Revista Grãos Brasil - Ed. 115

Page 24

02 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 EDITORIAL Ano XX • nº 115 Julho / Agosto 2022 www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci MatrizBrasil Rua dos Polvos 415 CEP: Jurere88053-565-Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 99162.6522 / 48 99165.8222 E-mail: br.graosbrasil@gmail.comgraosbr@gmail.comdiretoria@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa MidiaLab Propaganda 44 99145-3873 Ligue e Assine: 48 99165.8222

Caros Amigos e Leitores Seguimos no caminho de difundir a melhor tecnologia da especialidade. A pós colheita no Brasil tem que avançar com a contribuição de todos. Os melhoradores, os produtores, os responsáveis dos armazéns, as cooperativas, cerealistas, industrias, portos e logicamente com o direcionamento que as instituições oficiais devem dar. Este trabalho conjunto somando as melhoras logísticas (caminhos – vias férreas – armazenagem moderno – etc.) permitira ao grande Brasil ter seus produtos nas prateleiras de todo o mundo.Nestaedição estamos apresentando valiosas informações sobre manejo de arroz, a problemática do pó, limitantes básicas do armazenamento, perdas, quebras técnicas, o valioso informe da IGC e outras interessantes informações. Podemos ver com satisfação como a Grãos Brasil é um generoso meio de difusão e de informação, que ao ser colecionada permite ter uma fonte de consulta sobre os assuntos que hoje preocupam e que no futuro seguiram exigindo nossa atenção. Sem duvidas os graves conflitos internacionais estão gerando um leque de situações onde o Brasil pode apresentar ao mundo todo seu potencial. Por outro lado mostram os pontos fracos sobre os que se tem que trabalhar para ter mais rentabilidade nos projetos que se Queremosconcretizam.chamar a tenção sobre as graves consequências que podem ter para um País a implementação de politicas erradas, podemos ver como nosso irmão a Argentina sofre dia a dia, diminuindo notavelmente suas possibilidades de rentabilidade e produção, quando outros vizinhos como Paraguai, Uruguai, Bolívia entre outros, estão em plena expansão e crescimento de seus setores produtivos que levam a uma melhora de toda a sociedade.

0055 48 9 9162-6522

Agradecemos profundamente as instituições e as empresas que colaboram com o nosso projeto, que já tem mais de 20 anos, levando atualização e capacitação para todo Brasil. O mais importante que os técnicos e as empresas podemos fazer para melhorar nosso setor é capacitar e atualizar aos atores, que dia a dia definem como se trabalham os grãos e as sementes, assim como aqueles que tomam as decisões de investimentos. Também agradecemos a os professionais que compartilham suas experiências, o que nos permite crescer em todo sentido. Que Deus abençoes suas famílias e trabalhos.Comafeto Domingo Yanucci Executivo Consulgran - Granos - Grãos Brasil

Diretor

www.graosbrasil.com.br 04 - Conferencia IGC Grains 2022 - Criação de Resiliencia Frente a Vulnerabilidades, Impactos e Tensões - IGC 10 - 5 falhas que prejudicam o sucesso na armazengem grãos - Nathan Levien Vanier 13 - Parâmetros para avaliar a Capacidade de Armazenamento de Arroz em Casca –Eng. Shlomo Navarro e outros 18 - Perdas de Grãos na Armazenagem e suas Relações com o Clima – Marcos Wendt 22 - Exaustores Cycloar CYCLOAR 23 - SMA em Ação Magnes Rodrigues 26 - Danos causados pelo Pó - Gustavo Sosa 34 - Por que o transporte pneumático é bom para seus grãos - VIGAN 36 - Congresso do Trigo Debate o Importante Papel da Mulher na Indústria Moageira - ABITRIGO 32 - Principais Oportunidades para Rastreabilidade em Rações Alimentação de Suínos - Chad Paulk 39 - Não só de pão... 40CríticasUtilíssimaseSugestões: diretoria@graosbrasil.com.br 03SUMÁRIO NOSSOS ANUNCIANTES

O primeiro dia da Conferência 2022 foi dedicado às discussões sobre os desafios e oportunidades para desenvolver o comércio de grãos, oleaginosas, arroz e leguminosas. O segundo dia foi dedicado a workshops focados nas oportunidades do mer cado de commodities. Esse formato possibilitou ampliar o público da Conferência para além da co munidade empresarial para os setores financeiro e de insumos. A Conferência de 2022 concentrou-se nas pers pectivas para os setores de grãos que enfrentam desafios decorrentes da volatilidade e sustentabili dade do mercado e medidas de mitigação das mu danças climáticas. Todos esses temas destacaram a força e a resiliência do setor de grãos para siste mas alimentares sustentáveis: - A produção total de grãos em 2022/23 está atu almente prevista em 2.255 milhões de toneladas, projetada 2% menor ano a ano, impulsionada pelos menores resultados de milho (-29 milhões) e trigo (-12 milhões). Embora as perspectivas de consumo sejam mistas, uma retração esperada na deman da de ração pode fazer com que o uso total caia

Conferencia IGC Grains 2022 Criação de Resiliencia Frente a Vulnerabilidades, Impactos e Tensões.

A 31ª Conferência de Grãos do IGC, realizada pre sencialmente de 7 a 8 de junho de 2022, recebeu mais de 60 palestrantes internacionais e 320 parti cipantes de 60 países, que se reuniram para discu tir como aumentar a resiliência à vulnerabilidades, crises e tensões no valor da cadeia de cereais.

04 ATUALIDADE Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022

A Conferência foi organizada pelo IGC - Interna tional Grains Council, uma organização intergover namental, atualmente composta por 56 governos, criada em 1949 para promover a transparência nos mercados de grãos, oleaginosas, arroz e legumino sas, fortalecendo a cooperação entre os países para alcançar o comércio mais livre possível. A Secretaria do IGC publica atualmente o Dai ly Monitor cobrindo 20 commodities agrícolas, um relatório mensal sobre os balanços de 98 países, bem como uma análise detalhada sobre o consu mo dessas commodities. O IGC também colabo ra com várias outras organizações internacionais, como a Organização Internacional do Açúcar nos mercados de etanol, a FAO como parte da Secre taria AMIS-G20 para transparência do mercado e a OMC e a OCDE para o uso otimizado do banco de dados. Finalmente, desde 2018, o IGC desenvolve suas atividades colaborativas com organizações re gionais, como MED-Amin, Comissão Econômica da Eurásia, AfricaRice e IDACA (cooperação na região asiática).A IGC Grains Conference é uma plataforma úni ca para o diálogo entre os formuladores de políti cas governamentais e os operadores da cadeia de valor de grãos e faz parte da London Grains Week, apoiada pelo AHDB, GAFTA, IGC e IGTC.

ATUALIDADE para 2,28 bilhões de toneladas. Com uma queda de oferta comparativamente mais acentuada, as transferências globais devem diminuir, 4%, para 583 milhões de toneladas. Supondo que a logísti ca do Mar Negro permaneça apertada, o comércio global total de grãos pode cair mais 3%, para 405 milhões de toneladas. Para a soja, a perspectiva é um pouco diferen te, ligada ao aumento da área cultivada e uma recuperação projetada da produtividade no hemisfério sul, a produção pode se recuperar fortemente em 2022/23, em 11% a/a. Impulsio nado pelo processamento na Ásia e na Amé rica do Sul, o uso global é visto em seu pico, enquanto o Conselho prevê o potencial de acúmulo de estoque. Prevê-se que o comércio mundial de soja aumente 8% a/a.

O vice-ministro da Agricultura da Ucrânia expli cou como as rotas marítimas são vitais para o setor de grãos da Ucrânia, já que 90% das exportações de grãos da Ucrânia passam por portos de águas profundas. Com uma perda de mais de 50% de sua logística de exportação em decorrência do conflito na região, o gargalo de capacidade de armazena mento se torna ainda mais agudo. Os participantes do painel concordaram que a resiliência do setor de logística e infraestrutura deve ser baseada na diversidade de infraestrutura, redundâncias funcionais e capacidades de arma zenamento. Outras pressões incluem as mudanças climáticas e o aumento da demanda dos países importadores líquidos de cereais. Em relação à re siliência do setor de sementes, os participantes do painel consideraram que é forte o suficiente, já que a indústria trabalha principalmente localmente, principalmente na Ucrânia.

• Com safras maiores previstas nos exportado res asiáticos, a produção mundial de arroz está em um recorde de 518 milhões de toneladas em 2022/23, um pouco mais alto ano a ano. Ligado principalmente ao crescimento popu lacional, mas com preços relativamente mais baixos em relação às alternativas que pode riam sustentar a demanda, o consumo proje ta-se em um novo pico. Os estoques perma necem inalterados em relação ao ano anterior, uma vez que os ganhos nos principais expor tadores, principalmente a Índia, compensa ram a queda nos estoques da China. Espera -se que o comércio permaneça alto em 2023 devido à demanda africana. O primeiro painel de discussão concentrou-se no sul da Ásia, um dos mercados de grãos e ole aginosas de crescimento mais rápido e mais di nâmico na era pós-COVID-19: palestrantes do Mi zuho Bank, US Grains Council, USSEC, US Wheat Associates (todos com sede em Cingapura) e FSI -Rússia, forneceram uma visão geral da resiliência da demanda nesta região diante de perspectivas econômicas difíceis. A demanda por alimentos ain da é sustentada por uma crescente classe que bus ca uma dieta diversificada, mas, apesar do maior custo dos alimentos, espera-se que o consumo de carne branca aumente. Os principais gargalos para o desenvolvimento do comércio foram a deprecia ção da moeda, o acesso a ferramentas de financia mento comercial, o custo excessivo do transporte de contêineres e a capacidade da indústria de mo agem de absorver as flutuações de preços. A infraestrutura e a logística também são um fa cilitador no desenvolvimento de negócios no setor de grãos. A segunda sessão analisou opções para melhorar o comércio de grãos. A DP World desta cou como os Emirados Árabes Unidos mantêm seu papel estratégico de infraestrutura chave como um centro de logística e processamento. Vários portos nos Emirados Árabes Unidos expandiram sua presença, incluindo instalações de processa mento adicionais, indo além da logística tradicio nal de contêineres, melhorando assim a conectivi dade com outros portos regionais menores.

A sessão sobre segurança alimentar e comér cio destacou a importância de manter um siste ma de comércio internacional baseado em regras comuns. A deputada Victoria Prentis, Ministra da Agricultura do Reino Unido, destacou os esforços do Reino Unido para manter os mercados de ali mentos abertos, previsíveis e transparentes e como o governo do Reino Unido busca promover a agri cultura sustentável nos países em desenvolvimen to por meio da associação.

O presidente do IGC considerou que, em cir cunstâncias normais, a região do Mar Negro era suficientemente resiliente para aumentar a sua produtividade, diversidade de produtos e acessibi lidade para o mercado mundial. Dada a situação atual, este não é mais o caso, apesar da forte vonta de dos agricultores de continuar produzindo. O re presentante da ONU afirmou que o mundo estava em um estado frágil, pois o COVID-19 impactou ne gativamente alimentos, energia e finanças, afetan do negativamente 1,7 bilhão de pessoas. A volatili

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 06

07ATUALIDADE dade do mercado de grãos foi uma das áreas mais sensíveis. O representante do ministério francês explicou que a iniciativa Food and Agriculture Re silience Mission (FARM) foi estabelecida como uma plataforma europeia de discussão para abordar a segurança alimentar nos países mais vulneráveis. Duas sessões abordaram o nexo da sustenta bilidade e a cadeia de valor de grãos. A indústria de insumos viu nos projetos de sustentabilidade uma oportunidade de incorporar inovação para melhorar a resiliência da produção de alimentos. As empresas comerciais também se envolveram em esquemas de sustentabilidade para responder ao pedido dos processadores de alimentos. Con sideraram que a certificação dos regimes de sus tentabilidade não deveria ser um requisito para o abastecimento ou acesso ao mercado, uma vez que alguns consumidores não estavam prepara dos para pagar os custos adicionais. No entanto, os agricultores devem estar na vanguarda dos esque mas de sustentabilidade e a certificação deve ser uma forma de remunerar os agricultores certifica dos. O USSEC comparou os esquemas de sustenta bilidade a uma jornada que começou há cem anos, com esquemas de proteção do solo seguidos de melhoria de maquinário e genética de plantas. Os principais desafios enfrentados pelos agricultores hoje foram auditorias, conformidade e benchma rking para certificações de consumidores, levando a maiores despesas gerais e fragmentação do mer cado.Osegundo dia foi dedicado a discussões sobre commodities sobre os recentes desenvolvimentos do mercado: Soja: Com o crescimento da população e o au

Milho: Apesar das crescentes preocupações com o impacto do setor pecuário nas mudanças climáticas, espera-se que a produção e consumo global de carne continue sua tendência de aumen to no médio prazo, o que pode levar ao aumento da alimentação do milho, com muito, o principal grão forrageiro. Embora o comércio de milho deva per manecer alto em 2022/23, grandes safras projeta das nos principais exportadores do grão sugerem que a competição por negócios no exterior per manecerá forte na próxima temporada. Além do tamanho e qualidade das disponibilidades expor táveis, bem como dos custos de produção e con siderações cambiais, os preços dos exportadores e suas respectivas posições de mercado continuarão a depender dos custos de envio para os principais destinos. Estima-se que os custos totais de transporte dos principais fornecedores sul-americanos, in cluindo da produção ao porto, sejam geralmente mais altos em comparação com algumas origens concorrentes, especialmente os EUA na região nos mercados de grãos e oleaginosas. Embora a estra tégia abrangente de melhoria da infraestrutura do Brasil tenha aumentado a capacidade de expor tação do país, reduzido os custos de transporte e aumentado a competitividade nos últimos anos, alguns projetos enfrentaram desafios relacionados ao COVID-19, enquanto os embarques de grãos e oleaginosas do país permanecem fortemente de pendentes das entregas de caminhões aos portos. Em outras partes do continente, os baixos níveis de água nas principais vias navegáveis interiores têm sido um gargalo logístico persistente para embar ques da Argentina e do Paraguai. Embora sejam necessários mais investimentos e iniciativas para lidar com a expansão da produção e das exporta ções sul-americanas, a dependência da região das importações de alguns insumos agrícolas, incluin do fertilizantes e pesticidas, destaca a importância

08 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 ATUALIDADE

mento da renda impulsionando a demanda por ra ções e alimentos em particular, a utilização global de soja se expandiu fortemente na última década. E como muitos consumidores, especialmente na Ásia, de longe a maior região importadora, dependem fortemente do mercado mundial para atender às suas necessidades, os volumes comercializados au mentaram aproximadamente 80% nos últimos dez anos. Como consequência, as decisões de plantio nos maiores produtores mundiais, nomeadamente Brasil e EUA, tornaram-se cada vez mais ligadas às perspectivas de vendas internacionais, com as ex portações do Brasil mais do que duplicando para cerca de 90 milhões de toneladas e representando mais da metade dos embarques mundiais. Embora os últimos anos tenham visto um crescimento mo derado nos volumes, o Conselho espera que as ne gociações progridam no futuro. O workshop discutiu as exigências nacionais e internacionais nos principais produtores e expor tadores do mundo. Quais são as prioridades para avançar e o que ambos os mercados podem fazer para continuar crescendo? Além disso, os EUA, Brasil e Argentina abrigam importantes setores de rações domésticas, enquanto os segmentos alimentício e industrial (biodiesel e diesel renová vel) são importantes na formação da demanda lo cal. Destacando a importância relativa de ambas as rotas de mercado, o uso doméstico agregado em 2020/21 totalizou 154 milhões de toneladas em comparação com as exportações combinadas de 157 milhões de toneladas. O workshop, que contou com um painel de espe cialistas internacionais, avaliou as perspectivas para a demanda doméstica e global nos próximos anos, destacando como as tendências existentes e emer gentes provavelmente moldarão o potencial de crescimento. As discussões abordaram o papel da política, particularmente no que diz respeito aos se tores de biocombustíveis nos principais produtores.

Colza/canola: Prevê-se que o comércio global de colza/canola diminua acentuadamente em 2021/22, refletindo quase inteiramente o impacto de uma queda na produção e disponibilidade no Canadá, o maior exportador mundial. Com a redu ção da oferta exportável causando o aumento dos preços internacionais, os principais importadores racionaram a demanda, deslocando uma parte das necessidades gerais para fontes alternativas de proteínas e óleos vegetais, principalmente soja, mas também derivados de feijão. A situação tam bém vem em face da considerável expansão do processamento em grandes produtores e exporta dores nos últimos anos em resposta ao aumento dos embarques de produtos de colza/canola, geral mente do Canadá para os EUA e China. Além disso, a UE, de longe o maior importador de colza/canola, tem visto uma crescente dependência do mercado mundial nos últimos anos, uma vez que a produ ção doméstica caiu acentuadamente. Este workshop discutiu os riscos associados a um mercado onde a maior parte das remessas globais está amplamente concentrada nas mãos de um pequeno número de exportadores; para colza/canola, Canadá, Austrália e Ucrânia normal mente respondem por mais de 90% do volume de embarque. Um tema-chave do workshop também foi explorar maneiras pelas quais os consumidores podem mitigar riscos e se adaptar a períodos de volatilidade excessiva de preços. Leguminosas: O comércio global de legumi nosas cresceu 30% nos últimos dez anos com a maioria das regiões contribuindo para a tendência de aumento da demanda. No entanto, a Ásia é de longe a região consumidora mais importante, com embarques normalmente representando mais da metade dos volumes comercializados, determi nados pelo crescimento populacional, aumento da renda e evolução das tendências do mercado. Dado o tamanho do mercado, mudanças no con texto da política podem ter um impacto profundo na demanda global de importação: além disso, os volumes caíram acentuadamente em 2018 depois que a Índia, o maior consumidor do mundo, impôs restrições às importações como forma de proteger o mercado local. Outros compradores importan tes na região são Bangladesh, Paquistão, Turquia e China.Oworkshop discutiu as perspectivas para o co mércio mundial em 2022 e além, destacando as tendências existentes e emergentes que provavel mente moldarão os volumes no futuro. Os partici pantes do painel também mencionaram os riscos potenciais, bem como o papel da política governa mental.

Trigo: O mercado mundial de trigo foi afetado pelo conflito no Mar Negro. A interrupção resul tante nos fluxos comerciais da região alimentou as preocupações sobre os estoques de exportadores já limitados e levou a um aumento nos preços de exportação globais que, juntamente com os altos custos de frete, contribuíram para aumentar as ameaças à segurança alimentar. Embora as exportações do Mar Negro sejam, em última análise, determinadas pela duração da ação militar, os riscos negativos significativos para a produção de grãos da Ucrânia em 2022/23 res saltam a importância das colheitas e disponibilida des em outros exportadores. Além dos excedentes exportáveis fora da região do Mar Negro, a matriz comercial para o próximo ano será determinada pela capacidade logística em origens alternativas, incluindo Índia e Austrália. As considerações de preço também serão fundamentais, pois os altos custos de importação sustentados podem levar a um maior racionamento da demanda.

www.graosbrasil.com.br 09ATUALIDADE do acesso ininterrupto dos produtores locais às ca deias globais de fornecimento.

Durante este workshop, um painel de especia listas discutiu as tendências recentes no comércio global de milho, destacando a rápida expansão das exportações da América do Sul e enfocando os principais desafios associados à infraestrutura e logística locais. Além de avaliar o impacto dos pro jetos em andamento e planejados relacionados à infraestrutura de transporte e armazenamento, o seminário concentrou-se nas áreas de melhoria e nas medidas necessárias para garantir a competi tividade da região no mercado global de milho nos próximos anos.

Este workshop discutiu a oferta global de trigo e as perspectivas comerciais em face das hostili dades potencialmente prolongadas do Mar Negro, com foco nas entregas para o Oriente Próximo da Ásia e da África. A discussão também abrangeu possíveis desenvolvimentos nas políticas de expor tação e importação, que poderiam influenciar os fluxos de comércio global no curto prazo.

Errar meio ponto percentual pode levar a uma tomada de deci são equivocada, que agrava a quebra técnica e causa sérios prejuí zos financeiros ao armazenista.

Nathan Levien Vanier Professor na FAEM-UFPel Especialista na área de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade de nathanvanier@hotmail.comGrãos

A seguir estão apresentadas de forma resumida cinco falhas muito comuns que prejudicam o sucesso no armazenamento de grãos. Cabe destacar que estas não são as únicas e que cada uma delas é um tema extenso e com muitas particularidades.

Erros nas determinações de umidade e de matérias estranhas e impurezas O registro de volume das cargas na entrada e na saída das uni dades armazenadoras de grãos tem como fator de correção o teor de matérias estranhas e impurezas e o grau de umidade. Este é o primeiro ponto de alerta: errar nestas determinações implica em falhas no registro de volume de grãos que compõem as cargas que ingressaram e/ou foram expedidas da unidade armazenadora. É premissa básica que as operações de amostragem e análises sejam tecnicamente bem conduzidas. Além dos equívocos que po dem ocorrer na aferição do volume armazenado, erros nessas de terminações levam à falta de precisão nas estimativas de quebra técnica e de quebra de umidade no armazenamento. Especificamente em relação à determinação de umidade, equi pamentos adequadamente aferidos devem ser utilizados por seca doristas para definir os momentos de retirada de cargas dos seca dores e de realização do carregamento de silos ou graneleiros.

10 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 TECNOLOGIA

Cada operação realizada nas etapas de pré-armazenamento, ar mazenamento e conservação dos grãos pode interferir direta ou in diretamente na qualidade dos grãos que serão comercializados ao final do período de armazenamento. Quanto maior a discrepância entre a qualidade inicial dos grãos armazenados e a final (na expe dição), maiores serão os prejuízos ao armazenista.

Para unidades armazenadoras que operam com arroz, cevada, feijão e/ou trigo, a segregação pode levar em consideração outros critérios além da faixa de umidade e do teor de defeitos. Para estas cultu ras é comum utilizar a cultivar como um dos fatores de segregação; outros fatores particulares à uma ou outra cultura são: teor de micotoxinas, tempo de co zimento, cor dos grãos, teor de proteína bruta, nú mero de queda, força de glúten, entre outros.

O teor de defeitos dos grãos talvez seja o fator mais importante para segregação e que muitas ve zes não é levado em consideração. A identificação de lotes mais propensos a perdas também é feita no setor de recepção dos grãos. Essa prática é mais co mum em soja, onde lotes que ultrapassem determi nado limite de grãos partidos, picados, fermentados ou mesmo ardidos e mofados são segregados de lotes mais sadios. Neste item também é premissa básica que as operações de amostragem e análises sigam as recomendações técnicas.

Ausência ou erros de estratégia para segrega ção de lotes Um dos critérios bastante utilizados para segre gar lotes a partir da recepção é a faixa de umidade. Desta forma, a operação de secagem ganha tanto em eficiência como em uniformidade de umidade do lote ao final do processo, que terá reflexos na conservabilidade dos grãos armazenados.

Capacidade de movimentação subdimensionada

11TECNOLOGIA

A correta identificação de defeitos na classifica ção dos grãos e a integração desta informação com os setores de secagem e armazenamento permi tem que operadores segreguem lotes conforme a programação de expedição, previamente acordada junto à equipe de gestão da empresa.

Além dos aumentos em área cultivada e em pro dutividade observados em nosso país ano após ano, é notório o aumento na capacidade de colher maior volume de grãos em menor tempo. Há exemplos de fazendas em que alguns anos atrás a safra (colheita) demorava 45 dias e hoje leva apenas 10. Soma-se a este aspecto o fato de que muitas uni dades são projetadas para capacidade de movimen tação inferior ao que precisarão em um curto espa ço de tempo. Como exemplo, existem unidades com capacidade para movimentar 60 toneladas por hora que na verdade deveriam ser projetadas para 120. A operação que geralmente trava o fluxo opera cional nas unidades é a secagem. Para acelerar o flu xo de recebimento tem sido comum o emprego da secagem escalonada, em duas etapas. O espaço de tempo entre a primeira e a segunda etapa varia con forme a cultura. Grãos mais ricos em lipídeos, como a soja, requerem complementação em espaço de tempo bem menor do que cereais, como o arroz.

Falta de programação de comercialização ou industrialização

Para fins de qualidade de produtos e processos na etapa de industrialização, empresas armazena doras e que também realizem o beneficiamento do arroz devem compatibilizar a escolha do lote arma zenado com o padrão de qualidade desejado no lote industrializado.Falhasnaseleção

dos lotes oneram processos, desgastam equipamentos, sobrecarregam equipes e aumentam riscos de não atendimento ao padrão do lote industrial. Ausência ou precariedade de equipamentos e ferramentas para monitorar e gerir a unidade A existência de sistemas de (a) amostragem, aná lises e registro de entrada e saída de cargas, (b) de acompanhamento de temperatura do ar na seca gem, (c) de controle de fluxo nas operações, (d) de termometria, exaustão e aeração dos grãos armaze nados e (e) de controle de pragas é requisito básico para monitoramento e gestão das unidades arma zenadoras. Existem opções para modernização e melhoria de cada operação. Um exemplo clássico é a utiliza ção da termometria digital (em substituição aos ter mopares) e de maior número de sensores por área do silo ou graneleiro, medidas estas que aumentam a precisão no monitoramento de temperatura dos grãosAlgumasarmazenados.unidades carecem de maior número de sensores de temperatura. Considerando que grãos são maus condutores de calor, muitas vezes quando se verifica aumento de temperatura em determina do sensor da termometria, na realidade a tempera tura em ponto “cego”, entre sensores, pode ser bem superior. Dados de inteligência artificial, associada a au tomação de processos, permitem que os sistemas de mediação das variáveis climáticas, de aeração, de termometria, de medição de umidade intersticial e de medição dos níveis de dióxido de carbono ope rem integrados, auxiliando (e muito) os responsá veis técnicos no manejo da conservação dos grãos armazenados.

12 TECNOLOGIA

Saber qual produto comercializar primeiro ou qual lote industrializar em determinada situação é tão importante quanto a segregação adotada na chegada dos lotes na unidade armazenadora.

Green Storage snavarro@013.netLtd Hagit Navarro Green Storage Ltd Nadav

www.graosbrasil.com.br

13TECNOLOGIA

Parâmetros para avaliar a Capacidade de Armazenamento de Arroz em Casca

O arroz paddy colhido antes da comercialização precisa ser seco a um nível de umidade seguro para evitar a deterioração da micro flora. O excesso de umidade no arroz também causa uma respiração intensa que resulta na degradação de matéria seca e, consequente mente, na perda de peso. Castaño et al. (2017) compararam o efei to de diferentes condições de umidade de armazenamento (0,90 e 0,95) na atividade de água (aw) e temperaturas (25, 30°C) nas taxas de respiração, perda de matéria seca (DML por sua sigla em inglês Dry Matter Loss) de arroz em casca e arroz integral, inoculação de ambos os tipos de arroz com Fusarium verticillioides e os efeitos na contaminação por fumonisina B1 (FB1) desses tipos de arroz. Navara tne e Anjalo (2013) avaliaram DMLs de cereais armazenados devido a aumentos na temperatura de armazenamento consistentes com o aquecimento global. O estudo foi realizado com arroz em casca, grama verde, milho e feijão-caupi com teores de umidade iniciais de 10,9%, 8,6%, 8,9% e 10,6%, respectivamente, García-Cela et al. (2018) examinaram o efeito de diferentes aw (0,95–0,90) e temperaturas (10–25ºC) em grãos de trigo naturalmente contaminados e irradiados, ambos inoculados com Fusarium graminearum e armazenados por 15 dias na taxa de respiração; DML; Produção de zearalenona (ZEN) e relação entre DMLs e contaminação ZEN em relação aos limites legislativos da UE. Ochandio, et al. (2017) descobriram que a taxa de respiração aumentou com o teor de umidade e a temperatura de armazenamento. No entanto, a taxa de respiração não foi afetada principalmente pelo O2 até que um limite crítico de concentração de cerca de 2% fosse atingido. As taxas de respiração foram de 0,341 a 22,684 mg O2/(kg MS d) e 0,130 a 20,272 mg CO2/(kg MS d) para uma faixa de condições de armazenamento de 13–17% de umidade e 15–35 de temperatura °C. Garcia-Cela et al. (2019) examinaram a respiração de milho naturalmente contaminado ou inoculado com Aspergillus Eng. Shlomo Navarro Inbari Ltd

Green Storage

Resultados e discussão Perda de matéria seca (DML) como resultado da respiração Steel et al. (1969) tentaram correlacionar os efei tos do teor de umidade e microflora sob a influ ência da temperatura, umidade relativa e danos mecânicos aos grãos durante a colheita de milho armazenado de várias qualidades. Posteriormente, eles determinaram que 0,5% de perda de matéria seca como resultado da respiração fornece um cri tério para "armazenamento seguro" de grãos de milho. Jindal e Duggal (1978) também testaram a relação entre a perda de matéria seca e a respi ração do arroz em casca de forma semelhante ao seu trabalho com o milho. A perda de matéria seca (DML) é um método quantitativo calculado com base no dióxido de carbono emitido pelos grãos analisados como resultado da atividade metabóli ca, ou seja, da respiração. Portanto, a oxidação de carboidratos está diretamente associada à emissão de dióxido de carbono; o consumo de cada 0,5g de carboidrato libera 0,733g de dióxido de carbono. Ao monitorar a saída de dióxido de carbono, é possí vel calcular o tempo para 0,5% DML. A Fig. 1 mostra a relação entre 0,5% DML e a respiração do arroz paddy testado em várias temperaturas e teores de umidade. Hilario (1982) relatou o armazenamento seguro de arroz em casca com teores de umidade na faixa de 12 e 24%. Seus resultados estão próxi mos dos resultados apresentados na Fig. 1. Seitz et al., (1982) afirmaram que com alto teor de umidade do milho e quando a porcentagem de danos mecânicos é alta, é possível que o desenvol vimento da microflora comece em estágios mais precoces de armazenamento, particularmente o desenvolvimento de Aspergillus flavus que pode transmitir a micotoxina. Presença mesmo antes de 0,5% DML. Essa é uma situação que não está ne cessariamente associada a grãos de milho aparen temente danificados. Por outro lado, segundo Mi rocha e Christensen (1982), para o desenvolvimento da microflora toxigênica é necessário um mínimo de 85% de umidade relativa. Este nível de umidade é muito alto e está próximo do limite de desenvol vimento bacteriano. É evidente a partir desta dis cussão que se o arroz for armazenado abaixo de 85% ERH, o critério de 0,5% DML é apropriado para o armazenamento de milho, e sua adequação vale a pena avaliar também para o arroz. Além do DML, segundo Faure (1986), existem critérios adicionais após o cozimento como firme za, consistência, pegajosidade, aroma, cor e outros testes químicos como a relação entre amilase e amilopectina como critérios de firmeza e pegajo sidade, gordura livre ácidos como critérios, aroma e outros. Portanto, sugere-se que os critérios DML sejam usados com muita cautela e, na medida do possível, em conjunto com práticas de crité rios aceitos em áreas de cultivo de arroz. Castaño et al. (2017) descobriram que houve um aumento na produção de CO2 com condições mais úmidas e quentes em arroz naturalmente contaminado. Em geral, observou-se maior taxa de respiração e, consequentemente, porcentagem de DML para o

14 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022

TECNOLOGIA flavus para determinar se isso poderia ser um in dicador precoce e sensível de contaminação por aflatoxina (AF) e risco relativo de capacidade de ar mazenamento. Garcia-Cela, et al. (2020) investiga ram a produção de dióxido de carbono como um indicador de colonização por Aspergillus flavus e contaminação por aflatoxina/ácido ciclopiazônico (CPA) em amendoim descascado armazenado sob a interação de diferentes fatores abióticos. A atividade metabólica derivada da respiração do arroz é altamente dependente da temperatura, teor de umidade, nível de matéria estranha a gra nel e duração do armazenamento. Compreender a relação entre a taxa de respiração do arroz em casca e a perda de peso em função do alto teor de umidade e da alta temperatura fornece uma ferramenta importante para avaliar a capacidade de armazenamento do arroz em casca. O presen te trabalho foi realizado para explorar por quanto tempo o arroz em vários teores de umidade pode ser armazenado após a secagem e em vista de in consistências na literatura. Materiais e métodos A cultivar de arroz em casca Tebonnet, caracteri zada por seu grão alongado, cultivada no Vale Hula, no norte de Israel, foi umedecida com os seguintes teores de umidade em base úmida: 12,47%, 12,83%, 13,72%, 14,64% e 15,47%. As taxas de respiração fo ram registradas medindo-se as concentrações de dióxido de carbono e oxigênio em frascos hermé ticos de 1L contendo 625g de grãos de arroz em casca em cada frasco. Amostras de gás de 0,5mL foram retiradas de cada frasco e suas concentra ções de gás foram medidas em um cromatógrafo de gás equipado com um detector de condutivida de térmica e colunas de peneira molecular empa cotada porapack Q e 5A. Os frascos contendo arroz em casca foram incu bados a 26±1ºC, 30±1ºC e 35±1ºC. Após um período de incubação de três meses, amostras de 40g de arroz em casca foram colocadas em sacos estéreis. A microflora foi inoculada usando o método de pla ca espalhada em meio de cultura de ágar de sal de malte espalhado em placas de Petri estéreis. A in cubação da amostra inoculada foi realizada a 30°C por quatro dias, e então o número de colônias de fungos foi contado. A detecção de umidade relati va de equilíbrio foi realizada em amostras de 100g de arroz em casca em um sensor de monitoramen to de atividade de água (Nova-Sina). O teor de umi dade das mesmas amostras foi determinado pelo método de secagem em estufa a 103ºC.

15TECNOLOGIA arroz integral (até 21%), enquanto para o arroz em casca foi apenas até 3,5% de DML. A produção de fumonisina B1 (FB1) em arroz em casca foi baixa e semelhante em todos os tratamentos, indepen dentemente das condições aw e temperatura. No arroz integral descascado houve maiores níveis de contaminação com FB1, com máximo a 0,95 aw e 25°C. Uma correlação significativa foi obtida entre % DML e contaminação FB1 (R=0,7454, P<0,01). Cas taño et al. (2017) sugeriram que o monitoramento de CO2 pode fornecer uma indicação precoce da atividade fúngica em arroz úmido e ajudar a ava liar o risco relativo de deterioração e o potencial de contaminação por micotoxinas. Crescimento de fungos A Figura 2 mostra o número de colônias (mi lhões de colônias por grama de arroz em casca) contadas sob as três temperaturas testadas e cin co teores de umidade no arroz em casca. A partir da Fig. 2, é evidente que mesmo com um teor de umidade de 13,7%, o desenvolvimento da micro flora foi muito baixo. Apenas em 14,5% há um au mento moderado, mas significativo, na contagem de microflora. Mas com 15,5% de umidade, o desen volvimento da microflora foi mais pronunciado. No Figura 1. - Tempo de armazenamento seguro (d) do arroz em casca testado até que um DML de 0,5% seja alcançado em três temperaturas e vários teores de umidade. entanto, o efeito das três temperaturas testadas não se refletiu nesses resultados, as diferenças não foram evidentes na Fig. 2. É bem possível que as temperaturas experimen tais selecionadas promovam o desenvolvimento da microflora, mas temperaturas abaixo de 26ºC são necessárias para suprimir tal desenvolvimento

TECNOLOGIA (Mirocha e Christensen, 1982). A informação mais significativa é o aumento da taxa de crescimen to da microflora quando comparamos a taxa de crescimento a 14,5% e os resultados obtidos a 15,5% de umidade. Garcia-Cela, et al. (2018) mediram as taxas de respiração temporal e a produção total cumulativa de CO2 em grãos de trigo irradiados e naturalmente contaminados. Houve aumento nas taxas temporais de produção de CO2 sob condi ções mais úmidas e mais quentes em todos os tra tamentos, com maior respiração nos tratamentos a 25ºC e 0,95 aw mais inoculação de F. graminea rum. Isso se refletiu no total de CO2 acumulado nos tratamentos. Os DMLs máximos ocorreram nos tra tamentos 0,95 aw/20–25ºC e 10ºC/0,95 aw. Os DMLs foram modelados para produzir mapas de contor no das condições ambientais que resultaram em perdas máximas/mínimas. Garcia-Cela, et al. (2018) concluíram que esse tipo de dado é importante na construção de um banco de dados para o de senvolvimento de um sistema de apoio à decisão pós-colheita para os riscos relativos de diferentes micotoxinas. Garcia-Cela, et al. (2019) examinaram a relação entre diferentes condições ambientais de armazenamento interagindo (0,80–0,99 aw e 15–35 °C) em grãos de milho naturalmente conta minados e irradiados mais A. flavus em taxas. Ta xas de respiração relativa (R), perdas de matéria seca (DML) e contaminação por aflatoxinas B1 e B2 (AFB1-B2). García-Cela, et al. (2020) verificaram que houve um aumento nas taxas de produção de CO2 em condições mais úmidas e quentes em todos os tratamentos, com maior respiração nos tratamen tos de 0,95 aw de amendoim armazenado mais inoculo A. flavus a 30ºC (2474mg CO2kg-1h-1). A con taminação máxima por micotoxinas foi sempre de 0,95 aw, embora as temperaturas ótimas tenham sido diferentes para AFB1 e CPA. Portanto, 30-35ºC foi ideal para CPA e 25-30°C para AF. No presente estudo, houve um aumento significativo no desen volvimento da microflora a 15,5% de umidade equi valente a 83% ERH a 26°C (Fig. 2 e Fig. 3). Valores de umidade relativa de equilíbrio (ERH) O ERH é a umidade relativa da atmosfera em uma determinada temperatura na qual o produto armazenado não ganhará nem perderá umidade. Mousa et al., (2014) investigaram a proporção de água do arroz em casca a 20º, 30º, 40º e 50ºC na umidade relativa (UR) expressa como aw entre 0,113 e 0,976 usando a técnica gravimétrica. A partir dos dados fornecidos por Mousa et al., (2014) é difícil observar a diferença fina em temperaturas regu lares de armazenamento de 20° e 30°C. Ondier et al. (2011) também estudaram os teores de umidade de equilíbrio de arroz em casca de grãos longos e médios de cultivares puras e híbridas, e um arroz em casca parbolizado de cultivar desconhecida, em um ambiente de ar quase estático em cinco temperaturas (10º, 20º , 30º, 45º e 60ºC) e umidade relativa na faixa de 10% a 70% pelo método gravi métrico. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas consistentes entre os teo res de umidade de equilíbrio das cultivares de arroz puro e híbrido ou de grãos médios e longos. A Fig. 3 mostra o ERH da cultivar de arroz paddy Tebon net. Parece que as temperaturas testadas (26º, 30º e 35ºC) tiveram pouco efeito sobre o ERH. No entanto, considerando que a umidade rela tiva mínima necessária para o desenvolvimento da microflora é de 65% (Lacey et al., 1980), pode-se de duzir da Fig. 3 que a 30ºC e 35ºC o teor de umidade para armazenamento seguro é de 12,8%. Esses da dos estão de acordo com as contagens de microflo ra relatadas na Fig. 2, onde as unidades formadoras de colônias (UFCs) estão em seu nível mais baixo, mesmo após três meses de armazenamento. As contagens de UFC aumentam com o aumento do teor de umidade e com o aumento da temperatura (Fig. 2). A partir dos testes de microflora no nível de umidade de 14,5%, a atividade foi melhorada (Fig. 2). Segundo Mirocha e Christensen (1982) para es timular a atividade da microflora, é necessário um ERH superior a 75%. Esta afirmação está de acor do com os resultados apresentados neste trabalho. Para o arroz em casca testado no presente estudo, Figura 2. - Taxa de desenvolvimento de fungos em arroz em casca em três temperaturas e cinco teores de umidade após três meses de armazenamento.

Figura 3. - Taxa de desenvolvimento de fungos em arroz em casca em três temperaturas e cinco teores de umidade após três meses de armazenamento.

16 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022

17TECNOLOGIA

• Linhas de perda de matéria seca calculadas de 0,5% foram desenhadas para prever períodos de armazenamento seguros para arroz em casca.

Reconhecimento

Os autores agradecem a Tom deBruin, Diretor da Postharvest Industries West Africa (PIWA) Ltd, por revisar o manuscrito e fazer sugestões.

um teor de umidade de 14,5% foi encontrado como o "teor de umidade crítico". Um teor de umidade inferior a 14,5% pode ser considerado "teor de umi dade permitido". No entanto, entre 12,8% e 14,5%, o arroz armazenado deve ser monitorado com mui to cuidado com a inspeção regular de que o arroz ainda está seguro para armazenamento. De acordo com Coleman e Fellow (1925), para arroz em casca a 25°C e 75% de umidade relativa, o teor de umida de de equilíbrio é de 14,4%. Ainda segundo Juliano (1964), o teor de umidade de equilíbrio no mesmo nível de temperatura (25ºC) de quatro cultivares de arroz foi de 14,3%. Todos esses dados estão de acor do com os dados fornecidos na Fig. 3. Conclusões

• Para períodos seguros de armazenamento de longo prazo a 26º, 30º e 35ºC, a umidade re lativa de equilíbrio de 65% do arroz em casca foi determinada como um teor de umidade de As12,8%.contagens de microflora ao final de três meses de armazenamento indicaram um desenvolvimento pronunciado em teores de umidade (base úmida) de 14,5%, que estava em equilíbrio com uma umidade relativa de 75%.

• As curvas de umidade relativa de equilíbrio traçadas para as três temperaturas de arma zenamento indicaram que o "teor de umidade crítica" era de aproximadamente 14,5% equi valente a 75% de umidade relativa do ar.

• Em condições de clima tropical, a uma tem peratura de armazenamento de 35ºC, as li nhas de previsão indicam que com um teor de umidade de 14% (base úmida) é possível arma zenar arroz em casca por 240 dias até atingir uma perda de matéria seca de 0. 5 %.

18 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 ARMAZENAGEN

As perdas de grãos na armazenagem nos silos e armazéns bra sileiros são recorrentes, ano após ano. Levantamentos oficiais mos tram números, geralmente, na casa de 3-4%, embora já tenhamos visto números consideravelmente maiores. Em 2015 números da Embrapa Milho apontavam percentuais que chegavam a 15% do volume total armazenado. Se levarmos em conta situações mais pontuais, temos registros de perdas em armazéns brasileiros que ultrapassam os 10%, extra polando todas as médias. Analisando as projeções feitas pela CONAB em seu 10° levanta mento para o ciclo da safra 2021/2022, onde foi apontado um cres cimento de 6,7% frente ao ciclo anterior (2020/2021), temos uma previsão de produção estimada em 272,5 milhões de toneladas de grãos. Desse montante, considerando perdas médias na casa de 04% durante a armazenagem, é possível já estimar números próximos a 11 milhões de toneladas de grãos avariados nos silos e armazéns brasileiros, resultando em prejuízos que somarão bilhões de reais. Esse percentual de 04% de perdas, enquanto visto como núme ro, não parece tão expressivo e, muitas vezes, é interpretado como “dentro do aceitável”, entretanto quando trazemos isso para dentro dos portões de unidades armazenadoras, estamos falando de apro ximadamente 01 a cada 20 silos, ou seja: a cada 20 silos de grãos, 01 será perdido durante o ciclo de armazenagem da safra brasileira. Não se trata se alarmismo, mas matemática das mais simples. Mas, além de fatores operacionais, teríamos outras particulari dades que tornam nossa armazenagem suscetível às perdas, estas muitas vezes muito acima das médias oficiais de 3-4%? Em meu último trabalho, O Mínimo Que Você Precisa Saber So bre Armazenagem de Grãos (veja acessando o QR Code, figura 01), apresentei um breve comparativo mostrando as relações entre per Marcos Wendt Instrutor TAG Treinamento em Armazenagem de marcos.cristian.wendt@gmail.comGrãos Figura 1.

Podemos observar alguns números e daí extrair algumas conclusões interessantes quanto às per das registradas em cada Estado e suas relações, por Figura 2. - Percentual de Grãos Avariados X Condição climática horas estreitas, com as condições climáticas registradas no período. Como podemos observar, o Estado que registrou as menores perdas médias foi a Bahia, que apresentou no período umidade relativa ambiente média na casa de Já59,88%.oEstado do Paraná, que apresentou as maiores perdas médias (acima da média nacio nal), alcançando 5,62%, registrou umidade relativa ambiente mé dia na casa de 79,63%.

www.graosbrasil.com.br 19ARMAZENAGEN

Se levarmos em conta as condições climáticas desses dois Estados que ocupam os extremos do le vantamento, podemos notar que a condição climá tica pode ter parcela significativa de contribuição para os resultados obtidos nos silos e armazéns de ambos. Em termos de manejo, considerando, por exem plo, utilização de aeração convencional, com insu flação de ar ambiente na massa de grãos, podemos facilmente perceber que o Estado da Bahia impôs uma condição favorável à secagem de grãos abaixo do padrão comercial de 14% praticado atualmente. Já o Estado do Paraná, com umidade relativa mé

Organizei os dados em uma tabela (figura 02) de modo a facilitar a observação e análise.

das de grãos nos silos e armazéns brasileiros con forme levantamento feito pela Embrapa durante a armazenagem da safra do ciclo 2016/2017 e as con dições climáticas registradas pelo Inmet no ano de 2017 nas mesmas regiões. Esse estudo teve o objetivo de verificar possíveis relações entre perdas na armazenagem e suas rela ções com condições climáticas.

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 20 ARMAZENAGEN

Se tivermos condições de limitar perdas e evitar prejuízos, essas possibilidades devem ser avaliadas e consideradas com mais atenção.

A história parece testemunhar que nossos pa drões não são os mais adequados.

Acima de tudo, é necessário pensarmos com mais atenção quanto às convenções praticadas (e padronizadas) pelo mercado. Muito embora convenções como o teor de umi dade, por exemplo, sejam um padrão praticado anos a fio no mercado brasileiro, cabe avaliar se o mesmo é realmente viável para a nossa característica de cli ma, se o mesmo é realmente vantajoso e lucrativo, ou se tem, na verdade, nos levado a sofrermos al guns prejuízos que poderiam ser evitados caso o re duzíssemos em alguns pontos percentuais.

Além de perdas, podemos considerar ainda fato res relacionados à qualidade do grão o que, na ar mazenagem, tem uma ligação estreita com o seu metabolismo, uma vez que este é regulado pelo teor de umidade e temperatura.

Podemos, no entanto, mudar nossa estratégia de armazenagem de modo a limitar os impactos causados pelos fatores que não temos meios de alterar.

Devemos levar em conta, no entanto, que faixas de umidade relativa mais elevadas, como as regis tradas no Estado do Paraná durante o período, são mais favoráveis ao desenvolvimento de fungos e pragas na armazenagem, elevando também a ati vidade metabólica dos grãos, acelerando assim os processos de deterioração dos mesmos. Umidades relativas mais baixas apresentam me lhores resultados quanto ao controle de pragas na armazenagem, contribuindo também para a me lhor conservação dos grãos, uma vez que seu teor de umidade de equilíbrio é reduzido, reduzindo também sua atividade metabólica, contribuindo para uma melhor conservação. É possível que, no período analisado, o Estado da Bahia tenha retirado a safra dos silos e armazéns com teores de umidade abaixo do padrão de 14%, resultando em perda de peso do produto, entre tanto, seus “prejuízos” ainda foram muito inferiores comparados aos registrados no Estado do Paraná, onde (pela condição climática mais favorável) pos sivelmente teores de umidade próximos de 14% fo ram obtidos com maior facilidade. Temos assim uma situação bastante evidente quanto à contribuição do clima na conservação – ou não – na armazenagem de grãos. Casos como esses nos devem levar a analisar com mais atenção as nossas estratégias quanto à armazenagem de grãos. Precisamos colocar na ponta do lápis as possíveis perdas que podemos sofrer devido uma armazena gem com teores de umidade mais elevados (sus cetível a problemas com pragas, fundos, insetos e deterioração), ou as perdas por quebra de umidade.

A atividade metabólica dos grãos, quando acele rada, é responsável pela queima de energia, consu mo de matéria seca e aquecimento da massa. Grãos com teor de umidade mais elevado e ativi dade metabólica acelerada apresentam perdas de valor nutricional, por exemplo. A atividade metabólica dos grãos é reduzida con sideravelmente conforme o teor de umidade é re duzido, contribuindo assim para uma melhor con servação e preservação dos índices de qualidade. Esse assunto não é nada recente. Temos litera turas com mais de 50 anos já apresentando valores ideais de teor de umidade na casa de 11% para uma obtermos boa conservação e preservação de índices de qualidade de grãos de soja (por exemplo) na ar mazenagem.Cabeadaptarmos nossos métodos para não se guirmos, ano após ano, atingindo os mesmos nú meros e obtendo os mesmos resultados nos levan tamentos de perdas na armazenagem de grãos.

Precisamos levar em conta alguns pontos: não conseguimos mudar a nossa condição climática; não conseguimos mudar a fisiologia dos grãos; não conseguimos mudar as características bioló gicas de fungos e pragas.

O exemplo visto na relação Bahia X Paraná nos leva a crer que a armazenagem com teores de umi dade mais baixos pode representar vantagem, tra zendo os índices de perdas para patamares muito abaixo das médias registradas nos últimos anos.

dia mais elevada, obteve melhores condições para a manutenção de teores de umidade próximos dos 14% praticados pelo mercado.

Temos alguns fatores que impõe dificuldades para a armazenagem de grãos no Brasil, então pre cisamos nos adaptar e mudar o que for necessário para amenizar e reduzir prejuízos.

22 TECNOLOGIA

2. Cálculo do balanço higroscópico, que informa a umidade na base úmida dos grãos de acordo com as condições psicrométricas do ar, com ou sem aeração.

3. E o cálculo da perda de despacho, que informa a perda por supersecagem. A sobresecagem é a perda excessiva de umidade do grão na for ma de vapor, e é causada pelo uso excessivo ou incorreto de aeradores. Assim você terá recursos para monitorar ain da mais a qualidade do seu produto!

está disponível gratuitamente no link a seguir. https://materiais.cycloar.ind.br/app-premium

Para obtê-lo, você precisa concluir um cadastro e ao final você receberá uma senha de ativação e em seguida será direcionado para o download. Para ativar, você deve digitar a senha fornecida.

Exaustores Cycloar

Estimados Clientes Desenvolvemos (em testes) um APP para con tribuir decisivamente com o armazenamento de grãos.Oaplicativo

O aplicativo tem 3 cálculos e um bônus:

1. O cálculo de quebra na recepção, que fornece o percentual de desconto e o valor (referente ao custo) da perda de impurezas e umidade.

Magnes Rodrigues Diretor magnes@smasilos.com.brSMA

Trabalhando na pesquisa e na transferência de tecnologia, com o tempo passou da escola agrícola para a Secretaria de Estado da Agricultura de Minas Gerais, quando levou esta esperança para todo o Brasil. Hoje o agro é uma grande potência, mas isso não se deu por acaso, haja vista que tivemos um significativo investimento inicial, sobretudo em ca pacitação. Lembro que “ foram selecionados mais de 1000 técnicos e dentre eles se encontrava meu tio”. Estes técnicos foram enviados a distintos polos de desenvolvimento da engenharia agrícola, com o intuito de buscar a adaptação das novidades tecnológicas para nos sa agricultura do cerrado, de condições tropicais. Meu tio foi para os Estados Unidos, retornando posteriormente para Brasília. em Ação

SMA

23 www.graosbrasil.com.br INFORME EMPRESARIAL

A partir da querida Maringá (Paraná), a SMA está levando a me lhor tecnologia para América do Sul. Em sendo de origem Mineira, desde criança conheço o Prof. Alysson Paulinelli, professor da esco la agrícola, que iniciou uma atividade de extensão para os produto res da região, de quem a minha família era amiga.

O Prof. Alysson Paulinelli é uma referência, hoje com mais de 84 nos. Foi líder da revolução agrícola tropical sustentável que deu autossuficiência de alimentos ao Brasil, transformou o país em potência agroalimentar e criou horizontes para a segurança alimentar mundial e o desenvolvimento sustentável de países do cinturão tropical. Com a revolução agrícola tropical e a maior oferta de alimentos, redu ziu-se o custo relativo da alimentação no orçamento familiar, liberando renda para outros consumos. Aumentou-se o bem-estar e vieram melhorias sociais que refletem na vida dos brasileiros até hoje. Incansável, Paulinelli sempre trabalhou em pela evolução da produção sustentável de alimentos. Entre suas iniciativas atuais, fundou e preside o Fórum do Futuro, um centro de estudos que reúne di versos cientistas e debate possibilidades de melhoria da produção agropecuária.

A SMA Industrial: Localizada no Paraná, na cida de de Maringá, atua há mais de 20 anos no desen volvimento de soluções completas em equipamen tos para recepção, classificação, limpeza, secagem e armazenagem de grãos.

A maioria de nossos trabalhos é financiada pelo FINAME (BNDES), no âmbito do Plano Safra. Nossos clientes podem ter acesso a essas linhas de finan ciamento, porém a realidade atual nos mostra que temos mais demanda do que recursos disponibili zados pelo governo para o agro. Nosso déficit está na ordem de 100 milhões de toneladas. Temos uma linha de crédito específica para armazéns denomi nada PCA - Programa para Construção e Ampliação de AArmazéns.demanda é grande, pois dispor de uma unida Prof. Alysson Paolinelli

Lembro quando o Prof. Alysson visitou Marin gá, momento que acompanhei, depois me formei na área metal mecânica, mas sempre com foco no agro. Na década de 70 tínhamos 50% da população na cidade e 50% no campo, porém não conseguimos suprir toda a demanda alimentícia. Graças aos tra balhos do Prof. Alysson hoje o Brasil alimenta a 1/7 da população do mundo. Acredito que ele seja uma das personalidades vivas mais importante do Brasil, inclusive sendo proposto para o prêmio Nobel.

Por muitos anos atendemos as Cooperativas da região, trabalhando em assessorias, reformas, pro jetos, entre outros. Há alguns anos partimos para a fabricação de equipamentos, hoje temos uma in dústria instalada, que atende desde a concepção até a fabricação e instalação, tanto para projetos pe quenos, como para os de grande escala, produzindo mais de 600000 de sacas. Passamos a atender ou tras regiões que demandaram nossa tecnologia, em Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Rio Grande do Sul, etc.

24 INFORME EMPRESARIAL Mineiro de Bambuí, nascido em 1936, tornou -se agrônomo em 1959 pela Escola Superior de Agronomia de Lavras (Esal), que depois se tor nou professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1971, assumiu a Secretaria de Estado da Agricultura de Minas, a convite do governador Rondon Pacheco, e criou incentivos e inovações tecnológicas que tornaram Minas o maior pro dutor de café do Brasil. Em 1974, aceitou convite do presidente Er nesto Geisel para tornar-se Ministro da Agri cultura, e tratou de modernizar a Embrapa e promover a ocupação econômica do cerrado brasileiro.Implantou um ousado programa de bol sas de estudos para estudantes brasileiros nos maiores centros de pesquisa em agricultura do mundo. Também cuidou da reestruturação do crédito agrícola e do reequacionamento da ocupação do bioma amazônico. Após deixar o Ministério, ainda exerceu car gos de destaque na vida pública brasileira; Pre sidente do Banco do Estado de Minas Gerais, Deputado Constituinte, Presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Voltou a ser secretário de Agricultura no go verno Hélio Garcia e permaneceu no cargo até 1978. Em 2006 foi agraciado com o World Food Prize, prêmio que equivale ao Nobel da Alimen tação. Hoje exerce o cargo de Presidente Executi vo da ABRAMILHO (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) Hoje, o Brasil é o país que mais se destaca em tecnologia no âmbito do agro, tendo uma grande produção com baixo custo. Em 45 anos o Brasil in crementou sua produtividade em mais de 500%, uma verdadeira revolução verde. Graças a isso nós podemos exportar não só alimentos, mas também tecnologia.

A SMA produz as partes mecânicas dos arma zéns, transportadores, equipamentos de limpeza, secadores e silos metálicos. Hoje estamos em todo Brasil e estamos chegando aos nossos vizinhos Pa raguai, Chile, Bolívia e em breve estaremos com equipamentos produzidos em Maringá e na África.

25INFORME EMPRESARIAL www.graosbrasil.com.br de armazenadora é sumamente estratégico para o negócio agrícola. Hoje temos clientes que viabilizam tais unidades com recursos próprios, sendo amorti zados em poucas safras. Os incrementos da área plantada e sobretudo de produtividade exige dispor de suficiente capacida de estática, por isso o planejamento da unidade é fundamental, assim como sua capacidade de am pliação.Outro tema que devemos levar em conta é o tempo dispensado desde a conclusão do projeto até o início da execução das atividades, o que pode variar entre 8 e 10 meses ou mais. Hoje estamos com um projeto de secagem de 250 t/hora, com 700 mil sacos de capacidade está tica, o que requer uma logística bem ajustada para cumprimentá-la.Paraocasoda limpeza, a SMA desenvolveu uma máquina para a trilha das vagens verdes de soja, podendo também ser usada em outros grãos com os devidos ajustes. Os tipos de soja fazem com que hoje seja crescente a vagem verde na colheita (soja de ciclo indeterminado), por isso nós desenvolve mos uma máquina específica. Isso revolucionou o mercado e permitiu que muita soja, ora desperdi çada possa ser trilhada, recuperando grãos de soja, um bem tão precioso. Essas trilhadeiras, com a capacidade de abrir es tas vagens verdes, são instaladas depois da máqui na de pré-limpeza, permitindo abrir a vagem e recu perar os grãos. Para cada 1000 kg de vagem verde, a perda pode ser entorno de 347 kg de soja boa. Esta, sem dúvidas, é uma tendência que necessi ta ser levada em conta, em todas as unidades, tanto nas novas quanto nas antigas, que devem se adap tar a essa tecnologia. Hoje estamos instalando máquinas em todo Brasil e nos países vizinhos. Podemos afirmar que a SMA faz um grande aporte para os armazenistas. Com nossa máquina (patenteada), pode-se abrir a vagem sem danos mecânicos ao grão de soja. Em 6 dias de trabalho esta máquina se paga sozinha.

O pó gerado num armazém de grãos é um dos problemas mais grandes que deve enfrentar um empresário de nosso setor. São muito grandes as perdas que se podem gerar por um mal con trole de emissões e uma mala higiene. O primeiro que devemos recomendar é uma medição das emissões no sitio, feitas por um técnico especializado, para saber onde e como são geradas, e a quantidade gerada. Vejamos as possíveis consequências de um controle de pó de ficiente: 1. Explosão. 2. Incêndio. 3. Problemas com vizinhos. 4. Saúde laboral. 5. Proliferação de pragas. 6. Deterioro de equipamentos. 1 - Explosão: Uma nuvem de pó suspenso no ar é tão perigosa como uma fuga de gás. Uma faísca ou qualquer fonte de calor é suficiente para que esta nuvem se acenda e a combustão avance violenta mente. Isso é uma explosão. Não é necessariamente uma enorme explosão que destruiu toda a planta. Ela pode ocorrer dentro de um elevador de caçambas, por exemplo, e limita-se a esse único equipamento. De qualquer forma temos perdas materiais. A prevenção de explosões e incêndios de pó é uma questão muito complexa que envolve a escolha certa de equipamentos e materiais, e as práticas de trabalho adequadas. Para mais infor mações, consulte as normas NFPA 61 e NFPA 654. Para uma explosão ocorrer, precisa de uma concentração mí nima de pó. Se reduzimos a concentração a um nível inferior a 50 g/m3 nos pontos de transferência, é menor a probabilidade de Gustavo Sosa Engenheiro Mecânico Industrial Perito Recebedor de Grãos Consultor em armazenagem de grãos, transportadores e controle de cgsosa@outlook.compó.

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 26 SEGURANÇA E HIGIENE

2 - Incêndio: De uma maneira menos espetacular que uma explosão, a poeira pode pegar fogo. O curioso é que nem sequer precisa de uma fonte de calor externa. Se o pó se acumular o suficiente, o processo de oxi dação pode levar a combustão espontânea. Não se pode definir a espessura da camada de poeira que pode causar este fenómeno, que depende de mui tas variáveis, mais é possível isso aconteça. Mais ha bitual, no entanto, é que uma relativamente peque na explosão serva como iniciador de um fogo. Nesse caso, os danos catastróficos não ocorrem pela ex plosão, mais pelo fogo pegando nos materiais com bustíveis nas proximidades.

Para evitar incêndios e explosões deve se tomar cuidado ao selecionar equipamento de transpor te. Os motores em área fechada devem ser à prova de explosão. As bandas e as caçambas devem ser anti-estáticos. Automações deve ser principalmente pneumáticas. Em áreas abertas, como as concentra ções de poeira são baixas, você não tem que tomar esses cuidados. Para evitar a propagação de explosões devem se instalar diafragmas para alivio de pressão nos trans portadores e silos. São pequenas janelas cobertas com uma folha de plástico ou uma chapa de aço mais fraca que o corpo do equipamento, que vai quebrar e liberar a pressão no caso de uma explo são no interior.

3 - Problemas com os vizinhos: O armazém de grãos é uma propriedade priva da. As casas dos vizinhos também. Quando a poeira gerada no armazém é tal que suja a roupa que os

27SEGURANÇA E HIGIENE um acidente. Estas concentrações são alcançados em ambientes fechados, tais como dentro de um elevador de caçambas. As explosões de pó são muito difíceis de controlar devido a que uma explosão primária levanta a poei ra depositada, permitindo uma segunda explosão, e assim, a explosão se propaga através do armazém.

28 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 SEGURANÇA E HIGIENE vizinhos tendem em seus quintais, é que, necessa riamente deve instalar um sistema de controle de poeira. Com tudo, as brigas com os vizinhos pela su jeira que entra nas suas casas é um problema me nor. A poeira agrícola muitas vezes contém resíduos tóxicos perigosos que provocam alergias cutâneas, conjuntivite e asma. A simples violação dos direitos de propriedade dos vizinhos pode fazer que a em presa seja expulsa do bairro. Se considerarmos os riscos para a saúde, a empresa pode também en frentar ações civis.

5 - Proliferação de pragas: O pó orgânico serve de alimento para muitas das pragas que atacam grãos, principalmente para áca ros. Se a planta fica sempre suja, então sempre há lugares onde os ácaros, insetos e fungos podem se reproduzir em seguida, vão para o grão. A limpeza é essencial, mas é mais eficaz se evitamos sujar a área.

4 - Saúde do trabalhador: Similar ao que ocorre com os vizinhos, mais pior. Os funcionários da empresa sofrem com muita mais intensidade os efeitos da poluição. O dano que a poeira faz sobre a saúde e dado principalmente pela aspiração. Os grãos de poei ra não tem um único tamanho. Eles variam muito. Qualquer amostra de pó tem particulas de todos os tamanhos. O pó mais perigoso é aquele inferior a 10 micras em diâmetro, que podem entrar nos pul mões e não saem. Ele pode se acumular e causar lesões e a perda da capacidade dos pulmões lenta mente.Quanta poeira é inalada depende da concentra ção no ar e do tempo de exposição. Os limites ad missíveis especificados pela OSHA (Occupational Safety and Health dos EUA), que são tomados como um guia para outros países, consideram a concen tração máxima recomendada para uma exposição contínua de oito horas. No estudo que faz com que o técnico de medição de poeira deve ser considerado essas coisas. O limite de exposição permitido para a concentração total é de 15mg/m3. Fração respirável (a menos de 10 micras de diâmetro) é de 5mg/m3 Estas concentrações são aproximadas. Se houver concentrações de pico que excedem estes medidas, mais o resto das emissões do dia são iguais a zero, também os picos devem ser evitados, seguindo a norma. Embora em nossa região, pareça que os sindica tos estão mais interessados em aumentos salariais em saúde ocupacional, é suficiente que um traba lhador doente faca uma reivindicação bem sucedi da para iniciar uma onda de processos na indústria.

6 - A deterioração do equipamento: O pó pode se introduzir em rolamentos, contami nar os motores e bombas de óleo, pode tapar válvu las pneumáticas, tapar ventilações de refrigeração, etc. Algumas coisas podem ser evitadas por cons truções herméticas. Outras não. É sempre melhor para agir com cautela e evitar a poeira em primeiro lugar.Apoeira depositada sobre equipamento elétrico provoca redução da vida útil pela temperatura ope racional excessivo.

ESTUDO DA POEIRA

Para descobrir que emissões de poeira você, pri meiro tem que realizar um estudo com uma equi pe especializada, por um técnico treinado. Existem

• Secadores. • Elevadores de caçambas. • Silos. • Pré-limpezas.

• Descarga de um transportador para outro. De longe, a moega de entrada é o ponto mais complicado, mesmo com descarga manual. A pri meira maneira de reduzir o volume de pó é a insta lação de um sistema de aletas (com acionamento pneumatico) na grelha da moega para impedir que a poeira gerada no embate contra o fundo possa subir para o meio ambiente. Não se elimina com pletamente o pó, mais a redução é substancial. Em vez disso, ou em adição, você pode fazer um fecha mento de toda a área de recebimento e instalar as piração. Detalhes de como projetar essa aspiração são bastante complexos. A "bíblia" da profissão para este trabalho é o manual "Ventilação Industrial" da ACGIH. A ideia fundamental é que a velocidade do ar nas aberturas que sejam deixadas, dever ser maior que a velocidade de captura das partículas de poeira. Em outras palavras, si a área se fecha bem, se diminui o tamanho dos ventiladores que serão necessários para sugar o ar. A combinação de um sistema de aletas com um sistema de aspiração é mais eficaz, mas nem sempre é necessária. Os galpões (e barcos) também são muito compli cados. É quase impossível o fechamento completo. Existem duas tecnologias para reduzir a poeira. Um deles é de mangas retrateis com sucção de ar, que encerram o grão quando ele cai no chão e ir para cima como a célula está cheia. O outro método é uma tremonha vibrante, que reduz o ar no interior do jato, fazendo-o cair como algo mais similar a uma coluna sólida. O carregamento de caminhões pode ser resolvido com as mesmas ferramentas que para enchimento de galpões, mais também é possível fazer um fecha

30 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 SEGURANÇA E HIGIENE unidades portáteis que podem dar uma ideia geral da situação. O técnico irá percorrer a planta com um dispositivo a laser semelhante a um controle re moto e faz medições instantâneas. Isso pode servir como uma primeira orientação. Ao tomar medidas reais deve ser usada uma equipe fixa, que irá operar continuamente durante o dia de trabalho, que captura as partículas na at mosfera. Em seguida, o conteúdo do cartucho, será analisado num laboratório para saber quanta poeira foi capturado e a distribuição de tamanho de par tículas que tem. O que se busca é saber quanta da poeira no ambiente pode alcançar os pulmões. A equipe de "banco" vai mudar de lugar cada dia para ter todo o mapa da planta. A maior preocupação é a exposição dos operado res, é necessário usar um coletor de amostras por tável que o operador vai levar o dia todo, sugando uma amostra representativa que será analisada da mesma maneira que as amostras de equipamento fixo. Os analisadores de mão geralmente dao valores de PM10, PM5 e PM2.5 no momento especifico da analise. PM 10 - poeira inalável, pode entrar através do na riz. Menor que 10 micras. PM 5 - poeira respirável pode entrar nos pulmões. Menor que 5 micras. PM 2.5 - poeira respirável de captura muito difícil. Pode levar até dias para cair para o chão. Menor que 2,5 Osmicras.coletores fixos, com análise laboratorial pos terior, são muito mais detalhados e mais úteis para o desenho de equipamentos de eliminação ade quada.

• Moegas de recebimento (descarregamento de caminhões).

A primeira coisa a considerar é que o grão deve ser limpado o mais rápido possível para entrar no armazém. Parece incrível que ainda hajam pesso as que não queiram limpar o grão para não perder peso. Se você está preocupado com o peso de ma téria estranha, você pode sempre adiciona-la mais tarde, no momento da expedição, com um parafuso de mistura simples. Dentro do armazém o grão deve serCadalimpo.caso deve ser estudado cuidadosamente para determinar qual é a técnica melhor para con trole de poeira. O melhor sempre é evitar a geração de poeira. Se não for possível evitar a geração, então você tem que pegá-lo. Se você não pode pegar, você tem que diluir. A poeira é gerada em todos os lugares onde o grão estiver em movimento, principalmente no que é chamado de "pontos de transferência". Isto é, em locais onde o grão se move a partir de um equipa mento para outro. Qual é o ponto mais complicado depende do armazém e do modo de operação. A lis ta a seguir é apenas um guia.

• Silos horizontais. • Silos de expedição (enchendo caminhões).

FORMAS DE CONTROLE

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 32

SEGURANÇA E HIGIENE mento e colocar uma aspiração. De qualquer forma o problema geralmente não é tão grave, porque há menos fluxo de caminhões e as cargas são meno res. Só temos que ter cuidado com o operador que controla o enchimento de caminhões. Deve fazê-lo remotamente através de câmera, ou em uma cabi ne com ar filtrado. Se sua instalação normalmente entrega caminhões intensivamente para a exporta ção de grãos, então você tem que implementar um sistema mais cuidado. Em silos geralmente não há um grande proble ma, mais eles devem ser considerados se forem en chidos e esvaziados com frequência, e se eles são muito elevados. Quanto mais alto o jato de grão, mais poeira é gerada. No caso de grandes silos, deve tratá-los como se fossem silos horizontais. A vanta gem dos silos é que os transportadores estão posi cionados por fora, o que torna o sistema mais segu ro inerente-mente.Secadoresgeram muita poeira, principalmente quando o grão está sujo, mas sempre geram. Há vá rios métodos de controle e cada um tem seus fãs e seus detratores. O método mais comum é a utili zação de turbociclones na saída dos ventiladores, o que força o ar a virar quando ele deixa o ventilador, e que adere à parede do coletor, para em seguida cair para uma tremonha. Eles são muito eficazes, mas pode não ser suficiente. Em casos complexos, a única alternativa é para redirecionar o ar que deixa os ventiladores para um captor mais eficiente, como filtros de manga ou de cartucho, ou um ciclone hú mido. É incomum ter que ir a tais extremos, mais é bom saber que existem essas alternativas. Outra coisa é ter um pouco mais de eficácia é plantar árvo res a uma certa distância dos ventiladores para agir como uma barreira extra. Há também um sistema de malhas que são colocados na saída dos ventila dores e que automaticamente se limpam com um raspador, mais normalmente não trabalham bem, uma vez que o desempenho é muito inferior. As pré-limpezas geram poeira pela vibração dos grãos. A solução padrão é colocar a máquina dentro de um pequeno galpão e sugar o ar para fora. O ci clone e o ventilador que trazem as pré-limpezas não são para controle de poeira. Eles são para a aspira ção da matéria estranha mais fina. A limpeza reduz a poeira que os grãos traem do campo, mais não captura a poeira gerada na própria operação. Ao pé de elevadores e outros locais de carga e descarga de transporte só é possível instalar saídas de ar para aspiração. Uma boca e aberta no próprio transportador e o ar é sugado a distância. Lembre -se que o que queremos é capturar a poeira que voa e continua a se espalhar para além do ponto de ge ração. A poeira que cai, imediatamente é arrastada pelo próprio transportador ou controlada pela lim peza.Você também pode controlar a poeira em quase qualquer situação por adição de água ou óleo sobre os grãos. Este atua como um ligante. No entanto, a adição de água pode favorecer a ocorrência de pra gas, enquanto o óleo é aceitável só si for feito com o mesmo grão. Por exemplo, você pode usar o óleo de

33SEGURANÇA E HIGIENE www.graosbrasil.com.br

COLETORES DE POEIRA

soja para controlar a poeira a partir da soja. O pro blema é que o preço do óleo tende a fazer essa op ção inviável. Deve se considerar um último recurso. Para cuidar operadores também eles podem usar máscaras e óculos, mais você sabe o quão difí cil é convencê-los. As proteções são desconfortáveis, dificultam respirar, dão calor. Para forçar deve usar sanções que criam conflitos com os trabalhadores. Melhor não precisar de mascaras.

CONCLUSÃO A poeira é um problema muito grave em insta lações agrícolas. É conveniente evitar tanto quanto possível com a devida limpeza de grãos no recebi mento. As emissões que não podem ser evitadas, serão controladas por aspiração. Cada armazém é diferente e os problemas de vem ser estudados por um especialista, se possível com a realização prévia de um estudo quantitativo das emissões. Profissionais idóneos em esta área são geralmente higienistas industriais ou especialis tas de ventilação.

O pó aspirado deve ser enviada para um equipa mento que separa o pó do ar. Os mais comuns são ciclones e filtros de manga. Ciclones não são uma boa escolha para esta tarefa. Exceto com projetos complexos e caros, eles não capturam a poeira res pirável; só o particulado mais grosso. Eles são úteis quando queremos aliviar outro equipamento que vem depois. Por exemplo, usando um filtro de saco, ele vai trabalhar mais aliviado se capturamos pó num ciclone antes de chegar a ele. O ciclone pode ser aceitável quando temos esta última etapa em um lugar afastado, onde se pode diluir o ar na atmosfera antes que possa chegar a qualquer trabalhador ou vizinho. Por outro lado, mesmo os filtros de manga po dem ser considerados obsoletos. Atualmente exis tem filtros de cartucho, que são muito mais eficien tes na separação de pó, a um custo semelhante. Com estas equipes se captura adequadamente quase toda a poeira respirável. A LIMPEZA Finalmente, temos que falar da limpeza. Depois de tudo o que fez para evitar emissões de poeira ou de captura, só tem que limpar. As normas NFPA permitem a limpeza com ar comprimido quando nenhuma fonte de ignição (faíscas, chamas ou calor intenso) está perto de onde você limpa. Dada a di ficuldade em observar todos os detalhes na área, é melhor simplesmente não usar ar. Limpar a poeira com ar comprimido não limpa, só espalha, não limpa. Uma nuvem de poeira pode inflamar-se ou explodir perto de uma fonte de calor. Os operários que limpam com ar dificilmente usam proteções, e ao levantar poeira, eles inalam. As par tículas também podem se incrustar em seus olhos. A limpeza deve ser feita com aspiração, de prefe rência com um aspirador a prova de explosões. Em grandes instalações você pode instalar sistemas de vácuo centralizados. Caso contrário, com um aspira dor pneumático seria suficiente. Há uma variedade de opções. É melhor entrar em contacto com um vendedor de alguma empresa de higiene industrial especializada.Seascondições especiais do sitio não permitem sugar, então deve-se limpar, usando escova ou água.

Por que o transporte pneumático é bom para seus grãos

Entre as muitas maneiras de descarregar gra néis, silos, trens ou caminhões, o transporte pneu mático continua sendo único. Na VIGAN equipamos os nossos descarregadores pneumáticos com tur binas multiestágio muito potentes. A entrada de ar das turbinas passa por filtros auto-regeneradores superdimensionados, mantendo o ar de saída livre de poeira e as turbinas protegidas do desgaste. Ao longo dos sistemas de tubulação telescópica de re cebimento de granéis, horizontal e vertical com o cotovelo extremamente resistente ao desgaste, o ar suga a carga através da boca de sucção. Toda a configuração foi otimizada ao longo de décadas de desenvolvimento, tanto em termos de consumo de energia quanto de impacto (desgaste). As ligas es pecíficas, os ajustes de direção e os controes elétri cos, fizeram das máquinas VIGAN o que são agora: descarregadores pneumáticos muito confiáveis e robustos.Omovimento pneumático representa muitas vantagens diretas e indiretas para a carga. O mate rial é movido de um lugar para outro pelo ar e um forte vácuo. Não há outras partes móveis envolvi das. A carga é pouco afetada durante este processo: a granulometria não é danificada (descarregamos arroz, malte, ração e pellets de madeira...) o que é uma característica muito importante para nossos clientes. Há também outro aspecto importante re lacionado à descarga pneumática: por meio do sis tema de circuito fechado de descarga pneumática não há risco de contaminação (matéria estranha, óleo derramado, etc.). Outra questão importante é que nenhum material é perdido através do procedi mento de descarga ao contrário de outras técnicas. Além disso, através dos diâmetros relativamente pequenos do sistema de tubulação vertical, as em barcações menores podem facilmente permane cer cobertas, utilizando apenas a área ao redor do sistema de tubulação para que as operações ainda possam continuar durante a chuva sem impacto significativo da carga. Em tempos em que as matérias-primas estão mais caras do que nunca, os custos de transporte estão subindo vertiginosamente, sem falar nos cus tos de espera, é importante usar aquelas técnicas que garantem a qualidade do seu produto. É apro priado dizer que o descarregamento pneumático de grãos e oleaginosas pelas máquinas VIGAN é uma maneira amigável de pós-colheita de manuse ar granéis com cuidado.

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 34 TECNOLOGIA

Painel fará parte da programação do evento, que será realizado nos dias 25 e 27 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR)

O painel pretende, por meio dos exemplos das participantes, debater as principais práticas de ges tão, analisando os resultados e avanços obtidos pelo setor moageiro, levantando quais são as principais práticas e o posicionamento de mercado que aju dam na diferenciação para ter uma maior competi tividade. “É muito importante abrirmos esse espaço de discussão. Cada vez mais acompanhamos esse movimento de mulheres trabalhando no agrone gócio e na agroindústria e, esse painel reforça a im portância de estarmos atentos a isso, observando os pontos de vista de homens e mulheres, que são complementares e que trazem o equilíbrio para as organizações”, afirma Paloma.

29ºSERVIÇOCongresso Internacional da Indústria do Trigo Data: 25 a 27 de setembro de 2022 Local (presencial): Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort – Foz do Iguaçu (PR)

Congresso Do Trigo Debate O Importante Papel Da Mulher Na Indústria Moageira

Pela primeira vez o Congresso Internacional da Indústria do Trigo terá em sua programação um painel 100% feminino. O evento debaterá em sua programação a visão das mulheres na gestão do ne gócio do trigo, na 29ª edição, que será realizada en tre os dias 25 e 27 de setembro em formato híbrido, sendo o presencial na cidade de Foz do Iguaçu (PR).

A Presidente do Moinho Globo Paloma Venturelli fará a moderação do painel, que terá a presença, ainda, da CEO do Mulheres do Agronegócio Brasil Andrea Cordeiro, da CEO do Grupo Dallas Dorcy Zor zo e da Diretora Geral e Vice-presidente da Buaiz Ali mentos Eduarda Buaiz. Todas elas debaterão ques tões de gestão no setor tritícola sob a ótica feminina. Paloma destaca que essa é a primeira vez que o evento dedica um painel para debater o papel e a importância da presença feminina no setor, desta cando os seus avanços e conquistas. “É um espaço totalmente novo. Essa é a primeira vez que teremos um painel composto apenas por mulheres no even to. Acreditamos que nós mulheres temos muito a contribuir para o setor, tendo em vista que, cada vez mais conquistamos espaços nas indústrias, inclusi ve m cargos de alta gestão”. Como presidente de moinho, Paloma acredita que este debate incentivará as demais mulheres do setor a buscarem crescimento profissional e tam bém compartilhar os resultados alcançados por aquelas que já estão em cargos decisivos. “A ideia do painel é trazer mulheres que já são líderes de moinhos de trigo no Brasil para completar e contri buir com seu ponto de vista das melhores práticas de gestão de empresas do nosso segmento. Vamos mostrar um pouco das iniciativas e práticas ‘vence doras’ que vemos no dia a dia e que trazem excelen tes resultados para companhia”, destaca.

35ATUALIDADE www.graosbrasil.com.br

Inscrições: https://congressoabitrigo.com.br/

Para o Presidente-Executivo da Abitrigo Rubens Barbosa o debate desse painel será enriquecedor para o evento como um todo. “As mulheres estão cada dia mais presentes em nossos eventos e ações, por serem peças fundamentais nas organizações. Trazer um painel dedicado a debater e apresentar o trabalho realizado por elas em prol da indústria mo ageira nacional é uma forma de destacar a impor tância da crescente presença feminina no desenvol vimento do setor”, ressalta. “Abrir esse espaço amplia o incentivo e o convite para que mais mulheres do setor participem e con tribuam com o Congresso. Sabemos que os moi nhos possuem muitas mulheres em diversos cargos que possuem muito à contribuir para o segmento e a expansão do trigo no nosso país”, finaliza Paloma. As inscrições para os formatos físico e online já podem ser realizadas pelo site oficial do evento: ht tps://congressoabitrigo.com.br/. As primeiras 200 inscrições para o formato virtual terão desconto es pecial de 50%.

Principais Oportunidades para Rastreabilidade em Rações Alimentação de Suínos

36 RAÇÕES Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022

Nos Estados Unidos, a rastreabilidade de alimentos e rações foi trazida à tona pela Lei de Bioterrorismo de 2002 e pela Lei de Modernização da Segurança Alimentar (FSMA) de 2011. A Lei de Bioterrorismo foi iniciada após os eventos de 11 de setembro de 2001, e subsequentes ameaças terroristas para proteger a cadeia de abastecimento alimentar do país. O elemento-chave da Lei de Bioterrorismo foi o método de “um para cima e um para baixo” ou contabilizar onde os ingredientes da ração foram recebidos ou onde eles acabaram, iniciando os primeiros requisitos de rastrea bilidade.Seguindo a Lei de Bioterrorismo, a Food and Drug Adminis tration (FDA) dos EUA promulgou a FSMA em 2011 para abordar as preocupações com doenças transmitidas por alimentos. Nesse processo, a FDA mudou o foco de responder a doenças transmiti das por alimentos para preveni-las. A FDA criou sete regras prin cipais para implementar o FSMA e garantir que a segurança do fornecimento de alimentos seja uma responsabilidade comparti lhada entre muitos pontos diferentes da cadeia de fornecimento global de alimentos humanos e animais. Dessas sete regras, a regulamentação Current Good Manu facturing Practice, Hazard Analysis, and Risk-based Preventive Controls for Food for Animals, mais comumente conhecida como Preventive Controls for Animal Food, foi a nova regulamentação que afetou os fabricantes de rações. Este regulamento exigia que Chad Paulk Ph.D. en Nutrição Animal Kansas State cpaulk@ksu.eduUniversity

37RAÇÕES as instalações de alimentos para animais registra das no FDA implementassem um plano escrito que identificasse os perigos e descrevesse os controles preventivos apropriados com o objetivo de garantir a fabricação, processamento, embalagem e arma zenamento seguros de alimentos para animais nos Estados Unidos.

Isso permite que os indivíduos utilizem as Boas Práticas de Fabricação Atuais, programas de pré -requisitos e controles preventivos para atingir essas metas. Uma oportunidade importante para promo ver a segurança alimentar animal na indústria de fabricação de alimentos para animais é a rastreabili dade. A rastreabilidade é definida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como a capacidade de discernir, identificar e acompanhar o movimento de um alimento ou substância que se pretende ou se espera que seja incorporado em um alimento, através de todas as etapas de produção, processamento , e distribuição.

Rastreabilidade digital A rastreabilidade pode ser utilizada para aprimo rar o processo de fabricação, monitorando a movi mentação do produto desde sua origem até o clien te final. Isso apresenta a oportunidade de controlar e evitar problemas que possam ocorrer durante o processamento, o que desempenha um papel fun damental no processo de prevenção. Embora a ras treabilidade ajude no atendimento às exigências re gulatórias, também é uma medida preventiva para as empresas contra litígios e demandas. À medida que os fabricantes de rações traba lham para avançar no processo de rastreabilidade, há uma grande variedade de maneiras de atingir esses objetivos, desde registros em papel até códi gos de barras sofisticados. Independentemente do método, ele tem um custo. No entanto, a crescente demanda por requisitos regulatórios continua a em purrar os fabricantes para a automação que permite a revisão imediata da rastreabilidade e elimina erros comuns.Amelhoria do acesso aos registros digitais conti nuará a melhorar a rastreabilidade. As principais áre as de inovação em torno da rastreabilidade incluem rastreamento e gerenciamento de dados, interope rabilidade de dados e preservação de identidade. A indústria de alimentos iniciou o uso de blockchain para levar a melhorias na segurança e rastreabilida de dos alimentos. Blockchain é definido como “um livro-cadeia de blocos compartilhado e distribuído que facilita o processo de registro de transações e rastreamento de ativos em uma rede de negócios”. Portanto, o blockchain fornece uma tecnologia viá vel para garantir a rastreabilidade dos ingredientes da Noração.entanto, o uso de commodities a granel na in dústria de rações traz desafios significativos ao uso de Ablockchain.misturade matérias-primas de várias fazendas em uma caixa a granel impossibilita o rastreamen to contínuo dos produtos nas fases subsequentes de transporte e distribuição. As equipes de pesqui sa continuam trabalhando no desenvolvimento de técnicas de modelagem para resolver esses proble mas. Além dos desafios com ingredientes a granel, a implementação do blockchain requer 100% de participação e precisão para transparência de ponta a ponta para produtos a granel e embalados. O in centivo para assumir esses compromissos dentro da indústria de rações é mínimo em comparação com outras indústrias que obtêm incentivos econômicos muito claros. No entanto, o setor de alimentos para animais de estimação tem a maior oportunidade de capturar os benefícios econômicos do uso de blo ckchain.Aimplementação bem-sucedida do blockchain no setor de alimentação exigirá consenso entre o setor para padrões e métodos de coleta e compar tilhamento de dados. O sucesso dessas aplicações dependerá da reputação e precisão dos dados in cluídos nos blocos que são registrados na cadeia. Para obter mais informações sobre o uso potencial de blockchain na indústria de rações, visite https:// conservancy.umn.edu/handle/11299/219609# Componentes do sistema de rastreabilidade Para que a rastreabilidade seja bem-sucedida, é fundamental coletar e rastrear informações ao longo do processo. Os principais componentes de um sistema de rastreabilidade incluem elementos de dados, identificadores exclusivos, tecnologia de sensores e tecnologia de contabilidade distribuída.

Vamos examinar as oportunidades potenciais de rastreabilidade na indústria de rações.

38 RAÇÕES Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022

Chad Paulk é professor associado de ciência e gestão de rações no Departamento de Ciência e Indústria de Grãos da Kansas State University.

Os elementos de dados são necessários para cap turar dados específicos por meio do sistema de ras treabilidade que foram identificados. Identificado res exclusivos são atribuídos a produtos individuais para permitir o rastreamento ao longo da cadeia de suprimentos. Isso inclui etiquetas RFID ou códigos de barras. A tecnologia de sensores otimiza o ras treamento em tempo real de elementos de dados identificados por meio da cadeia de suprimentos e permite a captura automatizada de dados. Por fim, a tecnologia de contabilidade distribuída facilita a agregação, integração, análise e compartilhamento de dados (Fórum Econômico Mundial).

Há uma variedade de tecnologias que estão se tornando disponíveis no mercado para coletar com precisão as informações necessárias e alcançar es ses componentes. No entanto, integrar informações coletadas de sensores e inteligência artificial ou processamento preditivo e blockchain é uma etapa crucial necessária para liderar a inovação em rastre abilidade para a indústria de rações.

Vários tipos de sensores estão sendo usados atu almente na indústria para coletar dados. No entan to, o componente principal é integrá-los ao processo de fabricação de ração e processar as informações de maneira útil. Torna-se mais complexo implementar essas tec nologias globalmente quando você considera o nú mero de pessoas em comunidades rurais que não têm acesso a eletricidade e internet. Houve várias iniciativas e pilotos em todo o setor de alimentos que demonstram promessa no avan ço da rastreabilidade. Parcerias dentro de organiza ções agrícolas e do setor privado de alimentos foram desenvolvidas para realizar colaborações multisse toriais. Uma grande fonte de financiamento foi re cebida para apoiar startups com base em soluções de rastreabilidade. Além disso, as organizações da sociedade civil estão avançando na agenda de ras treabilidade com foco no alcance de metas de sus tentabilidade ambiental e social (Fórum Econômico Mundial).Osregulamentos europeus têm requisitos adi cionais relacionados à rotulagem e rastreabilida de de produtos que consistem ou contêm OGMs. Portanto, o produto que consiste ou contém OGMs deve ser rotulado e rastreável em cada estágio de produção, processamento e distribuição. Além dos requisitos do rótulo OGM, diferentes países e mercados exigem que os alimentos sejam autênticos em termos de conteúdo de espécies. Os requisitos podem ser monitorados via ELISA, PCR qualitativa, PCR quantitativa em tempo real e se quenciamento de DNA mitocondrial. Portanto, a rastreabilidade genética tornou-se uma parte útil de sistemas de monitoramento mais avançados. Isso se tornou uma ferramenta de rápido crescimento no controle de alimentação e rastreabilidade. Embora esses avanços na genômica ofereçam oportunida des para aumentar o monitoramento, ferramentas de gerenciamento e rastreamento de dados ainda sãoAnecessárias.rastreabilidade na indústria de rações oferece uma oportunidade importante para aumentar a se gurança e a precisão da produção de gado e alimen tos para animais de estimação. Ele pode ser usado como uma ferramenta para monitorar a origem dos ingredientes até a ração completa entregue ao con sumidor. Se a implementação for feita corretamen te, é possível controlar e também evitar problemas que possam ocorrer durante a fabricação da ração. O sucesso futuro da rastreabilidade dependerá de inovações em tecnologia e participação, para as quais a indústria de rações está se movendo atual mente.

Agora você pode encomendar Granos 148 Apresentamos a última edição de nossa prima-irmã a revista Granos (em espanhol). Entre outros temas, são apresentadas informações sobre: - Bem-vindo Trigo Hb4!; - Incêndios Secadores. Um velho problema hoje; - Trigo Hb4 O Desconhecido; -UPL apresentou em A Todo Trigo o Protetor das Sementes de Cereais de Inverno; - Lembrança calorosa de Julio Pollacino; - Desafios, oportunidades e vantagens das mais recentes tecnologias de triagem para processadores de sementes e cereais; - Tecnologia na Fabricação de Rações Balanceadas; - Por que o transporte pneumático é bom para seus grãos; - Conferência de Grãos IGC 2022: Construindo Resiliência Contra Vulnerabilidades, Choques e Estresses; - Parâmetros para avaliar a capacidade de armazenamento de arroz em Prestigiosascasca empresas do Brasil, Turquía, Canadá e de outras partes do mundo participam desta publicação, que já cumpriu 26 anos e chega a todos os países de língua espanhola. Interessados em fazer assinatura gratuita da revista digital ou fazer publicidade contatar: consulgran@gmail. com “O Café É Um Símbolo Do Sucesso Do Agro Brasileiro”, Afirma Ministro Da Agricultura Em Evento Da Cooxupé

Cooperativa inaugura novo Núcleo na cidade de Patrocínio, no cerrado mineiro, ampliando benefícios aos cooperados; Protocolo de Intenções com Conab é assinado A Cooxupé inaugurou na manhã desta quartafeira, 3 de agosto, o seu novo Núcleo na cidade de Patrocínio, no cerrado mineiro. A cooperativa já está presente no município desde 2013, até então fornecendo atendimento aos cooperados por meio de uma Unidade Avançada. A solenidade contou com famílias cooperadas e autoridades políticas e do setor cafeeiro como o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes; Ana Valentini representando o governador de Minas Gerais, Romeu Zema; o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro; o diretor-presidente da Conab -Companhia Nacional de Abastecimento, Guilherme Ribeiro; o prefeito de Patrocínio, Deiró Moreira Marra; entre outras. “A Cooxupé é a representação da agricultura familiar organizada. A cooperativa tem um papel fundamental em dar dignidade e respeitabilidade ao pequeno produtor. O café é um símbolo do sucesso do agro. Não só por ser uma grande commodity, mas por sua organização, que faz com que o setor seja respeitado no Brasil e no mundo todo”, destacou o Ministro da Agricultura, Marcos Montes. Protocolo de Intenções - Ainda na inauguração, o ministro Marcos Montes, o diretor-presidente da Conab Guilherme Ribeiro e o presidente da Cooxupé assinaram um Protocolo de Intenções. “Este documento é para que possamos compartilhar o uso de estrutura de armazenagem. Para, assim, aumentar a capacidade de armazenamento, estar presente junto aos cooperados, melhorando a logística para a distribuição e fazer com que essa cooperação seja cada vez mais virtuosa”, declarou. Novo Núcleo da Cooxupé em Patrocínio Considerado o maior munícipio produtor de café do Brasil, o município de Patrocínio agora conta com um novo Núcleo da Cooxupé. Com um investimento de mais de R$ 30 milhões, está instalado em uma área total de 120 mil metros quadrados, sendo mais de 15 mil metros quadrados de construção. A nova estrutura traz benefícios aos cooperados locais e da região com a presença de loja, auditório, armazém, bloco de apoio aos motoristas, centro de distribuição de insumos, balança, oficina, entre outros pontos ampliados.“Iniciamos as atividades em Patrocínio no ano de 2013, quando recebíamos 82 mil sacas de café. Hoje temos um recebimento de mais de 200 mil sacas e um crescimento de quase 60% dos números de cooperados”, destacou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo. Ele ainda enfatizou a força do cooperativismo. “A cooperativa será sempre do tamanho que o cooperado desejar. No cooperativismo é assim: quanto mais o produtor associado participa da sua cooperativa, mais é possível viabilizar investimentos que retornam em serviços de qualidade para os nossos cooperados. Um patrimônio que é construído por meio da sua efetiva participação”. Também presente na inauguração, o prefeito da cidade Deiró Moreira Marra parabenizou a cooperativa pelos investimentos. “O Núcleo de Patrocínio foi um sonho, que hoje se realiza!”, disse. Presente no cerrado mineiro - A Cooxupé está presente no cerrado mineiro desde 1990 quando inaugurou seu primeiro núcleo na cidade de Monte Carmelo. Desde então vem ampliando a área de ação nesta região que, atualmente, conta com 67 municípios vinculados a sete Unidades de Negócios da cooperativa entre núcleos, filiais e unidades avançadas.

Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 40 UTILÍSSIMAS

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.