dezembro de 2021 | 26.ª Edição
Grand’olhar
Suplemento Temático No âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas, na disciplina de Português, os alunos foram desafiados a recriar um conto tradicional. Este suplemento é o resultado do trabalho desenvolvido.
Contos ... O Patinho Feio Todos pensam que a emocionante história do patinho feio envolve maldade, abandono, enfim, maus tratos. Mas, na verdade, existe uma grande história por detrás e, eu vou contá-la. Era uma vez, num lago, uma mãe pata que deu pela falta de um ovo. Aflita, decidiu procurá-lo, mas não o encontrou. Mal ela sabia que o seu ovo tinha sido levado para ser alvo de experiências e, que estava num laboratório. Lá, o ovo foi injetado com um líquido que mudou a sua aparência. Passados vários dias de experiências, e com os outros ovos prestes a chocar, o cientista devolve o ovo sem que a mãe pata notasse. Ela ficou aliviada ao ver o seu filho de perto novamente! Mal sabia que o que estava para vir, mudaria a vida de um dos seus filhos! Com os seus ovos reunidos e, o grande dia quase a chegar, a mãe pata decidiu proteger os seus filhos. O momento, finalmente, chegou e os três ovos chocam. Nasceram três patos brancos dos mais lindos que a mãe pata já tinha visto. O orgulho era imenso, até chegar a hora do restante ovo… Este pato era diferente e, a mãe pata não conseguiu reconhecer o recém-nascido. Aquela cor, aquela aparência, de quem era aquele pato? Com a frustração e o medo de ter um filho diferente, abandona-o, deixando-o sozinho e vulnerável. No entanto, esse tempo já acabou. O patinho escuro conseguiu desenvencilhar-se e está são e salvo! Esta é a verdade, o vosso “patinho feio” foi na realidade vítima de experiências em animais. David Pereira, Matilde Santos e Rita Chainho, 8ºD
A Princesa e a Ervilha Venho contar-vos a história de como eu, uma simples camponesa, me tornei numa princesa! E como, perguntam vocês? Ora, casei-me com um príncipe, claro! Tudo começou quando, num dia de nevoeiro, tive a brilhante ideia de ir buscar amoras à floresta. Estava a tentar colher algumas e começou
a chover. E nem vão acreditar: era uma maldita de uma tempestade! “Que mal fiz eu a Deus para merecer isto”, pensei naquele momento. Tentei voltar para trás, mas o nevoeiro intenso e a chuva ocultaram o caminho. Andei por ali às voltas, mas não fui a lado nenhum. Só sei que tropecei numa pedra ou num galho e caí. Que trambolhão! Quando me levantei, estava imunda e mal me conseguia mexer. Continuei a andar sem destino, até que encontrei um castelo, como aqueles dos contos de fadas. Ainda hesitei. Fiquei com vergonha de ir lá pedir ajuda naquela figura, mas não tinha outra hipótese. Bati à porta. Nada. Bati outra vez. Nada. Ia bater uma terceira vez, mas alguém abriu a porta. Era um esbelto senhor, vestido elegantemente. Era sua Majestade. Lembrome que fiquei atrapalhada. O Rei não me disse nada e, por isso, disse a primeira coisa de que me lembrei: que era uma princesa de um reino distante. De imediato, o Rei perguntou-me como poderia ser uma princesa e estar naquele estado lastimável. Envergonhada, expliquei-lhe que me tinha perdido e que tinha acabado ali. Mesmo com um ar desconfiado, deixou-me entrar. Ao entrar no castelo, não conseguia acreditar no que os meus olhos contemplavam! Aquele lugar era o sítio mais bonito onde já havia estado. O Rei mandou chamar uma criada que me encaminhou para um bonito quarto (e maior do que a minha casa). Estava perfeitamente limpo e decorado. Depois, fui à casa de banho, onde me limpei, sequei e vesti um pijama de seda muito bonito. Poucos minutos depois, informaram-me que o Rei me mandara chamar. Desci a enorme escadaria e, ao chegar ao piso inferior, encontrei não só o Rei, mas também a sua esposa, a Rainha. Atrapalhada (mais uma vez), fiz-lhe uma vénia, o que me pareceu do agrado de ambos. O Rei informou a Rainha do sucedido e esta fez um ar de desconfiada. Fiquei com algum receio, confesso. Pensei que me iam expulsar, mas, para minha surpresa, não! Muito pelo contrário… A
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Rainha até elogiou os meus olhos. Agradeci, claro, apesar de não ser a primeira vez que recebia aquele elogio. Mais tarde, voltei para o quarto. Devo ter feito uma cara de espanto quando vi a cama, pois parecia uma montanha… de colchões! Tinha mais colchões do que alguma vez tinha visto na vida. Mas não podia comentar, pois não sabia se aquilo era algo normal na vida da realeza. Mal me deitei, senti uma dor tremenda, pensando que passaria. Adormeci e, de manhã cedo, a simpática criada que me tinha levado ao quarto na noite anterior disse-me para descer da cama e arranjar-me, pois o Rei, a Rainha e o Príncipe estavam à minha espera na grande sala, onde iríamos tomar o pequeno-almoço. Assim que lá cheguei, a Rainha apresentou-me ao seu filho e contou-lhe o que se passara comigo. Eu estava muito envergonhada, porque enquanto a Rainha explicava o sucedido, o Príncipe não parava de olhar para mim e de sorrir. Consegui perceber que estava perdido de amores por mim! Passado algum tempo, a Rainha perguntou-me se tinha dormido bem. Como não queria ser indelicada, disse-lhe que sim. Mas, na verdade, estava com uma enorme dor de costas. Ela insistiu tanto em saber como me encontrava, que acabei por falar na minha dor de costas. No final do pequeno-almoço, a Rainha pediu para falar a sós com o seu filho. Assim, eu e o Rei retiramo-nos. Ela contou ao Príncipe o que tinha feito. Disse-lhe que mandara pôr uma pequena e simples ervilha no colchão para ver a minha reação. O Príncipe agradeceu-lhe com todo o seu coração e avisou que, naquela mesma tarde, iria pedir-me em casamento. À tarde, chegada a hora, o Príncipe ajoelhou-se à minha frente e pediu-me em casamento. Claro que aceitei! Uns meses depois, já estávamos casados e, aquela maldita ervilha foi posta em exposição. Bem, acho que não me esqueci de nada… E foi assim que eu passei de uma simples camponesa a uma elegante e famosa princesa!
Júlio José, Maria Inês Bernardo e Rita Abreu,8ºD
O Anão e as sete Brancas de Neve Era uma vez um feiticeiro que todas as tarde perguntava ao seu espelho: -Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais baixo do que eu? E o espelho respondeu: -Não, meu feiticeiro, você é o mais bonito. Mas houve uma tarde em que o espelho respondeu de forma diferente à pergunta: -Sim, existe alguém mais baixo do que você: um anão que vive no reino. O feiticeiro ficou furioso, pois havia descoberto que existia alguém mais baixo do que ele. Seguidamente, ordenou que um caçador levasse o anão à floresta e o matasse, trazendo-lhe de volta o pé como prova. Mas o caçador teve pena do anão e disse-lhe para fugir em direção à floresta e nunca mais voltar ao reino. Na floresta, o anão conheceu alguns animais, dos quais se tornou amigo. Encontrou, também, uma grande casa e bateu à porta. Como ninguém respondeu e a porta não estava fechada à chave, entrou. Era uma casa muito grande. Tinha sete camas, todas muito grandes, assim como as cadeiras, as mesas e tudo o que se encontrava naquela casa. Também estava muito limpa e arrumada e, então, o anão decidiu desarrumá-la. Algum tempo depois, como estava cansado, deitou-se em cima daquela desordem. A casa era das sete Brancas de Neve que, durante o dia, trabalhavam na padaria. Ao final do dia, regressaram a casa e viram a balbúrdia que o anão tinha feito. -Que desarrumação é esta?! - questionaram as Brancas de Neve. Assustado, o anão respondeu: - Eu sou o António…E antes de terminar a frase, as Brancas de Neve, em coro, disseram-lhe: -O que é que estás aqui a fazer? -Perdi-me na floresta e encontrei esta casa… respondeu o anão, que já estava a ficar com
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medo, pois sabia que se elas o mandassem embora, não teria para onde ir. As Brancas de Neve entreolharam-se confusas e começaram a discutir se deveriam deixá-lo ficar ou não. Então, decidiram que ele ficaria, mas com uma condição: limpar e arrumar a casa. Passado um mês, o anão ainda estava nas limpezas quando lhe apareceu um velhote com uma cesta de maçãs e lhe disse: -Aceite uma maçã, meu caro! -Muito obrigado, mas eu não tenho dinheiro. -São de graça! Pegue uma, eu insisto. O anão acabou por aceitar. Em segundos, devorou a maçã (era deliciosa) e começou a sentir-se tonto. Procurou o feiticeiro, mas ele já tinha desaparecido, acabando por desmaiar. Quando as Brancas de Neve regressaram a casa, entraram em desespero e levaram o anão para a floresta, deitando-o numa cama de folhas na tentativa que algo o acordasse. Entretanto, apareceu uma gigante, que quando viu o anão, se apaixonou imediatamente por ele. Aproximou-se e beijou-o. Com esse ato, o anão despertou e apaixonou-se pela gigante também! A partir daí, viveram juntos e felizes para sempre. Angelina Gonçalves, Ivo Borges, Patrícia Domingos, 8ºD
O Gato das Botas Três crianças ficaram órfãos e os pais deixaramlhes três bens. O mais velho herdou um moinho, o segundo um conjunto de chávenas e o terceiro um gato. Quando viu o seu novo dono, o gato, muito contente, disse-lhe: - Meu amo, o que te deixa tão contente? E o dono respondeu-lhe: - O que me deixa tão contente é que receber um gato como herança é algo diferente… De que precisas? - Apenas um par de botas e um chapéu! Depois de receberem as heranças, retiraram-se e foram para casa da avó, excepto o gato, que comovido com a reação do seu dono disse:
- Vou abalar e volto com boas recompensas. No caminho, o gato ouviu dizer que o rei estava muito chateado, porque os deus criados não arranjavam perdizes para prepararem o seu prato favorito. Então, o gato decidiu ir falar com o rei e, depois de muitas horas de viagem até ao castelo, numa floresta, encontrou uma árvore com muitas perdizes. Apanhou um saco cheio delas e entregou-as ao rei. Como recompensa, o rei ofereceu ao gato um saco com moedas de ouro e pediu-lhe que trabalhasse para ele muitos bons anos. Passados dez anos, o gato levou o seu dono ao castelo para conhecer o rei e este apresentou a sua filha: uma bela princesa. O dono do gato olhou para ela e apaixonou-se. Assim, combinaram um jantar para se conhecerem melhor. Foi aí que o rei propôs casar a sua filha com o dono do gato. Um tempo depois, casaram, tiveram a sua casa e filhos e foram felizes para sempre. Gustavo Santos, Mara Dionísio e Manuel Rodrigues 8ºD
A Capuchinho Vermelho No dia do meu aniversário, a minha avó deu-me um capuchinho vermelho e, desde então, nunca mais o tirei. Vivo numa casa numa floresta, longe da aldeia e decidi levar alguns bolinhos caseiros e saborosos que a minha mãe tinha feito à minha avozinha. No caminho para a casa da minha avó, um idoso alcoolizado abordou-me de uma maneira estranha e começou a fazer perguntas, como onde eu vivia, onde eu ia, como me chamava… Eu não respondi, preferi ignorá-lo. Continuei o caminho e, quando entrei no bosque, comecei a ouvir galhos a partir. Com medo, não olhei para trás e andei mais rápido. Ao chegar a casa da avozinha, notei que os barulhos não desapareceram e que eram cada vez mais altos. Bati à porta rapidamente, mas a minha avó ainda demorou uns minutos a abri-la. Quando entrei, entreguei os bolinhos à avozinha e, depois, ouvimos um toc toc muito estra22
nho. Eu pensei que fosse a minha mãe. Fui abrir a porta e era o idoso alcoólatra, que me tinha abordado antes. Amedrontada, comecei a andar para trás lentamente e tropecei numa falha de chão que a casa tinha. Caí, bati com a cabeça e desmaiei. Um tempo depois, acordei amarrada à minha avó numa viga da cave. A minha avó conseguiu desamarrar-me e eu, como me libertei, ajudei-a a soltar-se. Fomos tentar abrir a porta, mas estava trancada. Então, a avozinha lembrou-se que havia uma janela na cave pela qual só eu conseguia passar. Quando saí, fui procurar ajuda e encontrei um homem novo e com uma arma: era um polícia. Fui ter com ele e expliquei-lhe o que se passou. O polícia ouviu tudo e foi buscar uma lanterna ao carro. Apontou a luz para a cave e viu a minha avó, que lhe confirmou a história. Depois, o polícia arrombou a porta da entrada da casa e viu que o idoso alcoolizado estava a dormir na cama da minha avó. Tinha uma boca e uns dentes enormes! Acabou por prendê-lo e, a minha avó mudou -se para uma casa mais próxima da minha para não acontecer o mesmo. Filipa Piedade, Jaime António e Leonardo Araújo, 8ºD
A Lebre e a Tartaruga Era uma vez uma lebre que estava a caminho de casa e que tropeçou numa tartaruga, reclamando com ela: - Sai da frente, que estou com pressa! - Eu também estou com pressa. - respondeu a tartaruga. Ao ouvir isto, a lebre, muito indignada, disse: -Pressa?! És demasiado lenta para estares com pressa! Entretanto, no meio da discussão, a tartaruga reconheceu a lebre: -Espera, eu acho que te conheço de algum lugar… - Também acho que te conheço… - Por acaso, não és o Filipe? - Sou! E tu não és o Vítor?
- Sou, sim! Já há algum tempo que não te via! Os dois falaram um pouco, porém, a meio da conversa, criou-se um desentendimento, que ambos concordaram resolver através de uma espécie de Olimpíadas. Estas consistiam na realização de várias provas, nomeadamente lançamento do peso, cultura geral, melhor cozinheiro, jogo de futebol um contra um e, por último, corrida de 1km. Na prova de lançamento do peso, a tartaruga ganhou, pois já praticava este desporto desde criança. Na prova de cultura geral, foi a lebre e vencedora, até por alguma sorte… Na prova de confecionar um prato, a tartaruga ganhou, pois ele tinha alguma experiência e a lebre não sabia cozinhar. No futebol, a lebre ganhou, já que jogava todos os dias com os seus amigos. Faltava apenas uma prova: a corrida de 1km. Antes desta prova, a lebre troçou da tartaruga por ela ser lenta e não ter hipóteses de ganhar, visto que era muito mais rápida. No início da corrida, a vantagem da lebre era notória, mas a meio da prova, a lebre parou para descansar, devido ao seu grande ego. Algum tempo depois, a tartaruga passou a lebre e ganhou a corrida. No final das competições, a lebre pediu desculpa à tartaruga pela sua atitude errada. Eduardo Casaca, João Correia, Mariana Pedras e Ricardo Ramos, 8ºD
A Branca de Neve Olá a todos! Hoje, vou contar-vos a verdadeira história da Branca de Neve e vou mostrar-vos como eu não fui a tal vilã como dizem! Tudo aconteceu em janeiro de 1950. Estava na minha bela casa, quando olhei para o calendário e vi que o dia dos namorados estava a chegar. Então, pensei em fazer uma poção do amor para a minha enteada para no dia 14 de fevereiro ter um namorado. Fiz a poção, que injetei numa maçã, disfarcei-me e fui à cabana, onde ela estava a disfrutar de umas férias rurais. Bati à porta e disse-lhe:
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-Boa noite, minha linda menina! Colhi estas doces maçãs e estou a dá-las pela vizinhança. Quer uma? -Boa noite! Sim, aceito a sua maçã. - disse Branca de Neve, agradecendo. Então, eu dei-lhe a maçã envenenada. Branca de Neve deu a primeira dentada e começou a sentir-se tonta e, no mesmo momento, desmaiou e caiu. Entretanto, fui procurar os sete anões, responsáveis pela cabana. Encontrei-os e contei -lhes que tinha feito um feitiço de amor. Também lhes disse que este só poderia ser quebrado no dia 14 de fevereiro, quando viesse vê-la o seu verdadeiro amor. Os dias foram passando, até que o dia 12 de fevereiro chegou. Eu e os anões fomos à procura do príncipe certo sem sucesso. No entanto, no dia 14, um belo e alto jovem ficou a saber da história e foi visitar Branca de Neve. O príncipe beijou-a e, naquele momento, ela acordou. Ambos sorriam e apaixonaram-se. Montados no cavalo branco do príncipe, foram ter comigo e com os sete anões. Branca Neve contou-me como o ele salvara a sua vida, mas, em troca, tinha de casar, o que aconteceu. Passaram dois anos juntos, casaram e tiveram dois filhos: Mérida e Marcus. Enfim, esta é a verdadeira história da Branca de Neve e, eu estou muito feliz por ela ter encontrado o seu amor, finalmente! Isabella Venzon, Miguel Duarte e Rafael Sousa, 8ºD
O Lobo António Sou o António e conheço três porcos que me roubaram o açúcar que era para a minha avozinha. Fui a casa deles para ver se me devolviam o açúcar que me roubaram! Quando lá cheguei bati à porta do porco e perguntei: - Olá, senhor porco, será que poderia devolver – me o açúcar? E, como sempre, ninguém respondeu e então eu disse: - Se não me devolverem o açúcar que me rou-
baram, terei de tomar medidas drásticas. E mais uma vez ninguém me respondeu! Então eu disse com um ar já maldoso: - Seria uma pena se eu derrubasse a casa, já que é feita de palha. -Não disse – disse o porco Depois disso, chateie –me e derrubei a casa do porco, que, logo em seguida, começou a fugir. Depois de um longo tempo atrás do porco, apanhei-o, comi-lhe uma perna e disse: -O resto fica para o jantar da minha avozinha. Depois disso, resolvi deixá-los em paz e ir preparar o jantar da minha avozinha. Leandro Pinto e José Neves, 8º A
A Capuchinho vermelho Este conto trata um acontecimento na vida de uma jovem rapariga de dezasseis anos que, como tantas outras, habita numa grande cidade no nosso pequeno país. Viviam -se tempos de pandemia, e era apenas mais um dia normal em que iria entregar alguns bens de primeira necessidade à sua avó, que habitava num apartamento paupérrimo na periferia desta mesma cidade. Ia a adolescente, que envergava umas botas, um par de calças de ganga e, obviamente, o seu capuchinho vermelho (costurado pela avozinha) para se proteger do frio que se faz sentir em novembro, caminhando calmamente no meio da confusão urbana quando se cruzou com um mendigo, que julgou assustador. Este aproximou-se da jovem e pediu-lhe esmola, alegadamente para matar a fome que o torturava “havia já vários dias”. Todavia, sabendo dos riscos que corria ao conversar com alguém de aspeto tão duvidoso, Capuchinho afastou-se repentinamente e atravessou a rua para garantir que não seria perseguida pelo pobre homem. Esta, sim, era uma ocasião em que as palestras a que assistira na escola e os conselhos dados pelos pais e pela avó tinham surtido efeito: não falar com estranhos, muito menos
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se estes forem sem-abrigos “perigosos e malintencionados”. Seguiu o seu caminho pela cidade, praticamente esquecendo o “incidente” que instantes antes a tinha assombrado, atravessando ruas movimentadas onde reinava o capitalismo. Passou por uma dessas empresas multinacionais patrocinadas por este mesmo capitalismo, o género de empresas em que os funcionários se resumem a números e cumprimento de objetivos, quando avistou um destes funcionários bem parecidos, sorriu. Parecia um senhor simpático, de fato e gravata, postura correta, sorriso de orelha a orelha. O típico homem de meia-idade aceite na nossa sociedade apenas pela forma como se veste ou pelas palavras caras que usa nos seus discursos falaciosos em jantares de empresa cujo único objetivo é “parecer bem” em detrimento de “fazer o bem”. Capuchinho prosseguiu andando pela capital quando se apercebeu de que o funcionário de aspeto impecável com que se cruzara momentos antes estava agora atrás de si. Sentiu-se perseguida, mas julgou serem filmes da sua cabeça, uma mera coincidência; até que ouviu um barulho, parecia um assobio, parecia que esse assobio a perseguia. Virou-se para trás, deparando-se com aquele, cada vez menos educado, senhor de meiaidade. Aos assobios seguiram-se os piropos, aos piropos tentativas de toque. Tentou acelerar, mas um homem com o dobro da sua capacidade física jamais se deixaria ficar para trás, consistia, portanto, numa tentativa vã de sair daquela situação. Poucos momentos depois, teve um lampejo de esperança, avistou, do outro lado da rua, um grupo de “amigas”. “Elas certamente serão a minha salvação”, pensou Capuchinho. Infelizmente, não podia estar mais enganada. Como todas as outras pessoas naquela movimentada metrópole, as raparigas que considerava amigas nada fizeram, limitaram-se a assistir à situação e a desviar o olhar, com medo de represálias. Ninguém a ajudou. Passado aquilo que lhe pareceu uma eternidade, a jovem conseguiu escapar. O asse-
diador encontrou um outro funcionário da sua empresa e percebeu que seria demasiado perigoso se esse colega reparasse nas atrocidades que cometia e as reportasse não só à polícia, porque em relação à polícia não havia qualquer problema, seria apenas mais um processo em que a vítima é exposta e o agressor sai ileso, mas ao patrão, a ideia de despromoção, essa, sim, era bem mais assustadora que um caso arquivado na base de dados da polícia. Apesar desta bem triste realidade, Capuchinho acelerava o passo e saía sã e salva (pelo menos fisicamente) daquela horrível situação. Ao distanciar-se da situação, a adolescente não conteve as lágrimas, o pânico que sentira materializou-se e, felizmente, chegou sem demoras ao apartamento da avó. Após os cumprimentos iniciais, a senhora questionou a neta sobre os motivos pelos quais se encontrava naquele “deplorável estado de choro”. Capuchinho relatou o sucedido e, quando tudo o que precisava era um abraço reconfortante e validação para os seus sentimentos de desamparo, a avó inquiriu prontamente: “Um senhor de tanto respeito… Não acredito! Afinal o que é que levavas vestido? Se foste assediada, alguma coisa tens de ter feito…”. Lembrem-se: era apenas um traje típico de inverno e um capuchinho vermelho. A culpa não era da roupa, a culpa nunca é da vítima, a culpa é de quem não percebe que a sua liberdade acaba quando a do outro começa. Inês Alves, Maria Beatriz Pereira, 11ºA
Os três porquinhos – Uma versão um pouco mais realista No meio de uma floresta, que surpreendentemente ainda não tinha sido atingida pela desflorestação e exploração humana, residiam três porquinhos numa pequena casa a viver, como muitos outros “jovens” da sua laia, às custas da sua mãe. Muitos eram os mexericos da vizinhança de que lhes havia faltado uma figura paterna imponente e que os disciplinas-
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se. A mãe há muito se havia esquecido do rosto do marido quando este partira para comprar cigarros mesmo nunca tendo fumado um único na sua vida. Apesar dos comentários machistas e desvalorizadores não a afetarem, o dinheiro tornava-se cada vez mais escasso e a gula dos seus filhos mais voraz, e por isso, com muito desgosto, a mãe tomou a decisão de expulsálos de casa, avisando-os com antecedência para se afastarem do lobo que vivia na floresta. Os três porquinhos, ressentidos pelo comportamento da sua mãe, e como sempre a ignorar tudo o que a mulher fez por eles, partiram para o norte da floresta. O porquinho mais novo foi o primeiro a escolher um lugar para se instalar, cansado de caminhar e com o peso de anos de sedentarismo, mimos e pequenosalmoços trazidos à cama, escolheu o primeiro local com espaço para construir uma casa, apesar de completamente desprotegido de ameaças exteriores. Assim, o porquinho mais novo agarrou no material mais leve que encontrou e construiu a sua casa de palha, aparentemente sem qualquer conhecimento técnico sobre o assunto, mas, como é conveniente para o desenvolvimento da história, vamos simplesmente aceitar. O porquinho do meio escolheu um lugar para se instalar pouco tempo depois, provavelmente o menos mimado dos três irmãos, mas também o mais rebelde. Este encontrava-se num impasse, queria provar à mãe que era mais eficiente que os seus irmãos, mas a preguiça e procrastinação que esteve sempre presente na sua vida nublava o seu senso. Ele espreitou o trabalho do irmão mais novo e, então, decidiu construir uma casa melhor, feita de madeira. Não querendo perder muito tempo na construção da sua casa, o porquinho do meio foi até à papelaria mais próxima, escolheu na secção de revistas uma que tinha como título «como fazer uma casa facilmente e rapidamente», o íman perfeito para procrastinadores que pensam que nada necessita de tempo e trabalho, e viu o primeiro tutorial com imagens que lhe apareceu. O irmão mais velho dos porquinhos era também o mais sensato e ajuizado, não era tão
preguiçoso como os seus irmãos e entendia que, para se ter algo na vida, era necessário trabalhar por isso, uma lição importante que aprendeu quando demorou dois anos a passar o último nível de um videojogo “violento”. Assim, o porquinho mais velho foi ganhar experiência no mundo das construções, leu livros e ajudou na construção de uma outra casa juntamente com um outro porco que tinha semelhanças com ele mais que suspeitas. Depois de alguns meses compreendeu que, para construir uma casa bem feita, era necessário muito tempo e, então, decidiu alugar uma pequena casa perto dos seus irmãos, enquanto trabalhava para pagar a renda. No lado norte da floresta vivia, também, um lobo solteiro com quatro filhos para alimentar, pois, apesar de raramente, nem sempre são os progenitores masculinos que abandonam os filhos. Desesperado e sem nada para comer, num dia com nenhuma característica que o diferenciasse dos outros, o lobo partiu em busca de alimento. Nesse mesmo dia a sorte encontrava-se do seu lado e, pouco tempo depois de ter partido, deparou-se com um porquinho cujo peso era um pouco superior à média, mas que mesmo assim não se deve afirmar que era obeso pois pode magoar os sentimentos do porco, morrendo devido a uma depressão e não devido a um ataque cardíaco. O porquinho tinha acabado de entrar numa casa de palha que abanava com o vento, e o lobo, devido aos seus motivos não egoístas e consequentemente convenientemente malvados, decidiu bater à porta do porco. O irmão mais novo espreitou por entre os fios de palha da sua cabana e rapidamente disse para a figura no exterior que não o deixava entrar. O lobo, sem outra opção, usou a sua capacidade totalmente natural e nem um pouco demasiado conveniente e irrealista e encheu os pulmões de ar e com um sopro derrubou a casa do porquinho mais novo. O mais novo dos irmãos, utilizando toda a sua energia acumulada para fugir como se estivesse a correr de uma manada de touros numa largada espanhola, fugiu a sete pés para a casa do porquinho do meio e lá se abrigou junta-
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mente com o seu irmão. Presunçosos e com a ideia de que a casa de madeira iria aguentar com a capacidade pulmonar nada exagerada do lobo, os dois porquinhos riram-se dele e disseram-lhe, quando este educadamente bateu à porta, que não o deixavam entrar. O lobo, com fome e farto deste desrespeito por parte de porcos preguiçosos que nunca haviam trabalhado na vida, carregou todas as suas frustrações em dois sopros que derrubaram a casa. O sorriso presunçoso dos dois irmãos rapidamente desapareceu, e os dois começaram a correr o mais depressa que conseguiam, apenas não sendo apanhados devido ao roteiro da história. Os dois porquinhos abrigaram-se, então, na casa arrendada do irmão mais velho. Pouco tempo depois, ouviu-se o bater de uma mão peluda numa porta metálica, os dois irmãos mais novos esconderam-se rapidamente debaixo dos móveis, enquanto o mais velho foi ver quem era. Ao ver uma figura assustadora, e lembrando-se dos avisos da mãe, o irmão mais velho não lhe abriu a porta. O lobo, cansado e com a sua anemia a roubar-lhe a energia tão necessária, reuniu o máximo de ar que conseguiu e soprou uma e duas e três e quatro vezes até desmaiar em cima do tapete felpudo da entrada. Ao ver que a casa não ia abaixo, os dois irmãos mais novos tiveram o que pareceu ser um caso de Alzheimer precoce e começaram a festejar e gozar com o lobo. Quando este acordou estava preso a uma árvore no meio da floresta com os três porquinhos a encará-lo; para o espanto de todos, o lobo desatou a chorar e explicou aos três irmãos em que situação delicada se encontrava. Ao testemunharem tamanha emoção vinda do animal que os queria comer, os três porquinhos decidiram ajudá-lo. Assim, no final, apresentaram ao lobo uma refeição alternativa, o tofu, tornando o lobo e as suas crias veganas, pois um final diferente e mais realista seria demasiado deprimente para um conto infantil. E viveram felizes durante dois anos até a sua floresta ser destruída para construir uma fábrica.
Pedro e o Lobo Era uma vez um menino chamado Pedro,
que vivia uma vida tão secante que em um dia conseguia ler Os Lusíadas. Certo dia, ia Pedro a caminho da escola, com o seu amigo, como de costume. Miguel, o seu amigo, tinha algo de extraordinário para lhe contar. - Nem vais acreditar no que descobri! - disse Miguel, entusiasmado. - Lá vais tu começar com as tuas invenções malucas - disse Pedro, revirando os olhos. - Não, agora é mesmo a sério! Fui à floresta no outro dia e encontrei o cadáver de um lobo. - Isso é impossível. Sabes perfeitamente que os lobos estão extintos. - Estou a falar a sério, juro pela nossa amizade. Amanhã depois das aulas podíamos passar por lá, e assim mostro-te. No dia seguinte, Miguel convenceu Pedro a partirem para uma aventura excitante, como descrevera. Pedro, como estava de castigo, esperou que os pais adormecessem e saltou a janela. Encontrou o seu amigo no início do bosque, e começaram a sua aventura. -Não trouxeste um casaco? Não tarda nada começa a nevar. – perguntou Pedro, agasalhando-se no seu casaco de lã. - Isto não demora nada, vais ver! Começaram a andar, a andar, a andar, até que perceberam que estavam perdidos. - Eu já sabia que não devia ter acreditado em ti! Agora estamos perdidos e não há ninguém para nos vir buscar.
Carolina Batista; Valentin Munteanu, 11ºA 27
- Tem calma. Eu tenho mesmo a certeza de que o bichano estava por aqui...- afirmou Miguel com um ar suspeito. - Não tens nã... Do nada, ouviu-se uma espécie de crack por baixo dos pés de Pedro. - Acho que pisei alguma coisa- disse sussurrando. - Deve ser o cadáver do lobo de que te falei. riu-se Miguel. De repente, o cadáver não era cadáver e sim um lobo que acabara de ser acordado com uma pisadela na cauda. Virou-se para os amigos rosnando. Miguel gritou, e Pedro ficou em choque. - Mas não era um cadáver? - gritou Pedro enquanto corria. - Não sei, não sei! – Miguel começou a chorar. - Mas tu viste! - Não vi – soluça – eu só queria uma aventura. Miguel conseguiu subir uma árvore, mas, quando ia ajudar o amigo, já era tarde de mais. Pedro tinha tropeçado numa pedra e, quando se ia levantar, o lobo alcançou-o. Miguel gritou e desatou a chorar ao ver o amigo ser comido diante dos seus olhos. Quando começou a amanhecer, Miguel desceu da árvore, uma vez que o lobo se havia ido embora, e regressou à aldeia a correr. - O Pedro morreu, o Pedro morreu! – gritou Miguel acordando a aldeia. As pessoas, assustadas, foram até às portas ver o que se passava. - Um lobo comeu o Pedro, ajudem! - Ó Miguel, não digas disparates, os lobos estão extintos há anos. - Não estão, eu vi! Eu juro! – ajoelhou-se. - Já não caímos nas tuas mentiras, agora vai dormir! - Mas eu agora não estou a mentir. Com suspiros e revirar de olhos, os aldeões começaram a fechar-lhe as portas na cara. Obviamente que os pais de Pedro deram pela sua falta, mas pensavam que este se tinha escondido por rebeldia.
Miguel, sempre que era questionado pelo desaparecimento de Pedro, respondia que um lobo o comera, mas ninguém acreditava. Recusava-se a voltar a mentir, no entanto o mal já estava feito. O que começara com uma aventura excitante acabara com uma aventura aterrorizante. E já sabem, não mintam! (risos). Catarina Monteiro e a Marisa Sousa, do 11.º C
O galinholo feio Há muito, muito tempo, eu nasci numa quinta rodeado de animais. Mas os meus irmãos tinham uma habilidade que eu não possuía, eu não conseguia boiar como eles, acabava sempre por quase me afogar, achava-me parecido com eles, mas afinal não era nada disso. Fui crescendo e apercebi-me que tinha asas maiores, cores diferentes e um outro cantar, mas, por qualquer razão, de manhã cantava sempre. Juntando as peças, apercebi-me que era um galo e que toda a minha vida fui enganado e triste por não saber boiar. Mas agora percebo que tenho muito mais valor. Inês e Nuno, 8ºB
As Gémeas Capuchinho Era uma vez duas irmãs gémeas opostas, a Capuchinho Preto e a Capuchinho Vermelho. A Capuchinho Preto era a gémea rebelde, tirava péssimas notas na escola e era popular, enquanto que a Capuchinho Vermelho era uma menina exemplar, tirava boas notas e, ao contrário da irmã, só tinha uma amiga, a Lua Verde. Num dia cheio de sol, a mãe das gémeas pediu às suas filhas que levassem medicamentos e alguns bolinhos à sua querida avó, pois ela estava muito doente. A mãe mandou a Capuchinho Preto ir à cidade comprar os medicamentos, enquanto a Capuchinho Vermelho acabava de fazer os bolinhos. Ao chegar à cidade, a Capuchinho Preto foi logo à farmácia comprar os medicamentos. Ao sair deparou-se com o seu grupo de amigos e
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decidiu ir ter com eles, enquanto a Capuchinho Vermelho fez o que a mãe lhe pediu. No dia seguinte, a mãe deu-lhes a triste notícia que a sua querida avó tinha falecido e perguntou-lhes o que tinha acontecido, pois tinham sido as últimas pessoas a estar com ela. A Capuchinho Preto culpou a irmã, dizendo que ela tinha envenenado os bolinhos e a Capuchinho Vermelho culpou a irmã de não ter ido levar os medicamentos. Ao fim de um tempo, a mãe descobriu que a Capuchinho Vermelho tinha dado bolinhos com veneno à avó e que a Capuchinho Preto não tinha levado os medicamentos. Devem estar a pensar que as gémeas Capuchinho foram as culpadas de tudo, mas não, na realidade fui eu, o Lobo Verde, e a minha irmã mais nova, a Lua verde, que fizemos tudo, pois queríamos ter um belo jantarinho. Quando a Capuchinho Preto se deslocava para a farmácia, eu combinei com os amigos dela, para eles a empatarem até ser noite, enquanto a Lua Verde ia ter com a sua suposta amiga, a Capuchinho Vermelho, para colocar um veneno nos bolinhos. Ao fim da tarde, a Capuchinho Vermelho foi levar os bolinhos cheios de veneno, enquanto a sua irmã ainda estava com os amigos na cidade. Quando se fez noite a Capuchinho Preto decidiu voltar para casa, mas, ao chegar, adormeceu, pois estava muito cansada. E foi assim que eu e a minha irmã conseguimos arranjar um bom jantar! Leonor Mesuras, Margarida e Matilde. 8º A
Branca de Neve e os sete gatos Há muito, muito tempo, uma princesa vivia num lindo palácio no cimo da montanha. O palácio era rodeado por um rio, que passava numa floresta onde a princesa ia apanhar frutos silvestres. Se estiverem curiosos para saber quem é, o nome dela é Branca de Neve, era uma linda princesa, de olhos azuis como o céu, de cabelos loiros como o ouro e de rosto delicado como uma pena.
Certo dia, a princesa encontrou um gato no seu castelo, o que era estranho, porque nunca o tinha visto, então seguiu-o até à floresta. Quando lá chegaram, a princesa reparou que já não conseguia avistar o seu palácio, entretanto, encontrou um tronco no chão com mais seis gatinhos dentro. Quando a Branca de Neve foi salvar os gatinhos, tropeçou num ramo e bateu com a cabeça. Ao acordar viu que estava numa casa que não conhecia, com sete gatos à sua volta, e, ao levantar a cabeça, viu uma idosa a cozinhar algo. Em seguida, a Branca de Neve e a idosa olharam-se nos olhos e a princesa percebeu que a idosa era a sua mãe, que tinha desaparecido. Então começaram a conversar e a mãe desculpou-se por tudo de mal que tinha feito ao longo dos anos. A Branca de Neve ficou muito feliz e a sua mãe perguntou se queria viver com ela e com os seus gatos. A princesa imediatamente disse que sim, pois não gostava de viver no palácio. Sara Romão, Sara Mestre, Tineke, Tomás, 8ºA
O Shrek e a Cinderela Era uma vez um monstro que vivia na floresta com a sua mãe, Maria Judite dos Santos Porqueira. Shrek dos Santos Mamadu gostava de brincar na lama e tinha um amigo da realeza, Zé do Pipo II, que era um fanático por damas e tinha uma carroça com instrumentos de última geração. O príncipe (Zé do Pipo II) queria casar com a dama mais bonita do mundo que se chamava Cinderela. Mandou-lhe um pombo-correio com um coração na testa a perguntar se ela queria casar com ele. Sem pensar duas vezes, ela aceitou e, no dia seguinte, foi visitar o seu futuro noivo. Ao ver a terrível cara que o príncipe tinha, a Cinderela da Monstrolândia ficou tão assustada que se pôs a correr a sete pés do palácio. De tanto correr pela floresta adentro, encontrou-se perdida e foi andando até encontrar o Shrek, que logo lhe disse:
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- Oh Princesa , tu és bonita demais para andar aqui à toa . A Cinderela disse-lhe: - Sai só, tu és rosa! O Shrek exclamou: - Princesa, cuidado com oque dizes. Isso é racismo! O Shrek ficou triste e, a partir desse momento, começou a portar-se melhor e as damas começaram todas a andar atrás dele…
Depois do almoço, vieram todos dar-me os meus presentes de aniversário, o lobo ofereceume umas cuecas com folhas de alface desenhadas, o porquinho mais novo deu-me um fardo de palha para eu dar às minhas ovelhinhas, o porquinho do meio ofereceu-me lenha para estar quentinha no inverno, o porquinho mais velho ofereceu-me um Nokia tijolo, e a minha netinha ofereceu-me um capuz vermelho como o dela. E assim foi o meu alegre aniversário, com os três porquinhos, o lobo e a minha netinha.
Alexia, Leonardo, Luis e Martim, 8ºB
André, Dinis e Tiago, 8ºB
O aniversário da avó do Capuchinho Vermelho O meu nome é Maria da Conceição Silva e sou avó de uma neta muito linda. Ela chama-se Adelaide das Dores Silva, mas vocês devem conhecêla como Capuchinho Vermelho. Como faço anos, pedi à minha netinha para ir entregar os convites de aniversário aos meus convidados. Acordei muito feliz, porque é o dia do meu aniversário, levantei-me da cama e fui ao talho. Ao entrar, vi um grande cartaz com uma promoção a dizer: Leve um leitão e pague metade! Olhei para a minha carteira e vi que só tinha trinta euros, mas, olhem a minha sorte, o leitão custava quarenta euros, no entanto, como estava com cinquenta por cento de desconto, comprei por vinte euros. Dirigi-me à mercearia e comprei alface e tomates. Voltei para casa e comecei o meu bolo. Quando o pus no forno, ouvi “pling plong”, eram os meus amigos e a minha netinha linda. Pus o leitão ao lume, era muito gordinho e grande, foi então que o lobo gritou: - Tu és uma assassina! Achas que isso se faz a um leitão fofinho? Enquanto via como os três porquinhos ficaram encantados com a bela vista do meu quintal, cheio de flores com todas as cores do arco-íris e um lago cheio de patos e sapos, eu distraí-me e o bolo queimou-se, então foi um aniversário sem bolo. Enquanto o lobo comia a sua salada vegan, todos nós comemos o belo leitão.
Cinderela, a rica rabugenta Era uma vez uma rapariga muito fingida chamada Cinderela que, desde muito nova, ficou revoltada pela morte da sua mãe. Ao longo dos anos, o seu pai voltou a apaixonar-se e a Cinderela não gostou nada disso, até porque iria ter mais três pessoas para dividir a herança, a madrasta e as duas irmãs, Anastásia e Drizella. Certo dia, a Cinderela recebeu uma carta a convidá-la para o baile que iria haver no palácio, para o príncipe escolher uma princesa. Como a madrasta conhecia a Cinderela, sabia que ela iria, então resolveu prendê-la para salvar o reino, pois Cinderela queria roubar o dinheiro do príncipe após casar com ele. Cinderela era uma menina esperta, então conseguiu escapar e foi ao baile com um vestido muito bonito que era da sua mãe. Ao chegar ao baile, ela foi falar com o príncipe, que ficou encantado com a sua beleza e, no mesmo instante, pediu-lhe que dançasse com ele. O príncipe ficou ainda mais apaixonado por ela e disse que era com ela que se iria casar. Um dia antes do casamento, a madrasta foi ao castelo tentar convencer a Cinderela a não roubar o dinheiro do reino e, enquanto as duas falavam, o príncipe ouviu tudo atrás da porta. Depois de ouvir tudo, o príncipe mandou prender a Cinderela e o reino ficou salvo. Iara, Íris e Joana, 8ºB
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Conto da “capuchinho vermelho” Era uma vez, uma linda menina que vivia em Lisboa e a quem todos chamavam Floribela. Certo dia, a mãe de Floribela chegou do supermercado, após fazer as suas compras do mês, e entregou-lhe um preparado de sopa para que ela levasse à sua avozinha, que estava doente, avisando-a sobre perigos existentes nas grandes ruas da cidade. A caminho da casa da avó, Floribela deparouse com um homem desconhecido e com muito mau aspeto, que lhe pediu indicações de um caminho, quando na realidade queria jogar-lhes as mãos ao bolso. A Floribela, uma menina inocente e sem noção dos perigos, pois não prestou atenção às palavras da sua mãe, deu as indicações pedidas pelo estranho e comentou para onde ela ia. O homem, com outras intenções, esperou que ela se afastasse e seguiu-a. Chegando à casa da avó, Floribela entregoulhe o farnel, e aproveitaram para colocar a conversa em dia. Após 10 minutos de conversa, bateram à porta, e a avó foi abrir. O homem a quem esta abriu a porta dizia ser um revendedor de um aspirador. A avó, como gostava muito das lidas da casa, convidou o homem a entrar para este lhe fizesse uma demonstração, sem pensar que poderia ser um aldrabão. Floribela, quando o viu, reconheceu a cara do homem, pois era o mesmo a quem ela tinha dado indicações. O homem apercebeu-se de que ela o tinha reconhecido e por isso puxou uma faca do bolso, ameaçando-as para que estas lhe dessem tudo o que tinham. A avó, com medo, gritou fazendo com que se ouvissem os seus gritos na casa do vizinho. Este, ouvindo aquele aparato, foi, apressadamente, ter à casa da velhota. Ao chegar lá, apercebeu-se da presença estranha de um indivíduo e chamou a polícia. Esta, ao chegar, conseguiu apanhar o homem, levando-o para a esquadra. A Floribela e a avó apanharam um grande susto e aprenderam que devem ter mais cuidado, pois não se deve dar confiança a estranhos. Inês Jesus, Laura Reis,11ºC
Lenda do tamborinho Corre entre os Bijagós, da Guiné, a lenda de que foi o Macaquinho de nariz branco quem fez a primeira viagem à Lua. A história começou assim: Nas proximidades de uma aldeia, os macaquinhos de nariz branco, certo dia, de que se haviam de lembrar? De fazer uma viagem à Lua e trazê-la para baixo, para a Terra. Ora numa bela manhã, depois de terem em vão tentado encontrar um caminho por onde subir, um deles, por sinal o mais pequeno, teve uma ideia: encavalitarem-se uns nos outros. Um agora, outro depois, a fila foi-se erguendo ao céu e um deles acabou por tocar na Lua. Em baixo, porém, os macacos começaram a cansar-se e a impacientar- se. O companheiro que tocou na Lua nunca mais conseguia entrar. As forças faltaram-lhes, ouviu-se um grito, e a coluna desmoronou-se. Um a um, todos foram arrastados na queda e caíram no chão. Apenas um só, só um macaquito, por sinal o mais pequeno, ficou agarrado à Lua, que o segurou pela mão e o ajudou a subir. A Lua olhou-o com espanto e tão engraçadinho o achou que lhe deu de presente um tamborinho. O Macaquinho começou a aprender a tocar no seu tamborinho e por longos dias deixou-se ficar por ali. Mas tanto andou, tanto passeou, tanto no tamborinho tocou, que os dias se passaram uns atrás dos outros e o macaquinho de nariz branco começou a sentir profundas saudades da Terra e das suas gentes. Então, foi pedir à Lua que o deixasse voltar. – Para que queres voltar? – Tenho saudades da minha terra, das palmeiras, das mangueiras, das acácias, dos coqueiros, das bananeiras. A Lua mandou-o sentar no tamborinho, amarrou-o com uma corda e disse-lhe: – Macaquinho de nariz branco, vou-te fazer descer, mas toma tento no que te digo. Não toques o tamborinho antes de chegares lá abaixo. E quando puseres os pés na Terra, tocarás então com força para eu ouvir e cortar a corda. E assim ficarás liberto. O Macaquinho, muito feliz da vida, foi descendo sentado no tambor. Mas a meio da viagem, oh!, não resistiu à tentação. E vai de leve, levezinho, de modo que a Lua não pudesse ouvir, pôs-se a tocar o tambor tamborinho. Porém, o vento soltando brandos rumores fazia estremecer levemente a corda. Ouviu a Lua os sons compassados do “tantã “e pensou: ‘O Macaquinho chegou à Terra’. E logo mandou cortar a corda. E eis o macaquinho atirado ao espaço, caindo desamparado na ilha natal. Ia pelo 31
caminho diante uma rapariga cantando e meneando-se ao ritmo de uma canção. De repente viu, com espanto, o infeliz estendido no chão. Mas tinha os olhos muito abertos, despertos, duas brasas produzindo luz. O tamborinho estava junto dele. E ainda pôde dizer à rapariga que aquilo era um tambor e o entregava aos homens do seu país. A moça, ainda não refeita da surpresa, correu o mais velozmente que pôde a contar aos homens da sua raça o que acabava de acontecer. Veio gente e mais gente. Espalhavam-se archotes. Ouviam-se canções. E naquele recanto da terra africana fazia-se o primeiro batuque ao som do maravilhoso tambor. Então os homens construíram muitos tambores e, dentro em pouco, não havia terra africana onde não houvesse esse querido instrumento. Com ele transmitiam notícias a longas distâncias e com ele festejavam os grandes dias da sua vida e a sua raça. O tambor tamborinho ficou tão querido e tão estremecido do povo africano que, em dias de tristeza ou em dias de alegria, é ele quem melhor exprime a grandeza da sua alma.”
Nesse momento, apareceu o tigre com uma grande bocarra ameaçadora e perigosa. O macaquinho atirou uma banana para o chão e o tigre malvado escorregou. Enquanto o tigre estava no chão de pernas para o ar, o macaquinho agarrou a Branca de Neve com os seus braços longos e fortes, deu um grande pulo e colocou-a no ponto mais alto da bananeira. Depois chamou todos os seus amigos macaquinhos que rodearam o tigre a tocar os seus tambores. Este ficou tão assustado que fugiu a sete patas e nunca mais foi visto.
O macaquinho corajoso Era uma vez um macaco de nariz branco, que vivia numa cabana abandonada numa floresta tropical africana. O macaco era pequenino, tinha pelo castanho claro e olhos azuis. Era um macaco brincalhão, alegre, simpático e inteligente. Um dia, o macaquinho estava à procura de comida na bananeira mais alta da floresta, quando olhou para baixo e viu uma menina. Desceu da árvore e foi falar com a menina para saber quem era. Ficou a saber que era a Branca de Neve e que estava assustada. Ela contou ao macaquinho que estava a fugir de um tigre malvado, que tinha vindo da Malásia para a arranhar, morder e prender.
O macaquinho mandou um amigo ao reino para ir buscar alguns guardas e um coche puxado por cavalos. A Branca de Neve, para lhe agradecer convidou-o para ir ao palácio. Lá, numa sessão solene, com fogo de artifício e toques de tambor, o rei, pai da Branca de Neve, colocou no pescoço do macaquinho, uma medalha feita de neve cristalizada. A Branca de neve e o macaquinho de nariz branco tornaram-se grandes amigos e nunca mais se separaram. Vitória, Vitória e acabou-se a história! Turma do 3º B da E.B. 1 de Grândola
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Branca de Neve e o Gato das Botas
A abóbora
Era uma vez um rei que vivia num reino distante, com a sua filha chamada Branca de Neve e a nova rainha pois ele tinha ficado viúvo. A nova
rainha era muito bela mas também muito má para a menina. No palácio vivia um gato que vendo tanta maldade disse à princesa: - Vamos dar um passeio pela floresta? - Sim, gostaria muito de conhecer os teus amigos! – disse Branca de Neve. - Se me deres umas botas do rei, um fato e um saco livro-te das maldades da rainha! O Gato das Botas foi passear com a Branca de Neve para a floresta e encontrou a casa dos Sete Anões que estava sempre muito desarrumada.
Era uma vez uma mulher que foi ver a filha. No caminho encontrou um leão que a queria comer. Mais à frente encontrou o lobo que uivou e queria comê-la. E o tigre também tinha fome e ela disse que estava só pele e osso. A mulher pediu uma abóbora à filha e meteuse lá dentro e foi rebolando. Passou pelo tigre e a abóbora parou, mas a Rapunzel apareceu e ajudou-a, com o cabelo. Foi rebolando e caiu à água, mas a Ariel tirou-a da água. Quando passou pelo leão já estava cansada e apareceu a Cinderela que a ajudou. E não foi comida pelos bichos. Jardim de Infância de Ameiras
O luar resolve tudo
Depois de tudo limpo fizeram uma comida deliciosa e, quando os amigos chegaram do trabalho, jantaram. No dia seguinte, enquanto os anões foram trabalhar, o Gato das Botas foi ao castelo do ogre, que era o dono daquelas terras todas e pediu-lhe para ele se transformar num animal pequenino. O ogre transformou-se num pequeno ratinho e o Gato das Botas comeu-o. Os Sete Anões, a Branca de Neve e o Gato das Botas foram viver para o castelo. Fizeram uma grande festa e, nessa altura, ia a passar um príncipe, num coche, junto à porta do castelo. O Gato das Botas dirigiuse a ele para o convidar. O príncipe ficou encantado com a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Eles casaram e viveram felizes para sempre na companhia do seu fiel gato e dos sete Anões. Turma do 3º A da E.B. 1 de Grândola
Turma do 4º B da E.B. 1 de Grândola 33
Tarzan e os três mosqueteiros
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Turma do 3º D | Professora: Mena Ferro
A Capuchinho vermelho e os 3 porquinhos A Branca de Neve e o seu veneno
Turma do 4º C da E.B. 1 de Grândola
Turma do 4º A 35
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