REVISTA GERADOR #1

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ESTATUTOS EDITORIAIS Depois não digam que não dissemos A Revis ta Gerador é uma revista trimestral que pretende promover a cultura portuguesa e os seus autores geradores. A Revis ta Gerador é uma publicação independente, rejeitando pressões económicas, políticas e até cunhas de amigos. A Revista Gerador estará dividida em secções fixas, periódicas e especiais, e terá distribuição nacional, mas também será distribuida em espaços selecionados, como lojas de museus, livrarias, etc. A Revis ta Gerador rejeita qualquer discriminação baseada no género, credo, cor de pele ou preferência sexual, e todas as obras publicadas serão defensoras dos valores da pluralidade e da diversidade cultural. A Revis ta Gerador não acredita que as publicações impressas estejam mortas e diz que a cultura de um país é a federação de todas as culturas pessoais que a compõem. A Revis ta Gerador diz que, mais do que os media, as redes e os grupos sociais são o futuro da comunicação das ideias, por isso terá sempre uma componente online e interativa muito forte. A Revis ta Gerador quer promover talentos nacionais, tenham que idade tiverem e vivam onde vivam, através do seu próprio talento, sem cunhas nem nada disso. A Revis ta Gerador diz que as vanguardas criam as tradições e as tradições inspiram as vanguardas. Os autores geradores terão total liberdade para criar as suas obras, desde que de acordo com estes estatutos. A Revis ta Gerador será realizada apenas com materiais reciclados e vai estimular o colecionismo, evitando o desperdício. A Revis ta Gerador diz que nada disto da cultura tem muita piada se nos levarmos muito a sério.

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ESTATUTOS EDITORIAIS Depois não digam que não dissemos A Revis ta Gerador é uma revista trimestral que pretende promover a cultura portuguesa e os seus autores geradores. A Revis ta Gerador é uma publicação independente, rejeitando pressões económicas, políticas e até cunhas de amigos. A Revista Gerador estará dividida em secções fixas, periódicas e especiais, e terá distribuição nacional, mas também será distribuida em espaços selecionados, como lojas de museus, livrarias, etc. A Revis ta Gerador rejeita qualquer discriminação baseada no género, credo, cor de pele ou preferência sexual, e todas as obras publicadas serão defensoras dos valores da pluralidade e da diversidade cultural. A Revis ta Gerador não acredita que as publicações impressas estejam mortas e diz que a cultura de um país é a federação de todas as culturas pessoais que a compõem. A Revis ta Gerador diz que, mais do que os media, as redes e os grupos sociais são o futuro da comunicação das ideias, por isso terá sempre uma componente online e interativa muito forte. A Revis ta Gerador quer promover talentos nacionais, tenham que idade tiverem e vivam onde vivam, através do seu próprio talento, sem cunhas nem nada disso. A Revis ta Gerador diz que as vanguardas criam as tradições e as tradições inspiram as vanguardas. Os autores geradores terão total liberdade para criar as suas obras, desde que de acordo com estes estatutos. A Revis ta Gerador será realizada apenas com materiais reciclados e vai estimular o colecionismo, evitando o desperdício. A Revis ta Gerador diz que nada disto da cultura tem muita piada se nos levarmos muito a sério.

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Sofia Morais nasceu em 1979, em Lisboa, onde estudou Design de Comunicação, nas Belas Artes. Seguem-se os cursos e percursos do desenho, ilustração e gravura. Tem colaborado em diversas publicações, e divide o seu trabalho entre o design e a ilustração.

Mas quem são estes gajos para dizerem isto? Uma nova revista, uma série de novas ideias, mas para quê? A cultura portuguesa já existe desde o D. Afonso Henriques, anda por aqui há mais de 800 anos e nunca ninguém se queixou de ela ser como é. Nada disto é original. Exactamente, nada na cultura é original, porque ela sempre existiu e sempre existirá. Mas e se fizéssemos a pergunta capital: o que é a cultura portuguesa, e para que serve? Já todos sabemos que Portugal é um território entre Espanha e o Oceano, com mais ou menos dez milhões de habitantes, dezoito distritos e duas regiões autónomas. Sabemos que somos um país desde 1143, com influências de vários povos e de várias culturas, e que a língua portuguesa faz anos dia 27 de Julho. Somos um povo que está sempre a dizer que já foi dono de metade do mundo, que inventou a palavra saudade, que olha para tudo o que é novo com desconfiança, mas que acaba sempre por aceitar e receber os outros com amor.

Mas digam lá, o que é isso da cultura portuguesa? O que é que temos de diferente dos outros, o que é que nos faz reconhecer um português numa fila de supermercado em Xangai, ou num museu em Filadélfia. O que haverá em nós que nos faz ser como somos. A resposta não é difícil, a nossa cultura faz-nos ser como somos. Nisso somos como outros povos, a nossa coincidência é que o nosso país é também a nossa nação. Diferenças à parte, um transmontano e um algarvio apresentam-se da mesma maneira: sou português. Mas não somos só filhos de um território, somos também herdeiros de uma maneira de viver, do ir à bola como o Sr. Joaquim que leva o neto ao estádio para comer farturas, ou da Dona Elvira que começa todas as frases com No meu tempo. Mas também da Joana que estudou jornalismo na Covilhã e é assistente de produção nas novelas da TVI, ou do Jaime que desenha sapatos, para todo o mundo, com o seu namorado Nuno. A cultura portuguesa tem muitas coisas que a fazem igual a tantas outras, mas ainda mais coisas que a fazem diferente. Nenhum português é capaz de não amar a sua gastronomia, propondo sempre o seu bacalhau à brás como forma de arte em qualquer jantar de amigos em Londres. Mas têm razão, não pode ser só isso. Não, não é só isso e é tantas e tantas coisas que três tipos, de mundos completamente diferentes decidiram criar um movimento que a celebre, a questione, a reformule, a promova e até a irrite: o Gerador. 5


Sofia Morais nasceu em 1979, em Lisboa, onde estudou Design de Comunicação, nas Belas Artes. Seguem-se os cursos e percursos do desenho, ilustração e gravura. Tem colaborado em diversas publicações, e divide o seu trabalho entre o design e a ilustração.

Mas quem são estes gajos para dizerem isto? Uma nova revista, uma série de novas ideias, mas para quê? A cultura portuguesa já existe desde o D. Afonso Henriques, anda por aqui há mais de 800 anos e nunca ninguém se queixou de ela ser como é. Nada disto é original. Exactamente, nada na cultura é original, porque ela sempre existiu e sempre existirá. Mas e se fizéssemos a pergunta capital: o que é a cultura portuguesa, e para que serve? Já todos sabemos que Portugal é um território entre Espanha e o Oceano, com mais ou menos dez milhões de habitantes, dezoito distritos e duas regiões autónomas. Sabemos que somos um país desde 1143, com influências de vários povos e de várias culturas, e que a língua portuguesa faz anos dia 27 de Julho. Somos um povo que está sempre a dizer que já foi dono de metade do mundo, que inventou a palavra saudade, que olha para tudo o que é novo com desconfiança, mas que acaba sempre por aceitar e receber os outros com amor.

Mas digam lá, o que é isso da cultura portuguesa? O que é que temos de diferente dos outros, o que é que nos faz reconhecer um português numa fila de supermercado em Xangai, ou num museu em Filadélfia. O que haverá em nós que nos faz ser como somos. A resposta não é difícil, a nossa cultura faz-nos ser como somos. Nisso somos como outros povos, a nossa coincidência é que o nosso país é também a nossa nação. Diferenças à parte, um transmontano e um algarvio apresentam-se da mesma maneira: sou português. Mas não somos só filhos de um território, somos também herdeiros de uma maneira de viver, do ir à bola como o Sr. Joaquim que leva o neto ao estádio para comer farturas, ou da Dona Elvira que começa todas as frases com No meu tempo. Mas também da Joana que estudou jornalismo na Covilhã e é assistente de produção nas novelas da TVI, ou do Jaime que desenha sapatos, para todo o mundo, com o seu namorado Nuno. A cultura portuguesa tem muitas coisas que a fazem igual a tantas outras, mas ainda mais coisas que a fazem diferente. Nenhum português é capaz de não amar a sua gastronomia, propondo sempre o seu bacalhau à brás como forma de arte em qualquer jantar de amigos em Londres. Mas têm razão, não pode ser só isso. Não, não é só isso e é tantas e tantas coisas que três tipos, de mundos completamente diferentes decidiram criar um movimento que a celebre, a questione, a reformule, a promova e até a irrite: o Gerador. 5


Criámos o Gerador como plataforma de acção e comunicação para a cultura portuguesa, porque queremos que a pergunta continue sempre viva, porque a cultura não é um dado adquirido para colocar em vitrines e arquivos. A cultura é sobretudo aquilo que vive dentro de quem visita museus, de quem assiste a espectáculos e

ÍNDICE DESTA REVISTA DE QUE GOSTAMOS TANTO

filmes, de quem lê livros, de quem vai à bola com os amigos, de quem cozinha pratos tradicionais, de quem desenha sapatos, de quem investiga células estaminais, de quem vê com a alma, porque em tudo isso os portugueses são grandes amantes. Lançamos assim o primeiro dos nossos projetos: A Revista Gerador, uma publicação diferente em cada edição, porque isso da coerência estética não nos interessa. Isso do pensamento único decidido por mentes iluminadas que nos mostram o caminho, até nos assusta. Queremos que pensadores diferentes e autores aparentemente inconciliáveis sejam apresentados e promovidos nestas páginas, e em todos os projetos que iremos fazer.

Este primeiro número é sobre declarações de amor. Pedimos a autores e pensadores que as escrevessem, desenhassem, fotografassem. Porque estar apaixonado é piroso mas desapaixonado ainda é mais, apresentamos aqui o resultado de muitas ideias, todas livres e pagas, para que os autores das mesmas continuem a existir. (Se, apenas, eu vos pudesse mostrar as dezenas de mails amorosos e desamorosos que trocámos ;-)

9. Mas o que é isso do Gerador? 14. O Nosso Painel 23. Monumento Gerador, ou o pastel de nata finalmente é reconhecido

Queremos muito que esta revista seja lida na esplanada da Brasileira do Chiado, nas mesas do Café Central de Castro Laboreiro, na loja do Museu de Serralves, num lar de Loulé e na Escola Secundária José Afonso em Loures. Queremos publicar todos e ser lidos por todos. Estamos a ser sonhadores? Ingénuos? Convencidos? Sim, isso tudo que a cultura portuguesa nos ensinou a ser. Esta é a equação. Podes te juntar a nós, mas não tenhas vergonha em discordar, que nós disso fazemos também muito. A cultura portuguesa precisa de amor. Diz que a nossa cultura é como o amor, devia ser para sempre. E TU, ACREDITAS NO AMOR?

AVISO Alguns dos textos estão de acordo com o acordo ortográfico, outros não. Alguns usam estrangeirismos, outros não. Achamos que isso revela também a cultura portuguesa e por isso não obrigamos ninguém a ser a favor ou contra. ;-)

PEDRO SAAVEDRA, artista e editor.

6

29. Afonso Cruz escreve o primeiro caso do nosso romance colectivo 32. Arquitectura, pelo colectivo Vírgula i

39. A Cultura das Empresas, porque elas também a têm

40. Arte Pública, por Lara Seixo Rodrigues 46. Carlos Liz, sobre a sociedade portuguesa 50. Tiago Pereira, Declaração de Amor à Música Portuguesa 53. Teatro, por Rita Jardim

56. Fotonovela de Sara Chéu 68. BD de Xico Santos

82. Pedro Antas, O Cientista Artista 85. Cinema português, por Manuela Costa

93. Comida portuguesa, por Hugo Brito 101. Desimigrantes, por Sónia Fernandes 104. Parceiros 108. Loja Gerador


Criámos o Gerador como plataforma de acção e comunicação para a cultura portuguesa, porque queremos que a pergunta continue sempre viva, porque a cultura não é um dado adquirido para colocar em vitrines e arquivos. A cultura é sobretudo aquilo que vive dentro de quem visita museus, de quem assiste a espectáculos e

ÍNDICE DESTA REVISTA DE QUE GOSTAMOS TANTO

filmes, de quem lê livros, de quem vai à bola com os amigos, de quem cozinha pratos tradicionais, de quem desenha sapatos, de quem investiga células estaminais, de quem vê com a alma, porque em tudo isso os portugueses são grandes amantes. Lançamos assim o primeiro dos nossos projetos: A Revista Gerador, uma publicação diferente em cada edição, porque isso da coerência estética não nos interessa. Isso do pensamento único decidido por mentes iluminadas que nos mostram o caminho, até nos assusta. Queremos que pensadores diferentes e autores aparentemente inconciliáveis sejam apresentados e promovidos nestas páginas, e em todos os projetos que iremos fazer.

Este primeiro número é sobre declarações de amor. Pedimos a autores e pensadores que as escrevessem, desenhassem, fotografassem. Porque estar apaixonado é piroso mas desapaixonado ainda é mais, apresentamos aqui o resultado de muitas ideias, todas livres e pagas, para que os autores das mesmas continuem a existir. (Se, apenas, eu vos pudesse mostrar as dezenas de mails amorosos e desamorosos que trocámos ;-)

9. Mas o que é isso do Gerador? 14. O Nosso Painel 23. Monumento Gerador, ou o pastel de nata finalmente é reconhecido

Queremos muito que esta revista seja lida na esplanada da Brasileira do Chiado, nas mesas do Café Central de Castro Laboreiro, na loja do Museu de Serralves, num lar de Loulé e na Escola Secundária José Afonso em Loures. Queremos publicar todos e ser lidos por todos. Estamos a ser sonhadores? Ingénuos? Convencidos? Sim, isso tudo que a cultura portuguesa nos ensinou a ser. Esta é a equação. Podes te juntar a nós, mas não tenhas vergonha em discordar, que nós disso fazemos também muito. A cultura portuguesa precisa de amor. Diz que a nossa cultura é como o amor, devia ser para sempre. E TU, ACREDITAS NO AMOR?

AVISO Alguns dos textos estão de acordo com o acordo ortográfico, outros não. Alguns usam estrangeirismos, outros não. Achamos que isso revela também a cultura portuguesa e por isso não obrigamos ninguém a ser a favor ou contra. ;-)

PEDRO SAAVEDRA, artista e editor.

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29. Afonso Cruz escreve o primeiro caso do nosso romance colectivo 32. Arquitectura, pelo colectivo Vírgula i

39. A Cultura das Empresas, porque elas também a têm

40. Arte Pública, por Lara Seixo Rodrigues 46. Carlos Liz, sobre a sociedade portuguesa 50. Tiago Pereira, Declaração de Amor à Música Portuguesa 53. Teatro, por Rita Jardim

56. Fotonovela de Sara Chéu 68. BD de Xico Santos

82. Pedro Antas, O Cientista Artista 85. Cinema português, por Manuela Costa

93. Comida portuguesa, por Hugo Brito 101. Desimigrantes, por Sónia Fernandes 104. Parceiros 108. Loja Gerador


Mas afinal o que é um monumento? Há os monumentos materiais, os imateriais, os grandes e os pequenos monumentos. Mas o que significa dizermos que algo é um monumento? Se escavarmos o latim da cena, descobrimos que a palavra tem lá dentro mente, recordar e memória. Assim um monumento é um meio para recordarmos a memória de qualquer coisa. Podemos querer recordar coisas boas ou más, mas os monumentos servem para sobretudo, não nos deixar esquecer essas mesmas coisas, por isso queremos aqui deixar para recordar monumentos geradores da cultura portuguesa. Os que já sabemos que existem e que todos reconhecem vamos deixar a descansar (não esquecer, não se preocupem), mas os monumentos geradores, os tais que queremos falar, vão ser dos que ainda não demos por eles, mas que estão mesmo ali à mão de recordar.

Vamos a isso? Se existe uma característica que faz um monumento ser um monumento conhecido é a tentativa de o imitar e vender por todo o lado. Veja-se o Galo de Barcelos, a Navalha Portuguesa (recordação de todas as regiões), o Dicionário de Calão, os Salamaleques, as Pronúncias, e até os postais do Fernando Pessoa. Para os puristas, parece que estamos a apresentar as modas ou coisas do marketing, mas esses sobretudo devem lembrar-se que os gregos clássicos já faziam excursões ao Egito para ver as pirâmides muito antes da invenção do cozido à portuguesa. E o que é que levavam para casa? Memórias? Nop. Levavam miniaturas da esfinge e escreviam rabiscos nas pedras de Luxor. Não queremos, nem deixamos de querer que nos visitem, mas queremos de certeza descobrir e mostrar aos portugueses todos os monumentos que eles até já sabem que têm, e classificá-los como criações de interesse público para todos. Espreitem o primeiro que escolhemos e digam lá se não concordam connosco ;-) Mas já chega de falar de turismo, vamos ao monumento.

Pastel de Nata: A Oficina do Segredo Todos os monumentos têm uma história, a do Pastel de Nata começa com um segredo tão bem guardado que todos os tentam imitar. Não há café, loja, leitaria e tasca em Portugal que não tenha a sua versão do segredo. Em 1837, os monges habitantes do Mosteiro dos Jerónimos, numa altura com muito menos visitantes do que agora, estavam a precisar de fundos para manterem o que já na altura era um monumento reconhecido por todos. Para isso, colocaram à venda uns pastéis feitos essencialmente de natas. Para os lisboetas que iam de barco a vapor até Belém (Lisboa e Belém eram localidades diferentes e até distantes para os padrões da época), esse ir e vir de gentes espalhou a história dos pastéis de Belém. O mosteiro foi fechado pouco tempo depois, como muitos outros devido à revolução liberal, mas o pasteleiro do mosteiro vendeu a sua receita, não sabemos se por muito ou ŭŗƄùŗȄȪÛȪƄŋȪŽÛŃȪĀćȪ*ŗŋĩōĜŗŵȪ ÛĚÛćŃȪ ŃƙćŵȄȪćŋŭŰćŵÝŰĩŗȪćōŰĩůƄćùĩĀŗȪōŗȪ ŰÛŵĩŃȄȪůƄćȪÛĩōĀÛȪ hoje tem os seus descendentes a tratarem do negócio. Quase desde o início, num anexo transformado em pastelaria, a Antiga Confeitaria de Belém mantém a receita original como a patente do nome Pastéis de Belém. É extraordinário sabermos que nesse local há quase 200 anos, existe uma oficina do

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Mas afinal o que é um monumento? Há os monumentos materiais, os imateriais, os grandes e os pequenos monumentos. Mas o que significa dizermos que algo é um monumento? Se escavarmos o latim da cena, descobrimos que a palavra tem lá dentro mente, recordar e memória. Assim um monumento é um meio para recordarmos a memória de qualquer coisa. Podemos querer recordar coisas boas ou más, mas os monumentos servem para sobretudo, não nos deixar esquecer essas mesmas coisas, por isso queremos aqui deixar para recordar monumentos geradores da cultura portuguesa. Os que já sabemos que existem e que todos reconhecem vamos deixar a descansar (não esquecer, não se preocupem), mas os monumentos geradores, os tais que queremos falar, vão ser dos que ainda não demos por eles, mas que estão mesmo ali à mão de recordar.

Vamos a isso? Se existe uma característica que faz um monumento ser um monumento conhecido é a tentativa de o imitar e vender por todo o lado. Veja-se o Galo de Barcelos, a Navalha Portuguesa (recordação de todas as regiões), o Dicionário de Calão, os Salamaleques, as Pronúncias, e até os postais do Fernando Pessoa. Para os puristas, parece que estamos a apresentar as modas ou coisas do marketing, mas esses sobretudo devem lembrar-se que os gregos clássicos já faziam excursões ao Egito para ver as pirâmides muito antes da invenção do cozido à portuguesa. E o que é que levavam para casa? Memórias? Nop. Levavam miniaturas da esfinge e escreviam rabiscos nas pedras de Luxor. Não queremos, nem deixamos de querer que nos visitem, mas queremos de certeza descobrir e mostrar aos portugueses todos os monumentos que eles até já sabem que têm, e classificá-los como criações de interesse público para todos. Espreitem o primeiro que escolhemos e digam lá se não concordam connosco ;-) Mas já chega de falar de turismo, vamos ao monumento.

Pastel de Nata: A Oficina do Segredo Todos os monumentos têm uma história, a do Pastel de Nata começa com um segredo tão bem guardado que todos os tentam imitar. Não há café, loja, leitaria e tasca em Portugal que não tenha a sua versão do segredo. Em 1837, os monges habitantes do Mosteiro dos Jerónimos, numa altura com muito menos visitantes do que agora, estavam a precisar de fundos para manterem o que já na altura era um monumento reconhecido por todos. Para isso, colocaram à venda uns pastéis feitos essencialmente de natas. Para os lisboetas que iam de barco a vapor até Belém (Lisboa e Belém eram localidades diferentes e até distantes para os padrões da época), esse ir e vir de gentes espalhou a história dos pastéis de Belém. O mosteiro foi fechado pouco tempo depois, como muitos outros devido à revolução liberal, mas o pasteleiro do mosteiro vendeu a sua receita, não sabemos se por muito ou ŭŗƄùŗȄȪÛȪƄŋȪŽÛŃȪĀćȪ*ŗŋĩōĜŗŵȪ ÛĚÛćŃȪ ŃƙćŵȄȪćŋŭŰćŵÝŰĩŗȪćōŰĩůƄćùĩĀŗȪōŗȪ ŰÛŵĩŃȄȪůƄćȪÛĩōĀÛȪ hoje tem os seus descendentes a tratarem do negócio. Quase desde o início, num anexo transformado em pastelaria, a Antiga Confeitaria de Belém mantém a receita original como a patente do nome Pastéis de Belém. É extraordinário sabermos que nesse local há quase 200 anos, existe uma oficina do

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Encontraste cultura portuguesa pelo mundo? Envia-nos fotos para geral@gerador.eu.

CRISTIANO RONALDO NUM ANÚNCIO A UM CHAMPÔ NUM AUTOCARRO em Pequim, China | Enviado por Fernando Penim Redondo

INSTANTÂNEO#DEIDECARASCOMANOSSACULTURA E

SE A LITERATURA DE CORDEL VOLTASSE A ESTAR NA MODA?

E

SE FOSSE UM POLICIAL ESCRITO

POR VÁRIOS ESCRITORES , EM QUE CADA UM ACRESCENTA UM EPISÓDIO?

E SE FOSSEM ESCRITORES E SE ESTA IDEIA TÃO LOUCA, QUE DE ORIGINAL SÓ TEM A LOUCURA FUNCIONASSE? SE O AFONSO CRUZ, ESCRITOR CONHECIDO PELOS SEUS LIVROS A BONECA DE KOKOSCHKA , J ESUS CRISTO BEBIA CERVEJA E MAIS RECENTEMENTE PARA ONDE VÃO OS GUARDA-CHUVAS, FOSSE LOUCO COMO NÓS E ESCREVESSE O PRIMEIRO EPISÓDIO? ACREDITEM E LEIAM O QUE O AFONSO FEZ PARA VOCÊS , NÓS JÁ LEMOS E AINDA NÃO ACREDITAMOS DE TÃO BOM QUE FICOU. CONHECIDOS E DESCONHECIDOS?

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Encontraste cultura portuguesa pelo mundo? Envia-nos fotos para geral@gerador.eu.

CRISTIANO RONALDO NUM ANÚNCIO A UM CHAMPÔ NUM AUTOCARRO em Pequim, China | Enviado por Fernando Penim Redondo

INSTANTÂNEO#DEIDECARASCOMANOSSACULTURA E

SE A LITERATURA DE CORDEL VOLTASSE A ESTAR NA MODA?

E

SE FOSSE UM POLICIAL ESCRITO

POR VÁRIOS ESCRITORES , EM QUE CADA UM ACRESCENTA UM EPISÓDIO?

E SE FOSSEM ESCRITORES E SE ESTA IDEIA TÃO LOUCA, QUE DE ORIGINAL SÓ TEM A LOUCURA FUNCIONASSE? SE O AFONSO CRUZ, ESCRITOR CONHECIDO PELOS SEUS LIVROS A BONECA DE KOKOSCHKA , J ESUS CRISTO BEBIA CERVEJA E MAIS RECENTEMENTE PARA ONDE VÃO OS GUARDA-CHUVAS, FOSSE LOUCO COMO NÓS E ESCREVESSE O PRIMEIRO EPISÓDIO? ACREDITEM E LEIAM O QUE O AFONSO FEZ PARA VOCÊS , NÓS JÁ LEMOS E AINDA NÃO ACREDITAMOS DE TÃO BOM QUE FICOU. CONHECIDOS E DESCONHECIDOS?

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COMICS BALLOONS

FOTONOVELA DE SARA CHÉU, COM FOTOGRAFIAS DE HERBERTO SMITH

LEMBRAM-SE DAS FOTONOVELAS, DAS HISTÓRIAS DE AMOR QUE CONTINUAM E CONTINUAM E CONTINUAM , SEMPRE COM FINAIS FELIZES? A FRASE É GRANDE MAS A INTENÇÃO TAMBÉM . POR TODO O PAÍS EXISTEM ARTISTAS PERFORMÁTICOS , E NÓS ACHAMOS QUE ELES TAMBÉM T ÊM DE APARECER NA REVISTA . N EST E PRIMEIRO NÚMERO, A DANÇA DA SARA CHÉU ENCHEU O CORAÇÃO E FEZ UMA DECLARAÇÃO DE AMOR , COMO SÓ UMA APAIXONADA PODERIA FAZER . MELHOR É QUE SE PODE VER DE FRENTE PARA TRÁS E DE TRÁS PARA A FRENTE. E NÃO SE ESQUEÇAM , A NOSSA FOTONOVELA CONTINUA NOS PRÓXIMOS EPISÓDIOS .

Mas quem é a

SARA CHÉU ?

Tem vindo a apresentar muitas vezes Octávio de Olhos Fixos, co-criação com Ângelo Cid Neto. Faz parte do elenco da última performance de Alexandre Lyra Leite, DÉBUT (Inestética Companhia Teatral). Participou na última residência European ŗŗŽŵȪ sŗƙćŋćōŽȥǘǚȄȪ ÅĩŽŽćōøćŰĜȊȪ 4ŵŽÝĜĩŗȪ ōÛȪ #ć*ć#ćȪ ȗůƄÛōĀŗȪ ainda existia), criações de Marina Frangioia, apoio ao movimento para actores, também há muitos dias da semana que precisa de se transformar em professora de ballet. Estudou artes de palco no Chapitô seguido do curso de formação de bailarinos na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal

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COMICS BALLOONS

FOTONOVELA DE SARA CHÉU, COM FOTOGRAFIAS DE HERBERTO SMITH

LEMBRAM-SE DAS FOTONOVELAS, DAS HISTÓRIAS DE AMOR QUE CONTINUAM E CONTINUAM E CONTINUAM , SEMPRE COM FINAIS FELIZES? A FRASE É GRANDE MAS A INTENÇÃO TAMBÉM . POR TODO O PAÍS EXISTEM ARTISTAS PERFORMÁTICOS , E NÓS ACHAMOS QUE ELES TAMBÉM T ÊM DE APARECER NA REVISTA . N EST E PRIMEIRO NÚMERO, A DANÇA DA SARA CHÉU ENCHEU O CORAÇÃO E FEZ UMA DECLARAÇÃO DE AMOR , COMO SÓ UMA APAIXONADA PODERIA FAZER . MELHOR É QUE SE PODE VER DE FRENTE PARA TRÁS E DE TRÁS PARA A FRENTE. E NÃO SE ESQUEÇAM , A NOSSA FOTONOVELA CONTINUA NOS PRÓXIMOS EPISÓDIOS .

Mas quem é a

SARA CHÉU ?

Tem vindo a apresentar muitas vezes Octávio de Olhos Fixos, co-criação com Ângelo Cid Neto. Faz parte do elenco da última performance de Alexandre Lyra Leite, DÉBUT (Inestética Companhia Teatral). Participou na última residência European ŗŗŽŵȪ sŗƙćŋćōŽȥǘǚȄȪ ÅĩŽŽćōøćŰĜȊȪ 4ŵŽÝĜĩŗȪ ōÛȪ #ć*ć#ćȪ ȗůƄÛōĀŗȪ ainda existia), criações de Marina Frangioia, apoio ao movimento para actores, também há muitos dias da semana que precisa de se transformar em professora de ballet. Estudou artes de palco no Chapitô seguido do curso de formação de bailarinos na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal

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O

BD? NÃO SABEMOS. MAS SABEMOS O QUE SERIA A NOSSA BD, SEM UM HISTÓRIA COM IDEIAS E IMAGENS PRÓPRIAS. SERIA UMA PENA, UM DESGOSTO. SEJA POR NÓS , SEJA PELA SAUDADE DO TIO PATINHAS , OU APENAS PORQUE DESDE OS EGÍPCIOS (PELO MENOS QUE SE SAIBA) QUE A HUMANIDADE ADORA FAZER SEQUÊNCIAS DE IMAGENS PARA CONTAR UMA HISTÓRIA . JÁ PENSARAM QUE SE TODOS NASCÊSSEMOS BONS A DESENHAR , EM VEZ DE LETRAS FARÍAMOS QUADRADINHOS DE IMAGENS E SE CALHAR A BD ERA O NOSSO ALFABETO? TODOS AS NOSSAS EDIÇÕES VÃO CONVIDAR AUTORES DIFERENTES DE BD, SEMPRE COM TEMAS DIFERENTES . N ESTE Nº1, PEDIMOS UMA DECLARAÇÃO DE AMOR EM BD AO X ICO SANTOS, MAS QUEM É ELE? QUE SERIA O MUNDO SEM A

REVISTA SEM

Eu? Nasci em Faro, há 33 anos, e sempre gostei de desenho, de banda desenhada, ou de artes gráficas em geral, mas um sentido qualquer de responsabilidade fezme escolher Arquitectura no ensino superior. Durante o tempo de universidade vivi em Lisboa, tendo voltado para Faro durante dois anos, antes de me mudar para a Suécia, no final de 2008. Ao longo do meu período académico, e até aos últimos dois anos, o desenho e ilustração foram sempre hobbies, mas cheguei a realizar algumas exposições em Faro e em Lisboa, a fazer trabalhos para algumas publicações independentes, e ainda a produzir um webcomic. Ultimamente, abandonei temporariamente a Arquitectura como profissão, e dediquei-me totalmente à ilustração freelancer, ao mesmo tempo que as minhas investidas na banda desenhada aumentaram, com participações repetidas nas publicações da Associação Tentáculo e algumas histórias curtas pessoais.

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BD? NÃO SABEMOS. MAS SABEMOS O QUE SERIA A NOSSA BD, SEM UM HISTÓRIA COM IDEIAS E IMAGENS PRÓPRIAS. SERIA UMA PENA, UM DESGOSTO. SEJA POR NÓS , SEJA PELA SAUDADE DO TIO PATINHAS , OU APENAS PORQUE DESDE OS EGÍPCIOS (PELO MENOS QUE SE SAIBA) QUE A HUMANIDADE ADORA FAZER SEQUÊNCIAS DE IMAGENS PARA CONTAR UMA HISTÓRIA . JÁ PENSARAM QUE SE TODOS NASCÊSSEMOS BONS A DESENHAR , EM VEZ DE LETRAS FARÍAMOS QUADRADINHOS DE IMAGENS E SE CALHAR A BD ERA O NOSSO ALFABETO? TODOS AS NOSSAS EDIÇÕES VÃO CONVIDAR AUTORES DIFERENTES DE BD, SEMPRE COM TEMAS DIFERENTES . N ESTE Nº1, PEDIMOS UMA DECLARAÇÃO DE AMOR EM BD AO X ICO SANTOS, MAS QUEM É ELE? QUE SERIA O MUNDO SEM A

REVISTA SEM

Eu? Nasci em Faro, há 33 anos, e sempre gostei de desenho, de banda desenhada, ou de artes gráficas em geral, mas um sentido qualquer de responsabilidade fezme escolher Arquitectura no ensino superior. Durante o tempo de universidade vivi em Lisboa, tendo voltado para Faro durante dois anos, antes de me mudar para a Suécia, no final de 2008. Ao longo do meu período académico, e até aos últimos dois anos, o desenho e ilustração foram sempre hobbies, mas cheguei a realizar algumas exposições em Faro e em Lisboa, a fazer trabalhos para algumas publicações independentes, e ainda a produzir um webcomic. Ultimamente, abandonei temporariamente a Arquitectura como profissão, e dediquei-me totalmente à ilustração freelancer, ao mesmo tempo que as minhas investidas na banda desenhada aumentaram, com participações repetidas nas publicações da Associação Tentáculo e algumas histórias curtas pessoais.

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nuno ribeiro // idade: 33 anos // designer de formação e ilustrador, começou a fazer design gráfico para publicidade mas agora persegue ilustração a tempo inteiro, a bd e o desenho em geral. Acima de tudo, gosta de desenhar, utilizar vários materiais e misturar tudo no computador para ver qual poderá ser o resultado final.

coM uM investiGaDoR cientÍfico

local imperdível: vila nova de Milfontes como lá chegar: Rumar a sul pela estrada nacional 10, seguida da n120-4 e terminando na n390.

quem é que me disse onde era: fui levado por surfistas apesar de não fazer ideia de como surfar.. cuidado com: cuidado para não perderem as chaves do carro no areal. pastelaria Mabi não esquecer de: não esquecer de comer uns croissants na

e pôr gasolina antes de entrar na estrada nacional. Julho de 2011 pedro antas, estive aqui em


nuno ribeiro // idade: 33 anos // designer de formação e ilustrador, começou a fazer design gráfico para publicidade mas agora persegue ilustração a tempo inteiro, a bd e o desenho em geral. Acima de tudo, gosta de desenhar, utilizar vários materiais e misturar tudo no computador para ver qual poderá ser o resultado final.

coM uM investiGaDoR cientÍfico

local imperdível: vila nova de Milfontes como lá chegar: Rumar a sul pela estrada nacional 10, seguida da n120-4 e terminando na n390.

quem é que me disse onde era: fui levado por surfistas apesar de não fazer ideia de como surfar.. cuidado com: cuidado para não perderem as chaves do carro no areal. pastelaria Mabi não esquecer de: não esquecer de comer uns croissants na

e pôr gasolina antes de entrar na estrada nacional. Julho de 2011 pedro antas, estive aqui em


FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO E EDITOR Associação Cultural Gerador, Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3º.A 1350-179 Lisboa, contribuinte 513078690, nº. registo ERC 126542, Depósito legal…, DIRETOR Pedro Saavedra, Periodicidade Trimestral, Tiragem 5000 exemplares, SEDE DE REDAÇÃO Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3º.A 1350-179 Lisboa TIPOGRAFIA Jorge Fernandes Lda., Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9, 2820-625 — Charneca da Caparica COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Afonso Cruz, António Ferreira, Carlos Liz, Diogo Rebelo, Fabiana Seragusa, Falcão Lucas, Fil, Gabriel Martins, Herberto Smith, Hugo Brito, Joana Rita Sousa, Lara Seixo Rodrigues, Manuela Costa, Nuno Ribeiro, Pedro Antas, Ricardo Inácio, Rita Jardim, Rosa Pomar, Sara Chéu, Sofia Morais, Sónia Fernandes, Tiago Pereira, Vírgula I, Xico Santos.

Diretor

cronistas

Pedro Saavedra

Carlos Liz

Nuno Ribeiro

pedro.saavedra@gerador.eu

Fabiana Seragusa

Ricardo Inácio

Herberto Smith

Gabriel Martins

Sara Chéu

Hugo Brito

Sofia Morais

Mestre de obras

Joana Rita Sousa

Sónia Rodrigues

Tiago Sigorelho

Lara Seixo Rodrigues

Xico Santos

tiago.sigorelho@gerador.eu

Manuela Costa Pedro Antas Rita Jardim

agradecimentos

“ele”

Sónia Fernandes

Alice Marcelino

Miguel Bica

Tiago Pereira

Ana Fonseca

miguel.bica@gerador.eu

Vírgula i

Belarmino Teixeira Café Fábulas João Morgado

Designer da revista nº.1

autores Geradores nesta edição

João Pedro Santos

Sónia Rodrigues

Afonso Cruz

Mário Redondo

surumaki@gmail.com

António Ferreira

Teatro Nacional de São Carlos

Luís Coelho

Diogo Rebelo

Vertigo Café

Falcão Lucas

Floresta do Carmo

Fil

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FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO E EDITOR Associação Cultural Gerador, Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3º.A 1350-179 Lisboa, contribuinte 513078690, nº. registo ERC 126542, Depósito legal…, DIRETOR Pedro Saavedra, Periodicidade Trimestral, Tiragem 5000 exemplares, SEDE DE REDAÇÃO Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3º.A 1350-179 Lisboa TIPOGRAFIA Jorge Fernandes Lda., Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9, 2820-625 — Charneca da Caparica COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Afonso Cruz, António Ferreira, Carlos Liz, Diogo Rebelo, Fabiana Seragusa, Falcão Lucas, Fil, Gabriel Martins, Herberto Smith, Hugo Brito, Joana Rita Sousa, Lara Seixo Rodrigues, Manuela Costa, Nuno Ribeiro, Pedro Antas, Ricardo Inácio, Rita Jardim, Rosa Pomar, Sara Chéu, Sofia Morais, Sónia Fernandes, Tiago Pereira, Vírgula I, Xico Santos.

Diretor

cronistas

Pedro Saavedra

Carlos Liz

Nuno Ribeiro

pedro.saavedra@gerador.eu

Fabiana Seragusa

Ricardo Inácio

Herberto Smith

Gabriel Martins

Sara Chéu

Hugo Brito

Sofia Morais

Mestre de obras

Joana Rita Sousa

Sónia Rodrigues

Tiago Sigorelho

Lara Seixo Rodrigues

Xico Santos

tiago.sigorelho@gerador.eu

Manuela Costa Pedro Antas Rita Jardim

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“ele”

Sónia Fernandes

Alice Marcelino

Miguel Bica

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Ana Fonseca

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Vírgula i

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João Pedro Santos

Sónia Rodrigues

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Mário Redondo

surumaki@gmail.com

António Ferreira

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Luís Coelho

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Falcão Lucas

Floresta do Carmo

Fil

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*Se eu fosse a ti, guardava-a.


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