O projeto consiste em uma biblioteca pública para o Ensino Fundamental, mas visa também atender adultos e jovens, abrangendo diversas mídias e servindo à comunidade. Por se tratar de um bairro com poucas opções de cultura, houve a preocupação de criar identificação das pessoas com a biblioteca. Do mesmo modo, para se adequar à atmosfera sustentável do parque, buscou-se soluções que gerassem poucos resíduos e reutilizassem recursos. Do passado fabril, resgatou-se o tijolo aparente, a estrutura em galpão, a corbetura com shed de iluminação, a organização pavilhonar. Do passado e presente ligados ao trem, resgatou-se o container, reaproveitando-o e tratando-o para a nova função. O container também se encaixa na reciclagem e na sustentabilidade, pois, juntamente com os outros materiais pré-moldados - placas de concreto, alvenaria estrutural, vigas metálicas -, gera poucos resíduos. As cores primárias contrastam com os materiais brutos e reforçam a ideia de uma biblioteca infanto-juvenil.
N
PARQUE DE MADUREIRA
DADOS BIOCLIMÁTICOS
ZONAS:
O clima da cidade do Rio de Janeiro é classificado como tropical semi-úmido.
2. Ventilacao 4. Alta Inércia Térmica p/ Resfr. 5. Ar Condicionado 7. Alta Inércia Térmica/Aquecimento Solar 10.Ventilação/Alta Inércia
O vento predominante é o Sul; a umidade relativa média do ar é por volta de 70%; a temperatura máxima média anual é de 27ºC e a mínima é de 21ºC. A precipitação média anual varia de 1500-2400 mm.
UR [%]
25 30%
25
] C [°
20
20
5
2
B
10 4
20%
U
15
15 1
10
10
11 12
5 0
9
8
5
10
10% 5
7 3
6 0
[ g /k g ]
11.Vent./Alta Inércia/Resf. Evap. U
30
90% 80% 70% 60% 50% 40%
30
T
O município insere-se na Zona Bioclimática 8, de acordo com a NBR 15220. As diretrizes construtivas para essa zona recomendam ventilação cruzada no verão, não havendo necessidade de inércia térmica elevada para o inverno. As coberturas e paredes devem ser Fonte: http://www.rio2016.com/ leves e reetoras e as aberturas devem ser grandes e sombreadas.
1. Conforto
Precipitação mensal total (mm)
O Parque de Madureira é o terceiro maior parque urbano da cidade, sendo o único localizado no subúrbio. Foi inaugurado em 2012 e em seus 103.500 m², abrange ampla estrutura de lazer e equipamentos culturais, como a Praça do Conhecimento - lanhouse pública - e a Praça do Samba. O parque é considerado sustentável, pois possui o selo AQUA e conta com diversos mecanismos para conter o desperdício de água e energia.
SHOPPING MADUREIRA
Linha férrea auxiliar Estrada do Portela Viaduto Negrão de Lima Linha férrea principal Parque de Madureira
Temp. (ºC), número de dias com chuva & umidade relativa do ar
-22° 54' 10''
CONTEXTO PROJETO
Madureira é um bairro da Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro, considerado o segundo pólo econômico e comercial da cidade e o principal do subúrbio carioca, com altíssima taxa de urbanização (99,93%). Possui um passado ligado às linhas de trem, ao Samba e à indústria.
UE A RQ EIR PA UR AD M
RIO DE JANEIRO
A AÇ BA PR AM S DO
-43° 12' 27''
MADUREIRA
15
20
25 TBS [°C]
30
35
40
45
50
0
UFSC - ECV - LabEEE - NPC
Carta de Givoni para o Rio de Janeiro Fonte: Programa Analysis Bio
Carta solar com marcação do período do ano em que a fachada sul recebe insolação direta. Fonte: Programa Sol-Ar Distribuição do ventos (%) Fonte: www.windfinder.com
1
SE
SO
VENTILAÇÃO
RV
CIA
OS
IÇ
L
Sendo o vento sul predominante, o que coincidiu com a direção da entrada do parque, optou-se por uma implantação norte-sul para o pavilhão de acervo. Assim, ele ganha visibilidade e permite-se a ventilação cruzada. No pavilhão principal, tentou evitar a indidência do vento sudoeste vento de chuva. Assim, para possiblitar a ventilação desse setor optou-se pelo uso de venezianas fixas nas paredes de pé-direito elevado e janelas na altura das pessoas.
ACERVO
Ar quente sobe Ar frio desce
PL
AN
TA
O ÇÃ
SUL ÁREA PÚBLICA GALPÃO
IM 00 TA 1:5 A N ALA L P C ES DE
N
ACESSO AO PARQUE
VENTO SUDESTE TEMPESTUOSO
CAFÉ
CORTE AA’ ESCALA 1:250
VENTO SUL PREDOMINANTE
2
ILUMINAÇÃO
Resgatando o tema fabril, optou-se pelo uso de sheds de iluminação, criando um desnível direcionado para sul no telhado e permitindo a entrada de luz indireta.
2 SAN. MASC. 13,55m² ÁREA PÚBLICA DO GALPÃO 378.90m²
SAN. FEM. 10,75m²
Desse modo, nenhuma fachada recebe diretamente insolação vinda do norte, leste ou oeste. As fachadas onde há maior insolação (noroeste e nordeste) recebem proteção de brises. Para garantir a saúde dos livros é necessária a entrada de luz solar na área de acervo, porém de modo controlado e não excessivo.
ESTAR 134,25m²
AC PÚ ESSO BLI CO ACERVO INFANTIL 172,75 m²
ACERVO JUVENIL 271,00 m²
AU D 11 ITÓ 6,1 RI 5m O ²
Para preservar a saúde dos livros, direcionou-se o pavilhão de acervo para o sul. O pavilhão social tomou a orientação sudeste-noroeste e o pavilhão de serviço tem a maior fachada para o nordeste.
SAN. FAMÍLIA 24m²
A
CAFÉ 13,10m²
Brises horizontais de proteção
2
I
+
Nível de insolação
Devido ao alto pé-direito da área social, viu-se a necessidade de iluminar melhor a área, tendo em vista que é um local de recepção e exposições.
MA
SO ES O C A VIÇ R SE
A TIV RA ST OS NI MI VIÇ AD SER EA E ÁR E D
INSOLAÇÃO
RA
Brises verticais de proteção
AC P Ú ESSO BLI CO
OG
A’
PR
Técnico-administrativo - 4,80m² Técnico: Recepção/saída de livros, Processamento técnico, Aquisição, Depósito de livros, Secretaria técnica. Administrativo: Área de espera, Secretaria, Diretoria, Sala de Reuniões. Serviços gerais - 221,80 m² - San./vestiário funcionários, Sanitários públicos, Sanitário família, DTL, DML, Almoxarifado, Medidores, Copa Funcionários, Ponto, Manutenção, Centrais de ar-condicionado/exaustão, Vigilância. Público - 355,08 m² - Guarda volumes, Atendimento ao público/ recepção, Consulta, Hall/estar, Cafeteria, Exposições, Espaço multiuso, Sala de informática. Acervo e Leitura - 844.85m² - Não restrito. Acervo digital, midiateca, acervo adulto, Acervo infantil, Acervo infanto-juvenil.
Para proteger do acervo de execsso de luz e insolação no oeste, criou-se “dentes” na lateral, como sheds na horizontal, na parede do primeiro pavimento. Assim, as janelas ficam viradas para sudoeste e cria-se áreas de estudo individual no acervo.
PLANTA BAIXA - 1º PAVIMENTO ESCALA 1:250
Estudo da mancha solar na área de acervo Dezembro ás 15:00. Dezembro ás 9:00.
N 3
A’ 2
MATERIAIS O principal problema na utilização de container é o isolamento termo-acústico. Como optou-se por utilizá-los em áreas de longa permanência - técnico-administrativa e acervos - buscou-se soluções para garantir ao máximo o conforto ambiental. Foram 4 soluções implantadas: 1) Isolamento nas faces internas do container com lã de PET e placas de gesso - possibilita o conforto acústico nas salas de leitura e de trabalho. 2) Envolver os containeres com paredes externas, afastando-os delas - a barreira física dificulta a penetração da radiação solar nas unidades.
ÁREA DE MÍDIAS 116,60m²
3) Criação de um colchão de ar nas paredes externas - as paredes externas consistem em duas placas de concreto afastadas, o que cria um colchão de ar entre elas, diminuindo a temperatura.
2
A
4) Para inibir a radiação vinda do teto, optou-se por um cobertura em laje alveolar - que vence grandes vãos- com uma camada de argila expandida. PERIÓDICOS 111,75m²
No pavilhão social buscou-se a semelhança com um galpão de fábrica. Assim, para manter esse efeito, não foi utilizado nenhum tipo de forro abaixo das telhas metálicas. Para garantir o conforto térmico, optou-se por utilizar telhas termo-acústicas na cor branca - o que diminui a absorção de calor. Telha TermoHouse Ondulada Fonte: http://www.termohouse.com.br/
PLANTA BAIXA - 2º PAVIMENTO ESCALA 1:250
Fonte: http://www.fazfacil.com.br/
ACERVO ADULTO 172,75m²
Visando causar o menor impacto possível no terreno, utilizou‐se estrutura mista de alvenaria estrutural ‐ para o pavilhão social ‐ e vigas metálicas ‐ para sustentar a casca dos containeres. A fundação para a alvenaria estrutural foi feita com viga de fundação (baldrame ‐ fundação rasa), assim como a fundação das lajes onde os containeres estão apoiados.
DETALHE
DETALHE DA COBERTURA ESCALA 1:50
N
4