Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia
Bauru
Ano IX
Edição nº 37
Outubro de 2017 Daiane Tadeu/Voz do Nicéia
A força da comunidade está na associação Pág. 4 Para as crianças, a festa não teria fim. Foi só diversão e alegria! Pág. 6
Deninho, o "pulmão de aço" do NEC, conta sua história Pág. 8
www.vozdoniceia.wordpress.com
Gilmara Melo/Voz do Nicéia
Caroline Viúdes/Voz do Nicéia
Que futuro desejamos às crianças? Pág. 7
2 Outubro de 2017 Editorial No mês das crianças, a diversão foi total no café da manhã no bairro! Todos os detalhes estão na Cobertura, na página 6. Logo acima, confira o Fala, morador! sobre os desejos dos moradores para o futuro das crianças do Jardim Nicéia. Nesta edição, abordamos a importância de uma associação de moradores para representar o bairro perante o poder público e conquistar mais melhorias, como a tão sonhada legalização dos lotes. Na página ao lado, você confere algumas oportunidades de cursos profissionalizantes para vencer o desemprego. No Tira-Dúvidas,
saiba sobre a nova mudança na cobrança da conta de luz. O Perfil do mês fica por conta do Deninho, talentoso jogador do NEC. No blogue, confira matérias exclusivas sobre abandono de animais e uso de métodos contraceptivos. Ainda no meio digital, não deixe de ouvir nossa mais nova Rádio Nicéia com uma reportagem sobre a associação de catadores de lixo no bairro. No ensaio fotográfico do mês, registramos os momentos de algumas profissões do bairro. Boa leitura! Equipe Voz do Nicéia
Horário de ônibus Centro - Unip / Makro (Passa pelo Jd. Nicéia)
Unip/Makro - Centro (Passa pelo Jd. Nicéia)
Dia útil 06h48 07h20 08h10 08h48 09h23 10h42 12h05 13h30 15h32 16h46 17h22 18h05 18h42 19h18 20h20 22h35
Dia útil 06h12 06h48 07h29 08h11 09h27 10h02 10h46 11h23 12h09 12h47 13h33 14h10 14h55 15h29 16h11 16h41 17h25 18h41 19h16 19h48 20h20 20h50 22h03 22h05 22h30 23h05
Sábado 06h28 07h33 09h13 12h20 13h30 16h30 19h00 20h10 22h30 Domingo/Feriado Não há ônibus que passam no bairro
Sábado 05h56 06h20 07h00 07h30 08h04 08h39 09h12 09h48 10h21 11h02 11h42 12h15 12h52 13h26 14h06 14h40 15h54 17h08 18h22 19h36 20h46 21h56 23h06 Domingo/Feriado 06h50 07h58 09h06 10h14 11h22 12h30 13h38 14h46 15h54 17h02 18h10 19h18 20h26 21h34
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Jornal comunitário bimestral do bairro Jardim Nicéia, em Bauru-SP Projeto de Extensão Universitária Jornalista responsável: Angelo Sottovia Aranha MTB-12870 Editora-chefe: Giovana Murça Pastori Editor adjunto: Vitor Soares de Freitas Gestora de mídias sociais: Marcela Benetti Edição geral: Angelo Sottovia Aranha MTB-12870 Equipe de Produções audiovisuais: Caroline Viúdes, Daiane Tadeu, Gilmara Melo, Jaqueline Neves, Júlia Paschoalino, Marcela Briglia Franco, Nathalia Soares, Rafaela Martuscelli, Victória Ribeiro Equipe de Eventos: Bruna Sciarini, Fabiana Farias, Gabriela Silva de Carvalho, Gabryella Karla Ferrari, Jéssica Ferreira, Mariana Soares, Rebeca Almeida Redação: Aline Bonholi Barbosa, Ana Carolina Montoro, Bruna Tastelli, Camila Rodero, Caroline Doms, Caroline Roxo, Felipe Lamellas, Flávia Gasparini, Juliana Gálico, Laura Almeida, Laura Kerche Letícia Alves, Mariana David, Milena Almeida, Milena Garcia, Rafaela Fernanda Thimoteo Créditos dos ícones de mídias sociais: Alexei Ryazancev/Site Inconfider FAAC - Unesp Bauru Departamento de Comunicação Social Endereço: Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa Bauru/SP Tiragem: 1000 exemplares Impressão: Full Graphics
0800-7710195 (fixo gratuito) (14) 3235-6140 / 3235-6179 (celular)
Distribuição Gratuita
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Cursos gratuitos são investimentos no futuro Moradores buscam profissionalização como saída para o desemprego
Maria Cristina de Oliveira é conhecida por vender sorvetes na rua 2, e, recentemente, resolveu investir em sua habilidade culinária, que hoje só usa em casa mas que, no futuro, poderá aumentar sua renda. A decisão aconteceu quando ela foi ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) procurando ajuda financeira e recebeu a sugestão de fazer um curso de panificação, que começará em novembro. Novembro também é um mês especial para a Elenice Pereira da rua 2, pois é quando ela se forma em seu curso de costura. Assim como fez Maria, procurar o CRAS pode ser um caminho para quem pensa em se profissionalizar. No CRAS mais próximo do bairro, localizado no Jardim Europa, na rua Carlos Del Plete, 11-16, assistentes sociais e uma psicóloga orientam quem busca profissionalização gratuita e oferecem até vale transporte, em alguns casos. Em meio as dificuldades do desemprego, Elenice percebeu a importância de uma profissionalização: “Arrumar serviço está muito difícil, porque hoje em dia, para tudo, precisa de curso e estudo”. Após terminar o curso de costura, Elenice planeja fazer um curso de cabeleireiro e abrir seu próprio negócio, onde possa aplicar seu conhecimento e
também gerar renda para sua família. O CRAS também direciona interessados em cursos profissionalizantes para instituições como a AELESAB, que oferece cursos na área de beleza. Os cursos são gratuitos e o aluno, além de aprender as técnicas, tem apoio social e psicológico, aprende a cuidar de seu negócio e, ao final, ganha o material para iniciar sua carreira profissional. Cursos técnicos Os cursos técnicos oferecem uma habilitação profissional, além do conhecimento de práticas específicas. Na ETEC (Escola Técnica) Rodrigues de Abreu são oferecidos diversos cursos, de graça, como enfermagem, administração, contabilidade, informática e segurança do trabalho. Alguns deles são integrados ao ensino médio, ou seja, as aulas duram o dia todo e, ao final de três anos, é obtida a formação do ensino médio e também do técnico. Os que não são integrados têm aulas no período noturno e exigem que o aluno tenha concluído o ensino médio ou esteja cursando, no mínimo, o segundo ano do ensino médio. No caso de alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) é necessário que o aluno tenha a aprovação no Exame Nacional para Certificação de Competências para Jovens e Adultos (ENCCEJA) em duas matérias, pelo menos.
Marcela Briglia/Voz do Nicéia
Camila Rodero Letícia Alves
O Projeto de Educação de Jovens e Adultos (PEJA), na Unesp, há 10 minutos do Nicéia, é solução para quem parou de estudar O próximo processo seletivo da ETEC abre no final do ano. Para se inscrever, o interessado deve ficar atento ao site da instituição. Também há oportunidades de curso no SENAI (Serviço Nacional Aprendizagem Industrial), onde os cursos técnicos são voltados para o trabalho na indústria. A maior parte dos cursos são gratuitos e o aluno só arca com os custos da inscrição e do material didático. Para se inscrever no processo seletivo, a pessoa deve ter o ensino médio completo. Para os cursos de qualificação que são pagos existem bolsas de estudos que podem ser solicitadas pelo site do SENAI Bauru. Para quem terminou o primeiro ano do ensino médio e tem de 14 a 24 anos, existe também o curso de aprendizagem industrial, ligado ao Programa Jovem Aprendiz, outra oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Já no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial), é possível fazer cursos livres de massagem, moda, finanças, entre outros e cursos técnicos com bolsas de estudos, solicitadas dois meses antes do começo das aulas no Senac, na avenida Nações Unidas, 10-22, no Centro. É interessante ficar de olho no site do Senac. A maioria dos cursos exige algum nível de escolaridade. E para quem ainda não tem diploma, o Projeto de Educação de Jovens e Adultos (PEJA), na Unesp, atende a diferentes demandas de escolarização, desde a alfabetização até a conclusão do ensino fundamental. Empreendedorismo Quem quer abrir o próprio negócio ou já possui, mas precisa de uma ajuda para prosperar, pode recorrer ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Lá, as palestras abordam temas como finanças e abertura de empresas. O Sebrae fica na avenida Duque de Caxias, 16-82, no Higienópolis.
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A importância de uma associação
A organização da comunidade em uma associação de mor Bruna Tastelli Laura Almeida Mariana David
É direito do bairro O especialista em direito, Carlo José Napolitano, afirma que a associação de moradores é de extrema importância, pois quando os moradores solicitam mudanças à prefeitura por meio de uma associação de moradores, esse pedido tem um peso maior do
que teria, caso fosse feito de forma individual pelos moradores. Segundo ele, o presidente da associação tem uma função administrativa, sendo o responsável legal por ela, portanto deve agir de acordo com o Estatuto Social das associações, que funciona como um “contrato”, indicando quais são as funções dos integrantes. “A Associação é livre, a prefeitura não faz nenhum tipo de intervenção relacionada a ela além do Estatuto”, enfatiza Napolitano. Retomar a associação Um dos moradores mais antigos do bairro, seu Rubens de Abreu, se recorda da época em que o Nicéia tinha uma associação de moradores: “Muitas
coisas boas foram feitas, o bairro melhorou bastante naquele tempo, pois o pessoal ia atrás das coisas”. Valter da Silva, morador do Nicéia há 24 anos, diz que a volta da associação de moradores seria importante para colocar em discussão temas sobre asfalto, escritura dos terrenos, ponto de ônibus, posto de saúde e para divulgar informações sobre o que está acontecendo no bairro ultimamente. Valter lembra que a associação não tinha uma sede, a votação da última gestão aconteceu em uma lanchonete e as poucas reuniões realizadas foram na creche. Isso reforça a necessidade de um centro comunitário, como já foi abordado no jornal. Daiane Tadeu/Voz do Nicéia
A união da comunidade em uma associação de moradores é fundamental para dar força às reivindicações do bairro, pois é uma forma de representação de todos e também uma ferramenta importante para fazer a intermediação dos interesses comunitários com as autoridades públicas, lembra o morador Valter da Silva. O Jardim Nicéia já teve uma associação de moradores, porém, de acordo com a Secretaria Municipal de Administrações Regionais (SEAR), o último mandato se encerrou em 12 de setembro de 2016. O bairro também não tem sua associação cadastrada no site da prefeitura, o que é essencial para não complicar sua legitimidade. A associação de moradores faz o contato com o poder público por meio de um representante do bairro que é eleito pela comunidade. Assim, as principais demandas do bairro, como a falta de asfalto, posto de saúde, escola e transporte público podem ser cobradas oficialmente das autoridades. Uma das ocasiões importantes para cobrar a prefeitura são as reuniões do Orçamento Participativo, que representam um espaço democrático, ou seja, com participação
direta da população, nas quais a prefeitura define os investimentos em obras e serviços prioritários para a população. A participação de um presidente do bairro nessas reuniões pode ser produtiva, pois os moradores, que conhecem bem as necessidades da própria comunidade e sabem o que falta e o que deve ser melhorado, podem apresentar e defender suas prioridades de obras e serviços. De acordo com a SEAR, as reuniões do Orçamento Participativo ocorrem em ciclos de dois anos. Em anos ímpares são realizadas as reuniões regionais, a apresentação das demandas pelas comunidades e as eleições dos delegados, representantes de cada região. Já nos anos pares, ocorre o acompanhamento das propostas de obras e serviços definidos pela comunidade. É importante a presença nesses encontros como forma de cobrar pelas obrigações das autoridades políticas e também de cumprir o papel de cidadão que todos temos.
O comerciante Valter da Silva ressalta que uma associação facilitaria a reivindicação de políticas públicas
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o de moradores no Jardim Nicéia Daiane Tadeu/Voz do Nicéia
radores pode ajudar na conquista de melhorias para o bairro
Joana Miguel, ex-líder da associação, acredita que a associação depende de um maior engajamento dos moradores a comunidade”, acrescenta a ex-presidente. Ela explica que todo o procedimento de formação é regulamentado pela SEAR e se alguém se interessar em assumir o cargo deve entrar em contato com essa secretaria. Mas a liderança do bairro não é fácil, Joana relembra algumas das dificuldades para manter a associação, pois não havia tanto engajamento por parte dos moradores. Receber apenas o título de líder não basta para a representação e concretização dos atos desejados pelas políticas públicas, “é preciso ir atrás, ficar cutucando a política, ou então não sai nada”, orienta a moradora. Na escolha das pautas para apresentar à prefeitu-
são apenas do poder público, mas também do engajamento durante o processo de cobrança. O morador Adalto Candido foi presidente da associação em 1995 e para ele as prioridades no momento são um centro comunitário, uma escola e o término do asfalto. Ele explica que por falta de diretoria responsável pelo bairro, não acontecem mais reuniões entre os moradores para debaterem sobre as necessidades da comunidade. Seu Adalto reafirma a importância dos moradores interessados em assumir a diretoria da associação montarem uma chapa para concorrer em uma futura eleição; "o bairro cresceu e precisamos de gente interessada para resolver nossos problemas”. Daiane Tadeu/Voz do Nicéia
Presidentes anteriores A associação do Nicéia não está ativa oficialmente e, portanto, não tem um líder oficial. Os presidentes anteriores, Seu Adalto e Dona Joana, foram muito importantes para pressionar o poder público e foram trazidas melhorias para o bairro. A última presidente da associação foi a moradora Joana Miguel, com o mandato de 2012 a 2016. Dona Joana ressalta a necessidade de ter uma associação de moradores engajada para trazer melhorias ao bairro como, por exemplo, um centro comunitário. “Em um centro comunitário poderiam ser feitas as reuniões, projetos sustentáveis, ações voluntárias, além de ser um espaço para
ra, Joana conta que não haviam problemas, já que ela é uma moradora do Nicéia e entende as prioridades e cobranças de todos: o asfalto, posto de saúde, legalização do bairro, transporte público mais acessível e os nomes das ruas, todas promessas antigas não cumpridas. No momento, Joana não pensa em retornar à presidência da associação, mas reconhece a importância e necessidade do órgão representativo para o Jardim Nicéia. Em uma associação de moradores, o presidente é a ponte entre a população e os meios públicos e é necessário a participação de todos para que as demandas sejam cumpridas. Além disso, é preciso a consciência de que os créditos das conquistas não
O morador Adalto Cândido incentiva a criação de uma nova chapa para a associação
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Outubro de 2017
?? Tira Dúvidas
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Caroline Doms
Em setembro de 2016, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou a opção de Tarifa Branca, um novo modelo de cobrança de energia. A nova opção de tarifa pode ajudar o consumidor a economizar e estará disponível a partir de janeiro de 2018 para as cidades com maior consumo de energia por ano, mas só passará a valer a todos os municípios em 2020. Para explicar como funciona essa tarifa, conversamos com Hugo Lamim, as-
sessor da Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição da ANEEL. Como funciona essa nova opção de tarifa? A Tarifa Branca possibilita ao consumidor pagar menos na conta conforme o horário em que utiliza a energia. Na residência em que o maior consumo é fora do “horário de ponta”, ou seja, fora do maior horário de consumo, o valor cobrado será menor do que na Tarifa Convencional, como é hoje. Nos dias úteis, o valor da energia varia em três horários: ponta (das 19h às 21h), intermediário (das 18h às 19h e das 22h às 23h) e fora de ponta (das 23h às 18h).
Tarifa branca de energia
No horário fora de ponta a energia é mais barata do que nos demais horários estabelecidos. O valor da Tarifa em feriados nacionais e fins de semana será sempre o fora de ponta. O consumidor deve trocar algum aparelho? A troca de eletrodomésticos não é necessária. A do medidor da casa, sim, se não for eletrônico. Porém, quem paga pela troca e faz a instalação é a distribuidora de energia de cada cidade, ou seja, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) de Bauru. Qual perfil de consumidor se encaixa na nova tarifa? A adoção da Tarifa Branca é uma opção do consu-
midor e não passará a valer para todos. Por conta disso, é importante que o consumidor que deseja adotar a tarifa observe qual é o horário em que mais utiliza a energia elétrica, e se vale a pena aderir ao novo modelo de cobrança. Os aparelhos eletrodomésticos que mais gastam energia são o chuveiro e os aparelhos de ar-condicionado e aquecedor. Se o morador observar que utiliza mais esses aparelhos nos horários de ponta ou no horário intermediário, não deve adotar a Tarifa Branca, pois não irá economizar. Nesse caso, é indicado que ele continue a utilizar a Tarifa Convencional.
Festa das crianças foi só diversão
O café da manhã envolveu desde crianças até adultos Milena Almeida Milena Garcia
A comemoração do dia das crianças no Jardim Nicéia foi pura animação na manhã do domingo, dia 15. A iniciativa de fazer uma festa no bairro partiu da moradora Dona Terezinha e teve apoio do projeto de empreendedorismo social Enactus, da Unesp. Desde que mora no bairro, há 18 anos, Dona Terezinha criou a tradição de fazer almoços em celebração de datas comemorativas, como o dia das crianças e o natal. Dessa vez, foi servido um café da manhã com lanches e sucos, distribuídos
às 11 horas em frente à pracinha do Nicéia. A moradora não deixou de agradecer a ajuda dos vizinhos que colaboraram, como o Senhor Antônio e a Dona Ruth da padaria, entre outros que ajudaram na preparação do evento. Dona Terezinha acredita que esse tipo de festa traz alegria para a vizinhança e é importante para manter a união entre os moradores do bairro: “temos que ser unidos!”, exclama. As mães Beatriz e Taís enfatizaram a importância de eventos como esse, pois mostram aos moradores que existem pessoas fora do bairro que se importam
e estão dispostas a trazer atividades diferentes para animar o fim de semana de todos. “É muito bom, as crianças gostam bastante dos eventos na vila, são os momentos em que nos reunimos”, festeja Taís. A opinião das crianças sobre a festa foi unânime: elas adoraram. Na quadra, elas brincaram de gincana, batata quente e queimada. Ao final, o que não faltou foram prêmios, houve distribuição de bolas, balas e doação de livros, para reforçar a importância da leitura. Para completar a diversão, a festa contou com a presença do Renan Lace, o tio Pituka, da empresa Reca
Meleca, que fez pinturas na criançada de forma voluntária. A fila da pintura lotou de pequenos animados para verem seus rostos e braços desenhados. A pequena Ana Clara aprovou as brincadeiras e ficou com gostinho de quero mais: “eu quero, muito, gente pra fazer bagunça comigo!”, exclamou animada. Ao final da festa, trinta famílias do bairro voltaram felizes para casa após o sorteio de 30 cestas básicas realizado pelo projeto Enactus. O evento contou com doações dos mercados Tauste e Confiança e das empresas Embalagens Prestes Maia e Reca Meleca.
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"Que futuro desejamos Aline Barbosa Ana Carolina Montoro às nossas crianças? Cada criança tem um sonho e cada pai e mãe desejam o melhor para seus filhos. O que nós e o poder público podemos fazer em conjunto para ajudar as crianças a conquistarem seus objetivos? Fotos: Nathalia Soares
“Eu desejo que todas as crianças do bairro tenham uma boa educação. Vou fazer o melhor que eu puder para a minha filha e acredito que o município poderia trazer para o bairro projetos voltados para a educação.” Fernanda Abreu, 33 anos
“Sempre queremos que nossos filhos tenham um futuro diferente do nosso. Hoje em dia eles têm tudo pra estudar, mas a escola e o ensino estão fracos, precisam melhorar. O salário dos professores devia aumentar para eles se sentirem mais motivados. Cursos profissionalizantes para jovens de 16 anos conseguirem um primeiro emprego também são importantes. Clóvis Verissímo, 51 anos “Acredito que aqui deveria ter uma biblioteca móvel e um centro comunitário, onde os moradores pudessem contribuir com livros para as criança. Se as crianças tivessem uma biblioteca e lessem mais, elas poderaim ter um futuro melhor e eu desejo isso a elas.” Raquel Leme, 32 anos
“O estudo é fundamental. As escolas dos meus meninos são boas, mas eu acho que deveria ter algum projeto pra eles participarem depois que saem da escola e que seja perto de casa, porque os que existem são longe e eu não quero que eles andem sozinhos.” Crisélia Aparecida Ferreira, 39 anos
“Eu desejo que as crianças do bairro sigam os seus sonhos e que elas se tornem o que quiserem. Se a qualidade do ensino público e as formas de locomoção das crianças até a escola melhorassem, as crianças poderiam chegar a aula com mais conforto e ficariam mais motivadas para estudar e buscar um futuro melhor”. Feliciano
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Outubro de 2017 Gilmarra Melo/Voz do Nicéia
Perfil Felipe Lamellas
Crescer, jogar bola, vestir a camiseta do seu time de coração, ser escalado para a seleção brasileira, defender o Brasil, jogar uma Copa do Mundo, ser campeão... Quem nunca quis ser jogador de futebol? Esse é o sonho de milhares de crianças brasileiras e, assim como elas, o jovem morador do Jardim Nicéia Danilson Carlos da Silva, mais conhecido como Deninho, também alimentava esse desejo desde cedo. No Nicéia desde os 7 anos, o menino cresceu se divertindo com a bola e os amigos na rua, nos campinhos, não importava onde, o importante era o futebol. Hoje com 24 anos, Deninho, nas horas vagas, é jogador amador no NEC, o Nicéia Esporte Clube. Atualmente, Deninho é o volante do time, ou seja, atua no meio campo, roubando a bola e dando passes e assistências para o ataque. Ele conta que já jogou em várias posições ao longo desses anos, no meio-campo, lateral e já foi até atacante.
Danilson Carlos da Silva O sonho de ser jogador profissional já bateu na trave algumas vezes. Deninho relata que já jogou em vários times e vestiu muitas camisas. Há alguns anos, ele treinava em Agudos com o empresário do jogador Casemiro, que hoje atua no Real Madrid. Entretanto, a falta de condições para viajar para a cidade vizinha fizeram com que Deninho desistisse dos treinamentos. Hoje, ele trabalha como ajudante geral, mas sempre arranja um tempo para praticar o futebol durante a semana na quadra e no campinho que ficam no bairro. Aos finais de semana de jogo do NEC, o time se encontra no local da partida algum tempo antes para treinar, acertar os detalhes e reforçar o entrosamento. Deninho ainda não fez nenhum gol este ano, mas ajuda o time com roubadas de bola
e passes. Ele lembra de uma assistência decisiva que fez este ano. O jogo estava empatado em 0 a 0, quando nos 46 minutos do segundo tempo, nos acréscimos da partida, Deninho foi para a grande área, recebeu o cruzamento do lateral e deu um passe talentoso para o atacante do time fazer o gol da vitória. O jogador já recebeu até o apelido de Paulinho, volante da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, pela aparência física e, principalmente, como garante ele, pelo talento dentro de campo. É também chamado por alguns de “pulmão de aço” pelo seu fôlego e resistência. Deninho é muito conhecido no bairro, todos os seus familiares moram no Jardim Nicéia, ou melhor, na vila, como ele chama. Um de seus amigos, César, relembra a infância ao lado dele, as brincadeiras na rua, no “campão”, nas quadras e destaca também o talento e a habilidade de Danilson desde pequeno. No jogo da vida, o sorriso e a empolgação ganham de goleada dos problemas e adversários, o sonho de vencer e o desejo de ser campeão extrapolam as quatro linhas. Na nossa página no Facebook, há um trecho interessante da entrevista com o jogador.
Mural Dia das crianças!
Fotos: Caroline Viúdes/Voz do Nicéia