Gabarito avaliação português 3ºtri 9º ano setembro 2013

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Nome: GABARITO

Professor: Gizele Caparroz de Almeida Avaliação: Português

nº:

Ano: 9º F.II Trimestre: 3º

Data: 27/09/13 Nota:

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Orientações gerais:          

A duração da avaliação é de 100 minutos. Não haverá tempo suplementar. O tempo mínimo para a realização da avaliação é de 60 minutos. Mantenha-se em silêncio. Durante a avaliação o professor não responderá a nenhuma questão. O entendimento do enunciado faz parte do processo avaliativo. Todas as questões devem ser respondidas somente a caneta azul ou preta. Deve-se obrigatoriamente respeitar o espaço deixado para resposta. Não será permitido o uso de corretivos. Quando ocorrer um erro coloque-o entre parênteses e risque apenas uma vez. Ex. O (conserto) concerto deve começar em uma hora. Revise, releia, avalie e corrija a redação deste instrumento de avaliação, de acordo com a Norma Padrão da Língua e as novas regras do acordo ortográfico. Será descontado 0,05 de cada questão com problemas de caligrafia, ortografia, acentuação e uso de registro inadequado à produção acadêmica (vocabulário informal ou inadequado ao conteúdo estudado). Será descontado até o valor total da questão com problemas de coesão textual que comprometam a coerência da resposta. Consulte sempre o relógio e gerencie bem o seu tempo. Após a entrega, permaneça na sala realizando outra atividade sem atrapalhar os demais. Não será permitida a saída da sala de aula.

Orientações específicas da disciplina: 

Apenas esta avaliação, em especial, deverá ser realizada com consulta da síntese de estudos, elaborada pelo aluno. A síntese deverá ser anexada ao final e agregará o valor de até 1,0 ponto à avaliação.

Competências e habilidades desenvolvidas nesta avaliação: Competência de área 5: H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. Competência de área 6: H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. H22– Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. Competência de área 8: H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Objetivos específicos: - Reconhecer o tema central dos textos apresentados neste instrumento de avaliação. - Identificar as características da estrutura expositiva de problema e solução na reportagem. - Perceber a organização, a linguagem e a função dos elementos do texto expositivo: dados estatísticos, intertítulos, fotos, legendas, desenhos, tabelas, mapas, infográficos etc. - Reconhecer os Períodos compostos por Coordenação e por Subordinação. - Comprender a função sintática e semântica dos termos que introduzem as orações substantivas (conjunções integrantes, advérbios interrogativos, pronomes interrogativos). - Classificar as Orações Subordinadas Substantivas.


PARTE A – VALE A PENA VER DE NOVO (1,0 ponto)

1. O cartum é um gênero textual que tem o poder de sintetizar um problema social com humor e ironia. a) Observe o cartum e, em poucas palavras, indique o seu tema principal.(0,25)H 15, 18, 21, 22

O tema é o índio que perde suas terras e vive no meio urbano, com todos os seus problemas, como a poluição. b) Que recurso de humor foi utilizado pelo cartunista para provocar crítica a um problema social? Explique. (0,25) H 15, 18, 21, 22 Há quebra de expectativa para o índio que esperava pescar um peixe saudável, para sua alimentação. Há ironia no título “Dia do Índio”. c) Crie uma frase-legenda para o cartum, em que ocorra uma Oração Coordenada Sindética Adversativa. (0,5) H 18, 21, 27 Resposta pessoal. Espera-se do aluno adequação ao tema (índio sem terra adequada a sua forma de viver) e à estrutura sintática (uso de período composto por coordenação, que apresente ideias opostas, ligadas por conjunções adversativas, como “mas”).

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PARTE B – QUESTÕES DISCURSIVAS (9,0 pontos com a síntese) Para responder às questões abaixo, leia o texto que acompanha esta avaliação, às páginas 7 a 10. 1) Anexe a esta avaliação sua síntese de estudos.(até 1,0) 2) Sobre a reportagem Indígenas vivem situação precária dentro de São Paulo, publicada na revista Carta Capital, responda: H 15, 18, 21,22

a) Qual é o problema apresentado na reportagem? (0,5) A reportagem apresenta reservas indígenas em meio urbano. Nelas os índios vivem em situação precária de higiene e saúde. b) Podemos dizer que o título e o olho antecipam o problema? Por quê?(0,5) Sim. Tanto um quanto outro já apresentam o problema e as causas: falta de saneamento básico e território pequeno. c) O primeiro parágrafo contém um rápido relato. Qual é a sua função no texto? (0,5) A função é de contextualizar o problema, apresentando suas origens. 3) Causas e consequências H 15, 18, 21,22 a) De acordo com a reportagem, qual é a principal causa para os problemas enfrentados pelos índios guarani do pico do Jaraguá? (0,5) A principal causa é o crescimento desordenado da cidade que se aproximou da reserva indígena, levando todos os problemas urbanos de falta de infraestrutura. b) Quais foram as consequências para o meio ambiente? (0,5) “ (...) água poluída e esgoto a céu aberto. “Há muito rato, cachorros e fezes deles. c) Quais foram as consequências para o povo guarani? (0,5) ”Tudo isso acaba contaminando o solo da nossa aldeia, que é muito pequena.” As crianças ficam doentes e não há solo adequado para plantarem, nem rio limpo para pescarem. d) Além dos problemas ambientais e de infraestrutura, o sétimo parágrafo apresenta outro problema que agrava a situação da aldeia guarani. Qual? (0,5) “A aldeia se tornou um depósito de cachorros rejeitados, que são abandonados por carros que chegam ao local e os soltam ali.”

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4) Os intertítulos são títulos que aparecem no interior de textos longos com o objetivo de facilitar a leitura, pois resumem cada segmento da reportagem. H 15, 18, 21, 22 a) Explique o intertítulo “Falta de terra impede medicina tradicional” (0,5) “A terra, pouca e contaminada, compromete a medicina tradicional do povo guarani”, pois não é possível plantar e colher as plantas medicinais necessárias para produzirem seus remédios. b) Explique a afirmação da índia Sônia Sucuru Cariri: “Remédio feito em laboratório não vai resolver o problema.” (0,5) A índia Sônia argumenta que remédios de laboratório não vão solucionar as verdadeiras causas para os problemas da aldeia: pouca terra, a água poluída, solo contaminado. c) De acordo com os índios entrevistados, o que significa ter saúde? (0,5) Significa ter terra suficiente para o povo viver, onde tem caça, a água não é poluída, tem terra para plantarem, colherem, e viverem à vontade. 5) Soluções H 15, 18, 21,22 a) O que o Governo tem feito para solucionar os problemas da aldeia? (0,25) O Governo criou alguns órgãos como a Secretaria Especial de Saúde Indígena, área do Ministério da Saúde, e uma Unidade Básica da Saúde (UBS). Criaram, na aldeia, estruturas coletivas, construídas pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde). b) As ações governamentais têm sido suficientes? Por quê? (0,25) Não, pois até seis famílias chegam a usar o mesmo banheiro, muitos deles sujos e alguns com chuveiros queimados. Não há saneamento básico suficiente, nem água potável para tomar, fazer alimento, higiene pessoal, lavar as mãos. c) De acordo com os índios guarani, quais são as melhores formas de resolver os problemas? (0,25) Segundo os índios, a única forma de melhorar a saúde dos índios é com a demarcação de mais terras, que tragam de volta a natureza despoluída. 6) Recursos gráficos

H 15, 18, 21,22

a) Qual é a função das fotos e legendas que acompanharam a reportagem? (0,25) As ilustrações tornam visíveis os problemas pelos quais passa a aldeia e as legendas explicam o que aparece na foto.

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b) Em 11 de dezembro de 2012, o jornal O Estado de S.P. publicou um infográfico abordando a distribuição da população de índios no Brasil, usando os dados do Censo de 2010.

Após ler com atenção o infográfico, diga que dado mais chamou sua atenção com relação à distribuição dos índios no Brasil? Por quê? (0,25) Espera-se que o aluno perceba que é alta a porcentagem de índios que vivem fora de terras indígenas: 42,3%. Isso significa que quase metade das populações indígenas vivem em situação tão precária quanto a aldeia guarani da reportagem. Também espera-se que percebam que a maioria desses índios se encontra nos grandes centros urbanos do Sudeste. 7) Na reportagem analisada nesta avaliação, percebe-se a grande presença de períodos compostos por subordinação. Nos períodos abaixo, retirados do texto, divida as orações, com a ajuda de colchetes, numere-as e sublinhe as orações substantivas: H 27 a) (...) com a urbanização, os indígenas dizem/ que os problemas também têm se tornado maiores. (0,25) b) Os indígenas contam/ que as crianças sofrem as maiores consequências dos problemas da aldeia. (0,25) c) (...) os índios dizem/ que o terceiro setor e o Estado não fazem nada (...) (0,25) d) As orações

subordinadas

substantivas

sublinhadas

por

você

devem

apresentar a mesma classificação. Qual é esta classificação? (0,25) Todas são orações subordinadas substantiva objetivas diretas. 5


8) As orações subordinadas substantivas destacadas nos períodos abaixo têm funções diferentes. Classifique-as. H 27 a) (...) saúde para a gente é ter água potável, caça, pesca. (0,25) oração subordinada substantiva predicativa. b) (...) não é possível colher os remédios necessários na área reduzida da aldeia. (0,25) oração subordinada substantiva subjetiva. c) Mesmo com classificações diferentes, o que as orações têm em comum? (0,25) Ambas são reduzidas de infinitivo.

Indígenas vivem situação precária dentro de São Paulo No menor território indígena do país, moradores enfrentam problemas de saúde e saneamento enquanto buscam ampliar limites da sua terra por Piero Locatelli

Falhas na saúde pública afetam mais as crianças

Seu Joaquim foi trabalhar como caseiro nos anos 60 em uma chácara ao lado do pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade de São Paulo. Índio guarani, ganhou a posse da terra quando ela foi abandonada por seu dono. A área, distante 25 quilômetros do centro de São Paulo, era limpa e preservada – cenário que permaneceu assim durante décadas. “Quando eu era mais novo, nos anos 90, eu conseguia pescar peixe, a gente se 6


alimentava deles e ainda plantava. Tudo aqui era limpo,” diz David Martim, morador da aldeia. Nos últimos vinte anos, a urbanização da região se acentuou e chegou à aldeia indígena, formada a partir da família de Seu Joaquim e da sua esposa, Jandira Kerexú. O cenário da aldeia agora é muito diferente daquele recordado por David, que é neto de Jandira. Hoje há animais abandonados, água poluída e esgoto a céu aberto. “Há muito rato, cachorros e fezes deles. Tudo isso acaba contaminando o solo da nossa aldeia, que é muito pequena. As crianças brincam em cima desse espaço, e aí têm diarreia, verminoses e problemas respiratórios por causa da friagem,” conta David. Delimitada em 1987, a aldeia Tekoá Pyaú, conhecida como “aldeia de baixo”, é a menor terra indígena do país, com dois hectares. Ao seu lado, a estrada do Estrada Turística do Jaraguá divide a área dela e da aldeia Tekoá Pyaú, a “aldeia de cima”. Os indígenas buscam a demarcação de 530 hectares para a aldeia de cima, mas a regularização da terra ainda espera aval do Ministério da Justiça. A população das aldeias só tem aumentado e, com a urbanização, os indígenas dizem que os problemas também têm se tornado maiores. “Não foi a gente que poluiu o rio e o solo. Não foi a gente que escolheu essas chácaras todas ao redor da aldeia. Não foi a gente que jogou esgoto. E não foi a gente que escolheu fazer a Rodovia dos Bandeirantes, que matou os animais que tinham aqui. O governo tem que por a mão na consciência diante desse descaso e nos ver como injustiçados. Precisamos que o nosso direito nesse lugar seja reconhecido,” diz David. “Nós somos julgados, sofremos preconceito. As pessoas dizem na rua :“a, eles não são índios. Eles usam roupa e estão na cidade”. Mas quando meu avô chegou aqui não tinha esse monte de casa. Os problemas foram gerados pela população em volta.” "Crianças sofrem mais" Os indígenas que conversaram com a reportagem contam que as crianças sofrem as maiores consequências dos problemas da aldeia. Nuas, muitas delas brincam em cima do esgoto que corre pela aldeia e fezes dos cachorros espalhadas pelo chão. No campo de futebol, no fundo da aldeia de baixo, o jogo acontece ao lado da água poluída, onde as crianças buscam a bola de pés descalços. “O maior problema que a gente enfrenta na aldeia, a saúde, é mais forte para as crianças, que sofrem mais. A gente que é adulto ainda consegue manter uma higiene, sabe que por a mão no lixo e no chão vai fazer mal. Mas as crianças infelizmente não têm essa noção, porque elas brincam a vontade na terra,” diz David.

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Depósito de cachorros

Aldeia se tornou um depósito de cachorros rejeitados

A aldeia se tornou um depósito de cachorros rejeitados, que são abandonados por carros que chegam ao local e os soltam ali. De tarde na aldeia, é mais fácil avistar cachorros do que moradores. Segundo estimativas dos indígenas no local, as duas aldeias, juntas, tem cerca de oitocentas pessoas. Os cachorros são quase quatrocentos. Fora a castração e palestras informativas, os índios dizem que o terceiro setor e o Estado não fazem nada para solucionar o problema. “Dentro da cultura guarani, nós não temos o hábito de cuidar de cachorros.

Nós criamos os animais do mato: quati,

arara, lagarto. Já passou do limite,” diz Pedro Luiz Macena. “Hoje se fala muito dos animais. A gente vê na televisão e na internet que não pode maltratar os animais, mas a gente tem que se preocupar com o ser humano primeiro.” Saneamento precário Os problemas gerados pelos cachorros são potencializados com o saneamento precário no local. Na aldeia, há diversos rastros de esgoto a céu aberto além de lixos acumulados ao lado das casas. Alguns moradores também reclamam da falta de água no local. Sônia Sucuru Cariri conta que muitas vezes só há água corrente disponível depois das oito da noite. “Aí os vizinhos que moram perto das aldeias veem uma criança que vai para a feira toda suja, mas não sabem o que está passando aqui dentro. Falam 'olha, o índio não dá banho na criança'. Mas não sabem que a água na aldeia é um problema,” conta. As casas não tem banheiro próprio e os moradores usam estruturas coletivas, construídas pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Os indígenas dizem que seis famílias chegam a usar o mesmo banheiro, muitos deles sujos e alguns com chuveiros queimados. 8


"Em relação ao saneamento básico, não melhorou nada nos últimos dez anos. E isso seria necessário para uma saúde de qualidade. A gente não tem uma água boa para tomar, fazer alimento, higiene pessoal, uma simples lavagem de mão. Se você não tem isso, o que a gente vai ter então?" diz Sônia. “Remédio feito em laboratório não vai resolver o problema.” Falta de terra impede medicina tradicional A terra, pouca e contaminada, compromete a medicina tradicional do povo guarani, segundo Pedro. Ele conta que não é possível colher os remédios necessários na área reduzida da aldeia. “Aqui é um território pequeno, não tem mato, não tem água boa, não tem nada para a gente poder ter nossos remédios. Isso dificulta bastante a nossa saúde,” diz Pedro. “Ter saúde para a gente é ter água potável, caça, pesca. Tudo isso é saúde para os povos indígenas, e isso você não tem mais. E a consequência disso são as doenças mesmo.” A aldeia de baixo conta com uma Unidade Básica da Saúde (UBS). Quando a reportagem visitou o local, os funcionários, incluindo uma médica, disseram que não estavam

autorizadas

a

dar

entrevistas.

Os

indígenas

que

conversaram

com CartaCapital disseram que os funcionários da UBS fazem um bom trabalho, mas não é suficiente para a demanda do local. Eles também dizem que o transporte até o hospital de Pirituba, para onde são levados os casos mais graves, é deficitário. “A gente sabe também que os recursos do governo federal são destinados para melhorar saneamento e saúde na aldeia, mas isso a gente nunca teve,” diz Pedro. Pedro diz que o atendimento de saúde na aldeia só tem piorado desde a criação do Sesai, a Secretaria Especial de Saúde Indígena, área do Ministério da Saúde responsável pela saúde indígena criada em 2010. “Parecia bom, mas até agora, o Sesai não funcionou.” Segundo Pedro, a única forma de melhorar a saúde dos índios é com a demarcação de mais terras. “O remédio feito em laboratório não vai conseguir resolver o problema dos povos indígenas,” diz Pedro. “O remédio que vai resolver o problema dos povos indígenas é um dia o governo chegar e dizer: “nós vamos oferecer a terra suficiente para o povo viver, onde tem caça, a água não é poluída, tem terra para vocês plantarem, colherem, e viverem à vontade.”

Locatelli , Piero. Indígenas vivem situação precária dentro de São Paulo. Carta Capital, Edição 766, 18/09/13.

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