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EDITORIAL Caros Amigos e Leitores Ano XIX • nº 110
Setembro / Outubro 2021
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Diretor Executivo Domingo Yanucci
Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci
Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 / 3304 6522 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com diretoria@graosbrasil.com.br
Com grande alegria chegamos uma vez mais as suas mãos. Sem dúvida o trabalho conjunto do setor privado (cerealistas e fornecedores de tecnologia) e as instituições oficiais (Ministérios Universidades, etc.) estão dando seus frutos. Nossa especialidade melhorou muito nestes últimos 10 anos. No Brasil ainda convivem 3 níveis tecnológicos, o manejo tradicional (que passa de geração em geração) o manejo aprimorado (uso de conhecimento de custo zero - requer capacitação dos responsáveis / busca eficiência) e a pós-colheita de precisão (baseada no uso de tecnologia de ultima geração). O grande passo necessário e ir de empresas tradicionais à aperfeiçoadas. Isso permite passar para PC de precisão e obter os máximos rendimentos no manejo de grãos e sementes. Hoje estamos em condições de diminuir as perdas do pais em mais de 3%, só com o uso da tecnologia disponível. Imagina o que significa isso para um cerealista (praticamente o 100% de seu gasto) e para o Brasil.
Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com
Mais sabemos que o aperfeiçoamento não tem fim, por isso devemos seguir trabalhando, desenvolvendo novas ferramentas e dando a possibilidade que as mesmas sejam implementadas.
Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS
Vocês podem receber a revista bimestral, seja de forma gratuita em sua versão digital (completa) ou fazer a assinatura por 1 a 3 anos. Agradecemos que compartilhem a mesma com seus colegas.
As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale
Nesta edição apresentamos informações muito valiosas, sobre escoamento da safra, limpeza, qualidade, segurança, higiene e muito mais.
Nas próximas semanas estaremos realizando 2 cursos de atualização; 1) Aeração e Resfriamento artificial, onde veremos os aspetos básicos do desenho e funcionamento de esta valiosa tecnologia, dando dicas de manejo essenciais para ter rentabilidade em nossas atividades. 2) Controle Integrado de pragas, aprofundando toda a problemática da conservação, fatores que afetam, com uma descrição prática das principais pragas, focando nos objetivos e tecnologias de controle. Hoje não da para deixar que os carunchos consumam nossos grãos e nos gerem perdas. Agradecemos as empresas e instituições que fazem seu aporte para que a pós-colheita de grãos e sementes no Brasil seja cada dia melhor. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos.
Produção Arte-final, Diagramação e Capa
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48 3304-6522 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
Domingo Yanucci
Diretor Executivo
Consulgran - Granos - Grãos Brasil 0055 48 9 9162-6522
SUMÁRIO
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04 - Logística de escoamento da safra de grãos brasileira: há risco de estrangulamento? - Thome Luiz Freire Guth 09 - Sistema de Detecção e Extinção de Faísca - Odirlei Rosa 14 - Equilíbrio Higroscópico. Qual é a sua importância para a armazenagem de grãos? – Cycloar 18 - Bühler agora conta com tecnologia inédita no Brasil em descascamento de arroz – Bühler 20 - Limpeza de Soja. O que fazer com as vagens verdes? - Domingo Yanucci 26 - Gc Farms - Fornecedor de ingredientes vegetais para Grandes Marcas tem se beneficiado da Plataforma de Dados Tomra Insight – Tomra 36 - Pragas-de-armazenamento - 7 Pragas de Armazenamento de Grãos para Você Combater - Lucas Barros 32 CoolSeed News 39 Utilíssimas Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br
NOSSOS ANUNCIANTES
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Logística de escoamento da safra de grãos brasileira: há risco de estrangulamento?
Thome Luiz Freire Guth Superintendente Conab thome.guth@conab.gov.br
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos cresceu 51,84% nas últimas 10 safras, saindo de 166,17 milhões de toneladas, em 2011/12, para 252,31, em 2020/21. Destaca-se, neste contexto, a evolução de soja e milho, os quais figuram como os principais grãos produzidos no país, visto que juntos representam 88% do total dos grãos (oleaginosas e cereais) do país.
Fonte: Conab
Em relação à distribuição espacial da produção de grãos no país, 45,62% está situada na Região Centro-Oeste, sendo o Mato Grosso o principal produtor com montante acima de 70 milhões de toneladas. Em seguida vem a Região Sul, com 31,12%, colocanRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
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do Rio Grande do Sul e Paraná como o segundo transporte no país, não somente rodoviário, mas e terceiro maiores produtores de grãos, respecti- a implementação das novas concessões ferroviávamente, de acordo com o Boletim de Grãos de rias. Estas ações aumentam a multimodalidade, que é fundamental para o setor agrícola, visto setembro de 2021, publicado pela Conab. Dentro de condições normais de mercado, que diminui os custos dos fretes e melhoram as sem grandes ocorrências de quebra de produ- condições de paridade de exportação, que é função, de maneira geral, a Região Centro-Oeste ex- damental para definição dos preços recebidos porta em torno de 50,00% do que produz (o Mato pelos produtores brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Transportes Grosso supera 60,00%) e o Sul do país acima de 30,00%. Neste sentido, ocorre ao longo do ano Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Transuma grande movimentação de safra direcionada portes Aquaviários (ANTAQ), o escoamento de milho e soja em direção aos portos (não se conaos portos. Em 2020, de acordo com a Secretaria de Co- tabiliza a movimentação para atendimento do mércio Exterior (Secex), somente milho e soja mo- mercado interno, onde, possivelmente, a movivimentaram cerca de 117,4 milhões de toneladas mentação por modal rodoviário deve ter um peso – ou seja, 45,68% do que foi produzido seguiu em mais significativo que os demais) teve um grandireção aos portos brasileiros. O porto de Santos de incremento em todos os modais, inclusive por (SP) continua sendo o principal porto exportador, navegação, mas destaca-se que, desde de 2010, o com 30,4% do volume embarcado, seguido pelo uso do modal ferroviário mais que dobrou. A tendência é de que, cada vez mais, seja utiliporto de Paranaguá (PR), com 14,8%, e Barcarena zado um sistema de multimodalidade, sobretudo (PA), com 11,3% – este último parte do Arco Norte. Os portos do Arco Norte, no ano de 2020, com com ferrovias e rodovias, tendo em vista o investidestaque para Barcarena (PA), Itaqui (MA), Santa- mento e o número de concessões para utilização rém (PA), Itacoatiara (AM) e Salvador (BA), respon- e construção de sistemas ferroviários, tais como a deram juntos por 34,3%, ou seja, 403 milhões de Ferrovia Norte-Sul (FNS), que ligará desde o porto de Itaqui (MA) até o porto de Rio Grande (RS); Fertoneladas movimentadas para estes portos. Em 2015, as exportações de milho e soja pe- rovia de Integração Leste-Oeste (FIOL), que ligará los portos do Arco Norte representavam 21,8%. O incremento da participação do Arco Norte na dinâmica de exportação de milho e soja no Brasil deve-se a investimentos na infraestrutura portuária, bem como em logística de transporte. De acordo com dados da Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP), os investimentos privados, de 2013 até 2020, nos Terminais de Uso Privado (TUP) somam mais de R$ Fonte: Comexstat (Secex) 40 bilhões, sendo que deste total R$ 10,3 bilhões foram no Arco Norte, abaixo apenas dos investimentos nos terminais portuários da Região Sudeste, que foram de R$ 22,4 bilhões. Obviamente este investimento não se restringe à movimentação de granéis sólidos agrícolas, mas é notório se tratar de um segmento muito importante para os portos do Norte e Nordeste, tendo em vista que atendem, sobretudo, a produção agrícola do Mato Grosso, Pará, parte de Goiás e MATOPIBA. Outro ponto a se destacar é a melhoria da infraestrutura de Fonte: ANTT e ANTAQ (o transporte rodoviário é estimado) Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
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a FNS na região Sudeste do Tocantins até o porto de Ilhéus (BA); a Transnordestina, ligando o Piauí (Eliseu Martins) aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE); e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) ou Transcontinental, atravessando o Mato Grosso, passando por Rondônia e chegando ao Acre, podendo fazer ligação com países vizinhos para, futuramente, transportar grãos pelo pacífico. Evidentemente muitos trechos ainda deverão ser leiloados, mas com boas perspectivas. Outro ponto que influenciou no incremento de exportação pelo Arco Norte foi a finalização do trecho da rodovia BR 163, entre a divisa dos estados do Mato Grosso e Pará, até o município de Itaituba/PA, onde se situa o porto de Miritituba com seus diversos terminais de uso privado, responsáveis pelas operações intermodais rodo – fluvial. A infraestrutura viária da rodovia – que passou anos em estado precário de pavimentação, chegando a apresentar extensos trechos de atoleiros, paralisando a trafegabilidade da estrada em época de chuva, período em que se processa o escoamento da safra de soja – foi finalizada em 2019, o que de
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imediato impactou na dinâmica de movimentação de milho e soja do estado do Mato Grosso. Todavia, todo esse novo cenário pode não ser suficiente para impedir um estrangulamento do sistema. Isto por que, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a expectativa de exportação de milho e soja em 2020/31, pode atingir mais de 200,0 milhões de toneladas, sendo que, de acordo com o Ministério da Infraestrutura, em 2019 a capacidade de movimentação portuária de granéis sólidos agrícolas era de 187 milhões de toneladas. Ou seja, há necessidade de continuidade dos investimentos, visto que, incluindo a importação de trigo e milho, bem como as exportações de arroz, o cenário pode ser complicado. A necessidade mundial de alimentos, sobretudo para países asiáticos, tende a seguir em ritmo crescente e o Brasil tem possibilidade de suprir tal demanda. No entanto, o investimento na produção de grãos no país dependerá cada vez mais de investimentos em infraestrutura logística (transportes, armazéns e portos).
Sistema de Detecção e Extinção de Faísca
Odirlei Rosa IEP Technologies Odirlei.rosa@hoerbiger.com
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Uma das grandes aspirações do Brasil é se tornar o “celeiro do mundo” e tem total potencial para isso. De acordo com a ONU, através de sua seção de agricultura e alimentação, o país apresenta uma boa perspectiva de crescimento e poderá ser o maior exportador de produtos agrícolas do mundo em breve. Para alcançar este objetivo, o setor do agronegócio tem investido intensamente na atualização tecnológica de toda a cadeia de suprimentos, compreendida pelas operações que envolvem desde a fabricação de insumos, a produção nas fazendas, a transformação (industrialização), distribuição e comercialização. Este elevado volume de produção e processamento principalmente de grãos, tem proporcionado consequentemente no crescimento de unidades de estocagem e armazenamento dos produtos. Nesse caso, são necessários processos de pré-limpeza, limpeza e secagem do produto antes da armazenagem propriamente dita, de acordo com as situações da colheita e para isso, o fluxo operacional conta com equipamentos como moegas, elevadores de caneca, secadores, transportadores, silos, etc. Diante deste cenário de otimismo e notoriedade do setor, é de extrema importância observar os riscos existentes nas atividades de processamento, transporte e armazenagem de grãos e outros produtos agrícolas. Uma vez que estas atividades contribuem para a ocorrência de atmosferas explosivas, faz-se necessário a implantação de medidas de segurança para prevenção e mitigação dos riscos www.graosbrasil.com.br
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de incêndios e explosões. Como principais danos ao patrimônio em decorrência de incidentes causados por incêndios ou explosões de pós combustíveis podemos citar incontáveis dias de paralisação, perda de mercado, de competitividade, investimento necessário para colocar novamente a planta em operação, além das possíveis perdas irreparáveis de vidas humanas, trazendo consequências psicológicas para alguém que tenha participado ou assistido a estas catástrofes. A poeira gerada durante as operações de fabricação de sólidos a granel pode ser separada em duas categorias: combustível e não combustível. Em condições previsíveis, uma poeira não combustível não se incendeia, queima, libera gases inflamáveis ou suporta a combustão quando submetida a fogo ou calor. Já uma poeira combustível, por outro lado, representará um risco de incêndio ou explosão quando sujeita a fogo ou calor na presença de um meio oxidante, como o ar por exemplo. Uma maneira simples e eficaz de se proteger contra estes riscos é, antes de mais nada, evitar que eles ocorram. Isso envolve principalmente o controle de fontes de ignição. Dentro de um setor fabril, as nuvens de poeiras em suspensão podem vir a incendiar-se por meio da ação de chamas abertas, aparelhos de soldagem e suas faíscas, arcos elétricos, filamentos incandescentes, faíscas de fricção mecânica, faíscas eletrostáticas, superfícies aquecidas, rolamentos com defeito, entre outros. O sistema de detecção de faísca e extinção de incêndio ATEXON da IEP Technologies é projetado para reduzir o risco de fontes de ignição que possam entrar em áreas de risco, como silos e filtros, e que podem levar a explosões por poeira combustível. Este sistema é extremamente confiável e rápido; e é projetado para detectar fontes de ignição em milissegundos, efetuando assim sua extinção. Princípio de Funcionamento do Sistema Faíscas e partículas aquecidas emitem radiação eletromagnética que pode ser detectada. O sistema de detecção e extinção de faíscas é composto basicamente por dispositivos detectores, central de controle e unidade extintora. As faíscas ou partículas quentes que são transportadas por dutos de aspiração ou esteiras no processo, são rapidamente identificadas pelos detectores de faíscas. O sistema exclusivo de detecção da IEP Technologies proporciona um campo de visão de 180 graus e espectro de detecção da radiação eletromagnética excepcionalmente amplo, permitindo monitoRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
rar tanto a região de comprimento da luz visível quanto da radiação infravermelha.
Após a detecção, o módulo roteador de sinal inteligente aciona a válvula solenoide da unidade de extinção automática. O agente extintor, que poderá ser água, aerossol ou CO2 (dióxido de carbono), é ativado em milissegundos e distribuído no duto através dos bicos dispersores. Após a dispersão e eliminação das faíscas, a extinção para automaticamente, retomando a produção e eliminando pa-
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radas operacionais desnecessárias. Outra maneira de manter o processo seguro é a aplicação de uma válvula de desvio, que poderá encaminhar para uma área segura. Operação do sistema de detecção de faísca Atexon® 1. O tempo de resposta dos detectores de faísca é de apenas alguns milissegundos; 2. A unidade de extinção pode extinguir fontes de ignição detectadas usando apenas uma pequena quantidade de água; 3. O roteador de sinal controla e monitora o evento de extinção; 4. O painel de controle monitora o status do sistema; 5. O painel de controle fornece alarmes de saída usando uma sirene e uma luz estroboscópica; 6. O controlador do ventilador para os ventiladores em caso de superaquecimento ou chuva com faíscas; 7. O cabo sensor de superaquecimento monitora a temperatura das aletas de resfriamento do motor, os rolamentos do ventilador e o perímetro do ventilador; 8. O controlador de aumento de pressão supervisiona a bomba de água e os cabos de rastreamento de calor; 9. A estação de aumento de pressão garante a pressão de entrega correta e evita bolhas de ar na água de extinção; Aplicações O sistema de detecção e extinção de faíscas pode ser aplicado em diversos equipamentos do processo de beneficiamento de grãos e produtos agrícolas como filtros, elevadores de caneca, silos, etc. Para a correta aplicação e eficiência do sistema de prevenção, seguindo todas as principais normas pertinentes ao sistema de detecção e extinção de faíscas, é importante consultar empresas especializadas que detenham todo o conhecimento de engenharia necessários para implementação da proteção. A IEP Technologies é o fornecedor líder mundial de sistemas e serviços de proteção contra explosão. Por mais de 60 anos tem fornecido soluções de proteção que podem prevenir, suprimir, isolar e aliviar explosões de poeira ou vapor comRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
bustível em processos industriais. A IEP Technologies opera através de sites localizados nos EUA, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Turquia, China, Singapura, França e Brasil, projetando e mantendo sistemas, juntamente com uma equipe dedicada de engenheiros de aplicação, gerentes regionais de vendas e engenheiros de campo. Conclusão Incêndios e explosões originadas por nuvens de poeiras ocorrem com muita frequência em todos os lugares do mundo, trazendo consequências desastrosas para as empresas envolvidas. Este fato torna a busca por métodos de prevenção e mitigação dos riscos extremamente importante. No Brasil, estamos em fase contínua no desenvolvimento das normas que trata especificamente sobre o fenômeno da explosão de pó, onde comissões formadas por engenheiros, doutores, e outros conhecedores do assunto estão contribuindo diretamente com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para definir as diretrizes normativas necessárias, utilizando-se dos estudos já aprofundados de outros países como Estados Unidos e Europa. A real conscientização dos riscos se faz necessária para evitar as consequências de grandes perdas financeiras, prejuízos ao patrimônio, danos à sociedade e aos indivíduos, além de possíveis mortes.
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Equilíbrio Higroscópico Qual é a sua importância para a armazenagem de grãos?
Entenda o que é equilíbrio higroscópico e saiba qual é a sua importância para a armazenagem de grãos. A armazenagem de grãos envolve diversos fatores e um deles é o equilíbrio higroscópico. Essa é uma propriedade natural dos grãos, no entanto, isso não significa que os armazenadores não devem se atentar a ela. Afinal, o equilíbrio higroscópico, quando não é monitorado, pode ter relação com diversos problemas que surgem nos grãos armazenados. Neste artigo, você vai entender o que é o equilíbrio higroscópico e qual é a sua importância para a armazenagem de grãos. Também vamos te mostrar como os sistemas de termometria podem contribuir para o acompanhamento adequado do equilíbrio higroscópico e da temperatura nas unidades armazenadoras. O que é o equilíbrio higroscópico? Os grãos possuem propriedade higroscópica, isto é, a relação termodinâmica entre a pressão Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
d’água contida em cada grão e a pressão do vapor d’água do ar em contato com ele. Ou seja, essa propriedade indica que a umidade de cada grão está em equilíbrio com a condição do ar que o envolve, que possui determinada temperatura e umidade relativa. Em linhas gerais, os grãos têm a capacidade de perder ou de absorver água do ar ambiente, entrando em equilíbrio com ele. Isso se deve justamente à propriedade higroscópica e à característica porosa dos grãos, que permite a presença de ar intersticial ou intergranular. É dessa forma que a umidade dos grãos entra em equilíbrio com a umidade relativa e a temperatura do ar que os cercam. Portanto, o equilíbrio higroscópico é a propriedade natural dos grãos de absorver ou perder umidade conforme as mudanças no ar. Mas, assim como a condensação, que também é um fenômeno natural, o equilíbrio higroscópico deve ser monitorado, porque pode gerar problemas no armazenamento. A seguir, entenda melhor a importância do monitoramento da temperatura e da umidade
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nas unidades armazenadoras. O que são os sistemas de termometria? Em geral, os sistemas de termometria são constituídos por estruturas de distribuição de sensores de monitoramento da temperatura na massa de grãos armazenados em silos ou em armazéns. Eles possuem um papel muito importante na armazenagem, sendo que o monitoramento da temperatura é essencial para o processo de conservação de grãos. Os sistemas de termometria indicam a temperatura por meio de sensores distribuídos na massa de grãos armazenados. Esses sensores transmitem informações em forma de sinal elétrico analógico ou digital, fator que depende do modelo utilizado. Atualmente, também é possível monitorar a umidade dos grãos por meio desses sistemas. Apesar disso, aparelhos mais tradicionais, como o termopar, já realizavam a medição da umidade de forma eficiente. Ainda que o tradicional termopar seja amplamente utilizado, há grandes vantagens no uso de aparelhos de medição de umidade mais modernos, como os sensores digitais. O termopar é uma tecnologia eficiente e simples, mas não ultrapassa os sensores digitais em agilidade e eficiência de
leitura, já que esses dispositivos funcionam de forma rápida e não costumam apresentar problemas de funcionamento em instalações mais antigas. Como cada um desses dispositivos, termopar e sensores digitais, possuem vantagens e desvantagens, cabe aos armazenadores de grãos fazerem uma análise criteriosa de suas características. Assim, é possível identificar qual tipo de aparelho funciona melhor para cada caso. Qual é a importância dos sistemas de termometria para o acompanhamento do equilíbrio higroscópico? O uso de sistemas de termometria é muito importante para que os armazenadores de grãos acompanhem a temperatura dentro dos silos. Até
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porque o calor em excesso causa diversos problemas no armazenamento, já que ele promove o fenômeno da condensação. Esse fenômeno natural tem relação com o equilíbrio higroscópico e gera mofo, deterioração e perda de grãos armazenados. A condensação ocorre por conta do aumento excessivo de temperatura nos silos. Essas temperaturas elevadas estão relacionadas à bolsa de calor. Em geral, ela é uma massa de ar quente que faz a umidade contida nos grãos evaporar, por conta do equilíbrio higroscópico. Quando a água em forma de vapor condensa, ou seja, volta ao estado líquido, ela goteja sobre os grãos, causando o mofo e a deterioração. Ou seja, os sistemas de termometria são essenciais para o acompanhamento do equilíbrio higroscópico, que está associado à temperatura e à umidade. Por meio desse acompanhamento, é possível evitar muitos problemas que reduzem a qualidade dos grãos armazenados. Em seguida, você vai entender em mais detalhes a importância do equilíbrio higroscópico para a conservação da massa de grãos no armazenamento. Dica: acesse o site da PROCER Tecnologia, parceira da Cycloar, que trabalha com um eficiente e moderno sistema de termometria. Qual é a importância do equilíbrio higroscópico na armazenagem de grãos? Durante o dia, é comum que as temperaturas sejam mais altas, favorecendo a formação de bolsas de calor. Por conta do equilíbrio higroscópico, ocorre a evaporação da umidade dos grãos. Mas, à noite, a temperatura do ambiente diminui, assim como a umidade relativa dentro dos armazéns. Dessa forma, há a condensação, ou seja, o gotejamento sobre a massa de grãos, que causa os problemas já mencionados Além disso, a aeração forçada realizada em unidades de armazenagem faz o ar ser aquecido em cerca de 2º a 3ºC, por conta do atrito com as Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
paredes do aerador. Com esse aquecimento, o ar do ambiente muda sua umidade relativa e reduz o ponto de equilíbrio higroscópico. Isso aumenta a secagem dos grãos, causando a perda de peso e a queda do valor de comercialização do produto. Por isso, a exaustão natural é muito vantajosa, contribuindo para que os grãos não sofram com a secagem em excesso. Ao contrário disso, quando a aeração forçada é realizada, surge a chamada zona de transição. Ela é composta por água e calor que foram retirados da zona de grãos que já sofreu o resfriamento. Essa zona de transição, por ser quente e úmida, provoca o surgimento de problemas como os grãos ardidos. Portanto, monitorar a temperatura, a umidade e o equilíbrio higroscópico dos grãos armazenados é fundamental. É por meio desse monitoramento que os armazenadores de grãos podem tomar as decisões corretas para que a massa graneleira seja conservada. A exaustão natural desempenha um papel importante nesse processo, sendo muito benéfica quando comparada à aeração artificial ou forçada. O que são as tabelas de equilíbrio higroscópico? Além da exaustão natural, as tabelas de equilíbrio higroscópico são indispensáveis para o monitoramento e regulação dessa propriedade granular. As tabelas são formuladas por meio de softwares e utilizam padrões estatísticos. Geralmente, essas tabelas são específicas para cada tipo de grão armazenado, já que dependendo do grão, o teor de água de equilíbrio é diferente. Desse modo, as tabelas de equilíbrio higroscópico auxiliam os armazenadores a conservarem os grãos da melhor forma possível. Mas, com o uso da aeração forçada é preciso estar atento a alguns elementos, já que esse processo gera alterações na temperatura e no equilíbrio higroscópico. Assim, é
TECNOLOGIA necessário adequar o sistema de aeração e, para isso, o armazenador precisa ter conhecimentos sobre condições higroscópicas. Realizar os cálculos de equilíbrio higroscópico é essencial para uma armazenagem correta. Por exemplo, em um silo ou armazém hipotético de arroz, o ar é aquecido em 2ºC ao passar pela turbina de aeração. Se a temperatura externa for de 22ºC e umidade for de 60%, o ponto de equilíbrio higroscópico é 11,88. Com esse exemplo, fica claro que existem diversas variáveis nesse processo e elas devem ser consideradas por cada armazenador de grãos. Hoje, há softwares que permitem aos armazenadores de grãos a realização desses cálculos, levando em consideração a secagem e os efeitos da aeração. Acesse a planilha de equilíbrio higroscópico da Cycloar para encontrar o ponto de equilíbrio dos seus grãos armazenados. Você ainda pode usá-la para calcular a porcentagem da perda de grãos e, assim, aplicar as técnicas adequadas para prevenir esse problema.
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higroscópico. Só assim é possível usar técnicas efetivas de correção e manutenção da temperatura e umidade nos silos e armazéns. Para isso, é preciso utilizar as tabelas de equilíbrio higroscópico e interpretá-las da forma correta, evitando a condensação e a secagem excessiva. Vale lembrar que o equilíbrio higroscópico pode acabar gerando graves problemas se não for monitorado, mesmo que seja uma propriedade granular natural. Felizmente, é possível manter a massa graneleira armazenada de forma saudável, conservando-a em bom estado para a comercialização. O investimento em um bom sistema de exaustão natural, como o da Cycloar, e o monitoramento da temperatura e da umidade são fundamentais. Ficou interessado(a)? Mais de 6.900 empresas e cooperativas já reduziram suas perdas em armazenagem com o sistema de exaustão Cycloar. Entre em contato conosco e faça já seu orçamento.
Conclusão É muito importante que os armazenadores de grãos tenham conhecimentos sobre o equilíbrio
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Bühler agora conta com tecnologia inédita no Brasil em descascamento de arroz Equipamento de alta eficiência, feito sob medida para o mercado sul-americano
Na safra de 2019/2020, o Brasil semeou 1.665 hectares de arroz. Em termos práticos, isso significou uma produção nacional que totalizou mais de 10 milhões de toneladas — resultado que tem tudo para se repetir neste ano. Mais do que nunca, o controle rigoroso dos produtores nos tratos culturais e o investimento em tecnologias para processamento estão diretamente relacionados com a garantia de bons resultados. Com a promessa de produzir de 15% a 20% mais do que as soluções existentes no mercado, o descascador TopHusk DRHK está sendo lançado no mercado brasileiro. O equipamento foi desenvolvido com tecnologia suíça e é fabricado nacionalmente. "A Bühler é a primeira empresa a oferecer uma tecnologia de descasque desse nível aqui na América do Sul. Esse equipamento foi 100% testado dentro de um de nossos clientes e hoje está totalmente consolidado no processo produtivo. É uma máquina planejada e desenvolvida especialmente para o mercado sul-americano, feita sob medida para as necessidades dos produtores da região", explica o gerente de vendas da Bühler Brasil, Danilo Alves. Ele destaca que o novo equipamento conta com um sistema de fixação de roletes que utiliza apenas um parafuso, semelhante ao que é operado nas tecnologias automotivas na Fórmula 1. "Com esse sistema da DRHK, é possível cobrir a eficiência no descasque do arroz, garantir a economia com a manutenção e troca de roletes e, claro, assegurar melhores índices de produtividade", conta. Com um formato otimizado, o TopHusk DRHK ainda se destaca com um design moderno e comRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
pacto, oferecendo alto rendimento, alimentação por calha vibratória e tracionamento por correia automotiva, aspectos que ajudam a garantir uma eficiência no descasque do arroz superior aos 92% do início ao fim do processo de beneficiamento. Entre em contato para mais informações: Karina Krueger karina.krueger@buhlergroup.com Tel. (47) 99192-0395 https://www.buhlergroup.com
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Limpeza de Soja. O que fazer com as vagens verdes?
Eng. Domingo Yanucci CONSULGRAN diretoria@graosbrasil.com.br
A soja é sem dúvida um dos grãos mais importantes economicamente do nosso continente e a prática da limpeza deve ser cuidadosamente analisada para que não sejam geradas perdas qualitativas e quantitativas. Podemos ver que os padrões de comercialização estabelecem limites para ME, quebrados, sementes de ervas daninhas, etc. Por outro lado, a limpeza implica um conjunto de práticas que irão afetar significativamente a secagem, a possibilidade de incêndio, o armazenamento, o desenvolvimento de fungos, o fenómeno da segregação, o aquecimento, o desgaste das instalações (condutos por gravidade), o riscos de explosão e o efeito da poeira no meio ambiente, etc. A classificação que visa determinar a qualidade da soja em grão será feita conforme os limites máximos de tolerância da tabela a seguir:
1. Matérias Estranhas e/ou Impurezas: Todo material que vazar através de peneiras, com as seguintes características: Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
TECNOLOGIA Espessura de chapa: 0,8 mm Quantidade de furos: 400/100 cm² Diâmetro dos furos: 3,0 mm ou que nela ficar retido, mas que não seja soja, inclusive vagem não debulhada.
O que incluímos quando falamos sobre limpeza: 1. Pré-limpeza mecânica / pneumática 2. Pré-limpeza com rotor 3. Limpeza com peneira 4. Trilhadoras de vagem verde
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1. Pré-limpeza mecânica / pneumática: Costumamos dizer que muitas questões podem ser discutidas no manuseio de grãos, mas a pré-limpeza é uma das poucas que é, sem dúvida, muito conveniente. Apesar desta afirmação, muitas instalações não dispõem de equipamento de pré-limpeza, a grande maioria das instalações dispõe apenas de uma simples aspiração de pó. A pré-limpeza é muito mais do que aspirar pó. Graças a uma boa pré-limpeza: a limpeza funciona melhor, a secagem torna-se mais segura e eficiente, o controle de pragas é mais fácil, a segregação e a aeração tornam-se mais seguras, reduz o desgaste das tubulações, reduz os problemas de poeira (segurança e higiene). Temos tecnologia e muita experiência. Como elas e possível eliminar: • Poeira - Terra • Restos vegetativos leves (folhas de cascarilha-glumas-ervas daninhas) • Grãos danificados (fusário - fungos) • Inserção de infestação secundária (carunchos)
Grãos de soja partidos
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2. Pré-limpeza da peneira rotativa: Esta é uma máquina conhecida há muito tempo, porém não é muito utilizada. É uma tela circular, que deve ser colocada antes da tela, com ela podemos eliminar: • Pedras - terra • Detritos plásticos • Vagem de soja • Grandes restos de plantas (caules - ervas daninhas) Residuo fino de zaranda: soja
Residuo grosso de zaranda: soja
3. Peneira Esta é uma máquina comum em nossas instalações. Infelizmente, muitas vezes torna-se uma máquina de gerar perdas. Os armazéns que funcionam com secadores de cavaletes são forçadas a limpar (peneirar) antes de secar e na maioria das vezes também depois, resultando em uma perda significativa. Lembro-me no início de minhas experiências com grãos pós-colheita que a ONU me pediu para gerar um programa de avaliação de perdas e foi parcialmente implementado, grande era a surpresa dos técnicos ao verem quanto grão bom saiu com a soja. Com as peneiras podemos eliminar: • Material grosso: pedras - pedaços de caules vários materiais • Material fino: sementes de ervas daninhas grãos quebrados - danificados.
4. Trilhadeiras de vagem verde As variedades de crescimento indeterminado, principalmente, têm se difundido de forma muito importante, principalmente devido à sua adaptabilidade e produtividade. No entanto, existem algumas situações: Crescimento escalonado das vagens (de baixo para cima) e, portanto, Colheita com vagens que ainda estão em maturação. 1, 2, 3, 4, 5% ou mais é a porcentagem de vagem verdes que nossos armazéns estão recebendo, eles são gerados na peneira e menos comumente do rotativo. Isso significa muito dinheiro. Vemos nas seguintes fotos fornecidas por Per. Rec. Granos Hernán Ferrari deterioração das vagens da soja, com grande desenvolvimento fúngico:
Dentro do silo, torna-se um grande problema:
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TECNOLOGIA Hoje temos uma máquina que, de forma automatizada, concretiza a abertura da vagem verde da soja, retirando o grão intacto dela, isso sem causar danos mecânicos à soja. Esta máquina SMA funciona com um sistema de abertura de vagem por rotor especialmente projetado (Rotorubber) e um sistema para separar soja boa soja de vagem verde. Desta forma, temos a soja que pode seguir seu manejo convencional e os restos que podem ser usados como alimento ou serem eliminados. Inicialmente, a utilização de um sistema de trilha automatizado, ou seja, uma trilhadeira instalada "em linha" com uma ou mais máquinas de limpeza, permite uma operação com uma utilização mínima de mão de obra, o que representa um retorno significativo do investimento realizado, mas isso ainda requer atenção adicional ao fluxo, pois, dependendo das cargas de produtos recebidos, porcentagens de diferentes vagens, diferentes umidades, diferentes tipos de vagens, há uma grande variação no fluxo de vagens na linha, o que pode causar dificuldades no processo de trilha, portanto, é necessária atenção especial ao fluxo, criando, se possível, até fluxos alternativos em casos extremos de aumento repentino e substancial. Isso é de extrema importância no processo de trilha das vagens de soja verde, pois pode afetar significativamente a vida útil dos elementos de trilha.
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Máquina trilhadeira de vagens verdes SMA TR6002
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A abertura da vagem verde é recomendado no mesmo dia do recebimento da soja. Os estudos realizados mostraram deterioração especial da soja dentro das vagens verdes, principalmente nas primeiras 72 horas após o recebimento, com perda e qualidade do grão proporcionais ao tempo de processamento. Geralmente, após a trilha, os produtos da mesma (soja /vagem vazia) são destinados ao processo de secagem (soja) e comercialização para ração animal (vagem verde aberta). Apresentamos a seguir para os principais grãos as características (forma e tamanho) dos corpos normalmente utilizados nos equipamentos de limpeza e classificação da soja. • 1ª Peneira: 9 mm de diâmetro (redondo). • 2ª Tela: 4,5 x 20 mm Fatias. • Inferior (último): 3 mm de diâmetro (redondo). NOTA: Recomenda-se que cada planta tenha um conjunto de peneiras de laboratório de diversos tamanhos e formas, para que se possa determinar rapidamente e de forma prática, de acordo com a mercadoria a ser limpa, qual é a escolha mais adequada. Manejo de impurezas, quebrados, etc. abordaremos essas questões em uma matéria futura.
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Máquina trilhadeira de vagens verdes SMA TR100
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INFORME EMPRESARIAL
Gc Farms - Fornecedor de ingredientes vegetais para Grandes Marcas tem se beneficiado da Plataforma de Dados Tomra Insight
O processador de vegetais californiano com experiência em tecnologia prova que "conhecimento é poder", usando dados para melhorar as taxas de linha, a qualidade do produto, os rendimentos e a lucratividade. Como parte de seu compromisso com a digitalização para ficar à frente da concorrência, a empresa americana de agricultura e alimentos George Chiala Farms é uma das muitas processadoras de vegetais no mundo a usar a plataforma de dados TOMRA Insight. O TOMRA Insight tem o potencial de revolucionar o processamento de alimentos, reunindo dados de máquinas de classificação que podem ser usados instantaneamente para otimizar as configurações da máquina e, retrospectivamente, para tomar decisões de negócios estratégicas informadas. A GC Farms é especializada na produção de ingredientes vegetais preparados para marcas de consumo conhecidas, cujos produtos - como sopas, molhos e pratos congelados - são vendidos em todos os EUA. A empresa opera duas fábricas de processamento, ambas no centro da Califórnia. Um está localizado em Hollister e o outro, apropriado para uma empresa tão voltada para o futuro, está em Morgan Hill, nos limites do Vale do Silício, o centro global de alta tecnologia e inovação. Uma longa história de sucesso A GC Farms é uma empresa familiar no Vale de Santa Clara cujas origens remontam a 1942, e que Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
abriu sua primeira planta de processamento em 1984. A empresa opera duas plantas durante todo o ano, empregando aproximadamente 500 pessoas e processando mais de 120 milhões de libras. (54 milhões de quilogramas) de ingredientes vegetais anualmente. Esta produção requer cerca de 150 milhões de libras (68 milhões de quilogramas) de vegetais crus, alguns cultivados pela GC Farms e alguns por fornecedores terceirizados. O Diretor de Operações da GC Farms, Charles Cutler, explica: “A qualidade de nossas matérias-primas pode variar muito, mas a qualidade do que vai para nossos clientes deve ser consistentemente alta. Para dar aos nossos clientes tudo o que eles pedem em qualidade, a visão de George Chiala Jr. é abraçar a digitalização, estar na vanguarda da nossa indústria”. É tarefa de Cutler ajudar a transformar a visão de Chiala em realidade. Ele observa: “À medida que a indústria avança em direção aos produtos prontos para consumo, as expectativas de qualidade de nossos clientes aumentaram muito. Qualidade costumava significar garantir a segurança alimentar. Agora é atingir a perfeição do produto. É por isso que fizemos uma grande mudança nos últimos anos, da classificação manual para a classi-
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ficação automatizada. Isso elevou a qualidade de nosso produto a um padrão mais alto, nos permitiu reduzir e estabilizar nossa força de trabalho e reduziu nossos custos de mão de obra para classificação em nossa linha Hollister em 75 por cento. E nossos clientes gostam de saber que estamos usando as tecnologias de classificação da TOMRA Food porque isso lhes garante que estamos fazendo as coisas certas. Parece-nos lógico obter ainda mais dessas máquinas usando o TOMRA Insight”.
fazer ajustes imediatos nas configurações da máquina em resposta às mudanças na composição do material na linha. E como o TOMRA Insight fornece dados detalhados que não eram acessíveis anteriormente, os gerentes agora podem tomar decisões operacionais e de negócios com base em informações mais completas. O valor potencial dessas informações é enorme. O tempo de inatividade pode ser reduzido monitorando a integridade da máquina, apoiando o gerenciamento de manutenção preditiva e baseada na condição e evitando paradas não programadas da máquina. As variações de rendimento podem ser avaliadas para melhorar a eficiência - por exemplo, um gerente de processo pode descobrir que, otimizando a alimentação do classificador, torna-se possível aumentar mais uma tonelada por hora sobre o classificador sem afetar a qualidade da classificação. O custo pode ser reduzido minimizando o desperdício e maximizando o rendimento - e como a GC Farms descobriu, por exemplo, sendo capaz de medir a qualidade das matérias-primas para chegar a um preço justo para elas. A qualidade pode ser melhorada - por exemplo, se a porcentagem de defeitos não estiver de acordo com a qualidade acordada, o gerente de compras pode trabalhar junto com o produtor para identificar quais defeitos foram encontrados e como melhorar a qualidade dos próximos lotes. E imediatamente, os dados também oferecem às empresas uma vantagem competitiva no nível operacional do dia-a-dia, como confirma a experiência da GC Farms.
TOMRA Insight desbloqueia grandes ganhos O TOMRA Insight reúne dados quase em tempo real e os armazena com segurança na nuvem para que possam ser acessados de qualquer lugar por meio de desktop baseado na web e dispositivos móveis. Como esta plataforma de dados mede continuamente a qualidade do fluxo de material da linha de processamento, os operadores podem
Melhorar as taxas e a qualidade da linha A planta de Morgan Hill da GC Farms atualmente utiliza duas máquinas de classificação de esteira TOMRA Sentinel II e uma classificadora de esteiraTOMRA 5A. A fábrica de Hollister também usa um TOMRA 5A, mais uma máquina de classificação de esteira Genius e uma máquina de queda livre da Blizzard. A empresa espera instalar dois novos clas-
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sificadores de queda livre, um TOMRA 3C para a linha de moagem em Morgan Hill e um TOMRA 5C para substituir a Blizzard, até o final de 2021. Cutler diz: “Recebemos muito material estranho entrando dos campos que estão fora de nosso controle, especialmente quando os produtores usam a colheita mecânica em vez da colheita manual. As máquinas da TOMRA lidam bem com isso e melhoraram nossos graus de qualidade tremendamente. ” As três máquinas em Morgan Hill e a TOMRA 5A em Hollister foram conectadas até agora ao TOMRA Insight. Isso colocou o acesso ao vivo aos dados de máquina, de ambas as fábricas, nas pontas dos dedos de George Cutler. E nos primeiros meses de uso do TOMRA Insight, a fábrica de Morgan Hill já viu dois grandes benefícios. Um deles é o controle aprimorado sobre as taxas da linha, o que otimiza a eficiência e o rendimento da linha. A outra é a capacidade de avaliar com precisão a qualidade das matérias-primas recebidas, o que evita que a empresa pague mais do que as expectativas, quando a qualidade não é o que deveria ser. Cutler explica: “Sempre que tivemos um lote muito ruim de vegetais, pudemos discutir isso com nossos produtores compartilhando o relatório TOMRA Insight. Isso garante que paguemos um preço justo pelo que estamos recebendo e pode ajudar os produtores a identificar se há algum problema que eles precisam resolver para melhorar seus processos e lucratividade. ” Além de relatar percentuais de composição de defeitos em gráficos, o TOMRA Insight também permite que os usuários criem relatórios específicos para lotes, em vez de um período de tempo específico. Para facilitar o acesso e a visualização dos dados, em breve haverá um recurso de relató-
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rio automatizado que pode especificar o número de requisitos a serem relatados, a frequência dos relatórios e os endereços de e-mail para os quais devem ser enviados automaticamente. O que a GC Farms mais gosta no TOMRA Insight é a maneira como ela torna possível melhorar a eficiência da linha imediatamente. Cutler diz: “É fantástico ver tantos dados sobre a qualidade de nosso produto bruto em tempo real. E a maneira como os dados são simplificados e filtrados em um painel de fácil leitura significa que podemos tomar decisões quase que instantaneamente. Agora podemos estabilizar as taxas de linha para que o que estamos colocando no classificador seja otimizado para tudo na linha posterior. E sempre que houver qualquer indício de problemas com a matéria-prima, eu imediatamente olho para os dados do Insight, geralmente no meu telefone. Essas informações mostram se devemos fazer ajustes na linha e, em seguida, os dados nos dizem se esses ajustes estão funcionando, em vez de termos que adivinhar ou esperar até que a execução termine para ver qual é o nosso rendimento. “Eu esperava que o TOMRA Insight fosse útil e, com o tempo, ele se tornará ainda mais poderoso porque a TOMRA está regularmente consultando os usuários sobre suas necessidades e adicionando novos recursos e funcionalidades. As atualizações recentes incluem relatórios em lote; gráficos com composição de defeitos em porcentagens; conversões de unidade de peso imperial para métrica, incluindo peso expresso em números de embalagem; e melhorias de usabilidade que nos ajudam a
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que permitem a economia circular com sistemas avançados de coleta e classificação que otimizam a recuperação de recursos e minimizam o desperdício nas indústrias de alimentos, reciclagem e mineração e está comprometida com a construção de um futuro mais sustentável. A TOMRA tem aproximadamente 100.000 instalações em mais de 80 mercados em todo o mundo e teve receitas totais de aproximadamente 9,9 bilhões de NOK em 2020. O Grupo emprega aproximadamente 4.300 globalmente e está publicamente listado na Bolsa de Valores de Oslo (OSE: TOM). Para obter mais informações sobre a TOMRA, consulte www.tomra.com Contato com a media: Emitido por: ALARCÓN & HARRIS Asesores de Comunicación y Marketing Avda. Ramón y Cajal, 27 28016 MADRID Tel: (34) 91 415 30 20 e-mail: nmarti@alarconyharris.com Web: www.alarconyharris.com
tirar ainda mais proveito de nossos dados. “Mesmo com mais atualizações em andamento, o TOMRA Insight já superou minhas expectativas. Ver e agir com base nos dados está melhorando nossas taxas de linha, nossa qualidade de produto, nossos rendimentos e nossa lucratividade”.
Em nomde de: TOMRA Food. João Medeiros Tel: +55 11 96340 0366 Web: https://www.tomra.com/pt-br
Sobre a TOMRA Food A TOMRA Food projeta e fabrica máquinas de classificação baseadas em sensores e soluções integradas de pós-colheita para a indústria de alimentos. Inovamos a tecnologia analítica mais avançada do mundo e a aplicamos para classificação, separação e descascamento. Mais de 12.800 unidades estão instaladas em produtores, embaladores e processadores de alimentos em todo o mundo para confeitaria, frutas, frutas secas, grãos e sementes, produtos de batata, proteínas, nozes e vegetais. A missão da empresa é permitir que seus clientes melhorem os retornos, ganhem eficiência operacional e garantam um abastecimento alimentar seguro por meio de tecnologias inovadoras e utilizáveis. Para conseguir isso, a TOMRA Food opera centros de excelência, escritórios regionais e locais de fabricação nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Ásia, África e Australásia. A TOMRA Food é membro do Grupo TOMRA que foi fundado em uma inovação em 1972 que começou com o projeto, fabricação e venda de máquinas de venda reversa (RVMs) para coleta automática de embalagens de bebidas usadas. Hoje, a TOMRA fornece soluções baseadas em tecnologia www.graosbrasil.com.br
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COOL SEED NEWS
Quando, Como, Onde E Quanto
Vimos em nossa Cool seed News anterior a interação das 3 principais variáveis da pós-colheita de grãos e sementes: Tempo - Temperatura e Umidade. Hoje veremos como a aplicação do sistema de refrigeração pode e em muitos casos deve ser utilizada nas diferentes etapas que seguem as matérias-primas. Os sistemas de refrigeração nasceram em países frios, mesmo nesses climas se justificam e hoje temos, graças aos nossos desenvolvimentos, tecnologia devidamente adaptada às condições climáticas tropicais e subtropicais, que permitem o refrigerar a um custo inferior (3 a 4 KWh/t) , mais rápido, grandes volumes e com sistemas adaptáveis a diferentes tamanhos de depósitos. Não é motivo para esta nota esclarecer sobre aspectos econômicos, mas nunca é demais enfatizar que 3 a 4 KWh/t significam cerca de 0,3 a 0,5 U$S/t (dependendo do país) o que nos permite assegurar que poucas coisas são mais econômicas do que a refrigeração. Sabemos que o retorno pode ser de 5 a 20 U$S/t. Como e quanto? Como os sistemas de resfriamento são normalmente conectados aos sistemas de aeração (sem o uso dos ventiladores dos silos) e a grande maioria deles são projetados com vazões específicas de 0,1 m3/min t, encontramos uma quantidade de chapa Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
perfurada que permite resfriar os silos, nas linhas gerais, entre 90 e 110 horas de refrigeração. Como o frio costuma ocorrer de forma contínua, em 3 a 5 dias temos toda a mercadoria fria. Claro que, se o silo tiver uma quantidade maior de chapa perfurada (proporcional ao seu tamanho) ou um piso totalmente perfurado, a taxa de resfriamento é substancialmente acelerada, uma vez que taxas de vazão específicas maiores podem ser trabalhadas. Quando iniciamos esta tecnologia há 20 anos, os sistemas móveis eram privilegiados, hoje sabemos que é mais conveniente instalar sistemas fixos, projetando as instalações desde a sua concepção com as melhores alternativas de operação. Quando?: O mais rápido possível. Devemos deixar claro que qualquer que seja a finalidade do trabalho (grão úmido - grão semi-úmido - grão quente - grão acondicionado) é conveniente dar à massa de grãos uma condição de temperatura mais baixa o mais rápido possível. A única exceção a este princípio é para o caso do grão que sai quente do secador e necessita de 4 a 8 horas de tempering (homogeneização-repouso-espera. Tempo no qual o grão não deve receber ar frio) antes de receber o ar frio. Quanto mais cedo o desenvolvimento de pragas for limitado, os processos respiratórios dos fungos e os próprios grãos diminuirão, menor será a nossa
COOL SEED NEWS perda, menor será o gasto e maior será a qualidade do grão ou da semente que estamos trabalhando . Onde?: Este é um dos tópicos mais interessantes, até faz pouco tempo a refrigeração era pensada apenas como uma prática de conservação e, embora ainda seja o seu principal objetivo, outras alternativas para a utilização dos sistemas de refrigeração Cool seed têm sido desenvolvidas. Vamos ver: Grãos úmidos: Tradicionalmente, quando se recebe grão úmido e não se quer secar ou não se pode secar imediatamente, recorre-se a ligar a aeração, para evitar o aquecimento das massas de grão com umidade, se a umidade for alta até que seja necessário que a aeração está ligada 24 horas por dia. Hoje podemos aproveitar o frio, conseguindo alongar o TAS (Tempo de Armazenagem Seguro), diminuindo a incidência de fungos e suas temíveis consequências das micotoxinas, evitando o aquecimento, impedindo o desenvolvimento de insetos (gorgulhos do gênero Sitóphilus) que vêm da lavoura; e reduzindo a perda de peso seco, com a conseqüente perda da capacidade nutricional, lembremos que uma perda de 1% do peso seco pode levar a uma perda de 10 a 20% da capacidade nutricional dos grãos. Vejamos alguns exemplos: Soja, vemos as curvas do TAS, lembre-se que nos informam de acordo com a umidade e temperatura do grão em quantos dias teremos uma perda de 0,5% do peso seco.
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grão se comportará da mesma forma no armazenamento? A resposta é não, o grão que foi mantido em uma temperatura mais alta será um grão mais difícil de conservar (teve maior deterioração inicial e desenvolvimento de fungos) Milho: Um grão de 20% a 250C tem um TAS de menos de 20 dias, o mesmo grão a 150C um pouco mais de 30 dias.
Lembremos que na prática, com grão de umidade irregular, algo danificado, quebrado, com corpos estranhos, etc., o aquecimento é mais violento, então o uso do frio nos dá uma satisfação ainda maior. Vemos situações semelhantes com todos os grãos (trigo-cevada-arroz - etc.) Trigo
Por exemplo, uma soja com 16% de umidade com 250C em menos de 10 dias perde 0,5% do peso, se levarmos a soja para 150C o TAS será de 25 dias. Em outras palavras, quase triplicamos o tempo de armazenamento seguro ou, em outras palavras, a perda por respiração é reduzida para 1/3. O que acontece se você manter um grão quente e úmido e depois secá-lo em comparação com manter um grão frio e úmido e depois secá-lo. O www.graosbrasil.com.br
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COOL SEED NEWS
Perda Volátil Exemplo: 24hs de espera do caminhão de 30t à 17% - 30ºC
Sabemos que a primeira coisa que se perde é a potência e a energia de germinação, por isso se trabalharmos sementes ou grãos onde a capacidade de germinação é imprescindível (cevada para maltagem) é conveniente dar o melhor cuidado ao grão e isso significa temperaturas mais baixas. Horas para um aquescimento de 5ºC
Ao contrário da aeração que é usada no grão úmido, que pode ser contínua, quando usamos refrigeração só precisamos de uma dose (TANDA) e se o grão estiver com mais de 20% de umidade repetir por semana. Grão semi-úmido Esta é mais uma etapa em que podemos aproveitar o frio, com as mesmas finalidades do grão úmido, alongar o TAS e reduzir perdas e / ou riscos. Quando a capacidade de secagem não é suficiente, algumas instalações, por exemplo no arroz, optam por secar até 16-17% de umidade e resfriar até que tenham a oportunidade de dar uma segunda e última secagem. Lembre-se que não é recomendado no arroz eliminar mais de 2% por hora e que você deve ser muito conservador também com as temperaturas de secagem, pois é um grão muito sensível. Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
Qualquer grão com 1% ou mais por cento de umidade acima da base pode receber refrigeração, gerando múltiplos benefícios. Grão Quente (saido do secador) Os sistemas de secagem combinados, onde você trabalha com o secador em plena temperatura e após o repouso termina o resfriamento e a secagem, são os mais eficientes. Você pode dobrar a capacidade do secador, diminuir os custos em 30% e, principalmente, melhorar a qualidade final dos grãos. Os sistemas de secagem foram desenvolvidos na Purdue University pelos Drs. Foster e Mackenzie. Este sistema e seus semelhantes como o resfriamento In-Bin (pós-resfriamento em silo) foram introduzidos na América Latina pelo Eng. Carlos A. De Dios (INTA), que também descreveu o uso da refrigeração como uma prática de finalização da secagem (Drying of Grains and Dryers FAO 1996), faz mais de 3 décadas. Essas práticas são recomendadas em países como Argentina ou Estados Unidos da América do Norte, e mais ainda nas regiões mais quentes do nosso continente. Não entraremos em detalhes de como lidar com a secagem combinada, mas é claro que se conseguirmos resfriar a, por exemplo, 170C com ar de umidade controlada, o efeito de secagem será maior do que trabalhar com ar de temperatura e umidade relativa mais elevadas e a condição final será muito melhor. Isso já está sendo aplicado, com resultados muito satisfatórios. A cada grau em que um grão quente que sai do secador é resfriado, depois de repousar, o grão perde de 0,05 a 0,1% de umidade. Devemos estar atentos que para utilizar esta tecnologia, além de ter tudo ajustado para evitar problemas de condensação, evacuação do ar servido, etc., devemos ter vazões específicas de 0,3m3/ min t, no mínimo (3 a 4 vezes maior do que os fluxos de conservação). Grão seco (conservação) Este é o uso mais convencional de nossa tecnologia, portanto, gastamos menos tempo introduzindo-o. Com grãos mais frios você tem as seguintes vantagens (sem ordem de prioridade): 1. Limita o desenvolvimento de insetos 2. Diminui as perdas respiratórias 3. Reduz o desenvolvimento de fungos ou outros microorganismos (reduzindo a incidência de micotoxinas) 4. Mantém melhor as aptidões industriais e nutricionais dos grãos, 5. Melhor manutenção da energia e o poder de germinação. 6. Menor custo de manutenção. 7. Você pode manter o grão mais úmido, sem perder quilos ou margem de segurança.
COOL SEED NEWS 35 Vemos nos gráficos a seguir como as isotermas relacionam a umidade do grão e a umidade relativa do ar intergranário e como no caso de grão mais frio, a isoterma se localiza em um nível mais alto de umidade.
Os sistemas de aeração convencionais normalmente são subdimensionados, além disso não podem resfriar além da temperatura média mínima da área para o tempo em questão, levam várias semanas, requerem várias doses ao longo do armazenamento e geram uma secagem do grão (de forma irregular ) com graves consequências econômicas para os manipuladores de grãos. Tecnologia de Pós-Colheita
A Tecnologia de PC utilizada hoje foi desenvolvida no Paralelo 40 -45 para condições climáticas muito diferentes as que imperam no continente Latinoamericano. Resumindo, a refrigeração de Cool seed é uma ferramenta básica, que aliada a todo um pacote tecnológico, nos permite acessar uma maior rentabilidade e oferecer uma matériaprima de maior qualidade, dentro do que se denomina Pós-Colheita de Precisão.
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36 CONTROLE DE PRAGAS
Pragas-de-armazenamento
7 Pragas de Armazenamento de Grãos para Você Combater
Lucas Barros Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Goiás, mestre em Agronomia/Proteção de Plantas pela UNESP, e doutorando em entomologia pela ESALQ/USP. Manejo integrado de pragas Pragas de armazenamento: Identifique os insetos, saiba como preveni-los e conheça os manejos químico e físico para evitar perdas após a colheita. O ataque de pragas é um problema para lavoura – e ele não termina com a colheita. Estima-se que até 10% do que é produzido pode ser perdido durante a armazenagem de grãos devido às pragas. No Brasil, indústrias alimentícias têm negado cargas com a presença de insetos vivos e mortos. Além disso, requisitos fitossanitários atestando que o produto é livre de pragas têm sido cada vez mais exigido pelos países importadores. Em unidades armazenadoras, as sementes podem se tornar inviáveis ao plantio e comprometer a safra seguinte caso sejam atacadas por insetos-praga. Neste artigo vamos tratar as principais pragas de armazenamento e como manejá-las segundo os preceitos do MIP (Manejo Integrado de Pragas). Confira! Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
Pragas de armazenamento: o que fazer para evitar o ataque A cada safra as unidades armazenadoras de grãos e de sementes devem estar preparadas para receber novas cargas. Esse preparo diz respeito ao local onde os grãos ou sementes ficarão armazenados, que devem estar limpos e isentos de pragas (insetos, ácaros, fungos e roedores). Nessa etapa pode ser realizada a fumigação do local de maneira preventiva para evitar a presença de pragas de armazenamento. Vou explicar com mais detalhes adiante. Além disso, é importante que haja ventilação e condições climáticas de temperatura e umidade relativa adequadas para o recebimento dos grãos. Para a efetividade do MIP nas unidades armazenadoras também é preciso conscientizar os funcionários a respeito dos danos e importância das pragas de armazenamento. Compreender a relevância das práticas de limpeza e higienização da unidade armazenadora, assim como a identificação de insetos, é essencial para prosseguimento das metas de manejo estabelecidas. Como identificar as 7 principais pragas de ar-
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38 CONTROLE DE PRAGAS mazenamento Basicamente existem duas grandes ordens de insetos-praga que atacam os grãos armazenados: Coleoptera (caruncho, gorgulho) e Lepidoptera (traças). Essas pragas podem ser classificadas, conforme o seu hábito alimentar, em pragas primárias (internas e externas) e pragas secundárias. As pragas primárias danificam os grãos íntegros ou sadios. As pragas primárias internas conseguem perfuram o grão. Elas se alimentam do conteúdo interno, se desenvolvem e completam o seu ciclo no interior do grão. Já as pragas primárias externas se alimentam da parte externa do grão. Além do dano direto nos grãos ou sementes, as pragas primárias facilitam o ataque de pragas secundárias, que se beneficiam dos grãos danificados para se alimentar. Vou detalhar as principais características de cada inseto-praga: Gorgulho dos cereais – Rhyzopertha dominica Considerada a principal praga de armazenamento na cultura do trigo, esse inseto é popularmente conhecido como o gorgulho ou besouro dos cereais e farinhas. É uma praga primária interna que, além do trigo, pode atacar cevada, triticale, arroz e aveia. Adultos e larvas causam danos aos grãos e sementes que ficam perfurados e com grande quantidade de resíduos em forma de farinha.
Gorgulhos do arroz e milho – Sitophilus oryzae e S. zeamais Os gorgulhos do arroz e do milho são espécies muito semelhantes quanto à morfologia e podem ocorrer juntas na massa de grãos ou sementes. São pragas primárias internas com elevado potencial de reprodução e possuem hospedeiros como trigo, milho, arroz, cevada e triticale. Essas pragas podem apresentar infestação tanto dos grãos em campo como no armazém. Os danos decorrentes do ataque dessa praga são a redução de peso e qualidade do grão.
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Besouro castanho – Tribolium castaneum O besouro castanho é uma praga secundária. Sendo assim, sua presença indica que os grãos já estão infestados por pragas primárias. Esses insetos podem causar a deterioração dos grãos e trazer prejuízos superiores quando comparados ao ataque das pragas primárias.
Besourinho-do-fumo – Lasioderma serricorne Conhecida como besourinho-do-fumo, essa praga passou a ocorrer com maior frequência em grãos e sementes de soja durante o armazenamento. Na soja, perfuram as sementes e grãos causando prejuízos aos armazéns. Por afetar a qualidade do produto final, é uma grande ameaça aos armazenadores. Oryzaephilus surinamensis É uma praga secundária que ataca grãos de milho, trigo, arroz, soja, cevada, aveia. Essa praga também pode infestar estruturas de armazenamento como moegas, máquinas de limpeza, elevadores, secadores, túneis, fundos de silos e caixas de expedição. Sitotroga cerealella É praga que ataca grãos inteiros, porém afeta a superfície da massa de grãos. As larvas desta praga destroem o grão, alterando o peso e a sua qualidade. Podem atacar também farinhas causando deterioração do produto final para consumo. Traça-dos-cereais – Ephestia kuehniella Conhecida como traça-dos-cereais, é uma praga secundária. Ela infesta principalmente grãos e sementes de soja, milho, sorgo, trigo, arroz, cevada e aveia, além de produtos elaborados, como biscoitos, barras de cereais e chocolates.
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Estimativa indica aumento na produção de grãos na safra 2021/22, com previsão em 288,61 milhões de toneladas Da Limpeza E Higienização Das Unidades Como Ferramentas Para O Controle De Pragas Dos Grãos Armazenados 1. Para o controle de pragas dos grãos armazenados nas Unidades Armazenadoras será adotado o MIPGRÃOS que consiste no conhecimento e integração de todas as técnicas e medidas disponíveis e possíveis de serem executadas e que sejam compatíveis para o controle de pragas em grãos armazenados. 2. A limpeza e higienização das instalações das unidades armazenadoras é uma medida preventiva da infestação de praga, uma das mais importantes na conservação dos grãos, que consiste na eliminação de todos os resíduos nas instalações dos armazéns. 3. Todas as instalações dos armazéns, como as moegas, túneis, passarelas, secadores, correias transportadoras, máquinas de limpeza e elevadores, devem ser limpas, com o uso de equipamentos simples de limpeza como vassouras, escovas e aspiradores de pó. 4. O pó e os resíduos de grãos coletados devem ser eliminados, podendo ser enterrados ou queimados em local fora da unidade, a fim de evitar a proliferação de insetos e de fungos. 5. Após a limpeza, os locais e instalações devem ser higienizados com uso de inseticidas de forma preventiva para eliminar insetos presentes em paredes e equipamentos. A higienização pode ser realizada por meio de termonebulização e/ou pulverização e os inseticidas devem ser indicados em bula para a atividade, com autorização da SECOF. 6. A Unidade Armazenadora deve ser lavada periodicamente. As áreas e equipamentos que não podem ser molhados devem ser cuidadosamente vedados. 7. A situação relacionada a fitossanidade dos grãos armazenados deve ser avaliada periodicamente por meio da coleta de amostra e respectiva análise.
A nova safra brasileira de grãos deve apresentar uma recuperação no ano agrícola 2021/22. A estimativa é que o crescimento seja em torno de 14,2%, o que representa um acréscimo de 35,87 milhões de toneladas em relação ao volume obtido no ciclo anterior. Caso se confirme as previsões, a produção total deve ficar em 288,61 milhões de toneladas, atingindo um novo recorde para a agricultura nacional. As informações estão no 1º Levantamento da Safra Grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (7) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A soja continua como o grande destaque dentre as culturas. A oleaginosa apresenta tendência de aumento tanto de área cultivada como de produção. De acordo com os dados levantados pela Companhia, a área a ser semeada tende a passar de 38,9 milhões de hectares para 39,91 milhões de hectares, um ligeiro acréscimo de 2,5%. De acordo com os dados da Conab, o plantio já teve início nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná. As atividades seguem em ritmo mais acelerado em comparação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é que a produção atinja 140,75 milhões de toneladas, o que mantém o país como o maior produtor mundial do grão. Já para o milho, a tendência é de recuperação nas produtividades. Além disso, os preços elevados do cereal no mercado incentivam o cultivo pelos produtores. Apenas para a primeira safra do cereal se espera um aumento de 1,6% na área plantada, podendo chegar
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40 UTILÍSSIMAS a 4,41 milhões de hectares. A produtividade, neste primeiro momento, é estimada em 6.416 quilos por hectare, resultando em uma produção de 28,3 milhões de toneladas. No somatório para as três safras do produto, a Companhia espera uma produção de 116,3 milhões de toneladas. Importantes para o consumo diário dos brasileiros, a dupla arroz e feijão, de acordo com as estimativas iniciais, apresentam produções que garantem o abastecimento no mercado interno. Para o primeiro produto, a produção deve se manter relativamente estável em torno de 11,6 milhões de toneladas. Já a leguminosa, tende a apresentar um ligeiro crescimento de 0,8% na área a ser semeada na primeira safra. Como o produto é cultivado ao longo do ano, o volume é ajustado dentro do próprio ano safra. A estimativa é que a produção total de feijão chegue a 2,97 milhões de toneladas, somando-se as três safras. No caso do algodão é esperado um aumento de 10,2% na área plantada da cultura, totalizando 1,51 milhão de hectares cultivados. A produção de pluma tende a ser de 2,67 milhões toneladas, volume próximo ao registrado na safra 2018/19. Entre as culturas de inverno, destaque para o trigo. A safra 2021 ainda está sendo colhida, com índice de colheita chegando a 22,6%. O volume esperado para produção neste ano é de 8,19 milhões de toneladas. Área – Para a nova safra 2021/22, a estimativa da área a ser cultivada no país é de 71,5 milhões de hectares, uma previsão de crescimento de 3,6% em relação ao registrado em 2020/21. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelas culturas de soja e milho 2ª safra. Para este novo ano agrícola, o cultivo das culturas em sucessão à colheita das culturas de primeira safra soma cerca de 21,5 milhões de hectares. Com isso, para todas as culturas cultivadas para a produção de fibras e grãos, são utilizados cerca de 50 milhões de hectares. Mercado – A partir deste levantamento, a Conab irá informar dois quadros de suprimentos para algodão, arroz, feijão e milho. Essa dupla informação será apresentada até o final da comercialização da safra 2020/21. No caso do milho, por exemplo, os dois quadros serão apresentados até fevereiro do próximo ano, quando se encerra a 3ª safra do cereal. Em relação ao mercado externo, o algodão em pluma e a soja seguem com cenário positivo. Neste levantamento, a Companhia manteve o volume previsto de 2,1 milhões de toneladas para a exportação da fibra de algodão na safra 2020/21 e houve uma amena redução para os embarques previstos de soja para o período, que ficou estimado em 84,3 milhões de toneladas. Mais especificamente sobre o milho, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em relação ao ano safra anterior, sendo mantida a estimativa de 22,0 milhões de toneladas exportadas do grão. Da mesma forma, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas. Quanto ao trigo, a Companhia espera aumento de Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2021
produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,8% para esta nova safra. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em níveis mais confortáveis, sendo que a previsão é que fechem o ano em 1,09 milhões de toneladas, apresentando uma clara tendência de recomposição após duas safras de volumes reduzidos. Em relação aos preços pagos aos produtores nas principais praças, observou-se, no mês de setembro em comparação com o mês de agosto, uma redução de 2,0% para o arroz no RS, queda de 6,1% nas cotações do feijão cores SP e estabilidade no feijão preto PR. Preços estáveis também para o trigo no PR e soja no MT e no PR. Em MT, foi registrado queda de 7,8% nos valores de milho e um ligeiro aumento de 1,4% nos preços do algodão. Monitoramento da soja – Durante o webinário sobre 1º Levantamento da safra de Grãos, a Conab também apresentou os resultados do trabalho de mapeamento da soja nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia. Realizada em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a iniciativa visa aprimorar a metodologia da estimativa da Conab. A expectativa é que a Companhia realize o mapeamento da oleaginosa da safra 2021/22 nas regiões produtoras do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA).
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