Godzine 04 (Setembro 2010)

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EM DESTAQUE

BENTO XVI FALA DA SUA JUVENTUDE EM MENSAGEM PARA AS JMJ 1


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NOTA DE ABERTURA

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NOTÍCIAS

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Reflexões Virtuais JMJ 2011 ON-LINE

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JMJ Madrid MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A XXVI JMJ - MADRID 2011

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Olhando Cantinho da Audácia TODAS DAS CRIANÇAS

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Folha dos Santos MADRE TERESA DE CALCUTÁ

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Família Cristã BENTO XVI NO REINO UNIDO

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5 Minutos com o Mestre JESUS SERVE ATRAVÉS DO OUTRO

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Cristograma

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Juventude que Acredita! FÉ FIRME

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Banda Desenhada CARPINTEIRO 2


Nota de Abertura |

NOTA DE ABERTURA Olá! Esta é a edição de Setembro, mês que para muitos é marcado pelo regresso ao trabalho e ou às aulas. É o mês que o Verão termina e toda a natureza começa como que a despir-se para a renovação primaveril. Este mês temos novos colaboradores, novas rubricas, falo-vos da Joana Laranjeira com a sua rubrica”Cristograma” e do Adriano Batista com a rubrica “Cinco minutos com O Mestre”. Pela segunda vez

teremos o prazer de ter a colaboração da Solange Costa com uma fita de BD. Para além disto teremos também um dossier mensal sobre as próximas Jornadas Mundiais da Juventude que serão em Madrid em Agosto próximo. Abraço em Cristo Jovem Nuno Sousa

No portal Cristo jovem podes fazer download e consultar todas as edições da godzine GODZINE.CRISTOJOVEM.COM

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NOTÍCIAS JESUÍTAS PROMOVEM “AFTERBEN” em Fátima através do movimento “Eu Acredito” e na organização, através do Centro Universitário “Creu-il”, da vigília de oração prévia à missa com o Papa no Porto. A pastoral juvenil da Companhia de Jesus convida “todos os jovens que quiserem, em particular os que estão ligados à espiritualidade inaciana, a encontrarem-se no colégio de Cernache, perto de Coimbra, para inspirados pela visita do Santo Padre sonharem sem medo o futuro da Igreja e do mundo”.

A pastoral juvenil da Companhia de Jesus (jesuítas) em Portugal promove nos próximos dias 1, 2 e 3 de Outubro um encontro intitulado “AfterBen”, i.e., depois de Bento XVI. A iniciativa nasce da “vontade de conhecer e assimilar” as “palavras sábias e acutilantes” e os “gestos humildes e proféticos” do Papa, que visitou Portugal no último mês de Maio. Os jovens ligados aos jesuítas estiveram junto de Bento XVI em Lisboa e

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O tema do encontro, “O amanhã que nos espera”, é inspirado nas palavras que o Papa dirigiu à juventude na varanda da Nunciatura Apostólica, a 11 de Maio, na serenata que se seguiu à missa do Terreiro do Paço. O “AfterBen” insere-se na linha de outros grandes encontros associados a acontecimentos excepcionais como os 500 anos do nascimento de S. Francisco Xavier (AfterXav I e II) ou os 2000 anos de S. Paulo (AfterPaul). Não percas o programa e mais informações no site www.afterben.com


Notícias Notícias |

ENCONTRO NACIONAL DE CONVIVAS Realizou-se nos dias 11 e 12 de Setembro mais um Encontro Nacional de Convivas, em Fátima, sob o tema: “Reparte com Alegria”. Este é o primeiro ano em que os Convívios Fraternos são considerados um Movimento da Igreja Católica. Estiveram presentes cerca de 12 mil jovens e adultos de todas as dioceses (à excepção dos Açores, onde ainda não se realizou nenhum CF), Paris e Forças Armadas. No Sarau, realizado no Centro Pastoral Paulo VI, os jovens, organizados por dioceses, puderam mostrar a essência do movimento e sobretudo fazer passar uma mensagem de Amor, de Paz e Fraternidade. Destacamos a homilia da Eucaristia Dominical feita pelo bispo emérito de Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, que fez sentir aos jovens convivas que a Igreja precisa de cada um deles, que a sociedade precisa que espalhem a sua herança, e o amor de Jesus Cristo. O encontro do próximo ano já tem data marcada, nos dias 10 e 11 de Setembro.

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BENTO XVI PROPÕE MENSAGEM “CONTRA-CORRENTE” Bento XVI considera que o tema da mensagem para as próximas JMJ: “Enraizados e edificados em Cristo em Cristo, firmes na fé”, é “uma proposta contra-corrente”. Segundo o Papa, exalta-se actualmente “a incerteza, a mobilidade, a volubilidade”, atitudes que expressam “uma cultura indecisa quanto aos valores de fundo, aos princípios basilares segundo os quais se orienta e define a própria vida”. O jovem “é como uma árvore em crescimento: para se desenvolver bem, precisa de raízes profundas, que, em caso de tempestade, o tenham bem plantado ao solo”, disse Bento XVI.

“o bem, a justiça e a verdade”, assinalou Bento XVI. O Papa frisou ainda que a adesão à comunidade eclesial é o suporte da crença em Deus: “se nenhum homem é uma ilha, tanto menos o é o cristão, que descobre na Igreja a beleza da fé partilhada e testemunhada aos outros na fraternidade e no serviço da caridade”.“Espero-vos lá com grande alegria. Através da Igreja, Jesus Cristo quer tornar-vos firmes na vossa fé”, sublinha o Papa, dirigindo-se aos jovens. Reconhecendo não ser fácil, na sociedade actual, acreditar e seguir Cristo, Bento XVI pede aos jovens para que não se deixem desencorajar e “procurem apoio junto da comunidade cristã e da Igreja”.

Depois de realçar que o “coração” da mensagem para a Jornada Mundial da Juventude está nas expressões “em Uma boa preparação espiritual, a força Cristo” e “na fé”, o Papa afirmou que da oração, a escuta da Palavra de Deus “a plena maturidade da pessoa” e a e a entreajuda são pontos-chave para sua “estabilidade interior” dependem que a jornada de Madrid tenha a quado encontro pessoal com Deus. lidade pretendida. “Uma relação de profunda confiança, de “Queridos jovens, a Igreja depende de autêntica amizade com Jesus” é capaz vocês. Ela precisa da força da vossa fé, de dar aos jovens aquilo que precisam da vossa caridade criativa e da energia para encarar a vida: “serenidade e luz da vossa esperança”, concluiu Bento interior, predisposição para o pensaXVI, deixando esta missão aos jovens. mento positivo, largueza de ânimo para com os outros” e disponibilidade para

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Reflexões Virtuais |

JMJ 2011 ONLINE Fernando Cassola Marques

notícias e artigos, bem como um conjunto vasto de opções que nos irão permitir acompanhar a evolução da organização para este enorme acontecimento. Na opção notícias, como é de esperar, encontramos todas as notícias que vão sendo publicadas ao longo deste tempo de preparação, com particular interesse para os visitantes de língua portuguesa (o sítio está disponível também para mais 9 idiomas com conteúdos adaptados a cada um). No item “agenda”, podemos aceder aos eventos que antecedem este mega encontro juvenil ao nível diocesano e ainda acompanhando as actualizações na planificação para os dias 16 a 21 de

Como falta menos de um ano para as próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) que se irão realizar em Madrid, esta semana sugerimos uma visita ao sítio virtual deste fantástico acontecimento que marcará certamente a Igreja. As Jornadas de 2011 serão também um momento de celebração jubilar, dado que no ano de 1986 João Paulo II iniciava em Roma este fantástico acontecimento que “...adicionem aos favoritos este tem marcado ano após ano o ritmo da Igreja em geral e da pastoral juvenil extraordinário espaço virtual, ...” em particular. Sabemos pois que, em cada Domingo de Ramos estas jorna- Agosto de 2011 na capital do país de das são vividas nas Igrejas locais e a nuestros hermanos. Um dos espaços cada 2 ou 3 anos, são celebradas num com bastante interesse e conteúdos mega encontro de juventude de todo relevantes é o “a caminho”, onde aí o mundo com a participação do Santo dispomos de 6 áreas distintas que pasPadre. Nas JMJ existe uma enorme sam por catequeses mensais, textos diversidade de actividades que passam do Santo Padre, respostas a questões por catequeses, adorações eucarísticas, genéricas, orações, santos e padroeiros missas, momentos de oração, debates, e ainda a cruz e o ícone das JMJ. Na workshops, concertos, tudo isto tendo área multimédia, dispomos de conem conta o tema sugerido pelo Papa. O teúdos em vídeo, como por exemplo mote apresentado por Bento XVI para história das JMJ, em áudio (os 11 hinos as jornadas de Madrid tem como base das JMJ) e fotos. o capítulo 2 versículo 7 da carta de São Aqui fica a sugestão para que visitem Paulo aos Colossenses, “Enraízados e adicionem aos favoritos este extrae edificados em Cristo, firmes na fé”. ordinário espaço virtual, podendo ainda Na página inicial temos os habituais acompanhar as actualizações permadestaques que vão desde entrevistas, nentes através das redes sociais. 5


Estas e outras Informações em jmj2011.cristojovem.com

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JMJ Madrid |

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA A XXVI JMJ «ENRAIZADOS E EDIFICADOS N’ELE... FIRMES NA FÉ» (CF. CL 2, 7). Queridos amigos! Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão impor-

tante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós. Na nascente das vossas maiores aspirações! 1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabili7


dade e segurança não são as ques- «marca». Deus é vida, e por isso todas tões que ocupam mais a mente dos as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter humana, feita à imagem de Deus, uma certeza é um problema grande aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade contra-senso pretender eliminar Deus na qual se está em busca da vida para fazer viver o homem! Deus é a maior. Se penso nos meus anos de fonte da vida; eliminá-lo equivale a então: simplesmente não nos que- separar-se desta fonte e, inevitavelríamos perder na normalidade da mente, a privar-se da plenitude e da vida burguesa. Queríamos o que é alegria: «De facto, sem o Criador a grande, novo. Queríamos encontrar a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. própria vida na sua vastidão e beleza. II, Const. Gaudium et spes, 36). A Certamente, isto dependia também cultura actual, nalgumas áreas do da nossa situação. Durante a dita- mundo, sobretudo no Ocidente, tende dura nacional-socialista e durante a a excluir Deus, ou a considerar a fé guerra nós fomos, por assim dizer, como um facto privado, sem qualquer «aprisionados» pelo poder domi- relevância para a vida social. Mas o nante. Por conseguinte, queríamos conjunto de valores que estão na base sair fora para entrar na amplidão das da sociedade provém do Evangelho possibilidades do ser homem. Mas — como o sentido da dignidade da penso que, num certo sentido, todas pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser espécie de «eclipse de Deus», uma jovem desejar algo mais do que a vida certa amnésia, ou até uma verdadeira quotidiana regular de um emprego rejeição do Cristianismo e uma negaseguro e sentir o anseio pelo que ção do tesouro da fé recebida, com o é realmente grande. Trata-se ape- risco de perder a própria identidade nas de um sonho vazio que esvaece profunda. quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado Por este motivo, queridos amigos, para aquilo que é grande, para o infi- convido-vos a intensificar o vosso nito. Qualquer outra coisa é insufi- caminho de fé em Deus, Pai de ciente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois nosso coração está inquieto enquanto o futuro da sociedade e da Igreja! não repousar em Ti. O desejo da vida Como escrevia o apóstolo Paulo aos maior é um sinal do facto que foi Ele cristãos da cidade de Colossos, é vital quem nos criou, de que temos a Sua ter raízes, bases sólidas! E isto é par-

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JMJ Madrid |

ticularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.

iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.

A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua Enraizados e fundados em Cristo a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter 2. Para ressaltar a importância da fé na confiança em Deus. D’Ele obtemos a vida dos crentes, gostaria de me deter nossa vida; sem Ele não poderíamos sobre cada uma das três palavras que viver verdadeiramente. «Deus deuSão Paulo usa nesta sua expressão: -nos a vida eterna, e esta vida está «Enraizados e fundados em Cristo... fir- em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio mes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos Jesus apresenta-se como nossa vida ver três imagens: «enraizado» recorda (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é a árvore e as raízes que a alimentam; só crer em verdades, mas é antes de «fundado» refere-se à construção de tudo uma relação pessoal com Jesus uma casa; «firme» evoca o crescimento Cristo, é o encontro com o Filho de da força física e moral. Trata-se de Deus, que dá a toda a existência um imagens muito eloquentes. Antes de novo dinamismo. Quando entramos as comentar, deve-se observar sim- em relação pessoal com Ele, Cristo plesmente que no texto original as três revela-nos a nossa identidade e, na palavras, sob o ponto de vista grama- sua amizade, a vida cresce e realizatical, estão no passivo: isto significa -se em plenitude. Há um momento, que é o próprio Cristo quem toma a quando somos jovens, em que cada

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um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica. Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada

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temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48). Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e


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as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa! Firmes na fé 3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida

das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral. Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo

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se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).

Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.

Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos

Crer em Jesus Cristo sem o ver 4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi 12


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Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda. Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!». Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas 5. Naquele momento Jesus exclama:

«Porque Me viste, acreditaste. Bemaventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31). Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do

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amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo! Rumo à Jornada Mundial de Madrid 6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós

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pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco. Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não


JMJ Madrid |

deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração. Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI

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OLHANDO… Nuno Sousa

Setembro é o mês em que se celebra a natividade de Maria. Esta Senhora que foi capaz de dizer um grande Sim a Deus em condições muito adversas e rudimentares ao chamado de Deus: o de ser a mãe do filho de Deus!

Amigo(a) na fé o hoje é nosso, o ontem já passou e o futuro virá e não sabes se o irás poder possuir. Por isso todos os teus “sins” dá a Deus hoje e não amanhã!

Quero-te dizer mais uma coisa, que Maria soube ser paciente e compas- neste último mês tenho experimensiva, cheia de bondade. Mulher de tado: “Deus dá-nos a sua paz mas uma enorme fé e coragem que sabia não nos deixa em paz!” que seria julgada pela sua sociedade Por mais que pensemos em afastare o seu nome seria infame, tudo por -nos das “coisas” cristãs, e, na verdade, amor ao seu Deus. afastemo-nos, Deus, pouco tempo “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se depois, vem chamar-nos de novo a em mim segundo a Vossa Palavra.” dizer que tem mais uma missão para Será que eu ou tu conseguimos nós, e, raramente, conseguimos ficar dizer isto, com sentimento, ao Bom indiferentes a tal chamado! Mestre, quando ele nos interpela a Que neste mês saibamos “nascer” ao e para dizer Sim a Deus! uma missão?

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Cantinho da Audácia |

TODAS AS CRIANÇAS (adaptação a partir de texto de Frei Betto)

> Querem a paz no mundo, mas nem todas são educadas livres da óptica da discriminação e do preconceito.

> São generosas, mas nem sempre há quem lhes ensine partilhar o que acumulam nos armários, na lancheira e no coração.

> Gostam de falar com Deus, mas nem todas aprendem que Deus ama, sem distinção, muçulmanos, judeus, cristãos, adeptos de outros credos e, até, quem não crê.

> Precisam de brincar, mas nem todos os pais têm condições de evitar que enveredem pela senda do trabalho infantil, da esmola na esquina, da exploração sexual, do crime. > Adoram perder tempo com amigos e amigas, mas algumas tornam-se adultas antes do tempo, devido à agenda sobrecarregada de actividades extracurriculares, ou porque são obrigadas a lutar desde cedo pela sobrevivência.

> Precisam de muito amor, mas nem todas conhecem quem preste atenção ao que dizem e fazem, passeie com elas, dê carinho mais do que presentes e promessas. > Adoram ouvir histórias, mas nem todas conhecem quem se disponha a contar-lhes os textos sagrados. > Imitam adultos que admiram, mas nem todas aprendem a conhecer Jesus Cristo, Francisco de Assis, Gandhi, Che Guevara… > Estão convencidas de que, entregue nas mãos delas, o mundo seria bem melhor, pois nenhuma delas suporta ver o semelhante com fome, na miséria ou vítima de guerras.

> São dotadas de incomensurável fantasia, mas muitas não têm sonhos próprios, porque delegaram à TV o * Todos nós deveríamos cultivar para direito de imaginar por elas. sempre a criança que um dia fomos*.

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MADRE TERESA DE CALCUTÁ E ste mês dou -vos a conhecer Agnes Gonxha Bojaxhiu nascida na Republica da Macedónia a 26 de Agosto de 1910. Com 13 anos ouviu um jesuíta missionário na Índia dizer-lhe: “Cada qual na sua vida deve seguir o seu próprio caminho’’, estas palavras impressionaram-na e decidiu que tinha de dar um sentido à sua vida, entregar-se “Não usemos bombas nem ao serviço dos outros, armas para conquistar o mundo. fazer-se missionária. Dada tal convicção vol- Usemos o amor e a compaixão. tou a procurar o jesuíta A paz começa com um sorriso” para saber como fazer Madre Teresa de Calcutá aquilo que desejava e o homem disse-lhe para aguardar a confirmação do tempo e da voz de Deus. Anos mais tarde e cada vez mais convicta da sua vocação solicitou admissão na Congregação das Irmãs do Loreto e foi enviada de seguida para o Colégio das Irmãs de Calcutá a fim de iniciar o seu noviciado. Com a posterior saída do colégio tirou um curso rápido de enfermagem o que veio a tornar-se um pilar fundamental na sua tarefa pelo mundo.

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Folha dos Santos |

Nota: Madre Teresa de Calcutรก a quinze de Outubro de 1979 recebe o Premio Nobel da Paz tornando-se mundialmente conhecida e admirada.

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Estas e outras Informações em www.folhadossantos.blogspot.com/

O Dia… Numa das suas viagens de comboio ocorre o dito “chamamento”, ao deparar-se com tanta sujidade, homens, animais, percebe aquilo que Deus desejava dela, como a própria dizia, servir os mais pobres dos pobres. Assim, após um ano de espera, tranquila e rezando, esta serva de Deus dá início a um dos mais grandes feitos da história da humanidade - com uma única certeza no coração: o seu “Chamado!” - a princípio, sem uma congregação que a amparasse, sem companheiras que a ajudassem, sem dinheiro suficiente para que pudesse providenciar um abrigo sequer... Desta forma, Madre Teresa, sinónimo de coragem, de fé, e de amor ao próximo, inicia o que se tornaria, mais tarde, uma

das mais importantes congregações do mundo: a “Congregação das Irmãs da Caridade”. Asta obra, apesar da morte da sua fundadora, Madre Teresa de Calcutá, continua em expansão por mais de uma centena de países, onde já foram abertas cerca de 400 casas de Missão. O fim da missão… A sua missão na terra chega ao fim no dia 5 de Setembro de 1997, morre em clima de santidade rodeada do carinho, amor e cuidados das mulheres que, como ela, se entregaram ao chamado de Deus nesta obra de caridade.

Ensinamentos “0 dia mais belo? Hoje… A coisa mais fácil? Equivocar-se… O obstáculo maior? 0 medo… 0 erro maior? Abandonar-se… A raiz de todos os males? 0 egoísmo… A distracção mais bela? 0 trabalho… A pior derrota? 0 desalento… Os melhores professores? As crianças… A primeira necessidade? Comunicar-se… 0 que mais faz feliz? Ser útil aos demais…

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Família Cristã |

MAIS UMA VISITA EUROPEIA BENTO XVI NO REINO UNIDO Ricardo Perna

O Papa visita o Reino Unido num momento delicado para a Igreja, com os escândalos de pedofilia, e para a própria ilha, envolta numa crise financeira. Esta será a viagem mais difícil do ano para Bento XVI. O Sumo Pontífice realiza, de 16 a 19 de Setembro, uma visita oficial ao Reino Unido. Será a primeira visita de um Papa, enquanto chefe de Estado, desde a época de Henrique VIII, o rei inglês que provocou um cisma com Roma ao criar a Igreja Anglicana. João Paulo II também visitou o país, em 1982, mas a sua visita foi apenas pastoral e não implicou encontros com os chefes de estado do país. Desta vez, Bento XVI vai encontrar-se com a Rainha Isabel II e com os principais responsáveis políticos e religiosos, aumentando a carga de importância da visita. O programa da visita começa dia 16 de Setembro com uma visita à Escócia, onde será

recebido pela rainha, por membros da família real e pessoas representativas da sociedade britânica no Palácio de Holyrood House, em Edimburgo. Após o encontro com Isabel II, o Papa viajará até Glasgow, onde celebrará uma Missa ao ar livre à tarde, no Parque Bellahouston, e depois voará para Londres, onde ficará alojado até ao final da visita. No dia 17 de Setembro irá à Universidade de St Mary, em Twickenham, onde começará o dia a rezar com representantes das congregações religiosas, especialmente os que têm um carisma e uma história na área da educação. Depois encontrar-se-á com três mil jovens estudantes para comemorar a educação católica e terá uma reunião com líderes religiosos e de diversas confissões na Waldegrave Drawing Room e Walpole House. Posteriormente, o Papa encontrar-se-á com o arcebispo da Cantuária no Palácio Lambeth, em presença dos bispos diocesanos anglicanos e dos bispos diocesanos católicos da Inglaterra e Gales.

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Bento X VI foi convidado, como parte da visita de Estado, a dirigir-se à sociedade. Representantes da sociedade britânica serão convidados ao Westminster Hall para ouvir o discurso do Papa. O Sumo Pontífice terminará o dia com o arcebispo da Cantuária e com líderes cristãos na Abadia de Westminster, para celebrar a oração das Vésperas. Rezará também diante do túmulo do soldado desconhecido e de São Eduardo, o Confessor. No dia 18 de Setembro, o Papa celebrará a Missa na catedral de Westminster, onde também saudará a população do País de Gales. Depois visitará uma lar de idosos, onde terá

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a oportunidade de estar com aqueles que não poderão ir aos eventos, seguindo-se uma vigília de oração no Hyde Park de Londres. No dia 19 de Setembro, o ponto alto do dia será a beatificação do cardeal John Henry Newman (ver caixa), que será celebrada no Cofton Park, em Birmingham. O Papa terminará o dia com uma reunião com os bispos da Inglaterra, Escócia e País de Gales, no Oscott College, antes de voltar a Roma pelo aeroporto de Birmingham. O ano de 2010 tem sido marcado pelas visitas dentro da Europa. Bento XVI quer, conforme afirmou na sua visita a Portugal, que a Europa «redescubra


Família Família Cristã Cristã |

as suas raízes cristãs» e aposta forte «um acontecimento histórico num périplo por países europeus, que que reforce o papel mundial teve início ainda em 2009 com a visita do país e sublinhe o à República Checa e só terminará no final do ano, com a ida a Santiago compromisso pontifício com a de Compostela e Barcelona. Foram justiça social, num momento cinco viagens só em 2010, um número crítico para toda a Igreja» anormal, se compararmos com os outros anos do pontificado, mas que No Reino Unido são muitos os movirevela bem a vontade de Bento XVI de revitalizar a mensagem cristã den- mentos seculares, gay e religiosos que se estão a preparar para manifestro da própria Europa, que durante tações ruidosas. Se os movimentos séculos foi o ponto de partida dos missionários para a evangelização seculares pretendem que Bento XVI noutros continentes. Mas a visita ao seja preso por causa dos problemas da pedofilia que assolam a Igreja, Reino Unido, com a mesma duração da visita a Portugal, promete ser das os movimentos gay pronunciam-se a favor do casamento entre mais complicadas do ano.

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pessoas do mesmo sexo e o uso de contraceptivos, enquanto que os movimentos religiosos apontam motivos mais espirituais. Se do lado dos anglicanos há alguma surpresa pelo facto de a Santa Sé ter aberto

as portas à entrada de anglicanos que não concordam com a decisão de ordenação de mulheres na igreja anglicana e pretendem mudar de religião, da parte dos muçulmanos há a vontade expressa de se revoltarem contra as críticas que Ratzinger fez na conferência de Ratisbona ao profeta Maomé. A polícia está atenta aos movimentos radicais islâmicos

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que têm células e simpatizantes no Reino Unido, e promete fazer uma operação de segurança eliminando todos os riscos. As visitas de Estado que Bento XVI irá realizar vão ser também significativas, já que estão previstos encontros com o ateu Nick Clegg e com Harriet Harman, chefe interina do Partido Trabalhista, cuja Lei de Igualdade foi rejeitada pela Igreja. Aliás, o governo inglês, citado pela imprensa britânica, já fez saber que está empenhado em que a visita de quatro dias seja «um acontecimento histórico que reforce o papel mundial do país e sublinhe o compromisso pontifício com a justiça social, num momento crítico para toda a Igreja», pode ler-se no site da Agência Zenit, que cita o Daily Telegraph. Aliás, num momento em que essa mesma imprensa critica a alegada derrapagem nos custos da viagem e alguns problemas burocráticos na definição dos locais onde o Papa iria celebrar, os responsáveis pela visita vêm afirmar que o significado desta é superior aos eventuais custos.


5 Minutos com o Mestre |

JESUS SERVE-SE ATRAVÉS DO OUTRO Adriano Batista

Certo dia, um homem saiu no seu barco para o mar. Já em alto mar, começou a ter problemas com o barco, e este começou a afundar-se. A sua convicção era de que o próprio Jesus é que o iria salvar. O homem ficou lá muito quietinho, desatento a tudo o que se ia passando à sua volta, à espera que Jesus o viesse salvar para que não morresse ali afogado. Passados alguns momentos de espera, aparece um avião com o intuito de resgatar o homem, mas ele de imediato rejeita essa ajuda, porque diz que Jesus é que o vai salvar. Dali a pouco volta a aparecer outro avião, e ele volta a rejeitar a ajuda utilizando o mesmo argumento. Por fim aparece um barco, e o teimoso do homem não aceita ser resgatado

pelos homens que lá estavam, e volta a afirmar que Jesus é que o vai salvar. Com tudo isto, o homem acabou por se afogar e morrer! Com esta pequena história, podemos ver que Jesus não foi salvar aquele homem que tinha a certeza de que iria ser salvo por Ele, mas aqueles aviões e o barco que lá apareceram foram os sinais de Jesus para que o homem se salvasse ou não foram? Claro que foram! Jesus serve-se das pessoas para se revelar e mostrar. Nós às vezes também somos assim. Estamos à espera do belo e do extraordinário, quando Jesus se revela nos nossos amigos, no nosso próximo, mesmo naquele que dizemos que é um “coitadinho”. Vejamos no outro um Cristo que devemos amar.

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CRISTOGRAMA Joana Laranjeira

A vida não vai parar, não percas tempo e R eparte C om jovens e crianças A mensagem que Cristo te veio ensinar N ão J ulgues que tudo termina se O caminho que S egues for cheio de obstáculos…entrega-te A ELE. Cada palavra será a semente lançada à terra; O teu e M eu AMOR, que é I ncondicional são a água que a rega e pouco a pouco alguém G ritará: “ A MINHA VIDA EXISTE PORQUE EXISTES TU!” Há U m trabalho a fazer E aos poucos vão sendo tiradas as ervas daninha,

fazendo com que cada jovem e criança se

L igue fortemente a Jesus pois, perceberá que o Seu Amor é tão grande, profundo e sublime e não há caminho mais seguro do que Jesus Cristo

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Cristograma |

A vida só faz sentido se R epartires a mensagem que C risto te veio ensinar. A base de tudo está N o lar de cada um e tudo começa desde a tenra idade, levanto assim a mensagem pela J uventude. O adulto tem que S er o outro prato da balança para que o A MOR se espalhe, havendo assim O equilíbrio que fará de cada criança e jovem o G rande A nunciador da B oa Nova de Jesus Cristo. Haverá momentos em que R ealmente a balança fica desequilibrada contudo, o AMOR I ncondicional de Jesus contínua E mbora cada um insista em L evantar cada prato sozinho mas, o peso não será uniforme e aí perceberá que só em Cristo encontrará o verdadeiro e único equilíbrio

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FÉ FIRME Miguel Mendes

Chegou o Outono e pelas ruas começam a acumular-se as folhas que caem das árvores à medida que o vento aumenta a sua intensidade. Olhando para elas, recordamos as lições dos professores que na escola primária nos falavam nos ciclos da Natureza. Utilizemos então esta visão dos ciclos da natureza para explicar o conceito de Fé Firme *. No Outono as folhas caem, decompõem-se e desaparecem... Até aqui tudo bem, pois sabemos que na Primavera

A Fé é assim uma raiz que se mantém em constante crescimento, que nos alimenta e nos dá vida. irão surgir novas folhas que mais tarde voltarão a cair. É um ciclo. Ao transportarmos esta realidade para a Fé, poderíamos pensar que são normais os períodos em que a nossa Fé “adormece” para depois despertar mais forte. Certamente já todos tivemos períodos de afastamento em relação à Igreja e a Deus, por isso todos concordaríamos à primeira vista com esta análise. O problema é que estaríamos a analisar este tema do ponto de vista errado.

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É comum analisar as coisas pelo lado superficial, por isso tentemos analisar a partir do interior... Sabemos que uma árvore perde as folhas todos os Outonos (isto é a parte superficial da árvore). Sabemos também que as folhas morrem para darem lugar a outras mais vistosas e bonitas. O que ainda não falámos até aqui, é que há algo que não cai, não morre e não desaparece: o tronco. O tronco mantém-se sempre constante ao longo da vida de uma árvore e durante todo esse tempo ele está a crescer e a fortalecer-se através de raízes cada vez maiores e mais fortes. Se formos o tronco de uma arvore, percebemos então que as folhas não são a Fé, pois a Fé não é superficial ao nosso corpo. É algo que está no interior, escondido ao olho humano, mas que sem ela nada seríamos. Assim percebemos que a melhor parte da árvore para representar a Fé é a sua raiz. A Fé é assim uma raiz que se mantém em constante crescimento, que nos alimenta e nos dá vida. As folhas, essas, não são mais do que pequenas questões, problemas, alegrias e tristezas, em suma os factores que ciclicamente se cruzam na nossa vida. Eles vêem e vão e ao partir deixam-nos mais for-


Juventude que Acredita |

tes e mais seguros, fazendo também mas Deus consegue realmente falar aumentar a nossa Fé. connosco quando oramos... Devemos por isso aceitar e compreender Começa hoje mesmo a alimentar a que na vida somos invadidos ciclicamente tua Fé, para que possas hoje mesmo por esses factores que podem ser bons começar a crescer como pessoa. ou maus, sendo todos eles preciosos na construção de uma fé forte e firme. Muitos não sabem, Aprender a olhar à nossa volta ajuda-nos mas Deus consegue realmente a perceber, mas é também importante aprender a observar o que vai dentro de falar connosco quando oramos... nós. Só através dessa análise seremos capazes de utilizar essas folhas (os factores da nossa vida) para fazer crescer o tronco da árvore que é cada um de nós. Há ainda outro factor extremamente importante na vida e no crescimento de uma árvore: o alimento. Sabemos que qualquer árvore precisa de água e nutrientes para se alimentar, e que são as raízes que absorvem essa mesma * Na edição do mês passado apresenágua e a filtram providenciando os tamos um modelo de fé para os jovens nutrientes necessários. baseado em 3 conceitos: Fé firme, activa Mas se a Fé (a raiz) não é algo físico, e silenciosa. não se pode alimentar de água... Jesus diz-nos que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. Assim percebemos que o melhor alimento que podemos dar à nossa Fé é escutar a Palavra de Deus, que se pode fazer de várias for- Os textos da secção “Juventude que acredita” estarão também disponíveis mas, seja através da leitura da Bíblia, ou na secção “Editorial” do site através da oração. Muitos não sabem, www.cristojovem.com

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CARPINTEIRO Solange Costa

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Banda Desenhada |

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Ficha Técnica Coordenador: Nuno Sousa Design: Miguel Mendes Colaboradores: Olhando: Nuno Sousa Reflexões Virtuais: Fernando Cassola Marques Folha dos Santos: Lúcia Lopes Noticias: Sara Amaral Juventude que Acredita: Miguel Mendes Banda Desenhada: Solange Costa 5 minutos com O Mestre: Adriano Batista Cristograma: Joana Laranjeira A caminho de Madrid: Miguel Mendes

Contacta-nos: http://godzine.cristojovem.com godzine@cristojovem.com

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