Caderno de Estudos - Arquitetura Brasileira - PARTE I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO AUR090 - ARQUITETURA BRASILEIRA

AMANDA MARTINS DOS REIS GIULIA SGARBI LUÍSA CEZARETE QUINTAL MARIANA LAMENZA

CADERNO DE ESTUDOS: ARQUITETURA BRASILEIRA Região das bacias hidrográficas do AtlânticoSudeste, Tocantins-Araguaia e Paraguai

PARTE I

JUIZ DE FORA 2021



PARTE I

DOS PRIMEIROS ABRIGOS AO PERÍODO COLONIAL



Sumário Parte I - Dos primeiros abrigos ao período colonial .................................... 3 Introdução ..................................................................................................... 7 Metodologia ................................................................................................... 8 Capítulo 1 - Período arqueológico .............................................................. 15 Capítulo 2 - Assentamentos indígenas ........................................................ 23 Capítulo 3 - As vilas coloniais ..................................................................... 37 Capítulo 4 - Sincretismos ............................................................................ 53 . Referências .................................................................................................. 63


Mapa Físico do Brasil (alterado pelas autoras) Fonte: IBGE


Introduçaõ Este caderno reúne um estudo do desenvolvimento arquitetônico e urbanístico das áreas do território brasileiro correspondentes às bacias do Paraguai, Tocantins-Araguaia e Atlântico-Sudeste, tomando como ponto de partida os percursos que tomam os principais rios de cada bacia. Cada capítulo reúne fragmentos do quadro arquitetônico, urbanístico, político e social de cada bacia dentro de um mesmo recorte temporal.

"(...) O MAPA DO BRASIL QUE TEMOS HOJE (...) é uma entidade artificial, forjada a ferro e fogo pela monarquia portuguesa, com alguns retoques dados pelo Império e pelos primeiros anos da República. Movimentos pré-históricos de povos e culturas não costumavam respeitar fronteiras que só seriam imaginadas milênios mais tarde (...)." (LOPES, 2017, p.20)

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- METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica para a qual foram utilizados relatos, monografias, teses, dissertações, artigos científicos, livros, entre outros - a fim de elaborar um mosaico de informações que pudesse auxiliar no entendimento de um panorama que ainda não possui tanta bibliografia organizada e acessível. Desenhos à mão livre e colagens digitais foram produzidos para ilustrar esses mosaicos e, muitas vezes, são junções e representações feitas a partir de mais de uma fonte, refletindo, frequentemente, as interpretações feitas pelas próprias autoras do trabalho.

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Mapa de Pindorama (termo em referência ao utilizado pelos povos de língua tupi para denominar o atual território sul-americano). Desenho de Amanda Reis.

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Mapa do Rio Araguaia e seus principais afluentes. Desenho de Amanda Reis baseado no Mapa Físico do IBGE.

Mapa do Tocantins, indicando a área do Lajeado e o Rio. Desenho de Mariana Lamenza baseado em Bueno.

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Bacia do Atlântico Sudeste

Mapa da Bacia do Atlântico Sudeste Desenho de Luisa Quintal, a partir do mapa de unidades hidrográficas do atlântico sudeste pela Agência Nacional das Águas, 2014

Mapa da Bacia do Paraguai e da região do Pantanal. Produção de Giulia Sgarbi a partir do Mapa Físico do IBGE.

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Área do Lageado, todos os pontos indicam sítios arqueológicos em sua maioria de caçadorescoletores, possivelmente da tradição Itaparica. Desenho de Mariana Lamenza baseado em Bueno. 12


Santa Rita do Araguaia (GO) e Alto Araguaia (MT), o rio faz parte de qual estado/município? Desenho de Amanda Reis.

OS LIMITES Antes, não haviam demarcações, delimitações, divisões políticas ou fronteiras. Haviam, sim, como ainda há, uma pluralidade de povos e modos de vida que ocupavam o território cada qual a sua maneira. Será que hoje em dia realmente vivemos dentro desses limites políticos? Ou nos limitamos mais por elementos da paisagem natural, como é o caso do Rio Araguaia, que acabou se tornando instrumento de divisão político-geográfica? Ou ambos?

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- CAPÍTULO I -

Período arqueológico OS PRIMEIROS ABRIGOS NO TERRITÓRIO hoje chamado de Brasil foram realizados por grupos caçadorescoletores nômades, que abrigavam-se principalmente em cavernas. Os registros dessas populações nas regiões estudadas datam de até 12.000 anos atrás.

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BACIA DO ATLÂNTICO SUDESTE O mapa da bacia do atlântico sudeste se encontra no site da agência nacional de águas e saneamento básico, existem também os mapas das bacias hidrográficas para cada estado da federação. Dentre os rios da bacia, pode-se destacar: Rio Suaçuí Grande, Rio Doce, Rio Manhuaçu, Rio Itapemirim, Rio Itabapoana, Rio Pomba, Rio Macaé, Rio Paraíba do Sul, Rio Paraitinga e Rio Paraibuna, Rio Ribeira do Igauapé e Rio Pardo.

Mapa dos principais rios desenho por Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico

ARQUEOLOGIA O território composto por essa bacia é habitado há muito tempo, uma evidência deste fato é o registro do fóssil humano mais antigo da América. Sobre o patrimônio arqueológico da região sudeste, em 2021, existem sítios arqueológicos a serem preservados, assim como remanescentes indígenas e quilombolas.

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Mapa das unidades hidrográficas desenho por Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico


MAPA ETNO HISTÓRICO Antes do início do processo de colonização a bacia do Atlântico Sudeste já era (e ainda é povoada) por grupos como Masacari, Tupinaki, Pataso, Malali, Puris, Tamoyo, Guarani, Puri, Coroados, Tupinambá, Kaiguá, Kaingang, Kayapó, Yiporok, Naknyanuk, Bakué, Araná, Etwét, dentre outros grupos originários. A partir do processo de colonização somado a diáspora de pessoas do continente afriacano escravizadas, começa a se constituir a população que hoje habita essa região da hidrográfica.

Mapa-Etno Histórico de Curt Nimuendajú IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

NEM FALA NEM ENTENDIMENTO “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa.” (DE CAMINHA, 1500) Carta Pero Vaz de Caminha 1500, Domínio Público 17


ABRIGO ITAPARICA A tradição mais comum de caçadores e coletores do Rio Tocantins é a tradição Itaparica, que se abrigavam em cavernas. Baseado em: Bueno. Desenho de Mariana Lamenza

FERRAMENTAS LÍTICAS Vestígios encontrados no sítio Serrinha, da tradição Itaparica. Baseado em: Bueno. Desenho de Mariana Lamenza 18


Representação de como seria uma ocupação de um grupo de caçadores-coletores na Gruta do Diogo. Desenho de Amanda Reis a partir de foto de CALAÇA (2021).

ZÉ GABIROBA Dentre os mais de 1400 sítios arqueológicos de Goiás, os localizados na cidade de Serranópolis se destacam. Os vestígios indicam uma ocupação de grutas por grupos caçadores-coletores de cerca de 11000 anos. Um desses sítios é a Gruta do Diogo, onde foram encontrados pinturas, gravações e um fóssil masculino (Homo sapiens-sapiens) de mesma datação, chamado de “Homem da Serra do Cafezal” ou “Zé Gabiroba”. Essas descobertas colocam a região como um dos locais das ocupações mais antigas do Cerrado.

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Representação de caçadores-coletores em um abrigo de pedra. Colagem digital de Giulia Sgarbi.

PANTANAL RUPESTRE A região hoje conhecida como Pantanal nem sempre foi habitada. Os primeiros grupos humanos que nele chegaram eram caçadores-coletores pré-históricos, antes mesmo da ocupação indígena. A ação milenar da erosão permitiu que surgissem concavidades naturais, que foram exploradas pelo homem pré-histórico como sua forma de abrigo, além de outras funções: nas paredes dessas “casas-de-pedra”, os caçadores-coletores registravam sua cultura, por meio de pinturas e gravuras, essas últimas, chamadas de petroglifos.

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- CAPÍTULO II -

Assentamentos indígenas OS ASSENTAMENTOS INDÍGENAS apresentam-se com grande diversidade e riqueza em suas organizações espaciais e edificações, com uma pluralidade de implantações e materialidades, salientando a heterogeneidade dos povos originários antes da chegada dos invasores.

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Mapa dos rios da unidade hidrográfica do Rio Doce Desenho de Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico

QUADRO GERAL DOS POVOS, ISA (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL) Na região das bacias do Rio Doce, localizada no estado do Espírito Santo e Minas Gerais com o curso de 853 km, atualmente, estão os territórios Krenak (Crenaque, Crenac, Krenac, Botocudos, Aimorés, Borum), que segundo o livro - Índios Botocudos do Espírito Santo no século XIX - habitam também o Rio Pardo, e nas fozes dos Rios Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim os territórios Tupiniquim e Guarani (Kaiowá, Mbya, Ñandeva).

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Ilustração das habitações, de pau a pique, estuque e alvenaria e telha cerâmica. Desenho de Luisa Quintal

HABITAÇÃO DOS GUARANI Vindos de outra região para o território demarcado, os Guarani adquiriram o hábito de viver em casas pequenas e cabanas de fácil desmonte. As técnicas construtivas utilizadas pelos povos Guaranis na contemporaneidade incluem estuque, bambu, coberturas de palha, tijolos e telhas cerâmicas e as casas são unifamiliares, implantadas na forma de clareiras em meio a áreas de floresta preservada.

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Cozinha coletiva Desenho de Luisa Quintal inspirado em fotografias dos Guarani por Luã Quintão.

MODELO UNIFAMILIAR A substituição das casas que utilizam madeira em toda sua estrutura e vedação e do modelo de uma grande oca multifamiliar foi substituída pela habitação unifamiliar pela escassez de matéria construtiva como a madeira, devido o ciclo colonizatório e extrativista que não visava a sustentabilidade de materiais, abundantes no passado. Apesar do modelo de habitação ser unifamiliar, existem construções coletivas como cozinhas ou construções com o interior livre, utilizadas para momentos de encontros, refeições, reuniões e celebrações.

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ilustração do espaço coletivo com estrutura de bambu e cobertura de palha, de planta livre. Desenho de Luisa Quintal inspirado em fotografias dos Guarani por Luã Quintão.

UMA REDE PELA MATA As casas, implantadas de maneira não ortodoxa, se conectam por trilhas e caminhos. A FUNAI (Fundação Nacional do Índio), órgão responsável pelo cadastramento das terras indígenas, não realiza o mapeamento das casas dentro das aldeias, apenas do território e seu entorno. “O limite da aldeia não é claramente definido. Elas são uma espécie de rede que se espalha pela mata. [...] três importantes caracteristicas das aldeias guaranis: a “impermanência, a fluidez e a fragmentação” (15). A aldeia guarani constitui uma rede viva e encontra-se em permanente mutação.” (NEIVA, 2016)

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LOCALIZAÇÃO A aldeia de Rio Sono encontra-se no rio de mesmo nome e apresenta, ainda hoje, características tradicionais, em contraste com a aldeia da Porteira (MOI) . Desenho de Mariana Lamenza

ABRIGO DA TRIBO XAVANTE Exemplos desta tribo que possivelmente habitou a região do Rio Tocantins. Baseado em: ALMEIDA. Desenho de Mariana Lamenza

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ORGANIZAÇÃO DA ALDEIA XERENTE Diagrama da organização física da aldeia Xerente em relação à proximidade do núcleo da tribo. Baseado em Donato. Desenho de Mariana Lamenza

ALDEIA XERENTE DA PORTEIRA Diagrama atual destacando a natureza linear desse assentamento, que destoa-se da natureza circular tradicional registrada. Baseado em MOI. Desenho de Mariana Lamenza

ALDEIA XERENTE RIO SONO Destaque da natureza circular desse assentamento. Os abrigos deste assentamento aparentam ser de pau-a-pique e menos compartimentadas .Baseado em MOI. Desenho de Mariana Lamenza

HABITAÇÃO XERENTE Abrigo da aldeia de Rio Sono. Feita a partir de pau-a-pique. Baseado em https://dederibeiro.wordpress.com/tag/xerente/. Desenho de Mariana Lamenza

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Representação da composição estrutural de uma casa Karajá. Desenho de Amanda Reis baseado em EHRENREICH (1948). Disponível em:<http://etnolinguistica.wdfiles.com/local-files/biblio:ehrenreich-1948-contribuicoes/ehrenreich_1948_contribuicoes.pdf>. Acesso: 5 jul. 2021.

ESTRUTURA DA "CASA" KARAJÁ De planta “retangular (...). A armação compõe-se, em cada lado, de três ou quatro varas flexíveis apoiadas em forquilhas e ligadas às do lado oposto por meio de cipós; constituem, assim, uma cobertura arqueada à maneira de canoa, e suportada, ainda, por varas verticais fincadas na terra, em direção longitudinal. (...) Sobre sarrafos finos, paralelos entre si, e fixados externamente na armação do telhado, descansam as enormes folhas pinuladas da palmeira oaguaçu (Attalea spectabilis), as quais, em várias camadas sobrepostas, formam uma cobertura bastante impermeável. (...) À direita e à esquerda da porta estão fincadas duas varas altas, que dão maior firmeza às camadas de folhas de palmeira do lado da frente.” (EHRENREICH, 1948, p.35; apud BONILLA, 2000, p.33)

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Representação do exterior das casas Karajá. Desenho de Amanda Reis a partir de imagens da "Expedição Mesopotâmia Araguaia - Xingu" disponíveis em: <http://base.museudoindio.gov.br/memoteca/srav/fotografia/spi/se/album/expedicao_mesopotamia/index.html>. Acesso: 5 jul. 2021.

O EXTERIOR DAS "CASAS" KARAJÁ “No espaço doméstico, cada casa possui um quintal ou pátio interno, chamado de hirarina, espaço das meninas. É nele que a maioria das atividades quotidianas se passam. É nele que está o espaço utilizado pelas mulheres para cozinhar.” (BONILLA, 2000, p.36)

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Representação do interior das casas Karajá. Desenho de Amanda Reis a partir da descrição de EHRENREICH (1948) apud BONILLA (2000).

O INTERIOR DAS "CASAS" KARAJÁ “Uma parte do chão é revestida de esteiras (bykyre) de buriti, sobre as quais também se dorme. Um pedaço de madeira, cilíndrico e liso, colocado embaixo da esteira, faz as vezes de travesseiro. Das vigas horizontais pendem as várias cestas de provisões, recipientes para penas de adorno, enfeites de plumas já acabados, porongos etc. Arcos e flechas enfiam-se entre os sarrafos do telhado. Lanças e clavas estão sempre à mão, encostadas nalgum canto. Alguns banquinhos com feição de trenó, e os potes e cuias de diferentes tamanhos completam o trem da casa.” (EHRENREICH, 1948, p.36, apud BONILLA, 2000, p.35)

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Representação de uma aldeia Karajá às margens do Araguaia. Desenho de Amanda Reis;

A ALDEIA KARAJÁ “A aldeia é o espaço socializado onde a maior parte da vida dos KARAJÁ se passa. A tripartição encontrada nos níveis étnico (Karajá, Javaé e Xambioá) e cosmológico (bero hatxi, ahana obira e biu-e-tyky) reencontra-se no nível aldeão. De fato, as aldeias KARAJÁ são lineares, construídas em fileiras paralelas ao curso do rio nos barrancos mais altos. De um modo geral, as aldeias possuem duas ou três fileiras de casas com suas aberturas (portas e janelas) voltadas para o rio. (...) Ainda hoje, nas aldeias onde existe Casa dos Ijasò (que é igualmente chamada de Casa de Aruanã, Casa dos Homens, ou Hetokre) esta situa-se no nível mediano da aldeia, sempre recuada em relação às fileiras de casas, e aberta para o mato. Esta disposição das casas nas aldeias permanece inalterada desde as primeiras descrições que se tem dos KARAJÁ.” (TORAL, 1992, p.51-52, apud BONILLA, 2000, p.32-33)

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Representação de um assentamento de indígenas canoeiros pré-colonial. Colagem digital de Giulia Sgarbi.

ASSENTAMENTOS INDÍGENAS PRÉ-COLONIAIS Os primeiros grupos indígenas ceramistas, canoeiros e agricultores que se fixaram no Pantanal são estudados através dos chamados “aterros”, pequenas colinas perto de cursos d’água, que foram superfícies de acampamentos ou aldeias indígenas, hoje já desaparecidas. Esses aterros eram sistematicamente conectados, com morfologias complexas, e que poderiam ser áreas de moradia, cemitérios, praças centrais, locais de produção de alimento, demarcadores territoriais, espaços de memória, etc. 34


Representação de uma aldeia Karajá às margens do Araguaia. Desenho de Amanda Reis;

A ALDEIA KARAJÁ “A aldeia é o espaço socializado onde a maior parte da vida dos KARAJÁ se passa. A tripartição encontrada nos níveis étnico (Karajá, Javaé e Xambioá) e cosmológico (bero hatxi, ahana obira e biu-e-tyky) reencontra-se no nível aldeão. De fato, as aldeias KARAJÁ são lineares, construídas em fileiras paralelas ao curso do rio nos barrancos mais altos. De um modo geral, as aldeias possuem duas ou três fileiras de casas com suas aberturas (portas e janelas) voltadas para o rio. (...) Ainda hoje, nas aldeias onde existe Casa dos Ijasò (que é igualmente chamada de Casa de Aruanã, Casa dos Homens, ou Hetokre) esta situa-se no nível mediano da aldeia, sempre recuada em relação às fileiras de casas, e aberta para o mato. Esta disposição das casas nas aldeias permanece inalterada desde as primeiras descrições que se tem dos KARAJÁ.” (TORAL, 1992, p.51-52, apud BONILLA, 2000, p.32-33)

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- CAPÍTULO III -

As Vilas Coloniais AS PRIMEIRAS VILAS COLONIAIS foram implantadas com dois objetivos principais: como uma estratégia da Coroa para ordenar e garantir o território - a fim de garantir a coleta de impostos - e como instrumento de dominação dos povos nativos.

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Mapa da Vila de São Vicente e traçado urbano Desenho de Luisa Quintal

PRIMEIROS NÚCLEOS URBANOS COLONIAIS A primeira vila do Brasil Colonial foi a vila de São Vicente, fundada em 1532 em São Paulo, sendo hoje o município de São Vicente, situado na Ilha de São Vicente junto ao município de Santos, estão às foz de vários rios da Bacia do Atlântico Sudeste, como Rio Santana, Rio Casqueiro, Rio Cascalho, Rio Perequê, Rio Pedreira, Rio da Onça, Rio Piaçaguera e Rio Cubatão. A mão de obra utilizada para a construção e fundação dessas vilas, era a mão de obra escrava negra e indígena.

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Vila de São Vicente Desenho de Luisa Quintal

PRIMEIROS NÚCLEOS URBANOS COLONIAIS De acordo com o mapa etno histórico Mapa-Etno Histórico de Curt Nimuendajú os povos que habitavam a região da Vila de São Vicente, correspondiam aos grupos étnicos Tupi, Puri, Guayaná, Tupis, Tamoyos e Tupinambás. O traçado inicial da vila é comum a várias outras fundadas depois, com a disposição de uma Igreja Matriz ao centro assim como de uma casa de câmara e cadeia, um pelourinho e ruas implantadas em quadras gradeadas.

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EDIFICAÇÕES DE ACORDO COM A ÉPOCA O esquema foi criado por Pereira baseado em seus estudos da região de Taquaruçu e apresenta a aparência, os materiais e as principais influencias das edificações. Desenho de Mariana Lamenza

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PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS DAS CIDADES Corresponde às cidades do século XIX Baseado em PEREIRA. Desenho de Mariana Lamenza

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MAPA (1817), DOS LOTES DE NATIVIDADE Segundo LOPES, A cidade de Natividade foi criada a partir do estabelecimento de duas edificações principais, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Natividade e a Igreja de São Benedito, o trajeto entre as duas tornou-se a rua direita. Baseado em LOPES. Desenho de Mariana Lamenza

Igreja de São Benedito. Desenho de Mariana Lamenza

MAPA DE CHEIOS E VAZIOS DA CIDADE NO SEC. XI Cerca de 300 casas de adobe e telhas cerâmicas, com apenas um pavimento. As casa se encontram sem afastamento lateral e frontal (PICANÇO), Baseado em PICANÇO. Desenho de Mariana Lamenza 42

Igreja da Matriz Nossa Senhora da Natividade . Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÕES DE NATIVIDADE Imagem mostrando uma edificação da cidade e os detalhes da mesmo, esquadrias de madeira, telhado cerâmico e colunas que emolduram a fachada. Desenho de Mariana Lamenza

RUAS DE NATIVIDADE Imagem mostrando a rua da cidade para mostrar a relação entre as ecidifações e as casas de somente de apenas um pavimento. Desenho de Mariana Lamenza 43


EDIFICAÇÃO DA RUAS DOS CRUZEIROS, 25 Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

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EDIFICAÇÃO DA PRAÇA DE SÃO BENEDITO Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÃO DA RUA RAFAEL XAVIER Data: 1922. Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

EDIFICAÇÃO DA RUA MAJOR JULIO NUNES, 120 Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

ESQUEMA DE EDIFICAÇAÕ COLONIAL Planta baixa da casa típica colonial de Natividade, esquematizada. O quintal no fundo das edificações parece ser derivado de tradição africana Baseada em: PICANÇO. Desenho de Mariana Lamenza 45


FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 1º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza FORMAÇÃO DA CIDADE A formação da cidade de Porto Nacional iniciou-se com a fundação do arraial de Porto Real em 1738 e seria elevado à condição de vila em 1831

FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 2º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

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FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 3º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÕES DE PORTO NACIONAL As imagens apresentam, respectivamente, uma perspectiva da cidade e detalhes de janelas presentes na cidade. Desenho de Mariana Lamenza

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Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Arraial da Barra (atual Buenolândia), Goiás. Desenho de Amanda Reis a partir de foto de ASSENÇO (2015).

ARRAIAL DA BARRA, "O PONTO ZERO DE GOIÁS"? A fim de encontrar a localidade onde anos antes estivera com seu pai em busca de nativos para escravizar, ocasião em que acabaram se deparando também com uma pepita de ouro, na região próxima ao Rio Vermelho (afluente do Rio Araguaia), Anhanguera "filho" (Bartolomeu Bueno da Silva) parte em uma grande bandeira em 1722. Atingindo seu objetivo, em 1725 funda o Arraial da Barra, edificando uma morada para si e ordenando a construção da igreja.

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VILLA BOA DE GOIÁS Na década de 1730, com ordens da Cora, o Governo da Capitania de São Paulo fica responsável pela fundação de uma nova vila nas terras então descobertas para centralizar e fiscalizar as atividades que surgiam em decorrência da extração de ouro. São seguidas as legislações de planejamento de novas vilas vigentes na época, porém com algumas modificações e adaptações,

Mapa de Villa Boa (Cidade de Goiás) de 1782. Fonte: <http://ovilaboense.blogspot.com/2009/04/mapa-devila-boa-cidade-de-goias-1782.html> Acesso: 13 jul. 2021.

Vista de Villa Boa de Goiás (Cidade de Goiás), 1803 (sem registro de autoria). Fonte: GALVÃO, 2008. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/ read/arquiteturismo/01.011-012/1397> Acesso: 13 jul. 2021 49


Fachada da Casa de Câmara e Cadeia de Vila Boa (atualmente). Desenho de Amanda Reis a partir do Google Street View.

A CASA DE CÂMARA E CADEIA "A Casa de Câmara e Cadeia da antiga capital de Goyaz, Vila Boa, descansa solenemente no alto do Largo do Chafariz da atual cidade de Goiás. O grande sobrado, com pavimentos térreo e superior, grossas paredes de taipa de pilão, entremeadas com pedras, e janelas gradeadas compõem o conjunto arquitetônico e urbanístico (...)" (VIEIRA JÚNIOR; BARBO, 2011)

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Plantas do térreo e pavimento superior da Casa de Camâra e Cadeia de Villa Boa de Goiás. Desenho de Amanda Reis baseado em foto disponível em VIEIRA JÚNIOR e BARBO (2011)


Representação do projeto para a cidade de Villa Bela da Santíssima Trindade, planejada para ser a capital de Mato Grosso. Desenho de Giulia Sgarbi. Adaptado de: Casa da Ínsua, Portugal

A PRIMEIRA CAPITAL DO MATO GROSSO FOI PLANEJADA Vila Bela da Santíssima Trindade foi a primeira capital de Mato Grosso, fundada em 1752. Foi uma das primeiras cidades planejadas do país, por questões estratégicas, com projeto elaborado em Portugal, para fixação de um núcleo urbano na fronteira ocidental. É possível ver como o traçado atual da cidade reflete o projeto colonial. Apesar de ser fundada diretamente pela Coroa, a cidade possui raízes fortemente ligadas à resistência dos escravos e indígenas e à formação de quilombos.

Imagem de satélite do desenho urbano atual da cidade de Vila Bela, onde é possível observar que a cidade continuou se expandindo em uma conformação similar à proposta pelo plano, em 1798. Fonte: Google Earth. 51



- CAPÍTULO IV -

Sincretismos SINCRETISMO É UMA PALAVRA MUITO utilizada para descrever a fusão de diferentes cultos religiosos, ou a síntese de elementos originários de visões diversas do mundo. Aqui vamos usar essa palavra para descrever a ocupação do território brasileiro no tempo presente, uma vez que essa abriga povos de origens distintas.

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Mapa das comunidades remanescentes de quilombos de São Paulo Desenho de Luisa Quintal

COMUNIDADES QUILOMBOLAS Além dos núcleos urbanos fundados por vilas a mando da Coroa Portuguesa, se formaram também as comunidades quilombolas, remanescentes de quilombos, que são hoje, no estado de São Paulo, compostas por mais de 1,4 mil núcleos familiares. Pode-se observar que elas emergem no entorno da cidade de São Paulo, entretanto, as vilas formadas no interior do estado também foram submetidas ao domínio da Coroa e interferências desta com diversas reformas urbanas na intenção de recriá-las aos moldes das cidades europeias.

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Habitação Quilombola de Ubatuba Desenho de Luisa Quintal

SINCRETISMO ENTRE OCUPAÇÕES INDÍGENA, QUILOMBOLA E IMIGRANTE A cidade Ubatuba, no Estado de São Paulo, onde desaguam na Bacia de Ubatuba os rios Grande e Indaiá possui quatro comunidades quilombolas reconhecidas, o Quilombo da Caçandoca, Quilombo do Camburi, Quilombo Fazenda Picinguaba e Quilombo Sertão do Itamambuca. As construções atuais misturam os saberes e técnicas tradicionais dos indígenas e dos povos africanos como o uso de materiais naturais, como técnicas de pau a pique e adobe, bambu, cipó e madeira com as técnicas dos povos colonizadores, como o uso da alvenaria.

Habitação Quilombola de Ubatuba Desenho de Luisa Quintal

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ALDEAMENTOS INDÍGENAS Os aldeamentos indígenas tiveram enorme importância no projeto de expansão e manutenção do poder da Coroa Portuguesa na região central do, hoje, Brasil. Serviram como instrumento de combate, principalmente, aos povos Kayapó, que resistiram por longo tempo à dominação portuguesa. Através do Mapa da Capitania Geral de Goiás é possível notar toda a violência empregada no domínio do território em um curto período de tempo. (DIAS, 2017)

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Mapa Geral da Capitania de Goiás de 1753 com destaque para a ocupação do território pelos diferentes grupos listados. Desenho de Amanda Reis a partir do Mapa Geral da Capitania de Goiás, de Ângelo dos Santos, de 1753, alterado por Thiago C. Dias (2017).


Planta da aldeia São José de Mossâmedes de 1774 (s/ registro de autoria). Fonte: DIAS, 2017.

Planta do aldeamento indígena de São José de Mossâmedes, (s/d e s/ registro de autoria). Fonte: CHAIM, 1983.

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Planta do aldeamento indígena de São José de Mossâmedes de 1774. Desenho de Amanda Reis a partir da Planta da aldeia de S. Iosé de Mosamedes, de 1774, alterado por Thiago C. Dias (2017).

ALDIA DE SÃO JOSÉ DE MOSSÂMEDES O plano da aldeia de São José de Mossâmedes serviu como modelo e suporte para a fundação de outros aldeamentos pelo sertão posteriormente. Apresentava “arquitetura racionalmente pensada para tornar os aldeados produtivos, civilizados e cristãos” (DIAS, 2017). Além disso, foi pensado como barreira para a proteção de Vila Boa de Goiás e como expansão do território de disputa com os Kayapó. (DIAS, 2017)

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Projetos de ALDEIAS para civilizar "ÍNDIOS" Desenho de Amanda Reis.

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Quilombo de Redenção, próximo de Natividade A edificação aparenta ser de pau a pique com a cobertura cerâmica, indicando a influências mistas em suas construção Desenho de Mariana Lamenza

Aldeamentos indígenas para Durante o processo de dominação , a Coroa tentou criar diversos aldeamentos, presumidamente segundo os padrões retilíneos europeus. Uma dessa aldeias foi Graciosa, que após anos de negligencia, falhou e resultou em conflitos entre os indígenas e não indígenas Desenho de Mariana Lamenza 60


Destruição do Quilombo dos Piolhos e a recaptura dos escravos que neles se abrigavam. Os abutres sobrevoando a construção indicam que o ataque deixou vítimas fatais. Colagem digital de Giulia Sgarbi. Adaptado de: Moacyr Freitas

O QUILOMBO DOS PIOLHOS Ao mesmo tempo que Villa Bela - nova capital planejada pela coroa do Mato Grosso prosperava, a população quilombola crescia. O grande Quilombo dos Piolhos, onde escravos e indígenas fugitivos da região de Vila Bela se abrigavam, foi destruído em 1770. A arquitetura quilombola, no Brasil - o que também, através de pesquisas, parece englobar o que acontecia na região do Pantanal - era feita por meio de técnicas construtivas de terra crua (como o pau-a-pique), com ripas e varas amarradas em forma de grelha e posteriormente embarreadas. A cobertura deveria ser leve - pois a parede não suportava muito peso - e normalmente era feita de palha.

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