12 2011
Com o agudizar da crise são por demais evidentes as movimentações que o mercado dos produtos de Bens de Grande Consumo vai tomando, seja através da comunicação mais agressiva de preços e promoções que não se percebe bem cuja rentabilidade poderão trazer aos visados – leia-se os fabricantes -, descontos ainda mais generosos a repercutir em compras futuras – assegurando, assim, nova compra – ou através da promoções de estudos que procuram inverter o paradigma de pensamento relativamente ao fenómeno de concentração evidente que se regista em Portugal no que ao sector retalhista concerne. “Duopólios” como se regista em tantos outros sectores de actividade em Portugal e que retiram competitividade ao país e músculo à economia, fruto da baixa concorrência e mau serviço ao consumidor, regra geral, existente, ou ainda pior, da inexistência de alternativas para determinados serviços. No caso concreto do mercado de BGC, a existência de alternativas é evidente, mas a predominância de determinados formatos e, acima de tudo, a sua influência em termos de meios de comunicação social é algo que deverá ser pensado. Ou seja, se mesmo com os avultados investimentos efectuados em “media” para promoção da sua actividade comercial as insígnias conseguem ser efectivas, competitivas e rentáveis nas suas diversas operações, ou mercados onde se façam representar, o que poderia ser se todo este capital fosse aplicado no desenvolvimento real da produção nacional ao invés da importação massiva de Bens de Grande Consumo? Ao longo dos últimos exercícios foram já vários os exemplos registados do quanto a busca “pelo melhor preço” tem prejudicado de forma directa e objectiva determinados sectores da economia nacional, ainda que para todos os efeitos a égide do apoio à produção nacional seja sempre a mais defendida e promovida. Resta saber em que peso e exacta medida. Por tudo isto, talvez não seja tão surpreendente a quebra registada de 1,2% no mercado global de Bens de Grande Consumo como apurado pela AC Nielsen na semana 44 deste exercício, com o evidente abrandamento do consumo a ser decisivo para esta, acredita-se, situação pontual. Ainda assim que dá pensar quando se trata de mercados desta dimensão e natureza, não devendo, creio, ser de ignorar todos os sinais de que uma simples prossecução do preço poderá trazer a médio e longo prazo. Razão pela qual as marcas de indústria voltaram a ser o estandarte – ou talvez no fundo nunca tivessem deixado de o ser – da comunicação dos principais retalhistas instalados em Portugal, reconhecimento da sua importância para atrair pessoas às lojas, onde, regra geral, acabam por preferir os produtos de MDD+PP, muito mais acessíveis às bolsas neste primeiro Natal de crise. Não quero com isto dizer que no mundo dos negócios se tenha de promover o mecenato ou, à boa maneira portuguesa, a misericórdia que tão provincianamente continuamos, enquanto povo, a apreciar e a fomentar, quer em termos sociais, mas, sobretudo, em algumas mentalidades vigentes. Sobretudo quando, nesta bonita altura do ano, o social, as festas, a solidariedade barata e desgarrada é notícia pelos mais diversos motivos e situações. Afinal, continuamos a ser o país em que enquanto formos ao Domingo à missa seremos sempre bons rapazes, independentemente do que fizermos ao longo da semana ou durante ano. Pelo menos enquanto Portugal estiver no euro, uma vez que a deslocalização das sedes das principais empresas nacionais é uma ameaça constantemente presente no nosso quotidiano. Pelo menos das que ainda “teimam” em ficar por cá. No país do faz de conta…
as uno Fari itor: Br ade e Ed sa ue Propried rtug idade: Po sboa Nacional 50-185 Li sala1 - 10 3º 27 nº a ic bl Farias Av.da Repú : Bruno sumo.com Director randecon ag st vi re s@ ia ar brunof ******** E-mail: ******** ******** ******** ** ** ** ********
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NO12/2011 | n.º
GCT E SONAE MC ASSINAM ACORDO A Sonae MC e a GCT acabam de celebrar um acordo que vai dinamizar a actividade da Sonae no canal grossista e, por via do crescimento da insígnia “Meu Super”, alargar a presença geográfica deste formato recém-introduzido no mercado português. A Sonae MC vê reforçada a proximidade com os seus clientes e a qualidade da sua proposta de valor neste segmento de mercado específico. A GCT verá, por sua vez, renovada a sua capacidade de disponibilizar soluções competitivas para os seus clientes, assegurando, simultaneamente, um forte apoio para o comércio independente de proximidade num momento em que o mercado assim o exige. A implementação deste acordo será assegurada através da futura celebração de contractos de franquia e de fornecimento. Os contractos de franquia vão definir as condições para que os estabelecimentos de retalho Ponto Fresco e Frescos & C., detidos pela GCT ou pelos seus aderentes, possam integrar a insígnia “Meu Super”, adoptando o modelo de negócio desenvolvido pela Sonae MC e assegurando a oferta de produtos e serviços por ela disponibilizada, nomeadamente produtos de Marca Continente. A Sonae MC disponibilizará ainda, no âmbito do contrato de fornecimento a celebrar, o abastecimento preferencial, junto dos seus próprios entrepostos, de produtos necessários ao desenvolvimento da actividade da GCT.
CARMIM INVESTE NA LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO A CARMIM, através da Monsaraz Vinhos, acaba de investir na sua operação logística para a zona Centro, apostando decididamente no mercado da distribuição. Assim, a plataforma para a região Centro da Monsaraz Vinhos arrancou em meados de Novembro, contando para já com três vendedores e uma base logística perto de Leiria. O objectivo é trabalhar o canal da restauração de todo o Centro, de Coimbra a Torres Vedras, incluindo Abrantes. Para além desta plataforma, estão já a funcionar em simultâneo as plataformas de Paio Pires, Algarve e Alentejo, antecipando a Monsaraz Vinhos arrancar ainda com uma outra no Norte, até ao final de 2011. Recorde-se que a Carmim adquiriu em 2008 a totalidade do capital da Monsaraz Vinhos, SA, empresa distribuidora sedeada em Paio Pires (margem Sul), na região da Grande Lisboa. A empresa de Reguengos reafirma-se desta forma enquanto “player” no mercado da distribuição, numa aposta sustentada, e em linha com a sua liderança de vendas no mercado nacional de vinhos.
CETELEM TEM NOVO DIRECTOR GERAL Com um percurso de 24 anos no Grupo, Serge Le Bolès acaba de assumir a direcção geral do Cetelem em Portugal. Sucede a Miguel Cabaça que assume a Direcção Comercial do BNP Paribas Personal Finance para a Região Europa do Sul e América Latina, que abrange Portugal, Espanha, Turquia, Brasil, Argentina e México. Serge Le Bolès tem 48 anos e entrou no Grupo BNP Paribas em 1987. Licenciado em Administração Económica e Social, esteve até 2001 ligado à actividade automóvel e, posteriormente, iniciou um percurso por diversas áreas: primeiro como director regional em França - onde assumiu responsabilidades sobre todas as actividades comerciais - e depois como Secretário-geral, tendo desempenhado diversas funções na área de RH, Jurídico, Organização, Project Management Office, Comunicação Interna, entre outras. Desde 2009 que assumiu o cargo de director de Eficácia Operacional, encarregue pelos projectos de Industrialização, Qualidade e Eficácia Operacional do Personal Finance. Foi também responsável pela implementação das metodologias Lean / Six Sigma, soluções de Contact Centers e outros projectos de mutualização e estandardização no Grupo.
GRUPO RIBERALVES INAUGURA ADEGA MÃE O Grupo Riberalves inaugurou a sua nova área de negócio, a Adega Mãe, um projecto vitivinícola pioneiro com uma forte componente de enoturismo, situado em Ventosa, Torres Vedras, que contou com um investimento total de 5 milhões/€. A aposta no sector vitivinícola vem reforçar a carteira de negócios do Grupo Riberalves, na qual se destaca a marca de bacalhau Riberalves, a Novo Dia Cafés e a Riberalves Imobiliária. Implantada em 4.500 metros quadrados dos cerca de 40 hectares de vinha da Quinta da Archeira, freguesia de Ventosa, Torres Vedras, a Adega Mãe tem uma capacidade de produção de 1,2 milhões de litros por ano. Preparada para produzir uma completa gama de vinhos, o primeiro vinho da Adega Mãe é o DORY Colheita Tinto 2010, já disponível no canal Horeca e com lançamento no mercado previsto para o início de 2012 na moderna distribuição. Depois do DORY Tinto 2010, irá surgir em Janeiro de 2012 o primeiro vinho branco DORY Branco 2011. No terceiro trimestre do próximo ano, será então lançado o DORY Tinto Reserva 2010. Os vinhos da Adega Mãe estarão no mercado nos diversos canais de distribuição nacionais (on e off trade), sendo que o Grupo Riberalves irá também fazer uma forte aposta na exportação, sobretudo em países como Angola, Brasil e Moçambique. Os EUA, Inglaterra, Escandinávia e China são igualmente mercadosalvo da internacionalização da marca.
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n.º12/ 2011 | NOVEMB RO
AUCHAN REFORÇA USO DO SELO “COMPRO O QUE É NOSSO” Actualmente 200 referências de marcas próprias do Grupo Auchan, já utilizam o logótipo do programa da AEP - Associação Empresarial de Portugal, “COMPRO o que é nosso”, nos seus produtos disponíveis nas lojas Jumbo e Pão de Açúcar. O Grupo Auchan, detentor das lojas Jumbo e Pão de Açúcar, foi a primeira cadeia de hipermercados a apostar no programa “COMPRO o que é nosso”, em 2007, ano em que iniciou o processo de sensibilização dos fornecedores nacionais que asseguram o fabrico das suas de marcas para a importância da iniciativa da AEP. Em 2012, serão cerca de 900 as referências que fornecem a marca própria do Auchan a ostentar o símbolo “COMPRO o que é nosso” nas suas embalagens, permitindo desta forma que o consumidor final identifique a origem dos produtos que adquire. Este programa da AEP reúne, presentemente, 816 empresas que representam cerca de 2.500 marcas e um volume de negócios agregado de 14,5 mil milhões de euros, sendo o objetivo da AEP atingir as 1.000 empresas, num total de 3.000 marcas, em 2012.
CONCENTRAÇÃO É MAIOR NA INDÚSTRIA DO QUE NA GRANDE DISTRIBUIÇÃO
AKI ABRE EM MAFRA COM CONCEITO INOVADOR EM PORTUGAL Com o objectivo de continuar a ser uma referência na bricolage, decoração e jardim, o AKI apresenta um novo conceito de loja inovador em Portugal. Este novo conceito de loja foi apresentado a 1 de Dezembro com a abertura da loja de Mafra, um investimento de cerca de 3 milhões/€ e apresenta um modelo de negócio traduzido numa gama de produtos totalmente adaptada às necessidades e exigências da população da localidade onde se insere. A optimização da superfície de venda, em loja, garantindo ao cliente maior facilidade de compra, uma equipa de colaboradores ainda mais próxima do cliente, capaz de oferecer um aperfeiçoamento da eficácia operacional, e uma simplificação de processos administrativos e operacionais são as grandes novidades deste novo espaço. A nível logístico a marca passará a ter uma distribuição centralizada, permitindo a optimização de recursos, aumentando a produtividade das equipas de loja e melhorar a gestão de stocks. Consequentemente vai aumentar o benefício ambiental, com a redução do número de camiões nas lojas. Mafra foi a localização seleccionada para a primeira abertura deste novo conceito de loja que permitirá a criação de 23 novos postos de trabalho, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconómico regional e nacional.
IVA NA RESTAURAÇÃO SOBE PARA 23%
No mercado dos bens de grande consumo, verifica-se uma maior concentração dos três principais produtores face às três maiores empresas de retalho. Esta é uma das conclusões de um estudo da Nielsen que compara os níveis de concentração do lado da indústria e da distribuição. No total das categorias dos bens de grande consumo, os três primeiros fabricantes controlam 77% do mercado, um valor que cai para 50% no caso dos três primeiros retalhistas. Na área alimentar, os três principais fabricantes detém uma quota de 75% do mercado, face aos 49% dos retalhistas. Mas é no mercado dos detergentes e produtos de higiene (DPH) que a diferença é mais acentuada: os três maiores produtores dominam 87% do mercado, nos retalhistas o controlo é de 51%. O estudo revela ainda que sem as marcas da distribuição (MdD), a concentração do lado dos fabricantes seria ainda maior. Os três principais fabricantes têm níveis de concentração acima dos 50% numa dezena de categorias alimentares. Nas MdD, somente três categorias têm um peso superior a 50%. O estudo baseia-se nas vendas em valor e analisou 31 categorias de bens de grande consumo com maior volume de negócios.
A maioria parlamentar aprovou o aumento do IVA na restauração, entre muitos outros produtos, que deixa de estar sujeito a uma taxa intermédia de 13%, passando para 23%, com votos contra de toda a oposição. Para a AHRESP o aumento do IVA no sector de alimentação e bebidas de 13 para 23% irá levar ao encerramento de 21.000 empresas e à perda de 47.000 postos de trabalho, alertando ainda para uma significativa diminuição das receitas fiscais, causando, no seu entender, o efeito inverso desejado pelo Governo. A associação do sector considera ainda que o sector do turismo irá ser fortemente prejudicado ao colocar Portugal no top cinco dos países da zona euro com mais elevada taxa de IVA no sector da alimentação e bebidas, prognosticando que o Estado irá perder mais de 700 milhões/€ com a tributação a 23%.
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PR12O/2011 | N n.º
NESTLÉ APRESENTA CHOCAPIC RECHEADOS A Nestlé Cereais acaba de lançar os novos Chocapic Recheados, uma combinação perfeita dos irresistíveis flocos de cereais Chocapic com deliciosos cereais recheados de chocolate. Os novos Chocapic Recheados são cereais de pequenoalmoço crocantes por fora e cremosos por dentro, que os seus filhos vão adorar e que lhes proporcionam um início de dia saudável e nutritivo. Elsa Santos, Marketing Manager de Cereais Nestlé, destaca a mais recente inovação da marca: “uma nova experiência de consumo que intensifica o característico e irresistível sabor a chocolate dos cereais Chocapic”. Os novos cereais Chocapic Recheados são vendidos em embalagens de 360gr.
SANTÀL FRUIT FRUTOS VERMELHOS E TUTTI FRUTTI Sem corantes, nem conservantes, as novas bebidas de sumo Santàl Fruit são a mais recente aposta da Parmalat, que acompanham a inovação e tendências de mercado. Com os dois novos sabores, toda a gama Santàl apresenta-se também com uma nova imagem e tampas de rosca, com abertura
Helicap. Em embalagens de 1.000ml e 200ml, o novo Santàl Fruit Tutti Frutti combina uma variedade de frutas num sabor único e agradável. Com o novo Santàl Fruit Frutos Vermelhos. Conhecidos pelas suas propriedades antioxidantes e pelos seus inúmeros benefícios para a saúde e bemestar, os frutos vermelhos reforçam o sistema imunitário, ao mesmo tempo que ajudam a manter um regime de controlo de peso. À venda na distribuição moderna e retalho tradicional. PVP aproximado Santàl Fruit Tutti Frutti, 1000 ml - € 1,23 e 200 ml - 0,39€ PVP aproximado Santàl Frutos Vermelhos, disponível em 1.000 ml - 1,23€
DELTA Q JUNTA TISANAS AO SEU PORTFÓLIO Com o objectivo de potenciar novas sensações e formas de evasão, Delta Q lança Delta Q Tisanas. Delight, Refresh e Relax são tisanas em cápsula, que permitem obter uma infusão de sabor em 20 segundos, isentas de cafeína, uma novidade que prima pela conveniência e simplicidade, adequada a diferentes momentos de consumo. A nova Tisana Delight é constituída por uma deliciosa tisana de rooibos, com morango e baunilha, ideal para todos os momentos do dia. A Tisana Refresh é uma refrescante infusão de menta e gengibre, ideal para revitalizar o espírito. A nova Tisana Relax é uma reconfortante infusão de camomila, com notas subtis de pêssegos, ideal para momentos relaxantes. As novas Tisanas Delta Q, à semelhança dos restantes produtos Delta Q, estão disponíveis em todo o país: em grandes superfícies, nas lojas Delta Q ou no sítio http://www.mydeltaq.com.
KRAFT APRESENTA NOVO PHILADELPHIA FIAMBRE A Kraft Foods apresenta o mais recente elemento da família Philadelphia. Ideal para começar o dia com sabor e frescura, agora, com Philadelphia Fiambre, tem toda a versatilidade do mais cremoso queijo fresco creme, com um delicioso toque de fiambre. Conhecendo o gosto pela mistura de queijo e fiambre, Philadelphia juntou ao seu queijo fresco creme, pequenos pedaços de fiambre, que lhe conferem um sabor fumado e a base perfeita para uma deliciosa sandes de queijo e fiambre. A sua versatilidade torna-o ideal para juntar a massas, saladas e pratos frescos e fáceis de preparar. O sabor a fiambre vem completar a oferta de Philadelphia, juntando-se ao sabor Regular, Light e Ervas Finas e ainda a Philadelphia Ensaladas.
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PR12/2011 | n.º
MASTERLINERS LÁPIS KHÔLE EYELINER Delinear o olhar deixará de ser uma missão impossível graças à nova geração de delineadores MasterLiners de Maybelline NY: o lápis khôl Master Drama e o eyeliner líquido Master Precise. Dois sofisticados novos produtos, tecnologicamente avançados e, ao mesmo tempo, tão fáceis de utilizar que, a partir de agora, todas as mulheres poderão maquilhar-se como verdadeiras profissionais. Um lápis khôl de intensidade dramática, que desliza na pele sem esforço graças à sua tecnologia cremosa, e proporciona um traço intenso e homogéneo com uma duração de até 16h. Um eyeliner líquido de alta precisão, que garante a aplicação mais exacta e meticulosa de sempre, graças à sua finíssima ponta, de apenas 0.4mm. Um instrumento de maquilhagem único, inspirado na arte da caligrafia, que permite soltar a criatividade utilizando o rosto como tela.
CONTINENTE DISPONIBILIZA CABAZES NO CANAL ONLINE Entre em www.continente.pt e surpreenda amigos, familiares, vizinhos, clientes, fornecedores e colegas de trabalho é através dos cabazes de Natal do Continente Online. Escolher a oferta mais adequada e comprar online é a opção mais simples para as compras deste Natal. Simples, prático e com entrega em Portugal Continental. O Continente Online já tem disponível uma oferta exclusiva de 50 cabazes com uma ampla gama de produtos de qualidade para todos os gostos desde 5€ a 550€. À semelhança dos restantes serviços disponibilizados, a vantagem de adquirir estes cabazes pelo Continente Online é a facilidade e conveniência do serviço, que permite entregas em Portugal Continental, encomendando online ou por telefone 707 10 66 66.
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BGC caem 1,2%
na
n.
Quadrisemana 44 Os Bens de Grande Consumo (BGC) perderam facturação na Quadrisemana 44 (10 de Outubro a 6 de Novembro), com particular incidência para as Marcas de Fabricante
TEXTO Duarte Cunha
que perderam vendas em 5,1% face aos ganhos de 7,1% das MDD+PP. Isto apesar do aumento do gasto em BGC nos lares portugueses registado no final do 3.º Trimestre de 2011, uma tendência verificada tanto nos lares como no retalho.
Este não é, contudo, um fenómeno ímpar no decorrer de 2011, uma vez que, no presente exercício, já por duas vezes os BGC haviam perdido facturação ao longo do actual semestre, o que demonstra, inequivocamente, que as ondas de choque decorrentes das Medidas de Austeridade e o receio começam a influir fortemente os hábitos de consumo dos portugueses. Ao analisar a Quadrisemana 44 por segmento facilmente se verifica que a Alimentação continua a ser a única categoria a crescer em 2011, ainda que em clara curva de abrandamento, embora seja cedo para estabelecer um paralelismo directo entre a subida da taxa do IVA e a redução do consumo, pelo que a leitura mais óbvia prendese com a contínua subida das MDD+PP que voltaram a aumentar vendas acima dos 5% no período analisado, mais concretamente a subir 8,1%, enquanto as Marcas de Fabricante continuam a perder preponderância nos hábitos de consumo dos portugueses como o comprova o decréscimo de 5,5% nas vendas. Mas se a discrepância registada no Alimentar é já, por si, algo reveladora da criação de um novo paradigma de consumo, esta noção torna-se ainda mais evidente ao observar a performance apurada nas Bebidas, onde as MDD+PP rubricaram um período atípico com níveis máximos de desempenho (+13,9%), por oposição a uma nova quebra das Marcas de Fabricante (-3,1%). Já as categorias de Higiene apresentaram comportamentos análogos, com a Higiene do Lar a acompanhar a Higiene Pessoal, registandose, também aqui, uma alteração ao que tem sido o desempenho tipo deste universo, uma vez que nem as MDD+PP conseguiram apurar os habituais níveis de crescimento alcançados até aqui. Assim, cabe dizer que na Higiene do Lar os Fabricantes perdem 5,7% e as MDD+PP mantêm vendas (-0,3%) apresentando-se mais resistentes à alteração dos hábitos de consumo dos portugueses, em muito motivado pelo seu baixo preço unitário,
enquanto na Higiene Pessoal as Marcas de Indústria apresentaram a pior performance do ano – ao perder 6,7% - enquanto as MDD+PP crescem muito “pouco” (+1,1%), pelo menos quando comparado com o registo das oito semanas anteriores onde conquistaram os dois melhores registos do ano, ao evoluir, respectivamente, 11,4% e 9%. A Nielsen disponibilizou, ainda, alguns dados do seu Painel de Lares (Homescan), indicador que permite concluir que, no final do 3.º Trimestre de 2011, os lares portugueses acompanhavam a mesma tendência registada no retalho, com as compras efectuadas a crescer 0,7% em valor nos lares face aos +0,9% do aumento das vendas em valor do retalho (Portugal Continental). O que é o mesmo que dizer que à redução de 1,8% registada na Cesta Total (valor total das cestas de compras) os BGC (FMCG sem perecíveis) demonstram toda a sua maturidade, crescendo em contraciclo, apesar da redução generalizada do consumo. Esta quebra é ainda mais significativa se pensarmos que a Cesta Total baixou 4,3% quando comparada com o 3.º Trimestre de 2009, registando-se uma evidente reacção do “shopper” português ao contexto económico, através de um maior controlo da sua despesa, com maior esforço nos lares com famílias numerosas (+3 pessoas) ou com crianças. Este controlo traduz-se num menor número de visitas à loja, uma redução de gasto em cada uma dessas ocasiões, ainda que de forma ténue. Ou seja, é dada a preferência aos Bens Essenciais (75,8% da Cesta Total), com esta leitura a poder ser transversal à geografia do País. O que, por sua vez, potencia um acréscimo continuado das MDD+PP que, no final do 3.º Trimestre de 2011, já representavam 35% (cálculo feito sem perecíveis). Tendência que se estende transversalmente a todas as insígnias do retalho moderno, com o Pingo Doce e o Continente a reforçarem posição no actual contexto, ainda que mediante diferentes estratégias. Mais clientes e maior compra média por ocasião são os “drivers” de crescimento do Continente, enquanto o Pingo Doce ganha quota com igual número de lares, resultante do facto de os clientes Pingo Doce comprarem mais e, sobretudo, mais vezes. Por sua vez, Lidl, Auchan e Minipreço saem penalizadas pela quebra da compra média/lar, por oposição a perda de frequência nas lojas do Intermarché que perdeu lares no 3.º Trimestre de 2011.
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AN12/2011 | n.º
Quais os impactos que se podem prever face ao aumento da taxa de IVA no mercado dos produtos alimentares em 2012? 1) A Receita Fiscal do Estado irá aumentar nesses mercados? Sim, sem dúvida. Mesmo com uma retracção de consumo de -20% (valor da elasticidade média dos mercados alimentares para aumentos de preço de +10%), a aplicação de subida da taxa do IVA é uma tentação para as Contas Públicas. Os cálculos dos nossos governantes são simples: 6% de 100 são apenas 6 de Receita Fiscal. Se aplicarmos 23% apenas a 80 (assumindo retracção no consumo), a receita é de 18,5 (23% x 80) o que representa o triplo da receita fiscal. 2) O aumento de imposto nos bens alimentares vai ser repercutido num generalizado aumento do PVP ao consumidor? Sabe-se o óbvio: o consumidor irá pagar mais pelos mesmos produtos. Não se sabe se o aumento de IVA irá ser todo reflectido ao consumidor final (a concorrência retalhista está agressiva e dinâmica e verificaramse casos recentes em que o retalho diluiu o efeito ao consumidor). Irão ser prováveis as transferências de consumo de marcas de preço mais alto para marcas de preço mais baixo. Mas sabe-se que, onde a taxa de IVA aumentou, todos os intervenientes irão estar pior: retalhistas, fabricantes e consumidores, pois o Estado vai absorver mais dinheiro da cadeia de valor da transacção desses bens alimentares. 3) Qual o impacto no total do consumo desses mercados que irão aumentar a taxa de IVA? Não se registam observações de cenários de aumentos de preço generalizados a todos os produtos em cerca de +16% nos Bens Alimentares e de Bebidas. As Águas Engarrafadas, Conservas, Leite Aromatizado e/ou Enriquecido são consumidos por diferentes tipos de consumidores. Cada mercado e cada marca sentirão os seus efeitos. Mas alguns destes mercados não são mercados de PVP elevado pelo que o efeito poderá ser residual. Só após 2 ou 3 meses se poderá monitorizar os impactos dos aumentos de IVA. Os Bens de Grande Consumo (BGC) nunca tinham decrescido volumes em Portugal, mas decresceram no 3.º Trimestre de 2011. Vive-se menos bem em Portugal do que há alguns anos. Este ano registou-se um aumento da carga fiscal e menor rendimento disponível e os Bens de Grande Consumo (BGC) continuaram a crescer. A conjuntura é negativa em muitos dos países da Europa e, em praticamente todos eles, os BGC aumentam facturação. 4) Mas não é expectável que deste aumento de IVA, em cima de todos os outros efeitos, vá originar retracções de consumo? São muitos os factores que vão fazer com que o consumidor tenha menos rendimento disponível em 2012. Continuar-se-á a ter um número crescente de desempregados e os menos empregados que o País irá ter, irão ter menos dinheiro. A Função Publica irá ter menos
25% de rendimento em 2012 do que aquele que teve em 2010. Os Bens de Grande Consumo têm sido inelásticos à crise mas irão sofrer neste período final de 2011 e no ano 2012. É difícil medir o efeito do aumento do IVA de forma isolada, mercado a mercado. Por exemplo, cada português consumia, em 2010, no mercado “take home” cerca de 10€ de Água Embalada (Lisa e com Gás). Se tudo se mantivesse, o consumo de 12€ passaria para 13,9€. Mas tudo é sistémico e haverá muitas acções e alterações que terão os seus efeitos. Por outro lado, há custos de matérias-primas que têm aumentado e diz-se que não estão a ser reflectidos no preço final ao consumidor. Toda a Europa está com inflação nos BGC e em Portugal os preços médios continuam estáveis. Será sustentável? O que esperar de todos estes efeitos em complemento com o aumento de IVA nalguns mercados? Prognósticos, só no fim do “jogo”.
olival, Beja Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural
A Europa investe nas zonas rurais
um lagar como nunca ninguém viu. porque não?
O novo lagar Oliveira da Serra nasceu de uma ideia impossível: porque não semear paredes? Depois, foi só tirar o im ao impossível para criar um projecto verdadeiramente único. Um lagar onde as paredes crescem da terra e espelham a beleza pura do olival. E onde a tecnologia permite fazer da produção de azeite uma arte. E fazer de cada azeitona uma obra-prima. Porque não?
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Hugo de Geest é o novo director-geral do grupo Makro em Portugal. Este gestor belga assume a operação nacional no ano em que a insígnia assinala o 22.ª aniversário da presença em Portugal. Com metas renovadas e, acima de tudo, uma nova visão do negócio grossista no país, a Makro quer demonstrar toda a sua vitalidade, competitividade e capacidade de adaptação aos desafios que a presença no mercado nacional encerra.
“Portugal tem grandes oportunidades para fazer crescer o nosso negócio” TEXTO Alexandre Paulo FOTOS D.R.
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Grande Consumo - Com que expectativas parte para este novo desafio na sua vida profissional e quando a Makro assinala 22 anos da sua entrada em Portugal? Portugal é um mercado estratégico para os interesses do Grupo Metro na área alimentar? Hugo de Geest - Portugal é um mercado onde vemos grandes oportunidades para fazer crescer o nosso negócio de Cash & Carry. A nossa cobertura geográfica actual, com as nossas 11 lojas, os nossos formatos de loja e o potencial existente nos clientes, não só no seu número mas também a nossa participação no total de compras dos clientes confirma claramente este potencial de crescimento. Os 22 anos de história da Makro em Portugal, a sua notoriedade e reputação são já um bom sinal e simbolizam também a confiança e o interesse em Portugal da nossa empresa mãe a Metro Cash & Carry International. GC - Em que aspectos se baseia a nova estratégia comercial recentemente apresentada? O crescimento também será alavancado pela abertura de novas lojas ou a rede actual é considerada satisfatória para as metas a atingir? HG - Como disse anteriormente a nossa cobertura de mercado é muito boa, e como pode imaginar, sendo uma empresa cotada na bolsa de valores, não podemos falar sobre o futuro. O que posso dizer é que nossa estratégia está focada no crescimento sustentável, com uma abordagem altamente centrada no cliente, visando uma micro-segmentação dos três principais grupos de clientes, Horeca, Comércio Alimentar e Instituições e Empresas e empresários, e no desenvolvimento do nosso recém-criado serviço de entregas que nos permite servir aqueles clientes que devido ao trânsito, longa distância ou por necessidade particular não podem vir até às nossas lojas, com este serviço nós levamos a nossa loja até eles.
GC - “Não vendemos o que compramos, compramos o que vendemos” foi a máxima apresentada. Na prática, como é que esta intenção será posta em prática? HG - A abordagem centrada no cliente, com um contacto permanente com a sua maioria nas lojas e nos seus próprios negócios, através da nossa força de vendas de aproximadamente 110 pessoas a trabalhar no terreno, permite-nos conhecer e entender melhor suas necessidades específicas. Outro “slogan” que nós gostamos de usar é que nós não vendemos produtos, nós vendemos de facto soluções
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aos clientes. Com o conhecimento das suas necessidades específicas, podemos construir a nossa oferta, a nossa linha mercadológica e oferecer a solução certa para cada uma das suas necessidades de abastecimento, o que nos leva à já mencionada mudança de não vendermos o que compramos para compramos o que vendemos GC - Os valores alcançados em 2010 são passíveis de serem repetidos em 2011? HG - Como disse anteriormente, não podemos comentar futuras performances. Mas deixe-me dizer-lhe que estamos a trabalhar em conjunto com os nossos parceiros, os nossos “stakeholders”, no desenvolvimento da nossa estratégia para fazer face a todos os desafios e oportunidades que possamos aproveitar. GC - Que importância terão as marcas próprias nesses mesmos resultados? Como é que se segmenta, presentemente, esta oferta no seio da Makro? Irão ser criadas marcas novas ou iremos assistir à consolidação das existentes? HG - A nossa empresa tem uma série de marcas próprias que cobrem quase todos os segmentos importantes da nossa oferta. As nossas seis marcas mais importantes são: ARO – presente em quase todo o nosso sortido é a nossa marca principal em termos de primeiro preço. Oferece uma boa qualidade standard a um preço baixo e muito competitivo. Por sua vez, Horeca Select é a nossa marca de valor acrescentado com tudo para a cozinha profissional, desde artigos alimentares a utensílios e equipamentos não alimentares. Apresenta uma qualidade comparável com os produtos de marca líder mas com preços mais baixos, semelhantes aos das segundas marcas. Rioba é a nossa marca de valor acrescentado para o mundo dos bares e cafés; H-Line é a marca que disponibiliza produtos especializados para hotelaria e cortesia; Fine Foods é a nossa marca Premium a preços competitivos destinada, principalmente, à revenda nas lojas dos nossos clientes comerciantes alimentares contribuindo para complementar a sua oferta com mais diferenciação e, por último, a Sigma marca que oferece tudo para o escritório. Temos outras marcas que complementam a nossa oferta de marcas próprias e que no conjunto total representam cerca de 20% das nossas vendas. Num futuro próximo, com a consolidação da oferta,
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mercado para este tipo de operadores. Assistimos também no mercado português a um número grande de exemplos de mercearias tradicionais que se modernizaram, investiram correctamente nas suas lojas e reviram a sua oferta de forma a adaptarem-na às expectativas dos seus clientes. O resultado tem sido muito bem-sucedido e leva-nos a afirmar que este tipo de segmento de mercado ainda tem potencial de crescimento e desempenha um papel importante no mercado total da distribuição alimentar. GC - Como é que avalia o interesse dos principais retalhistas portugueses também neste canal, no qual disponibilizam, hoje, diferentes formas de explorar o negócio, seja através do recurso ao franchising, ou seja mediante a contratualização de um determinado volume de compras? HG - Não temos o hábito de comentar a estratégia de outras empresas. Os exemplos que refere são a forma como elas interpretam o mercado e nós temos a nossa interpretação própria que, a seu tempo, será conhecida. Por isso, não vou comentar mais que isto.
pensamos que existe um potencial de crescimento para 25% de participação na nossa facturação total. GC - Os operadores do canal Horeca continuam a ser o grande mercado da Makro? Que taxa de penetração tem a marca neste canal de comercialização? HG - Sim, mas não podemos negligenciar a importância dos outros dois segmentos, os comerciantes alimentares e as empresas e instituições. Até ao momento cobrimos, como foi referido na nossa última conferência, aproximadamente 92% de todas as empresas do canal Horeca. Mas acreditamos ter ainda potencial de crescimento neste sector, considerando o potencial disponível ainda para atingir na nossa cobertura das necessidades de compra totais de cada cliente. GC - É também objectivo aumentar o número de clientes independentemente do canal onde se fazem representar? Hoje em que canais de comercialização se faz a Makro representar? HG - Sim, os mercados profissionais são sempre muito dinâmicos. Algumas empresas desaparecem, enquanto algumas novas são criadas. Isto traz sempre a oportunidade de conquistar novos clientes e acreditamos que ainda existe espaço em Portugal para crescermos em número nos três segmentos de clientes com quem trabalhamos: Horeca, Comércio Alimentar e Empresas Instituições e empresários. GC - É possível ainda “recuperar” o comércio tradicional em Portugal? HG - Não tenho a certeza o que quer dizer com recuperar o comércio tradicional em Portugal. O número de comerciantes alimentares de proximidade decaiu muito nos últimos anos, é verdade, mas se analisarmos o mercado actualmente podemos ver que por empresa as suas vendas estão a aumentar e por isso acreditamos que ainda há um nicho de
GC - Quantos clientes tem a Makro em Portugal? Haverá também mexidas na forma como as equipas de vendas serão geridas? HG - Temos mais de 300.000 clientes. Posso dizer que sim, no sentido em que o objectivo é um maior foco e aproximação às necessidades de cada cliente. Mas, basicamente, a responsabilidade da nossa força de vendas é personalizar ao máximo o conceito que sempre partilhamos de “parceiros do seu negócio”. Acompanhar o cliente, visitá-lo no seu espaço, sugerir e informar como utilizar os serviços e oferta da Makro, ouvir o cliente e trazer toda a informação relevante para dentro da nossa organização, o que nos ajudará a providenciar as melhores soluções e ofertas para os nossos clientes. GC - É preciso, de alguma forma, devolver a preponderância e o prestígio da Makro também em Portugal? Afinal, falamos do terceiro maior retalhista a nível mundial… HG - Não tenho a certeza de perceber por que diz “devolver”. A Makro tem lojas grossistas que operam no segmento cash&carry. Nos segmentos dos nossos principais clientes, acreditamos que a nossa imagem é forte e que a Makro Portugal é conhecida por ser um dos seus principais fornecedores como é o caso dos restaurantes em Portugal.
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Claro que fazer parte de uma companhia com a importância que a Metro Cash & Carry International detém a nível mundial, com a experiência de operar em 30 países, dá-nos a vantagem, da grande notoriedade, da partilha de “know-how” e de soluções de modelos de negócio devidamente testados com sucesso. Gostamos muito deste facto e pensamos que os nossos “stakeholders” também. GC - Conhecer o cliente será decisivo para o sucesso desta estratégia? HG - Absolutamente. Quando dizemos que a nossa estratégia é focar-nos no cliente, falamos a sério, não são meras palavras. Como se costuma dizer em Inglês “we do not “talk the talk”, we “Walk the talk”. Desde há muito que a nossa cooperação com entidades tão importantes como a Associação Nacional de Chefes de Cozinha (ACPP), as associações de hotelaria e restauração como a AHRESP, HR Centro e outras, e também, não menos importante, o nosso contacto individual com cada um dos nossos clientes, contribuiu para a nossa curva de aprendizagem, guiando-nos na evolução e no desenvolvimento do nosso negócio e, em particular, da nossa oferta de produtos. As nossas soluções para os clientes são criadas considerando todos estes factores, numa verdadeira parceria com todos eles. GC - Apesar das subidas nas taxas de IVA, Portugal continua a ser um mercado interessante para o investimento estrangeiro na área alimentar? HG - Como referi anteriormente, Portugal é um mercado muito interessante para a nossa empresa. Sendo o IVA um factor que não controlamos nem influenciamos, e que ao mesmo tempo não nos diferencia de qualquer outro operador, faz-nos pensar não haver necessidade de o comentarmos neste momento.
Compra à unidade Desde finais do terceiro trimestre deste ano, é possível adquirir produtos à unidade nas lojas Makro. Ao todo, são mais de 2.000 referências alimentares que estão disponíveis para compra à unidade, existindo, em alguns casos específicos, um lote mínimo de compra pela natureza do artigo em causa. Esta decisão justifica-se com o facto de “o mercado da restauração e, nalguns casos, da hotelaria se ter modificado muito em Portugal ao longo dos últimos anos e era preciso escutar os clientes de modo a poder prestar um serviço ainda mais personificado. Foi o que fizemos através de um trabalho de fundo das nossas equipas comerciais e, como resultado, registamos mais visitas às nossas lojas, por vezes, até duas vezes por dia, conforme a necessidade dos nossos clientes”, sustenta António Pinheiro, director de marketing da Makro Portugal. Esta medida demonstra não só a elasticidade da operação comercial do grossista alemão instalado em Portugal há 22 anos, assim como a vontade de estar ainda mais próximo do cliente, através de uma oferta de valor que pretende ser diferenciadora e trazer valor acrescentado a todos aqueles que consigo fazem negócio. Com uma facturação estimada acima dos 400 milhões/€ em 2011, a Makro assume ter como meta atingir os 25% de quota de mercado com as suas marcas exclusivas, bem presentes na extensa oferta alimentar e não-alimentar disponível nas suas lojas, ainda que o “timing” para atingir esta meta não esteja definido.
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TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos
Marcas de
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indústria
impulsionam o consumo
A comunicação de produtos de marca por parte dos retalhistas implementados em Portugal nas suas campanhas comerciais veio relançar o debate relativamente ao equilíbrio entre a presença de MDD+PP e Marcas de Fabricante nos lineares. Se, actualmente, é às MDD+PP que se atribui a dinamização do consumo, é, por sua vez, às Marcas de Fabricante que se associa a responsabilidade de trazer clientes às lojas, apelando-se ao seu consumo em cabazes promocionais. Custo ou benefício, MDD+PP ou Marca de Indústria? Qual a mais rentável para os operadores?
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O contexto até pode não ser o mais abonatório no que concerne à comercialização de produtos de marca de fabricante, mas o imaginário dos portugueses, e dos consumidores à escala mundial, faz-se através da aspiração emocional em adquirir o item A, B, Y ou Z, desenhado e produzido pela empresa E, comercializado pela mesma ou por terceiros. Noção comum ao consumo à escala mundial, não necessariamente diferente na aquisição de bens alimentares e não-alimentares, com o consumo a fazer-se, em ambos os casos, de impulsos e necessidades. Isto apesar de o actual contexto macroeconómico e social ter conduzido a uma crescente adaptação dos hábitos de consumo, direccionado a um perfil de consumidor bem mais complexo do que alguma vez foi registado até aqui. Apesar do decréscimo em 2% do PIB nacional, da taxa de desemprego de 12%, das medidas de austeridade, da eleição de um novo Executivo e do resgaste financeiro do país, a verdade é que a venda de Bens de Grande Consumo em Portugal não evidencia grandes sinais de abrandamento (não obstante a mais recente análise Scantrends), com as insígnias retalhistas instaladas no país, nacionais ou estrangeiras, a operarem uma mudança de rumo estratégico na forma como têm vindo a comunicar com os portugueses. Se o preço e os frescos serão sempre os aríetes comunicacionais que visam realçar diferenças entre a oferta disponibilizada por cada um dos “players” de modo a fidelizar o consumidor e assegurar a sua preferência, a questão da comunicação das marcas tornou-se uma dimensão mais recente das estratégias comunicacionais não menos importante. Marcas? Mas que marcas? Marcas de indústria, claro está, não obstante o franco crescimento – e a oportunidade que continua a haver no mercado para a profusão das mesmas, em novas categorias e segmentos -, a verdade é que a comunicação dos retalhistas a operar em Portugal passa, agora, por divulgar produtos de marca nas suas campanhas promocionais. “Os produtos de marca (MDF) são preferidos pela sua qualidade e pela relação emocional forte que estabelecem com os seus clientes. O facto de serem usados como chamariz pelos retalhistas nas suas campanhas é um reconhecimento desse facto. Por outro lado, é também uma forma dos operadores retalhistas terem com quem partilhar os custos das referidas campanhas para atrair clientes para as suas lojas”, introduz João Paulo Girbal, presidente da Centromarca. Ou seja, na perspectiva da associação das marcas, são os produtos desenvolvidos pelos associados aqueles que verdadeiro valor acrescentado acarretam ao mercado e ao consumidor, libertando margens, gerando emprego, consumo e, consequentemente, maior receita para o Estado. Mas e como se justifica que, por exemplo, o Pingo Doce consiga disponibilizar alguns cabazes concretos onde é possível adquirir um conjunto de Marcas de Fabricante que adquiridas individualmente rapidamente suplantariam o valor sumário solicitado ao consumidor? “Os cabazes temáticos de 10€ resultam de um esforço conjunto do Pingo Doce e de vários dos seus fornecedores no sentido de, num momento especialmente adverso para as famílias portuguesas, compor uma oferta percepcionada como de grande valor a preços efectivamente baixos e que permitem poupanças reais e significativas. A iniciativa é do Pingo Doce, mas não seria possível sem a conjugação de vontades e o compromisso dos fornecedores envolvidos.” Ou o exemplo, quem sabe mistificador, de que é possível uma maior proximidade operacional entre retalhistas e marcas, com claro benefício para o consumidor, funcionando ainda como um valor acrescentado e diferenciador para o retalhista e para as marcas envolvidas nessas mesmas acções. Isto, não obstante a evolução que as MDD+PP têm vindo a ter, e irão seguramente continuar a ter, no espaço nacional, em muito potenciada pela conjuntura económica, assim como pela gestão dos “retailers”
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nacionais do espaço disponível em linha, hoje muito mais reforçado em oferta de MDD+PP face a outros tempos e com menor liberdade de escolha para o consumidor. “Nos últimos tempos, os produtos de Marca Própria têm vindo a ver a sua presença alargada decorrente de um alargamento de gama que acompanha a cada vez maior procura do consumidor
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pela melhor proposta de valor, aquela que considera a relação custo e benefício mais equilibrada, e que se tem traduzido na nossa oferta de produtos de Marca Própria do Continente. No entanto, e porque auscultamos regularmente os nossos clientes no sentido de perceber as suas reais necessidades e os seus hábitos de compra, consideramos fundamental que os clientes tenham possibilidade de escolha, e continuem a encontrar nas nossas lojas uma gama de produtos larga e profunda”, sustenta fonte Sonae. Antiguidade Até porque a antiguidade destes formatos é algo que joga a seu favor, ainda que em Portugal tenham sido mais efectivos na vida dos portugueses desde a década de 90, com o grupo Auchan a “reclamar” o pioneirismo na sua introdução em Portugal, um legado da operação francesa, sabendo-se a dimensão que estes formatos têm nos mercados da Europa Central, dos quais França e Alemanha são exemplos concretos da sua implementação. Preço, disponibilidade e diversidade são dimensões que a Auchan e Os Mosqueteiros reivindicam para o sortido existente nas suas lojas. “O Grupo Os Mosqueteiros acredita profundamente que no mercado da grande distribuição em geral e nas suas superfícies comerciais em particular existe espaço suficiente para os produtos de marca e também de marca própria. Nas nossas diversas insígnias, tanto a nível internacional como no contexto português, privilegiamos as relações que estabelecemos com os nossos parceiros e a nossa principal preocupação é sempre fornecer aos nossos clientes a melhor gama de escolha possível. Nesta perspectiva, nas nossas campanhas promocionais destacamos não só produtos de marca própria como também de marca de indústria, desde que obedeçam sempre à melhor relação qualidade/preço e aportem valor acrescentado às categorias”, esclarece fonte da direcção-comercial do Grupo Os Mosqueteiros. Razão pela qual os diversos operadores auscultados nesta reportagem defenderem ser igualmente estratégico para o negócio a presença de marcas de indústria nas suas lojas – e hoje bastante visível nos
montantes investidos na sua comunicação mediática - recusando liminarmente a possibilidade de sucesso de uma superfície comercial inteiramente dedicada à comercialização de produtos MDD+PP, assumindo, assim, a necessidade de existência de marcas de indústrias no fluxo comercial. “O sortido do Pingo Doce é trabalhado no sentido de responder às necessidades e às expectativas dos clientes. Deve ser equilibrado e dar possibilidade de escolha ao consumidor. Do ponto de vista do Pingo Doce, uma tal loja não cumpriria o requisito fundamental de permitir aos consumidores terem alternativas, o que a prejudicaria em termos de atractividade. Pelo facto de não acreditarmos que uma loja apenas com Marcas Próprias pudesse ser atractiva para os consumidores, julgamos que os operadores não teriam a ganhar em enveredar por uma opção dessas”, considera a fonte Jerónimo Martins. Já o presidente da Centromarca considera que esta realidade hipotética é, de alguma forma, já perceptível nos dias de hoje, existindo “operadores que caminham nesse sentido. No entanto, a maioria dos consumidores tem marcas de que não abdica e se não as encontrar numa loja pode escolher outra loja onde as encontre para fazer as suas compras”. Assinale-se ainda o facto de nem todos os operadores auscultados terem querido abordar esta questão, com o Grupo Os Mosqueteiros a acrescentar uma outra dimensão relevante para esta equação: “A rentabilidade só pode ser maximizada com a fidelização dos nossos clientes. É preciso satisfazer todas as suas necessidades e expectativas, e apesar das marcas de distribuição apresentarem melhor performance, o consumidor quer ter poder de escolha sem imposição por parte do operador, o que é comprovado com a importância que as marcas de indústria ainda têm na generalidade e, em particular, em determinadas categorias. Acreditamos mesmo que o consumidor quer um equilíbrio de gama, com variedade para que possa escolher”. Razão pela qual se apresenta, aparentemente, como inviável do ponto de vista comercial uma loja de comércio alimentar somente
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composta por MDD+PP, não obstante a sua profusão nos hábitos de consumo dos portugueses. Nesse sentido, surge como natural a continuidade da existência de Marcas de Fabricante nas lojas de retalho em funcionamento em Portugal, assim como a sua utilização em campanhas comunicacionais. Seja como factor diferenciador face à concorrência (qualidade, preço, serviço ou abrangência de sortido), chamariz para a acentuar as diferenças de preço entre as MDD+PP e Marcas de Indústria disponíveis em linha no interior das lojas, ou como ferramenta para a divulgação de um maior sortido disponível tendo em vista a promoção de uma melhor experiência de compra aos seus clientes, funcionando ainda como ferramenta de fidelização. Conclusão: a existência de marcas de fabricante nos supers e hipermercados portugueses apresenta-se como garantia de venda e como uma exigência dos consumidores. Abrandamento Ainda que, e apesar dos indicadores já recolhidos em 2011, perante a conjuntura económica e social que deixa antever a certeza de mais austeridade para o país além da anunciada, as MDD+PP não deverão ver os seus rácios de crescimento abrandar, não se podendo considerar que tenham atingido o seu limiar de evolução e penetração nos lares dos portugueses. Se no final de terceiro trimestre de 2011 a Kantar Worldpanel dava conta de uma taxa de MDD+PP de cerca de 37% no mercado alimentar (valor sem frescos), 2012 poderá trazer um reforço adicional desta quota, em claro detrimento da inovação e diferenciação trazida pelas Marcas de Indústria, face ao factor preço privilegiado pelas MDD+PP. “A conjuntura difícil e uma panóplia de variáveis que influenciam o anuncioDEF.pdf 1 07/10/11 10:28 rendimento disponível das famílias têm feito com que as decisões
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dos consumidores se baseiem, cada vez mais, em critérios como simplicidade, clareza e a procura da melhor proposta de valor, aquela que consideram a relação custo e beneficio mais equilibrada, e que se tem traduzido na nossa oferta de produtos de Marca Própria do Continente. Por outro lado, o alargamento das nossas gamas e a introdução de produtos mais inovadores têm contribuído para que os nossos clientes experimentem e reconheçam a Marca Própria Continente como uma alternativa às restantes marcas. É curioso constatar, através de um recente estudo da IPSOS, que aproximadamente 80% dos clientes compram, pelo menos, um produto de Marca Própria por mês e esta está presente em 100% dos lares portugueses. Pelo que, e face a estes números e à actual situação das famílias portuguesas, acreditamos que a tendência será de crescimento deste segmento durante os próximos anos”, destaca fonte Sonae. “As MDD têm a sua função primordial como atractivo para gerar tráfego nas suas lojas. Outro aspecto fundamental na equação é o facto de os clientes pagarem a pronto nas caixas e os retalhistas aos seus fornecedores a prazos muito alargados. Durante o intervalo de tempo que medeia entre terem recebido dos clientes e pago aos fornecedores, o dinheiro está à disposição do operador a custo zero para o utilizar como muito bem entender, nomeadamente no financiamento da expansão da sua rede. As MDF continuam a ter clientes que as preferem pela qualidade, pela inovação, pelo valor que criam para a nossa economia. As MDD continuarão a crescer enquanto se mantiver esta situação em que o operador dono da MDD pode decidir sobre sortido, posicionamento e preço tanto das MDD como das MDF que com elas concorrem”, contrapõe João Paulo Girbal, presidente da Centromarca.
Diferentes leituras sobre a mesma realidade que, em comum, têm entre si as marcas de fabricante e a importância que elas têm na economia, no consumo e na vida dos portugueses sendo, no entanto, desejável um maior equilíbrio nesta intensa disputa por espaço no linear. A bem da dinamização do consumo, da economia, da promoção do emprego, de uma concorrência mais transparente e ainda com maiores benefícios ao consumidor. Mas já se sabe que quem dita regras… é o “mercado”!
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O retalho em Portugal registou, em 2011, um total de 372 milhões/€ em perda desconhecida, o equivalente a 1,33% das vendas totais do sector a nível interno e representativo de um crescimento de 7,3% face a 2010. Por outras palavras, cada família portuguesa terá que suportar um total acrescido de 107,44€ nas suas compras, valor abaixo da média europeia, com o custo relativo ao furto no espaço comum a atingir os 150€ em 2011.
Quebra desconhecida Portugal sobe
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7,3% O furto em lojas, promovido por clientes e empregados, a fraude proveniente de fornecedores, o crime organizado e os erros administrativos custaram ao retalho mundial 88.878milhões/€, e, em 2011, o equivalente a 1,45% das vendas apuradas no mesmo período. Realidade à qual Portugal não está incólume, com a quebra desconhecida no país a subir 7,3% em 2011, aspecto que vem contrariar o ciclo descendente do índice das quebras que se vinha a registar desde 2004. O que levou a que as perdas tenham atingido um total de
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372 milhões/€ (equivalente a 1,33% das vendas totais do retalho nacional), ainda assim abaixo da média europeia que atinge 1,39% das vendas do retalho e que coloca Portugal na 18.ª posição de um ranking composto por 23 países. Em termos práticos, o furto no retalho representa para as famílias portuguesas um custo acrescido de 107,44€ nas suas compras, com o furto promovido pelos clientes, incluindo pequenos furtos e furto organizado, a continuar a ser a principal causa da perda desconhecida em Portugal, com uma ligeira subida, ao atingir um índice de 48,9%. Em segundo lugar, surge o furto
interno, proveniente dos empregados, que representa uma taxa de 28,4%. Por último, os fornecedores representam 6,5% e os erros administrativos 16,2% da causa das perdas. Em Portugal, os custos de crime no retalho atingiram os 410 milhões de euros, dos quais 312 milhões/€ correspondem a crimes por furto e 98 milhões/€ ao investimento efectuado em soluções antifurto. Relativamente aos produtos mais furtados, a tendência global mantém-se com os acessórios de moda, o vestuário, os cosméticos/ perfumes e produtos alimentares como o queijo e os produtos cárnicos a ocuparem os primeiros lugares do ranking. “O crescimento da perda desconhecida verificado em Portugal veio ao encontro das expectativas que apontavam um possível aumento das quebras, resultado da crise económica que Portugal atravessa e das consequências socioeconómicas que daí advêm, nomeadamente o aumento de desemprego e da criminalidade. Em Portugal, o retalho tem implementado o que de melhor se tem feito na área da prevenção da perda desconhecida e inclusive tem sido pioneiro em muitas das soluções desenvolvidas”, considera Iván Baquero, director comercial para Portugal e Espanha da Checkpoint Systems. As soluções para a protecção dos artigos de risco continuam a passar, essencialmente, pelos sistemas EAS, pelo uso de Keepers, pelo aumento da etiquetagem na origem e pelo menor uso de
Perda desconhecida por mercado vertical As perdas variam de acordo com o tipo de negócio, área de actividade e país. Em 2011, algumas das taxas médias de perdas mais altas foram encontradas no sector do vestuário e moda / acessórios (1,87%), seguida pelo dos cosméticos / perfume / saúde & beleza / farmácia (1,79%). Entre os itens com maiores perdas está o queijo (3,09%). As perdas nos itens de saúde & beleza como “eyeliner” e “eye shadow” aumentaram 30% para uma taxa de 2,14% das vendas totais e as perdas no vestuário subiram 15,3% para uma taxa de 2,94%. Enquanto isso, as perdas de calçado cresceram 1% para uma taxa de 0,99%.
“merchandising” defensivo: vitrines. “Uma vez que as tecnologias de informação passaram a ser um “bem essencial” aos olhos de muitos, os gadgets electrónicos, são actualmente um dos sectores mais preocupantes. Pelo valor de estatuto que oferecem, conforto e acesso a conteúdos de valor, pequenos aparelhos como smartphones, tablets, mp3, câmaras fotográficas ou GPS’s são muito desejados e dado o seu pequeno volume e alto valor comercial são mais fáceis de vender no mercado negro”, sustenta João Fanha, director de marketing da Gateway Portugal. Na Europa a tendência mantém-se, com a maioria dos retalhistas a afirmar que os clientes são a principal fonte da perda desconhecida, ao serem responsáveis por 17.299 milhões/€ das perdas (47,7% do total). Já o furto interno (praticado pelos empregados) representa 30,2% das perdas totais. No entanto, na Europa o valor médio furtado por incidente pelos funcionários (1.381,40€) é maior do que a média furtada pelos clientes (93,85€). Segurança Segundo o Barómetro Global do Furto no Retalho do Centre for Retail Research (CRR), os retalhistas, a nível global, aumentaram os gastos em prevenção da perda e segurança em 5,6% relativamente a 2010, para 21.120 milhões/€. Contudo, deste investimento a quota de aquisição de sistemas anti-furto, na realidade diminuiu ligeiramente. Esta pode ter sido a razão que levou à diminuição do número de ladrões detidos a nível global. Na Europa foram detidos 3.150.408 “shoplifters” e 134.739 empregados desonestos. De facto, existe uma grande correlação entre a redução dos investimentos em soluções de prevenção da perda e o aumento efectivo da quebra no retalho, o que evidencia a importância da melhoria e do avanço continuado dos programas de prevenção da perda, na redução do furto e o seu reflexo no sucesso e crescimento dos negócios dos retalhistas. Proteger devidamente os artigos através de medidas integradas que contemplem um conjunto de soluções de protecção eficiente, e permitir ao consumidor um maior contacto com o produto, através do livre-serviço, possibilita a diminuição dos custos derivados de furtos e um aumento das vendas. “Imaginemos uma empresa que gastava por ano 500 mil euros em segurança e que, devido aos cortes orçamentais, reduz em 50% o seu investimento em protecção (para 250 mil€) - poupa 250 mil euros, portanto. Por outro lado, essa mesma empresa tinha quebras na ordem dos 1,5% sob vendas, o que representa 1,5 milhões/€ (1,5% de 100 milhões). Com o aumento da crise e maiores índices de furto e um menor investimento em segurança, a quebra passa para 2%. Aumento da quebra para 2 milhões/€ – significando um
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tendências de contexto e a condições de distribuição de cada produto antes de este atingir o linear. Assim, é possível assegurar um “modelo” de protecção que tende a maximizar os resultados para retalhistas e fabricantes”, acrescenta Iván Baquero, da Checkpoint Systems. O Barómetro Global do Furto no Retalho do Centre for Retail Research (CRR) monitorizou o custo da perda desconhecida no retalho global entre Julho de 2010 e Junho de 2011. Constatou-se que as perdas aumentaram em todas as regiões estudadas (América do Norte, América Latina, Médio Oriente/África, Ásia/pacífico e Europa). Os furtos efectuados pelos clientes, incluindo o furto por impulso e o crime organizado no retalho, cresceram 13,4%, tendo sido a principal causa na maioria dos países pelas perdas. Para os retalhistas, representam um custo de 38.434 milhões/€, representando 43,2% das perdas totais. Os empregados foram responsáveis por 31.080 milhões/€, ou seja, 35% das perdas globais.
aumento de 500 mil/€. Ou seja, poupou 250 mil/e em segurança, mas teve um prejuízo de mais meio milhão de euros. Será que vale a pena cortar na segurança? E os dados do barómetro exemplificam isso mesmo. Uma redução nos custos com segurança significa um aumento dos valores de quebra”, acrescenta João Fanha. Até porque o sector retalhista tem vindo a revelar novos desafios, com os operadores a depararem-se com formas mais sofisticadas de furto, traduzidas num determinado número de categorias que outrora não entravam na lista de artigos com maior peso nas perdas (ex: produtos alimentares, ver caixa) e que, actualmente, são objecto de medidas adicionais de prevenção. O objectivo prioritário dos retalhistas é, portanto, permitir ajudar a mudar o padrão de decisões de segurança para níveis de excelência, sem comprometer a qualidade do serviço que os sistemas de prevenção proporcionam ao cliente final, assegurando elevados níveis de protecção ao permitir identificar melhor os riscos, preveni-los, reagir com discrição, sem comprometer a expectativa do cliente na experiência de compra. “Para se atingir um binómio disponibilidade-protecção que permita proporcionar uma experiência de compra positiva ao cliente e, como consequência, subir vendas, é necessário obedecer a uma análise mais cuidada entre os intervenientes na cadeia de valor para a correcta adequação das medidas de protecção a cada artigo, obedecendo a
Perda no retalho global Os países que verificam a maior taxa de perdas são a Índia (2,38% das vendas do retalho), a Rússia (1,74%) e Marrocos (1,72%). As menores taxas de perdas foram registadas em Taiwan (0,91%), Hong Kong SAR (0,95%) e Japão e Áustria (ambos com1,04%). A taxa de perdas na Europa fixa-se em 1,39%, o equivalente a 36.281 milhões de euros do total das vendas.
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Com a meta de obter 80% do seu café através do Programa AAA Sustainable Quality até 2013, a Nespresso tem vindo a adoptar, desde 2003, uma política sustentável da sua actividade. Filosofia à qual a operação nacional não é indiferente e cujos princípios tem posto em prática, figurando ainda no top 10 mundial de vendas da marca. Vincent Termote, director-geral da Nespresso Ibérica, aborda em entrevista na Grande Consumo o percurso da Nespresso desde que assumiu, há anos, a responsabilidade por estes dois mercados.
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“Portugal está top10 de vendas a nível mundial Nespresso”
TEXTO Bruno Farias FOTOS D.R.
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Grande Consumo - Porque é que o programa Ecolaboration da Nespresso é tão diferenciador face aos outros concorrentes? Que diferença apresenta face ao Nespresso AAA Sustainable Quality Program iniciado em meados de 2003? Vicent Termote - Antes de mais, gostava de sublinhar que toda a actividade da Nespresso assenta no conceito de criação de valor partilhado, no contexto do Nestlé Creating Shared Value. A ideia passa por criar valor, não apenas para a empresa, mas, sobretudo, para as comunidades onde está presente. Daí a sustentabilidade, mas também a responsabilidade social, serem duas prioridades da marca. Em termos de sustentabilidade, a Nespresso aposta muito forte no seu programa Ecolaboration, que é uma evolução de programas anteriores, e que concretiza na perfeição o que é a filosofia da empresa neste campo. O objectivo assumido passa por reduzir o impacto ambiental da sua actividade e isso implica alcançar três compromissos até 2013: obter 80% do seu café a partir do Programa AAA Sustainable Quality, implementar sistemas no sentido de triplicar a capacidade de reciclar cápsulas usadas em 75 % (por quantidade global) e reduzir em 20% a pegada de carbono por chávena decorrente do conjunto da sua actividade. GC - A pegada geral de carbono é uma dimensão da qual se pode dissociar o negócio hoje em dia, ou uma condição sine quae non do mesmo? A promoção e incentivo à reciclagem de cápsulas é parte integrante dessa visão? VT - Estando a reciclagem abrangida nesta iniciativa, a Nespresso Portugal fez um grande investimento no desenvolvimento de um sistema próprio de reciclagem das suas cápsulas em 2008, com parceiros locais, contando já com mais de 240 pontos de recolha de cápsulas usadas em Portugal Continental e Ilhas. A taxa de reciclagem das cápsulas Nespresso é actualmente muito superior a qualquer outra marca presente no mercado com cápsulas. Portugal é mesmo pioneiro neste campo, pois, para além disto, a Nespresso lançou, de forma inédita e inovadora, uma iniciativa de reaproveitamento da borra de café resultante do processo de separação do alumínio das cápsulas. A borra de café é utilizada como fertilizante no cultivo do arroz, mediante integração num composto agrícola, arroz esse que é depois entregue ao Banco Alimentar. Nem de propósito, entregámos esta semana as 50 toneladas que resultam do projecto deste ano, número que deve chegar para aproximadamente 1 milhão de refeições, número que ganha ainda mais significado no actual contexto sócio-económico. GC - As metas definidas até 2013 ao abrigo do programa Ecolaboration são passíveis de ser atingidas? VT - No final de 2010, mais de 60% do café Nespresso, produzido por cerca de 40 mil produtores, era já proveniente deste programa, o que prova que as nossas metas são realistas. A Nespresso olha para estas metas com grande empenho e seriedade, por isso diria que temos todas as condições para as cumprir. Repare que apenas cerca de 1 a 2% do café verde a nível mundial está à altura dos nossos perfis de gosto e aroma específicos, bem como dos nossos elevados padrões de qualidade, por isso, do grão de café à chávena, a Nespresso zela pela sua matéria-prima como se de um tesouro se tratasse, porque na verdade é assim que a vê. GC - A oferta disponível de blends e de equipamentos são suficientes para as ambições da marca a nível da Península Ibérica? Está previsto o alargamento das
boutiques Nespresso em 2012 no mercado nacional? VT - É preciso ver que o sistema de distribuição da Nespresso é personalizado e exclusivo, e isso faz parte da identidade da marca. Só através do contacto directo com os consumidores podemos garantir o tratamento personalizado que os clientes solicitam, conhecendo as suas necessidades e dandolhes resposta, razão pela qual não é possível oferecer este conceito na grande distribuição, de forma permanente e nas melhores condições. Também apostamos na escolha e diversidade que proporcionamos ao consumidor. Este ano temos 21 variedades de Grands Crus para o lar, incluindo as Edições Limitadas, e oito variedades para fora do lar. Inaugurámos recentemente, em Coimbra, a nossa 10.ª boutique, e a terceira fora de Lisboa e Porto, pois já tínhamos investido igualmente em Aveiro e Braga. Queremos estar cada vez mais próximos dos membros do Clube Nespresso e, por isso, sentimos a necessidade de expandir a rede de boutiques para lá dos grandes centros urbanos e a zona Centro é estratégica para nós. No entanto, o crescimento futuro depende da base e potencial de clientes e das oportunidades. Estamos atentos à conjugação destes factores. São eles que ditam o nascimento de novas boutiques Nespresso. A rede de boutiques Nespresso crescerá em função do desenvolvimento do negócio nas diferentes regiões de Portugal.
GC - Como é que avalia a concorrência directa em Portugal, a nível de posicionamento, comportamento comercial e ainda no âmbito da comunicação? VT - Por política de empresa não tecemos opiniões sobre produtos da concorrência, mas podemos dizer que entendemos que os consumidores sejam sensíveis ao tema do preço das cápsulas e estamos atentos a isso. Hoje em dia existem no mercado diversos sistemas de café unidose, disponíveis através dos canais da grande distribuição. Os consumidores são agora confrontados com uma escolha difícil entre as diferentes ofertas, num contexto muito competitivo. Neste contexto, o nosso factor de diferenciação é justamente estarmos focados somente no café da melhor qualidade, apostando também na escolha e diversidade que proporcionamos ao consumidor. Sabemos, por exemplo, que no canal de venda directa se comercializam apenas os produtos com maior rotação, o que não defende a variedade que fazemos questão de ter na nossa oferta. Da mesma forma que os membros do Club Nespresso só esperam de nós o melhor café nas suas chávenas, a Nespresso esforça-se para oferecer essa qualidade máxima.
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A ZEMBRO ISMT DE V RO/ B E TR NOVE
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GC - O facto de haver, neste momento, operadores que comercializam cápsulas de café compatíveis com os equipamentos Nespresso é um duro revés para aquilo que tem sido o posicionamento Premium e exclusivo que a marca sempre promoveu desde a sua criação? VT - Acreditamos firmemente na concorrência justa e até prosperamos graças a ela. De facto, a concorrência não é uma novidade para a Nespresso. Em 2010, a Nespresso enfrentou mais de 30 marcas diferentes de café em porções ou cápsulas. Enquanto marca pioneira e referência no mercado do café Premium em porções, ou cápsulas, a Nespresso continua a gozar de crescimentos orgânicos de mais de 20% e Portugal está no ‘top 10’ de vendas a nível mundial. GC - Que posições legais defende para a defesa dos interesses da marca nessa matéria? VT - Vamos sempre tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar os nossos direitos no campo da propriedade intelectual, quando estes forem ameaçados. O nosso negócio tem como pilares a qualidade e 25 anos de inovação contínua. A nossa propriedade
intelectual é, pois, resultado de um grande investimento no nosso modelo de negócio único, que nos permite ir ao encontro, e exceder, as expectativas do consumidor e construir uma marca global moderna. É sabido que a Nespresso agiu judicialmente contra alguns concorrentes, por violação da propriedade intelectual, em França, na Suíça e na Holanda. Como responsável pelo mercado ibérico, não estou em posição de fazer muitos comentários em relação a qualquer desses casos, mas posso dizer que assumimos este passo no sentido de garantir que o gosto e experiência associados à marca Nespresso se mantêm intactos. É também importante proteger os postos de trabalho dos mais de 6.000 empregados a nível global, mais de 350 só em Portugal. GC - A palavra liderança está sempre presente no seu léxico. Afinal com que números se traduz a liderança Nespresso? A marca é também líder no mercado português? VT - Embora não possa adiantar números específicos para o mercado português, posso dizer que em 2010, e face a mais de 40 concorrentes no mercado global, a Nespresso registou um crescimento orgânico de mais de 20%. Continuamos a acreditar que a nossa variada oferta de café da mais alta qualidade, associada a um serviço exclusivamente personalizado e à constante inovação são factores suficientes para continuar a merecer a lealdade e o entusiasmo dos nossos Club Members.
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TA MBRO VIOVSEMBRO/DEZE E R NT | N
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GC - A actual conjuntura económica tem trazido mais consumidores ao universo Nespresso? Que peso têm na facturação os diferentes canais onde a marca se faz representar?
VT - Em termos de mercado, assistimos a uma revolução, em poucos anos o consumo dentro do lar cresceu dos 20% para os 35%. A crise quase estrutural que Portugal atravessa desde 2003 trouxenos à origem do conceito Nespresso: trazer o café que as pessoas costumavam beber fora para dentro de casa, com uma qualidade garantida. Hoje as pessoas ficam mais tempo em casa mas os apreciadores de um bom espresso, como os portugueses, não abdicam desse prazer. E é isto que nós oferecemos: a possibilidade de tomar um café de qualidade inigualável, de uma forma prática e acessível, por um valor inferior ao praticado na rua e cuja qualidade muitas vezes poderá ser menor ou que depende da pessoa e da máquina que o prepara… Quanto à segunda parte da pergunta, lamento, mas a Nespresso não comenta quotas de mercado locais, mas posso adiantar que hoje as vendas do canal profissional corresponderam a 11% das vendas da Nespresso em 2010, o que fornece um dado interessante quanto ao peso e crescimento desta área para a Nespresso.
GC - Com que perspectiva encara o próximo exercício? Manter os indicadores performativos continua a ser a prioridade? VT - Com confiança e optimismo: a categoria de café em cápsulas estará a crescer, num contexto muito competitivo. Como pioneira, a Nespresso é claramente reconhecida pelo consumidor como uma referência em qualidade e requinte no segmento. A constante inovação, a diferenciação e a exclusividade fazem parte do ADN da Nespresso, que está focada somente no café da melhor qualidade, apostando também na escolha e diversidade que proporciona ao consumidor. Vamos continuar a apostar nos pontos que nos tornam diferentes e exclusivos, com enfoque no serviço personalizado ao cliente. O nosso êxito deve-se igualmente ao vínculo exclusivo que estabelecemos com este, estando disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, tanto online como através do 800 260 260, ou fisicamente nas boutiques Nespresso, onde estamos a investir no Pick-up Point, por exemplo, um conceito que pretende melhorar a eficácia das entregas. Manter o bom desempenho do negócio passa por reforçar a atenção, diversidade e qualidade do atendimento, e estamos em excelente posição para o fazer face à concorrência. GC - Como é que a Nespresso irá encerrar o exercício de 2011? Pode falar-se num ano positivo apesar da retracção do consumo na zona Euro? VT - No actual contexto económico e tendo em consideração as previsões para 2012, estamos a apostar na inovação, um dos pilares da marca e faz parte do seu ADN. Continuamos a investir em novas máquinas, que trazem benefícios claros para os clientes. Estes cada vez mais necessitam diferenciar a sua oferta, como forma de aumentar a sua rentabilidade. Actualmente a diferenciação é chave para assegurar o sucesso. Essas inovações tornam possível, por exemplo, que hoje as máquinas comuniquem com o Clube Nespresso, permitindo-nos responder de forma proactiva às necessidades de manutenção e serviço, antes que surjam problemas, e fornecer um nível de serviço de valor acrescentado incomparável na indústria. O segmento do café unidose é muito dinâmico e está em contínuo crescimento, dentro do mercado global de café. A Nespresso tem uma perspectiva a longo prazo da cadeia de fornecimento de matéria-prima de qualidade, segura e sustentável, e a nossa estratégia de abastecimento permite-nos gerir estes aumentos de forma moderada, mas ninguém é imune ao efeito drástico das flutuações de preço a que assistimos recentemente no mercado de café verde, por exemplo.
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TEXTO Alexandre Paulo FOTOS Luis G. Afonso
Estimado em 255 milhões/€ no canal Alimentar, o mercado nacional de bacalhau seco apresenta-se a perder 3% em volume e a subir 5% em valor neste canal de comercialização, revelando-se como indispensável nos hábitos de consumo dos portugueses. Que, e ainda que visando o preço e as categorias inferiores de produto, não deixam de o incluir no seu cabaz de compras traduzindo-se essa preferência num gasto de 13,96€ por cada visita ao retalho.
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MBRO/DEZEMBRO n.º12/2011 | NOVE
Em 2011, os portugueses compraram bacalhau, numa média de cinco vezes por lar, perfazendo um gasto médio de 13,96€ no seu consumo individual em grandes superfícies comerciais nacionais, o que diz bem da importância que o bacalhau representa, quer nos hábitos de consumo dos portugueses quer em termos gastronómicos para um país que, como se sabe, é amplamente apreciador das particularidades do fiel amigo. Ainda que com maior predominância das categorias mais baixas de mercado, certo é que este universo não evidencia grandes sinais de abrandamento, não obstante as mutações ocorridas no consumo ao longo deste ano e os evidentes efeitos de substituição que se registam em outras categorias paralelas. Certo é que bacalhau é bacalhau e pode-se afirmar que mais do que os 255 milhões/€ facturados no mercado alimentar (equivalentes a 35,4 milhões/kg comercializados), a principal nota de realce registada durante o ano corrente vai para o seu comportamento em termos de preço, “incomparavelmente mais estável do que a maioria dos peixes ao dispor do consumidor”, como introduz Vítor Lucas, director-comercial da Lugrade, que acrescenta: “as quotas de bacalhau em 2011 continuaram a sua tendência crescente a nível mundial, fruto das políticas sustentadas com vista à protecção da espécie em países como a Islândia, Rússia, Noruega e Canadá. Estas políticas têm permitido o abastecimento em quantidades suficientes para o consumo a nível mundial, mantendo assim os preços do fiel amigo a níveis acessíveis”. Ou seja, uma questão de acesso que possibilita a democratização do consumo que, diga-se a bem da verdade, em muito ultrapassa a compreensão média dos portugueses relativamente ao entendimento
deste universo, sendo hoje o bacalhau seco um bem alimentar acessível à maior parte das bolsas. Pelo menos para já… Ainda que não se preveja um aumento dos preços médios praticados, isto a assumir que a taxa de Imposto de Valor Acrescentado se irá manter nos 6% como até aqui registado, com o bacalhau a ser incluído no lote dos bens essenciais, tal não quer dizer que, contudo, não
tenha havido uma actualização dos preços no decurso de 2011 como facilmente se percebe pela performance dos indicadores disponíveis em valor e volume. Com – inevitável dir-se-ia – prevalência das categorias de mais baixo preço unitário de comercialização, ainda que “no caso do bacalhau salgado seco, a venda se faça não tanto pela marca mas sim pela aparência/qualidade. Em muitas famílias, a passagem de categorias mais Premium para outras de menor valor acrescentado é uma realidade, mas essa é a única opção para ultrapassar as dificuldades actuais, mantendo uma alimentação saudável”, acrescenta o responsável comercial da Lugrade.
Marcelo Duarte, diretor-comercial sector Bacalhau Demolhado Ultracongelado da Riberalves Como é que caracteriza a evolução do mercado nacional de bacalhau ao longo de 2011? Dadas as actuais limitações económicas dos consumidores, existiu uma evolução abaixo do previsto por nós no mercado nacional, no entanto, e apesar de o mercado se contrair em crescimento, a Riberalves conseguiu crescer mais do que o mercado, em parte devido à capacidade de adaptação à procura de produto por parte dos nossos clientes. Este é um dos grandes argumentos que “joga” a favor do consumo de bacalhau em Portugal, não se afigurando grandes oscilações nos volumes a comercializar durante o próximo ano. Não só pelo motivo de o bacalhau seco não ter sido alvo da actualização da taxa de IVA, como pelo facto de também as MDD+ PP estarem, igualmente neste sector, a reforçar a sua posição, ainda que em categorias de menor valor acrescentado. Ao acréscimo de 2% nas vendas de Marcas de Fabricante contrapõe-se uma subida de 44% das MDD+PP, o que, considerando os seus escassos 9% de quota de mercado, facilmente explica o quanto os portugueses são adeptos de bacalhau, de marcas e de qualidade reconhecida, não obstante a existência da sua disponibilidade também como “commodity”. “O bacalhau é uma opção económica e saudável na alimentação dos Portugueses, logo não é expectável uma redução no consumo. É importante realçar que 1 kg de bacalhau seco equivale a 3,4 kg de peixe fresco à saída de água”, acrescenta Vítor Lucas. Segmentos Já por segmentos, o mercado nacional de bacalhau seco apresenta-se algo repartido com o Crescido (38%) e o Graúdo (25%) a distribuírem entre si o domínio deste universo, ao representar mais de 60% das vendas em valor no canal Alimentar, o que diz bem da sua importância para as contas deste mercado. Assim como para entender a relevância das categorias baixas e intermédias de bacalhau para a performance deste universo que tem registado alguns efeitos de “downgrading” na categoria. Efeitos da crise, da adaptação dos consumidores portugueses a uma nova realidade em todas as formas, mas que faz com que, e apesar de imune a grandes oscilações de preço e dos níveis transaccionados, também o bacalhau acabe por “sentir” os efeitos da crise, ainda que a consistência da oferta dos formatos secos faça com que neste Natal seja uma presença confirmada à mesa dos portugueses.
Categoria Bacalhau Seco
%€
255,8
Milhões Kgs %Var
Ano 9%9
Milhões €
M.Fabric.
+44% +2% Fonte: Nielsen Market Track (inclui LIDL)
Importância Lojas, Áreas e Segmentos (€) 9%
3%
9%
75%
25% 38% 38% 16% Corrente
Crescido
Especial
Graudo
Derivados
Outros Tipos
Pode-se falar num efeito de substituição nos hábitos de consumo dos portugueses? De passagem das categorias mais Premium para outras de menor valor acrescentado? Claro que sim, cada vez mais iremos assistir a desvios de consumo de produtos Premium para outros de menor valor, são as actuais implicações no consumo que ditam estes desvios.
1% MD+PP
+5%
-3%
A presença da oferta em MDD+PP também nesta categoria tem retirado mercado, ou preponderância, às marcas de indústria? É transversal a todas as categorias, diria mesmo inevitável que tal não aconteça.
É expectável que o bacalhau venha a ser objecto de actualização da taxa de IVA? Queremos acreditar que as pessoas responsáveis nessa área têm consciência da importância deste produto na nossa balança comercial.
Dimensão e Evolução Anual
35,4
Existe alguma categoria que se tenha destacado particularmente na sua performance comercial, em valor ou volume? Sem dúvida que o Bacalhau demolhado ultracongelado continua a ser a categoria mais interessante, com o aumento constante no consumo quer no lar quer na restauração ou hotelaria colectiva.
dos lares em Portugal Continental compraram a Categoria no último Ano
COMPRARAM
GASTARAM
5 vezes
13,96€ por visita
Fonte: Nielsen HomeScan / Painel de Lares (Ano Móvel Sem 40/2011)
Perante a realidade económica e social do País, e não obstante a sua importância nos hábitos de alimentação dos portugueses, é expectável uma redução no consumo de bacalhau no decorrer do próximo ano? Não acreditamos numa redução no consumo mas antes numa procura de subprodutos no bacalhau demolhado mais acessíveis. Vejase que, actualmente, o bacalhau é um peixe bastante acessível se comparado com o peixe fresco, mesmo o de aquacultura, que se encontra mais caro que o bacalhau.
Há produtos que não mudam, que se consomem desde sempre, produtos que nem se pensa neles porque estão tão enraizados na nossa cultura que acabam por se tornar básicos, produtos e marcas que se compram porque sempre se compraram…. até que um dia alguém olha para o lado, repara que afinal não há só aquela marca e pensa: Será que a marca que eu sempre comprei é realmente melhor do que as outras?.... E assim, mais ou menos do dia para a noite, uma categoria onde os consumidores
a mudar… que eram definitivamente muito diferentes do que eram no passado. A maioria tinha-se tornado urbana, eram cada vez mais contemporâneos e menos tradicionalistas, viviam vidas muito mais agitadas, a alimentação não era a mesma, era mais prática, mais funcional, aliás já nem havia um só padrão de alimentação mas vários. Foi nessa altura que percebemos que aquilo que nos diferenciava era o nosso espírito inovador e foi por isso que decidimos apostar
A tradição já não é o que era
Duarte Roquette Senior Brand Manager Sovena
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eram fiéis transforma-se numa categoria comoditizada…e o resto da história já sabem, crescem as marcas de distribuição, perde-se a confiança na publicidade e passado pouco tempo as marcas que nos acompanharam quando éramos pequenos passaram a ser cromos que nos divertem e fazem sonhar nas manhãs da Comercial. Para quem trabalha em marketing é assustador! E travar este processo dá uma trabalheira dos diabos! É que não basta fazer bons anúncios, nem rótulos bonitos, é preciso ir bem fundo nas marcas e nas empresas à procura da sua essência, estar constantemente à procura de formas tangíveis de diferenciar. Ufa! Isto dá mesmo muito trabalho! Mas na realidade só temos duas hipóteses: ou ficamos parados agarrados à tradição ou acreditamos que somos nós que escrevermos o nosso próprio futuro. No caso dos azeites o problema ainda era mais grave porque a tradição estava a levar ao abandono do olival e, nos últimos 20 anos, Portugal passou de um importante produtor de azeite a um país deficitário que consumia mais do que produzia. Oliveira da Serra existe desde a década de 60, nascemos como uma marca regional e só na década de 90 passámos a ter distribuição a nível nacional. Na realidade, fomo-nos tornando numa marca muito conhecida mas continuava a ser demasiado parecida com as outras, e decidimos diferenciar-nos. Percebemos que os consumidores estavam
cada vez mais na contemporaneidade e inovação. E assim, entre muitos outros lançamentos, lançámos a tampa Pop-Up. Uma tampa que veio da sugestão de um consumidor. Um sistema único e patenteado, que revolucionou a forma de manusear o azeite. Foi a mesma vontade de ir mais longe que nos levou a ter como ambição fazer de Oliveira da Serra, a marca com o maior olival do mundo e a construir um lagar como nunca ninguém viu. Um lagar desenhado para ser um marco de modernidade do país e uma escultura em homenagem ao olival português. Apesar do Azeite ser um sector muitíssimo tradicionalista, decidimos não baixar os braços à comoditização, nem ficar agarrados ao conforto de termos uma marca conhecida. Esta decisão levou-nos a ir muito para além do marketing e que obrigou ao compromisso de toda a organização. Só assim conseguimos com que a nossa marca se tornasse cada vez mais forte e conquistasse a preferência dos consumidores. Permitiu-nos fazer um percurso sólido e que passássemos de líderes em Virgem Extra para líderes no mercado total de azeite em Portugal. Há uns anos atrás se tivéssemos decidido confiar na tradição não seriamos seguramente a marca que somos hoje. Agora, e apesar de termos passado a ser a marca de azeite mais vendida em Portugal, não podemos ficar parados, porque hoje e amanhã a tradição nunca mais será o que era.
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descrever uma situação em que tinham poder de influência sobre outra pessoa ou aquela em que alguém tinha poder sobre eles relativamente a situações de compra de vários produtos. Em seguida, os investigadores mostraramlhes objectos vários e perguntaram-lhes quanto estariam dispostos a pagar pelos mesmos. Depois de os fazerem pensar em situações em que teriam dificuldades e mesmo impossibilidades de compra, os investigadores convidavam os participantes
generalistas em que, depois de mais um momento, tudo passado se constate que temos de mudar muito de hábitos? Quem é que nunca pensou em afogar as suas tristezas comprando qualquer coisa para diminuir o desconforto psicológico? Ou pensou em comprar um objecto por impulso, sem pensar se precisa dele, ou não, no momento, utilizando uma espécie de capricho que tem que ser realizado no momento em que surge o desejo para não aumentar a “sua mágoa”?
Entre a poupança e a simbologia de algum consumo Francisco Velez Roxo Professor Auxiliar Convidado Católica Lisbon School of Business and Economics Em 2008, pouco meses antes do estalar da crise financeira, tive acesso a um estudo sobre alguns factos que explicavam porque muitos americanos que estavam profundamente endividados, ainda gastavam acima das suas possibilidades. No artigo, referido pela revista ScienceDaily (June 25, 2008) os autores Derek D. Rucker e Adam D. Galinsky (ambos da Kellogg School of Management da Northwestern University com quem a Católica Lisbon colabora a vários níveis, em especial na formação de Executivos) levaram vários participantes no estudo a recordar situações em que podiam comparar-se com quem tinha mais poder de compra e sobre se estavam dispostos a pagar preços mais elevados para atingir o “status” daqueles que, através da compra de produtos de “status” que, por sua vez, aqueles possuíam. E concluíram “haver uma maior disponibilidade para comprar/pagar por certos objectos relacionados com um certo estatuto, o que deriva da crença de que a obtenção de tais objectos certamente os ajudará a restaurar um sentido de poder eventualmente perdido”. Em três momentos do estudo, os autores pediram aos participantes para
a responder a se estavam dispostos a pagar mais por itens de “status”, tais como gravatas de seda e casacos de pele. Ao que estes respondiam afirmativamente por oposição à hipótese de compra de produtos como “minivans” ou secadores de cabelo. Instados, noutra dimensão, concordavam também em pagar mais por uma foto emoldurada da sua universidade se fosse considerada como rara ou exclusiva. E concluíam, entre várias dimensões do estudo, os investigadores: “Por analogia, consideremos dois indivíduos, um milionário de sucesso e um financeiro recém-falhado. Ambos podem ver, ou ter, um relógio Rolex como um símbolo de status. No entanto, para o milionário, usando o relógio, tal não o vai fazer sentir-se mais poderoso do que normalmente se sente. Por contraste, para o financeiro falhado, usando o mesmo relógio tal pode fazer com que este se sinta muito mais poderoso do que é na realidade”. Numa sociedade com uma taxa de poupança em queda, os níveis de dívida “skyrocketing” podem apontar para amplas implicações sociais. Tal como se conclui a partir deste estudo que, na América contemporânea, as pessoas recorrem às compras para compensar os estados psicológicos de insegurança e estão dispostas a “passar além dos seus recursos para obtenção de objectos de status”. Pergunto-me: três (3) anos depois do início da situação financeira em que as economias ocidentais estão a tentar ultrapassar as dificuldades, em particular muitas economias europeias entre as quais a portuguesa, iremos assistir a algo semelhante ao relatado no estudo, ou, pelo contrário, ficar-nosemos por um Natal de grande crise de consumo e negócios para os distribuidores, pequenos, grandes, especializados ou
Muito embora o acto de comprar seja importante e ajude a economia a manterse viva mesmo que a respirar mal, ajude o comércio tradicional e moderno, permita manter trabalho e emprego e contribua para o “aguentar” da sociedade em crise, o ideal é que saibamos neste Natal pensar um pouco mais no que compramos e que, tanto quanto possível, as compras sejam um acto consciente, coerente, planeado e que não nos gerem problemas futuros, sejam eles de arrependimento ou monetários e legais tais como o que acontece com o comprar a crédito e viver acima das possibilidades. O que traz sempre maus resultados. Podem os mais velhos recordar hoje no cair do ano de 2011,onde se foi parar com as austeridades dos anos 70 e 80. Passado o medo, e com euros à descrição, seguiu-se a era do consumismo mais exibido, mais arrogante e vulgar. Mudam-se agora, de novo, os hábitos, sem necessariamente ter de se reduzir o padrão de vida à miséria, mas dando mais atenção à qualidade do mundo em que queremos viver, em particular os mais novos. Está a afirmar-se um novo estilo de vida que não diaboliza as conquistas, mas observaas e faz-nos cada vez mais observá-las à distância certa. O melhor resultado que poderemos desejar para este GRANDE CONSUMO de NATAL 2011, é que, entre a poupança e a simbologia de algum consumo necessário (nem que seja só psicologicamente), um novo futuro seja conquistado no plano dos comportamentos públicos, para que estes evidenciem mais sobriedade nas declarações, nas promessas e nas acusações (de quem está no poder em especial), mas também nas expectativas “salvíficas” em relação aos poderosos Mercados a quem desejamos um Mau Natal.
É certo que vivemos hoje dias de grande incerteza económica e social. O clima de crise que se instalou nos mercados, a incerteza e o aumento do desemprego alerta-nos para a urgência em poupar e racionalizar o nosso consumo.
nacional, permanece em Portugal. É também fundamental sensibilizar a população portuguesa para os problemas da produção e para o consumo de produtos nacionais como um caminho para reduzir o défice e reactivar a economia
Made In Portugal
Patrícia Coimbra Marketing Manager da Vatel
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n.º1 2/20 11 |
Hoje em dia, quando vamos às compras, temos à disposição uma grande variedade de produtos oriundos dos quatro cantos do mundo e, obviamente, nacionais. Certo é que devido à actual situação económica, cada vez mais, muitos de nós optam pelo factor preço na altura de escolha, até porque a gestão do orçamento familiar, cada vez mais difícil, assim o obriga. No entanto, esta nossa atitude ou escolha pode, a médio prazo, tornar-se muito cara para todos nós. O mercado nacional é um mercado pequeno e maduro, tornando a exportação uma necessidade para a maioria das nossas empresas. Obviamente esta necessidade aplica-se a todos os países, e actualmente Portugal importa mais do que exporta. Muitas das empresas nacionais têm dificuldade em competir ao nível de preço sustentável, quer seja com produtos importados cujo valor da mão-de-obra é reduzido, quer seja com empresas cujas economias de escala permitem preços mais competitivos. Ao adquirimos produtos estrangeiros em detrimento dos produtos nacionais, estamos obviamente a contribuir para uma quebra de vendas das nossas empresas e, consequentemente, da produção, obrigando a que os fabricantes portugueses tenham de racionalizar os seus custos, ou subir ainda mais os preços dos seus produtos, de forma a manter margens aceitáveis para a sua sobrevivência. Este círculo vicioso pode, como consequência, levar ao crescimento do desemprego e a uma ainda maior procura de poupança por parte do consumo. Uma das melhores formas de dinamizar a economia portuguesa é a escolha de produtos portugueses ou de produtos fabricados em Portugal. A riqueza gerada por estes produtos, cuja mão-de-obra é
nacional. Desta forma, estaremos todos a contribuir para a criação de emprego e para o desenvolvimento sustentado da nossa economia. Todos sabemos que vamos reduzir o nosso consumo, mas quando o fizermos tentemos assegurar que não seja o consumo de produtos nacionais. QUALIDADE E INOVAÇÃO Temos, por outro lado, consumidores cada vez mais exigentes e informados. O preço é importante mas existem outros factores determinantes no momento da compra de um produto como a qualidade, a inovação ou a confiança. Os produtos portugueses são bons. No que diz respeito à qualidade, são tão bons ou melhores do que os produtos que importamos. Há, no entanto, que continuar a investir na inovação, na qualidade e na diferenciação dos produtos portugueses bem como na sua promoção e divulgação. A Vatel, líder no mercado em que opera, tem como pilares a portugalidade, tradição, qualidade e inovação. Com estes objectivos, a Vatel tem vindo a investir nas suas fábricas, no alargamento da sua gama de produtos, com produtos diferenciados e valorizados pelo mercado, continuando a investir na inovação, e na comunicação. Sendo o sal um produto base da alimentação, ou seja, uma “commodity”, nem sempre lhe é reconhecido um valor real e adequado às responsabilidades do controlo alimentar, um factor determinante nos dias de hoje, e do compromisso social e ambiental exigidos a uma marca líder. Neste sentido, a Vatel tem como estratégia valorizar a categoria, através de inovação e diferenciação, necessárias para um crescimento sustentável.
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O serviço a clientes é hoje um dos principais
factores diferenciação também ao nível do fornecimento de equipamentos de handling, dimensão de negócio no qual a Linde
Material Handling Ibérica tem vindo apostar fortemente. A importância da mesma foi a que Grande Consumo quis perceber nesta curta entrevista a António Santos, responsável pela delegação portuguesa da Linde Material Handling Ibérica.
TEXTO Duarte Cunha FOTOS D.R.
Costumer Services: know-how e tecnologia em parceria
Grande Consumo - A Linde tem vindo a reforçar a sua gama de serviços ao cliente. A que se deve esta aposta? A uma decisão estratégica ou a uma reivindicação do mercado? António Santos - A Linde Material Handling Ibérica é o fornecedor com a gama mais completa de empilhadores no mercado. Tendo em conta este posicionamento, a marca considerou que era fundamental desenvolver uma logística de serviços completares ao seu negócio, que lhe permitisse oferecer aos seus clientes uma solução de transporte e armazenamento de mercadorias que fosse simultaneamente flexível, personalizada e completa. Assim surgiu o Linde Costumer Services. Este serviço integral e eficiente, aumenta a disponibilidade dos veículos e garante a segurança dos colaboradores e a sustentabilidade do investimento. Com uma rede de 37 profissionais e uma frota de 27 veículos no Continente e Ilhas, através do uso das tecnologias mais modernas, de uma formação contínua dos técnicos especialistas e de um amplo equipamento das viaturas de assistência, a Linde garante uma solução rápida e fiável sempre que seja necessário algum tipo de intervenção na frota dos seus clientes. GC - Que serviços compõem a actual oferta da Linde? Pode-se considerar que estamos perante a gama mais completa no seu segmento de mercado? AS - O Linde Costumer Services oferece aos seus clientes uma vasta oferta de serviços: uma completa rede de assistência técnica ibérica que possui um “know-how” de mais de 600 tipos de veículos diferentes e 800 horas de formação ministrada aos seus técnicos
na central; contractos de manutenção à sua medida, disponíveis em duas grandes modalidades – manutenções preventivas e “full service”; serviço de reparações prestado pelos técnicos especializados e viaturas Linde, equipadas com o stock de ferramentas necessárias para garantir o melhor serviço Linde; serviço de peças de substituição originais, onde gerimos mais 38.000 referências de peças de substituição para que o cliente tenha o seu equipamento sempre em perfeitas condições; efectuamos a Inspecção Técnica de Segurança de acordo com as recomendações do Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, e com Decreto - Lei, 50/2005 para certificar o perfeito estado de segurança da frota de empilhadores dos nossos clientes; disponibilizamos o serviço de formação de operadores de empilhadores para condutores com e sem experiência,
41 A LOGÍ11S|TNOIVECMBRO/DEZEMBRO n.º12/20
todo o material didáctico e diploma de capacidade do operário; colocamos à disposição dos nossos clientes uma vasta gama de acessórios, implementos e componentes que garantem segurança e produtividade aos equipamentos e operadores, tornando mais eficiente a manipulação de mercadorias; para os veículos que circulam na via pública a Linde realiza a assessoria necessária para toda a documentação legal de matrículas; com o seu sistema de gestão de frotas, é possível analisar detalhadamente a utilização dos veículos, e desta forma garantir a máxima eficiência e optimização de recursos e da frota; Paralelamente a todos os serviços acima mencionados, a Linde aposta também num serviço de aluguer curta duração, para o qual possui um parque de 400 máquinas de última geração que podem ser alugadas por dias, semanas ou meses de forma rápida e sem complicações administrativas e em função das necessidades operativas dos clientes.
GC - Como é que se consegue conciliar optimização de recursos, inovação e segurança? AS - Esses são precisamente três dos pilares em que assenta toda a filosofia da Linde e o seu posicionamento no mercado. Ao escolher a Linde, o cliente consegue alcançar essas três premissas essenciais ao negócio: veículos concebidos com base nos mais elevados padrões de inovação – empilhadores de última geração – onde a segurança do operador é uma preocupação primordial, sem descurar a eficiência no trabalho e garantindo a máxima optimização de recursos. GC - Que importância tem para Linde o tema da segurança? AS - A segurança é para a Linde um factor primordial para o negócio. A investigação e o desenvolvimento é uma das apostas da marca e os equipamentos que fabrica são testados exaustivamente na fase de concepção para que cumpram todos os requisitos operativos e possuam os mais elevados níveis de segurança. Mas a Linde vai mais além. Alia a segurança do operador à sua comodidade e saúde, colocando à sua disposição veículos com preocupações ergonómicas e de conforto, para que a sua jornada de trabalho decorra nas melhores condições. Para além de melhorar os níveis de satisfação dos colaboradores, estas medidas permitem também aumentar a qualidade do desempenho e da eficácia no trabalho. GC - Numa altura em que a sustentabilidade e preservação de gases são questões tão actuais, como é que a temática do ambiente é tratada e vista pela Linde? Esta preocupação passa pelos materiais com que os equipamentos são produzidos?
AS - À semelhança da segurança, a questão ambiental é outro dos compromissos da marca. Sob o conceito Linde Pure Motion, todos os equipamentos incorporam desde a sua construção, uma variedade de características que contribuem para a segurança e o bem-estar do operador, mas que também procuram privilegiar a sustentabilidade e a protecção dos recursos. O conceito Linde PureMotion representa a extensão lógica da nossa busca permanente da qualidade e da vanguarda tecnológica: cada área da empresa é analisada, cada produto e cada serviço é examinado especificamente para determinar se contribui para proteger o ser humano e o meio ambiente da forma mais adequada. GC - Que importância reclamou o lançamento da gama Citi no seio do portfólio da Linde? A sua comercialização tem decorrido dentro das perspectivas? AS - O lançamento da Citi Truck marca a revolução no mercado de entrega de mercadorias no último terço de distribuição na cidade. Com este equipamento surge uma nova categoria de produtos que se situa entre o porta-paletes manual e o porta-paletes eléctrico. O Citi Truck permite ao operador poder movimentar com o mínimo esforço cargas até 500kg em espaços muito reduzidos e ultrapassar com facilidade rampas e passeios, uma tarefa que até aqui era executada com muito esforço físico e em muito mais tempo. GC - Com que perspectivas de facturação irão encerrar o ano de 2011? AS - Apesar de 2011 ser fortemente marcado pela crise em mercados diferentes, estamos confiantes de que vamos concluir com sucesso este ano.
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Espirituosas abrandam crescimento
TEXTO Alexandre Paulo FOTOS Luis G. Afonso
O mercado nacional de “white spirits” apresenta um generalizado abrandamento em todas as suas principais categorias constituintes. Caso mais evidente do Whisky que perde vendas em ambas as dimensões constituindo, regra geral, o barómetro para a compreensão da evolução deste importante universo em volume e valor. Apesar da sua maturidade, o primeiro Natal da crise parece ter chegado também ao mercado de “white spirits”.
De forma generalizada, o mercado nacional de “white spirits” apresenta uma redução dos volumes transaccionados, assim como dos valores apurados no período analisado: Ano Móvel Semana 36/2011. Certo é que apesar de faltarem algumas semanas para a celebração do Natal, os lineares das grandes superfícies ainda se apresentam demasiado compostos para o que tem sido a tradição, a mais recente, pelo menos, do dinheiro mais barato e acessível que, por sua vez, potenciava gostos mais requintados, ao contrário do efeito de “trade down” que se verifica neste momento. “Perante o actual cenário económico e financeiro que Portugal atravessa, é inevitável constatar que o mercado nacional de bebidas espirituosas tem vindo a decair. Estamos perante uma tendência que atravessa todas as categorias e que é especialmente visível no on-trade, uma vez que se tem assistido a uma transferência do consumo de fora para dentro de casa”, introduz fonte Sogrape. Senão, veja-se: as MDD+PP cresceram 14% face ao decréscimo de 2% das Marcas de Fabricante, isto num mercado que se encontra a perder 2% em volume e 1% em valor – equivalentes a 4,4 milhões/litros transaccionados, representativos de 68,6 milhões/€ de riqueza gerada – o que diz bem da sua maturidade. Situação análoga, aliás, com a que verifica na Europa, onde a maturidade deste mercado permite, por outro lado, fazer de si o barómetro performativo deste universo.
Liderado pelo Whisky Novo, com 62% de quota, este mercado não tem apresentado grandes oscilações no seu comportamento, com o Whisky Velho a reclamar 22% de quota, e onde o Malte tem vindo a reclamar progressivamente o seu espaço, ainda que claramente prejudicado por um PVP médio bastante mais elevado face aos dois itens anteriormente referidos, apresentando-se ainda nos dias de hoje, ou cada vez mais, como um factor de diferenciação. Não deixa de ser curioso o facto de o Irish ter, actualmente, a mesma quota de mercado que o Malte, apresentando-se como uma interessante alternativa de consumo, diferenciadora de certo modo também e que tem vindo a reforçar a sua posição, quer no número de “facings” disponíveis quer na preferência dos consumidores. Interessante também ressalvar a sua taxa de penetração nos lares dos portugueses, com 20% dos consumidores de Portugal Continental a comprar a categoria no último ano, um gesto repetido por cinco vezes com um gasto por visita de 11,44€, equivalente a 0,7L consumidos. Curiosamente níveis de consumo muito aproximados aos apresentados pelas aguardentes, sem dúvida uma das categorias mais beneficiadas com este fenómeno de substituição operado no consumo de bebidas espirituosas em Portugal, ao apresentar uma taxa de penetração de 21%, com um gasto por visita de 9,89€, equivalente a um consumo de 0,7L, ainda que penalizado na frequência de compra face ao whisky. Liderado pelo Brandy, com 42% de quota de mercado, as aguardentes têm beneficiado do seu perfil aproximado ao
whisky e, sobretudo, de um PVP unitário mais baixo para afirmar a sua presença nos hábitos de consumo dos portugueses. Leitura que sai reforçada com os 10% de quota das Bagaceiras, o segundo maior segmento desta categoria, que viu ainda as MDD+PP crescerem 43%, ainda que o seu contributo seja marginal numa categoria onde as Marcas de Fabricante continuam a ser garantia de confiança e sinónimo de vendas, ao representar uns impressionantes 97% da facturação global da categoria, um equilíbrio de forças que apesar da conjuntura muito dificilmente se inverterá. Igualmente em perda, os Licores diminuíram em protagonismo no período analisado, ao reduzir vendas em volume e valor, na exacta medida de 6% em ambos os casos, num equilíbrio de poder que continua a tender para as Marcas de Indústria, beneficiadas também pela inexpressividade das MDD no âmbito das bebidas alcoólicas. Composto por uma imensa família de propostas, que constituem 69% das vendas deste mercado, os Licores originaram um gasto médio por compra na ordem dos 9,10€ por cada visita às grandes superfícies comerciais, isto num total de frequência de compra de 2 vezes por ano, com a categoria a estar presente em 16% dos lares de Portugal Continental. Para todos os gostos e ocasiões, os Licores são responsáveis por uma facturação anual de 22,2 milhões/€ (equivalente a 2 milhões/litros transaccionados), não se apresentando incólumes ao menor poder de compra, apesar de não serem considerados um artigo de primeira necessidade nos cabazes de compras dos portugueses. Curiosamente, são as três categorias consideradas “menores” neste universo – Gin, Rum e Vodka - as que acabam por apresentar as maiores taxas de crescimento e, comparativamente, os melhores indicadores performativos, ao crescer entre os 6% e os 11% em volume e os 5% e os 13% em valor, beneficiando, igualmente, de um PVP unitário mais baixo e de alguma transferência de consumo de fora para dentro do lar, ainda que não sejam bebidas de primeira escolha nos hábitos de consumo quotidianos dos portugueses. Contudo, e apesar deste incontornável fenómeno de mercado, a canal Horeca continuará sempre a ter um peso especial na construção da identidade e “branding” das bebidas alcoólicas e espirituosas. “Acreditamos que as marcas se constroem e se afirmam sobretudo no canal on-trade. Ainda que esteja a perder actualmente relevo em relação ao off-trade, é no canal Horeca que se regista um maior consumo de bebidas espirituosas, sendo este fortemente motivado pelos estabelecimentos de diversão nocturna. Actualmente, o canal Horeca é responsável por mais de metade das vendas de bebidas espirituosas/generosas”, explica fonte Sogrape. Categoria Licores Dimensão e Evolução Anual %€
2,0
22,2
Milhões Lts. %Var
Ano 11%
Milhões €
MD+PP
+1%
-6 %
-6%
89% M.Fabric.
-7 %
Fonte: Nielsen Market Track (inclui LIDL)
Importância Lojas, Áreas e Segmentos (€) 69%
5%
19% 7% Amendoa Amarga
Creme de Whisky
Ginja
Outros
16%
dos lares em Portugal Continental compraram a Categoria no último Ano
COMPRARAM
POR VISITA
GASTARAM
2 vezes
0,8 Lts.
9,10€ por visita
Fonte: Nielsen HomeScan / Painel de Lares (Ano Móvel Sem 36/2011)
5 perguntas a: António Carvalhão, Brand Manager, PrimeDrinks, S.A. Grande Consumo - Como é que caracteriza a evolução do mercado nacional de bebidas espirituosas ao longo de 2011? António Carvalhão - O mercado apresenta decréscimos generalizados em todas as principais categorias (excepção de Cachaça e outras categorias de menor dimensão). O aumento significativo das marcas próprias e de primeiro preço também é factor de destaque, consequência das dificuldades económicas que caracterizam o actual cenário do país e do menor poder de compra do consumidor.
aumento do IVA para 23% neste sector. Para além disso: - Os portugueses estão a frequentar menos a restauração e os espaços de diversão nocturna (bares, discotecas). Mesmo quando os portugueses visitam estes espaços, o consumo de bebidas espirituosas nos mesmos é inferior, ou efectuado em categorias de mais baixo preço. - Maior preocupação com os riscos da associação do consumo de bebidas alcoólicas à condução (em parte como resultado de um maior controlo policial). - A substituição de bebidas espirituosas por cerveja / vinho, ou o não consumo de espirituosas no final das refeições.
GC - Existe algum segmento que se tenha destacado particularmente na sua performance comercial, em valor ou volume? AC - Apenas algumas subcategorias como o Gin Premium e o Whisky de Malte apresentam crescimentos que se destaquem. Também é de salientar a Cachaça neste cenário. No caso do whisky, o motor deste crescimento são as marcas próprias e de preços médios inferiores.
GC - Perante a realidade económica e social do País, é expectável uma redução do consumo de bebidas espirituosas e generosas no decorrer do próximo ano? AC - É de esperar que se observe algum “trade down” por parte dos consumidores, no sentido de trocarem as bebidas espirituosas com preços mais elevados por outras com preços mais acessíveis. A transferência dentro da mesma categoria já se faz notar acentuadamente onde as marcas mais Premium são trocadas por outras de preço mais baixo, nomeadamente nas vodkas e whiskies, mas também o “trade down” entre categorias, passando de whiskies para cerveja, de vinhos de qualidade para vinhos de mesa ou de Astis para Moscatos.
GC - A presença da oferta em MDD+PP também nesta categoria tem retirado mercado, ou preponderância, às marcas de indústria? AC - É transversal a todas as categorias, diria mesmo inevitável que tal não aconteça. GC - Pode-se falar num efeito de substituição nos hábitos de consumo dos portugueses? De passagem das categorias mais Premium para outras de menor valor acrescentado? AC - Claro que sim, cada vez mais iremos assistir a desvios de consumo de produtos Premium para outros de menor valor, são as actuais implicações no consumo que ditam estes desvios. GC - O canal Alimentar é, cada vez mais, o ponto preferencial de contacto das marcas com os consumidores? Ou o Canal Horeca (estabelecimentos de diversão nocturna incluídos) continua a ser um canal preferencial para o consumo destas bebidas em Portugal? Que importância tem este canal para as vendas das marcas? AC - O On-Trade apresenta maiores quebras e que serão agravadas pelo
GC - Apesar destas condicionantes de índole económica, o mercado nacional continua a ser apelativo para o investimento e presença das marcas destas categorias? AC - Sendo um mercado maduro (como a Europa no geral), o potencial de crescimento é reduzido e todo o crescimento tem de ser feito através de conquista de vendas à concorrência. Isto acarreta obviamente custos acrescidos versus mercados onde o crescimento orgânico é assegurado pelo próprio crescimento da categoria. Neste sentido, a canalização de investimentos para mercados emergentes é uma realidade, mas temos conseguido, na PrimeDrinks, assegurar uma qualidade inquestionável na gestão e activação das marcas que distribuímos, apesar do esforço diário de, naturalmente, fazermos mais com menos.
Moscatéis e Espumantes Mas Natal em Portugal não se faz, ainda, sem Moscatéis, Vinho do Porto ou Espumantes, bebidas apreciadas ao longo do ano, mas com forte incidência de venda também nesta quadra festiva, o que, regra geral, motiva algumas mexidas no mercado, seja a nível da introdução de novos produtos ou de reposicionamento de algumas marcas já existentes no circuito comercial. “A nível de bebidas espirituosas ou generosas a José Maria da Fonseca comercializa Moscatéis e duas aguardentes vínicas. Os Moscatéis tiveram uma performance bastante boa, principalmente devido ao relançamento que fizemos da marca Alambre Moscatel de Setúbal. O segmento que mais se destacou pela sua performance positiva foi aquele onde se insere o Alambre Moscatel de Setúbal, o nosso Moscatel de entrada de gama, com um posicionamento de preço nos €5”, explica fonte José Maria Vieira. Se os Vinhos do Porto se encontram estagnados, ao crescer somente 1% em volume (4,7 milhões/L) e sem actualização dos preços em valor (34,3 milhões/€ - ainda que sem dados evolutivos relativamente ao consumo natalício), já os Espumantes continuam em crescimento, não só pelo reposicionamento de algumas marcas que “democratizaram” o acesso a este produto, ao conciliar preço e qualidade, em muito promovido pela produção nacional que tem vindo a apresentar espumantes de qualidade muito assinalável e elevado perfil organoléptico, constituindo os espumantes 69% das vendas da categoria. Não só pelo PVP mais baixo face aos champagnes, como, já referido, pela qualidade média apresentada, e que tem ajudado a potenciar as vendas deste mercado, que cresceu 12% em volume (7,9 milhões/L) e 5% em valor para 38 milhões/€. Ao contrário do verificado nas outras categorias analisadas até aqui, as MDD já representam 15% das vendas espumantes e champagnes, tendo crescido 9% no período analisado e de acordo com dados Nielsen. Relativamente à evolução do mercado de bebidas espirituosas e generosas é expectável que venha a retrair-se em 2012, à semelhança, aliás, do mercado global de bebidas alcoólicas. As fontes auscultadas pela Grande Consumo nesta edição assim o confirmam, considerando como uma evolução natural em cenários de depressão, em claro
detrimento dos bens de primeira necessidade. Não obstante o cenário atempadamente descrito, o consumo per capita de algumas bebidas espirituosas, nomeadamente de whiskies, continua a registar em Portugal níveis que se encontram entre os mais elevados da Europa. E mesmo o pior dos cenários poderá não alterar essa realidade.
Categoria Whiskies
Categoria Aguardentes
Dimensão e Evolução Anual
Dimensão e Evolução Anual
%€
4,4
68,6
Milhões Lts. %Var
Ano 11%
Milhões €
MD+PP
+14%
-1 %
-2%
%€
1,4
89%
Milhões Lts.
M.Fabric.
-2 %
16,8
%Var
Ano
Milhões €
7%
7%
BourBon/Canadian
22%
1%
Irish
Malte
Novo
POR VISITA
5 vezes
0,7 Lts.
+2%
Importância Lojas, Áreas e Segmentos (€) 42%
dos lares em Portugal Continental compraram a Categoria no último Ano
COMPRARAM
M.Fabric.
Fonte: Nielsen Market Track (inclui LIDL)
Importância Lojas, Áreas e Segmentos (€)
20%
+43%
+2%
+1%
97% MD+PP
Fonte: Nielsen Market Track (inclui LIDL)
62%
3%
GASTARAM
11,44 € por visita
Velho
Fonte: Nielsen HomeScan / Painel de Lares (Ano Móvel Sem 36/2011)
21% 3%
3%
4%
10%
Aguardente Cor
Bagaceiras
Brandy
Cachaça
Cognac e Armagnac
dos lares em Portugal Continental compraram a Categoria no último Ano
COMPRARAM
POR VISITA
2 vezes
0,7 Lts.
GASTARAM
9,89 € por visita
Fonte: Nielsen HomeScan / Painel de Lares (Ano Móvel Sem 36/2011))
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BRO ZEM
DE S RO/ NHO NOVEMB
VI12/2011 | n.º
Tradição e inovação de mãos dadas
TEXTO Abel Martins FOTOS D.R.
A Adega Cooperativa de Favaios alargou recentemente o seu portfólio de vinhos com a introdução do Colheita Tardia. Uma novidade no seio da adega duriense e que veio complementar a gama de vinhos e moscatéis deste operador que, desde há muito, habituou o mercado com vinhos de qualidade a preços competitivos. Binómio do qual não pretende abdicar e ao qual juntou a renovação da imagem dos seus vinhos.
A introdução do Colheita Tardia da Adega Cooperativa de Favaios nos circuitos tradicionais de mercado veio reforçar ainda mais a oferta da adega duriense no segmento dos moscatéis e vinhos generosos, segmento onde desde sempre este operador económico foi competitivo ao disponibilizar ao mercado marcas que fazem parte dos hábitos de consumo dos operadores portugueses há longa data. Casos do sucesso Favaíto, um dos produtos-estrela da Adega de Favaios e que no entender de Gina Francisco, directora-comercial da Adega de Favaios, “é a prova do quanto os portugueses preferem os sabores tradicionais do seu país, face a outras alternativas de consumo actualmente existentes no mercado”. Fazendo prevalecer a força de um conceito que se apresenta jovem, moderno, prático e com toda a consistência ao nível da qualidade do produto durante anos. Um resultado apenas possível graças à sinergia conseguida entre a tradição da marca, e dos valores a si associados, e uma abordagem dinâmica do ponto de vista comercial, que visou reposicionar a marca e conferir-lhe um espectro jovem, “trendy” e festivo. “O consumidor português é muito atento, muito exigente, por isso a tradição e a excelência dos nossos produtos torna–nos imbatíveis no mercado. O nosso sucesso não se manifesta apenas ao nível nacional, mas no mercado de exportação verifica-se ano após ano um aumento muito significativo do consumo dos nossos produtos”, acrescenta. De olhos postos nos mercados tradicionais, mas sem perder a sua génese associativista, a Adega Cooperativa de Favaios disponibiliza actualmente uma gama completa de vinhos que se estende desde os vinhos de mesa, moscatéis, vinhos do Porto, espumantes e vinhos generosos. Num contexto concorrencial cada vez mais exigente, é interesse registar a capacidade de resposta que algumas estruturas cooperativas vínicas têm conseguido imprimir às suas dimensões produtivas e, sobretudo, comerciais, adaptando-se a diferentes tipos de mercados, canais de comercialização e ocasiões de consumo. Paralelamente ao alargamento da gama de vinhos, a Adega de Favaios procurou, igualmente, actualizar a imagem dos produtos por si comercializados, uma “preocupação crescente para nós, tendo procurado conferir-lhes uma imagem moderna e requintada, adaptada às expectativas de todos os nossos consumidores”. Intenção que se estendeu também à imagem do espumante Robal, outro dos produtos Premium de Favaios e que procura marcar uma posição muito concreta no mercado de espumantes, não só pelo PVP médio com que é comercializado, mas, sobretudo, pela qualidade intrínseca do próprio produto que resulta num espumante de bolha fina e final elegante. “A Adega de Favaios já produz espumante de método clássico há algum tempo, mas neste momento houve um “refrescar” de imagem na nova produção a sair para o mercado.
Queremos ser competitivos com o nosso espumante de altíssima qualidade e sendo o espumante já por si um produto glamouroso a importância da sua imagem é fundamental no mercado”, sustenta Gina Francisco. Numa palavra, diversificação, quer da oferta quer dos canais de comercialização onde se faz representar, com a exportação a representar 18% da facturação em 2010 e com os produtos de Favaios a estarem presentes em mais de 25 países, distribuídos pelos cinco continentes do Globo, fazendo prevalecer um competitivo binómio preço/qualidade, posto na prática, mas carenciando de um “branding” mais forte nos mercados externos para cimentar uma posição ainda mais concreta como, aliás, acontece com outras regiões e produtores do Portugal vinícola. Mas o perfil sensorial e o preço com que os vinhos de Favaios se exibem nos mercados internacionais conseguem marcar a diferença, apresentando-se como mais um bom exemplo da capacidade de internacionalização dos produtores vinícolas portugueses. Já no mercado interno, é a esta pequena, mas eficaz, adega que se associa, não raras vezes, o nome da categoria de moscatéis, numa clara demonstração daquilo que tem sido a sua capacidade em fidelizar clientes e consumidores desde 1952. Como explica a directora-comercial da Adega Cooperativa de Favaios, “todos nós temos presente essa noção de que quando se fala de moscatel em Portugal dificilmente não se fala em Favaios, pelo que essa é uma dimensão sempre presente no nosso trabalho, mas, claro está, essa enorme responsabilidade não se aplica somente aos moscatéis mas a todos os seus produtos. A adega, além dos famosos e conceituados moscatéis, reconhecidos no mundo como os melhores dos melhores, coloca também essa qualidade em excelentes vinhos tintos e brancos que se têm revelado um sucesso, quer em Portugal quer no mercado internacional. O moscatel continua a ser o nosso produto de excelência e de grande comercialização, não só os moscatéis clássicos, Favaios e Favaíto mas também, e cada vez mais, os moscatéis datados, casos do Reservas, 10 anos, 1980, 1989 e 1975, estes dois últimos praticamente esgotados no mercado”. Ou a prova cabal da capacidade produtiva do sector e da diferenciação que os produtos portugueses conseguem ter num mercado cada vez mais global e onde a abundância de oferta é a palavra de ordem, alargando exponencialmente a possibilidade de escolha a consumidores de todo o Mundo. A Adega Cooperativa de Favaios deverá encerrar o exercício de 2011 com uma facturação estimada de 11 milhões/€, reclamando uma quota de cerca de 65% na categoria de moscatéis do Douro, o que diz bem da sua penetração nos hábitos de consumo dos portugueses. Ainda mais em quadras festivas como o Natal que se aproxima.
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HOS OV | N VI1N 011 2/2 n.º
48 O HO|SMAIO/JUNH VI9N 1 1 0 /2 n.º
PORTO 2001 CALÉM PORTO 2001
ALENTEJO CORTES DE CIMA REG TINTO 2008
ALENTEJO OLHO DE MOCHO REG RESERVA BRANCO 2010
NOTA: 18 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 17,90€ Vol.: 20% Castas: S/Inf. Enólogo: PEDRO SÁ Produtor: SOGEVINUS FINE WINES 225 746 660
NOTA: 17,7 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 25,30€ Vol.: 14% Castas: PETIT VERDOT Enólogo: HANS KRISTIAN JORGENSEN Produtor: CORTES DE CIMA | 284 460 060
NOTA: 17.3 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 12€ Vol.: 13% Castas: ANTÃO VAZ Enólogo: ANTÓNIO VENTURA, CATARINA VIEIRA Produtor: ROCIM | 284 415 180
COR: Âmbar escuro, limpo e cristalino. AROMA: Frutos secos, nozes e avelãs, figos, frutos caramelizados, mel e ligeira tosta. Muito harmonioso. SABOR: Bela acidez, cheio de corpo, os frutos secos bem presentes, notas de tangerina, mel, caramelo e fumo, guloso, excelente final de boca.
DOURO QUANTA TERRA DOC GR. RESERVA TINTO 2008
NOTA: 17 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 17,50€ Vol.: 14% Castas: TOURIGA NACIONAL, TINTA BARROCA, TOURIGA FRANCA, SOUSÃO Enólogo: JORGE ALVES, CELSO PEREIRA Produtor: QUANTA TERRA SOC. VINHOS | 932 675 164 COR: Rubi intenso, limpo. AROMA: Notas de frutos pretos e frutos do bosque maduros, nuances de especiarias e fumados, subtil vegetal seco. SABOR: Harmonia perfeita, boa acidez, bom volume, madeira bem integrada, taninos domesticados, termina longo e rico.
COR: Granada, limpo. AROMA: Elegante e requintado; frutos do bosque, nuances vegetais, baunilha, notas especiadas muito suaves. SABOR: Muito expressivo, com notas de tabaco, fumo, algumas especiarias, bela acidez a conferir muita frescura ao conjunto, bom corpo e volume, taninos harmoniosos, termina longo e persistente.
COR: Citrino definido, limpo. AROMA: Elegante; madeira bem presente mas muito bem integrada, notas de pêssego maduro, damasco e outros frutos de pomar, toque vegetal, requintada tosta. SABOR: Boca muito bem estruturada, acidez bem colocada, bom volume, tem complexidade e profundidade q.b., deixa um final prolongado e muito harmonioso.
DOURO QUANTA TERRA DOC GRANDE RESERVA BRANCO 2009
DOURO QUINTA DA REVOLTA DOC TINTO 2007
NOTA: 17 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 13€ Vol.: 14,5% Castas: GOUVEIO, VIOSINHO Enólogo: CELSO PEREIRA, JORGE ALVES Produtor: QUANTA TERRA SOC. VINHOS | T. 932 675 164
NOTA: 17 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 12€ Vol.: 14,5% Castas: TINTA FRANCISCA Enólogo: GABRIELA CANOSSA, VITOR CARVALHO Produtor: VEREDAS DO DOURO, SOCIEDADE AGRÍCOLA 254 313 247
COR: Amarelo dourado intenso, limpo. AROMA: Expressivo; fruta branca de pomar, maçapão, fumados e tostados notórios mas não excessivos, baunilha. SABOR: Gordo, intenso, com boa estrutura, sente-se a presença da fruta em equilíbrio com a madeira, bela acidez, complexo e com uma certa profundidade, final persistente e elegante.
ALENTEJO HERDADE GRANDE REG RESERVA TINTO 2007 NOTA: 17,3 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 25€ Vol.: 14,5% Castas: TOURIGA NACIONAL, ARAGONEZ, ALICANTE BOUSCHET, SYRAH Enólogo: LUÍS DUARTE Produtor: ANTÓNIO MANUEL LANÇA 284 441 712 COR: Granada, limpo. AROMA: Muito elegante; fruta e madeira em perfeita harmonia, fumados discretos, ligeiro vegetal e notas balsâmicas. SABOR: Nota-se a idade, redondo, com taninos bem domados, notas de amora, ameixa preta compotada, bela acidez, ainda vai continuar a evoluir, termina fresco e sedutor.
DOURO VALE DE CAVALOS DOC TINTO 2008 NOTA: 17 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 6€ Vol.: 14% Castas: TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, TINTA RORIZ, TINTA BARROCA Enólogo: JORGE MANUEL PINTÃO, LUÍS RODRIGUES Produtor: MANOEL D. POÇAS JUNIOR VINHOS 223 771 070
COR: Rubi escuro, limpo. AROMA: Suavemente frutado, com notas de amoras, chocolate e folha de chá em maior destaque, elegante e harmonioso. SABOR: Intenso, redondo, com óptima acidez, amoras, ligeiramente apimentado, suaves notas de tabaco, deixa um belo e persistente final de boca.
COR: Rubi escuro, limpo. AROMA: Frutas maduras, frutos do bosque, ameixa preta compotada, notas balsâmicas, nuances especiadas. SABOR: Com bom volume e corpo, acidez correta, taninos firmes e macios, confirma o perfil aromático, deixa um final fresco e prolongado.
Prova cega realizada pelo painel de provadores da revista Paixão pelo Vinho-Wine Passion: Gabriela Canossa, José Silva, Olga Cardoso, Osvaldo Amado, Marco Valente, Maria Helena Duarte.
www.aw-passions.com
VERDE REBOUÇA DOC. RESERVA ESPUMANTE BRANCO 2006
NOTA: 17,2 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 16,95€ Vol.: 13% Castas: ALVARINHO Enólogo: LUÍS EUCLIDES Produtor: LUÍS EUCLIDES FERNANDES RODRIGUES | 964 288 883 COR: Amarelo definido com tons dourados, bolha fina, cordão singelo. AROMA: Notas de frutos do pomar, maçapão, pão torrado, tosta elegante. SABOR: Óptima acidez, boa estrutura, seco, notas de amêndoa, algum cítrico e frutos de polpa branca, boa evolução em garrafa, mousse abundante, termina prolongado e sedutor.
LISBOA QUINTA DO PINTO REG TINTO 2008
NOTA: 17 BEBER JÁ OU GUARDAR Preço: 9,50€ Vol.: 13,5% Castas: MERLOT, SYRAH Enólogo: TIAGO BELLEGARDE MACHADO Produtor: QUINTA DO PINTO T. 919 100 800 COR: Rubi definido, limpo. AROMA: Notas vegetais em evidência, pimento verde, feijão-verde, espargos; notas balsâmicas, ligeiro café e cacau, nuances apimentadas. SABOR: As notas vegetais mantêm-se na boca, boa estrutura, sente-se mais fruta, especiado, revela boa acidez, bons taninos, termina prolongado e elegante.
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A Associação Portuguesa de Empresas da Distribuição (APED) vai realizar, nos dias 17 e
18 de Janeiro de 2012, o IV Congresso da Distribuição Moderna dedicado ao tema “Ganhar o
Futuro”. O evento, que decorrerá no Museu do Oriente, em Lisboa, conta com três perspectivas diferentes, mas complementares ao universo da distribuição moderna: uma visão mundial, uma visão nacional e, finalmente, a perspectiva de negócio.
IV Congresso da Distribuição Moderna regressa em Janeiro A Associação Portuguesa de Empresas da Distribuição (APED) anunciou a realização do IV Congresso da Distribuição Moderna nos dias 17 e 18 de Janeiro de 2012. Dedicado ao tema “Ganhar o Futuro”, o evento, que decorrerá no Museu do Oriente, em Lisboa, desenvolver-se-á em três perspectivas distintas, complementares entre si, e relevantes para o actual contexto da moderna distribuição moderna: uma visão mundial, na sua componente macroeconómica; uma visão nacional; e, finalmente, a perspectiva de negócio. O objectivo do IV Congresso APED é suscitar o debate aprofundado sobre temas relevantes para o país, assim como determinar os principais desafios que se colocam ao sector no actual contexto micro e macroeconómico, além de que alternativas se apresentam para a construção de um futuro sustentável. Na apresentação da iniciativa aos órgãos de comunicação da imprensa especializada, a associação do sector deu a conhecer o programa elaborado para este evento, onde estarão presentes nomes como Joseph Stiglitz, economista e Prémio Nobel da Economia em 2001, Lidewij Edelkoort, pioneira mundial de tendências globais; Boris Planer, director da área de macroeconomia do Planet Retail; Anthony Gibson, presidente das Agências Criativas do Grupo Publicis; assim como as presenças confirmadas de António Lobo Xavier, Daniel Bessa, Artur Santos Silva entre outros. “O congresso irá suscitar o debate aprofundado sobre os temas mais relevantes para o País, num contexto de crise económica”, refere Ana Isabel Trigo Morais, directora-geral da APED, que adiantou ainda que o objectivo deste congresso é “determinar os principais desafios que se colocam a este sector”, de modo a “pensar a distribuição e o retalho enquanto agentes indutores de inovação na economia e na sociedade”.
As inscrições para o IV Congresso da Distribuição Moderna estão abertas no websitehttp://ganharofuturo2012.com e pelo e-mail inscrições@ganharofuturo2012.com e geral@ganharofuturo2012.com.
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