Eliseu Semprini CARNAVAL
FILM NOIR - A REVISTA DO CINECLUBE
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MARÇO DE 2013
página 06
N
ão existe em Cachoeiro quem não admire Eliseu e seu modo “naturalista” de ser. Com os eternos óculos pendurados no nariz, sempre andando rápido e sempre parando sem pressa, principalmente para contar causos e degustar uma “prosa” . Eliseu que era do tempo das caçadas permitidas, tornou-se como todos os amantes da natureza um preservacionista. Suas histórias das aventuras nos rios de Mato Grosso e nas matas das redondezas cachoeirenses são hilárias, mas demonstram preocupação com as queimadas e a devastação causadas pelos predadores sem escrúpulos. Entre outros talentos, tão comuns na família Semprini, Eliseu é cenógrafo de nascença. Deu seus primeiros passos na pioneira quadra de tênis de seu tio Luís, onde no fundo funcionava a oficina de experiências mágicas de seu pai Azulino. Seu material é o molde de barro, onde depois uma mistura de papéis molhados, compõe as inspiradas figuras momescas. Quando algum incauto pergunta o preço do serviço, Eliseu entoa o refrão:
L
íder de vários blocos campeões do carnaval cachoeirense, depois de anos desanimado com a função, Eliseo retorna este ano com várias alegorias no carnaval de Marataízes. Modelados em barro e papel molhado, estas obras de arte tem vida efêmera mas presença marcante nos desfiles e folguedos. O impressionante é que da mesma forma que seu pai Azulino, Eliseo só admite executar estes trabalhos se for ........ de graça. Não me fale em dinheiro não, replica ligeiro, senão perco a inspiração
Eliseu sendo entrevistado pelo Patrão, Beto Souza, emsua ventilada varanda em Marataízes. Velhas histórias e grandes novidades. Os bonecos estão de volta e a revista do Cineclube começa em alto estilo, com matéria sobre Azulino e Eliseu Semprini, os pioneiros da cenografia de carnaval em Cachoeiro.
Não me amarra dinheiro não! Mas a cultura Dinheiro não! A pele escura Dinheiro não! A carne dura Dinheiro não!...
Eliseu e os bonecos ainda inacabados. Falta a cabeleira da boneca e o boneco ainda não perdeu o hábito de querer beijar seu criador...