Godzine 12 (Janeiro / Fevereiro 2013)

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Jan/Fev’13 Família: Dom de Deus pág. 6


Indíce

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Nota de abertura

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Dialetos da palavra

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Youcat

Parábolas

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Folha dos santos

Ajuda à Igreja que Sofre

16 18 22 Cristo Jovem Brasil

JMJ Rio 2013

Juventude que acredita


NOTA DE ABERTURA

Ano Novo: Tema Novo Olá juventude que acredita! No início de mais um ano civil, trazemo-vos uma novidade. Cada edição da GODzine terá um tema transversal aos diversos artigos. Este mês, debruçamo-nos sobre a família. A família onde somos gerados, que nos cria, nos ensina valores, nos protege, nos ama. A família é (ou devia ser) uma fonte de amor. Nestes tempos modernos temos vindo a assistir a uma certa derrocada dos valores da família, o que leva a uma falta de amor (de dar, receber e compreender). Na nossa condição de cristãos, urge valorizar o sentido de família como núcleo gerador de amor. Não só a família que nos gera, mas também a família que nós somos como comunidade cristã, na nossa principal missão de espalhar amor ao próximo. Aproveitamos para deixar um agradecimento ao Nuno Sousa, que por motivos de força maior teve de deixar este projecto. A ele um grande bem-haja pelo trabalho feito. É com alegria da partilha nesta “família Cristo Jovem” que vos trazemos mais esta edição da Godzine e vos deixamos um abraço em Cristo Jovem. Sara Amaral

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Youcat e a Família Ir. Darlei Zanon | Religioso paulista, editor do YOUCAT para a língua portuguesa

Olá jovem. Cá estamos para iniciar mais um ano, cheio de expectativas e esperanças. Como não podia deixar de ser, começamos 2013 a refletir sobre o nosso Catecismo Jovem, o YOUCAT. Ao longo de 2012 falámos da história, do percurso, das diversas iniciativas e muitas outras questões ligadas ao projeto YOUCAT. Este ano gostaríamos de mergulhar no seu conteúdo, sempre a partir de temáticas específicas. Será uma espécie de “leitura imersiva”, ou uma navegação, sobre temas fortes. Um exemplo de leitura guiada que depois poderá ser adaptado para qualquer tema que queiras ler e meditar com os teus amigos ou individualmente. O tema que escolhemos para esta primeira edição do ano é a “família”. Já em outro artigo falámos de quão importante é ler o YOUCAT em família, dialogar com os teus pais, irmãos, namorada/o sobre as questões do YOUCAT. Mas o tema da família, central na vida cristã, é também um tema muito bem desenvolvido no nosso Catecismo Jovem. No índice de conceitos poderás ver que o termos “família” aparece pelo menos 25

vezes no YOUCAT. Ao longo de todo o catecismo há referências à família, mas há dois momentos fundamentais que vale a pena aprofundar. O primeiro é em torno ao sacramento do matrimónio, o ponto de partida para iniciarmos uma família (perguntas nn. 260-271); o segundo, em torno ao IV mandamento: «honrarás pai e mãe» (perguntas nn. 367-377). Há uma ligação muito forte entre estes dois pilares. No n. 368 do YOUCAT lemos que «um homem e uma mulher que se casam constituem uma família com os seus filhos. Deus quer que, tanto quanto possível, os filhos nasçam no amor dos pais. Os filhos, confiados à proteção e aos cuidados dos seus pais, têm a mesma dignidade deles». O IV mandamento era muito significativo na tradição judaica (Antigo Testamento), com as grandes famílias patriarcais. A tradição cristã (Novo Testamento) segue os passos da tradição judaica e tem na família a extensão da experiência de Deus. Ben Sirá (3,2-6.12-14), por exemplo, diz-nos que quem honra os seus pais acumula tesouros, será atendido nas suas


YOUCAT

orações, terá vida longa, será perdoado dos seus pecados. Honrar os pais significa amá-los, dar carinho, cuidar, dar atenção, dedicar tempo, reconhecer o seu valor e importância no nosso passado, presente e futuro (cf. nn. 371 e 372). Amar e obedecer aos nossos pais significa amar e obedecer a Deus, a fonte da vida. A família é a primeira comunidade, a primeira igreja (cf. n. 271), o princípio e o alicerce da fé e da nossa vocação à santidade. No n. 368 do YOUCAT lemos também que «o próprio Deus, na Sua profundidade, é comunhão. No âmbito humano, a família é o protótipo da comunhão». É primeiramente na família que experimentamos Deus. Exatamente por isso devemos resgatar e exaltar o valor da família, o nosso alicerce, ponto de segurança e de referência especialmente nestes tempos de crise e incertezas que estamos a enfrentar. Recordemos que «a família é a célula original da socieda-

de humana. Os valores e os princípios que são vividos no pequeno âmbito da família possibilitarão aos filhos uma vida social solidária quando eles crescerem» (n. 369). O próprio Jesus precisou da ajuda da Sua família humana para crescer em «sabedoria, estatura e graça». Foi nesta família que aprendeu a rezar, como nos diz o n. 474, e onde recebeu amor e afeto, como nos diz o n. 86 do YOUCAT. «Pelo facto de Deus ter desejado nascer numa família humana e aí ter crescido, transformou a família num lugar de Deus e num modelo de comunhão eficaz» (n. 86). A família de Nazaré é por isso o nosso modelo de família. Dela devemos aprender e nela devemos nos inspirar para uma relação saudável entre todos os membros: cônjuges e filhos. Valoriza a tua família, pois ela é expressão de Deus e caminho para chegar até Ele.

Sugestões de navegação: www.youcat.org | www.paulus.pt | youcat.cristojovem.com

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Os dois filhos Mateus 21, 28-32 Texto: Pe. Ricardo José, scj

«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele.»


PARÁBOLAS

Esta parábola serve para iluminar duas atitudes diferentes face às propostas de Deus. Antes de mais, sugere que, na lógica de Deus, todos os seus filhos são iguais e têm a mesma responsabilidade na construção de um mundo melhor. Deus tem um projeto para o mundo e todos os seus filhos – sem distinção de raça, de estatuto social, etc... – devem estar envolvidos na edificação desse projeto. Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro. Agora, diante desta proposta de Deus, há duas respostas… Há os que escutam o chamamento de Deus, mas não são capazes de vencer o comodismo, o egoísmo, e não vão trabalhar para a vinha (mesmo que tenham dito “sim” a Deus); e há aqueles que muitas vezes por caminhos não tão “diretos” até são capazes de acolher a Deus e lhe responder generosamente. O que é que significa, exatamente, dizer “sim” a Deus? É ser batizado ou crismado? É casar na igreja? É fazer parte de um movimento da paróquia? É ir todos os dias à missa? Atenção: nesta parábola, não chega dizer um “sim” inicial; não bastam palavras e declarações de boas intenções;

é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz. Nas nossas comunidades cristãs apare-

Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro. cem, com demasiada frequência, pessoas que “sabem tudo” sobre Deus, que se consideram parte da “melhor” família de Deus, e que desprezam os irmãos que não têm um comportamento “religiosamente correto” ou que não cumprem exatamente as regras do “bom comportamento” cristão… Nós não temos qualquer autoridade para catalogar as pessoas, para as excluir e marginalizar… A este propósito, Jesus diz algo de espantoso aos “santos” que “os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o Reino de Deus”. Afinal a resposta que mais interessa é a da vida!

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Pe. Nuno Westwood

“Novamente vos digo: alegrai-vos!” “Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Fil 4, 4-7)


DIALETOS DA PALAVRA

Já estamos em 2013. Tivemos nos últimos tempos oportunidade de viver diversas celebrações que nos convidaram à esperança e nos fizeram recuperar a alegria. Esta alegria não surge no nosso caminho como uma simples diversão. E algo que se agarra à vida interior, e, por isso, é bem consciente. É a forma de uma pessoa testemunhar a verdade do que vive. Porque quem encontra Cristo e vive de Cristo inevitavelmente tem uma vida conseguida. A alegria é esta satisfação. A alegria tem a característica de ser algo que se vê. Por isso é a maneira por excelência de testemunhar a vida cristã e a presença de Jesus Cristo. Não se anuncia Cristo apenas dizendo que é mal não o seguir, - embora isso também tenha o seu lugar no anuncio cristão -, mas mostrando a alegria inteligente que acontece quando se pertence a Ele. Esta alegria cria curiosidade, atrai. Quando uma pessoa está contente, de uma felicidade profunda e não inventada, não consegue esconder o que sente. E este é o grande serviço que podemos prestar aos outros todos. Um serviço que não é um frete mas um comunicar aquilo que vivemos. Claro que a alegria verdadeira não é um adormecimento diante dos problemas, um analgésico que impede de sofrer, mas é uma paz que os ajuda a enfrentar, é uma certeza de que Deus está pre-

sente e nos leva ao colo nos momentos difíceis, ao mesmo tempo que nos puxa para andarmos mais depressa quando as coisas nos correm bem e somos tentados a ficar parados.

A alegria é, ainda, capaz de inventar, não se limita a imitar o que já se fazia, mas cria coisas novas fruto da imensidade de Deus que vivendo em nós nos faz descobrir sempre novos caminhos. Esta alegria é, ainda, aquilo que dá sentido aos sacrifícios que tantas vezes temos de fazer para não deitarmos fora as coisas que têm maior valor. O sacrifício de recusar um pecado para viver na alegria de Deus, o sacrifício de não ficar “de papo para o ar” para ir dar o meu tempo aos que mais precisam. Numa palavra a alegria torna-se caridade. Atenção ao outro e dom de si mesmo ao que precisa. A alegria é, ainda, capaz de inventar, não se limita a imitar o que já se fazia, mas cria coisas novas fruto da imensidade de Deus que vivendo em nós nos faz descobrir sempre novos caminhos. A alegria é o amor vivido!

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Chiara Badano Após 11 anos de espera, a 29 de outubro de 1971, na cidade Apeninos lígures, na diocese de Acqui nascia Chiara (Clara, em português). Foi educada pela mãe com as parábolas do Evangelho a conversar com Jesus e a lhe dizer “sempre sim”. Era uma menina saudável e, gostava não só da natureza bem como, de brincar. Na sua infância, era já de realçar o amor pelos que eram desprezados. Chiara cobria-os de atenções e de serviços, muitas vezes renunciando momentos de divertimento. O amor ao próximo era tal que, sendo criança de tenra idade, tinha uma pequena caixa para as “crianças de cor”e era seu desejo formarr-se em medicina para um dia ir a África e cuidar destas crianças. Cresceu uma menina, como tantas outras crianças da sua idade contudo, Chiara trazia consigo uma sensibilidade às coisas divinas. No dia em que, fez a sua primeira Comunhão recebeu um livro dos Evangelhos. Ela mesma afirmou: “ Para mim, é fácil aprender o alfabeto, deve ser a mesma coisa viver o Evangelho!”. Com 9 anos viveu a sua primeira espiri-


FOLHA DOS SANTOS

tualidade, no Movimento dos Focolares. Pouco a pouco seus pais foram envolvidos. A partir de então, Deus foi colocado como primeiro lugar na sua vida.

...Chiara, desde muito jovem fez o propósito de não “doar Jesus aos amigos com as palavras, mas com o comportamento” Até aos 17 anos, Chiara Badono, fez uma vida perfeitamente normal quando de repente, sentiu uma dor aguda no ombro esquerdo. Após alguns exames médicos e inúteis operações foi detetado uma osteossarcoma (tumor maligno nos ossos). Ao contrário daquilo que possamos imaginar, Chiara não chorou nem se revoltou. Ficou imóvel em silêncio e após 25 minutos afirmou, o sim à vontade de Deus. Foram 2 anos de um intenso calvário em que, ela repetia: “Se é o que você quer, Jesus, é o que eu quero também”. Ao longo deste tempo, em que os tratamentos eram dolorosos, Chiara mantinha

um sorriso luminoso e arrastava consigo Amor a quem dela se aproximasse. As dores eram muitas porém, ela negou sempre a morfina para não perder a lucidez e, oferecia tudo pela Igreja, pelos jovens, os ateus, pelo Movimento dos Focolares, pelas missões, permanecendo serena e forte. Repetia: “Não tenho mais nada, contudo tenho o meu coração e com ele posso sempre amar”. Todo o seu espaço era a sua igreja, havendo unidade e encontro. Os médicos, sendo eles ateus ficavam abismados com a sua paz. Alguns reaproximaram-se de Deus. Era algo inexplicável e ainda hoje, se recordam de Chiara Bandono e a invocam. A doença causa nela sofrimento todavia a mãe ao perguntar-lhe se ela sofria muito ela respondia: “Jesus tira de mim as manchas dos pontinhos pretos com a água sanitária e isso queima. Quando eu chegar ao Paraíso serei branca como a neve”. Esta era a prova de que se deixou envolver pelo Amor de Deus. Na verdade, afirmava: “Deus me ama imensamente” e, depois de uma noite particularmente dura, acrescentou: “Sofria muito, mas a minha alma cantava…”.

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Segundo os seus amigos não eram eles que a consolavam mas, Chiara a eles. Estava quase a falecer quando, revelou: “Vocês não podem imaginar como é agora o meu relacionamento com Jesus… Sinto que Deus me pede algo mais, algo maior. Talvez seja ficar neste leito por anos, não sei. Interessa-me unicamente a vontade de Deus, fazê-la bem no momento presente: aceitar os desafios de Deus. Se agora me perguntassem se quero andar (a doença chegou a paralisar as pernas com contrações muito dolorosas), eu diria não, porque assim estou mais perto de Jesus”. É de salientar que Chiara, desde muito jovem fez o propósito de não “doar Jesus aos amigos com as palavras, mas com o comportamento”. É certo que, nem sempre isso era fácil e ela repetiu algumas vezes: “Como é duro ir contra a corrente!”. E para chegar à meta repetia: “É por ti, Jesus!”. A doença agrava todavia dos seus lábios apenas se ouvia: “Com você, Jesus, por você, Jesus!”. Ao ver sua mãe preocupada, pois ficaria sem ela, Chiara repetia confiante: “Confie em Deus, pois você fez tudo”; e “Quando

eu tiver morrido, siga Deus e encontrará a força para ir em frente”. Chiara estava preparada para o encontro com Deus: “É o Esposo que vem me encontrar” . Escolheu o vestido de noiva, as canções e as orações para a “sua” Missa; o rito deveria ser uma “festa”, onde “ninguém deverá chorar”. A última que comungou, ficou imersa Nele e pediu que se fizesse esta oração: “Vinde Espírito Santo, mandai do Céu um raio da tua luz”. No dia 7 de outubro de 1990, o “Esposo” veio buscá-la. Antes de falecer disse à sua mãe: “Não peço mais a Jesus para vir me pegar e me levar para o Paraíso, porque quero ainda lhe oferecer o meu sofrimento para dividir com ele ainda por um pouco a cruz”. “Mãezinha, seja feliz porque eu o sou. Adeus”. Ela também fez a doação das suas córneas. No dia 3 de julho de 2008 ela foi declarada Venerável com o reconhecimento do exercício heróico das virtudes teologais e cardeais. No dia 19 de dezembro de 2009, o Papa Bento XVI reconhece o milagre atribuído à intercessão da Venerável Chiara Badano, e assinou o Decreto para a sua Beatificação.

Feito com base: www.it4unity.com/chiaraluce/?page_id=27


AJUDA À IGREJA QUE SOFRE

Ajuda à Igreja que Sofre

Proposta radical para 2013: rezar pelos Cristãos perseguidos O poder dos superjovens Um novo ano é sempre uma boa ocasião para lançarmos novos desafios para a nossa vida. Aqui fica um: em 2013 vamos usar o poder da oração em favor dos cristãos perseguidos por motivos religiosos no mundo. Vamos nisso?

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Não há ninguém, provavelmente, que não conheça as aventuras do Super-homem, o famoso Clark Kent, um jornalista tímido e discreto que esconde uma natureza extraordinária. Ele é capaz das maiores proezas, portador de poderes fora do alcance do comum dos mortais. Curiosamente, os cristãos têm ao seu alcance algo ainda maior, a possibilidade de concretizaram façanhas que não cabem nos livros de ficção, nem nas aventuras do cinema. E, no entanto, quase não se lhes

pede nada para conseguirem isso. Mas esse “quase” pode fazer toda a diferença. O delito da fé Neste momento, infelizmente, há cristãos encarcerados por causa do delito da fé. Ser Cristão pode significar arriscar a vida em muitos países. Pensemos apenas em Asia Bibi, encarcerada ainda em Sheikupura, no Paquistão, depois de ter sido condenada à morte, por blasfémia, por causa de um simples copo de água. Se não tivesse sido a enorme pressão internacional em


AJUDA À IGREJA QUE SOFRE

favor desta mulher cristã, casada e mãe de cinco filhos, provavelmente a sentença já teria sido executada e Asia Bibi faria parte da tremenda estatística de martírio que se continua a abater sobre os cristãos nos dias de hoje. E que nos diz essa estatística? Que, a cada cinco minutos, algures no mundo, um cristão é morto por causa da intolerância religiosa.

CORRENTE DE ORAÇÃO E que tem isto a ver com Clark Kent? Simples. Todos os dias haverá milhares de pessoas que rezam por Asia Bibi, pela sua família, para que os dias de tormenta possam acabar e que esta história tenebrosa possa ter um final feliz. O ano passado, mais concretamente no dia 20 de Abril, houve algo de extraordinário no mundo.

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Não foi notícia nas televisões, nem nas rádios ou nos jornais. No entanto, envolveu milhares de pessoas, cidadãos anónimos e, muito especialmente, comunidades de vida consagrada. Foi uma corrente de oração em favor de Asia Bibi. No mesmo dia, o nome desta paquistanesa foi repetido pelas Clarissas de Lovere (Itália), as Pobres Damas de clausura de Nova York (EUA); a comunidade dos franciscanos de Thu Duc, em Hochiminh City (Vietname), a Diocese de Batouri (Camarões); as Irmãs de São José de Tarbes, no Brasil, as comunidades cristãs da Nova Zelândia; os maronitas do Líbano e os ortodoxos na Indonésia… e pelos cristãos em Portugal, através da Fundação AIS que lançou a campanha “you are not alone”. Foi um número incontável de cristãos unidos na mesma prece, imbuídos da mesma fé, juntos pela mesma mulher. UM DESAFIO Rezar todos os dias por Asia Bibi e todos os que estão detidos por causa da intolerância religiosa é um dever de todos nós. As prisões, como a de Sheikupura, no Paquistão, são lugares perigosos onde tudo pode acontecer e onde ninguém está a salvo. O que uniu o mundo cristão no ano passado foi a certeza de que as palavras escritas por São Mateus, citando

Jesus, não são apenas palavras. São uma certeza: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se;

Rezar todos os dias por Asia Bibi e todos os que estão detidos por causa da intolerância religiosa é um dever de todos nós.

e nada vos será impossível.” Aquilo que é necessário é “ter fé”. Nem mais, nem menos. A partir daí tudo está ao nosso alcance, até fazer mexer uma montanha. Aquilo que se pede aos jovens de hoje é que não tenham medo de usar esse poder extraordinário para fazer acontecer todos os dias algum milagre. Aquilo que se pede é que este ano todos nós usemos um pouco desse poder extraordinário da oração em favor dos cristãos perseguidos. Nem que sejam apenas 5 minutos por dia. Esse é o poder dos superjovens. O teu poder. Departamento de Informação da Fundação AIS - info@fundacao-ais.pt


AJUDA À IGREJA QUE SOFRE

Oração pelos Cristãos perseguidos Em cada cinco minutos, um Cristão é assassinado no mundo por causa da sua fé. Não posso nem quero ignorar este facto. Ofereço o meu pensamento, as minhas orações, toda a minha fé em Deus pelos Cristãos perseguidos. Preocupo-me por eles, quero rezar por eles. Enquanto vivo livremente, aqui, neste momento, estes Cristãos, meus irmãos, são perseguidos, presos, torturados e mortos. Como posso ignorar isto, todo este sofrimento? A partir de agora, durante a peregrinação da minha vida, comprometo-me que não esquecerei estes irmãos perseguidos na fé e que vou rezar por eles e pela Igreja que Sofre.

Saiba mais em: www.fundacao-ais.pt

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O meu ponto de partida Roberto Alves

Olá juventude que acredita, tudo em paz com vocês? Comecei 2013 com a feliz missão de partilhar com vocês sobre um assunto que muito me anima o coração. Falar sobre isso é fazer memória de todos os meus dias, de todos os momentos vividos ao lado de quem nunca me abandona, de quem nunca desiste de me formar e me amar, de quem está ali presente em minha vida da forma mais intensa e precisa... já sabem de quem ou do que estou a falar? Pois bem, falo sobre família. A família é o primeiro lugar onde fazemos a experiência de vida em comunidade, é nela onde aprendemos a dividir o pão que nos é servido à mesa e o pão que é preparado em nosso coração: bondade, alegria, amor etc. A Igreja católica reconhece o lar como “’igreja doméstica’. É uma comunidade de fé, de esperança e de caridade; na Igreja ela tem uma importância singular, como se vê no Novo Testamento. (...) é onde os filhos de Deus aprendem a orar “como Igreja” e a perseverar na oração. Para as

crianças, particularmente, a oração familiar cotidiana é o primeiro testemunho da memória viva da Igreja reavivada pacientemente pelo Espírito Santo.” (CIC 2204, 2685b). Vocês entendem o valor de se viver bem em família? É no lar onde a criança e o jovem tem o seu caráter formado durante os primeiros anos de sua vida, é ali onde aprendemos a ser quem somos hoje.

Eu costumo dizer que minha família é o alicerce que me permite alçar livre voo em busca de ser um jovem realizado em todas áreas de minha vida Saber que mesmo em uma sociedade onde é possível encontrarmos valores deturpados, mentiras, medos e ódios sendo oferecidos gratuitamente em cada esquina de nossa cidade, ter a graça de encon-


CRISTO JOVEM BRASIL

trar-se no aconchego e amor familiar que tudo cura e tudo ensina e tudo modela em nós é como provar do céu sem mesmo precisar ter partido. Ser família e abrir-se a experiência de viver cada detalhe cotidiano em seu mais simples e autêntico sentido é desde já sentir-se abraçado por Deus, é ser reflexo daquela família que viveu em Nazaré há exatos 2013 anos. Eu costumo dizer que minha família é o alicerce que me permite alçar livre voo em busca de ser um jovem realizado em todas

áreas de minha vida, que sem eles eu não iria longe. Não há nada mais precioso na terra que meus pais e minhas duas irmãs. É aqui onde eu aprendo com meus erros e acertos a continuar e nunca parar de buscar maturidade humana e espiritual... se você ainda não conseguiu ter uma experiência intimista com eles, permita-se também, abra o seu coração e alma pois é no lar onde “crescemos em sabedoria, graça e estatura aos olhos de Deus e dos homens” (Lc 2, 52)..

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As famílias de acolhimento dos peregrinos e como essa campanha de angariação está a decorrer Bruno Victor


JMJ RIO2013

Todos nós, que somos Batizados, trazemos conosco a missão de fazer acontecer a vontade do Pai aqui na Terra, com os ensinamentos de seu Filho, Jesus Cristo, e guiados pelo Espírito Santo. “Assim, por existir uma missão é que temos a Igreja, e não ao contrário” (palavras do Pe Marcelo Gualberto). E nessa Jornada Mundial da Juventude trazemos como principal objetivo a Missão, para diversas pessoas, com suas diferentes vidas, localidades, empregos, estudos, cada um com sua vocação, dentro e professando uma mesma Fé. O brasileiro vai viver a mesma Jornada que peregrinos de diversos países do

mundo, porém, cada coração será transformado, fortalecido e tocado de forma única. O jovem brasileiro, em sua vez, acolhe o peregrino, de braços abertos e com muito afeto, assim como o monumento do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Já o jovem peregrino vem conhecer o Brasil, a realidade da Igreja no país, a espiritualidade, cultura e missão

Toda conscientização e preparo possível está sendo feito juntamente com as famílias e demais locais que possam servir como moradia, para que os peregrinos recebam o melhor acolhimento possível e vivam ótimos momentos nessa Jornada. do jovem nacional, vivenciando a caridade, uma virtude cristã que ultrapassa qualquer diferença física, cultural ou econômica. Entre suas missões, o Brasil tem como prioridade “arrumar a casa” para os visitantes, tendo em vista que iremos ser sede desde tão magnífico evento. Para melhor planejamento e execução

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das ações da JMJ Rio 2013, foi criado o COL (Comitê Organizacional Local), no Rio de Janeiro, onde se concentra toda movimentação do evento. A partir do site Oficial da JMJ www.rio2013.com, que se encontra em sete idiomas diferentes, os jovens podem realizar suas inscrições, tirar dúvidas, conhecer os projetos, hino, orações, patronos e intercessores e outras diversas novidades do acontecimento. No ato da inscrição, além de participar do evento que acontece de 23 a 28 de Julho no Rio de Janeiro, o peregrino pode optar por vivenciar a Semana Missionária, que acontece de 17 a 20 de Julho, em alguma Diocese do Brasil.

Juntamente com o COL, todas as Dioceses do País também montaram seus grupos e comissões para melhor prepararem todos os momentos necessários para a Semana Missionária e para a própria JMJ. O mesmo tem a oportunidade de viver uma experiência maior com a Igreja no País, conhecendo não somente o Rio,

mas também outros locais típicos brasileiros, dentre suas tantas diversidades, com momentos de espiritualidade, cultura e ação social. Juntamente com o COL, todas as Dioceses do País também montaram seus grupos e comissões para melhor prepararem todos os momentos necessários para a Semana Missionária e para a própria JMJ. Toda conscientização e preparo possível está sendo feito juntamente com as famílias e demais locais que possam servir como moradia, para que os peregrinos recebam o melhor acolhimento possível e vivam ótimos momentos nessa Jornada. Tanto o COL Rio, no site oficial, na sua fan page no Facebook e com publicações em veículos externos, quanto diversas Dioceses do País, estão fazendo esse belo trabalho. “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine” (1 Cor, 13). Com essa mensagem de Amor é que o brasileiro se prepara para receber os peregrinos, tanto em estrutura, quanto de coração aberto. As hospedagens serão em casas de família, paróquias, escolas públicas e particulares, ginásios poliesportivos, casas de festas, centros comunitários e outros


JMJ RIO2013

locais que sejam seguros e cobertos para que o peregrino possa ser alojado para pernoite, tanto na Semana Missionária, quanto na própria JMJ. “ALEGRIA! Este é o sentimento ao esperar a chegada dos jovens peregrinos estrangeiros. Conhecer e partilhar culturas com certeza é o ápice de toda a JMJ! Sejam todos bem vindos aos nossos lares!”, essas são as palavras do jovem brasileiro Wellington Castellari, que mora em Jacareí/SP e irá receber dois jovens franceses em sua casa na Semana Missionária.

Pois como diz nosso Amado e Santo Padre, Papa Bento XVI, um dos presidentes do evento, “As alegrias autênticas, as pequenas do dia a dia ou as grandes da vida, todas têm origem em Deus”. Cheios do Espírito Santo, de Alegria, Amor e Fé, estamos aqui, no Brasil, esperando todos os peregrinos, cada um de forma especial e única, para vivermos nossa Missão juntos! Venham todos para essa grande festa da juventude, venham para a JMJ Rio 2013!

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Crescer em famĂ­lia Miguel Mendes


JUVENTUDE QUE ACREDITA

Ser jovem ou adolescente nem sempre é fácil. Aliás, diria antes... Nem sempre é difícil. Isto porque cada dia é um drama, uma aventura ou um dilema. Para os jovens cada dia representa uma aprendizagem e o primeiro impacto que temos com cada aspeto da vida pode ser bastante complicado. A juntar a isso, temos a habitual intensidade que os jovens colocam em tudo o que fazem e dizem. Às vezes dou por mim a pensar que quem supera a adolescência, conseguirá superar tudo na vida.

E tu? Consegues refletir na importância da tua família na construção da tua personalidade? A adolescência, é de facto uma fase “complicada” na vida de um jovem que, se não tiver algum tipo de apoio, pode ter mais dificuldades em passar por este processo que a maioria dos jovens. É certo que nessa altura procuramos mais o apoio dos amigos, mas a verdade é que um núcleo familiar estável e seguro é o melhor supor-

te para o crescimento de um adolescente. Ainda que muitos não o desejem, são eles que nos ensinam a voar para fora do ninho, conscientes que vamos ter muitas quedas e muitos desafios. Se olharmos para o exemplo da Sagrada Família percebemos como a família pode ser importante na construção e suporte da nossa missão. Jesus contou com o apoio total dos pais que o amaram, respeitaram e ajudaram durante 30 anos. Ainda que nesta fase da nossa vida, não percebamos a importância desse suporte familiar, vai chegar uma altura em que seremos capazes de discernir e perceber todo o apoio que tivemos da parte deles. E tu? Consegues refletir na importância da tua família na construção da tua personalidade? Consegues perceber os seus atos? Mesmo aqueles que te custam ou magoam? Deus também é nosso Pai, e tal como os pais da terra, também nem sempre conseguimos perceber os Seus desígnios. Talvez seja algo próprio de quem é pai... Uma mania “irritante” de saber sempre o que é melhor para nós mesmo que nós não tenhamos consciência disso.

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