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Sara Prata (entrevista)
As viagens são sinónimo de descoberta. E as descobertas fazem-nos sorrir. Quando regressamos de uma viagem, voltamos de alma cheia e com muito para contar. E Sara Prata que o diga.
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De sorriso fácil e contagiante, a atriz portuguesa aproveitou recentemente uma pausa profissional para fazer “check” em alguns dos seus destinos de sonho. E foi viajar durante 3 meses.
Fique a conhecer a sua experiência e saiba o que mais a fez sorrir, numa aventura que há-de recordar para a Vida.
@_saraprata_
Sabemos que esteve a viajar durante 3 meses pela Costa Rica, Colômbia, Peru, Bolívia, Chile e Argentina, até à Patagónia. Como foi esta experiência?
É impossível começar a responder a esta pergunta sem ter de imediato um sorriso no rosto. Os meses vão passando e ainda guardo em mim memórias tão fortes que parece que regressei ontem. Sei que sou uma sortuda pois não há muitas pessoas que o possam fazer, e acreditem que por saber isso vivi tudo ainda mais intensamente. Para mim foi mágico, marcante e fez crescer em mim ainda mais a vontade de conhecer o Mundo.
E partilhou um pouco da sua experiência com os seus seguidores...
Ao longo da viagem fui partilhando tudo o que podia, o meu percurso, as minhas emoções a cada descoberta e perceber o impacto que isso foi tendo nas pessoas foi muito bom. Várias foram as pessoas que me foram agradecendo essa partilha, porque na impossibilidade de poderem viajar o estavam a fazer comigo. Isso ainda me fazia sorrir mais. Viajei eu mas foram muitos os que “levei” na minha mochila.
Os países eram como imaginava ou descobriu uma realidade diferente?
Quando regressei encontrei um poema que falava sobre isso. Que por vezes somos egoístas ao acharmos que um país é de uma ou de outra forma, que a magia de viajar é precisamente essa: o conhecimento. Os cheiros, a temperatura, a luz, a gastronomia o povo, nada disto se imagina. Quando lá estamos é que verdadeiramente se sabe, se se gosta ou não.
E teve boas surpresas?
Tantas! Ao longo destes meses muitas foram as vezes em que disse “uau”, e remetia-me ao silêncio de apenas observar. Esta não era a minha realidade, então ficava ali sossegada a observar e a levar um pouco comigo. Percebi também que a nossa realidade nos dias de hoje em Portugal nos “exige” o sucesso, a realização, o trabalho para nos sentirmos poderosos, corremos doidos como se nos obrigassem a ser mais do que sabemos ser, e muitas foram as vezes que fiquei só a sentir o ritmo diferente de outros povos.
Ritmo diferente em que sentido?
Em muitos lugares ainda se luta pelo essencial, pela qualidade de vida, pelo alimento, são lutas que demoram mais tempo e moldam as pessoas, obrigando-as a ser mais pés na terra. Torna-as um povo duro, mas grato. Não é que em Portugal não haja tanta gente a lutar pela sobrevivência, há sim, mas estou a falar de uma sociedade inteira como no caso da Bolívia. Este foi um dos países onde me senti melhor. Por vezes, a riqueza encontra-se noutros pormenores, e este, nesse sentido, é um país riquíssimo, belo e forte. Um dia volto.
Qual foi o país que mais a marcou?
A Colômbia. Lá está, são os estereótipos de quem não conhece, mas acha que sabe que é assim ou assado. Amei. Um país lindo, cheio de pessoas calorosas, música em todo o lado, sempre em festa e com muito amor. Povo genuíno, ao início de feições carregadas que quase nos mantêm afastados, mas assim que se fala, uau, abre-se um povo encantador, de palavras calmas e positivas e percebo que o peso negativo que eles têm somos nós que lhes damos.
Que tipo de peso negativo?
Não senti perigo, por exemplo. Claro que passei em lugares muito pobres, muito pobres mesmo, das imagens mais fortes e duras que guardo são de lá. Crianças a “pescar” peixes mortos de um rio de lixo que cruzava com as barracas onde viviam, kms de estacas amontoadas como se fossem desenhos de casas toscas, era ali que viviam centenas de pessoas. Mas nada lhes tira o brilho, a força de reerguer. O caso de Medellín foi a maior surpresa nesta viagem. Vivia lá agora e já, uma cidade incrível, onde dos destroços de uma guerra narco ergueram uma cidade moderna e voraz.
Viajar ajuda-nos a perceber que nunca é tarde demais para realizarmos os nossos sonhos?
Sem dúvida alguma. Aí vem logo à minha memória Machu Picchu. Lugar emblemático, único, exemplo de uma civilização evoluída como foi a dos Incas e lugar de culto para toda a população mundial. E assim como eu fui lá realizar um dos meus sonhos de vida, ao subir, vi que a meu lado caminhava um senhor com certamente mais de 80 anos, que apoiado por toda a família não hesitou por um único momento a cada passo, por mais dura que estivesse a ser a subida, era o realizar do seu sonho que estava na meta. Só nos superamos sonhando e cumprindo. Para mim é esse o gozo da vida. E assim espero manter o meu espírito até velhinha.
O que é que mais a motiva quando pensa em viajar?
Acima de tudo, conhecer, saber mesmo de que é feito o mundo a que pertenço. Quando ficamos no nosso canto, por vezes, achamos que o mundo acaba no fim da nossa rua, viramos para nós toda a atenção e carregamos o peso de sermos únicos. E assim que começas a viajar começas a relativizar tudo em ti e a valorizar o todo, o coletivo, buscas o respeito por todos. O mundo é incrivelmente repleto de histórias, matérias, beleza natural que nos dão lições de arte e perfeição e nós temos o privilégio de fazer parte dele.
Já tem planos para a próxima aventura?
Claro que já estou a planear a próxima...e as próximas! Gostava muito de voltar a África, aquela terra é tão poderosa e tem tanto para descobrir. Depois de terminar as gravações de “Prisioneira”, agora em exibição na TVI, já sabem que o provável é verem-me de mochila às costas e de sorriso no rosto. Não há melhor sorriso do que aquele que vem de dentro, da nossa felicidade.
Sobre Saúde Oral
Quando realiza uma viagem tão longa, tem o cuidado de realizar um check-up com o seu médico dentista antes de partir?
Sim, se tiver de fazer algum tratamento nessa altura vou sempre. Eu sou atenta à qualidade da minha saúde oral diariamente. O sorriso tem uma grande importância para mim e procuro que ele expresse aquilo que sinto (risos).
E durante uma aventura como esta... é fácil cuidar da saúde oral?
Há dias em que não é assim muito fácil. Estive em lugares onde não era possível tomar um banho sequer, mas garrafa de água e pasta de dentes em qualquer lugar estão sempre comigo.
Costuma ter cuidados especiais com a sua saúde oral no dia-a-dia?
Desde pequenina sempre adorei ir ao dentista, era um dia em cheio para mim. Tudo o que fosse tratar dos meus dentes eu adorava. Ainda hoje em dia é um prazer cuidar dos meus dentes. Higienização oral sempre, e como felizmente tenho uns dentes saudáveis faço branqueamento sempre que sinto necessário.