Jornal do Pulmão 2014

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Criada em 2010, a Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão nasceu fruto da vontade de uma série de profissionais da saúde e de alguns doentes com cancro do pulmão. Os doentes tinham a necessidade de ter uma voz socialmente ativa e a associação veio corresponder a essa carência, num universo marcado pelo prognóstico sombrio e que deixa pouco espaço para a esperança. O Prof. Doutor António Araújo é o presidente da Pulmonale e explica que para além de ajudar os doentes que já convivem com a doença, a associação procura que o número não cresça. Entre os objetivos está o auxílio aos doentes com cancro de pulmão. Essa ajuda chega sob a forma de informação sobre a doença, apoio psicológico, de nutrição e, se possível, de reabilitação funcional. Ajudar os familiares de doentes com cancro do pulmão com apoio psicológico e orientação para alguns apoios sociais é outra vertente do trabalho desta organização que tem como grande objetivo trabalhar para que os números não sejam mais negros do que os que já se conhecem: «Pretendemos lutar contra a doença e o principal provocador da doença, o tabaco. É um grande foco da nossa associação, divulgar a relação direta que existe entre o consumo de tabaco e o aparecimento do cancro do pulmão», explica António Araújo, que acrescenta que procuram «sensibilizar os jovens para não iniciar o consumo de tabaco e facilitar, a quem já iniciou esse consumo, a cessação». Noutra vertente, a Pulmonale procura também tornar acessível as consultas de psicologia para cessação tabágica, mas igualmente facultar a acessibilidade a consultas médicas que ajudem a deixar de fumar. Entre as suas várias missões, a Pulmonale tenta ainda sensibilizar a tutela para que os medicamentos que ajudam a deixar de fumar sejam comparticipados de forma a tornarem-se mais baratos e assim fazer com que seja possível que mais indivíduos deixem de fumar. Apesar das dificuldades económicas que se fazem sentir, António Araújo frisa que a associação não baixa os braços e, por isso, luta constantemente por mais apoios para patrocinar investigação na área do Cancro do Pulmão. CANCRO DO PULMÃO: UMA DOENÇA COM UM LADO HUMANO O Cancro do Pulmão é uma doença com um grande estigma social associado. Muitas vezes são os próprios doentes que sentem vergonha de terem contribuído decisivamente para o aparecimento do cancro, na maior parte das vezes pelo consumo de tabaco. Também por isso a Pulmonale procura esclarecer a sociedade e acompanhar os doentes, fazendo a divulgação da doença, sintomas, e procurando chegar aos mais jovens e sensibilizá-los para deixar de fumar, diminuir o número de doentes e consequentemente o número de mortos. António Araújo, o presidente da Pulmonale, define este trabalho de parceria com os doentes como o centro da atividade da Pulmonale. «As associações de doentes têm de ter em conta o lado humano. Elas existem para o

António Araújo Presidente da PULMONALE

PULMONALE

Dedicação ao doente com Cancro do Pulmão doente, pelos doentes e devem existir com os doentes - as pessoas são o centro de toda a atenção da associação.» Quanto ao que o futuro reserva, António Araújo não esconde que esta é uma doença com «prognóstico sombrio», pelo que a aposta deve ser na prevenção:

«É uma doença que convém evitar porque depois de a termos o tratamento é complicado e o prognóstico é sempre reservado. É claro que há doentes que atingem grandes sobrevidas, e felizmente com o avanço das técnicas o prognóstico tem vindo a melhorar, mas não são ainda a maioria dos casos.»

«Abandone o cigarro!» No Dia Mundial do Não Fumador, é fundamental que as pessoas retenham que o principal causador de cancro do pulmão é o tabaco e que a única maneira de prevenir grandemente o cancro do pulmão é não fumar. Além disso, o Cancro do Pulmão não tem ainda um rastreio que possamos fazer a nível populacional, pelo que a melhor forma é prevenir, não fumando.

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Esteja atento aos

sintomas e evite o

Cancro do Pulmão

O Cancro do Pulmão é implacável e apresenta das taxas de mortalidade mais elevadas entre os tumores malignos. No entanto, os especialistas dizem que nem todos os casos têm de ter um desfecho fatal e aconselham a atuar quando os primeiros sinais se manifestam.

Encarnação Teixeira Assistente Hospitalar de Pneumologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte Acender o primeiro cigarro é muitas vezes o começo de um caminho que não raras vezes acaba no Cancro do Pulmão. A imagem é da Dr.ª Encarnação Teixeira, Assistente Hospitalar do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que alerta que o tabaco é o grande inimigo do pulmão. «Não haja dúvida de que o tabaco é a causa número 1, 2, 3 e 4 do Cancro do Pulmão. O tabaco está implicado em 80 a 85% dos casos deste tipo de cancro e isso está provado desde 1950. Além disso, as estatísticas não mentem e sabemos que cerca de 20% dos fumadores tem cancro do pulmão. É certo que há outros fatores», esclarece, «mas em muito menor escala».

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A médica reconhece que erradicar o tabaco tornaria esta doença muito mais marginal e para o comprovar lembra que as campanhas que têm levado à diminuição dos hábitos tabágicos têm produzidos resultados, com redução da mortalidade. CANCRO DO PULMÃO MATA 3500 PESSOAS POR ANO Em 2011 foram diagnosticados em Portugal mais de 4000 novos casos de Cancro do Pulmão dos quais 3514 faleceram. Os números são altos e a pneumologista explica porquê:


«O que acontece é que se trata de um tumor altamente agressivo em que as taxas de incidência e mortalidade são muito próximas, o que é terrível, ao contrário de outros tumores», afirma a médica, que ainda assim frisa que os números podem mudar se o diagnóstico for precoce. «Na realidade, muitos dos doentes são fumadores e têm queixas já relacionadas com esse hábito. Têm tosse e expetoração habitual, cansaço, dispneia, etc. Uma das situações mais frequentes é a alteração das queixas de DPOC, com os sintomas a agravarem-se, mas como as pessoas já tinham esses sintomas desvalorizam-nos.» Além disso, Encarnação Teixeira explica que o Cancro do Pulmão tem maior incidência entre os 60 e os 70 anos, pelo que o cansaço é considerado como algo normal, logo a sintomatologia não é valorizada. Noutros casos ainda, Encarnação Teixeira revela que o Cancro do Pulmão pode ser assintomático e a sua primeira manifestação surge sob a forma de metástase. «A fase em que apanhamos os tumores é muitas vezes avançada e a terapêutica curativa já não é possível.» Isso explica que a sobrevida aos 5 anos seja apenas de 15% e que o Cancro do Pulmão seja dos mais temidos, até porque é grande causa de morte por doença maligna na população mundial.

Números não satisfazem mas estão abaixo dos europeus Em termos de incidência de Cancro do Pulmão, Portugal apresenta os números mais baixos da União Europeia. A população portuguesa também fuma um pouco menos (23%) em relação à europeia (29%). Em termos de incidência e mortalidade somos o país com menos números de Cancro do Pulmão.

Uma das maneiras de melhorar o panorama atual no Cancro do Pulmão passa por aplicar o estado da arte. Com novas terapêuticas dirigidas a alvos moleculares é possível melhorar o prognóstico e a sobrevivência. «Tratam-se de grupos de doentes que têm alterações moleculares e a quem pode ser feita uma terapêutica dirigida. Nestes casos a eficácia é superior, a toxicidade é melhor do que na quimioterapia e por isso a possibilidade de viver mais e com mais qualidade de vida é real», explica Encarnação Teixeira.

A “CURA” ESTÁ NA PREVENÇÃO Com números tão negros e sabendo que a maioria dos doentes surge nos consultórios quando o cancro já está plenamente instalado, Encarnação Teixeira não hesita em apontar a prevenção como o melhor caminho para inverter este cenário. «Há que incidir sobre os hábitos tabágicos. Não só em pessoas que já fumam, mas evitar que comecem a fumar. É preciso dedicar atenção aos jovens», declara a pneumologista, acrescentando que o rastreio podia ser outro caminho mas que ainda está pouco implementado: «O rastreio pressupõe ser colocado em grupos de risco, mas é difícil neste momento pelos custos e o número elevado de falsos positivos elevados. Dos 55 aos 74 anos está provado que é imperativo que os doentes comecem a chegar cada vez mais cedo junto dos especialistas, pois só assim é possível instituir uma terapêutica curativa, que muitas vezes é a cirúrgica. «As pessoas têm de estar mais atentas aos sinais de alarme: tosse, expetoração, perda de peso, presença de sangue na expetoração, rouquidão, dor persistente no tórax. Estas queixas não devem ser banalizadas», avisa.

«Há que incidir sobre os hábitos tabágicos. Não só em pessoas que já fumam, mas evitar que comecem a fumar. É preciso dedicar atenção aos jovens»

Terapêutica molecular é o futuro

Conselhos do especialista: - Peça ajuda! Existem várias consultas que podem ajudá-lo a deixar de fumar. Mesmo que pense que não é capaz de deixar de fumar aconselhe-se e dê o primeiro passo. - Esteja atento a todos os sinais preocupantes e não encontre justificações: tosse, expetoração, perda de peso, presença de sangue na expetoração, rouquidão, dor persistente no tórax são queixas que não devem ser negligenciadas.

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Inovação

tem marcado

os últimos anos na área do Cancro do Pulmão

O tratamento do Cancro do Pulmão tem sofrido nos últimos anos grandes e valiosos avanços. O Dr. Fernando Barata, um dos maiores especialistas no tema, dá a conhecer as opções e diz que a evolução deixa margem para o pensamento positivo.

Fernando Barata Presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão Diretor do Serviço de Pneumologia do CHUC Atualmente são diagnosticados anualmente em Portugal cerca de 4000 novos casos de Cancro do Pulmão. Os homens continuam a ser os mais afetados, mas a percentagem de mulheres tem vindo a aumentar e os especialistas não têm dúvidas de que o Tabaco é o inimigo número um no combate a esta patologia.

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No entanto, quanto a doença está já instalada nada mais resta do que passar à fase de tratamento e essa é uma área em que a ciência muito tem evoluído nos anos mais recentes, com novas e mais eficazes soluções, que para além de melhores resultados possibilitam também aos doentes uma melhor qualidade de vida.


O PAPEL DA CIRURGIA O Dr. Fernando Barata é presidente do Grupo de Estudo do Cancro do Pulmão (GECP) e Diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e conhece bem esta realidade. Realça que muito tem sido feito nos tempos mais recentes e dá a conhecer os caminhos possíveis para os doentes a quem é diagnosticada a doença. «Os últimos anos têm sido caracterizados por avanços significativos nas várias áreas de tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e também nas novas terapêuticas biológicas», começa por enumerar este especialista, que explica que a lobectomia – extração cirúrgica do lóbulo do pulmão – e a pneumectomia – extração cirúrgica dum pulmão - são ainda as terapêuticas de eleição para o cancro do pulmão diagnosticados numa fase precoce, cirúrgica. Inovadora é a possibilidade de recurso a técnicas mais poupadoras em indivíduos que têm uma capacidade respiratória ou cardíaca limitada. Já nos casos em que o doente se apresenta numa fase loco-regional da doença, com envolvimento ganglionar a nível regional, o pneumologista esclarece que a terapêutica de eleição é claramente fazer quimioterapia e radioterapia conjuntamente. «Isto tem levado, com recurso às modernas técnicas de radioterapia, a combinações muito mais ajustadas e avanços significativos na

sobrevivência destes doentes», afirma o presidente do GECP, que admite que a maioria dos doentes chega de facto à fase de tratamento num estádio avançado da doença. «Cerca de 60 a 70% dos doentes chega até nós numa fase avançada da doença e em que a disseminação do tumor já se fez para outros órgãos. Nestes casos, a terapêutica é hoje muito orientada pela determinação de alguns marcadores biológicos e em que a recomendação passa por fazer uma terapêutica específica para esse marcador.»

«Os últimos anos têm sido caracterizados por avanços significativos nas várias áreas de tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e também nas novas terapêuticas biológicas»

A AJUDA DAS VACINAS Os progressos mais recentes no tratamento do Cancro do Pulmão prendem-se muito com as vacinas, a imunoterapia, uma terapêutica, explica Fernando Barata, «que se destina a estimular a imunidade do próprio doente, a capacidade dos seus linfócitos, para conjuntamente

com as terapêuticas anteriormente citadas, ser possível levar a bom porto o tratamento e ser possível alcançar uma resposta mais completa a nível dos tumores». Simultaneamente, o especialista do CHUC refere que existem consideráveis avanços a nível das terapêuticas paliativas. De facto, confirma, «hoje temos um conjunto de fármacos que podemos proporcionar ao doente e que podem dar-lhe mais tempo de vida e, fundamentalmente, mais qualidade de vida. Isso é importante e deve-se a fármacos novos incluídos na melhor terapêutica de suporte, mas também à custa de melhores técnicas de radioterapia quando ela é necessária», conclui. UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA Embora o Cancro do Pulmão “roube” anos de vida aos doentes, Fernando Barata realça que a abordagem a esta patologia tem hoje de ser marcada pela esperança, pois, sublinha, «com recurso às novas terapêuticas, podemos dar a estes doentes mais vida e melhor qualidade de vida». «Para aqueles a quem já foi diagnosticado Cancro do Pulmão existe hoje uma multiplicidade de técnicas e associações de terapêuticas que permitem tratar com qualidade de vida e possibilita aos doentes chegar muito mais longe do que há algumas décadas. O aumento da sobrevida fez-se à custa da descoberta de determinados marcadores para os quais hoje temos terapêuticas específicas.»

Quimioterapia: Uma aliada valiosa

Opções no tratamento do Cancro do Pulmão: - Cirurgia - Quimioterapia - Radioterapia - Terapêuticas biológicas - Vacinas (Imunoterapia)

HSJ Consultores, Lda. Edifício Miraflores Office Center R. de Sta. Teresa do Menino Jesus, 4, 11º - F2 Miraflores 1495-048 Algés Telefone: +351 218 251 051 Email: geral@hsj-consultores.pt novembro 2014 | tiragem: 6 000 exemplares

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A maioria dos doentes em tratamento para o Cancro do Pulmão é submetido a quimioterapia. Uns por exigência do tratamento, outros por falta de opção perante a ausência de marcadores biológicos que permitem uma terapêutica específica. Em qualquer dos casos, a quimioterapia tem também registados avanços importantes, nomeadamente nas combinações usadas na fase avançada. Classicamente, a quimioterapia deve ser feita com recurso a um conjunto de dois fármacos durante quatro ciclos iniciais e depois, se existir estabilidade ou resposta, deve-se manter esta terapêutica até o tumor responder.


Nos anos mais recentes as doenças respiratórias têm vindo a ganhar peso na saúde em Portugal. Verifica-se um aumento da prevalência de doenças respiratórias e por isso mesmo os especialistas reforçam que é necessário apostar na prevenção e no aconselhamento à população.

Trate de si e do seu Pulmão Renato Sotto Mayor Chefe de Serviço Pneumologia e Responsável Hospital de Dia Pneumologia Oncológica do Centro Hospitalar Lisboa Norte

NÚMEROS QUE PREOCUPAM As doenças respiratórias são a segunda causa de morte em Portugal. À sua frente neste ranking negro apenas estão as doenças cardiovasculares. Portugal tem muito trabalho pela frente e isso mesmo está evidente nos números que nos comparam com os parceiros europeus: ocupamos a terceira posição no ranking dos países da Europa com maior taxa de mortalidade respiratória.

Olhando pormenorizadamente para estes números, o Dr. Renato Sotto Mayor, Chefe de Serviço Pneumologia e Responsável pelo Hospital de Dia Pneumologia Oncológica do Centro Hospitalar Lisboa Norte, afirma que as doenças respiratórias crónicas afetam 40% da população portuguesa com doença: destes, 10% sofrem de asma, 20% de rinite e 14% de DPOC. O médico acrescenta que «as causas respiratórias são a quinta causa de internamento

hospitalar, mas a primeira de mortalidade hospitalar», esclarecendo que se morre mais de doenças respiratórias pelas suas comorbilidades pesadas. Olha com preocupação para o futuro e uma vez mais serve-se dos números para ilustrar a gravidade da situação: «Os dados mais recentes da previsão da mortalidade no Mundo indicam que a DPOC ocupará a terceira posição como causa de morte,

«Atualmente, o cancro do pulmão é a primeira causa de morte oncológica no homem e a segunda na mulher: 1 milhão e 600 mil doentes que todos os anos morrem. Em Portugal serão cerca de 3500 todos os anos a morrer de cancro do pulmão.»

a pneumonia está em 4ª e o cancro do pulmão será a quinta maior causa de morte a nível mundial.» Já sobre o cancro do pulmão, o pneumologista alerta para a gravidade dos números: «Atualmente, o cancro do pulmão é a primeira causa de morte oncológica no homem e a segunda na mulher: 1 milhão e 600 mil doentes que todos os anos morrem. Em Portugal serão cerca de 3500 todos os anos a morrer de cancro do pulmão.» Mais grave do que isto, reforça, «o cancro do pulmão tem uma incidência de mortalidade em 85% dos casos, daí a prevenção ser importante». Entre os fatores de risco, naturalmente, o tabaco surge destacado no topo da lista. «É o inimigo público número 1», assume Renato Sotto Mayor, que adianta que também poluentes aerógenos, os alergénios e agentes ocupacionais – como carvão, gasolina, pó de pedra, amianto – são responsáveis pela doença. Paralelamente, as más condições de higiene, a pobreza, o défice de infraestruturas e as acessibilidades são condições que podem levar ao agravamento da doença.

Os 10 Mandamentos para a Saúde do Pulmão 1. Não fume! Nunca, jamais, em tempo algum a pessoa deve fumar ou estar exposto ao fumo do tabaco. 2. Ensine às crianças os efeitos nocivos do tabaco! Muitas vezes é difícil parar depois de iniciar, por isso ensine as crianças a crescerem livres de tabaco. Ensine pelo exemplo e não fume. 3. Evite o tabagismo passivo! Não se pode proibir o tabaco em todo o lado, mas devemos evitar locais com exposição ao fumo. Deve lutar por um ambiente livre de tabaco. 4. Se fuma abandone esse hábito! Deixar de fumar é um seguro de vida. Ganha-se sempre qualquer coisa e a nível cardiovascular é quase imediato, com efeitos também na condição pulmonar e melhoria no prognóstico. O Dr. Renato Sotto Mayor afirma que vale sempre a pena deixar de fumar e que não existe um nível mínimo de tabagismo. A ajuda de um profissional pode ser uma solução caso sinta dificuldades. 5. Contribua para um ambiente livre de poluição! Evite realizar queimadas, evite o uso do automóvel em pequenas deslocações e faça parte de grupos de pressão na lute contra a poluição. 6. Evite poluição dentro dos edifícios! Aparelhos para extração de fumos dentro de casa são obrigatórios, além do bom arejamento. Evite também usar produtos veiculados por aerossóis. Certifique-se de que não está numa zona emissora de radão. 7. Tome atenção às condições em que trabalha! Nomeadamente em fábricas, cimenteiras ou se estiver rodeado de materiais agressores como tinta, gasolina, amianto, etc, pois são matérias que podem agredir o pulmão. Exija boas condições de ventilação no seu local de trabalho. 8. Cuidado com os hobbies! Se tem por passatempo atividades como a vindima, a jardinagem, a colombofilia, a pintura ou a bricolagem proteja-se de agentes agressores, utilizando uma máscara e evitando inspirar produtos nocivos para os pulmões. 9. Faça exercício físico regularmente! O exercício é fundamental para a promoção da saúde, ativando a circulação, a função respiratória e o sistema imunitário. O individuo que respire bem oxigena bem todo o organismo. 10. Cuide-se! Alimente-se regularmente e de forma equilibrada. Evite gorduras e excessos alimentares. Além disso, cumpra o calendário das vacinações e cuide da sua higiene. Esteja atento a sinais de falta de saúde pulmonar, prevenindo as doenças e o seu agravamento.

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Mediante este panorama, a Dr.ª Lourdes Barradas, diretora do Serviço de Pneumologia e responsável pela consulta de Cessação Tabágica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, não tem dúvidas de que «o tabaco é o maior inimigo dos pulmões». A médica explica que os doentes portadores de cancro do pulmão são mais dependentes da nicotina, o que implica um maior esforço, com um plano terapêutico mais agressivo, muitas vezes com necessidade de associações terapêuticas, e com uma duração de tratamento mais prolongado, entre 6 a 12 meses. O apoio deve ser feito por um equipa multidisciplinar que deve abordar a dependência física e psicológica, alertar para os riscos de continuar a fumar e mostrar os benefícios da cessação. A médica frisa que o apoio comportamental é fulcral neste processo, “pois a carga psicológica num doente com cancro do pulmão é muito elevada”. DEIXAR DE FUMAR… O PRIMEIRO PASSO É DO DOENTE

Lourdes Barradas Diretora do Serviço de Pneumologia e responsável pela consulta de Cessação Tabágica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra

Tabaco é o maior inimigo dos pulmões Em Portugal a mortalidade por doenças atribuíveis ao tabaco é de cerca de 10%. O tabaco é o responsável por 33% das mortes por doença respiratória, de acordo com os últimos dados fornecidos pelo Observatório Nacional de Doenças Respiratórias. O tabaco é o grande responsável pela maioria dos casos de cancro do pulmão: 80 a 85% dos casos são provocados pelo tabaco e sabe-se hoje que deixar de lado este vício aumenta de forma exponencial a esperança média de vida, mesmo nos casos em que esse abandono apenas acontece após ser diagnosticado o tumor. Os doentes que mantêm os hábitos tabágicos após o diagnóstico de cancro do pulmão em

estadio inicial aumentam quase para o dobro o risco de morte em relação aos não fumadores. Por seu turno, a cessação tabágica aumenta a qualidade de vida e a eficácia do tratamento, reduzindo o risco de complicações operatórias, recidiva e o aparecimento de segundos tumores. Em resumo, a cessação tabágica é uma das medidas mais efetivas para o sucesso da terapêutica nestes doentes.

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Se no caso dos doentes com cancro do pulmão o processo de cessação tabágica pode ser mais duro e obrigar a um esquema terapêutico mais agressivo, já nos restantes, que apenas fumam mas a quem não foi diagnosticado qualquer tumor, a palavra-chave é motivação. A associação da terapêutica farmacológica ao apoio psicológico são parte da fórmula de sucesso no processo de deixar de fumar, não menos importante é o papel do doente. «O fumador tem de estar motivado para deixar de fumar. Sem motivação não há sucesso. O fumador tem de ser o polo dinamizador do processo de cessação tabágica. Tomada a decisão de deixar de fumar, o fumador tem de manter-se firme nessa pretensão e a sua determinação é um dos factores mais importantes para o sucesso final.» A Dr.ª Lourdes Barradas explica o que fazer depois de tomada a decisão: «Devem solicitar apoio ao seu médico de família que pode ajudá-los e iniciar uma intervenção para deixar de fumar. Os casos mais complicados (grandes fumadores, várias tentativas sem sucesso) devem ser encaminhados para as consultas de cessação tabágica que existem nos mais variados locais do país, a nível dos centros de saúde e a nível hospitalar.» SUCESSO LIMITADO NOS RESULTADOS Talvez porque grande parte dos resultados está dependente da motivação dos fumadores, o número dos que deixam de fumar é modesto. A falta de empenho explica as baixas taxas de sucesso na cessação tabágica, mas há outros motivos, esclarece a Dr.ª Lourdes Barradas. «A falta de motivação do fumador é a principal justificação para este insucesso, mas por outro lado temos também a falta de comparticipação dos medicamentos que auxiliam no processo de cessação tabágica. O fumador que compra um maço de cigarros por dia no final do mês vai gastar mais do que se fizer a terapêutica para a cessação tabágica; no entanto a comparticipação da medicação seria um passo importante», conclui.


Prevenção e recuperação pós-tratamento Isabel Carepa Master Trainer Holmes Place Amoreiras

Ser fisicamente ativo pode ser um importante contributo para reduzir o risco de cancro, na medida em que influencia o controlo do peso. O excesso de peso conduz o organismo a produzir, e a fazer circular, mais estrogénios e insulina, hormonas estas que podem estimular o crescimento do cancro. Uma correta gestão do peso ajuda a melhorar os níveis hormonais e o modo como funciona o sistema imunológico, e poderá ter benefícios para as pessoas que se encontram a receber tratamentos ou em remissão. Mas como influenciar os pacientes e motivá-los para praticarem atividade física, se um dos principais efeitos é a fadiga? A incapacidade de realizar as tarefas do dia-a-dia, revela-se difícil, muitas vezes mesmo antes de um diagnóstico. Comecemos por analisar os benefícios, que são diversos e se fazem sentir a vários níveis - consumo de oxigénio, volume sanguíneo, débito cardíaco, fornecimento de sangue muscular, melhoria da circulação linfática e da taxa metabólica. Acresce ainda o aumento do tónus muscular, melhoria dos níveis de força e de energia, coordenação motora e equilíbrio, composição corporal, níveis de auto-estima, manutenção da vida social e estado emocional, independência e qualidade nas atividades do dia-a-dia, ajudando ainda a diminuir o risco de reincidência da doença e a aumentar a sobrevida. Durante a fase de tratamento - radioterapia, quimioterapia ou cirurgia - podem surgir efeitos secundários e duradouros, e também nesta fase o exercício é benéfico na medida em que atua sobre os vários sistemas, cardiovascular, músculo-esquelético, pulmonar e endócrino, e parece influenciar as defesas do organismo contra infecções, e contra o próprio cancro. Os benefícios do exercício no sistema cardiovascular, face a potenciais danos causados pelo tratamento, estão associados ao aumento do volume pulmonar, diminuição do trabalho de respiração e uma maior capacidade de troca gasosa. Quando os músculos respiratórios são treinados, o paciente sente alívio ao nível da chamada “respiração pesada” na medida em que o gasto energético destes músculos diminui, tornando-os mais resistentes. Além disso, uma taxa de troca respiratória mais eficiente pode proporcionar uma distribuição mais equilibrada de oxigénio para todos os sistemas. A fase de tratamento e pré-operatório torna-se relevante no sucesso da recuperação após uma cirurgia. Vários estudos revelam que os exercícios aeróbios associados a fisioterapia respiratória (flexibilidade, reforço muscular)

O segredo para manter a motivação é ter um plano de exercícios simples, desafiante mas atingível, definindo regularmente metas e diversificando o tipo de exercícios.

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demonstram ter influência na melhoria da capacidade pulmonar e, eventualmente, minimizam o risco de complicações pós-operatórias, assim como diminuem os níveis de dispneia e a sensação de fadiga, reduzindo as queixas de desconforto respiratório. O uso de técnicas de relaxamento é também bastante benéfico. A prática de exercício deve ter inicio após autorização do médico oncologista, e deve ser orientada por um plano de treino elaborado por um fisiologista do exercício. Esse plano deve considerar o tipo de cancro (cada cancro tem as suas características e necessidades) e o estádio em que o paciente se encontra (tratamento, pré/pós-operatório), bem como algumas recomendações técnicas: ter uma intensidade leve a moderada (60% da Frequência Cardíaca Máxima), ser individualizado; quanto ao tipo, frequência e duração do exercício, deve contemplar treino cardiovascular (30 minutos) e de força, 3x por semana. Deve ainda ser baseado na segurança, eficácia e bem-estar, aquando da sua realização. Em casos onde já havia rotina de actividade física antes do diagnóstico, esta deve ser consideranda e adaptada aos novos limites do praticante. No caso do Cancro do Pulmão torna-se evidente a necessidade dum trabalho que visa a mobilidade e flexibilidade da cintura escapular, do tórax, e reforço dos músculos respiratórios, permitindo uma maior expansão da caixa torácica, resultando num alívio da tensão acumulada por posturas defensivas que o próprio organismo apresenta, involuntariamente, como defesa da área afectada. Além de um plano de treino na sala de exercícios, é recomendável que os pacientes realizem aulas de grupo, como Pilates e Yoga, que visam os mesmos objetivos, conferindo em simultaneo um trabalho específico no controlo respiratório, do stress e da ansiedade. O segredo para manter a motivação é ter um plano de exercícios simples, desafiante mas atingível, definindo regularmente metas e diversificando o tipo de exercícios. Concluindo, o hábito de atividade física, pode manter e até aumentar os níveis de energia, diminuir a sensação de fadiga, contribuir para uma melhor rotina diária, otimizando períodos de sono e descanso, e aumentar os momentos de lazer. O repouso em excesso é responsável pela perda funcional, atrofiamento muscular, além de reduzir a amplitude dos movimentos do paciente na área afectada. A realização de exercícios propicia uma melhoria no apetite, na autoestima e na auto percepção, bem como influencia a rotina diária e a vida social.


Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença caracterizada por obstrução brônquica crónica e persistente, só parcialmente reversível, com consequente dificuldade do fluxo aéreo nas vias respiratórias. As consequências frequentes são uma resposta inflamatória nas vias aéreas periféricas, a bronquite crónica, ou a destruição das paredes alveolares, com alargamento anormal dos espaços aéreos e perda da elasticidade pulmonar, um enfisema. Os números são preocupantes e é neles que os especialistas centram a sua análise. O Dr. Henrique Queiroga, pneumologista do Hospital de São João e Professor da Faculdade de Medicina do Porto, revela a crueldade das estatísticas: «Estima-se que existam a nível mundial cerca de 210 milhões de doentes, 13 dos quais na Europa, com 64 milhões de casos sintomáticos. A DPOC é a quinta causa de morte, com três milhões em 2005, e será a terceira em 2030. Além disso», frisa o médico, «é uma das principais causas de absentismo ao trabalho e consequentemente perda de produtividade».

Henrique Queiroga Pneumologista do Hospital São João Professor da Faculdade de Medicina do Porto

DPOC rouba anos de vida Intimamente ligada ao consumo de tabaco, a DPOC é uma das doenças mais graves do pulmão. Esta doença, que numa fase inicial se desenvolve de forma silenciosa, é já uma das principais causas de morte a nível mundial e em 2030 ocupará a terceira posição nesse ranking negro.

TABACO: O FATOR DE RISCO MAJOR O tabaco é o principal inimigo da saúde do pulmão e também na DPOC o cigarro é o vilão. «É o principal fator de risco e o principal responsável pelo desenvolvimento da doença é sem dúvida o fumo do tabaco», confirma Henrique Queiroga, que ainda assim adianta que a poluição atmosférica, a exposição ocupacional (carvão, silica, cádmio, solventes, pintura, soldadura), as infeções respiratórias repetidas, a dieta pobre em vitaminas antioxidantes (A, C e E) e as alterações genéticas poderão também estar na génese desta patologia. DPOC: QUALIDADE DE VIDA COMPROMETIDA A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é também uma doença caracterizada pela evolução silenciosa. Os sintomas muitas vezes só aparecem quando a doença está instalada e por isso é normal que os especialistas frisem a necessidade de agir precocemente. «A doença desenvolve-se de forma insidiosa ao longo dos anos e apresenta como sintomatologia tosse, expetoração e falta de ar, o que limita em grande escala a qualidade de vida dos doentes». O médico confirma que estes doentes «têm grandes limitações nas atividades da vida diária, com falta de ar ao fazer esforços e infeções respiratórias repetidas, mas o grau de limitação depende da intensidade da doença e da resposta aos tratamentos». O diagnóstico da doença só é possível com a realização de espirometrias, com a medição dos volumes e dos débitos aéreos respiratórios, mas os médicos não hesitam em apontar a prevenção como o caminho a seguir. «A melhor prevenção é evitar a aquisição de hábitos tabágicos, ou uma vez adquiridos cessar o consumo de tabaco», começa por dizer. À parte do tabaco, o pneumologista aconselha também a «evitar a exposição ocupacional a partículas e fumos nocivos, com medidas pro-

tetoras nas atividades profissionais de risco, assim como evitar exposição à poluição atmosférica e tratar atempadamente as infeções respiratórias». A AJUDA DA TERAPÊUTICA Uma vez estabelecida a DPOC, a atitude terapêutica vai depender do grau de gravidade da doença. A classificação está relacionada com a presença e intensidade de sintomas, de infeções respiratórias e das alterações da função respiratória. «As terapêuticas habituais passam por cessação tabágica, broncodilatadores, antibióticos nas agudizações, vacinação antigripal e antipneumonia, exercícios de reabilitação

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respiratória, orientação nutricional e quando há insuficiência respiratória a oxigénioterapia. Em fases avançadas os doentes podem ter que efetuar ventilação não invasiva com aparelhos apropriados que ajudam a respirar», explica o Dr. Henrique Queiroga, que adianta que «é possível com medidas terapêuticas adequadas e colaboração disciplinada do doente diminuir e estabilizar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida». No entanto as lesões das vias aéreas responsáveis pela dificuldade respiratória são parcialmente irreversíveis, pois a doença quando instalada não tem cura definitiva, razão pela qual o diagnóstico numa fase precoce é fundamental, não só para redução dos sintomas, como também da mortalidade.


Chuva e frio são as características que melhor descrevem o inverno e, provavelmente, são também os maiores inimigos da saúde dos portugueses quando chega esta altura do ano. As simples constipações, caracterizadas por febre, espirros e dores de cabeça, são passageiras e relativamente inofensivas. Estes são também alguns dos sintomas da gripe mas nesses casos a febre é mais alta e associa-se a fortes dores musculares. GRIPE: POUCO GRAVE, MAS COM GRANDE RISCO DE COMPLICAÇÕES Os números anuais de internamentos por gripe são muito baixos. O problema são as complicações que decorrem da gripe, em especial as descompensações de doenças crónicas, realça o Dr. Agostinho Costa, pneumologista e membro da Direção da Pulmonale, que aconselha que se sigam as indicações e recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS) nesta matéria. «A vacinação da gripe está recomendada para todas as pessoas com uma idade igual ou superior a 65 anos e para todas as idades nas pessoas que apresentem doenças crónicas: cardiovasculares, respiratórias, renais, etc., e nas situações em que há redução das defesas como, por exemplo, nas doenças oncológicas» Centrando-se no campo das doenças respiratórias crónicas, muitas delas relacionadas com o tabaco, este especialista explica «que estes doentes estão em claro risco de complicações ao serem infetados com o vírus da gripe». Por outro lado, acrescenta, «os doentes com cancro do pulmão que estão a fazer quimioterapia têm as suas defesas diminuídas e, portanto, são outro grupo de risco para o qual está indicada esta vacina, mesmo durante os tratamentos». A vacina para a gripe tem algumas particularidades, entre elas o facto de ter de ser feita anualmente. O vírus sofre pequenas mutações de um ano para o outro e tem então de ser feita nova toma para se obter uma imunidade eficaz que evite a gripe e as suas complicações mais temidas. É uma vacina sazonal, facilmente acessível e que inclusivamente é

gratuita para as pessoas com mais de 65 anos. Muito eficaz e segura, depois de muitos anos de utilização, a vacina contra a gripe é uma ótima aliada quando chega o inverno. PNEUMONIA: PRINCIPAL CAUSA DE INTERNAMENTO E DE MORTE POR DOENÇA RESPIRATÓRIA Ao contrário da gripe, que causa poucos internamentos, a pneumonia traduz-se em Portugal, segundo o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias de 2013, na principal causa de internamento e de morte por doença respiratória. Aliás, estima-se que em 2020 a pneumonia seja a quarta causa de morte a nível mundial. É pois um problema com dimensão global e que em Portugal, no ano de 2012, foi responsável por cerca de 1/3 dos internamentos por doença respira-

«A vacinação da gripe está recomendada para todas as pessoas com uma idade igual ou superior a 65 anos e para todas as idades nas pessoas que apresentem doenças crónicas: cardiovasculares, respiratórias, renais, etc., e nas situações em que há redução das defesas como, por exemplo, nas doenças oncológicas»

tória, mais de 43 mil, e que culminaram em cerca de 6800 mortes. Embora, no início, se possam confundir, uma gripe e uma pneumonia são de facto muito diferentes. A pneumonia é uma situação claramente diferente da gripe pela sua gravidade, riscos e sintomas. «A pneumonia pode começar como qualquer infeção respiratória, incluindo a gripe, com febre, tosse seca, mal estar e dores musculares, mas depois evolui de forma diferente, com dores ao respirar, expetoração e sintomas mais ligados à parte pulmonar», explica Agostinho Costa. «As pneumonias têm muitas causas», começa por dizer o pneumologista, que acrescenta que na maior parte dos casos não é possível identificar o agente causal, mas nas situações em que se identifica o agente responsável pela infeção o mais frequente é o pneumococo. «A infeção por pneumococo cursa muitas vezes de forma benigna, mas nas situações em que existem fatores de risco associados, pode evoluir para formas mais graves e é daí que surgem a necessidade de internamento e os números de mortalidade conhecidos.» Os factores de risco para complicações da pneumonia são a idade (mais de 65 anos), e a existência de doenças crónicas e de situações clínicas em que há diminuição das defesas. A vacina anti-pneumocócica tem como objectivo principal a prevenção das formas complicadas de pneumonia. Está indicada nas pessoas com 65 ou mais anos de idade; acima dos 50 anos nos doentes com doenças crónicas tais como diabetes, doenças respiratórias, insuficiência cardíaca, etc. e, independentemente da idade, sempre que existam situações de diminuição das defesas nomeadamente relacionadas com doenças oncológicas e os seus tratamentos. Esta vacina não deve ser administrada durante os tratamentos de quimioterapia ou radioterapia. «Neste momento existem duas vacinas diferentes que devem associar-se. Sendo diferentes na sua composição, são complementares e devem ser feitas em associação com algum tempo de intervalo entre ambas. Uma delas, pode ser repetida 5 anos mais tarde», conclui o pneumologista.

Gripe vs Pneumonia: GRIPE: - Situação menos grave. - Infeção das vias aéreas, febre e dores musculares. - Duração variável, em média passageira, com resolução ao fim de uma semana. - As situações mais graves surgem nas pessoas portadoras de patologias crónicas. - A DGS recomenda a vacinação nos grupos de risco (idosos, portadores de doenças crónicas e situações de defesas diminuídas).

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PNEUMONIA: - Forma mais grave. - Febre, tosse e dores musculares, evoluindo depois para dores ao respirar, expetoração e sintomas ligados à parte pulmonar. - Mortalidade elevada: em 2012 foi a principal causa de internamento e de morte por doença respiratória. - Vacina recomendada para pessoas com mais de 65 anos, doentes acima dos 50 anos com diabetes, doenças respiratórias, problemas cardíacos e outras doenças crónicas, e em idades inferiores nos doentes com patologia oncológica.


Agostinho Costa Pneumologista e membro da Direção da Pulmonale

Doenças diferentes mas com uma solução em comum: a Vacinação O Inverno está aí e começam os espirros e as constipações. Para esses casos o repouso e as “mezinhas” caseiras podem ser a melhor solução, mas quando falamos de gripe e de pneumonia as complicações podem ser graves e a vacinação é fundamental.

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CONSULTAS DE CESSAÇÃO TABÁGICA EM CENTROS HOSPITALARES/HOSPITAIS REGIÃO NORTE Instituição

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CONSULTAS DE CESSAÇÃO TABÁGICA EM AGRUPAMENTOS DE CENTROS DE SAÚDE REGIÃO NORTE Instituição

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Carminda Nogueira Carvalho

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ACES Marão Douro Norte

UCSP Sabrosa

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Vladimiro Tavares

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ACES Marão Douro Norte

UCSP Alijó

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Francisco B. Rodrigues

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Arturo Soto

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8h - 11h

ACES Famalicão

UCSP Famalicão

Av.ª 25 de Abril, 4760-101 V. N. de Famalicão

252330230

Diana Moreira

14h - 17h

ACES Baixo Tâmega

UCSP Marco

R. Prof. José Magalhães deAguiar, 85, Fornos, 4630-409 Marco de Canaveses

255539670

Rui Maggioli

9h - 13h

ACES Maia/Valongo

UCSP Ermesinde

R. Dr Egas Moniz s/nº, 4445 - 401 Ermesinde

229698520

Cesarina Silva Adriano Pinto

14h - 18h

ACES Maia/Valongo

USF Lidador

R. Aristides Sousa Mendes,147, Gueifães, 4470-232 Gueifães -Maia

229438440

Alberta Magalhães

14 - 18h

ACES Maia/Valongo

USF Íris

R. Prof. Lafayete Rodrigues Vieira Castro, 4475-646 Avioso Maia

229867035

Eugénia Miranda Faria

2ª e 4ª

2ªf - z14h -16h 4ª f- 13h- 15h

ACESPorto Ocidental

USF Serpa Pinto

R. Serpa Pinto, 417, 4250 - 463 Porto

228347710

Mª Fátima Aguiar

ACESPorto Ocidental

USF Porto Douro

R. Serralves, 20, 4150 - 701 Porto

226167470

Mª Emília Peneda

ACESPorto Ocidental

USF Serpa Pinto

R. Serpa Pinto, 417, 4250 - 463 Porto

228347719

Ana Dulce Sousa Castanheira

ACESPorto Ocidental

USF S. João

R. Miguel Bombarda, 234, 4050 - 377 Porto

223395370

Mª João Senas Esteves

ACESPorto Ocidental

UCSP Lordelo

R. Serralves, 20, 4150-502 Porto

226106914

Justina Silva

ACESPorto Oriental

USF Faria Guimarães

Rua Faria Guimarães,915/931, 4200-292 Porto

225072310 225574817

Dagoberto Moura

14h-18h

ACESPorto Oriental

UCSP Barão NovaSintra

Rua Barão de NovaSintra,244, 4300-360 Porto

225898560

Teresa Torres

16h-18h

UCSP Barão do Corvo

R. de Barão do Corvo, 676, 4400-037 V.N. Gaia

223747010

Conceição Silva

16h30 – 18h

UCSP Crestuma

R. Central, 55, 4415-581 Crestuma

227651049

Mª do Céu Magalhães

10h30 - 13h

ACES Gaia ACES Espinho/Gaia

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