Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia
Bauru
Ano IX
Edição nº 35
Junho de 2017 Rafaela Thimoteo/Voz do Nicéia
DAE inicia a troca de encanamentos antigos, mas não tem previsão para água e esgoto da Rua 6 Pág. 6 Construção do posto de saúde do bairro ainda vai demorar Pág. 3
A história de amor de Cidinha e Brandão Pág. 8 Caroline Viúdes/Voz do Nicéia
Victória Ribeiro e Gabriel Leite Ferreira/Voz do Nicéia
Viva São João! Gosta de Festa Junina? Pág. 7
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2 Junho de 2017 Editorial Nesta edição, nosso jornal comunitário traz uma matéria sobre política, sobre as melhorias prometidas para o bairro. O prefeito Gazzeta foi procurado inúmeras vezes pela equipe de reportagem, mas foi impossível qualquer conversa com ele. De qualquer forma, as autoridades municipais ficaram sabendo da insatisfação da comunidade. As reivindicações são várias, destacandose um pedido de mais atenção para o posto de saúde. Da política municipal, vamos à política nacional conhecer mais sobre a Reforma Trabalhista, na seção Tira-Dúvidas. E para quebrar o clima de tensão, vamos
Unip / Makro Horário de saída do CENTRO - Dia útil 05h35 05h50 06h14 06h48 07h16 08h10 08h48 09h23 10h07 10h42 11h27 12h05 12h51 13h29 14h10 14h23 14h49 15h32 16h04 16h46 17h22 18h05 18h15 18h42 18h50 19h18 19h50 20h20 21h23 22h35 Sábado 05h45 06h10 08h38 09h13 12h19 12h49 16h31 17h45
06h28 09h46 13h29 19h00
06h59 10h22 14h03 20h11
07h33 10h57 14h20 21h21
08h05 11h38 15h17 22h30
Domingo/Feriado 06h20 07h24 08h32 09h40 10h48 11h56 13h04 14h12 15h20 16h28 17h36 18h44 19h52 21h00 22h08
Fale com a gente! Departamento de Comunicação Social da Unesp 3103-6063 3103-6066 E-mail jornal.vozdoniceia@gmail.com CANTINA DA VALDECI Salgados, doces e refrigerantes Rua 1 (14) 99727 - 3266
falar sobre o que os moradores mais gostam na tradicional festa junina, no Fala, morador!. No mês dos namorados, conheça a história de amor do casal Cidinha e Brandão e de sua filha adotiva Stefani, na página 8. Logo abaixo, nosso mural está cheio de energia e muita alegria da criançada! No blogue, informações sobre os direitos da mulher e você também pode ler sobre os novos projetos que andam agitando o bairro: a zumba e a escolinha de futebol. Boa leitura! Equipe Voz do Nicéia
Horário de ônibus Câmpus /CTI: Horários saída do Campus - CTI - Dia útil 06h20 06h40 07h20 07h40 08h20 08h40 09h02 09h39 10h00 10h30 11h00 11h20 12h16 12h36 12h56 13h16 13h33 13h56 14h26 14h56 15h26 16h20 16h26 17h16 17h36 18h00 18h22 18h36 18h56 19h36 20h00 20h36 21h00 21h26 22h00 22h27 23h05 Sábado 06h25 07h17 07h45 08h10 08h35 09h30 10h20 11h15 12h32 13h00 13h25 14h17 15h10 16h02 18h40 19h33 20h25 21h18 23h03
Jornal comunitário bimestral do bairro Jardim Nicéia, em Bauru-SP Projeto de Extensão Universitária Jornalista responsável: Angelo Sottovia Aranha MTB-12870 Editora-chefe: Giovana Murça Pastori Edição geral: Angelo Sottovia Aranha MTB-12870 Equipe de Produções audiovisuais: Camila Gabrielle, Beatriz Fanton, Caroline Viúdes, Daiane Tadeu, Gabriel Leite Ferreira, Gilmara Melo, Jaqueline Neves, Júlia Paschoalino, Maria Eduarda Souza, Mariana Soares, Rafaela Thimoteo, Victória Ribeiro, Vitor Shigueo Equipe de Eventos: Aline Barbosa, Ana Letícia Fort de Carvalho, Beatriz Vercesi Bethlem, Gabriela Silva de Carvalho, Gabryella Karla Ferrari, Jéssica Ferreira, Julia Tonin Mariana David, Taleessa Silva, Tatiany Garcia
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Redação: Ana Carolina Montoro, Bruna Sciarini, Bruna Tastelli, Camila Rodero, Caroline Doms, Caroline Roxo, Daniele Olimpio, Egberto Santana, Fabiana Farias, Felipe Lamellas, Flávia Gasparini, Gabriela Abreu, Higor Vieira, Isabela Landim, Júlia Bonventi Nunes, Juliana Ribeiro Gálico, Laura Almeida, Laura Kerche, Letícia Alves, Marcela Benetti, Marcela Briglia Franco, Maria Carolina Gonzalez, Maria Eugenia Martelli, Matheus Rodrigo, Milena Garcia, Natália Santos, Nathalia Soares, Paula Bettelli, Rafaela Martuscelli, Vitor Soares
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FAAC - Unesp Bauru Departamento de Comunicação Social Endereço: Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa Bauru/SP Tiragem: 1000 exemplares Impressão: Full Graphics Distribuição Gratuita
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Posto de saúde no bairro é promessa distante Segundo Gazzeta, a irregularidade do bairro impede a construção do posto
Médico, remédio, consulta, exame, vacinação, transporte público. Necessidades básicas de todo cidadão que muitas vezes não são atendidas por completo. Um posto de saúde dentro do bairro é um sonho antigo entre os moradores que nunca passou de promessas políticas. Sempre que precisam de atendimento, os moradores tem que ir ao posto do Jardim Europa. Segundo a moradora Ana Paula da Silva Cunha, chegar ao posto é muito complicado porque não há ônibus para isso. O caminho mais próximo é pelo atalho cruzando a pista a pé pela passarela. “Tem pessoas deficientes que não tem como ir, então se locomover até lá se torna bem difícil”, ressalta Ana Paula. Além de longe, o trajeto pelo atalho pode ser muito perigoso por conta da escuridão e do mato alto. De acordo com a moradora Gleika Ivanilde de Moraes, até ameaças de estupro estão acontecendo no local.
Victória Ribeiro e Gabriel Leite Ferreira/Voz do Nicéia
Bruna Sciarini Maria Eugênia Paula Bettelli Vitor Soares
Moradores relatam que no atalho que dá acesso ao posto já aconteceram assaltos e estupros
blema é a falta de médicos pediatras, tendo em vista que no bairro há uma quantidade grande de crianças. Outra reclamação refere-se à dificuldade de buscar remédios. Antes, os medicamentos eram disponibilizados no próprio posto, mas agora os moradores devem pegar as receitas no posto do Jardim Europa e retirar os remédios no posto do Bela Vista, na farmácia do Redentor ou na Farmácia Municipal, no centro da cidade. "Às vezes você vai lá buscar e não tem o remédio", critica a moradora Cleusa Ramos. Sem condições para comprar o medicamento, o jeito é ficar sem até que seja disponibilizado nas unidades, o que interrompe o trataConsultas e remédios No posto há uma médi- mento médico. ca que se dedica aos moradores do Nicéia, do progra- Novas promessas A moradora Ana Paula ma Mais Médicos. Mas, na ausência dela, outro médico relatou que, recentemente, os moradores tiveram uma atende em seu lugar. Entretanto, o maior pro- reunião com o atual prefeito
Clodoaldo Gazzetta (PSD). Na ocasião, o prefeito declarou que, por enquanto, não poderá ser feito um posto de saúde no bairro devido à documentação irregular do Nicéia. Ele também não propôs nenhuma outra solução provisória para o caso. O ex-prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) havia prometido um posto no bairro quando foi eleito, porém sua promessa não foi cumprida, como registrado na Edição Especial Eleições de 2016. Rodrigo alegou falta de terreno no bairro para a construção do posto, mas os próprios moradores indicam muitos terrenos disponíveis para construções no Nicéia. Outra justificativa é a população pequena do bairro, que não seria demanda suficiente para justificar a construção de uma unidade de saúde mais próxima dos usuários. Mesmo assim, os moradores continuam a insistir na cobrança do posto.
Para eles, há uma demanda grande no bairro, principalmente de crianças e idosos que acabam se arriscando para chegar até o posto no Jardim Europa. Sem respostas O secretário da saúde, José Eduardo Fogolin, foi questionado a respeito da possibilidade da construção do posto de saúde e sobre quais seriam os motivos que impedem a construção. Seria averiguada também a possibilidade de aumentar o número de médicos no posto do Jardim Europa, e a possibilidade de se colocar um médico para atender os moradores no salão da Igreja, algo que, segundo os moradores, foi prometido pelo atual prefeito. Entretanto, após contatos insistentes por e-mail e telefone, até o fechamento desta edição, a equipe do Voz do Nicéia não obteve respostas da Secretaria de Saúde.
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Moradores ainda não viram cumpr Em reuniões com o prefeito e vereadores, os moradores cobram
Em outubro de 2016 aconteceram as eleições municipais e os eleitores puderam escolher seus representantes. Em Bauru, Clodoaldo Gazzeta e seu vice, Toninho Gimenes, foram eleitos para ocupar a prefeitura. Além disso, os vereadores Markinho da Diversidade e Chiara Ranieri conseguiram se eleger pela segunda vez. Durante a campanha, Gazzeta fez muitas promessas aos moradores do Jardim Nicéia. Dentre elas, o asfalto, iluminação, esgoto e um problema antigo: a regularização dos terrenos. Porém, com o passar dos meses, a população ainda não viu o cumprimento dessas promessas. As preocupações em relação à falta de infraestrutura de água e esgoto na Rua 6 continuam. A falta de iluminação em algumas ruas também angustia os moradores pela insegurança de seus familiares e amigos, que, por trabalharem ou estudarem à noite, continuam obrigados a transitar por ruas e locais mal iluminados. A dúvida também permanece quanto aos ônibus, a implantação do posto de saúde e de uma creche, essenciais para a saúde e cuidado da população.
Ruas sem asfalto Ainda sem solução, ruas esburacadas dão dor de cabeça aos moradores. A mobilidade fica difícil com cada vez mais obstáculos. Américo Cândido de Souza, 62 anos, vive as dificuldades de ser cadeirante num local onde não há acessibilidade. Ele sofre para se locomover, pois a maioria das ruas ainda não são asfaltadas. Segundo o morador da Rua 5, em janeiro, o prefeito Gazzeta disse que iria começar a asfaltar as ruas, mas até agora isso não foi cumprido. Os moradores vão se virando como podem, jogando pedras nos buracos para poderem transitar de carro. Enquanto isso, Seu Américo continua preso dentro de casa: “Eu mesmo não posso sair daqui, só de carro”, lamenta. Alagamentos Seu Américo também cita os problemas que a chuva traz por conta da falta de asfalto no bairro. Sempre que chove, a água entra em sua casa. “Desce um aguaceiro da Rua 6 e vem estragando tudo”, descreve o morador. E ele não é exceção no bairro, muitos moradores têm suas casas inundadas durante períodos de chuva. A moradora Patrícia Prado dos Santos, 29 anos, conta que sua casa ficou alagada após uma forte chuva. Seu desejo é sair do bairro para
Camila Gabrielle e Maria Eduarda Souza/Voz do Nicéia
Ana Carolina Montoro Leticia Alves Nathalia Soares Rafaela Martuscelli
Américo Candido de Souza é cadeirante e perde seu direito de ir e vir por causa dos buracos e da falta de asfalto na Rua 5 não enfrentar mais esse tipo de situação: “Eu até tentei o ‘Minha Casa, Minha Vida’”, revela Patrícia. Prefeitura Em sua proposta de governo, o prefeito Gazzeta (PSD) assegurou que mensalmente os problemas seriam discutidos através de reuniões no bairro, nas quais os moradores estariam livres para darem sua opinião em relação aos problemas frequentes. Alguns moradores sabem que aconteceu uma reunião no bairro, mas a maioria não sabe ao certo quando ocorreu e o que foi
discutido. Algumas reuniões são marcadas em horários comerciais, dificultando o comparecimento dos moradores e não há uma ampla divulgação no bairro. Isso tem impedido os moradores de ficarem a par dos assuntos que são discutidos. O morador da Rua 2, Sebastião Gerônimo da Silva, 68 anos, compareceu a uma reunião na própria prefeitura. Sobre a regularização, Sebastião relatou que, segundo o prefeito, “os papéis do terreno ainda não estão resolvidos, e ele ainda vai negociar”, mas a promessa permane-
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ridas as propostas do novo governo melhorias e prazos para as novas promessas feitas nas eleições
Camila Gabrielle e Maria Eduarda Souza/Voz do Nicéia
Câmara dos vereadores O vereador Marcos Antônio, mais conhecido como Markinho, garantiu que desde seu primeiro mandato tem lutado por melhorias no bairro. Em entrevista, afirmou que está em andamento a implantação de uma sinalização de mão dupla nas ruas
2 e 3 para melhorar o fluxo de veículos. A implantação de mais opções de horários de ônibus na linha Centro/ Unesp também estaria em curso, diz Markinhos. O vereador ainda promete trabalhar para a construção de uma quadra de vôlei de areia, por melhor atendimento na saúde e para a finalização do asfalto no bairro. Sobre a pavimentação, Markinhos informou que Bauru tem um déficit muito grande nessa área. Ele acredita que com a finalização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sobrará recursos para o município asfaltar as poucas ruas de terra que
Com o rodo na mão, Patrícia Prado tira a água e a lama que invadem sua casa após todas as chuvas fortes
Camila Gabrielle e Maria Eduarda Souza/Voz do Nicéia
ce sem previsão de solução. Sebastião acrescentou também que o prefeito garantiu que não acontecerão desocupações, e quem possui terras no bairro vai continuar ali, se assim preferir. É bom lembrar que o jornal já registrou ameaças de desocupações de moradores na Rua 6.
O morador Sebastião Gerônimo da Silva foi às reuniões com o prefeito e agora espera as novas providências ficaram de fora do PAC. A respeito da legalização das moradias do bairro, o vereador afirma que a regulamentação só poderá ser feita pela prefeitura municipal após ser resolvida a disputa judicial entre possíveis antigos proprietários das terras. Quando perguntado em relação aos boatos de desocupação e realocação dos moradores da Rua 6, o vereador deixou claro que “não existe nenhuma possibilidade, nem do poder público, nem da iniciativa privada de se remover os moradores”. Apesar do jornal já ter conversado com antigos moradores da Rua 6 que foram obrigados a sair de suas casas, Markinhos afirma que a desocupação “não passa de boato”. Por estar na extremidade do bairro, pelo matagal e pelas divergên-
cias quanto aos atuais proprietários, a prefeitura não está conseguindo realizar as melhorias necessárias. Ele justifica a falta de infraestrutura na rua e explicou que as benfeitorias demoram mais tempo para chegar nas ruas mais distantes. Além disso, no outro lado da Rua 6 há bastante vegetação, de forma que a manutenção dessa área em boas condições de uso se torna mais complicada e cara. A equipe do Voz do Nicéia entrou em contato com as assessorias do prefeito Clodoaldo Gazzeta e da vereadora Chiara Ranieri, muitas vezes mencionada pelos moradores quando se aborda a questão das promessas eleitorais, mas, até o fechamento desta edição, os assessores não se manifestaram.
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?? Tira Dúvidas
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Gabriela Abreu Isabela Landim Marcela Briglia Franco
Em abril, uma proposta de reforma trabalhista foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Agora, o texto passa por votação no Senado. Caso seja aprovada, a proposta vai alterar alguns direitos do trabalhadores que hoje são garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), principalmente, relacionados à jornada de trabalho. Conversamos com o advogado e presidente da Comissão Trabalhista da OAB, José Antonio de Sena Jesus, que esclarece o tema.
Que mudanças afetarão os trabalhadores, caso essa proposta seja aprovada? São inúmeras. Não haverá uma perda de direitos trabalhistas já conquistados, mas sim uma tendência de se precarizar o trabalho. A diminuição da hora de intervalo para 30 minutos, por exemplo, afeta a saúde dos empregados. Assim como a ausência de limite de horas trabalhadas no decorrer do dia, pois, se aprovadas as mudanças, a única obrigação seria não ultrapassar as 44 horas semanais de trabalho. O governo Temer diz que a proposta flexibiliza as leis trabalhistas e, dessa forma, as empresas con-
Reforma Trabalhista
seguiriam contratar mais pessoas. Você acredita nesse ponto de vista? Não. Os dados mostram que quando economia era mais favorável, as normas trabalhistas eram as mesmas e o emprego sempre crescia. Temos que flexibilizar a lei de forma que não traga prejuízo ao trabalhador, como na proposta de divisão do período de férias em três períodos que, no meu ponto de vista, não prejudica os direitos dos empregados. Para quem não tem carteira assinada, haverá alguma mudança? Quem não tem registro em carteira e trabalha de forma assalariada está ir-
regular, portanto, já não é assegurado pelos direitos trabalhistas da CLT. Para os autônomos nada muda, pois não estão enquadrados no regime da CLT. O que mais pode prejudicar o trabalhador, e deve preocupá-lo agora? O estabelecimento de regras para que haja Convenção Coletiva de Trabalho, uma reunião entre os sindicatos dos empregados e dos empregadores para decidir questões importantes como piso salarial e condições de trabalho. É importante participar de sua categoria profissional para ter o direito de se manifestar e a oportunidade de expor seu pensamento.
Vazamentos afetam a vida dos moradores Chuvas causam transtornos e obra do DAE bloqueia a rua 6
Caroline Roxo Camila Rodero Matheus Rodrigo Rafaela Fernanda Thimoteo
“A gente já ligou no DAE, a gente já foi na prefeitura. É uma vergonha isso daqui, toda vez quando chove a água da rua invade minha casa”, reclama Maria Aparecida, da rua 6. Segundo a moradora, quando chove é impossível sair de casa ou transitar pelas ruas por falta de um sistema de escoamento adequado. Vazamentos de água e esgoto a céu aberto são comuns no bairro. O morador Gilberto Azevedo conta que há mais de um mês via
um filete de água escorrendo na Rua 2. A demora em solucionar os vazamentos só aumenta a preocupação dos moradores. Para alguns, a sensação é de que o Departamento de Água e Esgoto (DAE) está se esquecendo do bairro. Os vazamentos ocasionam o acúmulo de água nas ruas. As poças tem atraído muitos pernilongos, dentre eles o perigoso Aedes Aegypti, que transmite dengue, Chikungunya e Zika. De acordo com José da Silva, morador da Rua 4, obras e melhorias foram feitas recentemente pelo DAE. Nessas visitas, o DAE arrumou algumas ruas, mas
apenas sinalizou os buracos da Rua 6, que permaneceram dias abertos, oferecendo risco a população. Outro problema antigo no bairro é a ausência de saneamento básico na Rua 6, onde o encanamento do DAE não chega. Por conta disso, há muitas fossas na rua, conta Maria de Lourdes. Ela ressalta que o maior perigo é acontecerem acidentes. Segundo Clester Oliveira, diretor da Divisão Técnica do DAE, a obra realizada em maio na Rua 6 reparou os danos causados pelas chuvas. A equipe desentupiu a rede de água e esgoto e trocou as manilhas
do encanamento de barro por novas de PVC. O DAE afirmou que vai trocar todo o encanamento antigo, de ferro fundido, por canos de PVC conforme a necessidade de manutenção ou quando a prefeitura substituir o pavimento. Após o contato da equipe do jornal, Clester assegurou que a obra parada na Rua 6 seria terminada na primeira semana de junho e a equipe do DAE terminou a obra dentro desse prazo. A respeito da falta de encanamento em parte da rua 6, o DAE informou que não há projetos de ampliação das redes de água e esgoto para o bairro no momento.
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"Do que você gosta na Festa Junina?"
Bruna Tastelli Egberto Santana Felipe Lamellas Laura Kerche
O mês de junho chegou com a tradicional Festa Junina, repleta de brincadeiras típicas, muita comida boa e diversão. Mas, o que os moradores mais gostam nessa festança? Fotos: Vitor Shigueoe Daiane Tadeu
“Eram gostosas as festas juninas antigamente. Tinha batata doce, cozida, pipoca, cachorro quente... tudo isso! Também tinha dança, era um verdadeiro arraiá.” Oswaldo Ribeiro da Silva, 58 anos
“A melhor parte da festa junina são as brincadeiras típicas e as barraquinhas de jogos. Na festa da escola, todos devem apresentar e é muito legal.” Rafaela e Mariana, 8 anos
“Eu gosto do divertimento. Acho bonito ver a turma brincando numa boa, sem brigas. Uma festa junina que me marcou muito foi em um sítio onde tive que casar de brincadeira com uma moça.” Dirceu Garcia, 61 anos
“Quentão, vinho quente e pipoca são as coisas que eu mais gosto. Aqui no bairro já tivemos festa junina, mas faz tempo, foi quando ainda não tinha praça e nem asfalto.” Kelly Patrícia Mendes, 39 anos
“O que eu mais gosto é a dança e as brincadeiras, como a dança da cadeira e o correio elegante. Além das comidas, como milho, cachorro quente e pipoca que eu gosto.” Camila Souza, 16 anos
“Eu gosto de participar não só da festa, mas também da organização. Tem que providenciar a comida, música e muitas outras coisas. Se tivesse uma festa junina aqui, eu gostaria muito de ir, além de colaborar com o evento, que sempre necessita da ajuda de todo mundo.” Marcelo Batista, 43 anos
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Caroline Viúdesi/Voz do Nicéia
Perfil Fabiana Farias Flávia Gasparini Juliana Gálico Milena Garcia
Imagine a seguinte situação: você sai de casa, em um dia qualquer da sua vida, para ir a um suposto encontro na igreja e se vê no seu próprio casamento! Essa história de amor que mais parece ficção aconteceu de verdade, e foi no Jardim Nicéia. Maria Aparecida e Brandão se conheceram na Vila Diva em São Paulo. Ela, uma garota recém-chegada na cidade, vinda do interior, com apenas 14 anos. Ele, um jovem paulista, acostumado com a vida agitada da metrópole, 22 anos. Vizinhos, esbarravam-se pelas ruas do bairro, um sempre com os olhos no outro, numa singela paquera. Os anos passaram, e cada um seguiu seu caminho. Cidinha casou-se aos 19 anos, teve nove filhos, voltou para o interior e após quinze anos, ficou viúva. Brandão casou-se, teve cinco filhos e continuou na capital. Mas, como num filme romântico, Cidinha e Bran-
Cidinha, Brandão e Stefani dão um dia iriam se reencontrar. Após o falecimento de seu marido, Cidinha voltou para São Paulo em busca de Brandão. Ele ficou casado por vinte anos, e por coincidência, havia se separado da esposa pouco tempo antes desse reencontro. Após conversas e alguns encontros, o sentimento de um pelo outro ressurgiu. O momento foi decisivo: os dois ficariam juntos. Assim começa a história de um dos casais mais admirados do Jardim Nicéia. Com o romance em curso, os dois voltaram para Bauru. Apesar de ter reencontrado seu grande amor e de estarem juntos há muitos anos, Cidinha ainda não havia se casado com Brandão. Mas, a espera de vinte anos nunca a desencorajou de realizar seu sonho. Ela começou a organizar sozinha o tão esperado casamento: foi atrás dos padrinhos, documentos, Igreja,
festa… Tudo que um casamento merece ter. Porém, faltou um detalhe: não contou para Brandão! Chegando o tão esperado dia, Cidinha inventou uma desculpa para Brandão ir à igreja e, ao chegar lá, o noivo foi surpreendido com um casamento. Com lágrimas nos olhos, os dois trocaram alianças em 2011, na presença de familiares e amigos do casal. Para complementar essa história de amor, há oito anos o casal tomou a importante decisão de adotar Stefani, uma garota que foi acolhida com grande carinho pelos dois. A menina, que sonha ser bailarina, é a única filha do casal. Os filhos dos primeiros casamentos vivem em diferentes cidades e sempre os visitam. O casal se tornou exemplo de cumplicidade e companheirismo no bairro. Fazem tudo juntos, desde ir ao mercado a tomar decisões importantes relacionadas à família. Brandão até se emociona ao contar sobre a vida ao lado de Cidinha. Trinta anos se passaram desde o reencontro, e o amor entre eles cresce a cada dia. Na semana do Dia dos Namorados, confira um vídeo do casal contando um pouco de sua linda história de amor na nossa página do facebook: www.facebook.com/vozdoniceia
Mural Brincando na rua...
Fotos: Gilmara Melo, Júlia Paschoalino e Mariana Soares/Voz do Nicéia