Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.
Innovations for a better world.
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EDITORIAL
Caros Amigos e Leitores Ano XIX • nº 109
Julho / Agosto 2021
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Diretor Executivo Domingo Yanucci
Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci
Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 / 3304 6522 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com diretoria@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa
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48 3304-6522 Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
Com grande alegria chegamos a vocês com a melhor tecnologia de pós-colheita de grãos e sementes. Perto de completar 20 anos com a Grãos Brasil renovamos nossas forças porque entendemos que o Brasil está na porta de uma grande evolução. Hoje temos uma oferta tecnológica de primeiro nível, volumes crescentes, maiores demandas de qualidade, necessidade de otimizar e diminuir as perdas qualiquantitativas. A economia no setor agrícola está em ebulição e as empresas entendem que é imprescindível investir fortemente no setor. Claro que o desafio é gigante, do tamanho do Brasil. Uma produção tão estendida de norte a sul, regiões com 100 anos de produção e outras mais recentes, onde o tipo de produtor é diferente. Sabemos que o mais importante sempre é o homem, destinatário e fonte da produção dos grãos, responsável do manejo pós colheita e quem deve aperfeiçoar as tecnologias e as logísticas, de maneira de alcançar menores custos e maiores rentabilidades. Com o objetivo de capacitar, atualizar e gerar treinamento concretizaremos nos próximos meses dois cursos para todo o Brasil, um sobre Aeração e Resfriamento e outro do Controle de Pragas, nas páginas da revista poderá ver maiores informações, esperamos que nos acompanhem e que aproveitem. Nesta edição apresentamos variada informação, tratando assuntos de acondicionamento, conservação, logística, qualidade, assim como conteúdos institucionais. Agradecemos a todos os profissionais, empresas e instituições que compartilham suas experiências; esta atitude é básica em um país que deseja o progresso comum. Os deixo em boas mãos, na leitura se encontra o conhecimento, compartilhe nossa publicação com seus colegas. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos. Domingo Yanucci
Diretor Executivo
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SUMÁRIO 03 04 Um Alerta Sobre o Escoamento da Safra Brasileira - Stelito Assis dos Reis Neto e Saulo Tomiyoshi Medeiros 10 Acebra Trabalha pelo Reconhecimento do Setor Cerealista - Acebra 12 Controle de fungos no milho e o impacto econômico de sua incidência - Eng. Agr. Juan M. Hernández Vieyra 16 Perda de grãos. Como ocorre a deterioração dos grãos armazenados? – Cycloar 19 Necessitando de soluções tecnológicas em transporte pneumático? – Mover 20 O Mundo Está Mudando - Dirk Janssen 24 Parafuso é tudo igual? Aprenda como escolher os fixadores para a sua estrutura metálica - Eng. Pedro Cardoso 26 Aeração 4.0: Solução Inovadora Gera Dados Para Aumentar O Valor Do Produto Armazenado – NBRtec 31 Proteção Passiva Para Explosões Com Pó Combustível - Robson Krolikowski 34 Utilíssimas 38 CoolSeed News 40 Não só de Pão Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br
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LOGÍSTICA
Um Alerta Sobre o Escoamento da Safra Brasileira
Stelito Assis dos Reis Neto Superintendente de Armazenagem da Conab
Saulo Tomiyoshi Medeiros Gerente de Cadastro e Credenciamento de Armazéns da Conab saulo.medeiros@conab.gov.br Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
Os números da safra nacional de grãos apontam para uma produção de 260,8 milhões de toneladas para a safra 2020/21, ou seja, é a maior de todos os tempos. Assim, o país deverá exportar impressionantes 29,5 milhões de toneladas de milho e 86,7 milhões de toneladas de soja (https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos). Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os altos volumes de produção já se repetem há duas safras, impulsionados por conjunturas externas que elevaram a demanda pelos produtos brasileiros no mercado internacional, tornando os preços dos produtos agrícolas interessantes ao produtor rural. Diante de uma produção crescente, surge o questionamento se a capacidade da infraestrutura logística do Brasil é capaz de suportar a crescente demanda agrícola sem que haja prejuízos decorrentes da dificuldade de escoamento. Considerando que a necessidade mundial por alimento é um elemento que tende a continuar crescendo, é importante sempre analisar e planejar estratégias de como o Brasil poderá se posicionar cada vez melhor nesse mercado. Nesse sentido, propomos uma análise de uma questão logística frequentemente ignorada nos fóruns de discussão, embora primordial para sustentar o processo -, a infraestrutura de armazenagem. Armazenagem é um elo indissociável da cadeia logística e sem ela, investimentos da fase de produção, que visem elevar a qualidade e o preço do produto podem ser perdidos frente à necessidade de entrega imediata do grão, principalmente quando os preços estão achatados pela alta oferta nos períodos de colheita, ou mesmo por perda de qualidade e quantidade em estruturas armazenadoras inadequadas.
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LOGÍSTICA
Segundo o Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, (Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras - Sicarm/Conab) entre 1982 e 2000, a capacidade estática brasileira era superior à produção de grãos. Em 2001 houve uma inversão: a produção ultrapassou essa capacidade e continuou a crescer em uma proporção maior. Nos últimos 10 anos, enquanto a capacidade estática granel cresceu 30,5%, a produção de soja, milho, arroz e trigo, que representam 96% da produção de grãos nacional, cresceu 72,1%. Segundo dados do Sicarm, o país possui, atualmente, uma capacidade estática à granel de cerca de 152,3 milhões de toneladas. A previsão de safra 2020/2021 da Conab é de 260,8 milhões de toneladas, desse total cerca de 249,5 milhões de toneladas advém da soja, milho, arroz e trigo, produtos armazenados a granel. Ao se comparar a capacidade estática a granel com quantidade produzida desses quatro grãos, tem-se uma relação de 62%, ou seja, se a produção ocorresse em uma única etapa sem outros fatores que à reduzissem, seria possível armazenar 62% dessa produção. O gráfico a seguir ilustra a evolução da capacidade versus a produção nos últimos 10 anos. É importante observar que se saímos de uma relação capacidade de armazenagem/produção de 82% para 62% nos últimos 10 anos. Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
Não há estudos que indiquem a capacidade estática ideal para o Brasil, todavia, existem sinais de que o país enfrenta uma defasagem no espaço para armazenagem de grãos como, por exemplo, o armazenamento a céu aberto que pode ser observado com alguma frequência em regiões de grande produção, além da crescente utilização de Silos Bolsa, forma alternativa de armazenagem, para quando não se tem estruturas fixas. Sendo assim, apresento dois cenários antagônicos de demanda do mercado externo para os principais produtos de exportação do agronegócio brasileiro: o milho e a soja, cujos resultados podem ser prejudiciais à cadeia produtiva nacional se não for dada a atenção necessária à infraestrutura de armazenagem do país. O primeiro cenário está relacionado à manutenção da demanda externa aquecida, que resulta em preços remuneradores e, provavelmente, levariam ao crescimento da produção. Neste caso, o Brasil teria de lidar com o estrangulamento dos canais de exportação, tanto nos portos como na logística de transporte. A estrutura necessária para o ajuste do fluxo de escoamento em direção aos portos seria justamente a infraestrutura de armazenagem, o que leva à reflexão sobre a suficiência da capacidade estática instalada no país, a qualidade dessas instalações e a capacitação de quem opera as Unidades Armazenadoras. O segundo cenário seria o caso de uma redução repentina da demanda internacional, por questões geopolíticas ou mercadológicas, por exemplo. Nesse caso, onde seria guardada a produção que deixaria de ser exportada, se já existem momentos de gargalo na situação atual? O país ficaria com uma quantidade razoável de produto à espera de um melhor momento para a venda, todavia, o instrumento para esse tipo de operação é a infraestrutura de armazenagem, que já mostra sinais de estrangulamento. Neste contexto, foram apresentados dois cenários opostos e possíveis que devem servir de alerta para iniciar ações que amenizem o risco da falta de capacidade estática. Portanto, apresentamos propostas de ações que podem minimizar tais riscos.
Fonte: Sicarm/Conab
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LOGÍSTICA ais que levem em consideração todas as características e as dimensões do país. Esses estudos poderiam proporcionar um melhor planejamento, tanto das políticas públicas de indução ao aumento do parque, quanto para as empresas do ramo que teriam mais segurança nos seus investimentos.
Incentivo à construção de estruturas de armazenagem, especialmente em nível de fazenda. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem, repetidamente, nos Planos Safra, oferecido financiamentos subsidiados para esse tipo de construção. Contudo, os produtores brasileiros ainda precisam ser convencidos, por meio de campanhas educativas, extensão rural, que o investimento é vantajoso ao seu negócio. Entre 2006 e 2021 o percentual de armazéns em nível de fazenda no Brasil ficou praticamente estagnado à medida que passou de 14,9% para 14,3%. A melhoria na qualidade de estrutura e operacionalização dos armazéns. Armazéns adequados em estrutura e pessoal reduzem as perdas qualitativas e quantitativas na pós-colheita, além de aumentarem eficiência, podendo ter sua capacidade dinâmica e seus fluxos de recepção e expedição otimizados, sendo considerável a diferença em uma situação de insuficiência de espaço para armazenar grãos. Um ponto a destacar, também, é que há disponibilidade de tecnologia na área de armazenagem no Brasil. No entanto, os operadores dessas estruturas e equipamentos muitas vezes não têm capacitação adequada para utilizar tais aparatos. Falta, ainda, no geral, conhecimento na decisão de qual tecnologia é a mais adequada a cada condição -, o que leva à redução da qualidade do produto, emperrando os fluxos dentro do armazém, causando perda de tempo e qualidade nas demais etapas. Assim, a Certificação das Unidades Armazenadoras, criada na Lei 9.973 de 2000 e regulamentada pelo Decreto 3855/2001, deve ser incentivada, pois, dois de seus principais eixos estão relacionados ao treinamento de pessoal e determinação de critérios estruturais mínimos dos armazéns. Estudos que definam qual a capacidade estática necessária para o Brasil. Os estudos dariam suporte a todo esse processo de desenvolvimento da infraestrutura de armazenagem, apontando qual a capacidade estática necessária para o Brasil, de forma regionalizada. Esta é uma carência do setor, já que não há dados atuRevista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
O desenvolvimento e adoção de tipos não tradicionais de estruturas de armazenagem. É preciso chamar a atenção para ações de curto prazo, uma vez que a tradicional estrutura de armazenagem não consegue ter um crescimento ágil. Desta forma, como o aumento do espaço para armazenagem já está em desvantagem em ralação à produção é preciso iniciativas imediatas. No Brasil, os silos bolsa são estruturas temporárias bem difundidas e de baixo custo se comparadas com a construção de armazéns. Nos últimos anos as pesquisas relacionadas a tipo de armazenagem tem se intensificado mas há a necessidade de mais pesquisas e difusão de conhecimento, bem como a produção de protocolos que se adequem às tão distintas condições climáticas brasileiras. Também existem espalhados pelo país experiências exitosas da utilização de outras estruturas de armazenagem de baixo custo e rápida construção. Essas tecnologias precisam ter maior difusão e necessitam ser testadas, em escala real nas condições brasileiras. Neste ensejo, julgamos que há no Brasil uma necessidade importante de pesquisa aplicada na área de armazenagem, bem como programas de introdução de novos equipamentos de armazenagem que possam ser utilizados conforme a necessidade do produtor. Inclusive no que diz respeito à estruturas temporárias. Por fim, como envolve obras de infraestrutura e investimentos financeiros de vulto, é imperioso que as ações para o aumento da capacidade de armazenamento de grãos no Brasil sejam iniciadas imediatamente, sob pena do país sofrer com o risco de um afunilamento no escoamento de sua safra, limitando o potencial de renda do setor agrícola e reduzindo a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
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Acebra Trabalha pelo Reconhecimento do Setor Cerealista
Entidade máxima de representação do setor cerealista brasileiro, a Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) atua há 16 anos no cenário produtivo nacional. Sempre atuando junto ao poder público, em Brasília, a ACEBRA busca fazer com que o setor cerealista seja devidamente reconhecido pelo trabalho essencial que faz junto ao agronegócio do país. A entidade, que hoje conta com mais de 150 associadas, nos principais estados produtores, representa empresas que prestam assistência técnica e atendem diversas necessidades dos produtores rurais. As empresas cerealistas fornecem insumos, crédito e armazenagem diretamente aos agricultores, e, juntas, são responsáveis pela comercialização de aproximadamente 40% da safra de grãos produzidos no Brasil. Fundada em 2005, em Cascavel, no Paraná, a ACEBRA nasceu com a honrosa responsabilidade de representar as empresas cerealistas. Sediada em Brasília, a ACEBRA conta com o apoio de associadas estaduais ativas e sólidas: a ACEMAT, em Mato Grosso, a ACEPAR, no Paraná, a ACERGS, no Rio Grande do Sul, e a ACESC, em Santa Catarina. Tais associações trabalham em conjunto com a ACEBRA e prestam um importante serviço de assistência institucional e governamental em seus estados. Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
Conquistas A ACEBRA coleciona importantes vitórias para o setor cerealista. A atuação dos representantes da entidade junto ao Governo Federal culminou na criação de programas governamentais voltados para o setor; na disponibilização de linha de crédito para as empresas cerealistas investirem em armazenagem, e na inclusão do setor em programas como o BNDES-Cerealista, no Programa de Sustentação do Investimento para armazéns, e mais recentemente, no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns. O setor cerealista também foi incluído em políticas públicas para o agronegócio, como nas operações do Programa de Escoamento da Produção (PEP), no crédito rural para comercialização, na apuração de créditos tributários e em muitas outras medidas que beneficiaram diretamente as operações das empresas cerealistas. Além dessas importantes conquistas, a ACEBRA também obteve o reconhecimento dos agentes públicos ao longo dos anos, se consolidando como membro titular em importantes Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura e do Ministério da Infraestrutura. Também, a associação participa de importantes discussões que envolvem toda a cadeia produtiva do agronegócio nacional. Recentemente, a ACEBRA atuou junto ao Ministério da Infraestrutura (Minfra) e se tornou precurso-
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deia produtiva, uma alternativa ao produtor rural nas diversas etapas de suas atividades. Para a ACEBRA, é um orgulho representar as empresas cerealistas. Defender e lutar por este setor é trabalhar para empresas que pautam suas atividades no auxílio ao processo produtivo do homem do campo, que permitem a padronização e o suprimento das matérias-primas para as agroindústrias e que também contribuem, de maneira muito significativa, com a economia do país. ra do Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), uma importante medida para melhorar o ambiente de contratação de fretes no Brasil, que será lançado em breve. Futuro O futuro é sempre incerto. Reforma tributária, concentrações de mercado e políticas diferenciadas para aqueles que prestam o mesmo serviço são apenas alguns dos desafios que o setor continuará enfrentando para manter sua competitividade. Mas a ACEBRA tem e reafirma continuamente o compromisso com seus associados, de lutar diariamente para que o setor cerealista seja cada vez mais reconhecido como um importante elo na ca-
Associação das Empresas Cerealistas do Brasil Por cerealistas mais fortes e competitivas!
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Controle de fungos no milho e o impacto econômico de sua incidência
Eng. Agr. Juan M. Hernández Vieyra FEEDPROFESSIONALS LTDA. juan.vieyra@feedprofessionals.com
Na produção animal é comprovado através de inúmeros estudos os danos que as micotoxinas podem causar nesta cadeia produtiva como um todo. Estes metabólitos tóxicos secundários são produzidos por determinados fungos e encontram o ambiente perfeito para se desenvolver nos grãos armazenados, ou seja, na base alimentar dos animais. Infelizmente, uma vez que as micotoxinas estão presentes nos grãos já é tarde, não há como acabar de vez com o problema, podemos contornar esse mal mediante o uso de adsorventes na ração, porém todo o dano causado ao grão é irreversível. Atualmente é notório que as unidades armazenadoras de grãos não dão a devida atenção para este tema, os esforços para monitoramento e controle de fungos são mínimos, consequentemente não são evitados os danos diretos na qualidade nutricional e industrial do grão, nem nos indiretos que são micotoxinas. Micotoxinas um problema internacional: Na literatura, desde 1990 conforme estudos da FAO (Park e colaboradores 1999) observa-se que 25% dos grãos de todo o mundo estão contaminados com um ou mais tipos de micotoxinas, essa constatação foi validada pela pesquisadora Mari Eskola e colaboradores (2020) e ressaltou que esse número pode estar ainda subestimado devido as amostras que estavam fora dos limites detectáveis pelos equipamentos. A crescente demanda mundial por alimentos acarretou no consequente aumento da produção de grãos, o que forçou a cadeia produtora a aumentar o período de armazenamento das commo-
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TECNOLOGIA dities. Em razão disso é comum vermos unidades armazenadoras ter improvisações nas instalações e processos inadequados, que acabam comprometendo a qualidade dos alimentos, favorecendo o desenvolvimento de fungos, micotoxinas e insetos, gerando perdas incalculáveis que poderiam ser evitadas. A demanda mundial por alimentos seguirá aumentado nos próximos anos e as estimativas apontam que a população mundial até 2050 terá 2,5 bilhões de pessoas a mais, resumindo não podemos perder nem 1% da colheita de grãos para atender essa demanda. Efeito dos fungos na comercialização de grãos Na comercialização de grãos, se estabelecem condições mínimas de qualidade, as quais se aplicam descontos conforme as avarias. A classificação física do milho baseia-se de acordo com a Instrução Normativa nº 60, de 22 de dezembro de 2011 avaliando parâmetros como: grãos ardidos, mofados, grãos fermentados, germinados, carunchados, imaturos, quebrados e gessados.
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Geralmente, o milho mais comercializado entre os produtores rurais e as empresas compradoras de grãos é o chamado de “argentino” (tipo 2). Existem limites de tolerância para essa negociação, podendo sofrer alterações (SENAR 178, 2017). No entanto, pode-se tomar como base os limites de tolerância na tabela abaixo. Essa classificação muitas vezes não demonstra realmente as características bromatológicas deste grão, já que devido a presença de fungos e micotoxinas as características que fazem que o milho seja milho (amido, proteína, matéria graxa) podem não se encontrar, pois foram consumidas pelo fungo. Racionalmente quanto melhor a qualidade do grão comercializado, maior deveria ser o valor pago pela indústria, afinal esse grão garante ao comprador maior retorno, produzindo mais óleo, amido, álcool ou qualquer que seja a produto, porém esse conceito ainda não é considerado, mas
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no futuro acredita-se que o milho não será mais pago só por ser milho (tipo 1, 2 ou 3), mas sim pela sua qualidade. (Prof. Carlos Mallmann, comunicação pessoal) Efeito dos fungos na qualidade dos grãos Quais são os danos que os fungos causam nos grãos? O primeiro sinal que sugere a presença de fungos é a alteração da aparência com a conhecida cobertura esverdeada ou descoloração e odor. Os fungos produzem alterações químicas na composição das substâncias, implicando na menor palatabilidade e menor consumo de animais. Na maioria das vezes a presença dos fungos nos grãos agem como um inimigo invisível, não podendo ser visto a olho nu, sendo necessário análises laboratoriais para detecção desse inimigo e verificação das características bromatológicas. Através de estudos foi comprovado (Tindall, 1983; O Keefe, 2003) que os fungos consomem a matéria graxa como fonte de energia para seu desenvolvimento, além de proteína e carboidratos, por consequência a disponibilidade de nutrientes em grãos com fungos é instável e compromete os requerimentos nutricionais dos animais (Akande e colaboradores, 2019). Especificamente no milho encontramos na literatura muitas informações sobre como um grão mofado é nutricionalmente afetado, como dito anteriormente e o teor de gordura é afetado de maneira muito significativa, energeticamente a redução pode implicar que o milho mofado seja semelhante ou até inferior ao sorgo. Quando o nível de infestação é maior, pode ocorrer redução de 10% ou mais do valor normal de proteína, perante essas condições é de esperar uma mudança na concentração de aminoácidos essenciais (Kilburn e Wyatt, 1997). Com frequência também ocorrem reduções significativas de vitaminas, quedas de 35-40%, conforme reportado por Akande e colaboradores (2019). Valores de energia, proteína, gordura milho sadio e mofado. Outro aspecto importante que pode ocorrer devido a presença de fungos é a perda de peso do cereal, constatado através do peso hectolitro do grão. Normalmente isso se deve a perdas de carboidratos por respiração, demostrado pelo aumento da concentração de CO2 em correlação ao crescimento da massa fúngica. Em resumo, facilmente notamos a deterioração do grão devido aos fungos, sem ainda pensar em micotoxinas. Um trabalho de Bartov (1982), Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
alimentou aves com milho sadio e mofado, onde o conteúdo de matéria graxa era de 3.8% e 2.4% respectivamente, mas sem presença de micotoxinas. Os autores reportaram diferenças significativas em ganho de peso, devido a menor concentração energética, ou seja, uma pequena queda de qualidade do grão invisível aos olhos, pode afetar significativamente a produção animal. Levando em consideração que o milho compõe em média 55-60% de uma ração de aves ou suínos, a redução de energia, proteína, vitaminas tem um impacto muito significativo na performance dos animais e nos custos da ração, caso seja necessário suplementar de alguma forma para corrigir a deficiência deixadas pela presença dos fungos. Vale lembrar que além dos danos nutricionais causados pelos fungos existem as micotoxinas que podem ocasionar problemas como: redução do ganho de peso dos animais, disfunções entéricas e hepáticas, edema pulmonar, problemas cardíacos, imunossupressão, diarreia, degeneração, redução no desenvolvimento e síndrome da mortalidade aguda em aves, porém esse tema é extenso e será abordado em uma próxima edição. A nível industrial, a redução de matéria graxa e de amido implicará em uma menor produção de óleo, álcool ou qualquer que seja o produto extraído do grão, ou seja, a perda de rendimento tem um enorme impacto econômico. Inibidores de fungos: Inibidores fúngicos comumente usados são misturas de ácidos orgânicos e seus sais. O ácido mais utilizado hoje em dia é o ácido propiônico. No Brasil. já há muitos anos foram feitos testes usando ácido propiônico, tratando milho com níveis maiores de umidade aos níveis comerciais (15% e 18%) onde não foram observadas perdas sig-
Fonte: O Keefe, 2003
TECNOLOGIA nificativas de peso específico e proteína bruta, e a produção de CO2 manteve-se baixa (Krabbe, 1995). O ácido propiônico é uma substância GRAS (tradução adaptada do inglês: substância geralmente reconhecida como segura) usada na indústria de alimentos como conservante com efeito antifúngico e antimicrobiano, um produto natural do metabolismo que pode ser usado como fonte de energia. O ácido propiônico é muito corrosivo e deve ser misturado com seus sais para evitar problemas estruturais em plantas de alimentos e armazenamento, essa combinação permite também o aumento do seu efeito ao longo do tempo (residual). Infelizmente, devido aos problemas de manuseio e corrosão o uso preventivo de antifúngicos em armazenagem de grãos, não é algo difundido da maneira que deveria ser, especialmente no Brasil, onde o milho é armazenado por longos períodos em ambientes de alta umidade e temperatura, onde a prevenção de fungos tem um impacto econômico muito importante. Um ponto interessante é que existem evidências de que há um alto grau de sinergismo entre alguns ácidos, especialmente entre o propiônico e fórmico e avanço da tecnologia, atualmente temos no mercado formulações que garantem níveis mí-
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nimos de corrosão e fornece a devida proteção aos grãos. O produto ideal deve conter uma elevada concentração de ingredientes ativos (ácido propiônico), menor quantidade de água possível, já que isso gera uma excessiva corrosividade, um balanço entre os sais de ácido propiônico, que junto com outros ácidos orgânicos (fórmico) podem demostrar baixo índice de corrosão e atividade no longo prazo.
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Perda de grãos. Como ocorre a deterioração dos grãos armazenados?
A condensação, a proliferação de pragas e a formação de “bolsas de calor” são problemas comuns durante a armazenagem. Mas, sem dúvida, a deterioração é a grande inimiga da conservação de grãos. Então, é essencial que os armazenadores fiquem de olho em grãos danificados ou deteriorados. Neste artigo, você vai entender a importância de evitar ao máximo a perda de grãos, e vai aprender como o processo de deterioração ocorre. Nós também vamos te apresentar algumas dicas valiosas para acabar de vez com a perda de grãos armazenados. Qual é a importância de reduzir a perda de grãos armazenados? Segundo uma pesquisa realizada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em determinadas propriedades familiares, as perdas causadas pelo armazenamento incorreto de grãos Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
podem chegar a cerca de 40%. Mas, o problema é ainda maior: de acordo com dados publicados pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), a perda de grãos em 2015 foi de 2,3 milhões de toneladas, representando um prejuízo de R$ 2 bilhões de reais. Além disso, quase metade dessas perdas ocorreram durante a armazenagem. Com isso, fica claro que o armazenamento é uma das etapas mais importantes do ciclo agrícola. Afinal, basta que ele seja realizado de forma incorreta para que enormes prejuízos apareçam. Portanto, é necessário investir em boas tecnologias de armazenagem e buscar cada vez mais conhecimentos sobre pós-colheita. Como ocorre a perda de grãos armazenados? Existem dois tipos de danos que geram perda de grãos durante a armazenagem. Primeiro, há a perda física ou quebra, que reduz o peso dos grãos.
TECNOLOGIA Geralmente, esse peso é reduzido pelo ataque de pragas ou pela secagem excessiva. Outro tipo de dano é a perda de qualidade, em que as características do grão são alteradas. Pode ocorrer, por exemplo, mudanças no gosto ou no cheiro natural do produto. Às vezes, além da perda de qualidade, há também a diminuição do valor nutritivo da mercadoria. Em resumo, a perda de grãos pode ocorrer por diversos motivos, mas o armazenamento incorreto é um dos principais deles. Um grave problema que surge devido à armazenagem inadequada é a deterioração de grãos. A seguir, entenda melhor como ela acontece: Como ocorre a deterioração dos grãos? Durante o dia, quando a luz solar incide sobre a cobertura dos silos, os grãos armazenados sofrem um aquecimento elevado. Assim, forma-se uma espécie de “bolsa de calor”. As camadas superficiais da massa graneleira entram em contato com esse ar quente, promovendo a secagem, ou seja, a retirada de água dos grãos em forma de vapor. Imagine, por exemplo, a seguinte situação: um silo armazenador de milho, com uma temperatura interna de 40ºC e 35% de umidade relativa. Realizando os cálculos de evaporação da água, encontra-se uma redução de 5,5% do peso dos grãos. Isso é muito ruim para os armazenadores, pois com a diminuição do peso há também a queda do valor de comercialização do produto. Já durante a noite, a temperatura cai e a umidade relativa do ar aumenta. Assim, toda aquela água que se transformou em vapor condensa e começa a gotejar sobre os grãos. Uma parte da água escorre pelas paredes do silo e se acumula no fundo, enquanto o resto dela preenche o espaço intergranular (espaço existente entre os grãos). No dia seguinte, quando há radiação do Sol, a secagem ocorre novamente. Mas, dessa vez, só os grãos de cima secam, pois eles são isolantes naturais, que impedem a eliminação da umidade presente nas camadas mais profundas. Assim, a água que fica “presa” no silo se aglomera em volta dos grãos e os deteriora por completo.
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acreditando que todos os grãos estão saudáveis, os operadores começam a descarregar o silo. Assim, surge um grave problema, pois no momento da descarga, as camadas deterioradas contaminam os grãos sadios. É possível, por meio desse processo, que toda a massa de grãos seja contaminada. E, nesse ponto, pode ser que grande parte da mercadoria já esteja com fungos. Outro problema causado pela deterioração é a corrosão dos silos. Parte dos grãos deteriorados ficam incrustados nas paredes laterais, então, para evitar o surgimento de pragas, os operadores tentam retirá-los. Porém, há o risco do funcionário perfurar a estrutura armazenadora, tornando o problema ainda pior. Além dos prejuízos financeiros, a remoção da camada de grãos deteriorados pode causar graves acidentes de trabalho. Isso ocorre porque cada vez que a aeração é acionada no silo, os grãos perdem volume e criam “falsas pontes”. Ou seja, surgem cavidades de ar entre os grãos que podem ser rompidas pelo peso do operador. Assim, há o risco do funcionário acabar soterrado. Para exemplificar a gravidade da deterioração de grãos, imagine um silo armazenador de milho, feito de aço e com 18 m de diâmetro. Considere que ocorre uma deterioração de 10 cm na camada superior e de 7 cm nas camadas laterais. Se, além dessas especificações, as sacas forem de 60 kg, cada uma a R$ 37,00 reais, então, a perda total é de quase 833 sacos. Financeiramente, isso representa um enorme prejuízo de quase R$31.000 reais. Como reduzir a perda de grãos armazenados? Agora que você já sabe a importância de evitar a perda de grãos armazenados, é hora de conhecer algumas dicas que podem te ajudar a conter o problema:
A gravidade das perdas por deterioração Quando ocorre deterioração da massa graneleira, cerca de 10 cm da camada superior de grãos permanece própria para o consumo. Porém, geralmente, as camadas inferiores têm grãos danificados e deteriorados. Mas, www.graosbrasil.com.br
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TECNOLOGIA se forme. Por isso, essa é mais uma das formas de reduzir a perda de grãos armazenados. Controle de pragas, fungos e insetos As pragas, fungos e insetos causam vários danos aos grãos armazenados. Segundo pesquisas, aproximadamente 10% da produção anual pode ser perdida, durante a armazenagem, devido às pragas. Por isso, é importante evitá-las por meio de expurgos e limpezas frequentes nos silos.
Exaustão Os exaustores removem com facilidade o “bolsão de calor” formado na parte superior dos silos. E, além de promoverem a saída do ar quente estacionado entre o telhado e os grãos, eles retiram o excesso de umidade nas unidades armazenadoras. Portanto, essa tecnologia evita a condensação e a deterioração, reduzindo drasticamente a perda de grãos.
Conclusão A perda de grãos, principalmente durante a armazenagem, ainda é um problema comum no Brasil. Porém, as soluções para evitar que os grãos sejam danificados ou deteriorados são simples. Para isso, basta seguir os princípios básicos da conservação de grãos, como a aeração e a exaustão nas unidades armazenadoras. Mais de 6.900 empresas e cooperativas já reduziram suas perdas em armazenagem com o sistema de exaustão Cycloar.
Aeração A aeração também é muito importante para regular a temperatura nos silos e promover a circulação de ar entre os grãos. Ela é responsável por tornar a temperatura homogênea nas unidades de armazenagem, impedindo que a “bolsa de calor”
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LOGÍSTICA
O Mundo Está Mudando
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O mundo está mudando rápido. Não só as mudanças climáticas, mas também muitas outras coisas: hábitos alimentares, o surgimento de diferentes grupos étnicos em todo o mundo, a situação econômica de muitos países, a liderança econômica e estratégica entre países e continentes... O velho mundo há muito deixou de ser o líder indiscutível e mesmo enquanto falamos a ordem mundial está mudando. A pandemia de Covid parece ter aumentado ainda mais essa velocidade de mudança, conscientizando sobre os pontos fortes e fracos do nosso mundo hoje. Os países estão, portanto, fazendo esforços crescentes para reduzir sua dependência de terceiros, principalmente para suas necessidades alimentares. Olhando para trás, houve um tempo em que muito trigo era moído na Europa e a farinha obtida a partir dele era transportada para a África e outras partes do mundo para consumo. Hoje, os maiores moinhos são encontrados na África, Ásia e América Latina. Se necessário, importam trigo em navios Panamax para seu próprio uso; já que a indústria de moagem tem se concentrado nos últimos 15 anos. Embora possa-se esperar que muitos países também possam optar por essas culturas alimentares produzidas localmente, a escolha dos alimentos não é necessariamente impulsionada por essas oportunidades. A descoberta de combustíveis fósseis nos últimos trinta anos (e muito mais) em muitos países subtropicais ao redor do mundo muitas vezes motivou os agricultores a parar suas atividades, acelerando, vendendo suas terras férteis para fins de exploração de combustível. À medida que mais e mais famílias têm ambos os gestores com trabalhos fora, o tempo gasto preparando alimentos
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LOGÍSTICA
tem sido muito reduzido. A popularidade de consumir lanches ou outras refeições preparadas está aumentando... Também estimulará ainda mais o transporte de matérias-primas destinadas à sua preparação. Países do terceiro mundo aumentaram o consumo de carne branca (carne de frango em sua maioria). Desde a importação de carne fresca como base, as tendências agora se moveram mais para a importação de rações compostas acabadas e, ainda mais recentemente, fábricas de ração foram construídas em todo o mundo. A experiência por trás da moagem de grãos se espalhou graças à disposição dos migrantes em vender seus conhecimentos quando necessário. Os "segredos" nutricionais na produção de rações de qualidade também viajaram mais recentemente e chegaram longe no mundo, seja na suinocultura ou nas aves de galpão. Além disso, as rações produzidas para a criação de peixes e camarões experimentaram recentemente números de crescimento de dois dígitos. Países como China, Tailândia, Vietnã e Bangladesh representam grandes mercados de matérias-primas para esta indústria. Mas também no Brasil, Colômbia, Cuba, República Dominicana, México e Peru temos nossas máquinas operando. Todas essas tendências, juntamente com o aumento da população, fizeram com que o transporte de cargas através de graneleiros aumentasse rapidamente na última década. A pressão sobre os preços também força as empresas a reunir seu poder de compra para obter as melhores ofertas em suas matérias-primas. Tanto na moagem de farinha como no de rações, o principal custo do produto final é determinado em mais de 80% pelo custo das matérias-primas. A única maneira de permanecer no mercado é escalar o negócio de tal forma que o custo de compra seja minimamente afetado. Os custos de transporte a granel estão diretamente relacionados com o custo das principais matérias-primas em todo o mundo: trigo, milho, soja,... por um lado, mas também os adubos e outras cargas não orgânicas que se movem através de grandes embarcações. Paralelamente a essas tendências, a genética, Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
as técnicas agrícolas e o conhecimento adquirido geraram novos players globais na produção agrícola a granel. Em um curto período Rússia deixou de ser importador para tornar-se o maior exportador de trigo. Recentemente, o Brasil tornou-se o principal exportador de soja, deixando para trás os Estados Unidos e a Argentina. Espera-se que novas técnicas genéticas e agrícolas melhorem ainda mais o potencial dos países e vastas áreas que nem sequer foram consideradas há menos de 15 anos. A capacidade de produção e o tipo de culturas, naturalmente, dependerão do clima e da localização geográfica. Portanto, o transporte a granel definitivamente continuará aumentando nos próximos anos. À medida que o tamanho dos navios aumenta, também aumenta a necessidade de sistemas de carregamento e descarga adaptados. Para minimizar os custos de estadia, as capacidades de carga e descarga necessárias estão aumentando ainda mais. Os clientes exigem máquinas fáceis de usar com baixo custo de uso. Além disso, quando se carega ou descarrega as matérias-primas destinadas à indústria de alimentos ou de rações, a contaminação se torna um problema. A necessidade de sistemas fechados é óbvia. Além disso, o impacto no meio ambiente deve ser mínimo: ruídos, emissões de pó e derramamentos estão sob controle rigoroso na maioria dos portos. No entanto, é inegável que a atividade econômica tem impacto em nossas vidas diárias. Temos uma relação de amor e ódio com ele. Precisamos, mas não queremos isso em nossa vizinhança. Dito isto, quando se trata de descarregar por meios pneumáticos, pode-se facilmente supor que é de longe a forma de descarga que atende aos requisitos atuais. Os descargadores VIGAN consomem 0,7-0,8 kWh por tonelada descarregada, têm um circuito de sucção completamente fechado, o custo da peça de reposição é de 0,04 EUR / tonelada descarregada, os filtros utilizados possuem uma permeabilidade que está em conformidade com as regras mais rígidas. Não é, portanto, uma questão de poeira no ar, mas que as partículas de pó sejam reduzidas ao mínimo. Dependendo da localização, as emissões de ruído são minimizadas: as turbinas são embutidas em um revestimento isolante de ruído, as cabines são entregues com painéis acústicos, os sistemas de extração de ar são especialmente construídos e orientados a ter um impacto acústico mínimo. Várias de nossos descargadores estão operando dentro de áreas urbanas sem reclamações da periferia. Nossos descargadores também tentam manter os operadores felizes criando um ambiente tranquilo com condições de trabalho agradáveis, sistemas de controle de PLC e câmeras que permitem esforços mínimos para uma máxima eficiência. Podemos facilmente dizer que ter construído
LOGÍSTICA
descargas para as empresas mais exigentes, tipicamente as empresas produtoras de energia que cada vez mais optam por pellet de madeira, nos deu uma vantagem para o futuro. Confiabilidade e segurança estão entre as principais prioridades das empresas que fornecem energia à nação, já que operam 24 horas por dia os 7 dias da semana, à prova de explosão, sendo amigáveis com o meio ambiente. VIGAN é a primeira escolha para esses requisitos. Portanto, não negligenciamos a implementação desses recursos em nosso equipamento padrão. Acreditamos que os clientes em todo o mundo têm expectativas mais altas quando se trata de algo que muitas vezes é considerado um manejo básico... mas realmente não é.
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Quando se descarregar um barco, em algum lugar, ele definitivamente foi carregado em outro lugar. Na medida em que possam ser definidos requisitos para a descargarregamento o mesmo ocorre com carregamento. Com uma grande diferença: a gravidade facilita a carga, a descarga não. A descarga tecnológica requer técnicas diferentes da carga. Mas as mesmas regras se aplicam quando se trata de meio ambiente (poeira e ruído), eficiência, custos de manejo e investimento. Carregar não é simplesmente "jogá-lo". Também aqui existem sistemas específicos para lidar com cargas sensíveis cuidadosamente, reduzir a velocidade de queda para evitar emissões de poeira, usar filtros para criar sob pressão nos túneis transportador para evitar que a poeira escape ... Como tal, o manuseio ou carregamento completo requer muitas técnicas, máquinas e estruturas: silos, transportadores, elevadores, sistemas de secagem, moinhos, barcos, sistemas de limpeza. Em algum lugar entre a produção e o consumo VIGAN intervém, seja na produção primária, em uma fábrica de rações, ao lado de um rio ou em um porto marítimo, mantemos a carga se deslocando para seu destino final, respeitando assim a qualidade e a forma, a pureza, o meio ambiente e o bolso de nossos clientes. Estamos dedicados a continuar a fazê-lo.
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TECNOLOGIA
Parafuso é tudo igual? Aprenda como escolher os fixadores para a sua estrutura metálica.
Escolher o parafuso certo é um fator importante para evitar a corrosão em todo o sistema.
Eng. Pedro Cardoso Grupo Hard
No agronegócio, tornou-se cada vez mais comum o uso de estruturas metálicas para abrigar maquinários de alto valor e crescentemente mais modernos. Afinal, essa opção apresenta um ótimo custo-benefício, aliando agilidade, versatilidade e resistência. Mas, para garantir a máxima durabilidade, é preciso também escolher cuidadosamente os acessórios que compõem esse projeto, como, por exemplo, os parafusos autoperfurantes. Escolher os fixadores somente pelo valor é um erro, pois a qualidade do material deve ser analisada a fim de evitar patologias. Uma vez que a corrosão iniciada em um fixador de baixa resistência pode facilmente se espalhar pela chapa metálica e comprometer toda a estrutura. Pensando nisso, reuni neste artigo tudo o que você precisa saber para escolher o parafuso certo para o seu galpão. Corrosão: o que é esse problema? Corrosão nada mais é do que a oxidação do aço ao entrar em contato com gases nocivos ou umidade. Sendo que as chapas afetadas por esse processo perdem características fundamentais, como resistência mecânica e estética, por exemplo. Um tipo comum desse problema é a corrosão localizada. A corrosão localizada é quando há apenas o surgimento de oxidação em alguns pontos da chapa, normalmente perto dos parafusos. Pois, como já foi dito, a corrosão pode começar em fixadores de baixa qualidade e se espalhar por toda a estrutura. Por isso, é tão im-
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O ensaio de Kesternich é normalizado (DIN 50018) e o seu resultado é em ciclos correspondentes à oito horas de condensação mais 16 horas de recirculação, assim cada ciclo são 24 horas. Quando comparada aos parafusos comuns de mercado, a linha Durs Ecoseal apresenta o melhor resultado, atingindo 30 ciclos neste teste. Ou seja, 240 de condensação e 480 horas de recirculação.
portante escolher corretamente o parafuso, para evitar que um item que corresponde a um porcentagem tão pequena do valor da obra comprometa toda a estrutura futuramente. Para cada região, um revestimento O primeiro passo para escolher o fixador com a resistência adequada para sua estrutura metálica é analisar a superfície de aplicação. Visto que a localização da obra influencia diretamente na escolha do parafuso. Após essa análise, torna-se mais fácil optar por um item com revestimento certo para o ambiente. Áreas rurais geralmente não têm que suportar a maresia ou a poluição das indústrias, agentes agressores que exigem materiais extremamente resistentes. Mas, isso não significa que não há nenhuma ação do ambiente com a qual se preocupar. Neste caso, o principal agressor são os agentes químicos vindos dos fertilizantes e agrodefensivos. Para estes casos, o Grupo Hard tem dois tipos de fixadores que eu indico. O primeiro são os parafusos da linha Durs revestidos com Ecoseal. Este revestimento é aplicado em seis camadas e tem a maior resistência à corrosão da categoria. Seu alto desempenho atende às exigências internacionais e sua qualidade foi atestada ao conquistar a rigorosa certificação FM Approved no Brasil. Outra opção indicada é a linha Zaphir. Os itens desta linha são produzidos com um dos materiais mais nobres para fabricação de parafusos, o aço carbono e o aço inox nobre da série 304. Justamente por isso, esses fixadores são altamente resistentes à corrosão, inclusive nos ambientes mais agressivos, onde o desgaste do material é maior. Qualidade comprovada através de testes Para comprovar a resistência dos nossos revestimentos e ter certeza de que entregaremos o melhor produto aos nossos clientes, todas as nossas soluções são rigorosamente testadas. No caso dos nossos fixadores, são realizados os ensaios de névoa salina (Salt Spray) e chuva ácida (Kesternich). Utilizamos como base das nossas análises o ensaio de chuva ácida, pois é o que mais se aproxima das agressões do campo.
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Somos especialistas em soluções para construção metálica Com 35 anos de história, o Grupo Hard é líder no segmento de fixação para construções metálicas no Brasil e temos nossa qualidade atestada por inúmeras certificações. De forma pioneira no Brasil, conquistamos o selo internacional FM Approval, uma comprovação de que nossos produtos atendem a requisitos de classe mundial. O padrão de qualidade Hard é tão rigoroso que já entregou aos clientes mais de um bilhão de fixadores para coberturas metálicas com zero defeito. Isso porque todos os produtos são testado em nosso exclusivo laboratório próprio, para assegurarmos a qualidade, segurança e durabilidade de cada solução que chega aos nossos clientes. Evite problemas com corrosão por causa do fixador, acesse o QRCode e fale diretamente com um dos nossos especialistas. Temos a solução para garantir a alta durabilidade da sua estrutura metálica. www.graosbrasil.com.br
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AERAÇÃO
Aeração 4.0: Solução Inovadora Gera Dados Para Aumentar O Valor Do Produto Armazenado
A agricultura tem um papel fundamental na economia global e impacta diretamente o dia a dia de todos nós. Através da tecnológica Agricultura de Precisão (AP), o trabalho no campo está sendo inovado, desde o plantio, colheita e o armazenamento final dos grãos, com abordagens sofisticadas para impulsionar a produtividade e minimizar impactos ambientais que podem vir a ser causados. Atualmente, é possível automatizar processos nos mais diversos cenários, já que a computação surgiu trazendo inúmeras soluções modernas em diferentes processos agrícolas. Com base em dados, o produtor pode prever cenários adversos e ser mais assertivo em sua tomada de decisões. Trazendo esse conceito para o pós-colheita, como manter os grãos bem armazenados? Dessa forma a computação aplicada apresenta-se como uma, entre diversas áreas do conhecimento, capaz de oferecer soluções modernas em diferentes processos agrícolas. Dentro dessa grande área, um dos campos de estudo que mais tem se destacado é o de Aprendizado de Máquina (Machine Learning - ML), área essa pertencente à Inteligência Artificial. O objetivo da mesma é descobrir como criar mecanismos de aprendizagem em um computador, em outras palavras, como fazer um computador aprender. O Aprendizado de Máquina hoje possui grande potencial de aplicação em Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
diferentes campos do conhecimento, pois possibilita, por meio de processos de aprendizado sobre grandes quantidades de dados, realizar a predição sobre cenários adversos futuros e consequentemente auxiliar na tomada de decisões. Nesse sentido, a NBRtec desenvolveu soluções, utilizando técnicas de aprendizado, para resolver problemas do setor agrícola e industrial. A aeração tem o objetivo de manter ou aprimorar as condições do grão em relação ao teor de umidade e de temperatura do mesmo por meio da troca e transporte de calor e de massa dentro da unidade. De modo geral, é um método complexo e depende de diversos fatores para ser eficiente e apresentar resultados concretos. De forma simples, existem cinco situações da utilização da aeração em complexos de armazenamento: • Remoção de calor • Redução do teor de umidade • Renovação do ar intergranular • Transporte grãos e, ou poeira • Limpeza e classificação de grãos O processo de aeração é realizado por motores que ventilam o ar para dentro da unidade de armazenamento fazendo o mesmo circular e equilibrar, dada a situação do cenário, o teor de umidade nos grãos a uma taxa aceitável, e do mesmo modo, normalizar as temperaturas a um nível uniformizado. O fato é que, além da ativação do motor requerer condições específicas para ser efetiva,
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AERAÇÃO
também não há uma quantidade bem definida de tempo que o mesmo deve permanecer ligado para atingir os resultados esperados. Nesse sentido, não só o problema relativo ao tempo de aeração se apresenta como também a possível falta de eficiência do processo devido aos diversos critérios que devem ser analisados, e até mesmo problemas com o custo financeiro relativo a energia para manter os motores ventilando o ar nas unidades. Ao considerar os problemas citados, uma solução computacional utilizando aprendizagem de máquina aplicada à simulação de tempo do processo de aeração de grãos é apresentada. O propósito da solução é estimar a quantidade de horas necessárias para que o grão atinja as condições ideias de armazenamento. Nesse sentido o modelo proposto é utilizado para simular as condições do grão baseado no cenário atual, no conjunto de dados previamente conhecidos e na quantidade de horas, de modo a descobrir como será o estado futuro do mesmo, antes da realização do processo da aeração. Em caso de resultados positivos, essa solução pode resolver os problemas de tempo, custos e eficiência, apresentados anteriormente. A arquitetura de predição para simulação do processo de aeração foi desenvolvida sobre um modelo de aprendizado de máquina, onde dados históricos de aeração foram utilizados como fontes de entrada para uma técnica de aprendizado chamada Rede Neural Artificial, conforme Figura 1. Essa técnica, de modo prático, consegue descobrir relações entre dados previamente conhecidos e estabelecer valores futuros para os mesmos, armazenando o conhecimento obtido na descoberta dessas relações. Dados gerados permitem predição futuro O aprendizado de um modelo depende da disponibilidade de dados. A partir deles, é possível criar relações entre um determinado conjunto de informações de entrada, e uma saída desejada. No caso do processo de aeração as informações utilizadas no modelo proposto utilizam os dados listados na Figura 1, e como saída informam um valor de predição futuro, ou seja, é possível saber qual será a temperatura e umidade do grão após o processo de aeração, antes mesmo de que o processo seja realizado: • Produto: número de identificação correspondente ao produto armazenado na unidade. • Sensor: número do sensor. • Umidade do sensor: umidade de leitura do sensor. • Temperatura do sensor: temperatura de leitura do sensor. • Umidade ambiente: umidade medida do ambiente Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
obtida pela estação meteorológica. • Temperatura ambiente: temperatura medida do ambiente a partir da estação meteorológica. 2 • Tempo de aeração: parâmetro numérico fornecido como entrada para o simulador e é medido em horas. Ressalta-se também que, para uma maior eficiência do modelo de simulação, todos os dados fornecidos são padronizados para uma escala padrão de valores, aumentando a acurácia e a precisão do modelo em predizer corretamente os valores futuros de temperatura e umidade do grão. Para validação do modelo de simulação foram utilizadas métricas de avaliação, que medem a quantidade de erro inerente ao processo de aprendizagem, bem como métricas para avaliar os valores preditos durante a simulação em relação aos valores reais obtidos após um processo de aeração. Nesse sentido, duas métricas foram avaliadas, a primeira é o Erro Médio Absoluto (EMA), que apresenta uma medida geral de erro, e a segunda é o Erro Médio Quadrático (EMQ), que auxilia na detecção de grandes erros, dado que à medida é dada pelo cálculo do quadrado do erro, destacando erros crassos. A solução aqui tem por objetivo resolver o problema do tempo de aeração em unidades de armazenagem, de forma que os critérios estabelecidos para a determinação do mesmo são baseados em dados de aerações anteriores já realizadas. Nesse sentido, existem algumas vantagens apresentadas por essa solução: • Cálculo automático do tempo de aeração • O tempo calculado é baseado em dados prévios de aerações anteriores, e, portanto, representam melhor a realidade. • E possível editar os dados antes do cálculo da aeração de forma que o mesmo funcione como um é simulador para situações futuras. • O modelo pode otimizar o consumo de energia elétrica pelos motores que realizam a aeração, uma vez que é possível simular diferentes cenários antes de iniciar o processo. • O aumento da qualidade do produto. Com o modelo de simulação pronto e as métricas de avaliação definidas, testes foram realizados
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AERAÇÃO
para avaliar a qualidade da simulação e do processo de aprendizagem. Os gráficos das Figuras 2.a e 2.b apresentam respectivamente os resultados dos erros do processo de aprendizado e a comparação entre os valores reais de temperatura e os valores de temperatura simulados para os dados de teste. (a) Métricas de erro durante o processo de aprendizagem. (b) Comparação entre os valores reais de temperatura e os valores simulados pelo modelo Com essas informações é possível ver que mesmo com poucos dados de aprendizado já é possível prever o efeito nos grãos em função da aeração, e com essa simulação em mãos avaliar melhor se a aeração nesse momento vai ser eficaz ou não. Por fim pode-se concluir que com essa solução baseada em aprendizado de máquina o sistema de termometria irá aumentar a eficiência da aeração, reduzindo assim os custos de energia elétrica, melhorando a qualidade do grão e consequentemente aumentando o valor do produto armazenado.
Figura 2 - Resultados do processo de aprendizagem e do teste de validação. De acordo com os gráficos, é possível ver que o erro apresentado durante o processo de aprendizado (Figura 2.a) tende a diminuir cada vez mais, ficando o Erro Médio Absoluto em cerca de 0.2°C. Da mesma forma, os resultados apresentados no gráfico da Figura 2.b para dados reais de aeração mostra que o modelo de simulação conseguiu ficar bem próximo, apresentando um erro geral de 0.26°C. 3.
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Proteção Passiva Para Explosões Com Pó Combustível
Robson Krolikowski IEP Technologies robson.krolikowski@hoerbiger.com
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Vivemos atualmente em um momento de incertezas e neste cenário os recursos investidos pelas empresas precisam ser bem pensados e racionalizados, e geralmente eles acabam sendo investidos em projetos com foco em aumento de produção e ganho de eficiência. Nada mais justo, pois a sustentabilidade de uma empresa depende de sua capacidade de produção e da sua eficiência, e qualquer ganho percentual de produção, por menor que seja, acaba sendo bastante significativo a longo prazo. Mas, além disso, precisamos pensar também que acidentes infelizmente acontecem e que quando lidamos com aquele agente quase invisível, mas que está sempre ali presente, chamado pó combustível, os efeitos de uma explosão podem ser devastadores e comprometer imensamente esta capacidade de produção, sem contar na possível perda de vidas. Olhando para o segmento de grãos, em quase todas as etapas do pós colheita, desde os entrepostos de armazenagem, passando pelas indústrias de processamento, até os portos onde a produção de grande escala é escoada, estamos rodeados de equipamentos que requerem um cuidado especial em relação aos riscos de explosões com pó combustível, e dentre estes equipamentos os mais usuais são os coletores de pó, moinhos, depósitos ou silos de armazenamento, transportadores enclausurados e elevadores de caneca. Como existe uma grande quantidade de equipamentos e processos produtivos em risco que necessitam ser protegidos, e sabendo www.graosbrasil.com.br
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que este segmento é bastante sensível a custos, sempre que possível e respeitando as normativas vigentes, a IEP Technologies emprega em seus sistemas de proteção contra explosões com pó combustível o que chamamos de sistemas passivos de proteção, os quais têm custos bastante atrativos e uma alta eficiência na mitigação de riscos e danos, quando aplicados adequadamente. Os sistemas de proteção passivos são compostos basicamente por equipamentos que são atuados mecanicamente através da pressão gerada nos estágios iniciais de uma explosão, como por exemplo, uma janela de alívio, a qual libera a explosão controladamente para uma área segura quando a pressão atinge um valor pré determinado. Os principais equipamentos que compõem as soluções de proteção passiva são: Janelas de alívio de explosão São dispositivos de alívio de explosão por ruptura, que quando acionados pela pressão da explosão promovem uma abertura do equipamento de processo, liberando a sobrepressão de deflagração e a chama (bola de fogo) geradas, reduzindo a pressão residual para um nível seguro. Elas são econômicas, eficientes e se adaptam com facilidade às paredes dos equipamentos de processo, visto que são produzidas em diversos tamanhos e formatos.
Válvulas de alívio com corta chamas As válvulas de alívio de explosão EVN são sistemas exclusivos da IEP Technologies e foram projetadas para dissipação da chama (bola de fogo) e alívio da pressão de uma explosão no ambiente de maneira segura, assim como os painéis de alívio com corta chamas, mas sem a necessidade de um painel de ruptura descartável, ou seja, as válvulas podem ser reutilizadas após um evento de explosão. Basicamente o seu sistema de alívio é comporto por uma placa que fecha o orifício de abertura sustentado por uma mola, a qual se comprime e libera a pressão no momento de uma explosão. Posterior a esta abertura temos um dissipador de chamas que extingue a bola de fogo e reduz a temperatura dos gases gerados pela explosão, fazendo assim um alívio seguro da explosão.
Janelas de alívio com corta chamas Os dispositivos de alívio de explosões com corta chamas são uma solução de proteção contra explosões para equipamentos de processo enclausurados os quais têm restrições quanto a segurança de sua área de alívio. Com a utilização deste tipo de sistema, os equipamentos de processo podem estar localizados dentro de edificações, ou áreas onde o alívio de explosão padrão não possa ser empregada com segurança. Quando ocorre uma explosão, o dispositivo de alívio abre e libera a pressão bem como a chama da explosão por meio de um abafador de chamas, resfriando assim os gases quentes e extinguindo a chama. Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
Válvulas de isolamento Tão importante quanto fazer a liberação da explosão de forma segura em um equipamento de processo, é fazermos o isolamento da explosão para que ela não migre de um equipamento para outro no processo. Este isolamento pode ser feito através das válvulas de isolamento passivo IsoFlap da IEP Technologies, as quais são dispositivos autônomos e eficazes, os quais fornecem isolamento contra explosões na entrada de equipamentos protegidos que trabalham com pós combustíveis, tais como filtro manga, ciclones e outros equipamentos de processo. Este isolamento garante que a explosão a qual foi gerada e liberada nos equipamentos protegidos, seja retida e não se espalhe para o restante
SEGURANÇA dos equipamentos do processo evitando assim explosões secundárias.
Principais vantagens em utilizar sistemas de proteção passivos são: • Baixo custo • Relativa facilidade de instalação • Baixa manutenção Principais pontos de alerta: • Não extinção das chamas da explosão • Cuidados extra com as zonas de segurança de alívio Este tipo de sistema de proteção cumpre de forma adequada as exigências de normas nacionais e internacionais de proteção contra explosões e mitigação de riscos e danos aos processos produtivos. Aliando custo reduzido, facilidade de instalação tanto em processos novos quanto já existentes e a baixa necessidade de manutenção, este tipo de solução se torna muito atrativo, principalmente em
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segmentos de mercado orientados a custo. Precisamos apenas levar em consideração que para sua aplicação adequada e eficaz, atendendo às normas, um estudo de engenharia deve feito por especialistas, que envolve desde a análise de variáveis do produto, passando por dados dos equipamentos e análise do layout do processo. Além dos sistemas passivos, a IEP Technologies também conta com soluções chamadas sistemas Ativos, os quais são compostos basicamente por sensores que detectam a explosão, enviam o sinal para um painel de controle, que por sua vez aciona dispositivos de proteção contra explosões, tais como os supressores de explosão. São sistemas de grande eficiência, aplicados em larga escala mundialmente, de acordo com a real necessidade de cada processo. Dependendo do processo produtivo e dos equipamentos que estão sendo protegidos, dispositivos de proteção ativos e passivos podem ser empregados para criar uma solução customizada e abrangente, e nós da IEP Technologies oferecemos as soluções de proteção contra explosão mais completas e com tecnologia de ponta para nossos clientes em todo o mundo. Também contamos com equipe de engenharia que pode prover todo suporte necessário para encontrar a melhor solução para cada aplicação, otimizando assim custos envolvidos e visando sempre ter um sistema de proteção efetivo!
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UTILÍSSIMAS
Clima Adverso Impacta As Lavouras E Produção Deve Chegar A 254 Milhões De Toneladas Na Safra 2020/21 As condições climáticas registradas durante o ano safra 2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 254 milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%. Apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado pela Companhia nesta terça-feira (10). Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra. Apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal. Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas. Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca nas principais regiões produtoras do país. Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto 2021
procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal. Caso a estimativa de colheita seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab. Panorama de mercado – No âmbito do mercado externo, o algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a Companhia elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69%, em relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do volume exportado de milho e de soja. Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas passaram para 83,42 milhões de toneladas. No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas. Quanto ao trigo, para esta nova safra a Conab espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais confortável. A previsão é que fechem o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020. Outras informações sobre a produção de grãos no país estão disponíveis na íntegra do Boletim do 11º Levantamento – Safra 2020/21 (https://www.conab.gov. br/info-agro/safras/graos).
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Oferta de grãos em MS supera a demanda, aponta Aprosoja/MS A Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul apresentou os resultados de um estudo sobre oferta e demanda dos grãos produzidos no estado na safra 2019/2020 e identificou uma produção superior à demanda. O estudo contou com o suporte técnico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) e levaram em considerações dados gerados pelo SigaMS, IBGE, Abimilho e do Ministério de Desenvolvimento e Comércio Exterior. Soja: O estudo verificou que a demanda de soja na safra 2019/2020 foi de 11,2 milhões de toneladas, enquanto a oferta superou a demanda em 600 mil toneladas, possibilitando o atendimento de mercados internos e externos. Do total demandado, 78,64% foram destinados para exportação, enquanto o consumo foi de 21,36%, em 2019/2020. De todo volume exportado, 54% (4.795,78 mil toneladas) foi escoado para outros países e 46% (4.017,09 mil toneladas) para outros estados. “O escoamento interestadual reduz a industrialização no Mato Grosso do Sul e eleva o preço interno de produtos com maior valor agregado à base de soja. Apesar do mercado internacional atrair grande parte dos vendedores dos grãos, pelo elevado preço pago mediante um real desvalorizado, também reduz o desenvolvimento do segundo setor e o volume disponível para consumo interno”, explica a economista da Aprosoja/MS, Renata Farias. Milho: A oferta de milho na safra passada foi recorde, equivalente a 13,8 milhões de toneladas, e a demanda registrada foi de 10,38 milhões de toneladas, consolidando mais uma oferta superior à demanda local e de outros estados e países. As exportações interestaduais somam a maior fatia da demanda do cereal sul-mato-grossense. Do total exportado, cerca de 77,54% tiveram como destino estados como: Paraná, Santa Catarina e o município de Campinas. Essas regiões apresentam fortes polos industriais, sendo ocupadas por cooperativas, cerealistas, tradings e indústrias. Já o consumo, constituído pela demanda industrial, humano, animal sementes e perdas, somou 17,8% na safra 2019/20. Desse total o consumo animal é o maior representante, correspondendo a 84,9% do consumo/
esmagamento. Dois setores que merecem destaque: a avicultura e suinocultura, que demandaram 46,8% e 38,9%, respectivamente, em 2019/2020. Sobre o trabalho desenvolvido, o departamento econômico da Aprosoja/MS lembra que a demanda identifica a quantidade de soja e milho que o mercado está disposto a obter por um período. Ela corresponde ao consumo interno e/ou esmagamento do grão, somado ao volume de exportação destinado ao mercado externo. E a quantidade demandada depende de fatores como preço do bem e expectativa quanto ao preço futuro. Já a oferta identifica a quantidade disponibilizada dos grãos para o consumidor, por um período. A oferta corresponde a soma do estoque inicial, da produção e da importação. Essa quantidade ofertada depende de variáveis como preço do bem, tecnologia, preço dos fatores de produção e expectativa de mercado. Segundo o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, há desafios para as próximas safras. “Nosso desafio agora é incentiva a industrialização e fomentar a internalização dos grãos, de forma que possamos promover maior processamento no estado, para que a produção fique aqui. É o produtor agindo na produção e tentando verticalizar o processo, vendendo produtos mais acabados e agregando valor. Tudo isso no sistema cooperativista, onde cada um faz o que sabe fazer melhor: produtores incrementando a produção e as indústrias processando o produto para agregar valor,” finaliza o presidente.
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As 3 mais importantes
Nas próximas linhas refletiremos sobre a gestão daquilo que entendemos serem as 3 variáveis mais importantes que afetam a pós-colheita de grãos e sementes. Asaber: TEMPO - TEMPERATURA - UMIDADE. Falar de cada um daria por um tratado. Sempre dizemos que o TEMPO é a variávelmais importante, já que podemos ingressar qualquer grão no silo, mas dependendode suas características teremos um certo TEMPO SEGURO. Por este motivo, o conceito de TAS (Tempo de Armazenagem Seguro) foi desenvolvido, considerando 3 variáveis: 1) Perda de peso seco (normalmente0,5%) - 2) Perda de poder de germinação e energia - 3) Início de deterioraçãoda qualidade (evidente desenvolvimento de fungos). Sempre que algo é armazenado, vamos perder, mesmo nas melhores condições, algo se perde. Além das três variáveis já mencionadas, outras que afetam diretamente o TAS são: variedade, danos, história anterior, corpo estranho, etc.. Quantomais alta a umidade e a temperatura, maior a perda ao longo do TEMPO. A primeira coisa que se perde são o PG e o EG, por isso dizemos que o ideal seria trabalhar o grão como se fosse semente, se conseguirmos preservar a capacidade de germinação, tudo o resto é preservado. O desenvolvimento de fungos, insetos, aquecimento é tão inexorável que se devemos secar, devemos secar o mais rápido possível. Quando esfriar? O mais brevepossível. Quando fazer uma boa pré-limpeza? O mais breve possível. Quando fazer os tratamentos sanitários? O mais breve possível. O TEMPO sempre joga contra nós. Por estemotivo, além da perda de secagem, manuseio e peneira,
temos que considerar aperda de voláteis (perda de peso seco gerada pela respiração das variáveis bióticas), sempre relacionada ao TEMPO. E se não esfriarmos o mais rápido possível? Os insetos que vêm do campo (gorgulhos - besourinhos - carunchos) vão continuar seu desenvolvimento, consumindo o grão e fazendo com que percamos qualidade. Aqueles que possuem sistemas de aeração(que, como sabemos, não estão dimensionados para o clima prevalecente na América Latina) levarão de 2 a 3 semanas para chegar ao ponto, na melhor dashipóteses a 20-25°C. Tempo e temperatura suficientes para o inseto (Sitophilus sp) que entra no grão completar seu ciclo e emergir gerando a picada e a partir daí começa uma multiplicação logarítmica, o que torna o combate químico essencial. Os esporos de fungos estão por toda partee talvez sejam mais perigosos do que os próprios insetos, principalmente emprodutos com alto conteúdo oleico, como girassol, soja, milho e outros. Se não esfriarmos imediatamente (o mesmo com os produtos secos), os danos podem ser ainda piores do que os causados pelos insetos, afetando os níveis de proteína, óleo e finalmente acidez, ao longo do tempo, por simples resultado da atividade, neste caso moderado porque o produto está seco. E se não secarmos omais rápido possível? Quanto aos fungos (principal causa da perda de peso seco e qualidade) quanto mais tempo os administrarmos em boas condições (temperaturas de 25 a 35ºC) e atividade de água maior que 0,65, melhor será seu desenvolvimento e pior será para nossa pós-colheita. Sem desconsiderar o problema das micotoxinas. Por esses e muitos outros motivos, há uma grande diferença no manuseio (perdas -qualidade - economia - etc.) entre quem esfria a 17ºC no dia em que recebe ogrão e quem espera semanas e tem dificuldade em atingir as temperaturas limite dos fatores deletérios. Por isso é recomendável que os equipamentos de refrigeração tenham capacidade equivalenteà recepção diária. E se não fizermos uma pré-limpeza o mais rápido possível? Costumamos dizer que poucas coisas são menos discutíveis do que fazer uma boa pré-limpeza o mais rápido possível. Com isso podemos controlar melhor as pragas, reduzir a contaminação por fungos, trabalhar melhor com limpeza, expurgo, aeração e secagem; graças a uma boa pré-limpeza, o desgaste dos condutos por gravidade,etc., etc., é significativamente reduzido. Esclarecemos que se trata deequipamentos de pré-limpeza que
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COOL SEED NEWS 39 funcionam por aspiração e não necessariamentepelo uso de peneiras. O que acontece se nãorealizarmos as tarefas sanitárias o mais rápido possível? A praga, além de estar nas instalações, vem inevitavelmente do campo (escondida,dentro do grão, ou indetectável) então para que a mercadoria fique no silo deve ser tratada o mais rápido possível (depois do grão está condicionado). Se conseguirmos um resfriamento, excelente, (nada melhor do que lutas físicas), senão devem ser usados os resíduaes (organofosforados –piretróides) ou fumigantes aprovados em cada país. O TEMPO é decisivo no desenvolvimento de pragas, assim como está na escolha da dose do residual ou na exposição do fumigante, o TEMPO é sempre a base de tudo que sedesenvolve no mundo biológico. Em algumas áreas, principalmente com grãos de baixo peso específico, como o girassol, muitos gestores preferem que o grão passe e não entre no armazém, dessa forma a variável TEMPO é eliminada da interação dos fatores. Porém, em termos gerais, é impossível comercializar ou consumir tudo na época da colheita, por isso o benefício davariável TEMPO, dado pelo armazenamento, é essencial. Hoje grandes estoques estão nos silos bolsa, esperando o momento certo de comercialização, os países importadores precisamter seus estoques para segurança alimentar e, sem dúvida, a pandemia reforçou aideia de ter a matéria-prima necessária para não limitar o abastecimento decidadania e indústria. Um velho ditado fala que a diferença entre um agricultor bom e outro ruim são 2 semanas; algo similar passa em nossa especialidade. TEMPERATURA (medida do calor doscorpos), sem dúvida, é o motor de toda deterioração, cada ser vivo tem umatemperatura ótima para se desenvolver, mas se olharmos o ecossistema do PC como um todo vemos que a cada grau que a TEMPERATURA aumenta,o manuseio de grãos e sementes se faz mais complicado para nós. Em geral, dizemos que para cada aumento de 5ºC na TEMPERATURA a perda durante o armazenamento dobra. Isso significa que aquele que armazena a 25ºC ao invés de 20ºC tem o dobro da perda e aquele que armazena
a 20ºC ao invés de 15ºC tem o dobro da perda; Você que tem o grão a 25ºC perdera quatro vezes mais do que quem tem a 15ºC, o resto dos parâmetros sendo semelhantes. E se eu não consegui resfriar? Terei que secar mais o grão. As civilizações antigas, que “inventaram” o armazenamento, mantinham os cereais com 8-9% de umidade, para essa cifra, além de estarem livres de problemas de fungos ou da própria respiração do grão, também eram livres de insetos. Tradicionalmentena conservação e comercialização trabalhamos com grãos sadios, secos e limpos e com a chegada da aeração e refrigeração o conceito de frio é incorporado.Infelizmente na América Latina os sistemas de aeração norte-americanos foram copiados, o que impossibilita um trabalho eficiente, temos menos frio e o que émais importante menos horas frias, então com a aeração americana estamos em total desvantagem e isso implica perdas milionárias em nosso setor. Felizmente,nos últimos anos pode-se observar que novas instalações passam a incorporarsistema de aeração com melhores taxas unitárias, o que de alguma forma ajuda amelhorar a aeração com o ar ambiente. UMIDADE apresenta duas abordagens muito diferentes, mas igualmente importantes. Por um lado, a UMIDADE é a principal variável que determina o desenvolvimento de fungos e outros microrganismos presentes na Pós-Colheita e também atua como fator limitante de outras variáveis. Isso afeta o TAS, perda de peso e qualidade, etc. Por outro lado, como vendemos na base úmida, a umidade implica em peso. Água que se paga como grão. Por exemplo, se a base de comercialização é de 14,5% e entregamos um grão com 13,5% (1% abaixo da base) e nenhum bônus é recebido por isso, estamos praticamente perdendo 100% do lucro possível do armazém, uma perda equivalente a 30-40% das despesasenvolvidas no manuseio de grãos. Por isso, nada mais significativo do que trabalhar tentando estar perto da base de comercialização, cuidando da qualidade do grão. Práticas como misturas (racionais) e recuperação de umidade (bem feita) buscam atender a esse objetivo básico de manejo. Certamente, um bom cálculo das quebras técnicas, a partir de amostras representativas, também são aspectos que afetam o universo da UMIDADE. Infelizmente,existem milhares de armazéns em nosso continente que não possuem tecnologia adequada para amostragem, classificação, pré-limpeza, secagem otimizada,armazenamento refrigerado, tecnologia de mistura e recuperação de umidade, e as perdas são novamente na casa dos milhões. Por exemplo, quantos armazéns na América Latina possuem sensor de umidade relativae temperatura do ar servido? Praticamente nenhum, tema que já era recomendadoem nossa www.graosbrasil.com.br
40 COOL SEED NEWS literatura há 15 anos e que era recomendado por técnicos norte-americanos há 3 anos. Sem este sensor é impossível saber quantos quilos de água (valor do grão) estamos perdendo com essas prolongadas orações. Édifícil encontrar um armazém que não perca 0,2 a 0,8% devido ao uso de aeração de secagem excessiva, prolongada por horas intermináveis. Os cabos de medição de UR nos silos também devem ser usados em todos os nossos depósitos. Sabemos pelas curvas de equilíbrio higroscópico e por muita experiência prática acumulada, que quanto mais frio estiver o grão, ele pode ser preservado com maisumidade absoluta para o mesmo UR de equilíbrio, isso na prática significa que não preciso remover a UMIDADE do grão, se posso resfriá-lo. Também é muito mais difícil (custa mais tempo e dinheiro) reduzir 1% de umidade do que 5°C. Como comentamos no início deste artigo, falar sobre cada uma dessas 3 variáveis, que chamamos de mais importantes (TEMPO -TEMPERATU-
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RA - UMIDADE), daria um tratado. As implicações técnicas,econômicas e de manuseio são impressionantes. Que nos ajude a refletir sobre os passos que devemos seguir para otimizar nossa gestão. Insetos de grãos
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