Áreas da filosofia

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Filosofia – 1a série – Volume 1

SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 4 ÁREAS DA FIlOSOFIA

para observação e comparação de hipóteses); humanos (conflitos sociais e políticos que impedem ou retardam algumas descobertas).

2. Proposta de conceito de Epistemologia

Epistemologia 1. Questões introdutórias a) Nós devemos confiar na Ciência? Escreva três motivos que comprovem sua opinião. Os exemplos são maneiras de aproximar a teoria da vida dos alunos. A Ciência não explica tudo. Ela tem limites, mas

Epistemologia (também chamada Teoria da Ciência) é uma parte da Filosofia da Ciência que está relacionada à natureza do conhecimento científico e seus grandes problemas, entre os quais: como, e em que condições é possível conhecer? Existe a certeza absoluta do conhecimento? Se existe, como, e em que condições? Quais são as características do conhecimento dentre as Ciências Naturais, as Ciências Humanas e as Ciências Formais? Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência – CLE/Unicamp. Disponível em: <http://www. unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2007/ ju375pag05.html>. Acesso em: 12 jul. 2013.

é o conhecimento mais adequado desenvolvido pela razão humana para tentar resolver os seus problemas. Só é científico o conhecimento que garante a sua validade.

b) Quem faz a Ciência? Como se forma um cientista? A Ciência é produzida por pesquisadores em diferentes campos do conhecimento. No Brasil, a produção científica é predominantemente produzida nas universidades e em centros de pesquisas associados a indústrias. A localização social do sujeito da Ciência convida a refletir sobre ela como uma atividade humana capaz de grandes proezas e de erros.

c) A Ciência é importante? Por quê? A produção científica é importante quando beneficia a humanidade. A Filosofia discute, inclusive, duas questões diretamente associadas à importância da Ciência: uma diz

3. Texto de apoio Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas. E, digam o que disserem, na vida científica, os problemas não se formulam de modo espontâneo. É justamente esse sentido do problema que caracteriza o verdadeiro espírito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. p. 18.

respeito ao acesso desigual aos benefícios científicos e a outra refere-se ao fato de que nem toda a produção científica é favorável à humanidade.

d) A Ciência tem limites? Quais? Os limites da Ciência são os conhecimentos racionais e experimentais (empíricos), pois, fora deles, a Ciência nada pode afirmar. Alguns limites: tecnológicos (aparelhos insuficientes

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Teoria do Conhecimento 1. Questões introdutórias a) O que é conhecer? Criar uma representação, a mais próxima possível, da realidade.

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b) Como podemos conhecer? Podemos conhecer quando realizamos atividades intelectuais sobre nossas sensações e sobre as ideias que nos informam.

2. Proposta de conceito de Teoria do Conhecimento A Teoria do Conhecimento é uma investigação sobre as diversas maneiras pelas quais podemos conhecer as coisas e as relações que os conhecimentos podem estabelecer ou estabelecem. Por exemplo, memória, expe­riências dos sentidos, analogias, reflexão, realidade, imaginação e outros. O seu problema principal é como o sujeito se relaciona com o objeto de conhecimento.

3. Texto de apoio Conhecer uma realidade é, no sentido usual da palavra “conhecer”, tomar conceitos já feitos, dosá-los, e combiná-los em conjunto até que se encontre um equivalente prático do real. BERGSON, Henri. O pensamento e o movente. Tradução Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2006. (Tópicos).

o bem é, às vezes, algo difícil, mas melhora nossas relações de convivência.

2. Proposta de conceito de Ética Ética é uma investigação sobre os princípios que motivam, justificam ou orientam as ações humanas, refletindo sobre os fundamentos dos valores sociais e historicamente construídos.

3. Texto de apoio Agora, algo como felicidade, acima de tudo, é dado como algo em si; por isso nós sempre a escolhemos por si mesmo e nunca por outro motivo, enquanto honra, prazer, razão e todas as virtudes são escolhidas em função de si mesmas (pois se nada resultasse delas ainda assim deveríamos escolher todas), mas também as escolhemos em função da felicidade, julgando que por meio de todas elas seremos felizes. Felicidade, por outro lado, não é escolhida por ninguém em função das demais virtudes e, em geral, por nenhuma outra razão que não ela própria. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/mc000011.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2013. Tradução Eloisa Pires.

Ética 1. Questões introdutórias

Política

a) Como saber qual é a melhor atitude a ser tomada?

1. Questões introdutórias

Existem várias maneiras de se tentar fazer o bem, mas para

a) Quais são as melhores leis?

encontrar a maneira mais adequada precisamos, sempre,

As melhores leis são aquelas que beneficiam todos, permi-

treinar a nossa reflexão racional, pois há situações em que

tem a construção da liberdade no convívio com o outro e

uma atitude mal pensada pode trazer prejuízo para nós e para

são conhecidas por todos. Cada lei deve levar em considera-

muitas outras pessoas.

ção as necessidades das pessoas.

O bem é algo a ser construído para podermos enfrentar

b) Como podemos conviver com as outras pessoas sem violência?

os problemas que encontramos na sociedade ou em nós

Podemos conviver com outras pessoas sem violência agindo

mesmos. Pensar em boas atitudes é lutar contra os sofrimentos que, eventualmente, enfrentamos. É certo que fazer

de maneira sensata em todas as dimensões. A maneira sen-

b) Qual é a importância de se fazer o bem?

sata de agir consiste, em primeiro lugar, em escolher os

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governantes que se preocupem, sinceramente, com a educação e que demonstrem sensibilidade em relação às neces-

2. Proposta de conceito de Filosofia da História

sidades das pessoas e à qualidade de vida em geral.

2. Proposta de conceito de Política Política é a investigação filosófica sobre qual é o melhor governo, o que é justiça e como deve ser o comportamento das pessoas em suas relações de convivência.

Filosofia da História é uma área de investigação da Filosofia, que se preocupa com a relação dos homens com o tempo, com seus processos culturais e sociais. Além disso, preocupa-se com o significado do desenvolvimento das sociedades e da racionalidade.

3. Texto de apoio 3. Texto de apoio De resto, se o primeiro dever do homem de Estado é conhecer a constituição, que, considerada geralmente como a melhor, possa estender-se à maior parte das cidades, é preciso confessar que na maioria das vezes os teóricos políticos, mesmo dando provas de grande talento, se equivocaram em pontos capitais; porque não basta imaginar um governo perfeito; é necessário, sobretudo, um governo praticável, que possa ser facilmente aplicado em todos os Estados. ARISTÓTELES. Política. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bk000426.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2013. Tradução Maria Lucia de Oliveira Marques.

Filosofia da História 1. Questões introdutórias a) O que é o tempo? Responder o que é o tempo é uma das questões mais difíceis do nosso intelecto e da própria Filosofia. Em geral, dizemos que tempo é o meio no qual se desenrolam os acontecimentos e o lugar das possibilidades.

b) O que é história humana? A história humana pode ter vários significados. Em geral, ela é pensada como passado, desejo de futuro, tradições, compreensão das relações sociais no tempo e no espaço e como

Não houve, portanto, um tempo em que nada fizeste, porque o próprio tempo foi feito por ti. E não há um tempo eterno contigo, porque tu és estável, e se o tempo fosse estável não seria tempo. O que é realmente o tempo? Quem poderia explicá-lo de modo fácil e breve? Quem poderia captar o seu conceito, para exprimi-lo em palavras? No entanto, que assunto mais familiar e mais conhecido em nossas conversações? Sem dúvida, nós o compreendemos quando dele falamos, e compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. Por conseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei. No entanto, posso dizer com segurança que não existiria um tempo passado, se nada passasse; e não existiria um tempo futuro, se nada devesse vir; e não haveria o tempo presente se nada existisse. De que modo existem esses dois tempos – passado e futuro –, uma vez que o passado não mais existe e o futuro ainda não existe? E quanto ao presente, se permanecesse sempre presente e não se tornasse passado, não seria mais tempo, mas eternidade. Portanto, se o presente, para ser tempo, deve tornar-se passado, como poderemos dizer que existe, uma vez que a sua razão de ser é a mesma pela qual deixará de existir? Daí não podemos falar verdadeiramente da existência do tempo, senão enquanto tende a não existir. SANTO AGOSTINHO. Confissões. Tradução Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 2002. p. 342-343.

objeto de investigação da História.

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Estética 1. Questões introdutórias a) Quais são os critérios para identificarmos uma obra de arte? Os critérios são historicamente definidos, isto é, cada cultura valida critérios para a sua produção artística.

b) Existe um padrão de beleza universal válido para todas as culturas? Assim como a arte, a beleza depende de valores culturais e históricos para ser definida, por isso, não se pode falar em um único padrão válido para toda a humanidade.

2. Proposta de conceito de Estética A estética tem como temas o estudo dos critérios e problemas sobre processos de criação artística. Problematiza os valores estéticos e as relações entre forma e conteúdo, bem como a importância da arte para as sociedades humanas.

3. Texto de apoio Pode-se também pensar em uma perfeição estética, que contenha o fundamento de uma satisfação subjetivamente universal, isto é, a beleza: o que agrada os sentidos na intuição e, precisamente por isso, pode ser o objeto de uma satisfação universal. KANT, Immanuel. Manual dos cursos de Lógica Geral. Tradução Fausto Castilho. 2. ed. bilíngue. Campinas: Editora da Unicamp; Uberlândia: Edufu, 2003. p. 75-77.

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Metafísica A palavra metafísica possui origem grega e significa: meta: depois de, além de e física/ physis: natureza ou físico, e trata-se de um ramo da filosofia que se ocupa em estudar a essência do mundo. Pode ser definida como o estudo do ser ou da realidade, e se destina a buscar respostas para perguntas complexas como: O que é realidade? O que é a vida? O que é natural? O que é sobrenatural? O que nos faz essencialmente humanos? William James conceituou metafísica como sendo "apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza". Trata-se de uma visão simplista e equivocada de pessoas que só conseguem perceber a vida por meio de dimensões práticas. Os homens em geral sentem-se mais à vontade quando pensam sobre como fazer uma coisa ou outra, do que pensar no motivo pelo qual estão fazendo. É por isso que a política, a engenharia e a indústria são consideradas mais naturais pelos homens do que a filosofia, por exemplos. A metafísica não está interessada, de maneira nenhuma, por esse "cosmos" da vida humanas, mas sim pelos "porquês", por aquelas questões que uma pessoa pode passar a vida inteira para formular, sem muitas vezes encontrar uma resposta satisfatória. Para se formular um pensamento metafísico é preciso pensar, sem estar baseado em dogmas ou de forma superficial, nos básicos e intrigantes problemas da existência dos homens. São problemas básicos por serem fundamentais para a vida humana e porque muitos aspectos da vida dependem deles. Tomemos como exemplo a religião, ela não é metafísica, porém quando nos questionamos sobre o motivo das crenças e das práticas religiosas e sua influência no viver diário, passamos a pensar metafisicamente.

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