade). Isto assegura ao sociólogo rigoroso um papel especialmente antipático; o de pôr em duvida coisas “boas’ que todo mundo aceita como justas e necessárias.

ACULTURAÇÃO A aculturação é um conceito antropológico e sociológico que está relacionado com a fusão de elementos pertencentes a duas ou mais culturas. Ela é determinada por um processo dinâmico de mudança social e cultural que acontece pelo contato (direto ou indireto) entre grupos sociais distintos. Esses grupos são influenciados por elementos diversos, e assim, vão criando novas estruturas. Como exemplo, podemos citar a fusão entre a cultura grega e romana que gerou a cultura greco-romana. Lembre-se que cultura é um conceito muito amplo que envolve conhecimentos, valores, costumes, modos de fazer, práticas, hábitos, comportamentos e crenças de determinado povo. Ela não é estática, estando, portanto, em um processo contínuo de modificação. No Brasil, o conceito de aculturação pode ser exemplificado pelo encontro entre portugueses e índios no período das grandes navegações. Como sabemos, essa aculturação foi imposta. Ou seja, quando os portugueses chegaram aqui eles forçaram os indígenas a abandonarem suas crenças. Um exemplo, é a catequização desses povos por meio dos jesuítas. Além dos portugueses, devemos lembrar que a escravidão negra foi um fator determinante para a criação da cultura brasileira tal qual conhecemos hoje. Com isso, podemos concluir que a aculturação entre essas três culturas originou a nossa: a cultura brasileira. É fácil notar diversos elementos portugueses, indígenas e africanos que até hoje pertencem à nossa cultura. Culinária, objetos e palavras são alguns exemplos de que a aculturação ocorreu e ainda ocorre em terras brasileiras com os diversos grupos de imigrantes.

INSTITUIÇÕES SOCIAIS Segundo Max Weber, uma “instituição” é uma organização onde tem profissionais que têm uma autoridade legal racional sobre um grupo de individuo ou sobre a sociedade inteira. Segundo ele, o Estado ou a Igreja são instituições. Porém, uma facção não seria uma instituição porque a legitimidade dela é somente carismática. Segundo Marcel Mauss e Paul Fauconnet, as instituições são um conjunto de atos ou de ideias, tudo já instituído, nas quais os indivíduos se deparam. Falar de “instituição”, segundo eles, corresponde a falar de uso, modos, preconceitos e superstições ou organizações jurídicas essenciais. Por exemplo, a linguagem seria uma instituição. Esses dois sociólogos definem este conceito de uma maneira próxima ao conceito de “fato social” de Emile Durkheim. Para Talcott Parsons, uma instituição existe quando há interações entre os indivíduos nas quais os papeis de cada um são bastante duráveis para assegurar a estabilidade das relações.

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[Sociologia II] OS TIPOS DE INSTITUIÇÕES SOCIAIS Algumas instituições reivindicam o papel de socialização enquanto outras, não. Por exemplo, a família, a escola e as Igrejas têm como objetivo explícito socializar os indivíduos. Na família, a criança aprende e integra os ritmos sociais (quando dormir, a que horas almoçar, jantar, etc.) e as primeiras regras sociais (estar sempre de banho tomado). A família ensina a linguagem, uma maneira de falar. A criança entende o estatuto e o papel dele. Ela integra o que ela pode ou não pode fazer. Com a família, ele recebe os primeiros atributos da identidade (um nome, um sobrenome, uma nacionalidade). Na escola, a criança entra na coletividade. Ela não é mais a única porque têm outras crianças no universo dela. Ela se comunica com as outras. Esta criança vai integrar alguns valores (tais como o compartilhamento, o respeito). Também, ela vai aprender a ler, escrever e vai integrar conhecimento relativo ao português, aos matemáticos, à história, etc. As Igrejas apoiam as famílias que querem uma cultura religiosa. Dependendo das religiões, elas impõem regras e normas sociais. Hoje, na França, o poder da religião é cada vez mais baixo. Outras instituições (associações, amigos, Mídias) não têm esta função explicita de socializar os indivíduos. As associações estão presentes na vida dos indivíduos desde criança até virarem idosos. Por exemplo, muitas crianças fazem parte de um clube de esporte ou de uma escola de música. Geralmente, os adultos fazem parte de partidos políticos ou sindicatos. Os amigos começam a ter um papel na vida de um indivíduo desde criança. Eles permitem ter opiniões de outras pessoas, ter um tipo de modelo a seguir. Com os amigos, o jovem vai experimentar alguns papeis sociais relativos ao mundo adulto (relação entre homens e mulheres, etc.). As Mídias, (televisão, rádio, cinema, Internet) socializam os indivíduos mostrando modelos de comportamentos. Por exemplo, os comportamentos dos atores nas telenovelas podem ser exemplos a serem seguidos nas nossas vidas (caso venhamos gostamos do papel do ator). As organizações profissionais (empresas e administrações) também fazem parte da socialização do indivíduo. Nesse ambiente profissional, o indivíduo tem de respeitar valores e normas próprias ao trabalho. Algumas empresas pedem ao trabalhador o respeito à cultura da empresa. Então, chamo a atenção sobre o fato de que existem várias instituições sociais e todas não respeitam sempre os mesmos valores.

A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL A reforma agrária, como conceito geral, é o sistema que serve para regular e promover a divisão dita justa de terras em um estado, no caso do Brasil, especificamente com intuito de reparar séculos de uma distribuição fundiária injusta que perdurou até aos dias de hoje, causando uma disparidade muito grande entre detentores de grandes porções de terras (latifundiários) e pessoas que se quer têm onde morar e produzir. Atualmente, a Reforma Agrária no Brasil se dá basicamente da seguinte forma: a União realiza a compra ou a desapropriação de latifúndios particulares considerados improdutivos em diversas áreas da federação, e sob a figura do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), distribui e loteia essas terras à famílias que recebem esses lotes, como também presta uma assistência financeira, de consultoria e de insumos para que possam produzir nessas terras. Existe, especificamente para fins de reforma agrária, a lei de desapropriação, garantida pela Constituição de 1988, instituída pelo Plano Nacional de Reforma Agrária, sob o decreto de lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, reformulado pela Constituição, o qual assegura o direito da União à desapropriação de terras ditas particulares, consideradas improdutivas, em decorrência da utilidade pública, especialmente para fins de Reforma Agrária, podendo haver também outras prioridades de utilidade por parte da União.

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[Sociologia II] Houve, no Brasil, diversas configurações do sistema de Reforma Agrária ao longo do tempo. Há muitas divergências no que diz respeito a sua execução no Brasil. Existe a proposta institucional para o problema de terras, também como uma proposta de revolução agrária, resultando num movimento pela força das classes interessadas e afetadas pela má distribuição de terras. Para procurar equacionar de maneira positiva o problema da divisão agrária no Brasil, o governo tem desenvolvido durante décadas um sistema de reforma que, embora tenha caminhado lentamente, tem dado resultados em longo prazo, guardadas as divergências com grupos que lutam pela terra como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), e problemas identificados, conforme pesquisas realizadas e atualizadas. Ou seja, novos problemas identificados, resultam em novas demandas de estratégias e sistemas governamentais para se solucioná-los. Talvez essa seja a razão principal da Reforma Agrária no Brasil caminhar a passos tão curtos. São problemas que, apesar de comuns a todas as regiões no que diz respeito à distribuição de terras, demandam planos de ação diferenciados de acordo com a região e a situação temporal do país. Outro fator que explica a lentidão com que a reestruturação fundiária no Brasil é feita, sem dúvida, com dito anteriormente, é o elevado tempo de uma política de distribuição injusta de terras. O Brasil, desde o seu descobrimento, até uma época historicamente recente (década de 1950), ainda praticava uma política de terras embasada nas grandes propriedades e nos grandes coronéis que detinham essas propriedades. O quadro tem mudado lentamente; porém, é necessário, ainda, muitas melhorias nesse sentido. Dados do ano de 2009 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculam que a situação agrária no Brasil em terras rurais, permaneceu praticamente inalterada nos últimos 20 anos. Dado preocupante, ainda mais quando se constata, no mesmo senso agropecuário, que as propriedades que têm até 10 mil hectares representam um total de apenas2,7% de todo o coeficiente de terras destinadas à agropecuária, sendo uma vasta maioria formada ainda, por latifúndios de mais de 1000 hectares. Ou seja, os grandes fazendeiros ainda permanecem com a maioria das terras, ainda que sem produzir em muitas delas, enquanto que milhares de famílias ainda não têm onde morar e produzir. A pesquisa do IBGE concluiu que o total de estabelecimentos ou terras destinadas à agropecuária representa um montante de 330 milhões de hectares, equivalente a 36% de todo o território nacional do Brasil. Isso implica em dizer que, desses 330 milhões de hectares de terras agropecuárias, aproximadamente 141,9 milhões de hectares são latifúndios. Reflexo de séculos, que necessita de uma reparação estrutural e histórica, por parte do Estado, e da conscientização, dos grandes latifundiários.

VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE Como o próprio nome indica, trata das questões referentes aos fenômenos sociais da violência e da criminalidade. Violência difere-se da criminalidade por que existem crimes que não são cometidos com violência física. No sentido contrário existem atos violentos que não constituem crime. Por exemplo, uma luta de boxe ou de karatê olímpicos. Esses esportes pressupõem golpes violentos que muitas vezes fraturam ou provocam cortes nos praticantes, nem por isso constitui-se crime. Já uma briga de rua, onde os oponentes saem feridos, não só se trata de um crime (vandalismo, lesão corporal) como possui caráter violento. A Sociologia da Violência e da Criminalidade também estuda as principais teorias criminológicas da criminologia e as diversas escolas formadas a partir do século XX.

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[Sociologia II] 

A criminalidade é um fenômeno social, já identificado assim no final do século XIX como um fato próprio da existência humana, portanto fato social. (DURKHEIN, 1897).

RACISMO Racismo é a crença que as pessoas possuem características inatas, biologicamente herdadas, que determinam seu comportamento. A doutrina do racismo afirma que o “sangue” é o marcador da identidade étnico-nacional, ou seja, dentro de um sistema racista o valor do ser humano não é determinado por suas qualidades e defeitos individuais, mas sim pela sua pertinência a uma "nação racial coletiva". Neste modo de ver o mundo, as “raças” são hierarquizadas como “melhores” ou “piores”, “acima" ou “abaixo”. Muitos intelectuais do final do século 19, incluindo alguns cientistas, contribuíram com apoio pseudocientífico ao desenvolvimento desta falsificação teórica, tais como o inglês Houston Stewart Chamberlain, e exerceram grande influência em muitas pessoas da geração de Adolf Hitler.

POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL Renda e dinheiro têm seu papel num mundo onde são um meio para as relações de troca. Mas, como Sen argumentou, não é renda que garantirá dignidade. Em muitas situações de discriminação, certos grupos são impossibilitados de converter renda - mesmo tendo-a suficiente -, e lhes é negado o acesso a garantias mínimas por causa de idade, gênero, cor, etnicidade, classe social ou religião. Ao focalizarmos esse ponto, trazemos para a discussão da pobreza a questão da exclusão. A ótica da exclusão foca atenção nos aspectos da vida diária, nas ruas, lojas, organizações e instituições, que servem como barreiras e obstáculos, às vezes culturais, sociais, econômicos e estruturais, nos procedimentos organizativos e administrativos. Também chama a atenção para as ações importantes da inclusão, do apoio às pessoas e aos grupos, para aumentar seu poder de interferir e mudar a situação existente. Ambos estão interligados, ora apontando para as possibilidades, ora para as restrições. (...) Como destacou o célebre ativista americano Saul Alinsky sobre os Estados Unidos, em 1965: "Pobreza significa não apenas falta de dinheiro, mas falta de poder. Um negro economicamente estável no Mississippi é pobre. Quando se vive em uma sociedade onde pobreza e poder impedem de usufruir de igualdade de proteção, igualdade de justiça nos tribunais e igualdade de participação na vida econômica e social de sua sociedade, você é pobre".

DIREITOS HUMANOS Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que : “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Art. 1º

SER CIDADÃO - CIDADANIA Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade de direitos, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição.

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RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE Religião: culto prestado a uma divindade; crença na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal; conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa; a manifestação desse tipo de crença por meio de doutrinas e Religiosidade: qualidade do que é religioso; tendência para os sentimentos religiosos, para as coisas sagradas; conjunto de escrúpulos religiosos ou de valores éticos que apresentam certo teor religioso. Os dados do Censo Demográfico 2010 mostram também que a população evangélica no Brasil passou de 15,4% da população brasileira para 22,2%, o que dá um crescimento de 6,8 pontos percentuais nos últimos dez anos, e atualmente representa 42,3 milhões de pessoas -- sendo esta a segunda religião com o maior número de adeptos no país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento no número de evangélicos é proporcional ao crescente declínio da religião católica, que perdeu 9,4% de fiéis em relação ao Censo de 1991. Ainda assim, o catolicismo é predominante no país: são mais de 123 milhões de pessoas (64,6% da população brasileira; até 2000 eram 73,6%). O Brasil é considerado o maior país do mundo em números de católicos nominais. Até o início da década de 90, os evangélicos representavam apenas 9% do contingente populacional, dos quais a maioria de origem pentecostal. Com a expansão das igrejas evangélicas pelo país e a veiculação de programas religiosos nas emissoras de televisão, tal índice subiu 44,16%.

ALGUNS DOS GRANDES SOCIÓLOGOS DO BRASIL GILBERTO FREIRE Gilberto de Melo Freire nasceu em Recife PE em 1900. Sua obra em geral representou um divisor de águas na evolução cultural do Brasil e contribuiu para que o país encarasse com mais confiança seu papel no mundo moderno. Indo fazer sua pós-graduação nas universidades norte-americanas de Baylor (Waco, Texas) e Colúmbia (Nova York) onde esteve sob a influência de Frans Boas. Ao termino do curso apresentou em 1922 a tese: Social live in Brazil in themiddleof 19th century (A vida social no Brasil em meados do século XIX), que mais tarde se transformaria em seu famoso livro Casa-Grande & Senzala, publicado em 1932, tendo um impacto tão grande quanto Os Sertões de Euclides da Cunha. Nesta obra, Freire imprime sua visão poderosa e original dos fundamentos da sociedade brasileira, descreve com objetividade a contribuição do negro e o fenômeno da miscigenação na formação social do Brasil.

CAIO PRADO JÚNIOR Procurava formalizar o método marxista para análise da realidade brasileira. Caio Prado vinha de uma das famílias mais ricas e conceituadas do Brasil naquela época. Em Evolução política do Brasil (1933) interpretava a situação político-colonial brasileira a parti das relações internacionais capitalistas e seu mecanismo comercial, desde a expansão marítima europeia. Depois de uma viagem a União Soviética, em 1938 ele publica: URSS: um novo mundo, desde então se torna militante de esquerda, assumindo a presidência da Aliança Nacional Libertadora em São Paulo, motivo este de sua prisão e exilo (1935-1939). Ao voltar para o Brasil publicou mais duas obras de grande repercussão nacional: Formação do Brasil Contemporâneo (1942) e Historia econômica do Brasil (1945).

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[Sociologia II] SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA Inspirando-se na tese de Ribeiro Couto, que identificava o brasileiro como “homem cordial”, Sérgio teve um pesquisa de primeira mão, com intuito de negligenciar a interpretação dos fatos. Foi nessa documentação que ele se baseou para editar em 1936 uma de suas principais obras; Raízes do Brasil, a qual o tornou autoridade internacionalmente reconhecida sobre assuntos do Brasil colônia. Foi um dos pioneiros a utilizar na análise histórica brasileira o método tipológico de Marx Weber. Sua obra Visão do paraíso (1959) ele consegue pela primeira vez intervir na visão estereotipada que os europeus tinham do Brasil.

FLORESTAN FERNANDES Florestan Fernandes estudou na USP onde teve grande influencia de Roger Bastide, o qual desenvolveu com parceria de Florestan um estudo sobre negros e a questão racial no Brasil, que originou umas de suas mais prestigiadas obras: A integração do negro na sociedade de classes. Florestan pregava a “sociologia militante”, que visava unir a teoria com a prática, logo teve uma grande influencia de Marx. Essa busca em conciliar a teoria e a ação prática foi uma grande marca em sua vida. Entendia ele que a sociedade devia ser estudada por fundamentos de sua organização e suas ocorrências históricas, os dilemas assim por ressaltado. Esse era motivo de sua concepção de analise, que por muitos foi definida como “históricocultural”. Na visão florestaniana a sociedade brasileira, por ter uma formação histórica peculiar exigisse uma abordagem com traços nítidos e definidos no estudo das relações sociais. Desenvolveu diversas obras dentre elas podemos destacar: A integração do negro na sociedade de classes; A revolução burguesa no Brasil; Fundamentos empíricos da explicação sociológica; e A sociologia numa era de revolução social.

CELSO FURTADO Um dos grandes nomes do pensamento econômico, não só do Brasil, mas como em toda a América Latina, sem duvida foi Celso Furtado. Desenvolveu diversos trabalhos na área econômica, principalmente em parceria com a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), criando assim a escola “cepaliana”. E considerado o pai da economia política brasileira. Antes de Furtado, o pensamento econômico brasileiro era formado por esquemas interpretativos, como o estabelecimento dos preços e a lei da oferta e procura, as quais defendiam o interesse das classes dominantes. Porem Furtado vem desmistificar toda essa ideologia, propondo uma interpretação histórica da realidade econômica. Defendia que o subdesenvolvimento não correspondia a uma etapa histórica, mais sim de formação econômica influenciada com o capitalismo internacional. Analisava situações de países onde havia um notável desenvolvimento industrial e o estágio agrário não tina sido superado, como o caso da maioria dos países latino-americano. Durante o governo de Goulart, Celso Furtado exerceu celebre trabalho como diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento (atual BNDES) e da SUDENE, este no governo JK. Nessa época Furtado era visto como o principal defensor dos interesses do Brasil perante ao capitalismo internacional. Suas principais obras são: Desenvolvimento e subdesenvolvimento, livro que se amplia em volume posterior, Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico; Um projeto para o Brasil; A pré-revolução brasileira; O Mito do Desenvolvimento Econômico, que ele levanta duas questões a primeira delas diz respeito aos impactos do processo econômico no meio físico, na natureza – um tema completamente alheio ao núcleo do pensamento tradicional na economia- e a segunda se refere à constatação do caráter de mito moderno do desenvolvimento econômico. Porem seu clássico e Formação Econômica do Brasil, obra esta que faz um estudo amplo e inédito da realidade histórica econômica do Brasil, do tempo da colonização portuguesa aos dias atuais, e claros em relação à época em que ela foi escrita.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade (http://bibliobase.sermais.pt:8008/BiblioNET/upload/PDF3/01935_identidade_genero_revisado.pdf). p. 7 e 8. Consultado em 02 de janeiro de 2018. SCAVONE, Lucila. Estudos de gênero: uma sociologia feminista? (http://www.scielo.br/pdf/ref/v16n1/a18v16n1.pdf). p. 180. Consultado em 22 de outubro de 2013 RODRIGUES, Carla. Performance, gênero, linguagem e alteridade: J. Butler leitora de J. Derrida (http://www.scielo.br/pdf/sess/n10/a07n10.pdf). p. 150-151. Consultado em 22 de outubro de 2013 COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 5ª Ed- São Paulo: Moderna, 2016. FERREIRA, Nelson. Manual de sociologia: dos clássicos à sociedade da informação. 2ª Ed- São Paulo: Atlas, 2003. PASTORE, José; do VALLE SILVA, Nelson. Mobilidade social no Brasil. 1ª Ed- São Paulo: Makron Books, 2000. TOMAZI, Nelson Dacio (coord.). Iniciação à sociologia. 2ª Ed- São Paulo: Atual, 2010. VITA, Álvaro de. Sociologia da sociedade brasileira. 5ª Ed- São Paulo: Ática 1996.

*Material

didático elaborado pelo professor Andrei Vieira Cerentine, Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Dá aula desde 2006 em colégios e cursinhos preparatórios para vestibulares e ENEM.

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EXERCÍCIOS: ENEM + vestibulares UNIDADE 1 - SOCIOLOGIA mudança no plano das ideias e das mentalidades: o iluminismo.

1. (Enem 2018) O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932.

FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a a) modernização da educação escolar. b) atualização da disciplina moral cristã. c) divulgação de costumes aristocráticos. d) socialização do conhecimento científico. e) universalização do princípio da igualdade civil.

Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br.Acesso em: 14 maio 2018.

Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da medida mencionada no texto foi a a) superação da cultura patriarcal. b) influência de igrejas protestantes. c) pressão do governo revolucionário. d) fragilidade das oligarquias regionais. e) campanha de extensão da cidadania.

4. (Enem PPL 2017) O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra nación significava simplesmente “o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um centro supremo de governo comum”. HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 (adaptado).

2. (Enem 2017) Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou a) na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade nacional anulava as diferenças sociais. b) na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente dentro de uma identidade comum. c) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional. d) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram a compor a nacionalidade. e) em um intenso processo cultural marcado pelo protagonismo das populações autóctones.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www.planalto.gov. br. Acesso em: 27 abr. 2017.

A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse preceito normativo tem em vista a vinculação histórica fundamental entre a) etnia e miscigenação racial. b) sociedade e igualdade jurídica. c) espaço e sobrevivência cultural. d) progresso e educação ambiental. e) bem-estar e modernização econômica. 3. (Enem 2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma

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[Sociologia II] 5. (Enem PPL 2017) TEXTO I A Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a disciplinar o exercício do nepotismo cruzado, isto é, a troca de parentes entre agentes para que tais parentes sejam contratados diretamente, sem concurso. Exemplificando: o desembargador A nomeia como assessor o filho do desembargador B que, em contrapartida, nomeia o filho deste como seu assessor. COSTA, W. S. Do nepotismo cruzado: características e pressupostos. Jusnavigandi, n. 950, 8 fev. 2006.

MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as práticas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas.

TEXTO II No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.

8. (Enem 2018) Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência. COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).

A administração pública no Brasil possui raízes históricas marcadas pela a) valorização do mérito individual. b) punição dos desvios de conduta. c) distinção entre o público e o privado. d) prevalência das vontades particulares. e) obediência a um ordenamento impessoal. 6. (Enem 2018) A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo ter efetivo deve extrair seu prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela. DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.

Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o autor associa o acirramento da pobreza à a) afirmação das origens ancestrais. b) fragilização das redes de sociabilidade. c) padronização das políticas educacionais. d) fragmentação das propriedades agrícolas. e) globalização das tecnologias de comunicação.

9. (Enem PPL 2018) A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) partiu, em grande medida, de uma perspectiva crítica aos resultados obtidos pela criação dos Juizados Especiais Criminais direcionada à banalização do conflito de gênero, observada na prática corriqueira da aplicação de medidas alternativas correspondentes ao pagamento de cestas básicas pelos acusados. VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 11 dez. 2012 (adaptado).

Uma manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a) a) valorização dos conhecimentos acumulados. b) exposição nos meios de comunicação. c) aprofundamento da vivência espiritual. d) fortalecimento das relações interpessoais. e) reconhecimento na esfera artística.

No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da mulher ao proporcionar sua a) atuação como provedora do lar. b) inserção no mercado de trabalho. c) presença em instituições policiais. d) proteção contra ações de violência. e) participação enquanto gestora pública.

7. (Enem PPL 2018) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências éticas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele.

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[Sociologia II] 10. (Enem PPL 2018) Num país que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho doméstico é ainda considerado um subemprego. E os indivíduos que atuam nessa área são, muitas vezes, vistos pelos patrões como um mal necessário: é preciso ter em casa alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma inegável desvalorização das atividades domésticas em relação a outros tipos de trabalho. RANGEL, C. Domésticas: nascer, deixar, permanecer ou simplesmente estar. In: SOUZA, E. (Org.). Negritude, cinema e educação. Belo Horizonte: Mazza, 2011 (adaptado).

e, de modo particular, os negros. MUNANGA, K.; GOMES, N. L. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global; Ação Educativa, 2004 (adaptado). O conjunto de ações adotado pelo Estado brasileiro, a partir da última década do século XX, para enfrentar os problemas sociais descritos no texto resultaram na a) ampliação de planos viários de urbanização. b) democratização da instrução escolar pública. c) manutenção da rede hospitalar universitária. d) preservação de espaços de entretenimento locais. e) descentralização do sistema nacional de habitação.

Objeto de legislação recente, o enfrentamento do problema mencionado resultou na a) criação de novos ofícios. b) ampliação de direitos sociais. c) redução da desigualdade de gênero. d) fragilização da representação sindical. e) erradicação da atividade informal.

13. (Enem PPL 2018) Queremos saber o que vão fazer Com as novas invenções Queremos notícia mais séria Sobre a descoberta da antimatéria E suas implicações Na emancipação do homem Das grandes populações Homens pobres das cidades Das estepes, dos sertões GILBERTO GIL. Queremos saber. O viramundo. São Paulo: Universal Music, 1976 (fragmento).

11. (Enem 2018) Um dos teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera elemento essencial da democracia real (não da democracia ideal, que não existe em lugar algum) o método da seleção dos líderes, ou seja, a eleição. Exemplar, neste sentido, é a afirmação de um juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos, por ocasião de uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições americanas, onde cada um de nós é um sacerdote, ao qual é confiada a guarda da arca da aliança e cada um oficia do seu próprio altar”. BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).

A letra da canção relaciona dois aspectos da contemporaneidade com reflexos na sociedade brasileira: a) A elevação da escolaridade e o aumento do desemprego. b) O investimento em pesquisa e a ascensão do autoritarismo. c) O crescimento demográfico e a redução da produção de alimentos. d) O avanço da tecnologia e a permanência das desigualdades sociais. e) A acumulação de conhecimento e o isolamento das comunidades tradicionais.

As metáforas utilizadas no texto referem-se a uma concepção de democracia fundamentada no(a) a) justificação teísta do direito. b) rigidez da hierarquia de classe. c) ênfase formalista na administração. d) protagonismo do Executivo no poder. e) centralidade do indivíduo na sociedade.

12. (Enem PPL 2018) Os níveis de desigualdade construídos historicamente não se referem apenas a uma questão de mérito individual, mas à falta de condições iguais de oportunidades de acesso a educação, trabalho, saúde, moradia e lazer. As pesquisas mostram que há um grande abismo racial no Brasil, e as estatísticas, ao apontarem as condições de vida, emprego e escolaridade entre negros e brancos, comprovam que essa desigualdade é fruto da estrutura racista, somada à exclusão social e à desigualdade socioeconômica, que atinge toda a população brasileira

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[Sociologia II] 14. (Enem (Libras) 2017) Esse sistema tecnológico, em que estamos totalmente imersos na aurora do século XXI, surgiu nos anos 1970. Assim, o microprocessador, o principal dispositivo de difusão da microeletrônica, foi inventado em 1971 e começou a ser difundido em meados dos anos 1970. O microcomputador foi inventado em 1975, e o primeiro produto comercial de sucesso, o Apple II, foi introduzido em abril de 1977, por volta da mesma época em que a Microsoft começava a produzir sistemas operacionais para microcomputadores. CASTELLS, M. A sociedade em rede: a era da informação. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).

c) conservação dos direitos naturais. d) superação das tradições culturais. e) questionamento dos valores cristãos.

17. (Enem (Libras) 2017) Você sabe que lá fora você pode abrir seu laptop na praça, pode deixar a porta aberta, a bicicleta sem cadeado. Mas lá fora, não esqueça, é você quem limpa a sua privada. Você já relacionou as duas coisas? Nos países em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta. Nos países em que uma parte da população vive para lavar a privada de outra parte da população, a parte que tem sua privada lavada por outrem não pode abrir o laptop no metrô. DUCLOS, D. apud DUVIVIER, G. A privada e a bicicleta. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015 (adaptado).

A mudança técnica descrita permitiu o surgimento de uma nova forma de organização do espaço produtivo global, marcada pelo(a) a) primazia do setor secundário. b) contração da demanda energética. c) conectividade dos agentes econômicos. d) enfraquecimento dos centros de gestão. e) regulamentação das relações de trabalho.

O texto, apresentado como uma carta às elites brasileiras, sucedeu a notícia sobre um assassinato por causa de uma bicicleta. Nele contrapõem-se dois padrões de sociabilidade, diferenciados pelo(a) a) desenvolvimento tecnológico. b) índice de impunidade. c) laicização do Estado. d) desigualdade social. e) valor dos impostos.

15. (Enem 2017) O comércio soube extrair um bom proveito da interatividade própria do meio tecnológico. A possibilidade de se obter um alto desenho do perfil de interesses do usuário, que deverá levar às últimas consequências o princípio da oferta como isca para o desejo consumista, foi o principal deles. SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003 (adaptado).

18. (Enem PPL 2017) Enquanto persistirem as grandes diferenças sociais e os níveis de exclusão que conhecemos hoje no Brasil, as políticas sociais compensatórias serão indispensáveis. SACHS, I. Inclusão social pelo trabalho decente. Revista de Estudos Avançados, n. 51, ago. 2004.

Do ponto de vista comercial, o avanço das novas tecnologias indicado no texto está associado à a) atuação dos consumidores como fiscalizadores da produção. b) exigência de consumidores conscientes de seus direitos. c) relação direta entre fabricantes e consumidores. d) individualização das mensagens publicitárias. e) manutenção das preferências de consumo.

As ações referidas são legitimadas por uma concepção de política pública a) focada no vínculo clientelista. b) pautada na liberdade de iniciativa. c) baseada em relações de parentesco. d) orientada por organizações religiosas. e) centrada na regulação de oportunidades.

16. (Enem PPL 2017) O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse imperativo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado pelas incontáveis pressões de histórias de família, educação, moral, religião, dos meios de comunicação e da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um instinto, e sim uma instituição. BERGER, P. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado). O casamento, conforme é tratado no texto, possui como característica o(a) a) consolidação da igualdade sexual. b) ordenamento das relações sociais.

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[Sociologia II] 19. (Enem 2017) Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais. GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

21. (Enem PPL 2017) No Brasil, assim como em vários outros países, os modernos movimento LGBT representam um desafio às formas de condenação e perseguição social contra desejos e comportamentos sexuais anticonvencionais associados à vergonha, imoralidade, pecado, degeneração, doença. Falar do movimento LGBT implica, portanto, chamar a atenção para a sexualidade como fonte de estigmas, intolerância, opressão. In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. M. Cidadania, um projeto em construção. São Paulo: Claro Enigma, 2012 (adaptado).

Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente, a) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo. b) universalização de direitos e respeito à diversidade. c) segregação do território e estímulo ao autogoverno. d) políticas de compensação e homogeneização do idioma. e) padronização da cultura e repressão aos particularismos.

O movimento social abordado justifica-se pela defesa do direito de a) organização sindical. b) participação partidária. c) manifestação religiosa. d) formação profissional. e) afirmação identitária.

20. (Unisc 2017) "O grupo do 'eu' faz, então, de sua visão a única possível, ou mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do 'outro' fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível". ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 9.

22. (Enem (Libras) 2017) Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.

A citação explicita o fenômeno social denominado etnocentrismo. Assinale entre as alternativas abaixo aquela que explica o conceito. a) O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmonia com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura diversa ou são reconhecidos como “diferentes” por não seguirem os padrões de comportamento socialmente aceitos na sociedade em que vivemos. b) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo é tomado como centro de referência e todos os outros são pensados e avaliados através de nossos valores, nossos modelos e nossas definições do que é a existência. c) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e ideologias) em que buscamos não julgar e não avaliar as diferenças e sim compreender as especificidades culturais de cada grupo ou cultura. d) O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas sociedades capitalistas a partir da teoria marxista. e) O etnocentrismo é uma teoria que explica por que não devemos interferir nas outras culturas.

Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações culturais para a a) construção da identidade nacional. b) elaboração do sentimento religioso. c) dicotomia do conhecimento prático. d) reprodução do trabalho coletivo. e) reprodução do saber tradicional.

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[Sociologia II] 23. (Enem PPL 2017) O racismo institucional é a negação coletiva de uma organização em prestar serviços adequados para pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica. Pode estar associado a formas de preconceito inconsciente, desconsideração e reforço de estereótipos que colocam algumas pessoas em situações de desvantagem. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

BUENO, C. Ocupe Estelita: movimento social e cultural defende marco histórico de Recife. Ciência e Cultura, n. 4, 2014. A forma de atuação do movimento social relatado evidencia a sua busca pela a) revitalização econômica do lugar. b) ampliação do poder de consumo. c) preservação do patrimônio material. d) intensificação da geração de empregos. e) criação de espaços de autossegregação.

O argumento apresentado no texto permite o questionamento de pressupostos de universalidade e justifica a institucionalização de políticas antirracismo. No Brasil, um exemplo desse tipo de política é a a) reforma do Código Penal. b) elevação da renda mínima. c) adoção de ações afirmativas. d) revisão da legislação eleitoral. e) censura aos meios de comunicação.

26. (Enem (Libras) 2017) A Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, representou uma ousada e necessária proposta de mudança cultural e jurídica a ser implantada no ordenamento jurídico brasileiro, a exemplo do que ocorreu em outros países, objetivando a erradicação da contumaz violência praticada principalmente por homens contra mulheres com quem mantêm vínculos de natureza doméstica, familiar e afetiva. SOUZA, S. R. Lei Maria da Penha comentada. Curitiba: Juruá, 2013 (adaptado).

24. (Enem (Libras) 2017) A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala. O que a monocultura latifundiária e escravocrata realizou no sentido de aristocratização, extremando a sociedade brasileira em senhores e escravos, com uma rala e insignificante lambujem de gente livre sanduichada entre os extremos antagônicos, foi em grande parte contrariado pelos efeitos sociais da miscigenação. FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 1999.

A vigência dessa norma legal, de amplo conhecimento da sociedade, revela a preocupação social com a a) partilha dos bens comuns. b) ruptura dos laços familiares. c) dignidade da pessoa humana. d) integridade dos filhos menores. e) conservação da moralidade pública.

27. (Enem PPL 2017) A política de pacificação não resolve todos os problemas da favela carioca, ela é apenas um primeiro e indispensável passo para que seus moradores sejam tratados como cidadãos. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) recuperaram um território que estava ocupado por bandidos com armas de guerra, substituíram a opressão de criminosos pela justiça formal do Estado. [Mas] se a UPP não for seguida por escola, hospital, saneamento, defensoria pública, emprego, daqui a pouco a polícia de ocupação terá que ir embora das favelas por inútil. Ou será obrigada a exercer a mesma opressão que o tráfico exercia para se proteger. CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro. O Globo, 28 jul. 2012.

A temática discutida é muito presente na obra de Gilberto Freyre, e a explicação para essa recorrência está no empenho do autor em a) defender os aspectos positivos da mistura racial. b) buscar as causas históricas do atraso social. c) destacar a violência étnica da exploração colonial. d) valorizar a dinâmica inata da democracia política. e) descrever as debilidades fundamentais da colonização portuguesa.

25. (Enem (Libras) 2017) Uma área de cerca de 101,7 mil metros quadrados, com um pátio ferroviário e uma série de armazéns de açúcar abandonados pelo poder público. Quem olha de fora vê apenas isso, mas quem conhece a história do Cais José Estelita sabe que o local faz parte da história de Recife, sendo um dos cartõespostais e um dos poucos espaços públicos que restam na capital pernambucana. E é por isso que um grupo está lutando para evitar que as construções sejam demolidas por um consórcio de grandes construtoras para construção de prédios comerciais e residenciais.

Para o autor, a consolidação da cidadania nas comunidades carentes está condicionada à a) efetivação de direitos sociais. b) continuidade da ação ofensiva. c) superação dos conflitos de classe. d) interferência de entidades religiosas. e) integração das forças de segurança.

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[Sociologia II] 28. (Enem (Libras) 2017) A cidade não é apenas reprodução da força de trabalho. Ela é um produto ou, em outras palavras, também um grande negócio, especialmente para os capitais que embolsam, com sua produção e exploração, lucros, juros e rendas. Há uma disputa básica, como um pano de fundo, entre aqueles que querem dela melhores condições de vida e aqueles que visam apenas extrair ganhos. MARICATO, E. É a questão urbana, estúpido! In: MARICATO, E. et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil.São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013.

polos opostos. O clero não concordava com as ações do Estado e manifestava-se em favor dos explorados e Marx entendeu que a Igreja servia para emancipar as pessoas. 30. (Enem 2016) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova. DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto problematiza o seguinte aspecto referente ao ordenamento das cidades: a) A instituição do planejamento participativo. b) A valorização dos interesses coletivos. c) O fortalecimento da esfera estatal. d) A expansão dos serviços públicos. e) O domínio da perspectiva mercadológica.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na a) vinculação com a filosofia como saber unificado. b) reunião de percepções intuitivas para demonstração. c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.

29. (Unioeste 2017) As religiões são manifestações sociais que atuam na organização social. Suas origens remetem às primeiras comunidades humanas, nas quais, por meio de rituais e expressões, os homens daquela época procuravam manifestar o culto a uma ou mais divindades, portanto, o fenômeno religioso ajuda no entendimento das sociedades humanas. Levando-se em consideração as visões de Karl Marx, Max Weber e Emile Durkheim sobre religião, é INCORRETO afirma que a) Durkheim, ao analisar os fenômenos religiosos, percebeu que uma religião é um sistema solidário de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, interditas, crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a ela aderem. b) Para Durkheim, a grande característica da religião é o seu poder de unir um determinado grupo social em função de um sistema de crenças comuns. Dessa forma, para ele, a religião não deixa de ser uma manifestação da própria organização social, pois ela reflete no convívio das pessoas as crenças que elas possuem. c) Max Weber, ao estudar o espírito do capitalismo, percebeu que parte do comportamento social típico que ajudou no desenvolvimento daquele sistema tinha suas origens nas práticas puritanas dos burgueses protestantes. d) Para Max Weber, os burgueses protestantes acreditavam que o trabalho duro, a economia do dinheiro e uma conduta severa diante da sociedade eram importantes formas de servir a Deus. Essa ética protestante possibilitou o desenvolvimento do espírito do capitalismo ou seus valores básicos. e) Karl Marx, ao escrever sobre o fenômeno da religião, percebe que o Estado e a Igreja colocavam-se em

GABARITO 1.E 8.B 15.D 22.A 29.E

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2.C 9.D 16.B 23.C 30.D

3.E 10.B 17.D 24.A

4.C 11.E 18.E 25.C

5.D 12.B 19.B 26.C

6.B 13.D 20.B 27.A

7.C 14.C 21.E 28.E


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