Faculdades do intelecto

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Filosofia – 2a série – Volume 1

FACULDADES DO INTELECTO Como pensamos )á várias maneiras de dividir as atividades do intelecto. Para efeito didático, escolhemos, da tradição filosófica, as seguintes: razão, percepção, juízo, imaginação e memória. f Razão – Por meio da razão, que é lÓgica, nÓs temos a regra para os cálculos em nosso pensamento. 0 que julgamos, percebemos, lembramos e até imaginamos, em geral, pode obedecer às regras da lÓgica. Assim, a pergunta ética que pode ser proposta é: Como aprofundar nossa racionalidade, visando fazer o bem? f Percepção – Lembrando que percepção é o exame das sensaç×es, podemos partir disso para conhecer o mundo. Por meio da percepção, nÓs não apenas ouvimos o som em uma festa, mas podemos compreender o ritmo, veriàcar se as pessoas estão felizes e enxergar seus movimentos de dança etc. Assim, as quest×es de caráter ético que podemos propor agora são: Como melhorar a nossa percepção sobre as coisas e eventos do mundo? Como sentir melhor e distinguir o que nos cerca? Por que um entendimento errado ou um mau juízo podem causar ou motivar o mal? f Juízo – Atividade intelectual de escolha, avaliação e decisão (AristÓteles, Da alma [De anima] III, 4 5). Da pergunta fundamental – Qual o critério ou a regra dos nossos juízos? – podemos derivar outras tantas, como: Por que escolhemos isto e não aquilo? Por que achamos mais importante isto e não aquilo? Por que tomamos esta decisão e não outra?

f Imaginação – Muitas vezes vista com desconàança pela tradição àlosÓàca, a imaginação encontra um lugar de importância na Filosoàa Contemporânea, em especial com Jean-Paul Sartre. A imaginação como criação de imagens que podem libertar o indivíduo da relação imediata com o mundo. Ao imaginarmos um mundo que não existe, poderíamos julgar o mundo que existe. A imaginação desenvolve os indivíduos e pode levá-los a fazer as mais diferentes proposiç×es. Por exemplo: Podemos imaginar onde Deus mora? Podemos imaginar um mundo sem violência ou desamor? Podemos imaginar a presença de alguém que não está perto? Podemos imaginar a dor que as outras pessoas sentem? Podemos imaginar o que ainda não foi pensado? f Memória – Em geral considerada a retomada de um conhecimento do passado – por exemplo, uma fÓrmula matemática que aprendemos há algum tempo –, a memÓria é entendida de outro modo pela Filosoàa Contemporânea. )enri Bergson, no livro Matéria e memória (1 6), defende a ideia de que a memÓria não é apenas acessar um conhecimento do passado, mas é a possibilidade efetiva de vivermos de novo o que aconteceu ou o que prendemos. Nosso corpo guarda o passado , por isso, lembrar é reviver. Uma questão importante a se colocar sobre isso é: Como desenvolver a memória e o que pode ser esquecido?, ampliando, a partir dela, o leque de quest×es e indagando, por exemplo: O que não se deve esquecer jamais? Perdoar é esquecer? O que o professor disse na semana passada e caiu nesta prova? Como reviver aquele dia tão feliz da minha vida?


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