Gabarito avaliação 2º tri 2ºem junho 2013 parte a

Page 1

Nome:

GABARITO

Professor: Gizele Caparroz de Almeida Avaliação de: Português

nº Ano:2º EM

Trimestre: 2º

Data: 25/06/13

Nota:

/ 10,0

Orientações Gerais   

A duração da avaliação é de 50 minutos. Não haverá tempo suplementar. O tempo mínimo para a realização da avaliação é de 30 minutos. Mantenha-se em silêncio. Durante a avaliação o professor não responderá a nenhuma questão. O entendimento do enunciado faz parte do processo avaliativo. Todas as questões devem ser respondidas somente a caneta azul ou preta. Deve-se obrigatoriamente respeitar o espaço deixado para resposta. Não será permitido o uso de corretivos. Quando ocorrer um erro coloque-o entre parênteses e risque apenas uma vez. Ex. O (conserto) concerto deve começar em uma hora. Revise, releia, avalie e corrija a redação deste instrumento de avaliação, de acordo com a Norma Padrão da Língua e as novas regras do acordo ortográfico. Será descontado 0,05 de cada questão com problemas de caligrafia, ortografia, acentuação e uso de registro inadequado à produção acadêmica (vocabulário informal ou inadequado ao conteúdo estudado). Será descontado até o valor total da questão com problemas de coesão textual que

   

 

comprometam a coerência da resposta.

 

Consulte sempre o relógio e gerencie bem o seu tempo. Após a entrega, permaneça na sala realizando outra atividade sem atrapalhar os demais. Não será permitida a saída da sala de aula.

Orientações específicas da disciplina: 

Apenas esta avaliação, em especial, deverá ser realizada com consulta da síntese de estudos, elaborada pelo aluno. A síntese deverá ser anexada ao final e agregará o valor de até 1,0 ponto à avaliação.

Competências e habilidades desenvolvidas nessa avaliação

Competência de área 6: H18 - Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H19 – Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução. Competência de área 7: H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. H22– Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. Competência de área 8: H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Objetivos específicos - Identificar os elementos narrativos no gênero “conto fantástico”; - Reconhecer as características do gênero “conto fantástico”; - Reconhecer figuras de linguagem como recurso semântico e estilístico no “conto fantástico”; - Reconhecer as Orações Subordinadas Adjetivas no “conto fantástico”. - Classificar as Orações Subordinadas Adjetivas Desenvolvidas e Reduzidas. 1


PARTE A – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (1,0 ponto)

1. Anexe a esta avaliação sua síntese de estudos. (até 1,0) 2. Entre o título e o conto, Murilo Rubião intercala uma epígrafe: um enunciado retirado da Bíblia com a função de apontar, de modo sintético e simbólico, o tema básico em torno do qual circula o enredo. O leitor entra no texto através das epígrafes, mas só compreende o sentido das ideias, relacionando a trama à epígrafe. Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e florescente no meu palácio. (Daniel, IV, 1) O jogo intertextual: o diálogo com a passagem bíblica esclarece, explica ou aprofunda aspectos do conto. Relacione os acontecimentos do conto à epígrafe, para identificar o tema. Amplie seu conhecimento lendo o texto 2. (0,5) H 18, 22 Espera-se, no mínimo, que o aluno perceba que a epígrafe anuncia que haverá uma modificação no cenário da narrativa e provoca reflexão. É o prenúncio de um mistério e da perplexidade das personagens diante da chegada do estranho vizinho. Conto e epígrafe também demonstram a falta de consciência que temos de nosso vizinho. O narrador-personagem

se

irrita

com

o

interesse

do

irmão:

“...chamasse

Nabucodonosor”. É como se ele, o narrador, assim como Nabucodonosor, fosse despertado para o outro e para seus problemas com a chegada do estranho vizinho. 3. O título: O título do conto contribui para uma imersão no texto, pois faz uma referência direta a uma das personagens, através de um objeto. a) Indique o objeto e explique sua importância para a caracterização da personagem, ao longo do enredo? (0,25) H 18, 21, 22 O título é uma referência direta à personagem que desestabiliza a narrativa e a vida dos dois irmãos. O boné o representa e o anuncia no céu, antes de sua chegada. Também é o que resta do homem após seu desaparecimento. b) Nomeie a figura de linguagem presente na representação da personagem pelo objeto. (0,25) H19, 22, 27 metonímia 4. “O culpado foi o homem do boné cinzento.” a) Explique por que a primeira frase do conto já subverte a estrutura de um enredo tradicional. (0,25) H 18, 21, 22 A primeira frase subverte a estrutura clássica, pois pula a situação inicial e já apresenta a causa do conflito.

2


b) Espaço: descreva o espaço antes da chegada do homem do boné cinzento. (0,25) H 18, 21, 22 “Antes da sua vinda, a nossa rua era o trecho mais sossegado da cidade. Tinha um largo passeio, onde brincavam crianças. Travessas crianças. Enchiam de doce alarido as enevoadas noites de inverno, cantando de mãos dadas ou correndo de uma árvore a outra.” 5. A nossa intranquilidade começou na madrugada em que fomos despertados por desusado movimento de caminhões, a despejarem pesados caixotes no prédio do antigo hotel. a) Identifique o foco narrativo e comente sua importância para a construção de significado do conto, uma vez que o narrador assume a responsabilidade de relatar as ações da personagem central. (0,25) H 18, 21, 22, 27 O foco narrativo em 1ª pessoa contribui para com a “hesitação”, própria do realismo fantástico, pois os fatos absurdos são apresentados através do olhar da personagem Roderico. b) Como se deu a quebra da rotina para o narrador? (0,25) H 18, 21, 22 Roderico percebe a movimentação dos caminhões de mudança a descarregarem caixotes diante do antigo hotel. Tenta criar uma lógica para os rumores de que um rico celibatário se mudaria para lá, imaginando que seria um depósito comercial c) Como se deu a quebra da rotina para o personagem Artur? (0,25) H 18, 21, 22 Artur contesta as conclusões do irmão e, excitado, vê as casas tremerem e aponta pontos no céu, em quadradinhos branco e cinza, cores do boné do novo vizinho. 6. Em geral, a narrativa fantástica se caracteriza pela ocorrência de acontecimentos sobrenaturais

em meio a situações

aparentemente “normais”. O que

foge

à

normalidade em “O homem do boné cinzento”? (0,5) H 18, 21, 22 Foge à normalidade o fato do homem emagrecer mais e mais, até que se torna transparente, seu crânio diminui, até que desaparece. Artur também desaparece ao final, diante de seu irmão. 7. Segundo o crítico Antonio Cândido, “nada mais importante para chamar a atenção sobre uma verdade do que exagerá-la.” Através dessa ampliação dos dados, constróise o absurdo, redimensiona-se o real, revelando a profunda crítica social do autor. a) No conto, esse exagero constrói o absurdo de forma inversa. Explique esta afirmação e a justifique com um trecho do texto. (0,25) H 18, 21, 22 O exagero pode-se apresentar de forma inversa, em vez de aumentar, algo diminui: “[...]vi que seu corpo diminuíra espantosamente. Ficara reduzido a alguns centímetros 3


e, numa vozinha quase imperceptível[...]” . Em relação a essa narrativa, é oportuno destacar, o fantástico não fica reduzido ao movimento físico regressivo, mas também se expressa por descrições nitidamente surrealistas:”Através do corpo do homenzinho viam-se objetos que estavam no interior da casa: jarras de flores, livros, misturados com intestinos e rins. O coração parecia estar dependurado na maçaneta da porta, cerrada somente de um dos lados.” b) Qual é o nome da figura de linguagem que amplia e exagera os dados do enredo? (0,25) H 18, 21, 22, 27 Hipérbole c) Esse exagero pode ser visto como uma projeção do mundo interior das personagens. Como isto ocorre levando-se em conta os irmãos Artur e Roderico? (0,25) H 18, 21, 22 Esta diminuição física que leva ao desaparecimento total pode significar a perda da identidade do ser humano no anonimato das grandes cidades. São irmãos solteirões que têm sua rotina quebrada pela chegada do vizinho misterioso. O vizinho traz a aventura que eles não tinham e os faz repensar sua existência, a ponto de Artur desaparecer com o homem do boné. 8. Crítica social: Segundo o professor Roberto Schwartz, o isolamento dos indivíduos é um dos aspectos que identifica a ficção de Murilo Rubião. Em sua obra, é fácil perceber o uso frequente de imagens que simbolizam o “emparedamento humano”. Identifique como se dá este “emparedamento” no conto “O homem do boné cinzento” e sua relação com o mundo contemporâneo. (0,5) H 18, 21, 22 O foco da literatura de Murilo Rubião é o homem e a sua delicada relação com os seus semelhantes. Neste conto destacamos a solidão e a incomunicabilidade entre as personagens na cidade. O isolamento dos indivíduos pode ser percebido pelas metáforas arquitetônicas: o hotel em que o homem está praticamente exilado e a casa dos solteirões. Há um ambiente de clausura, em que estão isolados em seu próprio mundo.

4


9. Desfecho: H 18, 21, 22 I - Nunca me preocupei em dar um final aos meus contos. [...] procuro fragmentar minhas histórias ao máximo, para dar ao leitor a certeza de que elas prosseguirão indefinidamente, numa indestrutível repetição cíclica. (MURILO RUBIÃO, 1981). II - Todo texto é uma máquina preguiçosa pedindo ao leitor que faça uma parte de seu trabalho.(UMBERTO ECO, 1999). a)Relacione as afirmações acima ao desfecho de “O homem do boné cinzento” e responda: trata-se de um desfecho aberto ou fechado? Justifique sua resposta. (0,5) Trata-se de um desfecho aberto, que exige do leitor uma participação ativa no processo da própria elaboração da narrativa. Surgem perguntas e, sem a conclusão necessária, permitem duplas leituras e interpretações. b) Um traço importante do fantástico é a manutenção da dúvida do início ao fim da história. Indique a(s) dúvida(s) que permanece(m) no conto até o desfecho. (0,5) Como os fatos são narrados em 1ª pessoa permanece a dúvida de que tenham acontecido de fato ou seriam projeções de conflitos interiores. Em relação a essa narrativa, é oportuno destacar, o fantástico não fica reduzido ao movimento físico regressivo, mas também se expressa por descrições nitidamente surrealistas: “Através do corpo do homenzinho viam-se objetos que estavam no interior da casa: jarras de flores, livros, misturados com intestinos e rins. O coração parecia estar dependurado na maçaneta da porta, cerrada somente de um dos lados.” Além disso, a relação conflituada entre narrador e seu irmão Artur fica evidente no último parágrafo quando este desaparece entre os dedos de Roderico. Mesmo no desfecho, pairam novas dúvidas sobre os fatos e a relação entre as personagens.

5


TEXTO 1 - O HOMEM DO BONÉ CINZENTO Murilo Rubião Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e florescente no meu palácio. (Daniel, IV, 1) O culpado foi o homem do boné cinzento. Antes da sua vinda, a nossa rua era o trecho mais sossegado da cidade. Tinha um largo passeio, onde brincavam crianças. Travessas crianças. Enchiam de doce alarido as enevoadas noites de inverno, cantando de mãos dadas ou correndo de uma árvore a outra. A nossa intranquilidade começou na madrugada em que fomos despertados por desusado movimento de caminhões, a despejarem pesados caixotes no prédio do antigo hotel. Disseram-nos, posteriormente, tratar-se da mobília de um rico celibatário, que passaria a residir ali. Achei leviana a informação. Além de ser demasiado grande para uma só pessoa, a casa estava caindo aos pedaços. A quantidade de volumes, empilhados na espaçosa varanda do edifício, permitia suposições menos inverossímeis. Possivelmente a casa havia sido alugada para depósito de algum estabelecimento comercial. Meu irmão Artur, sempre ao sabor de exagerada sensibilidade, contestava enérgico as minhas conclusões. Nervoso, afirmava que as casas começavam a tremer e apontavame o céu, onde se revezavam o branco e o cinzento. (Pontos brancos, pontos cinzentos, quadradinhos substituírem-se rápidos, lépidos, saltitantes.)

perfeitos

das

duas

cores, a

Daquela vez, a mania de contradição me arrastara a um erro grosseiro, pois antes de decorrida uma semana chegava o novo vizinho. Cobria-lhe a cabeça um boné xadrez (cinzento e branco) e entre os dentes escuros trazia um cachimbo curvo. Os olhos fundos, a roupa sobrando no corpo esquelético e pequeno, puxava pela mão um ridículo cão perdigueiro. Ao invés da atitude zombeteira que assumi ante aquela figura grotesca, Artur ficou completamente transtornado: - Esse homem trouxe os quadradinhos, mas não tardará a desaparecer. Não foram poucos os que se impressionaram com o procedimento do solteirão. Os seus hábitos estranhos deixavam perplexos os moradores da rua. Nunca era visto saindo de casa e, diariamente, às cinco horas da tarde, com absoluta pontualidade, aparecia no alpendre, acompanhado pelo cachorro. Sem se separar do boné que, possivelmente, escondia uma calvície adiantada, tirava baforadas do cachimbo e se recolhia novamente. O tempo restante conservava-se invisível. Artur passava o dia espreitando-o, animado por uma tola esperança de vê-lo surgir antes da hora predeterminada. Não esmorecia, vendo burlados os seus propósitos. A sua excitação crescia à medida que se aproximava o momento de defrontar-se com o solitário inquilino do prédio vizinho. 6


Quando os seus olhos o divisavam, abandonava-se a uma alegria despropositada: - Olha, Roderico, ele está mais magro do que ontem! Eu me agastava e lhe dizia que não me aborrecesse, nem se ocupasse tanto com a vida dos outros. Fazia-se de desentendido e, no dia seguinte, encontrava-o novamente no seu posto, a repetir-me que o homenzinho continuava definhando. - Impossível - eu retrucava -, o diabo do magrela não tem mais como emagrecer! Pois está emagrecendo. Ainda encontrava-me na cama, quando Artur entrou no meu quarto sacudindo os braços, gritando: - Chama-se Anatólio! Respondi irritado, refreando a custo um palavrão: chamasse Nabucodonosor! Repentinamente emudeceu. Da janela, surpreso e quieto, fez um gesto para que eu me aproximasse. Em frente ao antigo hotel acabara de parar um automóvel e dele desceu uma bonita moça. Ela mesma retirou a bagagem do carro. Com uma chave, que trazia na bolsa, abriu a porta da casa, sem que ninguém aparecesse para recebê-la. Impelido pela curiosidade, meu irmão não me dava folga: - Por que ela não apareceu antes? Ele não é solteiro? - Ora, que importância tem uma jovem residir com um celibatário? Por mais que me desdobrasse, procurando afastá-lo da obsessão, Artur arranjava outros motivos para inquietar-se. Agora era a moça que se ocultava, não dava sinal da sua permanência na casa. Ele, porém, se recusava a aceitar a hipótese de que ela tivesse ido embora e se negava a discutir o problema comigo: - Curioso, o homem se definha e é a mulher que desaparece! Três meses mais tarde, de novo abriu-se a porta do casarão para dar passagem à moça. Sozinha, como viera, carregou as malas consigo. - Por que segue a pé? Será que o miserável lhe negou dinheiro para o táxi? Com a partida da jovem, Artur retornou ao primitivo interesse pelo magro Anatólio. E, rangendo os dentes, repetia: - Continua emagrecendo. Por outro lado, a confiança que antes eu depositava nos meus nervos decrescia, cedendo lugar a uma permanente ansiedade. Não tanto pelo magricela, que pouco me importava, mas por causa do mano, cujas preocupações cavavam-lhe a face, afundavam-lhe os olhos. Para lhe provar que nada havia de anormal no solteirão, passei a vigiar o nosso enigmático vizinho. 7


Surgia à hora marcada. O olhar vago, o boné enterrado na cabeça, às vezes mostrava um sorriso escarninho. Eu não tirava os olhos do homem. Sua magreza me fascinava. Contudo, foi Artur que me chamou a atenção para um detalhe: - Ele está ficando transparente. Assustei-me. Através do corpo do homenzinho viam-se objetos que estavam no interior da casa: jarras de flores, livros, misturados com intestinos e rins. O coração parecia estar dependurado na maçaneta da porta, cerrada somente de um dos lados. Também Artur emagrecia e nem por isso fiquei apreensivo. Anatólio tornara-se a minha única preocupação. As suas carnes se desfaziam rapidamente, enquanto meu irmão bufava, pleno de gozo: - Olha! De tão magro, só tem perfil. Amanhã desaparecerá. Às cinco horas da tarde do dia seguinte, o solteirão apareceu na varanda, arrastandose com dificuldade. Nada mais tendo para emagrecer, seu crânio havia diminuído e o boné, folgado na cabeça, escorregara até os olhos. O vento fazia com que o corpo dobrasse sobre si mesmo. Teve um espasmo e lançou um jato de fogo, que varreu a rua. Artur, excitado, não perdia o lance, enquanto eu recuava atemorizado. Por instantes, Anatólio se encolheu para, depois, tornar a vomitar. Menos que da primeira vez. Em seguida, cuspiu. No fim, já ansiado, deixou escorrer uma baba incandescente pelo tórax abaixo e incendiou-se. Restou a cabeça, coberta pelo boné. O cachimbo se apagava no chão. - Não falei! - gritava Artur, exultante. A sua voz foi ficando fina, longínqua. Olhando para o lugar onde ele se encontrava, vi que seu corpo diminuíra espantosamente. Ficara reduzido a alguns centímetros e, numa vozinha quase imperceptível, murmurava: - Não falei, não falei. Peguei-o com as pontas dos dedos antes que desaparecesse completamente. Retive-o por instantes. Logo se transformou numa bolinha negra, a rolar na minha mão. RUBIÃO, Murilo. O Pirotécnico Zacarias e outros contos. Editora Companhia dos Livros, 1993. TEXTO 2 - Nabucodonosor aprende que seu poder vem de Deus. (adaptação) O rei Nabucodonosor sofria de uma mania: megalomania ou, em linguagem popular, "mania de grandeza". Um dos seus triunfos foi conquistar e trazer cativo para a Babilônia o povo de Deus - o reino de Judá, pois o de Israel já havia sido dissolvido pelos assírios, antes de serem vencidos por Nabucodonosor. 8


O seu domínio sobre todas as nações conhecidas em seu tempo o fez vaidoso e cheio de si. No auge da sua pompa e arrogância, ele recebeu uma dura lição da parte de Deus. Passada essa experiência, ele a publicou a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra, para que ficassem conhecendo quão grande e poderoso era Deus o Altíssimo. Nabucodonosor explica que estava sossegado em sua casa e florescente no seu palácio: estava tranquilo, gozando os benefícios dos seus esforços, sem inimigos internos ou externos com que se preocupar, tomando-se cada dia mais próspero e reverenciado por todos. Julgava-se feliz e autorrealizado. Em meio a essa cena de tranquilidade ele adormeceu e foi perturbado por um sonho que o espantou, ficando depois a imaginar coisas e ter visões preocupantes. O sonho era tão inquietante que Nabucodonosor convocou todos os sábios da Babilônia para que lhe dessem a interpretação. Suas mágicas, feitiços e astrologia eram inúteis para interpretar uma mensagem vinda da parte de Deus. Chamou, então, Daniel o príncipe dos magos, ou o maior dos sábios, para quem nenhum segredo era difícil, Nabucodonosor contou-lhe o sonho que havia tido: tratavase de uma árvore que cresceu até tornar-se gigantesca, chegando a sua altura até o céu, podendo ser vista desde os confins da terra, dando sombra aos animais do campo, morada para as aves em seus ramos e alimentando a todos; mas desceu um vigia, um santo, do céu bradando fortemente que a árvore fosse destruída, mas que se deixassem o tronco e as raízes na terra, presa com cadeias de bronze e de ferro na erva; que fosse molhado pelo orvalho do céu e participasse da vida dos animais na grama da terra; que seu coração humano fosse mudado para o de animal; e que isso durasse por sete tempos. O santo declarou que isto era por decreto dos vigiadores, e a ordem por mandado dos santos, para que os viventes conhecessem que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles. Nabucodonosor pediu a Daniel que lhe desse a interpretação, que escapara a todos os magos do seu reino. A árvore tipificava Nabucodonosor, que havia crescido, tomando-se forte e poderoso; o que o vigia, o santo, declarou era um decreto do Altíssimo que viria sobre o rei: ele seria afastado da convivência com os homens, e passaria a viver entre os animais, comendo ervas como eles, até se passarem sete tempos, até que ele conhecesse que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. O seu reino voltaria a ele depois que conhecesse que o céu reina.

9


Em seguida Daniel gentilmente aconselhou o rei a desfazer os seus pecados pela justi莽a, e a sua iniquidade usando de miseric贸rdia para com os pobres, talvez assim prolongando a sua tranquilidade. http://www.biblefacts.info/comentarios/vt/daniel/NabucodonosorAprendeseuLugar.htm Acesso em 24/10/11.

10


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.