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e e Edição Propriedad a. itora, Ld Ed TE q. NO LIMI 8 – 1º Es 10 is Re nte Av Almira oa sb Li 29 1150-0 145 884 Tel.: 218 rias – Bruno Fa Director il.com ma @g as ri brunfa RO 2009 MBRO/OUTUB 19 - SETE Nº EDIÇÃO ******
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... 03 ......... . . . . . . . . . 06 EDITORIAL ......... . . . . . . . . 08 .. NOTÍCIAS. ......... . . . . . . . . ... .... 12 PRODUTOS. EXPANSÃO. M E S O R I E ... 14 MOSQUET LÓNIA.... O P A S O D A .. 20 SUPERMERC NS ...... T D R A C E 24 R ELADO.... BRAND SCO G N O C O C S ARI ..... 28 PEIXE E M ATADOS... L N E E S A .... 32 CONSERV ......... . . . . . . . . ORANGINA OPINIÃO 34 liveira ........ Jacques O . . L A G U T R C PO E. LECLER OPINIÃO s . 35 Tomé Lope ......... . . . . S O R I TE OS MOSQUE O OPINIÃ rreiro ... 36 Pedro Gue S........ E G R O B S O SOC. VINH OPINIÃO ues ..... 37 Abel Marq ......... . . . . . . . . ANTRAM. OPINIÃO 38 ias Joaquim D ......... . . . . . . . . ... ..... 40 GCT...... ......... . . S I A U S I ..... 42 LEI INV A........ N I N I M E F .. 46 HIGIENE ......... C A L A N E F A . 52 ENTREVIST ......... . . . . . . . . 56 .. ........ PRIMARK.. . . . . . . . . .... .... 60 GAME..... ......... . . . . . . C I ... 62 VIEW SON ......... . . . . . L I C . 64 COMPRA FÁ ......... . . . . S O H N 66 VI NOTÍCIAS ......... . . . . . . . . ... * A FECHAR. ******* *******
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21 R.C.: 1250 sto na E. ares pl em Nº de Regi ex 00 dia: 10.0 7 Tiragem Mé 507 235 48 ins, ribuinte: nt Co de Abel Mart Nº a, nh Cu te ar Du s: re Colaborado la Santos Joana Dali Vieira g: Carlos in et rk Ma de m co ão l. cç ai Dire svieira@gm o emailcarlo ula Sustel Pa a An Comercial: com l. ai gm Direcção o@ consum eiredo anapaula.g is de Figu : Luís Pa ia af om gr .c to Fo to@gmail ira luispaisfo Pedro More Paginação: e o ic m áf co Gr ail. Projecto moreira@gm GRAPHICS emailpedro ução: RBL od Pr e o çã a. za Ld li ia g, rc in Come o e Market opriedade Comunicaçã locada a pr
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NOVO CARTÃO DE CLIENTE STAPLES BIZ
PETROIBÉRICA E PONTO FRESCO SUPERMERCADOS ESTABELECEM PARCERIA Os postos de abastecimento Petroibérica e os supermercados Ponto Fresco/ Ulmar que, desde o dia 7 de Agosto de 2009, aderiram à Campanha “Ganhe Duplamente”, oferecem aos seus clientes descontos cruzados que podem ir até 10 cêntimos por litro. Os clientes ao abastecerem nos postos de combustível da Petroibérica aderentes a esta campanha, por cada 20 litros de combustível, recebem um cupão de desconto no valor de 0,05€/lt, que podem rebater em compras superiores a 20€ nos supermercados Ponto Fresco/ Ulmar aderentes. Por sua vez, os clientes ao efectuarem compras nos supermercados Ponto Fresco/ Ulmar aderentes a esta campanha, por cada 20€ de compras, recebem um cupão de desconto de 0,05€/lt, que podem rebater em abastecimentos superiores a 20€ nos postos da Petroibérica aderentes. Com esta campanha, ambas as empresas esperam premiar os seus clientes pelos abastecimentos e compras que realizarem, de acordo com o regulamento que se encontra disponível nos postos de combustível e nos supermercados aderentes.
DINOSOL E CHEP TRABALHAM EM CONJUNTO Nos últimos meses, a DinoSol, um dos principais retalhistas de Espanha, tem trabalhado com a CHEP, líder global em serviços de pooling de paletes e contentores, para proporcionar poupanças na cadeia de abastecimento que permitirão à DinoSol tornar-se numa empresa mais eficiente e competitiva. Após uma análise exaustiva à rede de distribuição da DinoSol, a CHEP preparou importantes procedimentos de funcionamento normalizados para regular as operações de gestão de paletes nas 450 lojas e centros de distribuição da DinoSol em Espanha. Esta actividade, em conjunto com uma ampla campanha de comunicação interna, alcançou melhorias substanciais na gestão, processamento e controlo dos movimentos de paletes. A DinoSol e a CHEP estão actualmente a explorar a possibilidade de implementar a Gestão Total de Paletes (TPM) nas instalações da DinoSol em Telde, nas Ilhas Canárias. A TPM proporciona eficiências ao longo de toda a cadeia de abastecimento, permitindo a ordenação e inspecção das paletes no local e a devolução apenas das paletes danificadas para o centro de assistência da CHEP, para efeitos de reparação. Isto proporciona vantagens em termos de poupança de custos, para além de reduzir o número de camiões na estrada, ajudando, assim, a proteger o ambiente.
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A pensar nas necessidades dos seus clientes, a Staples lançou recentemente um novo cartão de cliente: Staples Biz. Com uma nova imagem, melhores vantagens e a assinatura “Ganhe vantagem no bom negócio”, este cartão tem como foco as reais necessidades do cliente profissional. Desta forma, pretende ser um verdadeiro aliado na gestão de negócios: mais descontos, mais parcerias e mais promoções exclusivas. O novo Staples Biz apresenta como principais vantagens 7,5% de reembolso em papelaria e material de escritório; 10% de reembolso no Centro de Cópias e Impressão; cinco produtos Staples essenciais a qualquer escritório com descontos exclusivos; reembolso e desconto imediato em produtos seleccionados. Estas vantagens associadas ao cartão estão disponíveis para todo o tipo de cliente Staples, quer seja profissional ou particular. O novo cartão de cliente Staples, Cartão Staples Biz, vem no seguimento da necessidade de reformular o actual cartão de cliente para que este se torne uma mais-valia real para o cliente. Além das vantagens enumeradas, oferece uma vasta gama de parcerias que permitem poupar em produtos e serviços importantes para o negócio e para o cliente.
COCA-COLA PORTUGAL TEM NOVO DIRECTOR DE MARKETING Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Filipe Bonina tem 35 anos e iniciou a carreira profissional na CIMPOR, onde desempenhou funções na área financeira. Transitou depois para a área do marketing, ao ingressar na Unilever/JM Portugal e, posteriormente, em Espanha, na Kellogg’s Iberia, onde desempenhou várias funções de Marketing, a última das quais a de Strategic Brand Manager da marca Special K. José Alberto Antunes, anterior Director de Marketing da Coca-Cola desde 2006, assume a liderança de Glacéau Vitaminwater, nova plataforma de portfolio de hidratação enriquecida, assumindo o cargo de Director de Negócio da mais recente aposta global da multinacional de Atlanta. Para o novo Director de Marketing da Coca-Cola, “trabalhar com as marcas da Coca-Cola é por si só um privilégio; liderar o departamento de Marketing e a incrível equipa que o compõe é uma honra e um enorme desafio. Trata-se de mais uma etapa aliciante, que abraço com todo o sentido de responsabilidade e determinação”.
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MasterCard advanCed authentiCation para Chip aprovado A MasterCard anunciou a aprovação de leitores de cartões pessoais e servidores de autenticação de quatro fornecedores para o sistema Advanced Authentication para Chip, uma nova solução de autenticação EMV que dá um novo impulso às centenas de milhar de cartões EMV que estão já em circulação. A Advanced Authentication para Chip é a última versão do MasterCard Chip Authentication Program, uma solução que permite aos titulares autenticarem-se através do cartão EMV e um leitor pessoal, emitido pela sua própria entidade financeira. O leitor gera um código pessoal de utilização única que pode ser usado para transacções bancárias online, compras na Internet, autenticação por telefone ou numa ampla gama de serviços onde o cliente não se encontra fisicamente no mesmo sítio do seu banco ou estabelecimento comercial. Ao contrário da autenticação via token ou através de um sistema baseado em papel, o Advanced Authentication para Chip permite que parte dos dados da transacção sejam incluídos na criação de um código pessoal. Isto significa que os bancos podem fazer com que os titulares criem um único código de autorização para a transacção e constitui uma evolução gigante, muito importante para a prevenção de ataques de intermediários, um dos grandes problemas da banca e do comércio online.
aliMentaria 2010 reforça partiCipação estrangeira De modo a reforçar a ganhar relevância fora de portas, a organização da Alimentaria 2010 está apostada em elevar os seus níveis de notoriedade fora de Espanha, razão pela qual incrementa em 30% os esforços de promoção internacional. Motivo que leva a que, e ainda a alguma distância do evento, os números disponíveis antecipem que 20% dos 158 mil visitantes e 30% das 1.500 empresas expositoras presentes na Alimentaria 2010 sejam provenientes do estrangeiro, ocupando uma área total de 15.000m2 dos 94.500m2 de área total de exposição. O que é o mesmo que dizer que se estima que a participação estrangeira no certame suba 2% face à edição de 2008, muito por força da intensificação dos esforços de promoção internacional, através de uma intensiva campanha de divulgação em 128 publicações especializadas de 33 países.
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M&M’S COM NOVO PACKAGING DAN CAKE LANÇA AS BOLACHAS FIGS STRUDEL A Dan Cake apresenta as bolachas Figs Strudel, simbiose perfeita entre uma fruta genuinamente portuguesa e a receita tradicional para biscoitos. As Figs Strudel da Dan Cake inserem-se na gama de bolachas de fruta da empresa portuguesa, juntando-se às Apple Strudel, que apresentam agora uma nova imagem. É um produto inovador que nasce a partir de dois elementos tradicionais: os figos e uma receita caseira. As bolachas Figs Strudel, ideais para os verdadeiros amantes de figos, estão já disponíveis nos canais moderno, tradicional, Horeca e gasolineiras. Este lançamento traduz a aposta da Dan Cake no desenvolvimento e comercialização de produtos alimentares inovadores que respeitam, simultaneamente, a tradição alimentar portuguesa, bem como a adaptação a perfis nutricionais mais equilibrados. PVP recomendado Figs Strudel (150gr): 1,49€
A M&M’s lançou o seu novo design de packaging que, para além de uma nova imagem, inclui mais informação nutricional. A par do lançamento da nova e divertida Campanha “Making Friends com M&M’s” e do passatempo para ganhar viagens ao M&M’s World em Nova Iorque, o novo design reforça também o dinamismo e interactividade das personagens com a marca. O bem-estar e saúde dos consumidores é uma preocupação da marca e, por isso, no seu novo packaging M&M’s dá especial enfoque à informação nutricional com a inclusão dos valores de referência tornando clara e directa também a informação sobre o número de calorias por porção. M&M’s reforça também a sua gama com o lançamento de um novo formato, um multipack que contém 14 mini saquetas de 20gr, uma solução mais prática e de fácil de consumo dentro e fora de casa para uma maior conveniência para o consumidor.
NOVOS DOURADINHOS DE SALMÃO CAPITÃO IGLO O Capitão Iglo alarga a sua gama de Douradinhos, o peixe divertido das crianças portuguesas, agora com Douradinhos de Salmão, exclusivos do Capitão Iglo. Graças à nova variedade de peixe, os Douradinhos de Salmão do Capitão Iglo, além de muito saborosos, são também muito ricos em benefícios para os mais novos ao apresentar três vezes mais Ómega 3 que os Douradinhos de Pescada. Vários estudos demonstram que a ingestão diária de alimentos ricos em Ómega 3 assegura um conjunto de benefícios essenciais para o correcto desenvolvimento infantil: desenvolvimento cognitivo; redução dos níveis de gordura no
sangue; desenvolvimento ósseo e maior acuidade visual. Os novos Douradinhos de Salmão são um produto exclusivo do Capitão Iglo e podem ser encontrados na zona dos congelados, em embalagens de 10 unidades, com um preço recomendado de 2.99€.
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PRODUTOS
NOVA VIMEIRO LISA A Empresa Águas do Vimeiro completa agora a sua gama com o lançamento da nova água, leve e fresca, a Vimeiro Lisa, apresentada em simultâneo com o reposicionamento da Vimeiro Mineral Natural, Vimeiro Original. A nova água Vimeiro Lisa, leve e fresca, pode ser consumida em qualquer momento do dia. Devidamente adaptada ao paladar dos consumidores portugueses. “O lançamento da nova água, Vimeiro Lisa, prevê vendas na ordem de 3 Milhões litros até ao final do ano”, frisa Pedro Esteves, Director Comercial da Empresa Águas do Vimeiro. Já a Vimeiro Original, uma água rica em minerais e pH neutro para momentos saudáveis, apresenta-se agora com um design renovado. “O visual da Vimeiro Original adapta-se ao consumidor e às alterações da sociedade. O design tem evoluído ao longo do tempo. Decidimos adoptar um estilo mais atraente, jovem, clean e dinâmico à imagem da Água Mineral Natural, actual Vimeiro Original”, refere Bárbara Leandro, Directora de Marketing da Empresa Águas do Vimeiro. Com este lançamento a Marca Vimeiro apresenta agora um leque de produtos capaz de satisfazer todas as necessidades no consumo de águas engarrafadas, nomeadamente através da oferta de um produto cujas principais características são Leveza e Frescura, logo perfeita para o consumo em todas as ocasiões.
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FRANCK PROVOST CHEGA AOS LINEARES
CHIVAS REGAL 12 ANOS RENOVA IMAGEM Chivas Regal, o original whisky escocês de luxo, renovou a imagem do seu emblemático 12 anos, acentuando os traços Premium e a contemporaneidade da marca que, em 1909, lhe valeram a categoria de whisky de luxo. A nova embalagem, já disponível no mercado, vê os elementos da garrafa e da caixa reformulados de forma a acentuar a sua imagem moderna e luxuosa, mantendo a personalidade icónica de Chivas Regal. O novo design, disponível em todo mundo, permanece fiel às raízes de Chivas Regal, inspirando-se na riqueza, masculinidade e herança histórica – qualidades que apelam a consumidores cada vez mais exigentes e que valorizam a essência e o estilo de marcas emblemáticas como a Chivas Regal. Chivas Regal, uma marca verdadeiramente global, disponível em mais de 200 países, reafirma o seu posicionamento, mantendo a consistente e uma plataforma de comunicação global. Em 2007/2008 a marca obteve um recorde histórico com um volume de vendas anual de 4,5 milhões de caixas de 9 litros.
SOGRAPE DISTRIBUI VODKA SOBIESKI A vodka premium líder na Polónia já está disponível no mercado português através da Sogrape Distribuição e promete conquistar os apreciadores desta bebida e seduzir até os mais relutantes. Sobieski é uma vodka de alta qualidade, produzida segundo os mais elevados padrões de exigência e, ao contrário de outras vodkas que têm por base soja ou batata, é destilada a partir de um nobre cereal polaco - o centeio de dankowski. Algo que lhe confere um sabor único e irresistível, já reconhecido por várias entidades, nomeadamente o Beverage Testing Institute, de Chicago, que a premiou com uma medalha de ouro, e que atestou ainda a excelente relação entre custo e benefício desta vodka, atribuindo-lhe a distinção “Melhor Compra”. A vodka Sobiebski, que tem como embaixador o actor Bruce Willis, está disponível nos hipermercados Continente e Jumbo.
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A gama composta por cinco linhas de champôs e amaciadores Franck Provost, em formato profissional 750 ml, agora disponível em grandes superfícies, é constituída por fórmulas com texturas ricas para obtenção de resultados ao nível da exigência profissional. Enriquecidos com ingredientes naturais, cada gama específica oferece aos cabelos aquilo de que necessitam para um aspecto sublime, com a melhor relação entre a qualidade exigida por um especialista e um preço acessível. Expert Nutrition, nutrição intensa com manteiga de karité para cabelos secos; Expert Couleur, protecção e brilho para cabelos pintados ou com madeixas; Expert Reparation, reparação profunda e força com ceramida reconstrutora para cabelos secos ou quebradiços; Expert Lissage, alisamento com leite vegetal nutritivo para cabelos difíceis de alisar e Expert Brillance, brilho e vitalidade com vitamina B3 e manteiga de manga para cabelos normais, baços, são as propostas trazidas pela gama de champôs e amaciadores Franck Provost, já disponível nas grandes superfícies com um PVP recomendado de 8€.
HIDRATAÇÃO INTENSA TRESEMMÉ TRESemmé introduziu no mercado a linha completa de Hidratação Intensa, composta por champô, condicionador e máscara, específica para recuperar e ajudar a fortalecer os cabelos secos e estragados, indispensável no tratamento dos cabelos secos e desidratados, característicos desta altura do ano. Enriquecidos com vitamina E e extractos naturais de girassol, avelãs e amêndoas, o champô e condicionador Hidratação Intensa quando utilizados em conjunto fortalecem e ajudam a prevenir danos no cabelo, enquanto a máscara de Hidratação Intensa, concebida para hidratar e ajudar a recuperar a força e o brilho do cabelo, confere-lhe um acabamento próprio de um cabeleireiro. Os produtos TRESemmé podem ser encontrados numa ampla rede de pontos de venda, em que se destacam as grandes superfícies.
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INVESTIMENTO Os Mosqueteiros já inauguraram a nova plataforma de frescos da base logística de Paços de Ferreira, que através desta estrutura vê, assim, reforçada a sua capacidade de resposta e abastecimento às lojas, num capítulo tão decisivo para o retalho alimentar como os produtos frescos. Em causa está um investimento de 4,5 milhões/€ que se junta ao anúncio de um novo investimento de 60 milhões/€ na edificação de uma base logística automatizada e que permitirá a criação de 300 novos postos de trabalho na região Centro do país.
Texto: Duarte Cunha
O Grupo Os Mosqueteiros dotou a base logística de Paços de Ferreira com uma nova plataforma de frescos, investimento que visa ampliar a referida base logística e que vem, seguramente, contribuir para o reforçar da posição da insígnia na região de Passos de Ferreira e num capítulo tão sensível para o retalho alimentar como é a comercialização de produtos frescos e perecíveis. Atento às necessidades de mercado, e uma vez que de forma contínua tem apostado em sucessivas campanhas televisivas promocionais dos seus produtos frescos, Os Mosqueteiros reforçam a sua acção e com
Mosqueteiros O investimento dos Mosqueteiros será reforçado a curto prazo, através da construção de uma nova base logística, em 2010, no Centro do país, num investimento estimado na ordem dos 60 milhões/€ e que permitirá a criação de 300 novos postos de trabalho
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a inauguração desta nova plataforma logística prosseguem o plano de expansão já anunciado, permitindo, ainda, a criação de 100 novos postos de trabalho, a somar aos 350 previamente existentes. Crescimento que será reforçado a curto prazo, já que foi igualmente anunciado a construção de uma nova base logística já em 2010, localizada na região Centro do país, num investimento estimado na ordem dos 60 milhões/€ e que permitirá a criação de 300 novos postos de trabalho. Infra-estrutura que constituirá, igualmente, uma novidade em Portugal, uma vez que em causa está a construção de uma base logística totalmente automatizada e que vem comprovar a prossecução da aposta “em recursos inovadores e procedimentos, de modo a garantir a qualidade dos produtos e dos serviços prestados aos clientes de Norte a Sul do país”, assume Tomé Lopes, Presidente do Grupo Os Mosqueteiros Portugal. Procedimento semelhante aos implementados na base logística de Paços de Ferreira, cuja criação da nova ala teve como objectivo a optimização do abastecimento aos pontos de venda do Norte do país, cujo fornecimento de carne e peixe, anteriormente feito pelas bases de Peniche e Torres Novas, passará agora a ser feito
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IÇÃO U B I R T S DI
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em expansão a partir da base de Paços de Ferreira. Serão, assim, melhorados aspectos como a rapidez de entrega das mercadorias e, consequentemente, a própria qualidade dos bens alimentares, que chegarão mais rapidamente ao seu destino. Recorde-se que esta nova plataforma de frescos contempla duas áreas distintas, uma de carnes com 800m2 e uma de peixe (frescos) com 1.500 m2, tendo a base logística actualmente 34.000 m2 no total, mais 2.000m2 que anteriormente. Numa cerimónia que contou com honras de Estado, através presença do Ministro do Estado e das Finanças, da Economia e da Inovação, Teixeira dos Santos, coube a Tomé Lopes, Presidente do Grupo, recordar a todos os presentes os números da expansão dos Mosqueteiros em Portugal. Uma importante alavanca numa altura especialmente sensível para a economia portuguesa, confrontada com o drama do desemprego e com a redução da prosperidade económica, contribuindo o retalho organizado de forma activa para a empregabilidade nacional. “O passo que damos hoje é a confirmação da política de desenvolvimento do Grupo em Portugal, que é para nós um mercado estratégico. Temos vindo a afirmar, cada vez mais, a nossa aposta nacional com a criação de novos postos de trabalho e com o aumento, cada
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A nova plataforma de frescos contempla duas áreas distintas, uma de carnes com 800m2 e uma de peixe (frescos) com 1.500 m2
vez maior, da capacidade de distribuição. Este ano, em que atingimos a maioridade em Portugal, já investimos mais de 60 milhões de euros na abertura de cerca de 20 novas lojas, o que permitiu a criação de aproximadamente 1.000 novos postos de trabalho. Investimos no nosso país. Investimos na criação de emprego. Investimos no desenvolvimento das economias e da produção local”, concluiu.
BENAVENTE ACOLHE MERCADO DOS MOSQUETEIROS Após a abertura da loja de Vila das Aves, em Agosto, e de São Martinho do Porto, no concelho de Alcobaça, já em Setembro, chegou a vez de Benavente acolher o 38.º Mercado dos Mosqueteiros em Portugal. Composto por duas lojas das insígnias Intermarché e Bricomarché e empregando 78 pessoas, este novo mercado representa um investimento de 8,5 milhões/€. A Loja Intermarché do Mercado de Benavente tem uma área de 1.797 m2 e emprega cerca de 50 colaboradores, tendo resultado da deslocalização do Intermarché já existente em Benavente para o local do novo Mercado. O Bricomarché, por sua vez, é uma novidade na região, ocupando uma área 1.558m2 e empregando 20 colaboradores. Como particularidade que a distingue das restantes lojas Bricomarché do país, esta loja tem as suas cinco áreas divididas em dois espaços diferentes: um espaço de 998m2 dedicado a produtos de decoração, construção e bricolage e outro de 560m2 onde poderão ser encontrados artigos de jardim e petshop. O Mercado Os Mosqueteiros de Benavente irá servir uma população de mais de 27.000 potenciais clientes residentes no concelho, que ali poderão encontrar os melhores produtos aos melhores preços, reflectindo a política de preços baixos do Grupo Os Mosqueteiros.
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DISTRIBUIÇÃO Do humilde minimercado de 100m2 em 1983, às duas lojas em funcionamento na Galé e Almancil em 2009, muitos são os aspectos em que os Supermercados Apolónia evoluíram, apresentando-se hoje, provavelmente, como a única cadeia gourmet existente em Portugal. Produtos de elevada qualidade, uma oferta diversificada e completa e um atendimento personalizado fazem desta casa uma referência do Algarve e do retalho nacional. Que vai estender a qualidade do seu serviço a outros pontos do País, encontrando-se em marcha um interessante projecto de alargamento de presença até à região de Lisboa, já em 2012. Paulo Apolónia, Administrador dos Supermercados Apolónia, traça a actualidade e o futuro da marca algarvia.
em
2012 Apolónia em Lisboa
TEXTO Bruno Farias FOTOS Luís Pais
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CAPA TEMA DE
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Grande Consumo - 25 anos apenas com uma única loja em funcionamento é muito tempo. Que balanço faz deste período de tempo e da evolução que o conceito tem vindo a sofrer ao longo dos anos? PAULO APOLÓNIA - O balanço, ao final de 25 anos, só pode ser extremamente positivo, não necessariamente numa vertente financeira, uma vez que durante anos nunca houve essa preocupação, e de certa forma continua a não haver, mas a nível da consolidação de uma marca que, neste momento, é líder em Portugal, é mais do que positivo. Ao longo destes 25 anos sempre trabalhámos com base nas ideias e princípios do meu pai, Avelino Apolónia, sempre no sentido de dar tudo ao cliente, reinvestindo tudo de volta no estabelecimento. Começámos com uma loja de 100 m², em 1983, e agora encontramo-nos num edifício com cerca de 13 mil m² de área total. Foi uma ideia que
nasceu sem um business plan, fruto da sua obstinação e que hoje ostenta o seu nome. GC - A inauguração da loja da Galé marcou o início de um plano de expansão ou apenas uma vontade de alargar na proximidade a operação? Estão previstas novas lojas e em que localidades? PA - A loja da Galé tem uma explicação muito simples e que se deve ao facto de, desde há muitos anos, o meu pai querer abrir uma segunda loja, não necessariamente por ter havido um estudo de mercado ou haver uma vontade de expansão, mas porque o número de clientes portugueses que nos visitam, sobretudo no Verão, solicitavam sempre “queremos uma loja aqui, queremos uma loja na nossa terra”. Isso levou a que tivéssemos que enveredar por esse caminho. Decisão que foi tomada em finais de 2004 e, como criámos um projecto que funciona um pouco ao contrário do
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PROJECTO DE UMA VIDA É a Avelino e Célia Apolónia que é reconhecido o mérito de, em 1983, terem arrancado, então, com um pequeno negócio de minimercado que mais não disponibilizava do que uns humildes 100 m2 de área de venda. Localizado ao lado da habitação familiar em Vale de Éguas, na periferia de Almancil, ninguém dizia que estava lançada a semente para um dos mais interessantes exemplos do retalho nacional. Ao especializar-se na comercialização de uma linha diferenciadora de produtos que procuravam ocupar o seu espaço no mercado interno, o casal Apolónia agarrara uma oportunidade de negócio que mais ninguém havia previsto, num contexto em que o retalho organizado começava a expressar-se de forma eloquente em Portugal. Virada para o cliente desde a sua génese e sempre atento às reais necessidades do cliente, o negócio ganhou natural ímpeto de forma gradual, com reforço do seu posicionamento diferenciador, gourmet para muitos, e que exigia uma constante auscultação do mercado e dos hábitos de compra dos seus clientes, moldando-se o modelo de negócio à medida que os anos passavam. Claro está que o minimercado foi aumentando de forma progressiva, até que, em 2001, deu o salto definitivo para supermercado, denominação com que orgulhosamente se apresenta ao mercado. Auxiliado na gestão pelos seus dois filhos, Paulo e Eduardo, aquilo que um dia foi um bonito sonho do casal Apolónia encontra-se prestes a conhecer um capítulo tremendamente ambicioso: o alargamento da presença até Lisboa e a implementação de um conceito de lifestyle em Portugal. Uma nova etapa que surge ao cabo de 25 anos de experiência e de duas lojas em funcionamento, que permitiram ganhar know-how para abraçar novos desafios. Resta saber quais além dos já anunciados e equacionados, mas existem razões para acreditar que esta marca familiar não se ficará por aqui. Até porque, e para os seus responsáveis, este é um projecto a longo prazo.
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CAPA E D A M E T
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LIFESTYLE APOLÓNIA Além da anunciada abertura de 2012 em Lisboa, os Supermercados Apolónia preparam-se para abraçar uma nova etapa na sua actividade comercial e que passa pela implementação de um conceito pioneiro no país: o lifestyle. Conceito que tem por base uma área comercial aberta e que procura reunir num único espaço, e com estacionamento comum, todas as valências que uma pequena cidade tem, em serviços tão distintos como médico, farmácias, correios, bancos, seguros, lojas, entre outros. “Esse é um projecto do qual somos co-promotores e que vai ter um investimento total de projectos na ordem dos 100 milhões/€, o qual terá como loja âncora um Supermercado Apolónia e que permitirá, uma vez mais, introduzir em Portugal algumas conceitos muito diferenciadores e inovadores”, adianta Paulo Apolónia, Administrador dos Supermercados Apolónia. A sua conclusão está prevista para o Verão de 2011 e será localizado na proximidade da loja pioneira de Almancil.
“A nossa terceira loja vai ser na zona da Grande Lisboa, ainda que haja também projectos para alargamento da presença ao Porto e a Espanha. Mas, para já, encontramonos concentrados na abertura da loja de Lisboa. Os restantes projectos estão na nossa agenda, mas que possam ser realidade precisaremos sempre de um período mínimo de dois anos entre cada abertura”
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que é hábito nos operadores regionais, o primeiro passo foi criar condições logísticas. Actualmente, temos um centro de distribuição com 4 mil m² no Mercado Abastecedor de Faro (MARF), onde se encontram os nossos escritórios administrativos, e somente após a sua implementação partimos para a procura de novos espaços. O motivo pelo qual está perto da loja mãe deve-se ao facto de não querermos ter a segunda loja muito distante geograficamente, o que fez com que a escolha recaísse na zona de Albufeira em detrimento de Tavira, uma hipótese que também esteve em cima da mesa. Mas o nosso grande objectivo continua a ser a área da Grande Lisboa. GC – Trata-se de um projecto sem data ou já se encontra previsto a sua concretização? PA – Não, tem efectivamente uma data. Inicialmente estava previsto, e tínhamos tudo programado, para abrirmos a loja em 2011, mas neste momento creio que poderá deslizar para 2012, não passando desta data seguramente. O modelo de loja é o mesmo, será como a loja de Almancil, mas um pouco maior. Em termos de formato será o novo formato “Apolónia Grande” (ver caixa), com pelo menos 2 mil m². Neste momento estamos a estudar duas localizações possíveis: a zona de Cascais, ou o centro de Lisboa.
GC – Mas Lisboa será sempre um destino estratégico? PA – A nossa terceira loja vai ser na zona da Grande Lisboa, isso é seguro e assumido, ainda que haja também projectos para alargar presença ao Porto e a Espanha. Mas, para já, encontramo-nos concentrados na abertura da loja de Lisboa. Os restantes projectos estão na nossa agenda, mas que possam ser realidade precisaremos sempre de um período mínimo de dois anos entre cada abertura para que ocorra a sua consolidação, quer a nível de pessoal quer também no capítulo dos serviços. Não somos uma empresa de capital, mas efectivamente um supermercado, e ao abrirmos uma loja queremos ter a certeza de que arranca com todas as condições de serviço e qualidade que caracterizam as lojas Apolónia. A loja da Galé é um espaço que nos tem surpreendido em vários aspectos e o facto de estar próximo da loja de Almancil tem-nos possibilitado uma aprendizagem progressiva do conceito uniloja para multiloja, o que, para empresas de cariz familiar não é, normalmente, uma situação muito fácil. GC - Qual é a base do sucesso dos Supermercados Apolónia? PA – A maneira mais fácil de responder a essa questão é relembrar o seguinte: nós não vendemos produtos, vendemos serviços. O nosso conceito tem por base a
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venda de um serviço onde o produto é o meio para esse serviço. Em segundo lugar, em causa está uma empresa familiar que, ao longo de toda a sua existência se tem regido sempre por valores familiares, que concorrem para a construção de uma cultura e de uma identidade de empresa muito própria. Temos colaboradores que aqui se encontram há décadas e o sucesso desta empresa passa em grande parte pela grande motivação e empenho de todos eles. Vivemos das pessoas que aqui trabalham e são elas que interagem com o cliente, não os produtos, e se os clientes aqui vêm deve-se à qualidade do serviço. Claro que a variedade e qualidade da oferta também é importante, mas isso também só se consegue com muito bom serviço. Temos crescido na variedade porque soubemos sempre ouvir os nossos clientes, aos quais tentámos sempre dar resposta dentro das nossas capacidades.
“Proposta tentadora nunca houve, mas houve seguramente algumas abordagens. Neste momento é mais fácil estar neste negócio, uma vez que, e até há cinco atrás, não éramos uma marca, não tínhamos um “branding”. Actualmente temos esse activo, que é um valor por si. Até há pouco tempo as propostas que surgiram eram essencialmente imobiliárias, mas agora já houve algumas abordagens para a aquisição da marca. A grande valia que o Apolónia tem é o facto de ser uma marca e a sua compra só faria sentido se fosse para manter o brand”.
GC - Já alguma vez houve alguma proposta tentadora para alienar a operação, sobretudo numa altura em que as cadeias de supermercados algarvias estão a ser integradas noutros grandes grupos? PA – Tentadora nunca houve, mas houve seguramente algumas abordagens. Neste momento é mais fácil estar neste negócio, uma vez que, e até há cinco atrás, não éramos uma marca, não tínhamos um “branding”. Actualmente temos esse activo, que é um valor por si. Até há pouco tempo as propostas que surgiram eram essencialmente imobiliárias, mas agora já houve algumas abordagens para a aquisição da marca. Noutros casos registados nesta região o que se verificou foi uma APOLÓNIA EM NÚMEROS venda imobiliária, uma vez que não se deu continuida2 lojas em funcionamento de ao uso da marca. A gran2.130 m2 de área de venda de valia que o Apolónia tem 28 milhões/€ de facturação em 2008 é o facto de ser uma marca 260 colaboradores 15 a 17 mil referências alimentares fixas e a sua compra só faria sen30 mil referências disponíveis/ano tido se fosse para manter o “brand”. GC – Que comentário lhe merece a concentração verificada no retalho nacional? PA – Não concordo muito com essa situação e creio que a médio, longo prazo todos os operadores vão acabar por perder, ao concentrar demasiado, não digo o poder, mas o horizonte. A variedade está a acabar nas lojas, independentemente da sua natureza, apesar da enorme preocupação para como o preço, este não é somente uma questão numérica, mas também de relação entre a qualidade e aquilo que se paga, e o que se tem verificado é um efeito de verdadeira bola de neve. Ao aumentar a concentração, o poder negocial é superior e os pequenos operadores que eram diferentes não conseguem minimamente acompanhar. O ano de crise também não ajuda à diferenciação ao fazer com que o consumidor privilegie o preço e quando se dá preço não se dá variedade, logo caminha-se para o fim
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da diferenciação. É um facto que se conseguem níveis de eficácia muito elevados, mas também à custa de diversas variáveis de negócio, o que concorre para a construção de um cenário social necessariamente diferente devido à redução progressiva da oferta e da liberdade de escolha. GC - Os consumidores estrangeiros são uma parte importante das vendas dos Supermercados Apolónia. A oferta disponível é mais dirigida a este perfil de cliente ou apresenta um mix de produtos que também satisfazem os consumidores portugueses, ainda que o seu consumo possa ser menos expressivo ou mais sazonal? PA – Nunca vocacionámos a nossa loja para servir em exclusivo um determinado tipo de cliente, mas sim para servir as suas necessidades sejam elas quais forem e o que acaba por acontecer é que temos bastantes referências que são importadas e pouco comuns no mercado nacional. O que se verifica é que devido ao facto de termos uma oferta vasta de produtos importados, leva a que também os consumidores portugueses tenham também acesso a propostas que, habitualmente, não teriam, e acabam por consumir muitos produtos que não são de origem portuguesa, fruto de alguma mimese dos hábitos de compra. E temos também registado um acréscimo do número de clientes nacionais, sobretudo na unidade da Galé. GC – É justo catalogar os Supermercados Apolónia como uma cadeia gourmet, denominação hoje em dia tão em uso no léxico comercial? PA – Efectivamente talvez sejamos o único supermer-
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cado gourmet que existe em Portugal, uma vez que, regra geral, o que se verifica é que os conceitos existentes são separados da restante oferta, em secções diferenciadas, ou lojas independentes, do qual muitas delas não conseguiram sobreviver, sendo preciso haver
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não estamos a ganhar mais com este período conturbado, até porque a nossa forma de combater a crise foi aumentar e melhorar o nível de serviço, através de um aumento das acções de formação destinadas aos colaboradores, assim como junto dos nossos fornecedores de modo a ter melhores condições para os nossos clientes. Não acredito que estejamos todos imunes à crise, nós não estamos, mas se olharmos para a rentabilidade de determinados operadores vemos que esta realidade não é partilhada por todos.
uma determinada rotação de produtos para assegurar a viabilidade do negócio. Nós preferimos a denominação supermercado, somos um supermercado que disponibiliza uma ampla variedade de produtos nacionais e estrangeiros e é por isso que os clientes nos procuram. O que leva a que também tenhamos um leque de clientes que não se esgota no consumidor comum. GC - O ranking APED 2008 coloca os Supermercados Apolónia no 3.º lugar da tabela de volume de vendas por m2 e no 7.º de vendas de base alimentar. Que significado têm estes dados para quem apenas possui duas lojas? PA – Acima de tudo tem significado para os colaboradores da loja. Creio que tem sobretudo um valor emocional, pois na primeira vez que estes dados foram publicados foi-lhes possível ter noção real da importância do seu trabalho. O que o ranking APED nos traz é uma visibilidade tremenda, pois muito rapidamente os Supermercados Apolónia receberam a visita de muitos dos nossos concorrentes que queriam ver por si a mecânica de funcionamento dos espaços. E penso que não deverão ter ficado esclarecidos, pois, de facto, é a acção humana que faz a diferença, tanto a nível do cliente, na forma como interagem com os nossos colaboradores, e na forma como estes últimos “sentem” a loja. Para nós é muito mais gratificante quando os clientes deixam elogios na caixa de sugestões, que são publicados internamente. Essa é a nossa verdadeira e mais honesta mais-valia. GC - De acordo com o mesmo ranking, apresentaram ainda um crescimento de 23% num ano difícil para a economia nacional. As insígnias de retalho estão imunes às flutuações económicas? PA – Imunes não estarão seguramente, agora acredito é que existem insígnias que se encontram a ganhar mais agora do que ganhavam antes da crise. Nós
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“Acredito que existem insígnias que se encontram a ganhar mais agora do que ganhavam antes da crise. Nós não estamos a ganhar mais com este período conturbado, até porque a nossa forma de combater a crise foi aumentar e melhorar o nível de serviço, através de um aumento das acções de formação destinadas aos colaboradores (…). Não acredito que estejamos todos imunes à crise, (…), mas se olharmos para a rentabilidade de determinados operadores vemos que esta realidade não é partilhada por todos.”
GC - 28 milhões de euros é um número interessante para uma operação com um parque de lojas tão reduzido? PA – É um valor que nos coloca no mapa da APED e que torna um pouco mais fácil negociar com os fornecedores, porque permite ter alguma escala, ainda que o fenómeno de concentração em Portugal faça com que esse ganho rapidamente se dilua face à escala dos outros operadores. O nosso objectivo não é o número em si, o nosso objectivo é antes fazer com que as nossas vendas cresçam sempre. Para quê? Para que possamos captar cada vez mais clientes e, ao mesmo tempo, motivar, captar o maior volume possível do seu gasto. Nesse sentido é importante, agora o valor em si não é importante até porque não temos objectivos de rentabilidade dentro desta empresa. Os objectivos que existem passam por manter uma operação rentável, mas em todas as circunstâncias virada para o cliente. Este é um projecto a longo prazo e que se encontra a passar para a segunda geração. GC – Como tem decorrido o exercício de 2009 os Supermercados Apolónia? PA – O ano tem-nos corrido bem e somente começámos a sentir verdadeiramente os efeitos da crise aquando da desvalorização da libra esterlina, fruto de uma grande dependência turística e do consumo directo e indirecto, uma vez que temos muitos clientes portugueses cujo trabalho depende dos turistas e dos residentes estrangeiros. Quando estes reduzem os seus níveis de consumo, essa redução vai influenciar os consumidores nacionais, sabendo-se bem da importância que o turismo e os estrangeiros têm para esta região de forma directa e indirecta. Mas esta é um cenário que com o Verão ganhou novo impulso. GC – Espera voltar a crescer novamente este ano? Em que percentagem? PA - As nossas estimativas apontam para que sim. Não é possível adiantar um número definitivo para já, mas esperamos encerrar o ano com renovados níveis de crescimento.
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ESTUDO TNS As marcas de distribuição apresentaram uma taxa de crescimento de 9,5% em valor no primeiro semestre deste ano, percentagem que apesar de significativa fica bastante aquém dos 21% com que se apresentava no período homólogo de 2008. Performance que traduz, também, uma ligeira subida dos preços médios praticados e um aumento de 8% das quantidades comercializadas, observando-se, ainda, um aumento do gasto médio em 7,8% e um reforço da taxa de penetração nuns modestos 1,2%. Em suma, e apesar dos bons indicadores recolhidos, o fenómeno que varreu o mercado alimentar parece caminhar para a estabilização.
MDD
abrandam no primeiro semestre Texto Bruno Farias Fotos Luís Pais
Os dados são do Brand Score Card, novo serviço disponibilizado em Portugal pela TNS Worldpanel, e que analisou o consumo de FMCG nos lares de Portugal Continental ao longo do primeiro semestre de 2009 (até à semana 26). Análise que determinou que, e apesar do crescimento significativo de 9,5% no semestre, o impacto das MDD em Portugal está a abrandar, ao apurar uma performance bastante aquém dos 21% registados no mesmo período em 2008,
o que aproxima Portugal de algumas outras realidades de consumo a nível europeu, casos de França ou da Holanda que manifestaram comportamentos muito semelhantes no semestre. Destaque para a Alemanha, verdadeiro barómetro da economia europeia, que apresentou os mais baixos níveis de comercialização de MDD no semestre, antecipando um cenário de saturação e de novas oportunidades para as marcas de fabricantes que paulatinamente se começa a estender ao mercado nacional.
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QUOTA DE MERCADO DAS INSÍGNIAS (Valor %)
PINGO DOCE e CONTINENTE CONSEGUEM DESENVOLVER MAIS DE 85% DAS SUAS CATEGORIAS TOTAL FMCG + 1,3%
89
13,3
% CATEGORIAS c/AUMENTO DE CONSUMO
85
15,2
71
13,2 10,7
9,7
63
11,0 10
10,2 8,9
8,2 8,2
8,1
6,9 6,9
1º Semestre ‘08
1º Semestre ‘09
MDD QUE APARENTA SATURAÇÃO EM PORTUGAL EVOLUÇÃO PERIÓDICA DO PESO DA MDD POR PAÍS
1º Semestre ‘09 vs. 1º Semestre ‘08
EVOLUÇÃO MDD 1º SEMESTRE ‘09 vs. 1º SEMESTRE ‘08 UM ABRANDAMENTO QUE NÃO LHE PERMITE CRESCER ACIMA DOS 2 DÍGITOS. AINDA ASSIM SIGNIFICATIVO
35.0 34.0 33.0
9,5%
32.0 31.0
21%
8%
7,8%
30.0 29.0 28.0
P2
P3
P4
P5
P6
Alemanha
Holanda
França
Espanha
Portugal
Volume
30,8
33 30,2 27,0
26,8
16,5
20,5
16,0
18,4
1º Sem. ‘06
1º Sem. ‘07
1º Sem. ‘08
Hipers
Supers
25,5 24,6
Valor
Valor
59,7
61,6
59,4
62
59,8 59,7 51,5
54,3 50 47,2 39,9 36,8
1º Sem. ‘09
‘07 Vs. ‘06
‘08 Vs. ‘07
Discounts
Ainda assim, estas propostas dos distribuidores não deixaram de crescer 8% em volume no semestre e de apresentar uma evolução do preço médio em 1,3%, o que resulta num aumento do gasto médio por acto de compra de 7,8%. Também a taxa de penetração nos lares dos portugueses subiu cerca de 1,2%. Assinale-se ainda a este propósito o facto de hipers e supermercados serem responsáveis na íntegra (100%) pelo crescimento desta categoria de produtos no semestre, enquanto o formato discount tem vindo a reduzir de forma progressiva a sua oferta de marca própria em troca com a entrada de marcas de fabricante. Interessante também de se observar é o protagonismo crescente da distribuição moderna no que é referente à venda de frescos, representativo de um total de 38,8% do valor gasto pelos lares em FMCG. A acentuada redução do mix preço médio estimula naturalmente o consumo, que no semestre aumentou 5,3% em volume e somen-
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1º Semestre ‘08
59,8
25,8
Total
100% 75%
59,8
Preço Médio
76,6 78,1
1º Semestre ‘09
100% 60,9
Gasto Médio
EVOLUÇÃO DO PESO DA DM ATINGE RECORD MAS AINDA HÁ POTENCIAL DE CRESCIMENTO
Contribuição dos Supers e Hipers p/o crescimento das MDD
Peso da MDD no FMCG sem Frescos
Nº Lares
1º Semestre ‘08 vs. 1º Semestre ‘07
HIPERS E SUPERS SENDO QUE 100% DESTE CRESCIMENTO ADVÉM DO CANAL
62,7
1,3%
1,2% P1
‘09 Vs. ‘08
FMCG
Frescos
Frutas
Peixe e Marisco
Legumes
Carne
Pão
DM: Continente, Modelo, Auchan, Minipreço, Pão Açucar, Jumbo, Minipreço, Lidl, E. Leclerc, Makro, Feira Nova, Pingo Doce
A Distribuição Moderna reforça o seu papel na venda de frescos, segmento representativo de um total de 38,8% do valor gasto pelos lares em FMCG
1 22
ÇÃO I U B RI DIST
te 0,8% em valor, fruto de 9 200009 ROO 2 TMUBBR E uma quebra de 4,3% do preço U T O R/OS/E ESMTBO AEGTO S médio praticado, em muito jus9 | 1 N tificado por um menor custo de transporte desde a origem até ao consumidor final. Diversidade e preço são alguns dos factores que levam os consumidores portugueses a fazerem compras nas grandes superfícies comerciais, apresentando a distribuição moderna uma performance recorde no que à venda de FMCG concerne ao superar os 78%, verificando-se ainda potencial de crescimento. O que se deve em grande parte à forte dinâmica dos retalhistas que tentam apresentar a melhor proposta de valor, sobretudo através dos frescos e das MDD, que contribuem fortemente para resultados financeiros positivos. É nesse sentido que foi possível observar, no primeiro semestre deste
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ÇÃO I U RIB T S DI O UBR OUT / O R EMB SET 9 | 1 N
ses se mantivesse praticamente inalterado. Isto apesar do aumento de 2,2% das vendas de DPH, 1,3% em alimentação ou de 0,8% em charcutaria (sem frescos), sendo expectável que este cenário de deflação dos preços de FMCG possa manter-se, adiantando a TNS que a quebra até pode ser ainda mais significativa, registando-se nos próximos três meses uma clara deflação face aos preços praticados no período homólogo de 2008. Para os lares que para os lares onde o emprego ainda se mantém este ano, e sobretudo para os que tiveram uma actualização salarial na ordem dos 2,6%, será fácil concluir que as compras de “grande consumo” têm agora, certamente, um menor peso relativo no orçamento familiar. Assinale-se ainda o facto de os portugueses estarem a efectuar mais refeições em casa, o que contribui para que o consumo esteja cada vez mais focado nas lojas de distribuição moderna, canal que já acolhe quase 100% das famílias portuguesas e onde é possível comprovar um consumo mais racional, onde a estabilização da MDD cria oportunidades para os fabricantes sobretudo através da inovação, dos novos produtos low cost e das promoções. A alimentação básica ganha, assim, força, com as famílias portuguesas a gastarem mais em produtos que reflectem uma maior presença no lar, consequentemente com mais refeições feitas em casa. O que leva a que seja de índole alimentar a maior parte das categorias que mais cresce em valor, encontrando-se no Top 10 das categorias com maiores níveis de consumo bens tão distintos como refeições prontas a comer (+54,1%), adoçantes (44,4%), base pizza (42,3%), especialidades café (33,1%), natas (26,3%) ou bacalhau (24,1%). Chocolate culinária (+6,7%), gelados (+5,9%) e natas (5,8%) são as categorias que apresentam maior aumento de penetração face ao primeiro semestre de 2008, o que demonstra não só reforço das refeições em casa como uma mudança nos hábitos de consumo, onde se destaca um interessante aumento dos artigos mais habituais em sobremesas.
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LIDERANÇA
ano, o lançamento de algumas das mais interessantes campanhas televisivas dos últimos tempos por parte das insígnias alimentares, que visavam transmitir ao consumidor o seu empenho em disponibilizar-lhe a melhor proposta de valor, concorrendo para um cenário de intensa disputa e procura de novos clientes.
ESTABILIZAÇÃO Uma meta perseguida por todos os operadores num período marcado pela estabilização, com o mercado apenas a subir 1,3% no que às vendas de FMCG em valor diz respeito. Já em volume, os portugueses estão a comprar mais (2,2%) pelo mesmo preço, fruto de uma desvalorização do preço médio na ordem dos 0,7%. Para este resultado em muito contribuiu a oferta disponível na Distribuição Moderna de um conjunto de produtos alimentares básicos a um preço menor do que em igual período do ano passado, no qual se registaram algumas condicionantes a nível da economia mundial, entre as quais uma enorme inflação do preço dos cereais, e de praticamente de todos os produtos alimentares indirectamente relacionados, em função do agravamento do preço do barril de crude. Circunstâncias que não se repetiram no primeiro semestre de 2009, contribuindo de forma activa para que o gasto médio dos portugue-
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As duas insígnias líderes em Portugal viram reforçada a sua quota de mercado no primeiro semestre, com o Continente a tirar partido da incorporação das lojas Carrefour no seu parque de lojas para atingir os 15,2% de quota de mercado em valor (13,3%, 1.º semestre 2008), assim como o Pingo Doce, que beneficiou da reconversão de alguns espaços Feira Nova para atingir os 13,2% de quota de mercado em valor
Este comportamento traduz-se no reforço da liderança das duas principais insígnias de base alimentar do mercado nacional, Continente e Pingo Doce, que viram os níveis de consumo aumentar em mais de 85% das suas categorias. Com posicionamentos distintos, os dois operadores viram ainda reforçada a sua quota de mercado no primeiro semestre, com o Continente a tirar partido da incorporação das lojas Carrefour no seu parque de lojas para atingir os 15,2% de quota de mercado em valor (13,3%, 1.º semestre 2008), assim como o Pingo Doce, que beneficiou da reconversão de alguns espaços Feira Nova em formato Pingo Doce para atingir os 13,2% de quota de mercado em valor, apurando a insígnia de conveniência da Jerónimo Martins a maior subida deste indicador, ao crescer 3,5% face ao período homólogo de 2008. Modelo, Intermarché, Auchan, Minipreço e Lidl fecham, por esta ordem, este indicador que não apurou mais nenhuma alteração significativa além das citadas. Mas cuja ordenação expressa as preferências dos portugueses, assim como algumas das mais actuais tendências de consumo do mercado nacional, onde a estabilização das MDD, a alimentação básica em alta - com destaque para o aumento do peso relativo das insígnias de distribuição moderna nos níveis de consumo -, a maior relevância dos frescos e as agressivas campanhas promocionais, em conjunto com o aumento do número de lares sem filhos, podem conduzir para algumas mudanças relativamente ao consumo de FMCG em Portugal. A confirmar a curto prazo.
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MERCADO Com crescimentos de 14% em valor e 20% em volume, o peixe embalado congelado está a recuperar a importância que já teve nos hábitos de consumo dos portugueses. Sinónimo de inovação e de confiança para quem o adquire, é na conveniência e na diversidade que reside a força da sua oferta e que leva a que evidencie uma penetração numérica acima de 80%. Após um período de menor fulgor das vendas, e que ajudou à consolidação da venda de peixe a granel, esta é a categoria que mais cresce actualmente neste
Peixe universo.
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ALIMENT AR
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embalado
recupera importância Texto Abel Martins
Fotos Luís Pais
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Assim o comprovam as taxas de crescimento de 14% em valor e 19,9% em volume apuradas no período analisado e que permitiram uma interessante aproximação à liderança deste universo dominado pelo peixe congelado a granel. Mas apesar da excelente recuperação que o peixe embalado tem vindo a apresentar, e de acordo com dados da AC Nielsen, o mercado nacional de peixe e marisco congelado continua a ser dominado pelas vendas de peixe congelado a granel, representativo de nada mais, nada menos, do que 28% da facturação global deste segmento. Isto embora tenha visto as vendas em valor reduzidas em 3,8%, ficando-se pelos 88,8 milhões/€ de riqueza gerada, cifra equivalente a mais de 16 toneladas de peixe congelado a granel colocado no mercado. Indicadores que continuam a ser superiores aos apresentados pelo peixe congelado embalado que não logrou superar a barreira dos 80 milhões/€, motivado por uma venda em quantidade também ela inferior face ao peixe a granel, ainda que apresente um preço médio de venda superior. Razão pela qual esta secção
continua a ser de grande importância nas grandes superfícies nacionais, pois se, por um lado, o peixe embalado congelado apresenta como argumentos de comercialização a conveniência, a praticidade e garantia de confiança trazida por uma marca, seja ela de indústria, seja de distribuidor com a respectiva assumpção de um determinado padrão de qualidade, certo é que o factor preço apresentado pela venda avulsa continua a ser sensível para muitos consumidores. O que leva a que cada vez mais portugueses acabem por alargar o seu leque de compras nas lojas de distribuição moderna, ao contemplar na sua lista de compras artigos tão sensíveis no consumo como o peixe e a carne, o que diz bem da confiança que depositam no que lhes é oferecido nestes espaços comerciais e que em termos individuais permite uma significativa poupança de tempo ao consumir mais categorias num mesmo espaço comercial. Não se pense, portanto, que é apenas o peixe congelado que é sensível às tendências de consumo, uma vez que, de uma forma geral, a alargamento do número de itens adquiridos nas grandes superfícies comerciais
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PEIXE E MARISCO CONGELADO TOTAL PORTUGAL Vendas Valor
Valor (%)
Vendas Quantidade
Quantidade (%)
Peixe Congelado a Granel (KG) Peixe Congelado Embalado (KG) Marisco Congelado Granel (KG) Marisco Congelado Embalado (KG) Bacalhau Congelado (KG)
88.821.637 78.866.965 55.400.070 55.330.379 40.243.910
-3,8 14,0 1,0 -1,1 5,5
16.339.240 12.902.210 8.228.632 6.762.577 3.873.495
-7,9 19,9 5,4 2,1 8,2
TOTAL
318.662.961
48.106.154 FONTE: AC Nielsen Ano M贸vel S 2009 33
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Os portuguesestão a aumentar não só volume médio de peixe congelado como a frequência com que o fazem nas grandes superfícies comerciais, com particular destaque para o bacalhau que através das suas referências congeladas, de marca própria ou de fabricante, chega a um número cada vez maior de consumidores
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nacionais tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, com claro prejuízo para outros canais de comercialização, como o comércio tradicional, uma vez que também os médios formatos conhecerem um novo impulso neste passado recente, em função de profundas transformações sociais que têm ocorrido na nossa sociedade. Se no caso concreto do peixe congelado a AC Nielsen verifica através da análise HomeScan que os portugueses estão a aumentar não só o volume médio de compra como a frequência com o que o fazem nas grandes superfícies comerciais, certo é que este exemplo pode ser estendido a outros segmentos desta categoria que reforçam a importância do papel da distribuição moderna no que à sua comercialização concerne. O mais evidente deste universo é o do bacalhau, artigo desde sempre vendido nas mercearias e casas de es-
pecialidade, de grande importância para os volumes anualmente consumidos num país profundamente apreciador das suas características, mas que devido à capacidade de inovação dos processadores nacionais soube reinventar-se e chegar a ainda mais consumidores através das suas referências congeladas. Hoje em dia é praticamente impensável não haver pelo menos uma referência de bacalhau congelado nos hipermercados nacionais – nem que seja em marca própria – devido à maior demanda por produtos já arranjados e prontos a confeccionar. É nesse sentido que facilmente se explicam os 40 milhões/€ facturados (+5,5%), correspondentes a cerca de 3,8 toneladas de bacalhau congelado vendidas (+8,2%), sendo que, do total de Portugal, apenas 8% foi alcançado nos formatos tradicionais, o que diz o quanto tem sido intensa a adesão a estas propostas neste canal de comercialização. Mesmo raciocínio pode ser empregue às vendas de marisco, que se dividem de forma muito equitativa a granel e embalado, com as vendas deste segmento a representarem, no conjunto, aproximadamente 35% da facturação global deste universo, o que diz bem do quanto os portugueses são apreciadores de marisco, independentemente do seu formato de venda. À semelhança do bacalhau, também o marisco acaba por
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27 apresentar maiores indicadores de venda nas lojas da distribuição moderna, ainda com maior preponderância dos médios formatos, quer no caso do marisco a granel quer no do embalado. A proximidade destas lojas de média dimensão é verdadeiramente essencial para a venda deste tipo de bem alimentar, muito dependente da compra de impulso. Isto apesar de um imenso esforço por parte da indústria em disponibilizar mais referências e, acima de tudo, maior diferenciação, seja através da qualidade intrínseca do produto, seja por intermédio de embalagens mais apelativas e que concorram para uma noção de diferenciação e elevado sabor. Distinção que é procurada no sentido de contribuir para o alargamento das ocasiões de consumo, mas também para uma menor dependência da comercialização das principais referências de cada uma destas categorias, como são exemplo o camarão, miolo de camarão ou a pescada. Referências incontornáveis de um universo cada vez mais amplo e cujo esforço de diversificação tem contribuído para um maior equilíbrio nas vendas de cada uma das categorias. Se não veja-se: no marisco a granel, o camarão (-1,6% em valor; -1% em volume) vale 81,6% das vendas (45,2 milhões/€), mas embalado já apresenta um contributo francamente menor não representando
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À semelhança do bacalhau, também o marisco apresenta maiores indicadores de venda nas lojas da distribuição moderna, com maior preponderância dos médios formatos, quer no caso do marisco a granel quer no embalado, constituindo a proximidade um factor decisivo para a sua comercialização
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mais do que 23% da facturação (12,8 milhões/€), com o segmento “outros” a ser o principal dinamizador de vendas ao representar 35% da facturação, enquanto o miolo de camarão não vai além dos 31%. No caso do peixe congelado a granel, é também o segmento identificado pela AC Nielsen como “outros tipos” o que mais contribui para a facturação da categoria ao representar 50% do valor total gerado, enquanto no congelado embalado é a pescada, uma das mais tradicionais propostas deste universo, a que assume o papel de principal dinamizador de vendas ao gerar 37,3 milhões/€ de riqueza, equivalente a 47,3% da facturação total. Ou seja, é possível verificar que existem diferentes comportamentos de consumo mediante o tipo de artigo congelado que se queira adquirir, variando a compra em função de aspectos tão distintos como a conveniência, a disponibilidade e o preço. Se, por um lado, são as vendas em granel que conferem volume ao mercado, são as propostas embaladas que conferem valor à categoria, observando-se, todavia, uma progressiva dinâmica de equilíbrio nestes dois tipos de formato de comercialização, com evidente valorização deste universo de produtos, fruto de mais e melhor oferta. Para todo o tipo de ocasiões de consumo.
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MERCADO Estimado em 255 milhões/€, o mercado nacional de conservas e enlatados encontra-se em recuperação, com praticamente todas as categorias a apresentarem níveis de crescimento em valor. Uma interessante performance para a qual têm contribuído de forma activa as MDD, ao possibilitar o acesso a determinadas categorias, mas também a indústria, que com algumas propostas de valor acrescentado, tem contribuído para a retoma de um sector que pelo perfil de produto e pela sua elevada rotatividade não deixa de ter interesse para os diversos players que nele se fazem representar..
CONSERVAS E ENLATADOS TOTAL PORTUGAL Valor (%)
Vendas Quantidade
Conservas de Peixe (UN.0.120)
Vendas Valor 96.063.831
8,0
120.012.940
Quantidade (%) 5,1
Vegetais em Conserva (KG)
67.108.951
6,1
40.685.993
1,4
Salsichas em Conserva (UN)
34.397.314
6,7
46.676.528
1,7
Produtos Tomate Conservados (KG)
19.867.057
11,2
15.056.161
6,4 -6,8
Frutas em Conserva (KG)
16.077.048
-0,3
10.781.162
Refeições Prontas (KG/UN)
15.382.439
-0,1
6.951.835
0,7
5.456.901
23,4
4.273.107
14,2
Patés Cárnicos e Vegetais (UN.0.120) TOTAL
254.353.541
244.437.726
Conservas FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 33
e enlatados recuperam
Texto Duarte Cunha Fotos Luís Pais
28 MERCADO
Pela sua conveniência e elevada penetração nos lares portugueses, não há superfície comercial que não disponibilize um amplo espaço de conservas e enlatados, não só pela elevada oferta hoje disponível, como também pela forte rotatividade que habitualmente estas prateleiras conhecem. Seja com a venda de referências de MDD ou de fabricante, o mercado de conservas e enlatados tem vindo a alargar a sua importância no universo da indústria alimentar, com um peso em valor estimado na ordem dos 295 milhões/€, o que tendo
em conta o reduzido valor unitário destas propostas diz bem da sua elevada rotatividade e importância. Como o comprova a liderança deste mercado por uma das antigas categorias existentes, as conservas de peixe, que ao apurar um acréscimo das vendas em valor na ordem dos 8% e de 5,1% em volume, assume-se como a principal categoria deste ranking ao ser responsável por 32% da facturação global deste universo e pela comercialização de mais de 120 milhões de unidades de 120gr. À luz destes dados, torna-se um pouco mais fácil perceber o interessante que as insígnias de dis-
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tribuição moderna reconhecem a este universo, assim como o investimento que algumas das principais marcas têm operado a nível do packaging - sempre difícil de inovar devido ao formato lata -, mas acima de tudo ao nível do produto, com algumas novas propostas que vieram compor uma oferta tida como tradicional e um tanto ou quanto saturada. A partir daqui, são critérios como preço, sabor e marca que vão determinar as escolhas dos portugueses, nem sempre muito marquistas no que à escolha de conservas e enlatados diz respeito, ainda que, de igual forma, a diferença de preço entre as propostas de MDD e as
de indústria não seja tão significativa quanto noutros exemplos. Liderado pelo atum - a sua principal referência ao valer 77% da facturação deste universo, com cerca de 75 millhões/€ de facturação – a oferta de conservas de peixe pauta-se pela existência de alguma diversidade, ainda que sejam as referências tradicionais as mais significativas, com as conservas de sardinhas a serem o segundo maior segmento deste universo, mas a longa distância do atum: 7 milhões/€ facturados e 10 milhões de unidades de 120gr colocadas no mercado. Destaque ainda para o segmento identi-
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A oferta de conservas de peixe pauta-se pela diversidade, ainda que sejam as referências tradicionais as mais significativas, com as conservas de sardinhas a serem o segundo maior segmento deste universo,
isto apesar de as vendas se encontrarem a alguma distância do líder atum, ao não ultrapassar os 7 milhões/€ de facturação
ficado pela AC Nielsen como “Outros Tipos”, ser a que mais cresceu em valor (+11,7) em função do aumento do preço médio praticado, uma vez que em volume as vendas não subiram mais do que 4%. Tendência, aliás, que marca a prestação desta categoria no período analisado, uma vez que os crescimentos em valor superaram em muito as quantidades colocadas no mercado, pelo que é legítimo apontar o aumento dos preços médios praticados como a razão para estes níveis de crescimento bastante positivos.
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CONVENIÊNCIA A praticidade e a conveniência são algumas das grandes vantagens trazidas pelas conservas, existindo um conjunto de vantagens associadas ao seu formato, como a disponibilidade de produto e a imediatez de consumo. Aspectos reconhecidos pelos portugueses que não as dispensam no seu quotidiano, nomeadamente no que ao consumo de vegetais em conserva diz respeito, uma vez que feijão, milho, cogumelos, azeitonas e grão são ingredientes habitualmente presentes em qualquer refeição, o que leva a este tipo específico de conservas
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Em destaque estiveram as vendas de refeições prontas, que estabilizaram no período analisado, com aproximadamente 7 milhões de unidades colocadas no mercado a gerarem 15,3 milhões/€. Assim como os produtos de tomate conservado que se aproximaram dos 20 milhões/€ de facturação (+11,2% em valor) e viram o preço médio valorizar-se cerca de 5%, enquanto as frutas em conserva perderam 6,7% em volume
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sejam classificados como indispensáveis em qualquer dispensa. Se aos vegetais em conserva adicionarmos as salsichas em conserva ficamos com um mix de produtos que, no conjunto, representam nada mais, nada menos do que 40% da facturação global do mercado (78% com o atum), o que diz bem da polarização deste mercado e da sua forte presença nos hábitos de consumo dos portugueses. Até porque, e num olhar mais atento ao comportamento de cada segmento, é possível verificar o crescimento em valor de todos os segmentos destas categorias, em muitos casos em ambos indicadores. Azeitonas (+23,9 em valor; + 11,9% em volume), cogumelos (+5,9% em valor; +3,9% em volume), milho (+9,4% em valor; +3,5% em volume) e salsichas em frasco (+12,3% em valor; +12,5%) são alguns dos exemplos mais concretos da recuperação que este mercado está a efectuar face ao período homólogo do ano passado, ao apresentar interessantes níveis de crescimento em algumas das suas principais referências. COMPLEMENTOS Quem tem vindo a reforçar a ideia acima defendida são as propostas a que podemos chamar de complementares ao não serem bens alimentares de consumo diário, mas que desempenham um papel importante para a diversificação da oferta disponível ao consumidor, que claramente os prefere em formato lata, pronto a comer. Falamos de exemplos como os produtos de tomate ou frutas em conserva, sempre úteis para a confecção de refeições ou caso de sobremesas, ou, mais recentemente, das refeições prontas, uma tendência crescente na distribuição moderna e que encontra razão de ser no maior número de lares com pessoas solteiras e na
progressiva transferência de consumo de fora para dentro do lar. Se no caso dos produtos de tomate e das frutas em conserva estamos perante um clássico da oferta deste mercado, já no que concerne às refeições prontas, estas são claramente uma tendência recente no mercado, que inicialmente começou por ser uma inovação da indústria, mas que hoje acaba por estar perfeitamente banalizada, com evidente proveito desta necessidade por parte das MDD que chegam a ter topos refrigerados nas entradas das lojas de modo a potenciar a venda por conveniência. Ainda assim, e apesar da realidade acima descrita, as vendas de refeições prontas estabilizaram no período analisado, com aproximadamente 7 milhões de unidades colocadas no mercado a gerarem 15,3 milhões/€, o que diz bem da importância que este negócio começa a ter. Sobretudo se tivermos em conta que as duas categorias acima referidas apresentam valores de facturação relativamente aproximados, isto apesar da antiguidade da sua existência no mercado. Ainda assim, destaque para os 11,2% de crescimento em valor dos produtos de tomate conservados, que se aproximaram dos 20 milhões/€ de facturação e viram o seu preço médio valorizar-se cerca de 5%, ao contrário das frutas em conserva que estabilizaram vendas em valor, mas que perderam 6,7% em volume, apresentando a pior performance de vendas em quantidade deste segmento. No entanto, insuficiente para travar aos níveis de retoma que este mercado apresenta face a igual período do ano passado e para o qual contribuiu de forma activa a transferência do consumo fora do lar para o seu interior, para o lar, ao fomentar a procura do consumidor por outro tipo de produtos que diversifiquem e valorizem a sua alimentação.
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LANÇAMENTO Dirigida a um target jovem, moderno e ávido de novas propostas, Orangina, a marca ícone que tem marcado gerações ao longo dos seus 73 anos de existência, está de volta para agitar o mercado. Distribuída em solo nacional pela Sociedade Central de Cervejas, a marca que se tornou conhecida pela sua garrafa em forma de bolha encontra-se já disponível em 10 mil pontos de venda no canal Horeca. Para breve está o lançamento de formatos de consumo familiar e on the go como explica Mário Batista, Marketing Manager da Orangina Schweppes Portugal.
marca O regresso da
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Texto Duarte Cunha
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ícone Grande Consumo - O que esteve na origem do relançamento desta marca emblemática e querida por muitos portugueses? MÁRIO BATISTA - Orangina esteve presente com bastante sucesso no mercado nacional no princípio dos anos 90. Contudo, a marca, que não era propriedade do nosso Grupo, foi retirada por questões organizacionais que a deixaram sem apoio. Sem dúvida, Orangina marcou esta geração, deixando grandes recordações e um gostinho de saudade. Ao analisar o mercado nacional de refrigerantes de sumo de fruta com gás, detectou uma oportunidade ao constatar que este estava estagnado e carente de propostas diferenciadoras. Desta forma, decidimos apostar nesta marca ícone, com uma notoriedade estrondosa a nível internacional e também uma legião de fãs e consumidores espalhada por todo o mundo.
GC - Quais são os objectivos qualitativos e quantitativos a atingir com este lançamento? MB - Os objectivos traçados a curto prazo passam pela rápida conquista de distribuição e experimentação por parte do consumidor. Apenas três meses depois do seu lançamento, os portugueses já podem encontrar a famosa garrafa em mais de 10.000 pontos de venda, o que é um excelente resultado. Orangina veio para “agitar” o mercado nacional de refrigerantes e para estender ao nosso país o estatuto de marca ícone que possui além fronteiras. GC - Qual é a dimensão da marca em volume e valor noutros mercados europeus? MB - A marca está presente em cerca de 60 países e soma mais de 500 milhões de consumidores que, anualmente, bebem aproximadamente 300 milhões de litros
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de Orangina; cerca de metade deste valor corresponde ao seu país Natal – França. GC - A notoriedade da marca e o seu longo passado são aspectos ainda hoje valorizados pelos consumidores nacionais? MB - O consumidor nacional conhece Orangina e há muito que solicitava a sua presença em Portugal. Antes de lançarmos a marca, realizámos, em conjunto com a Millward Brown, vários estudos com consumidores portugueses, que validaram todo o conceito da marca e que aprovaram inequivocamente o seu lançamento.
Além desta vertente, questionámos sobre vários outros aspectos e os inquiridos não hesitaram em eleger Orangina como o seu sabor preferido, perante as restantes marcas da categoria de refrigerantes de fruta com gás. GC - Como é que se processará a sua distribuição em território nacional? MB - A distribuição em Portugal está a cargo da Sociedade Central de Cervejas que, graças ao seu empenho e à sua crescente força distributiva, nos permitirá ter, a curto prazo, a mais emblemática garrafa de refrigerante em qualquer parte do País. GC - Esta é uma proposta dirigida ao canal Horeca. É expectável o lançamento de novos formatos? MB - Nesta fase de lançamento, optámos por ter apenas a garrafa de vidro não retornável de 25cl, que é uma
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“Na fase de lançamento, optámos por ter apenas a garrafa de vidro não retornável de 25cl, que é uma imagem de marca Orangina. A sua “silhueta” em forma de bolha é inconfundível e faz parte de um legado que não queremos abandonar. No
entanto, temos previsto, a curto prazo, a existência de formatos familiares e de consumo “on-the-go”.
imagem de marca Orangina. A sua “silhueta” em forma de bolha é inconfundível e faz parte de um legado que não queremos abandonar, pelo que fazia todo o sentido começar por apostar no formato mais emblemático. No entanto, temos previsto, a curto prazo, a existência de formatos familiares e de consumo “on-the-go”. GC - O facto de ser um produto natural continua a ser o principal vector de comunicação? MB - A comunicação Orangina centra-se nas características únicas do produto: a garrafa ícone, o gesto de agitar antes de beber e o sabor proporcionado entre a mistura perfeita entre o sumo e a sua polpa, que proporcionará uma experiência divertida, refrescante e revigorante. GC - Porquê a aposta num formato promocional como a guerrilha e não noutro? Esta preferência deve-se ao perfil do produto? MB - Orangina é uma marca jovem e irreverente e isto permite-nos uma maior liberdade para criar e imaginar além do convencional. Assim, e com o objectivo de gerar experimentação e “buzz” em torno da marca, decidimos apostar em acções de guerrilha. Durante o Verão, procurámos ir ao encontro do consumidor, através de uma série de acções de “street marketing” delineadas com a agência Torke. Por exemplo, na acção “Agita essa Orangina”, que nos permitiu impactar mais de 200 mil pessoas, percorremos Lisboa de lés-a-lés num autocarro de dois andares com música e animação constante. Dezenas de promotores vestidos de Orangina “invadiram” praias, escritórios, jardins e estiveram em festivais de Verão distribuindo produto e brindes. Tivemos também uma zona de jogos, assinalada pelos tapetes de Sumo e Dança, onde todos estavam convidados a participar e que fez sucesso! Todos queriam experimentar os fatos de lutadores de sumo e ganhar o “combate”. O “feedback” recebido foi óptimo, as pessoas mostraram-se entusiasmadas e receptivas a esta ideia. O resultado final é francamente positivo e estamos muito satisfeitos com este investimento num formato “below the line” para o lançamento de Orangina. Foi uma aposta ganha!
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O aumento da procura das marcas brancas nos últimos anos fazia prever que, mais cedo ou mais tarde, estas iriam despoletar a atenção dos consumidores. A crise económico-financeira que se instalou veio acelerar essa procura e, por conseguinte, a mudança de hábitos fortemente condicionada pela menor disponibilidade financeira. A procura de preços mais em conta faz das marcas brancas - o mesmo é dizer próprias - a escolha certa para tempos incertos. No entanto, esta procura não foi nova para todos, muito menos radical, pois as vendas destes produtos já indicavam uma
com os produtores locais que, ao eliminar os intermediários consegue disponibilizar os melhores produtos aos melhores preços. Com efeito, este modelo de negócio permite estimular as economias locais e contribui para o desenvolvimento regional. À medida que as dúvidas quanto às marcas branca se dissipam, estas vão ganhando o seu espaço e impondo-se no mercado. O mesmo acontece com os produtos de distribuição de marca branca como, por exemplo, os combustíveis que vão tomando novos contornos com a consciencialização de que os preços mais baratos levados a cabo nas
Marcas brancas ou marcas próprias?
Jacques Oliveira, Presidente Executivo do Grupo E.Leclerc Portugal
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crescente aceitação e preferência por parte dos consumidores, que têm como foco a opção por soluções com óptimas relações qualidade-preço. Regra geral, quem experimenta as marcas brancas fideliza-se inevitavelmente. Mas o que não deixa de ser curioso é que para muitos, que rejeitaram o conceito sem mesmo o conhecer, hoje vêem nele uma óptima opção para a redução dos seus encargos domésticos. Pena é que a mudança de mentalidade seja proveniente de forças maiores e graves. No mínimo, a escolha dos produtos certos reflecte em média uma poupança de 25%, comparativamente a produtos líderes de mercado. Recorrendo aos dados lançados pela Centromarca no passado mês, o consumo de produtos de marca própria no primeiro semestre do ano aumentou 7%, face a período homólogo de 2008, representando já mais de um terço das vendas. No mesmo período, as grandes marcas assistiram a uma diminuição de 3,1% da sua procura por comparação com 2008. Os produtos de marca de fabricante vêem, assim, o seu espaço reduzido nas prateleiras dos hipermercados, pois estes optam por destacar os produtos de marca própria a preços mais baixos e em conta com os orçamentos familiares. Tudo se deve à negociação directa
cadeias distribuidoras não resultam dos produtos serem diferentes das gasolineiras tradicionais, mas sim devido às margens serem menores do que aquelas que são praticadas pelas petrolíferas tradicionais. Como em tempo de crise as transformações são certas, entre desaparecimentos e aparições, as marcas brancas beneficiam e prosperam quer pela variedade que apresentam, quer pela relação qualidade-preço competitiva que oferecem. É caso para parar e pensar na hora da compra. Marcas próprias ou grandes marcas?
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onde vivemos o nosso lema. Esta política é sentida pelos pequenos produtores de locais próximos das lojas do Grupo que, desde há muito, sabem que podem contar com a nossa colaboração para ponto de venda dos seus produtos. Simultaneamente, tendo em vista dois objectivos - por um lado, dar expressão à
por diversas ocasiões: o Grupo Os Mosqueteiros está em Portugal, naqueles pontos onde os portugueses mais necessitam de nós, para fazer crescer o país. Porque temos a certeza que com a nossa presença ganham os produtores, ganha quem vende e ganha quem compra o que de melhor se faz em Portugal.
A necessidade de O Grupo Os Mosqueteiros encara como crucial o apoio e incentivo à produção nacional como meio de impulsionar o desenvolvimento das economias regionais e, por inerência, da economia nacional, permitindo, simultaneamente, criar bases para uma agricultura sustentável e melhores regras de actuação por parte dos vários interlocutores. O Grupo Os Mosqueteiros tem na sua génese empresários independentes que, através do seu esforço e dedicação, conseguem marcar a diferença e implementar a sua empresa/loja, face às dificuldades que o empreendedorismo sofre em Portugal. E continua, apesar dessas dificuldades, a investir no país. Por isso, ao contrário de grandes empresas, nacionais e internacionais que operam em Portugal, o Grupo e os empresários que o compõem não são capazes de ignorar as dificuldades de outras pequenas e médias empresas. Porque sabemos, diariamente, que essas dificuldades podem afectar toda uma economia local. E que a soma das dificuldades das economias locais prejudica a economia nacional. Vender ao preço mais baixo é também apanágio do Grupo e das suas lojas. Nunca abdicaremos dessa máxima. Mas vender ao preço mais baixo não significa, não pode significar, o abandono liminar das estruturas produtivas nacionais. Um país que não produz, que não escoa a sua produção, que não aposta no que é seu, é um país com futuro a prazo. N’Os Mosqueteiros queremos, e trabalhamos diariamente, para um país com futuro. Porque acreditamos que o mesmo poderá ser risonho, caso nos unamos para tal. No fundo, gostamos de aplicar à sociedade
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Apoiar a produção nacional produção nacional, contribuindo para o desenvolvimento económico do país e, por outro lado, facilitar o acesso dos consumidores a produtos genuinamente nacionais, de qualidade e a preços baixos - foi criado, em meados de 1999, o programa AGRO do Grupo Os Mosqueteiros. Este projecto resulta do contínuo estabelecimento de parcerias entre o Grupo e diversos produtores nacionais, conferindo a estes últimos a possibilidade de apresentarem os seus produtos nas melhores condições, sendo a origem dos mesmos devidamente identificada num selo constante no produto. O programa AGRO está já implementado nas áreas de frutas, legumes, charcutaria, queijos e carne, mas o objectivo a curto prazo é alargá-lo também ao peixe fresco. Actualmente, as parcerias do Agro estendem-se por todo o país, abrangendo 66 produtores e 2.530 hectares, e implicando 29.000 toneladas comercializadas e cerca de 149 referências, que espelham a sazonalidade nacional e cultura gastronómica, nas categorias hortofrutícolas, enchidos, queijos e carne. O Agro é um projecto que espelha a cultura do Grupo os Mosqueteiros, a partilha, o respeito pelo meio ambiente, a exaltação da qualidade, o reforço da fidelidade. Resumindo, e repetindo o que já afirmámos
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Tomé Lopes, Presidente do Grupo Os Mosqueteiros Portugal
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O mundo como o conhecemos nos anos 90 apresentava mais similitudes com a década de 50 do que com os dias de hoje. Muitos poderão estar desatentos. Mas há uma importante revolução a desenhar-se no horizonte e a aproximar-se vertiginosamente de cada um de nós. Fala-se na globalização há cerca de duas décadas. Mas só agora começa a entrar nas nossas casas e a transformar o nosso dia-a-dia.
O Mundo como o conhecemos
Pedro Guerreiro, Director de Marketing da Sociedade dos Vinhos Borges
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Hoje, através do Google Maps, é possível conhecer Paris, Londres ou Nova Iorque sem sair do sofá. A China será brevemente o país onde a língua inglesa será mais falada. Prevê-se um novo babyboom para breve; mas o crescimento da população verificar-se-á em países com culturas muito diferentes da ocidental – o que necessariamente transformará a humanidade conforme a conhecemos. A informação invade-nos o ecrã do computador e da televisão por todos os meios; não é necessário procurá-la. O poder de escolha aumenta todos os dias: as pessoas de todo o mundo estão mais próximas, mas as fontes de informação são cada vez mais diversas. A Internet permite hoje aceder a produtos, serviços e ideias – onde quer que possam ser encontrados. Como forma de pesquisa de informação começa a ultrapassar todos os outros meios em termos de importância. Na Wikipédia encontra-se mais de 13 milhões de artigos. O You Tube integra mais de 100 milhões de vídeos e transformou-se no segundo motor de busca mais utilizado. Existem mais de 200 milhões de blogues. Os downloads para Ipod atingiram o astronómico número de 1 bilião. Todos os meses são realizadas mais de 2,7 biliões de pesquisas no Google. Estima-se que hoje
em dia, nos países desenvolvidos, a maioria das empresas utilize o Linkedin para recrutar funcionários. Os utilizadores da Internet em Portugal foram tradicionalmente homens, com idades entre os 14 e os 44, residentes na Grande Lisboa e de classe social alta e média alta. Mas no Facebook o segmento que mais cresce é já constituído por mulheres com idades compreendidas entre os 55 e os 65 anos… Aliás, as redes sociais na Internet tomaram conta da nossa vida. O Facebook tem cerca de 300 milhões de utilizadores em todo o mundo contra um pouco mais de 100 milhões do MySpace. Se fosse um país, o Facebook seria o 4.º maior do mundo. A importância do negócio – que está a crescer na ordem dos 5 milhões de novos utilizadores por semana – está bem patente no valor estimado da empresa, que ronda os 47 mil milhões de euros. Enquanto a televisão demorou 13 anos a chegar aos 50 milhões de utilizadores, o Facebook precisou apenas de 9 meses para atingir os 100 milhões! Para as empresas nada será como antigamente. Malcolm Gladwell, o conhecido autor de Blink, dizia em 2006 que a importância de uma pessoa se media pela sua credibilidade social, pela sua capacidade de influenciar terceiros. Com as redes sociais esta acepção ganha uma força nunca antes pensada. A sua utilização representa um instrumento incontornável para fazer negócio no futuro: é que a recomendação de produtos ou serviços através do word of mouth gera uma percentagem de confiança próxima dos 80%. Não é só a forma como passamos o tempo que está em causa. É a forma como nos relacionamos, como trabalhamos, como compramos e como pensamos que se está a transformar. O mundo não será o mesmo nos próximos anos. E o Marketing terá de se reinventar para poder continuar a ser útil às empresas. Ciente disso, a Sociedade dos Vinhos Borges – no ano em que celebra 125 anos desde a fundação – lançou um novo web-site e apresentou-se aos consumidores, clientes e fãs da empresa no Facebook. Com isto deu mais um sinal de estar preparada para enfrentar os enormes e muito diferentes desafios dos próximos 125 anos.
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de custo suportável, pelo que não é só um instrumento em prol da multimodalidade e da necessidade de integrar o vazio deixado pelo insucesso da convenção relativa ao transporte multimodal de 1980, mas também como da procura de uma uniformidade para a disparidade de regimes que se contam no transporte marítimo. Por outro lado, ao nível dos intervenientes na cadeia logística, carregadores, transitários, transportadores de todos os modos, entre outros, surgem posições reservadas e frontalmente críticas da solução a que
O transporte rodoviário, bem como o Mundo, vive em expectativa e aguarda resultados da organização de percurso que por todo o lado está a ser levada a cabo. O Mundo tenta superar a crise financeira e anseia declarar, através dos Organismos credenciados, que o ciclo se inverteu e a economia retomou, com as actividades e o emprego a mudar de rumo e a crescer. O Parlamento Europeu renovou o mandato do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Agora esperamos pela decisão de renovação do mandato do actual Comissário Europeu dos Transportes, António Tajani, sem que isso impeça a discussão da nova política de transportes e energia para os próximos 10 anos. Em Portugal, tudo em suspenso. Espera-se pelo novo Governo, contudo, da análise possível dos dois programas dos dois partidos que deverão sê-lo, tudo na mesma: estradas e falta de visão estratégica integrada. Curiosamente, no dia 23 de Setembro de 2009 decorre, em Roterdão, Holanda, uma cerimónia para assinatura de uma nova convenção internacional para o transporte total ou parcialmente marítimo. Isto é, com tendência para absorver o transporte porta-à-porta, logo aplicável também ao transporte terrestre (rodoviário e ferroviário) e aéreo, coloca-se assim em potencial conflito as convenções destes últimos modos, dificultando mais a aproximação entre eles e pondo em causa a estratégia de uma integração modal. Uma convenção desta natureza vem mexer obviamente com o nível das responsabilidades entre carregadores e transportadores, base da responsabilidade, causas de exclusão e limites quantitativos das indemnizações, a que tem de se acrescentar a problemática de seguros exequíveis e
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Roterdão” até que sejam divulgadas, explicadas e debatidas pela comunidade que as irá usar ou ser por elas atingido. Entretanto, vivemos em global expectativa.
Organização de percurso se chegou para a uniformização do regime internacional do contrato de transporte marítimo. Sabemos que o futuro da Europa está assente numa linguagem de co-modalidade e multimodalidade, no entanto, seria prudente que estas soluções fossem discutidas com todos os operadores, sob promoção do Governo que aprovará ou não estas regras. Portugal, que se rege ainda pelas Regras de Haia de 1924 e que não subscreveu as Regras de Hamburgo, poderia publicamente ter anunciado a sua posição, a qual se desconhece. Assim, como é hábito em Portugal, só muito depois do acontecimento se percebe, no meio dos efeitos produzidos, o que aconteceu e procurando minorar o estrago e justificar a ausência. E nem se diga, depois, que o momento presente era politicamente transitório, porque os trabalhos que desembocaram nestas Regras vêm de 2002, e não fossemos nós um pais à beira mar… Pela parte do transporte rodoviário, a organização mundial IRU já se pronunciou contra estas Regras, alertando para a ameaça que representam para o equilíbrio das partes envolvidas na actividade transportadora. A ANTRAM, em sintonia, procura fazer chegar aos seus “plenipotenciários” o pedido de não assinatura das “Regras de
Abel Marques, Secretário-Geral da ANTRAM
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A indústria alimentar atingiu um nível de controlo da qualidade e de segurança nunca antes verificado, motivado pela crescente preocupação dos consumidores relativamente à garantia daquilo que comem e à exigência do próprio mercado por produtos de maior qualidade. Estas preocupações e exigências foram acompanhadas por novas leis e pela alteração na correlação de forças entre os distribuidores e os fabricantes. Anteriormente, a atitude era reactiva e pouco flexível, com os fabricantes a agirem quando as poucas infracções identificadas pela lei eram detectadas ou quando o nível
forma de garantir uma qualidade reconhecida pelo consumidor final e para evitar problemas que, devido à sua dimensão e exposição aos media, poderiam arruinar o negócio. As auditorias são feitas com base na verificação e avaliação de um conjunto de requisitos que garantam o controlo dos processos em causa. Daqui surgiram dois problemas. O primeiro está relacionado com os próprios requisitos, que, embora digam respeito ao mesmo processo, podem ter diferentes interpretações e níveis de exigência consoante o cliente. O caso mais flagrante é
A importância das auditorias
Joaquim Dias Director Qualidade Grupo GCT
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de reclamações era elevado. Actualmente, os fabricantes e fornecedores assumem uma maior responsabilidade pela segurança e qualidade dos seus produtos. A inspecção e análise do produto final, prática antes normalmente utilizada para controlar a segurança e qualidade, passou gradualmente para a identificação, implementação e gestão de processos que permitem controlar os produtos, desde a formulação até à sua distribuição. Neste âmbito, a melhor forma de garantir que esses processos são os mais correctos, e são devidamente implementados, é através da realização de auditorias. A prática das auditorias cresceu com a exigência dos grandes grupos retalhistas em saber se as características de qualidade dos produtos que vendiam, ou que tinham como Marca Própria, eram respeitadas e se eram seguros para o consumidor. Um dos momentos mais marcantes deu-se em Inglaterra, com a criação do BRC (British Retail Consortium), uma associação que integra um elevado número de pequenas e médias lojas de retalho, que impôs àqueles que quisessem ser seus fornecedores, um conjunto de regras baseadas no sistema HACCP, anualmente verificadas através de auditorias. Esta prática é também utilizada pelos grandes grupos de Food Service, como
existência de diferentes tipos de certificação para a segurança alimentar (BRC, IFS, ISO 22000), exigidos e reconhecidos por uns, mas não por outros, pese embora todos eles sejam baseados no HACCP. O segundo problema está relacionado com a terceira parte, representada pelas empresas de consultadoria na área da segurança alimentar. Em Portugal, não existem regras nem acreditação para as empresas que se dispõem a auditar a indústria alimentar, estando-se, aqui também, sujeito a diferentes tipos de interpretação. As auditorias, de forma generalista, podemse dividir em dois tipos: auditorias de rotina e auditorias extraordinárias. As auditorias de rotina servem para aprovar um novo fornecedor e para verificar, com uma periodicidade pré-determinada, se cumpre com as obrigações estabelecidas. As auditorias extraordinárias acontecem sempre que algo de anormal é verificado (aumento significativo do índice de reclamações, existência de não conformidades graves, notícias, etc.) e que terá de ser corrigido reactivamente, expondo erros ou desrespeito na implementação dos requisitos. No entanto, qualquer que seja o tipo de auditoria posta em prática, esta é uma das principais ferramentas na garantia dos níveis de segurança e qualidade alcançados actualmente.
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LEGISLAÇÃO A entrada em vigor da Lei n.º 33/2008, em Janeiro deste ano, veio estabelecer novas medidas de promoção da acessibilidade à informação sobre determinados bens de venda ao público para pessoas com deficiências e incapacidade visual. Um gesto que veio promover um melhor acesso aos bens de consumo por parte dos deficientes visuais, ao qual a iniciativa Produto do Ano recentemente se associou, ao estabelecer com a ACAPO um protocolo que visa antecipar a criação do selo que distingue os produtos anualmente premiados em Braille. Recorde agora as principais alterações trazidas pela Lei n.º 33/2008.
Lei 33/2008 promove
democratização
consumo
Texto Duarte Cunha Fotos Luís Pais
Em causa está o acesso à informação por parte das pessoas com deficiências e incapacidades visuais relativamente às características dos produtos disponibilizados nos estabelecimentos de comércio misto (onde ocorram vendas alimentares e não alimentares sem que cada uma delas ultrapasse 90% do respectivo volume total de vendas), encontrando-se sujeitas ao presente diploma legal todas “as sociedades que
detenham mais de cinco estabelecimentos de comércio misto, funcionando sob insígnia comum, com área superior a 300m2 cada um” (Artigo 2.º). Ou seja, é o mesmo que dizer que, pela sua dimensão e natureza, todas as insígnias de retalho organizado presentes em Portugal estão sujeitas ao regime estabelecido pela presente lei que determina que estes operadores devem dispor de serviços personalizados para as pessoas com deficiências e incapacidades vi-
PERES & PARTNERS LANÇA SELO PRODUTO DO ANO EM BRAILLE
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ELEITO PRODUTO DO ANO
CONSUMO
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41 suais, no que ao acesso aos produtos expostos diz respeito. Tipo de acompanhamento que pode ser complementado com a implementação de um sistema de informação adequado a pessoas que padeçam de deficiências e incapacidades visuais. No que ao tipo de informação em Braille deve estar disponível, saiba que o Artigo 4.º da Lei n.º 33/2008 determina como necessário aquando, do acto de compra a impressão de uma etiqueta por produto com a informação necessária sobre a denominação, características principais e data de validade. Caso a comercialização destes artigos tenha por
UMO S N O C
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No que ao tipo de informação em Braille deve estar disponível, saiba que o Artigo 4.º da Lei n.º 33/2008 determina como necessário, aquando do acto de compra, a impressão de uma etiqueta por produto com a informação necessária
da ACAPO, que acrescenta: “Diariamente, os cidadãos cegos deparam-se, não só com os obstáculos físicos que limitam a sua mobilidade, mas também com obstáculos ao acesso a informação relevante para as mais elementares tarefas diárias, por exemplo, seleccionar os produtos para confeccionar uma refeição ou seleccionar a refeição que se quer tomar com amigos, num restaurante. A sensibilização social para a adopção de iniciativas simples com impacto na vida quotidiana dos cidadãos cegos, de que o selo PDA em Braille é exemplo, é reconhecida pela ACAPO como uma forma eficaz de contribuir para
SELECÇÃO DE ESTABELECIMENTOS Saiba ainda que a Lei n.º 33/2008 determina ainda como condição obrigatória a existência de pelo menos um estabelecimento de comércio misto por operador localizado em cada concelho que seja capaz de assegurar os serviços previstos nos artigos 3.º e 4.º acima referidos, possibilitando ainda o presente diploma legal a concertação entre operadores e “associações que promovem e defendem os direitos das pessoas com deficiências e incapacidades visuais de forma a assegurar a distribuição geográfica mais adequada” (artigo 6.º). Já o Artigo 7.º determina a obrigatoriedade de publicação de uma lista actualizada de estabelecimentos seleccionados nas organizações públicas ou privadas de defesa do consumidor e nas associações de pessoas com deficiências e incapacidades visuais. Qualquer alteração à lista de estabelecimentos da sua responsabilidade deverá ser comunicado à Direcção-Geral do Consumidor num prazo mínimo de oito dias.
base o serviço de vendas por via electrónica deverá o respectivo sítio on-line incluir opção que garanta que os produtos adquiridos por esta via sejam entregues com respectiva etiqueta prevista no artigo anterior, verdadeiramente essencial, ainda que contendo informação básica relativamente ao produto em si. “As alterações trazidas pelo novo regime lei vieram, de alguma forma, trazer alguma qualidade de vida às pessoas com deficiências e incapacidades visuais, ao permitir um maior acesso a mais produtos, ainda que nos deparemos com algumas limitações técnicas, e que sabemos ser de difícil resolução, como a impressão de Braille em embalagens de iogurtes, sem ser no seu pack. Claro está que mesmo que só tenhamos um iogurte no frigorífico temos que guardar o seu pack para sabermos a sua validade e características”, explica Ana Sofia Antunes, Directora
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no que a denominação, características principais e data de validade. Caso a comercialização destes artigos seja feita on-line, este serviço deverá incluir opção que garanta que os produtos adquiridos por esta via sejam entregues com respectiva etiqueta.
o mais fácil acesso dos cidadãos cegos a produtos inovadores”. Razão pela qual a iniciativa estabeleceu uma parceria com a ACAPO, prevendo a criação do selo do Produto do Ano (PDA) em Braille, uma forma de promover a acesso à informação por parte das pessoas com deficiência e insuficiência visual e que prevê a inclusão e a consagração dos direitos humanos associados a esta iniciativa, que anualmente distingue alguns dos mais inovadores produtos do mercado. Com a assinatura deste protocolo, o PDA irá procurar sensibilizar a indústria para a importância do reforço da etiquetagem obrigatória para cidadãos cegos, conforme a Lei prevê que seja cumprida nas superfícies comerciais, com informação referente à componente de inovação dos produtos, reconhecida pelos consumidores que os elegem Produto do Ano.
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MERCADO O mercado nacional de higiene feminina manteve-se estável no primeiro semestre deste ano, ainda que se tenha registado um aumento da base de compra, mas cuja redução do preço médio de compra em 5,9% não permitiu um aumento deste universo. Liderado pela venda de pensos higiénicos, a mais importante categoria em valor, é também a única que apresenta níveis de crescimento em valor na ordem dos 2,6%, ainda que em volume sejam os protectores a única referência que não eleva níveis de consumo. Uma vez mais, a quebra do preço médio prejudica a performance deste universo.
Mercado de
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Higiene Feminina
NÃO-ALIM ENTAR
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estabiliza
Texto Abel Martins Fotos Luís Pais
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Estimado em 20 milhões/€ e responsável pelo consumo de mais de 230 mil unidades, o mercado nacional de higiene feminina pautou-se pela estabilização no primeiro semestre de 2009, ao apresentar quebras marginais em valor (-0,6%) e volume (-0,7%), insuficientes para traçar cenários negativos para a sua performance na primeira metade do ano. Até porque se registou o alargamento da base de consumidores de artigos de higiene feminina (+5,4% no número de lares compradores) e consequentemente do seu nível de penetração nos lares portugueses (+2,6%), ainda que este incremento de consumidores na categoria não se tenha traduzido em geração de valor, uma vez que a compra média por lar sofreu uma prejudicial quebra de 5,9%. Um decréscimo em volume acompanhado por uma natural redução do gasto médio por lar, que agora que se fixa nos 8,71€ (-5,7%), ainda que não se tenha registado um aumento preços médios praticados.
Volume a estabilizar, aumento do número de compradores na categoria e menos compra média são algumas das tendências a reter de modo a perceber a evolução deste mercado de grande consumo. Onde os pensos higiénicos, a mais importante categoria deste universo, continua a liderar o ranking, apresentando-se como a única referência a crescer em valor (+2,6), ao contrário dos protectores (-5,7%) e dos tampões (-2,4%) que viram, assim, reduzido o seu contributo em valor para este segmento. Já as contas em volume apresentam um diferente figurino, com os protectores a serem a única categoria a baixar níveis de consumo (-6,7%), enquanto pensos e tampões viram os volumes comercializados subirem em 5,6% e 13,2% respectivamente. Uma vez mais a redução do preço médio praticado prejudica a performance da categoria, cuja estabilidade no primeiro semestre deste ano se deve à recuperação de lares compradores provenientes, essencialmente, da categoria de pensos, que
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Também neste universo as MDD apresentam uma performance significativa quando comparado com o primeiro semestre de 2008, ao elevar as vendas em 7,1% no global dos artigos de higiene feminina, em claro detrimento das marcas de fabricante, que viram a sua performance global descer em 3,4% no semestre
alargou a sua penetração em 1,1 pontos percentuais, com 64% dos portuguesas a apresentarem-se como compradoras desta referência de higiene feminina.
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Também neste universo as MDD apresentam uma performance significativa quando comparada com o primeiro semestre de 2008, ao elevar as vendas em 7,1% no global dos artigos de higiene feminina, em claro detrimento das marcas de fabricante, que viram a sua performance global descer em 3,4%. É nos tampões (+32,3%) e nos pensos (+9,8%) que o crescimento das MDD é mais expressivo, com as marcas de indústria a perderem 1% nas vendas de pensos e 4,6% nas vendas de tampões, enquanto os protectores perdem protagonismo no global das suas vendas, independentemente do tipo de referência escolhida. O factor preço revela-se uma vez mais decisivo para a construção deste cenário, uma vez que existe uma diferença de preço relevante nos pvp médios unitários destes dois tipos de propostas e que geralmente tende a favor das MDD, uma vez que dificilmente é percepcionado pelo consumidor as diferenças de índole operacional e estratégica que condicionam as vendas de ambas e, consequentemente, de preço final de venda ao consumidor. A qualidade reconhecida e o preço competitivo geralmente decidem a compra neste tipo de artigos a favor das MDD.
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TAR N E M ALI NÃORO TUB /OU BRO M E SET 9 | N 1
Todavia, os níveis de crescimento das MDD parecem abrandar nas duas categorias mais importantes, protectores e pensos, que apresentam uma importância relativa menor face ao período homólogo dos dois últimos exercícios, em que evidenciavam níveis de crescimento mais significativos. Uma tendência, aliás, que se estende cada vez mais a outros mercados da distribuição moderna, ainda que, no caso da higiene feminina, os tampões (MDD com um peso em valor de 33,8% no semestre) tenham demonstrado que em determinados artigos os portugueses ainda operam um interessante efeito de substituição por referências com um preço unitário mais baixo.
MERCADO DE HIGIENE FEMININA EVOLUÇÃO EM VALOR (1º Semestre ‘09 vs. 1º Semestre ‘08)
FMCG
1,3%
HIGIENE FEMININA
-0,6%
PENSOS Pensos a categoria mais importante em Higiene Feminina é a única que cresce em valor
2,6%
PROTECTORES
-5,7%
TAMPÕES
-2,4%
MERCADO DE HIGIENE FEMININA EVOLUÇÃO EM VOLUME (1º Semestre ‘09 vs. 1º Semestre ‘08)
HIGIENE FEMININA
-0,7%
PENSOS PROTECTORES Em volume, apenas os protectores não se desenvolvem
5,6% -6,7%
TAMPÕES
13,2%
MERCADO DE HIGIENE FEMININA EVOLUÇÃO EM PENETRAÇÃO (1º Semestre ‘09 vs. 1º Semestre ‘08)
64%
DE LARES COMPRADORES DE HIGIENE FEMININA
HIGIENE FEMININA
2,6pp
PENSOS
Estabilidade da categoria deve-se à recuperação de lares compradores, provenientes essencialmente de Pensos
1,1pp
PROTECTORES
0,2pp
TAMPÕES
0,8pp
MERCADO DE HIGIENE FEMININA EVOLUÇÃO EM VALOR/PESO DAS MARCAS EM VALOR (1º Semestre ‘09 vs. 1º Semestre ‘08) PESO DAS MARCAS EM VALOR (%) EVOLUÇÃO EM VALOR (%)
HIGIENE FEMININA
A&A
MDD
0,7 13,1
24,3
26,2
58,5
55,3
1º Semestre ‘08
1º Semestre ‘09
-0,6%
11,3% 7,1%
A&A lidera o Mercado de Higiene Feminina, com 55,3% de quota, em valor. As MDD’s são o principal concorrente
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1 11,7
-0,6%
J&J
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Renova
Total MDD
Total J&J
Total A&A
INSÍGNIAS Com uma participação de 26,2% em valor para o total de artigos de higiene feminina comercializados em Portugal, as MDD encontram em quatro insígnias 20% da sua participação para este segmento, com particular destaque para o Lidl que apresenta um contributo de 6,2% para este indicador. Seguem-se Pingo Doce com 5,3%, Minipreço com 4,6% e Continente com 3,8%, o que demonstra uma evidente aposta por parte dos retalhistas em maximizar a sua oferta de MDD, ao estendê-la também aos produtos de higiene feminina. Assinale-se ainda o facto de as sete maiores insígnias presentes em Portugal representarem 87% do mercado de higiene feminina, o que expressa de forma evidente a preferência dos portuguesas relativamente ao canal onde preferem adquirir este tipo de artigos. Com 55,3% de quota de mercado em valor, a Arbora & Ausonia (A&A) continua a liderar o mercado nacional de higiene feminina, a longa distância dos seus dois maiores concorrentes, a Johnson & Johnson (J&J) e as MDD, que partilham entre si uma quota combinada de 39,3% em valor, ainda assim a uma longa distância do peso relativo que as marcas da A&A apresentam, de elevada notoriedade e confiança junto dos consumidoras. No que à evolução em valor das principais marcas diz respeito, saiba ainda também que a A&A encontra-se a perder 6% quando comparado com o primeiro semestre de 2008, enquanto a J&J e as MDD crescem, respectivamente, 11,3% e 7,1%. Todavia, e em função da relativa saturação que as MDD começam a evidenciar em alguns sectores da distribuição moderna, em conjunto com a ligeira recuperação económica que já se começa a sentir nos hábitos de consumo dos portugueses, é expectável que este cenário possa sofrer algumas alterações num futuro próximo, com os portugueses a voltarem a optar pela incorporação de mais marcas de fabricante nos seus hábitos de higiene. Como já fizeram num passado recente, mas isso só a evolução da conjuntura económica e da própria indústria poderão confirmar, não sendo de esperar que as insígnias abdiquem de promover e potenciar os seus produtos, com promoções agressivas e fortes campanhas promocionais que têm marcado o ano de 2009.
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Texto Abel Martins Fotos Luís Pais
Grande Consumo - O Verão de 2009 foi “quente” para toda a fileira do leite. É correcto pensarmos que foi a controvérsia com Renoldy que despoletou toda a polémica com a distribuição moderna, ou trata-se de uma questão que vinha em crescente surdina entre as partes envolvidas? FERNANDO CARDOSO - Estaria mais inclinado para apontar a controvérsia gerada em torno da Renoldy como o pico de um relacionamento difícil que a fileira do leite tem registado ao longo dos últimos anos com a Distribuição. Nos últimos meses, este clima agravou-se devido às práticas da Distribuição, que incluíram a importação selvagem de leite da Polónia, da Alemanha e da França, sendo que, actualmente, um em cada três litros de leite comercializados em Portugal é de origem estrangeira. O caso da Renoldy veio mostrar as verdadeiras intenções da Distribuição, na medida em que evidencia os perigos da ligação exclusiva de um operador industrial a um operador da Distribuição, pois fica totalmente dependente das vontades e caprichos do seu único cliente. Por inerência, os produtores de leite envolvidos ficam também numa posição muito
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VISTA E R T N E
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FENALAC Fernando Cardoso, Secretário-Geral da FENALAC, aborda em entrevista uma das mais actuais discussões de todo o sector alimentar: a da fileira do leite. Da controvérsia em torno da Renoldy, às relações delicadas com a Distribuição Moderna, passando pela venda de leite a 0,39€/l em Portugal e pelas directrizes comunitárias que tutelam a produção leiteira a nível europeu, o porta-voz da Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite apresenta o ponto de vista da produção nacional relativamente ao tema que tem marcado a actualidade do sector.
“PORTUGAL CONSEGUIU CRIAR UMA
fileira económica
contra todas as expectativas” desprotegida, tanto mais que estamos a falar de uma actividade económica cujos investimentos são avultados e amortizáveis em vários anos e, simplesmente, não são passíveis de deslocalização ou de reconversão como acontece noutras áreas. Para os produtores de leite o seu pior pesadelo é não disporem de um operador para recolher o leite e essa chantagem foi, neste caso, habilmente utilizada pela Distribuição. GC - É correcto a APED afirmar que há monopólio do mercado por parte de operadores como a Lactogal? FC - É curioso que seja a Distribuição, sector altamente concentrado em Portugal e na UE, a utilizar esse argumento. Ainda assim, os números da Lactogal, em
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comparação com o mercado global, espelham bem o disparate da acusação: na recolha/compra de leite existem cerca de 100 operadores, onde se incluem as três accionistas da Lactogal (as quais actuam de forma independente), a Lactogal processa cerca de 50% da produção total do País, enquanto ao nível do mercado, detém uma posição muito forte no leite (cerca de 66%) onde é líder destacada, mas apresenta quotas abaixo dos 15% para o queijo e os iogurtes. Do mercado lácteo nacional total, a quota da Lactogal é pouco superior a 30%. Aliás, a posição da Distribuição é extremamente contraditória, pois apregoa que pretende operadores económicos bem dimensionados de forma a responder aos seus critérios de exigência, mas quando tal acontece queixa-se de “monopólio”.
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GC - Como é que é possível que produtores de outros países vendam a valores que permitem que o leite seja comercializado em Portugal a 0,39€? Porquê é que os produtores nacionais não conseguem competir com estes valores e o que é que precisavam para o conseguir? FC - Em primeiro lugar é necessário esclarecer que o preço do leite comercializado em Portugal a 0.39€/ litro não é representativo do mercado em geral. Este fenómeno resultou de uma acção do Grupo Sonae que, em meados deste ano, passou a importar leite da Alemanha comercializado com a sua marca a 0,39€/ litro. Obviamente que os restantes Grupos da distribuição, numa reacção em cadeia, imitaram este comportamento, resultando em elevadíssimos prejuízos para as empresas e produtores nacionais. Isto porque até hoje ninguém conseguiu explicar como é possível, mesmo com preços de leite à produção bastante mais baixos que os praticados em Portugal, estabelecer aquele patamar de preço, tendo em conta os custos de transporte, embalagem, controle, logística, etc. Obviamente que este preço resulta do facto de existirem excedentes brutais de leite no centro da Europa, sendo o mercado Português uma espécie de válvula de escape, estranhamente patrocinada por grupos de Distribuição de capitais portugueses. Não seria possível, nem sequer favorável, que a fileira láctea nacional tivesse por objectivo o patamar de preço de 0,39€, pois constituiria um sinal que abdicaria de critérios de qualidade e segurança alimentar elementares. GC – Que observação lhe merece os comentários do Ministro da Agricultura relativamente aos resultados das investigações levadas a cabo pela ASAE? FC - Em intervenções públicas o senhor ministro da Agricultura já referiu que a ASAE está a fazer uma investigação relativa ao leite importado e que não encontrou ilegalidades, no entanto não existe qualquer informação oficial e formal da ASAE acerca do tipo de iniciativas levadas a cabo, como sejam o número de inspecções efectuadas ou de amostras analisadas e quais os critérios e métodos utilizados. Enquanto tal não acontecer, permanecemos todos (fileira e consumidores) sem certezas absolutas e, por isso, com dúvidas acerca do respeito pelas regras de segurança alimentar. GC – Concorda com a ideia de que o Estado continua a ser conivente com algumas situações menos claras que se verificam neste sector? Urge uma intervenção dos órgãos de soberania no sentido de apurar situações menos claras e eventualmente penosas do ponto de vista concorrencial? FC - Sem dúvida, aliás outro compromisso ainda não concretizado pelo senhor ministro da Agricultura, prende-se com a promessa, ainda não cumprida, de uma investigação da Autoridade da Concorrência (AdC) acerca do cumprimento das normas de concor-
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“As cadeias internacionais, para o mesmo leite e a mesma marca, praticam fora de Portugal preços superiores em 10 cêntimos. O leite polaco é comercializado a 0,39€ em Portugal, mas é impossível comprar a este preço nos estabelecimentos polacos (mesmos naqueles detidos por capital português). Esta realidade ilustra bem a agenda oculta da Distribuição na definição do patamar de 0,39€”
rência por parte do leite importado e comercializado a 0,39€. É curioso que em mais nenhum país da UE se pratica este nível de preços no consumidor. As cadeias internacionais, para o mesmo leite e a mesma marca, praticam fora de Portugal preços superiores em 10 cêntimos. O leite polaco é comercializado a 0,39€ em Portugal, mas é impossível comprar a este preço nos estabelecimentos polacos (mesmos naqueles detidos por capital português). Esta realidade ilustra bem a agenda oculta da Distribuição na definição do patamar de 0,39€. Outra investigação mais vasta e genérica acerca do relacionamento da fileira com a Distribuição está em curso, pelo que aguardamos com ansiedade os seus resultados. Acima de tudo, esperamos que questões como a comercialização abaixo do preço de custo, as condições impostas às marcas comerciais em comparação com as marcas próprias, utilização de posição dominante e cumprimento de contratos sejam finalmente esclarecidas, assim como um conjunto de medidas sejam tomadas para melhorar a actual situação. A realidade no sector do leite é similar ao que acontece com outras fileiras (arroz, frutas e legumes, azeite, etc.), existindo, também aí, motivos de queixa relativamente ao comportamento da distribuição.
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GC - A que se deve a redução do consumo de produtos lácteos em Portugal? FC - A queda de consumo de produtos lácteos em Portugal acompanha o comportamento genérico do consumo da UE e resulta essencialmente da conjuntura económica difícil. Provavelmente mais significativo e prejudicial para o sector tem sido a alteração do comportamento de consumo, pois assiste-se a uma transferência entre produtos de marcas comerciais para marcas próprias e a dificuldades acrescidas para os produtos com maior valor acrescentado. Este movimento resulta em complicações no escoamento da produção nacional, pois a Distribuição insiste em discriminar a produção nacional e opta por outros países para fonte de abastecimento das suas marcas. Existindo stocks de leite nacional, não só o segmento do leite fica debilitado, também o do queijo e iogurte sofrem fortemente, dada a dependência da mesma matériaprima. GC - Porque que medidas pode passar o reforço da promoção do leite nacional e sua maior aproximação aos consumidores portugueses de modo a levá-los a optar por escolhas seguras? FC - A FENALAC tem estado atenta a essa necessidade, tendo criado e promovido um selo, o qual é colocado em todos os pacotes de leite oriundos das suas federadas, atestando a origem nacional do produto e o controle de qualidade em todas as fases de processamento. Assim, o consumidor pode efectuar a sua decisão de compra de uma forma informada e optar pela produção nacional. Estamos também a concluir uma campanha de promoção do consumo do leite, a qual teve uma duração de três anos e foi apoiada por fundos comunitários, ainda que neste caso não houvesse a possibilidade de fazer menção à origem do leite dado o enquadramento regulamentar. Mas provavelmente mais importante tem sido o papel das marcas comercias, as quais estão muito ligadas à própria origem nacional do leite e que têm sido potenciadas através de investimento nas áreas da comunicação e marketing. No entanto, esbarram frequentemente na intransigência da Distribuição, a qual coloca todas as dificuldades possíveis e imaginárias à sua sustentabilidade. Entretanto, ao nível da UE, existe um movimento no sentido de permitir a indicação na embalagem da proveniência do leite, para além da já existente informação acerca do local de processamento. GC - A intervenção, ou o início de discussão, da UE relativamente a esta temática peca por tardia? FC - A intervenção das instâncias comunitárias tem sido tardia e muito tímida. Há cerca de dois anos, com a subida estrondosa dos preços do leite, deu-se um deslumbramento pelo mercado liberal, tendo sido tomado um conjunto de decisões que se vieram a demonstrar precipitadas, tendo em conta a inversão do mercado entretanto registada. São exemplos a confirmação do
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“A intervenção das instâncias comunitárias tem sido tardia e muito tímida. Há cerca de dois anos, com a subida estrondosa dos preços do leite, deuse um deslumbramento pelo mercado liberal, tendo sido tomadas um conjunto de decisões que se vieram a demonstrar precipitadas tendo em conta a inversão do mercado entretanto registada. São exemplos a confirmação do fim das quotas em 2015, o seu incremento progressivo e o desmantelamento de um conjunto de instrumentos públicos de gestão do mercado”
fim das quotas em 2015, o seu incremento progressivo e o desmantelamento de um conjunto de instrumentos públicos de gestão do mercado. Presentemente, existe uma teimosia inexplicável da Comissária da Agricultura em repensar essas decisões tomadas no âmbito da recente avaliação de saúde da PAC, além de que, ao nível do Conselho de Ministros da Agricultura da UE, existe uma clara divisão entre o norte e o sul/este da Europa, sendo que este último bloco conta já com 16 países que reclamam uma actuação mais vigorosa por parte da UE, nomeadamente no apoio da produção de leite. Ainda assim, a ausência de resultados da muito aguardada reunião do Conselho de Ministros de 7 de Setembro veio demonstrar a dificuldade de vencer a inércia e tomar medidas imediatas. GC - A manutenção de um sistema de quotas leiteiras eficaz na UE, incluindo a sua não cessação em 2015, é parte vital para a sobrevivência de toda a fileira? FC - O fim das quotas tem sido sucessivamente adiado, sendo que, em 2003, foi decidido a sua extensão até 2015. Nos últimos tempos, não tem existido por parte da Comissão vontade política para alterar esta situação, embora nada o impeça, assim como, no futuro, esta posição poderá vir a ser reavaliada. As recentes decisões de aumentar as quotas nacionais, com vista à sua eliminação, têm criado um quadro de liberdade produtiva que agrava o aumento da oferta de leite e assim os desequilíbrios de mercado, situação que pode ainda piorar, pois nos próximos anos estão previstos
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mais aumentos de quotas. Num cenário sem quotas, não há dúvidas que o norte da Europa, com condições naturais e estruturais mais capazes, produzirá mais leite, ao contrário de países como Portugal, em que os próprios estudos da Comissão apontam uma queda de
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pelos menos 5% na produção. Estariam assim criadas as condições para que Portugal fosse um país meramente importador de produtos lácteos, razão pela qual fazemos votos para que a presente situação de mercado possa pelo menos contribuir para reavaliação da decisão política de não prolongar o sistema de quotas leiteiras na UE para além de 2015. Os decisores políticos terão que avaliar os efeitos de uma conjuntura semelhante à actual num cenário de inexistência de quota, os quais seriam com certeza muito mais nefastos.
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GC - Era importante para a economia nacional ter um sector do leite capaz de ombrear directamente com os seus parceiros europeus? Portugal continua a ser encarado como um país de produção menor no que à temática do leite diz respeito? FC - Portugal conseguiu criar uma fileira económica no leite contra todas as expectativas e contrariedades, pois não apresenta as melhores condições naturais para a produção de leite. Desde logo, não possui área agrícola de qualidade em abundância, está dependente da importação de matérias-primas para a alimentação animal, apresenta custos energéticos elevados e está numa posição geográfica periférica. Ainda assim, a um processo de reestruturação assente no cooperativismo e na capacidade de organização, foi possível ultrapassar as dificuldades e constituir uma fileira forte desde a produção até ao mercado. Obviamente que este processo não eliminou algumas debilidades quase incontornáveis, na medida em que os custos de produção são mais elevados do que, por exemplo, no norte da Europa, onde à capacidade de organização se juntam as condições naturais ideais para a produção de leite. Por essa razão, é normal que os preços de leite à
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“Portugal conseguiu criar uma fileira económica no leite contra todas as expectativas e contrariedades, pois não apresenta as melhores condições naturais para a produção de leite. Desde logo não possui área agrícola de qualidade em abundân-
cia, está dependente da importação de matériasprimas para a alimentação animal, apresenta custos energéticos elevados e está numa posição geográfica periférica. Ainda assim, graças um processo de reestruturação assente no cooperativismo e na capacidade de organização, foi possível ultrapassar as dificuldades e constituir uma fileira forte desde a produção até ao mercado”
produção em Portugal sejam mais elevados do que a média da UE. Deve existir um esforço de equiparação à realidade comunitária, pelo prisma da capacidade de organização e aperfeiçoamento técnico, sendo certo que há factores que não são controláveis pelo sector. GC - Como se explica a lentidão da adjudicação dos apoios associados ao PRODER? FC - Explica-se pela incapacidade da máquina administrativa em colocar no terreno os apoios do PRODER. Lembro que estamos no terceiro ano de aplicação do Programa e até Junho os dados oficiais indicavam que não existia um único projecto financiado na área do leite. Como razões para tal podemos citar o desmembramento do IFADAP enquanto organismo de avaliação das candidaturas e a sua junção ao INGA, decisão que ainda hoje impede a eficaz apreciação dos projectos. Por outro lado, toda a concepção do PRODER potencia atrasos, desde a complexidade burocrática dos formulários de candidatura, as exigências em matéria de documentação e o esquema de “avisos” que restringe a períodos muitos curtos os processos de candidatura. Também a reestruturação do Ministério da Agricultura teve por objectivo apenas o emagrecimento do quadro de pessoal, sem ter em conta a operacionalidade dos serviços e a motivação dos recursos humanos. O resultado está à vista: o Ministério é incapaz de praticar tempos de resposta minimamente razoáveis. GC - Um país que não consome o que produz pode ser viável a curto prazo? FC - Curiosamente, uma das fraquezas apontadas à economia nacional é a crescente dependência da importação de alimentos, pelo facto de produzirmos cada vez menos. Ora no leite passa-se algo ainda mais extraordinário, pois dispomos de matéria-prima suficiente para o nosso consumo interno, mas por razões comercias e interesses da Distribuição importamos cada vez mais leite. Neste momento de crise económica, assistimos em todos os países da UE, mesmo os mais ricos, à defesa dos seus sectores produtivos, de forma a salvaguardar o emprego, enquanto em Portugal estamos mais preocupados com pequenas guerrilhas e interesses instalados. Obviamente que o interesse nacional e do consumidor sairá prejudicado a médio e longo prazo se continuarmos a insistir em destruir o aparelho de produção nacional.
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PUBLIREPORTAGEM
Novo Lote Nicola Bocage
Torra Intensa Num percurso de consistência que se traduz em inovação permanente, a marca Nicola tem apostado e investido fortemente na diferenciação, quer dos seus produtos e serviços, quer da sua imagem. A Nicola apresenta-se como uma marca dinâmica e atractiva, especialista em café, de prestígio e com largos anos de experiência orientados para o paladar e gosto dos portugueses, proporcionando o equilíbrio perfeito entre o aroma, creme, corpo e sabor.
Desde 1950 que a Nicola trabalha com as torras mais leves do mercado, procurando desenvolver produtos inovadores, mantendo sempre o ênfase na qualidade e sabor, conjugando a tradição com uma modernidade própria.
Após alguns estudos internos para avaliação do mercado, a Nicola detectou uma tendência de uma faixa de consumidores que aprecia um perfil de bebida mais torrado. É desta lacuna no mercado que nasce um novo lote, o lote Nicola Bocage Torra Intensa, com origem no prestigiado Lote Bocage.
Este Novo Lote Bocage Torra Intensa oferece uma selecção criteriosa dos melhores Robustas africanos com um toque de Arábicas da América Central e do Sul. Um lote que passa por um processo de torra exclusivo que lhe confere um carácter mais forte e um sabor mais intenso, resultando num café que proporciona ao consumidor o que de melhor o café nos pode dar… Um blend com torra intensa, que além de muito aromático é especialmente encorpado, forte, com creme persistente e com o sabor ainda mais vincado. Um café forte, que vai de encontro ao paladar dos portugueses, simplesmente inconfundível.
Com uma presença forte no mercado, e uma imagem cada vez mais atractiva, a marca Nicola inspira a confiança dos clientes e consumidores.
Descubra o Novo Lote Bocage Torra Intensa.
Vai ver que a Nicola lhe preparou mais um
“Encontro Perfeito”.
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PRIMARK A chegada do fenómeno irlandês a Portugal suscitou uma enorme curiosidade, em muito pela promessa de preços baixos, aspecto que o tempo encarregou-se de comprovar não ser somente uma intenção. Meses volvidos após chegada da “Penneys” como é conheciTexto Bruno Farias Fotos Luís Pais
da no Reino Unido, a Primark prepara-se para abrir uma segunda loja, iniciando-se assim o plano de expansão nacional. Parte integrante de uma ambição bem maior: ser uma marca pan-europeia.
marca “Queremos ser uma
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pan-europeia”
Recém-chegada ao mercado nacional, colhido para acolher a loja de teste para a operação ibéa Primark apresenta-se como um das rica, investimento que constituiu “um grande sucesso, cadeias têxteis mais importantes da Ircom uma grande adesão dos consumidores locais a landa e Inglaterra, onde disponibiliza um uma novidade, que apresentava uma área de venda total combinado de 180 lojas abertas ao público. Com muito grande e uma oferta para toda a família, com o 40 anos de experiência, a Penneys, como é conhecida melhor preço do mercado, com artigos de moda e de no seu mercado de origem, o irlandês, decidiu recentereconhecida qualidade”, prossegue o responsável pela mente avançar com um plano de expansão que levasoperação ibérica da Primark. se o prestígio da marca para além das fronteiras dos A primeira de muitas lojas em Espanha, uma vez que, mercados anglo-saxónicos. “Há três anos a companhia decidiu apostar num ANO POSITIVO plano de expansão além ilhas e, na altura, o merDe acordo com dados disponíveis até ao momento, a Primark apresentou no segundo trimestre deste ano um cado espanhol surgia aumento de 21% nas suas vendas, elevando para 20% o aumento registado no exercício a decorrer. Crescicomo tendo um perfil inmento que se deve ao aumento do espaço de venda no retalho, assim como uma excelente performance em dicado para o tipo de vendas de base comparável. No seu conjunto, os números demonstram que a Primark continua a resistir às lojas que se queria imdifíceis condições de comércio no retalho no Reino Unido. plementar” recorda Jose Recorde-se que, em 2008, a marca apresentou resultados operacionais de 288 milhões/€, o que evidencia Luis Martinez de Larraum aumento de 17% face ao ano de 2007 em que obteve resultados operacionais de 247 milhões/€. As mendi, Director-Geral da vendas totais apuradas em 2008 alcançaram os 2.396 milhões/€, o que traduz um aumento de 21% face Primark para o mercado ao exercício de 2007 onde atingiu uma facturação de 1.981 milhões/€. ibérico. 2008 foi igualmente o ano em que a Primark registou uma grande expansão em destinos como InglaterMadrid foi o destino esra, Espanha e Portugal, apresentando um parque de 188 lojas e uma superfície comercial de 525 mil m2 (+13%).
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em aproximadamente três anos, a Primark logrou inaugurar 13 lojas neste mercado, prosseguindo uma interessante campanha de expansão, com uma nova loja a ser inaugurada ainda neste mês de Setembro em Algeciras, na região Sul do país. “Estes níveis de sucesso fizeram com que olhássemos com interesse para a abertura de uma loja em Portugal. A novidade trazida por este conceito fez-nos acreditar que havia espaço para a sua entrada no mercado”, acrescenta. A escolha incidiu na zona da Grande Lisboa, devido à sua elevada densidade populacional, tendo a opção recaído no Dolce Vita Tejo pelo facto de, então, se encontrar em construção, ser uma unidade comercial nova e que iria permitir usufruir de uma área de venda generosa, à semelhança do que foi feito aquando da operação espanhola. Os 3.500m2 de área de venda permitiram à marca arrancar com uma loja representativa daquilo que é o projecto noutros países.
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Jose Luiz Martinez Larramendi, Director-Geral da Primark para o mercado ibérico, revela ainda a intenção de abrir uma segunda loja no espaço nacional, até final da estação Outono/Inverno e na região do Grande Porto, encontrando-se dependente esta confirmação da existência de espaços com o perfil desejado
OFERTA Dirigido a um público jovem (com menos de 35 anos), preocupado com as tendências e com uma atitude dinâmica, é numa variada oferta e numa excelente relação qualidade-preço que assentam as razões de sucesso do fenómeno Primark, que disponibiliza uma gama completa de artigos têxteis (senhora, criança, homem, lingerie), acessórios, calçado e têxtil lar com diferentes marcas próprias: “Atmosphere” (mulher), “Secret Possessions” (lingerie), “Primark Essentials” (mulher, homem ou criança), “Early days” (bebés), “Rebel” (rapaz) o “Young Dimension” (rapariga). “Somos uma companhia que procura a novidade em todo o Mundo, da melhor qualidade e ao melhor preço. Isto consegue-se através de uma equipa de compras (em Dublin e Londres) muito profissional, que compra directamente aos fornecedores, sem recorrer a intermediários, o que faz com que haja a garantia de melhor preço em todas as vertentes do nosso negócio”, valida Jose Luiz Martinez. Preços que se conseguem através da prática de margens muito reduzidas, obtidas em função da compra de grandes volumes de mercadoria, sempre nos tamanhos do tipo de clientes mais habituais, e cuja escala permite ser competitivo a nível do preço. “Ao abrir uma loja não existem campanhas de publicidade ou épocas de saldos para potenciar vendas. O que há é a transmissão boca a boca da qualidade dos nossos artigos e da competitividade dos nossos preços. Somos uma estrutura muito linear, com os menores custos estruturais possíveis de modo a que se possa ter este nível de preços, sem menosprezar a qualidade e a relação qualidade-preço, que é, sem dúvida, a melhor do mercado. Dito por nós e pelos clientes”, assegura Jose Luiz Martinez de Larramendi. Competitividade trazida pelo preço que veio criar uma excepção no mercado, com a chegada da Primark a demonstrar que é possível disponibilizar variedade e qualidade a baixo preço, sobretudo numa altura que algumas das maiores marcas do mercado apresentam uma tendencial subida do preço médio praticado e as insígnias de retalho alargaram a sua oferta têxtil, quer para o lar quer para consumo individual, muitas vezes merecedoras de campanhas em folheto. Concorrência que não assusta o responsável da Primark que elogia a qualidade da concorrência local, considerando “haver espaço para todos”, num mercado “muito profissional” e com lojas e operadores “muito bons. Estamos focados neste modelo de negócio, neste nicho de mercado, de pessoas jovens atentas à qualidade mas que
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Dirigido a um público jovem e preocupado com as tendências, é numa oferta variada e numa excelente relação qualidade-preço que assentam as razões de sucesso do fenómeno Primark, que disponibiliza uma gama completa de artigos têxteis, acessórios, calçado e têxtil lar com diferentes marcas próprias, cuja oferta se estende desde os básicos aos artigos para o lar e complementos de moda
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não menosprezam o preço, e creio que existe espaço para todos os operadores”, aponta. Mas o reconhecimento dos consumidores nacionais é algo que merece destaque no discurso do DirectorGeral da Primark para a Pensínsula Ibérica, que faz um balanço extremamente positivo do arranque da operação nacional, “muito acima das expectativas e que
MODELO DE NEGÓCIO O objectivo principal da Primark é oferecer ao consumidor produtos de moda de alta qualidade e a preços baixos. Assim, o seu modelo de negócio tem por base um conjunto de procedimentos que contribuem para o desempenho, crescimento e êxito da empresa. Recorde-se: - A Primark desenha os seus próprios artigos e trata directamente com os fornecedores do Mundo, numa procura constante de qualidade e melhor preço, evitando a existência de intermediários que encareçam o preço final do produto; - A Primark opera com margens de lucro muito reduzidas nos artigos, graças aos grandes volumes que manuseia, oferecendo os preços mais competitivos do mercado; - A Primark é muito exigente com os seus fornecedores no que respeita à qualidade dos seus artigos, vigiando permanentemente os requisitos exigidos para cada um deles; - A Primark dispõe de uma alta rotação de produtos em loja com mudanças contínuas de modelos e colecções, o que possibilita um alto índice de repetição de compra ao consumidor, sempre interessado em encontrar artigos novos; - A Primark, consciente da importância e variação do mercado, adapta os seus artigos aos gostos do consumidor mediante um acompanhamento permanente das tendências da moda; - A Primark, dentro da sua política de Responsabilidade Social Corporativa, está inscrita na Iniciativa para o Comércio Ético (ICE), uma aliança que agrupa empresas, sindicatos e ONG’s para promover o respeito aos direitos dos trabalhadores mais desfavorecidos em fábricas e explorações agrícolas de todo o mundo. Através do ICE, a Primark compromete-se a controlar a aplicação da norma internacional nesta matéria e fazer que melhorem paulatinamente as condições de trabalho nas fábricas onde se produzem os produtos.
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nos deixa extremamente satisfeitos”. Sem adiantar números a atingir devido à prematuridade do conceito em Portugal, Jose Luiz Martinez revela ainda a intenção de abrir uma segunda loja no espaço nacional, até final da estação Outono/Inverno, em local ainda a designar, mas que terá lugar na região do Grande Porto, encontrando-se dependente esta confirmação da disponibilidade de investimentos imobiliários com capacidade para acolher uma loja com estas características, mas cuja experiência positiva e conhecimento adquirido na unidade do Dolce Vita Tejo deverá encaminhar a segunda loja Primark em Portugal também para uma grande superfície comercial, não apostando, para já, a marca em lojas de rua. “A concretização da loja do Porto insere-se num importante plano de expansão no futuro, que passará por Lisboa, Porto e por outras importantes cidades portuguesas, sem, no entanto, encontrar-se já definido o ritmo de aberturas, assim como a sua localização, muito dependente das oportunidades de investimento imobiliário que possam ocorrer”, acrescenta. Sempre com um formato de loja de 3.500m2. Esta é a prioridade para o mercado nacional, ainda que Jose Luiz Martinez não ponha de parte a possibilidade de investir em lojas de rua, recordando o exemplo do Reino Unido, onde 50% do parque de lojas disponível tem por base esta tipologia de loja. INTERNACIONALIZAÇÃO 2009 tem-se revelado um ano particularmente feliz para a Primark que, além da entrada em Portugal, registou ainda a inauguração da primeira loja na Holanda (Roterdão), assim como a primeira no mercado germânico. “Estas inaugurações são a prova da aposta da Primark em ser uma marca pan-europeia, presente em diversos países, em todos eles com significativo êxito e isso é o que nos tem motivado para prosseguir na nossa evolução no sentido sermos uma marca paneuropeia”, assinala. É na satisfação da necessidade de diferentes tipos de consumo (desde os básicos aos artigos para o lar e os complementos de moda), numa oferta vasta e numa relação qualidade-preço extremamente competitiva que a Primark baseia a força da sua oferta, encontrando em Portugal uma “franca janela de oportunidade, procurando a marca disponibilizar os melhores preços em todos os segmentos, apresentando-se Portugal como um mercado onde pensamos vir a ter sucesso e para o qual temos equacionado um grande plano de expansão para o futuro”, conclui.
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Ao todo são já 22 lojas em funcionamento ao fim de quase três anos de presença no mercado interno daquele que é o maior retalhista especializado em videojogos da Europa e que, em Março de 2006, decidiu iniciar actividade em Portugal, que passou a integrar uma rede mundial composta por um parque de mais de 1.300 lojas em mercados com perfis e níveis de consumo tão distintos como Reino Unido, Suécia, Dinamarca, França, Espanha, República Checa ou Austrália. Uma decisão que surgiu no seguimento natural da expansão do Grupo a nível ibérico, isto após a entrada anos antes no mercado espanhol, um dos mais significativos em termos de consumo de videojogos a nível europeu e que despertou natural interesse por parte desta cadeia especializada. “Para se ter uma noção mais exacta dessa evo-
lução, aquando da minha entrada na empresa, em Fevereiro de 2006, tínhamos 124 lojas próprias e cerca 20 lojas franchisadas. Actualmente, na Península Ibérica, são 270 espaços em funcionamento, pelo que praticamente duplicou-se o espaço em menos de quatro anos”, recorda Elio Vargem. O facto de não haver nenhum operador especializado na comercialização de videojogos no mercado nacional fez com que a Game optasse por uma entrada directa, o que constituiu uma alteração relativamente aquele que é o seu modelo de negócio habitual e que passa pela aquisição de pequenas cadeias locais, já implementadas, com conhecimento adquirido do mercado e com um nicho de clientes mais ou menos fidelizados. É em Março de 2006 que tem lugar a primeira
Presente em Portugal desde Março de 2006, a Game apresenta-se como a primeira cadeia especialista em videojogos a entrar no mercado nacional, onde já possui um parque de 22 lojas em funcionamento. Perseguindo o objectivo de ser líder no sector, comum a todos os países onde se faz representar, a Game Portugal conta com a experiência acumulada noutros mercados europeus para se assumir como o espaço privilegiado para a comercialização de videojogos em Portugal. Elio Vargem, Country Manager da Game Portugal, traça o perfil desta cadeia especializada.
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abertura em solo nacional, no Rio Sul Shopping, no Seixal, e até Novembro de 2006 foram abertas mais 11 lojas, número que conheceu natural desenvolvimento ao longo dos últimos três anos e que se fixa, actualmente, nas 22 unidades em funcionamento. “O plano de expansão começou a abrandar muito por falta de espaços atractivos. A nossa intenção era estar presente em centros comerciais de última geração, uma vez que o grande objectivo passava por uma procura de notoriedade, conquistar novos consumidores, desmistificar os videojogos, criar e desenvolver hábitos de consumo e apresentar novas tendências”, acrescenta o Country Manager da Game Portugal. Apesar do forte crescimento que a companhia tem registado no mercado interno, Elio Vargem considera que a evolução para lojas de rua será um desafio “para uma segunda fase”, uma vez que a aposta imediata passa por estar presente
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em superfícies comerciais de referência, ainda que a meta original de 30 lojas em 3 anos não vá ser viável, devido à escassez de espaços comerciais adequados. “Sabemos que este é um negócio de proximidade, mas primeiro há que criar visibilidade, o mercado tem que saber que a Game é a cadeia número um em videojogos na Europa e que quer estar cada vez mais próxima do consumidor, de modo a transmitir-lhe todas as vantagens em ser seu cliente”. MERCADO Em causa está um dos mais emocionais mercados de grande consumo, capaz de agradar a miúdos e graúdos devido à grande intensidade de emoções que suscita, pelo menos para aqueles que encontram razão de ser nos fantásticos universos trazi-
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Texto Abel Martins
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o especialista em videojogos
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dos pelo mundo dos videojogos. Objecto de uma disputa francamente concorrencial por parte de outras insígnias presentes no mercado, Elio Vargem não encara a dispersão na comercialização de videojogos como um sinal negativo, encarando a concorrência como “parceiros”, argumento que justifica com o facto de, em todos os países onde entraram especialistas, os mercados crescerem e não somente no caso dos videojogos. “Nós Elio Vargem, Country Manager da Game Portugal
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também precisamos da distribuição moderna para ramificar ainda mais o mercado nacional, que será cada vez mais interessante quando maior for o seu nível de vendas, pelo que a oferta existente é complementar. Há alguns anos atrás, sempre que se verificava o lançamento de um grande título este era necessariamente OPERAÇÃO EM CRESCIMENTO importado de Inglaterra, Espanha ou comprado na O ano de 2008 encerrou um exercício muito positivo para o Grupo Internet. Desde que a Game Game PLC, ao apurar uma facturação acima dos 1.900 milhões de lientrou em Portugal nunca bras, não fugindo Portugal a esta boa performance, registando a opefalhámos nenhuma data de ração nacional crescimentos “like for like” na ordem dos 11,5% e um lançamento internacional. crescimento absoluto na casa dos 20%. Nos últimos quatro anos, Números que apontaram Portugal como uma das filiais com melhor perconseguimos fazer com que formance qualitativa, ainda que 2008 tenha sido um ano recorde para no dia de lançamento de alo grupo.” A operação em Portugal é uma das que está a ser vista com guns principais títulos tivésmaior cuidado, pois é encarada como um diamante em bruto e há vários semos mais de 150 pessoas aspectos que o confirmam: somos um dos países da Europa com menor à porta das nossas lojas, à taxa de compra de software por habitante, menor número de consolas meia-noite, para adquirir por milhão de habitante, isto além de o facto de os portugueses serem o jogo em primeira mão. bastantes entusiastas de novas tecnologias, não se manifestando o facO nosso contributo para o tor rendimento como um obstáculo à aquisição de novos equipamenmercado é fazer com que tos”, aponta Elio Vargem, Country Manager da Game Portugal. o consumidor tenha o jogo Razões que levam a que o mercado português possa vir a reforçar a sua que quer e quando o quiposição a nível europeu a curto prazo, uma expectativa partilhada pelos ser, sem qualquer falha de restantes operadores do mercado que têm vido a alterar a disposição dos stock”, assume o responvideojogos nas suas lojas, dedicando-lhe, na maior parte dos casos, uma sável da Game Portugal. A área de venda mais alargada, assim como disponibilizam novos serviços diversidade de plataformas que visam fomentar o consumo e aumentar a rotatividade e experimenactualmente existentes no tação de novos títulos.
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mercado tem conduzido à renovação dos hábitos de consumo, manifestando-se a conquista de novos públicos como a grande tendência para os próximos três anos. Entre os quais o público feminino, que vê agora disponibilizado algumas plataformas mais adequadas para um primeiro contacto com o mundo dos videojogos através de um interface simplificado e de jogos de cariz mais lúdico e imediato, que convidam ao convívio em família e entre amigos. Afinal, hoje em dia mais do que vender jogos, vendem-se experiências, com recurso às mais recentes tecnologias de informação, como o acesso à Internet, ou recursos gráficos e sonoros de última geração que transportam o acto de jogar para uma experiência superior. Assinale-se que o mercado português de videojogos está estimado em cerca de 300 milhões/€ ano. SERVIÇO Com um crescimento “like for like” de 11,5% no último exercício (ver caixa), a Game Portugal tem vindo a conquistar o seu espaço no mercado nacional, muito por força da combinação de quatro elementos-chave: atendimento, cartão de sócio, venda de semi-novos e sortido disponível. Para Elio Vargem, parte do sucesso da Game Portugal assenta na sua equipa de colaboradores, “que conseguem transmitir ao cliente a sua paixão pelos videojogos, aconselhando, frequentemente, com o seu gosto pessoal, mas, acima de tudo, com o tipo de título mais adequado ao seu perfil ou à sua solicitação. Para os nossos colaboradores os videojogos não são um trabalho, é paixão, alegria, cor e movimento e é isso que queremos transmitir aos nossos clientes”, assinala. Qualidade de serviço que se estende a outras vantagens directas para o consumidor, como o cartão de cliente que permite a acumulação de pontos na compra de equipamentos, títulos e acessórios, que mais tarde podem ser convertidos em descontos monetários, promovendo “a relação directa entre o consumidor e a marca, assim como o acesso privilegiado a novos lançamentos ou a edições especiais de determinados títulos”, ou a vasta oferta de jogos semi-novos, uma ferramenta de marketing com bastante interesse para o consumidor, ao disponibilizar títulos recentes a um preço inferior e com a garantia da loja. Ao todo são cerca de trinta mil as referências disponibilizadas por este operador, distribuídas pelas várias plataformas existentes no mercado e que fazem as delícias de todos os jogadores. “Existe da parte desta equipa vontade de fazer ainda muito mais pelo cliente. Temos esse compromisso de servir bem e temos consciência de que existe ainda muito trabalho para fazer, até porque a base de consumo actual não deixa de ser baixa face a outros mercados europeus. Queremos ser parte activa na mudança do panorama dos videojogos em Portugal”, concluiu Elio Vargem.
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ELECTRÓNICA DE CONSUMO Tradicionalmente bastante focada na comercialização de monitores e displays, a ViewSonic apresenta no último trimestre de 2009 uma importante alteração ao seu “corebusiness”, ao reforçar a oferta disponível em termos de electrónica de consumo, traduzida numa panóplia de produtos que prometem surpreender o mercado. Paulo Baptista, Regional Sales Manager da ViewSonic, aborda as razões da mudança desta mítica marca de electrónica de consumo.
ViewSonic
aposta na tecnologia
de grande consumo Texto Duarte Cunha Fotos Luís Pais
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Com uma facturação global de 1,8 biliões de dólares em 2008 e presente em 124 países, a multinacional californiana criada em 1982 por James Chu foi, desde sempre, uma referência no que à comercialização de displays diz respeito, negócio que em 2009 se ressentiu fortemente do menor fulgor do mercado internacional e que levou a que ViewSonic abordasse novas áreas de negócio como são exemplo os equipamentos de grande consumo. Monitores 3D, netbooks, media players (com e sem monitor), mini pc’s, all in one pc e all in one pc touch screen (de modo a responder às solicitações crescentes de falta de espaço, em casa ou no escritório), tv pc, tv portátil (3,7 polegadas e adaptado para TDT) projectores 3D e short throw (a 90cm de uma superfície lisa reproduz 1m de ecrã) são algumas das apostas que a ViewSonic vai apresentar ao mercado a curto prazo.
A MARCA DOS PAPAGAIOS Número um em “brand awareness” e líder na venda de monitores nos EUA, a ViewSonic apresenta uma forte implementação local, capital de confiança que não se exprime na mesma intensidade na Europa, à excepção da Grécia, onde possui 13% de quota do mercado global e goza de uma notoriedade única no espaço europeu, trazida numa facturação de 7 milhões/€ por trimestre. Ásia e Índia replicam os resultados positivos da marca dos papagaios fora de portas, ainda que seja indiscutivelmente no seu mercado de origem, e num segmento de negócio específico (venda de displays), que a empresa de James Chu goza de maior protagonismo. Uma situação a corrigir já em 2010, altura em que a ViewSonic entra em definitivo no mercado de grande consumo.
Uma significativa alteração no posicionamento deste operador que até há sensivelmente três anos sempre disponibilizou monitores de gama média alta e de alto desempenho e que agora, por estratégia da empresa, viu ser aberto “o leque de produtos em termos de entrada de gama, ao disponibilizar quatro gamas distintas de monitores: VA, VG, VX e VP, com perfis de utilização distintos e adequados a todas as necessidades do mercado” explica Paulo Baptista, responsável pela
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61 ViewSonic no sul da Europa. Ainda que a grande aposta até final do ano sejam os equipamentos de grande consumo e que, procuram complementar as vendas de monitores, e que, independentemente dos novos lançamentos, irá continuar sempre a ser o “core-business” deste operador. Até porque a imensa maioria destas propostas têm por base um display, área de negócio onde a ViewSonic é um especialista credenciado, pelo que todas estas soluções surgem como naturais num operador que, provavelmente, terá retardado até onde
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O responsável pela ViewSonic na Europa, Paulo Baptista, traça como meta a atingir a conquista de 3% a 4% de quota de mercado até 2012 nos diversos mercados onde a marca se faz representar
especializado e dos negócios USMB, “ao proporcionar mais por menos, com base em produtos de dimensão reduzida, mas que oferecem todas as potencialidades, qualidade e desempenho de outros de maior preço e dimensão física”, acrescenta Paulo Baptista. Numa altura em que a empresa se encontra a delinear estratégias de modo a optimizar os tempos de introdução dos diferentes produtos no mercado, o responsável da ViewSonic antecipa que o “objectivo passa por ter 3% a 4% de quota de mercado, até 2012, nos 18 países da Europa onde a marca se faz representar”. Uma meta ambiciosa, sobretudo quando a empresa parte de uma base de consumidores bastante baixa, fruto de uma forte implementação numa única área de negócio, preparando-se a ViewSonic para conquistar o seu espaço num mercado mais vasto, mas ainda mais concorrencial e intenso, como é o universo da electrónica de consumo. Argumentos que não são estranhos para o responsável da marca, que aponta como vantagens competitivas “a correcta segmentação mediante o ponto de venda e a diferenciação dos produtos”, apresentados ao mercado ainda antes do grande pico de vendas, como continua a ser historicamente a época do Natal. Preço, qualidade e diversidade são alguns dos argumentos apresentados pela marca californiana que se faz representar em Portugal em cadeias como Auchan, Office Centre, Sonae e El Corte Inglés, estando para breve a presença nos lineares da Fnac. “Creio que 2010 será o ano da ViewSonic. Acreditamos que o próximo exercício marque o grande salto da companhia, com foco na qualidade e diversidade da oferta, na rapidez e eficácia do serviço e da assistência técnica”, assume Paulo Baptista.
pôde a diversificação da sua oferta, mantendo-se fiel àquilo com que sempre se propôs servir o mercado: a melhor experiência visual para quem exigia o máximo de consistência e fiabilidade em tudo o que fosse alvo de tratamento gráfico. Aspectos que se mantêm actuais nas mais recentes propostas da ViewSonic e que, em função pretendido, abrem portas à entrada em novos segmentos de mercado e canais de comercialização, casos do retalho
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www.comprafacil.pt O sistema Compra Fácil é o mais recente serviço da Hi-media Portugal. Trata-se de uma plataforma de pagamentos que se pauta pela versatilidade de aplicação, potenciando o serviço de micro e pequenas empresas. Ao não ter custos fixos de utilização e ao permitir
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de forma imediata gerar uma referência para pagamento no multibanco, o Compra Fácil tem vindo a conquistar novos utilizadores. Benedita Simas, Directora Geral da Hi- media Portugal, explica-nos as vantagens do conceito.
O Compra Fácil é um serviço inovador que permite a qualquer pessoa ou entidade aderente utilizar esta plataforma de geração de referências para cobrança de bens e serviços aos seus clientes, seja por intermédio de netbanking, de cartão de débito (através da rede Multibanco) ou de dinheiro (através da rede payshop), mas sempre de forma simples, rápida e segura. Trata-se de um serviço que tem por base um conceito bastante simples, importado de França, e que desde finais de 2006 encontra-se a ser promovido e desenvolvido pela Hi-media Portugal, empresa reconhecida pelos seus créditos na área da rentabilização de sites e do investimento publicitário on-line. “Democratizar, generalizar e simplificar a oportunidade de qualquer
Para todo o tipo de montantes e sem transacções mínimas e máximas
com tempo de resposta imediato e que se processa de forma muito simples: quando um determinado utilizador pretende obter uma referência em tempo real para fornecer ao seus clientes comunica o valor a pagar à plataforma através do acesso ao Back Office, seja por sms ou web service, que, imediatamente, devolve uma Entidade/Referência/Valor a pagar. O cliente, por sua vez, dirige-se a uma caixa multibanco, agente payshop (para pagamentos em numerário) ou entra no seu serviço de netbanking (atenção só pagamentos com cartão de débito) e efectua o pagamento. Feita a transacção, o sistema, em tempo real, regista o pagamento efectuado no Back Office (com acesso em qualquer hora e lugar do Mundo por parte do utilizador), que simultaneamente envia um e-mail de confirmação in-
Pagamento comerciante poder fazer-se pagar através de referências multibanco sem ter que fazer todo o processo de adesão à rede SIBS. É um conceito que se explica em 30 segundos devido à sua simplicidade. Destinado ao comércio, está a adaptar-se muito bem às vendas na Internet devido à resistência em usar cartão de crédito em compras on-line”, aponta Benedita Simas, Directora Geral da Hi-media Portugal. Para todo o tipo de montantes e sem transacções mínimas e máximas definidas, este gateway de pagamentos por multibanco e payshop tem vindo a alargar a carteira de clientes devido à sua capacidade de adaptação a todo o tipo de negócios, encontrando-se entre os aderentes a este serviço negócios tão distintos como apostas (Bet Click), vendas de artigos de bijutaria ou de actividades radicais (Odisseias), serviços de certificação energética, inserção de classificados em jornais, ou compra de cápsulas de café on-line (Delta Cafés). Muitas e diversas possibilidades de negócio,
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definidas, este gateway de pagamentos por multibanco e payshop tem vindo a alargar a carteira de clientes devido à sua capacidade de adaptação a todo o tipo de negócios, encontrando-se entre os aderentes a este serviço negócios tão distintos como apostas, vendas de artigos de bijutaria, inserção de classificados em jornais ou compra de cápsulas de café
formando que o pagamento foi efectuado. Ao final de cada semana é transferido para o utilizador do serviço o somatório do valor dos serviços ou produtos recebidos, deduzidos da respectiva comissão aplicada, que, para Benedita Simas, não é mais do que um valor “justo e aceitável para uma aplicação desta natureza”. Em suma, e enquanto entidade prestadora do serviço, a Hi-media funciona como um intermediário entre as partes envolvidas, cobrando uma comissão por cada transacção efectuada e mensalmente reportada a todos os utilizadores do serviço através da emissão de uma factura. Pela sua versatilidade e pelo número crescente de utilizadores, o Compra Fácil apresenta-se como uma solução de interesse para todos aqueles que possuírem micro e pequenos negócios, ou simplesmente o seu volume de negócio não justifique uma adesão formal à rede SIBS (multibanco), sendo apenas cobrado a utilização do serviço, convertido no caso de uma mensalidade mediante o identificar de uma utilização
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simplificado em comprafacil.pt
intensiva e somente activado após um determinado número pré-definido de utilizações e num mesmo período de tempo. “Este serviço surge no seguimento de a Hi-media em França ter lançado o Hipay e adquirido o Allopass, dirigido aos micro pagamentos, como jogos ou consulta de conteúdos, e como ainda Portugal não tinha entrado na área dos plataformas de pagamento, ainda que com as necessárias adaptações locais decorrentes do uso do sistema multibanco, como se sabe distinto face a outros países da Europa, houve da parte de França um incentivo para disponibilizar este serviço também em Portugal”, acrescenta. Além do Compra Fácil, a Hi-media Portugal prepara-se para traduzir o site Allopass, “passando, assim, a poder disponibilizar também o pagamento por sms”. Uma
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interessante novidade que visa aproximar Portugal de outros países europeus no que aos micro-pagamentos e compras on-line diz respeito. Bastante fomentado pelo eficaz sistema “passa a palavra”, o Compra Fácil possui, actualmente, cerca de 695 utilizadores, confiando Benedita Simas que 2010 será um ano de crescimento para o serviço, antecipando como meta a atingir os 1.500 utilizadores. Rapidez de implementação, ausência de custos fixos de adesão, o facto de não necessitar de software específico e a facilidade de comunicação com a plataforma são algumas das mais-valias trazidas por este serviço de crescente adesão e dinamização em Portugal, como o comprova os 3 milhões/€ já transaccionados este ano, e até à data, por intermédio desta plataforma de pagamentos.
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MORGADIO DA TORRE 2008 A Sogrape Vinhos apresenta o Morgadio da Torre 2008, a nova colheita do vinho Alvarinho de qualidade superior da região dos Vinhos Verdes. Um aperitivo de excelência que acompanha muito bem pratos de peixe, saladas ricas, carnes brancas e alguns queijos, qualquer que seja a escolha, Morgadio da Torre 2008 é uma excelente escolha. Este vinho reflecte todo o carácter e potencial da casta Alvarinho, uma das castas portuguesas mais características e cada vez mais apreciada no mundo. Produzido na região dos Vinhos Verdes,
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OS H N I V
A Kopke, a mais antiga marca da Sogevinus Fine Wines, acaba de lançar novo Kopke Reserva Branco 2008. Um vinho de apurada qualidade que transmite na perfeição toda a autenticidade e exuberância da região do Douro. Produzido a partir de castas brancas tradicionais do Douro, provenientes de vinhas de elevada altitude, o Kopke Reserva Branco 2008 apresenta
BORGES RENOVA VINHOS DE QUINTA A Borges renovou a imagem dos seus Vinhos de Quinta. Quinta de Simaens, Quinta da Soalheira e Quinta de São Simão da Aguieira chegam agora ao mercado de forma rejuvenescida. A nova imagem dos Vinhos de Quinta da Borges distingue-se pela utilização de cores fortes – que transmitem os valores associados ao perfil de cada vinho – permitindo assim uma maior envolvência do consumidor com o vinho. A imagem minimalista (simples e refinada) permite a identificação de um estilo de vida e apresenta-se como um convite à descoberta de novas sensações. Cada Vinho reflecte a unicidade das Quintas da Sociedade dos Vinhos Borges (SVB) e isso
QUINTA DO CASAL BRANCO TOURIGA NACIONAL 2007 O vinho Quinta do Casal Branco Touriga Nacional Regional Tejo 2007 é produzido a partir de uvas seleccionadas dessa única casta, ocorrendo a fermentação em lagares tradicionais, com pisa a pés. Tem posterior estágio de 4 meses em barricas de carvalho francês. Apresenta uma profunda e
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sub-região de Monção, Morgadio da Torre 2008 apresenta-se com um aroma fresco, onde sobressaem notas minerais de casca de laranja, citrinos e frutos secos. Na boca, tem um ataque vivo e uma acidez consistente, notando-se os frutos maduros, e apresenta um final longo e persistente. A qualidade superior deste vinho foi reconhecida, entre outros, com medalha de ouro na edição deste ano do prestigiado concurso International Wine Challenge (Reino Unido).
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KOPKE RESERVA BRANCO 2008
aromas minerais, combinados com um intenso sabor frutado, deixando sobressair algumas notas florais e nuances de tosta fina muito bem integradas. A boca é rica, quente e envolvente, denunciando as notas de fruta e mineralidade, evidenciando um harmonioso e persistente final. Para Francisco Gonçalves, enólogo da Sogevinus responsável pelos vinhos DOC Douro, “O Kopke Reserva Branco 2008 apresenta-se com um estilo próprio e inconfundível. Um vinho que surpreende pela complexidade e delicia pela frescura”, sustenta. O carácter Premium deste vinho não é compatível com grandes volumes, sendo que a sua produção não ultrapassa as 8.600 garrafas. O Kopke Reserva Vinho Branco encontra-se disponível nas melhores garrafeiras nacionais e no El Corte Inglês, com um PVP recomendado de 10,50€.
percebe-se de forma imediata nos rótulos. A Borges como marca–produto também foi reformulada. Na garrafa, a marca surge integrada num novo logótipo com mais leitura e mais força; simples, mas cosmopolita, resultado de uma maior proximidade com o consumidor e da primazia das sensações fortes que estão associadas ao consumo de vinhos de qualidade. Uma aposta inserida na valorização das sensações proporcionadas pelos Vinhos Borges.
intensa cor granada com notas púrpuras, aroma floral balsâmico e intenso, a frutos vermelhos e especiarias. Na boca evidencia sabores expressivos a fruta vermelha madura, com notas de chocolate e menta, taninos suaves numa estrutura elegante e equilibrada. O final é aveludado e persistente. Para José Lobo de Vasconcellos, proprietário da Quinta do Casal Branco, esta nova referência na gama Quinta do Casal Branco “é a continuação de um trabalho de consolidação da marca no mercado cujos resultados já se apresentam evidentes como o demonstra a manifestação de interesse dos media neste evento e, por outro lado, a prova clara que a região Tejo tem todas as condições para ombrear com as melhores regiões do país e do mundo em termos de produção de vinhos de qualidade”.
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FORAL TINTO 2007 DISTINGUIDO NO CANADÁ A revista Wine Access, do Canadá, distinguiu o Vinho Foral Tinto 2007, da Aliança – Vinhos de Portugal, com a categoria de Killer Value B, o que significa ficar cotado entre os primeiros 50 classificados de uma competição com mais de mil participantes. Uma classificação de excelência tratando-se de um vinho pertencente à categoria value for money, com PVP de 3,49€. Oriundo da Região Demarcada
do Douro, o Vinho Foral Tinto 2007, obra da equipa de enologia liderada por Francisco Antunes, é composto pelas castas Tinta Barroca, Touriga Franca e Tinta Roriz. Com um grau alcoólico de 13,5%, apresenta um aroma intenso com notas vegetais agradáveis a acompanhar o fruto. Ideal para acompanhar carnes grelhadas. Trata-se também de um vinho de exportação com expressão nos diferentes mercados a nível global: Europa, América do Norte, América do Sul, África e Ásia. Os prémios internacionais da revista Wine Access premiaram outro vinho da Aliança. O Vinho Vista TN Reserva 2006 foi nomeado para a categoria “Judges Choice”.
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ENCOSTAS DE ESTREMOZ LANÇA PRÓDIGO E ENJEITADO A Encostas de Estremoz lança dois novos vinhos de nome Pródigo e Enjeitado. A ideia destes dois irmãos vem de longe, desde 2002, data em que José Castro Duarte idealizou fazer dois vinhos diferentes, irreverentes talvez, à semelhança do sonho que tinha para a Encostas de Estremoz. No fundo, estes dois vinhos fariam parte de um “projecto pequeno” (quantidades inferiores a 5.000 garrafas), que embora ainda não estivessem definidos nem desenhados, teriam como premissa, serem diferenciadores. Na vindima de 2005 nasceram dois vinhos de perfis distintos que se destacavam, e que pela sua irreverência foram levados, desde logo, a estagiar em barricas de forma separada. No final a elegância que um ganhou contrastou com a rebeldia do outro. “Ficámos então com a certeza que estávamos perante um Pródigo e um Enjeitado, ou como gostamos carinhosamente de os chamar: os dois irmãos gémeos. Com a particularidade de serem gémeos falsos. Nascidos no mesmo dia, na mesma hora e com a mesma educação, degeneraram” afirma Joana Castro Duarte, responsável pelo Marketing e Comunicação da Encostas de Estremoz. O Pródigo, o eterno menino bonito, bem comportado e sempre elegante,
é feito a partir das castas Touriga Nacional e Trincadeira. Já o Enjeitado, atrevido, exuberante, sabido, é elaborado a partir das castas Alicante Bouschet e Trincadeira, mostrando toda a sua rebeldia, sem enganar ninguém. Já pode encontrar o Pródigo no Corte Inglês de Lisboa e Porto pelo preço de 8,70€. O Enjeitado está disponível no canal Horeca.
ACB APRESENTA VERDELHO & ARINTO 2007 A Adega Cooperativa de Borba lançou no mercado nacional mais um vinho a juntar à sua gama de vinhos mono e bivarietais: o Verdelho & Arinto 2007. Trata-se das duas castas brancas de maior referência actualmente na região do Alentejo e que demonstram neste vinho as suas características enológicas e aptidão para produção de vinhos de qualidade. As uvas foram previamente seleccionadas em vinhas bem cuidadas, onde a preocupação de produtividade moderada
e evolução favorável de maturação, permitiram obter um vinho representativo da potencialidade das duas castas. A vindima executou-se manualmente e sempre da parte da manhã para evitar qualquer risco de oxidação precoce nas uvas e transportadas cuidadosamente em pequenas quantidades. Após o esmagamento e desengace total das uvas, procedeu-se a uma prensagem suave, clarificação de mosto seguidas da fermentação alcoólica com controlo de temperatura em barricas novas de carvalho francês e americano, durante 10 meses ao qual se seguiu o engarrafamento e um período de estágio de 3 meses em garrafa. Já o vinho caracteriza-se por uma cor limão maduro de nuance esverdeada e um aroma cheio e elegante.
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PROTECÇÃO E GESTÃO Feliz com a aliança “protecção e design” das EAS Designergate People Counter, a Natura faz um roll-out e equipa as suas 42 lojas com estas soluções, contando com o software integrado de contagem de pessoas como complemento extra. Trata-se de uma solução da Gateway Portugal que reforça, assim, o seu nível de presença na totalidade do parque de lojas desta cadeia de lojas de acessórios de moda e casa inspirado numa filosofia ecolo-
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gista e natural.
A FECH AR
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A Gateway Portugal, líder nacional em soluções de segurança electrónica para o retalho, pertencente ao grupo Gunnebo, instalou as 45 lojas da parceira de longa data - Natura Selection - com os sistemas EAS Designergate People Counter. Recorde-se que a Natura foi pioneira na adopção desta solução em algumas das suas lojas e dados os excelentes resultados alcançados rapidamente optou pela extensão da mesma à totalidade da sua rede de lojas a nível nacional. De facto, desde o ano 2000 que a Natura Selection adoptou o projecto de prevenção de quebras da Gateway para protecção das suas lojas espalhadas em Portugal e mais tarde em Espanha e Itália. Há cerca
de um ano a Natura decidiu mudar o conceito das suas lojas e também o conceito de protecção EAS utilizado, apostando então nas antenas acrílicas (totalmente transparentes) por melhor se enquadrarem à estética das lojas. Agora a Natura dá mais um passo neste percurso de aposta pela inovação. Após o recente lançamento das soluções Designergate People Counter da Gateway, a Natura foi pioneira na adopção destes sistemas inovadores 2 em 1, que vêm responder à necessidade crescente dos lojistas no que toca a conhecerem o fluxo de visitantes dos seus espaços comerciais, destacando-se pelo factor de estar totalmente integrada nos sistemas anti-furto EAS.
Designergate People Counter nas lojas Natura
Depois da instalação dos sistemas Designergate People Counter em algumas lojas recentemente inauguradas, rapidamente a Natura pôde constatar os bons resultados e as vantagens inerentes à implementação desta ferramenta para a protecção e gestão da rede de lojas, tendo decidido fazer um roll-out, instalandoa nas suas 45 lojas em Portugal, bem como as 10 lojas que gere em Itália. O software Store Link e Office Link foram também instalados em cada loja e na sede respectivamente, permitindo assim receber todos os relatórios das várias lojas na sede da Natura.
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