O OBJETO DE ESTUDO
ESTRADA DO BARBALHO MAPA DO RECIFE COM O BAIRRO DA IPUTINGA DESTACADO
O objeto de estudo para o seguinte trabalho consiste no bairro da Iputinga, com enfoque no trecho da Estrada do Barbalho. O sítio apresenta predominância do uso comercial e misto, principalmente quando a casa destina o térreo para uso comercial e o primeiro andar para uso residencial. Essa frequência de usos acaba tornando o espaço vivo e movimentado, entretanto, após um certo trecho da Estrada do Barbalho, perto da Escola Casarão do Barbalho, encontra-se menos edifícios de uso comercial, deixando o espaço naturalmente mais deserto e com menor sensação de segurança. O gabarito mais encontrado na área é de casas de 2 pavimentos, tipologia de porta e janela (até nas comerciais), e maioria sem respeitas os recuos nas construções. A área de estudo também oferece poucos lugares com vegetação, tornando o local insípido e desconfortável para se permanecer, visto que em uma cidade como Recife, o sombreamento das calçadas por meio da vegetação é um aspecto fundamental para o conforto térmico.
MAPA DE GABARITO
MAPA DE USOS
2,75%
0,35% 0,35%
0,48% 0,9% 2,15% 4,16% 6,6%
51,54%
0,48% 1,32%
45,69% 83,19%
Hab. formal Misto(hab.+com.) Hab. informal Comércio Educacional Religioso Serviço Misto(com.+serv.) Outros Vazio
Térreo 2 pavimentos 3 a 4 pavimento
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CONFORTO AMBIENTAL II METODOLOGIA PARA A ANÁLISE AMBIENTAL DE UMA ÁREA URBANA
PROF. DRA. PAULA MACIEL
BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO
prancha
01/ 05
MAPA DE SOMBRAS (SOLSTÍCIO DE INVERNO 22/06) EDIFICAÇÕES TÉRREAS
Latitude 8° Sul
Latitude 8° Sul
N
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
N ALT. C.
L.T. 1
L.T. 1
ALT. C.
L.T. 2 22.6 24.7
22.6 21.5 1.5
28.8
E
21.3
8.3
6.10 0
20.1
4.11
16
1 22.1 .12 22 18
15
14
13
12
11
10
W
23.2
9
17
7
16.4
11.9
3.4
24.9
21.3
8.3
6.10 0
20.1
9.2
8
4.11
21.1 .12
22
1 22.1 2 22.1 18
•Horário= 8 horas
6
L.T. 2
1.5
28.8
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
3.4
24.9
22.6 21.5
13.8
16.4
11.9
W
22.6 24.7
AZI.
13.8
16
15
14
13
12
11
10
AZI.
E
23.2
9
9.2
8
17
7
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
21.1 .12
22
•Horário= 10 horas
6
ALT. C.
L.T. 1
Ângulo azimute= 60°
L.T. 1
Ângulo azimute= 42°
ALT. C.
Ângulo altura= 134°
Ângulo altura= 153° S
L.T. 2
Ângulo altura solar corrigida= 148°
AZI.
L.T. 2
Ângulo altura solar corrigida= 123°
AZI.
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
Latitude 8° Sul
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
Latitude 8° Sul
S
N
N
L.T. 1
ALT. C.
ALT. C.
L.T. 1
L.T. 2
22.6 24.7
22.6 21.5
AZI.
1.5
28.8 11.9
3.4
24.9
21.3
8.3
6.10
0
4.11 1 22.1 2 22.1 18
16
15
14
13
12
17
11
10
E
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
W
7
3.4
21.3 8.3
6.10
0
4.11
9.2
8
16.4
24.9
20.1
23.2 9
1.5
28.8
11.9
16.4
20.1
AZI.
22.6 21.5
13.8
13.8
W
22.6 24.7
L.T. 2
21.1 .12
•Horário= 14 horas
22
6
ALT. C.
L.T. 1
1 22.1 2 22.1 18
16
15
14
13
12
11
10
E
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
23.2
9
17
9.2
8 7
22
21.1
.12
6
ALT. C.
L.T. 1
Ângulo azimute= 300°
Ângulo azimute= 318°
Ângulo altura= 24°
Ângulo altura= 46° L.T. 2
S
AZI.
Ângulo altura solar corrigida= 57°
A metodologia utilizada foi o uso da direção solar, obtida atraves da carta solar, onde o azimute(AZI) é a projeção da altura medida ao norte no sentido horário. O ângulo que o sol se eleva ao horizonte é a altura(ALT). Para se obter a altura solar corrigida(ALT C) é necessário o seguinte passo a passo: 1) Traçar duas linhas de terra e alinhar o norte da área em estudo com o da carta solar. 2) Por a angulação solar na primeira linha de terra(L.T. 1) e o azimute na segunda linha de terra(L.T. 2). 3) Determinar a altura da edificação, delimitando um corte no comprimento da linha da angulaçao solar. 4) Rebater as medidas da angulação solar para a L.T. 2. 5) Transferir o azimute no angulo correto. 6) Identificar altura corrigida.
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CONFORTO AMBIENTAL II METODOLOGIA PARA A ANÁLISE AMBIENTAL DE UMA ÁREA URBANA
•Horário= 16 horas
S
L.T. 2 AZI.
Ângulo altura corrigida= 31°
solar
Um projeto arquitetônico deve partir de um estudo prévio de implantação e orientação solar, gerando, a partir dessa análise, soluções que garantam o conforto e qualidade dos espaços. Estudando o trecho da Estrada do Barbalho, foi analisado a atuação da trajetória solar e como esta intercede no espaço público e privado. Considerando a posição da rua, o trecho encontra-se no sentido oeste – noroeste, fazendo com que a via esteja exposta aos raios solares. A altura das edificações não contribui para o sombreamento da rua, visto que todas oscilam entre 1 ou 2 pavimentos no máximo, ou seja, gabarito reduzido. A partir do estudo das sombras no Solstício de Inverno, 22/06, onde a luz incide de maneira angulada, variando conforme a latitude, foi observado que nas primeiras horas da manhã, às 8 horas, o trecho da Estrada do Barbalho, encontra-se com uma sombra significativa, levando em consideração o baixo gabarito. Já às 10 horas da manhã, o sombreamento torna-se quase que imperceptível, deixando o ambiente mais quente que o normal, além de desprotegido. Às 14 horas a situação é quase a mesma da anterior, pouquíssimo sombreamento e local sem conforto térmico algum. Já às 16 horas, com um sol mais ameno de fim de tarde e mais angulado, consegue-se observar uma área bem significativa sombreada, tão boa quanto a das 8 horas da manhã. Percebe-se que os edifícios de maiores gabaritos, 2 pavimentos – 6 metros, são capazes de gerar maiores sombras, e os imóveis posicionados a oeste da via são capazes de gerar sombra, ora para o leste, 16 horas, ora para o oeste, 8 horas.
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BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO
prancha
02/ 05
MAPA DE SOMBRAS (SOLSTÍCIO DE VERÃO 22/12) Latitude 8° Sul
Latitude 8° Sul
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
N
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
N
L.T. 1
ALT. C.
L.T. 1
ALT. C.
L.T. 2 22.6 24.7
22.6 21.5
13.8
1.5
28.8
W
22.6 24.7
L.T. 2 AZI.
13.8
16.4 3.4
24.9
21.3
0
4.11
16
1 22.1 2 22.1 18
12
13
14
15
11
E
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
23.2
10
9
W
17
22
8.3
6.10
0
20.1
4.11
21
.1 .12
7
3.4 21.3
24.9
9.2
8
16.4
11.9
8.3
20.1
1.5
28.8
11.9
6.10
AZI.
22.6 21.5
L.T. 1
ALT. C.
16
1 22.1 2 22.1 18
•Horário= 8 horas
6
15
14
13
12
11
23.2
10
9
9.2
8
17
E
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
21.1 .12
7
22
•Horário= 10 horas
6
Ângulo azimute= 122°
Ângulo azimute= 113° ALT. C.
Ângulo altura= 31° S
L.T. 2 AZI.
L.T. 2
S
Ângulo altura solar corrigida= 33°
AZI.
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
N
22.6 21.5
1.5
28.8
W
3.4 21.3
8.3
6.10 0
4.11
1 22.1 2 22.1 18
16
15
14
13
12
17
11
10
W
EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
7
3.4
6
8.3
6.10
0
4.11
•Horário= 14 horas
21.1 .12
22
21.3
24.9
20.1
9.2
8
16.4
11.9
E
23.2 9
AZI. 1.5
28.8
16.4
24.9
20.1
22.6 21.5
13.8
11.9
1
22.1
.12
16
15
14
13
12
11
10
ALT. C.
AZI.
17
7
22 18
22
21.1
•Horário= 16 horas
.12
6
L.T. 1
Ângulo altura= 123°
ALT. C.
L.T. 2
Ângulo azimute= 247° Ângulo altura= 149°
AZI.
Ângulo altura solar corrigida= 119°
As edificações localizadas na Estrada do Barbalho foram consideradas a fim de verificar a incidência do sombreamento promovido por elas sobre a via no Solstício de Verão, 22/12. Devido a angulação solar nas primeiras horas da manhã, às 8 horas, o comprimento da sombra é considerável, embora não sombreie a via, devido a orientação geográfica da mesma, nesse horário apenas alguns trechos de um lado da calçada são sombreados. Às 10 horas, quando o sol se encontra numa angulação maior, a sombra é radicalmente reduzida, deixando a via desprotegida do sol, o que implica em grande desconforto térmico. Essa condição se mantém às 14 horas, pouca sombra e muito
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EDIFICAÇÕES COM 2 PAVIMENTOS
9.2
8
L.T. 2
S
E
23.2 9
Ângulo azimute= 238° L.T. 1
ALT. C.
L.T. 2
22.6 24.7
AZI.
13.8
solar
ALT. C.
L.T. 2 22.6 24.7
Ângulo altura corrigida= 61°
N
L.T. 1 L.T. 1
Ângulo altura= 57°
EDIFICAÇÕES TÉRREAS
Latitude 8° Sul
Latitude 8° Sul
L.T. 1
CONFORTO AMBIENTAL II METODOLOGIA PARA A ANÁLISE AMBIENTAL DE UMA ÁREA URBANA
S
Ângulo altura corrigida= 147°
solar
sol, incidindo de maneira direta na via e nas calçadas, atrelado ao agravante de pouca arborização que contribui para que não exista conforto térmico. Às 16 horas, onde o sol tem novamente uma angulação mais baixa, é perceptível um aumento de sombras na área, principalmente as sombras das edificações de 2 pavimentos, que possuem um comprimento maior. As edificações locadas geram sombras para o leste às 16 horas e para o oeste às 8 horas.
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BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO
prancha
03/ 05
VEGETALIZAÇÃO •Potencial de vegetalização intra-lote
46%
54%
-mapa de cheios e vazios com indicação da vegetação
Vazios Cheios 7%
93%
Metro linear Calçada Metro linear sombreamento
CORTE 1 SITUAÇÃO ATUAL
27,63m Intra-lote
Corte na área do Casarão do Barbalho (vegetação intra-lote que sombrea).
3,05m 8,0m Calçada
Via
2,93m Calçada
Em uma cidade de clima tropical como o Recife, o sombreamento das calçadas por meio de vegetação é um aspecto fundamental para o conforto térmico, ajudando a suavizar o impacto da ocupação da cidade, tornando a caminhada do pedestre mais agradável. Além disso, auxilia também na redução da poluição sonora, filtrando os ruídos e aliviando a reverberação sonora (melhorando a acústica da rua), absorve raios solares, aumenta a biodiversidade e auxilia na drenagem da água da chuva. Entretanto, se a implantação da vegetação não for bem planejada, acaba se tornando um obstáculo nas calçadas por uma questão de dimensionamento. Na Iputinga, foi notório o desconforto causado pela falta de vegetalização no ambiente público. Alguns lotes contam com a presença de árvores de médio e pequeno porte, mas só elas não são suficientes para suprir tamanha incidência solar no local e gerar sombra para o espaço público, seja calçada ou via de rolamento. Em específico ao trecho da Estrada do Barbalho (área de estudo), contamos com um 399,59 (93%) metros lineares de calçada, onde apenas 30,71 (7%) metros desses são sombreados por árvores, que em sua maioria ficam dentro dos lotes. Em suma, a vegetação é considerada quase como inexistente, visto que a área sombreada não cobre nem metade do trecho estudado. Grande parte da Estrada do Barbalho possui uma via de rolamento entre 6 e 8 metros, variando de acordo com as sinuosidades da rua, o que mesmo havendo, ainda se trata de uma via larga e necessária, visto que a passagem de ônibus é constante (via urbana). As calçadas variam entre 2 e 3 metros, considerada larga para muitos locais. No entanto, em boa parte delas, praticamente não se encontram mais, pois os donos dos lotes a invadiram para ganhar mais espaço, tornando a reforma e suposta proposta de intervenção inviável em muitas das áreas. No entanto, onde ainda há espaço, uma proposta para arborização das calçadas ainda se torna viável, principalmente se feita dentro dos lotes que contam
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CORTE 2 SITUAÇÃO ATUAL
CONFORTO AMBIENTAL II METODOLOGIA PARA A ANÁLISE AMBIENTAL DE UMA ÁREA URBANA
2,12m Calçada
Corte na área que mostra a baixa vegetalização, consquentemente trazendo áreas pouco sombreadas.
8,0m Via
CORTE 2 REDEFINIÇÃO DA VIA
2,25m 2,8m Calçada Intra-lote
Corte na área com proposta de vegetação intra-lote que sombrea.
com grande espaço na frente da casa, ou até mesmo na calçada, respeitando os limites necessários para os pedestres (1,20m), não tornando-a inacessível. Também foi identificado no mapa de cheios e vazios que há um percentual de 54% de locais vazios nos lotes, cerca de 4.926,50 m² de área livre, boa parte pertencente ao Casarão do Barbalho. No entanto, esse local poderia ser usado para implantação de árvores de médio porte, afim de amenizar a sensação de calor e desconforto térmico no local. Entretanto, para esse sombreamento ocorrer, é necessário que as árvores plantadas sejam de médio a grande porte, afim de suprir a carência existente no local. No entanto, é importante ressaltar que é importante que elas sejam implantadas de maneira regular e continua, para que toda a área seja sombreada, o que se torna um empecilho, visto o problema citado acima (lotes que tomaram as calçadas para si). Visto essas observações, deve-se considerar que a vegetalização do local é baixa e mal explorada.
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BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO
prancha
04/ 05
ACÚSTICA A qualidade acústica de uma cidade está diretamente ligada ao seu desenho urbano. As grandes metrópoles vêm apresentando problemas graves quando se trata de poluição sonora e estes acabam afetando na qualidade do meio ambiente. A percepção sonora é afetada pelas características físicas do espaço urbano, como a altura dos edifícios e a vegetação, que influem na propagação do ruído urbano. As principais fontes de ruídos urbanos, na área de estudo, são os veículos (majoritariamente ônibus e carros, mas também motocicletas e bicicletas) e o comércio, sendo o ruído mais ocorrente no período da tarde. Cerca de 80% da energia acústica total das grandes cidades, provêm da circulação de veículos automotores (CETUR, 1981). A pavimentação da via estudada, a Estrada do Barbalho, é asfáltica. O ruído gerado na via vem de duas fontes: pelo funcionamento dos veículos e pelo atrito pneu/asfalto. Apesar de ser uma via onde as edificações têm usos misto (comercial e residencial), não há grande intensidade de ruído urbano. A falta de espaçamento entre as edificações e a ausência de recuos frontais contribuem para que a reverberação seja no sentido horizontal. Devido ao gabarito das edificações, quando a onda sonora encontra um ângulo de escape para as reflexões, o ruído se dissipa mais rapidamente.
Ponto I.
Ponto II.
Reflexão do som na horizontal. Ponto I
Reflexão do som na vertical. Ponto I
Reflexão do som na horizontal. Ponto II
Reflexão do som na vertical. Ponto II
REFERÊNCIAS <http://www.infohab.org.br/encac/files/2001/A0406.pdf>. Acesso em 04 de Dez. 2018 <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/59463/1/000141490.pdf>. Acesso em 04 de Dez. 2018
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CONFORTO AMBIENTAL II METODOLOGIA PARA A ANÁLISE AMBIENTAL DE UMA ÁREA URBANA
PROF. DRA. PAULA MACIEL
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